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A justiça francesa emitiu uma ordem de prisão internacional contra Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan, no âmbito de uma investigação por abuso de bens sociais, lavagem de dinheiro e corrupção.

O executivo franco-libanês-brasileiro vive em Beirute desde sua fuga cinematográfica do Japão em 2019.

A ordem de detenção internacional, que foi emitida na quinta-feira (21), é uma mensagem contundente para as autoridades libanesas, que nunca autorizam a extradição de seus cidadãos e que proibiram a saída de Ghosn do país.

Se a ordem de prisão for executada, Ghosn será apresentado diretamente a um juiz de instrução em Nanterre, na região de Paris, que o notificará sobre a investigação.

A justiça francesa investiga pagamentos de quase 15 milhões de euros (US$ 16,3 milhões) considerados suspeitos entre a aliança Renault-Nissan e a distribuidora da montadora francesa em Omã, a Suhail Bahwan Automobiles (SBA), informou à AFP o Ministério Público de Nanterre.

O juiz de instrução de Nanterre emitiu outras quatro ordens de prisão internacionais, que além de Ghosn afetam o fundador da SBA, seus dois filhos e o atual presidente da empresa, informaram À AFP duas fontes próximas ao caso.

A justiça os acusa de lavagem de dinheiro de corrupção.

Além disso, Ghosn é acusado de obter benefício pessoal de um acordo de patrocínio entre a marca Renault e o Palácio de Versalhes, ao organizar festas particulares, o que ele nega.

- "Surpreendente" -

"Esta ordem é muito surpreendente porque o juiz de instrução e o promotor de Nanterre sabem perfeitamente que Carlos Ghosn, que sempre cooperou com a justiça, tem uma proibição judicial de abandonar o território libanês", afirmou Jean Tamalet, um dos advogados do ex-CEO da Nissan, que trabalha para o escritório 'King and Spalding'.

O ex-executivo é objeto de uma ordem de prisão da Interpol e não pode sair do Líbano desde que fugiu do Japão escondido em uma caixa de equipamento de áudio.

Ghosn justificou a fuga alegando que pretendia "escapar da injustiça" e denunciou um "complô" das autoridades japonesas.

Como parte da investigação, os magistrados de Nanterre viajaram duas vezes a Beirute.

Em uma entrevista concedida ao jornal Le Parisien em fevereiro, Ghosn afirmou que desejava retornar à França.

"No momento não posso voltar", declarou Ghosn, em referência à ordem de prisão da Interpol. "Eu sou francês, fui educado na França, tenho raízes muito profundas. A França ainda está lá, os governos passam. Tenho certeza de que um dia poderei voltar à França", declarou.

Ele também denunciou o que chamou de "punhalada mortal do governo francês e do conselho de administração da Renault", a montadora que é uma das partes civis do caso.

O ex-executivo da Nissan Greg Kelly foi condenado nesta quinta-feira (3) a seis meses de prisão com suspensão condicional da pena por um tribunal de Tóquio por ter ajudado a esconder a fortuna do ex-CEO do grupo Carlos Ghosn.

O americano de 65 anos, ex-diretor jurídico da Nissan, foi detido no Japão em novembro de 2018 ao lado de Ghosn, que na época presidia a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.

Embora no início seu papel no caso fosse totalmente secundário, a fuga cinematográfica de Ghosn para o Líbano um ano depois o deixou na linha de frente do fogo.

O Ministério Público pediu dois anos de prisão para Kelly, que foi acusado de ajudar Ghosn de ocultar das autoridades japonesas, entre 2010 e 2018, a quantia de 9,1 bilhões de ienes (quase 80 milhões de dólares) que a Nissan pagaria após a aposentadoria do executivo.

O tribunal, no entanto, o considerou inocente das acusações entre os anos de 2010 e 2016 e culpado apenas pelo ano fiscal de 2017, o que resultou na sentença de prisão de seis meses com suspensão condicional durante três anos.

O americano sempre negou as acusações. Os advogados afirmaram que o pagamento posterior à aposentadoria nunca foi acordado e que as conversas sobre o tema aconteceram para explorar uma "forma legal" de manter Ghosn vinculado e impedir que trabalhasse para a concorrência.

Mas o juiz Kenji Shimizu afirmou que, no ano fiscal de 2017, Kelly "estava a par de que havia uma remuneração não paga e o tribunal reconhece que houve conspiração (de Kelly) com Ghosn" e outro executivo da Nissan, Toshiaki Ohnuma.

Em um comunicado, Greg Kelly se declarou "extremamente surpreso e chocado" por sua condenação e insiste que "não ter participado em absoluto em atividades ilegais".

Os advogados anunciaram que vão apresentar um recurso contra a condenação.

O julgamento era acompanhado com atenção no Japão e nos Estados Unidos.

Alguns apontaram Kelly como bode expiatório no caso centrado em Ghosn, cuja fuga escondido em caixas de equipamento de áudio em dezembro de 2019 envergonhou a justiça japonesa.

O americano não foi autorizado a sair do Japão durante todo o processo. Sua mulher se uniu a ele e teve que estudar japonês para conseguir um visto que permitisse sua presença no país.

Com o veredicto, Kelly poderá deixar o Japão pela primeira vez em três anos.

"Estamos aliviados de que o procedimento legal tenha chegado ao fim e que o casal Kelly possa voltar para casa, no Tennessee" (sul dos Estados Unidos), afirmou o embaixador americano no Japão, Rahm Emanuel, que acompanhou o caso de perto.

"Foram três longos anos para a família Kelly, mas este capítulo chegou ao fim", acrescentou o embaixador.

Dois americanos foram condenados nesta segunda-feira (19) a penas de prisão por um tribunal de Tóquio por suas ações para ajudar Carlos Ghosn, ex-CEO da Renault e Nissan, a fugir do Japão no fim de 2019.

Michael Taylor, de 60 anos, foi condenado a dois anos de prisão, e seu filho Peter Taylor, 28 anos, a 20 meses. Eles eram julgados desde o mês passado em Tóquio.

Carlos Ghosn fugiu do Japão escondido em uma caixa de equipamento de som.

Michael e Peter Taylor aceitaram as acusações e pediram desculpas no tribunal. Os dois afirmaram que lamentavam suas ações.

No início de julho, a Promotoria solicitou dois anos e 10 meses de prisão para Michael Taylor e dois anos e meio para seu filho.

Os advogados haviam solicitado condenações com suspensão condicional das penas, argumentando em particular que Carlos Ghosn foi o principal instigador de toda a operação e que os Taylor já passaram 10 meses em prisão provisória nos Estados Unidos antes da extradição para o Japão.

Mas o juiz Hideo Nirei destacou nesta segunda-feira que este foi um "crime grave" porque a perspectiva de ver Ghosn julgado no Japão algum dia praticamente desapareceu.

"Os dois acusados conseguiram com êxito uma fuga ao exterior sem precedentes e tiveram um papel proativo nesta operação", afirmou o juiz.

- Dinheiro como motivação -

Nirei disse ainda que pai e filho foram motivados pelo dinheiro, e não porque Michael Taylor tem, por meio de sua esposa, relações distantes de parentesco com a família de Ghosn no Líbano.

De acordo com os investigadores, os Taylor receberam de Ghosn 862.500 dólares para preparar a operação e depois o equivalente a 500.000 dólares em bitcoins para pagar os gastos com advogados.

Carlos Ghosn mora no Líbano desde sua fuga, o que significa que o ex-CEO da Renault e Nissan está fora do alcance da justiça japonesa porque Beirute não extradita seus cidadãos.

Os Taylor foram detidos nos Estados Unidos em maio de 2020 e extraditados ao Japão em março para o julgamento.

Outro suposto cúmplice, um homem de origem libanesa chamado George-Antoine Zayek que ajudou os Taylor no Japão, continua foragido.

No fim de 2019, Carlos Ghosn estava em liberdade sob fiança em Tóquio, com a proibição de sair do Japão à espera do julgamento por suposta frauda financeira, acusação que sempre negou, quando estava à frente da Nissan.

Em 29 de dezembro de 2019, depois de viajar de maneira incógnita de Tóquio a Osaka no Shinkansen, o trem de alta velocidade japonês, ele se escondeu em uma grande caixa de equipamento de som, perfurada com pequenos orifícios discretos para permitir sua respiração.

A estratégia permitiu evitar os controles na alfândega do aeroporto internacional de Kansai, pois na época a inspeção de bagagem não era obrigatória para os passageiros de um voo privado.

O avião seguiu para Istambul, Turquia, onde Ghosn embarcou em outra aeronave alugada e viajou até Beirute.

Em fevereiro, três pessoas - um funcionário de uma empresa de aviões e dois pilotos - vinculadas à fuga foram condenadas a mais de quatro anos de prisão em Istambul.

A fuga de Ghosn não impediu o início no ano passado de um julgamento penal em Tóquio sobre dezenas de milhões de dólares em compensações diferidas que o executivo da Nissan receberia após a aposentadoria, mas que não foram mencionados nos relatórios enviados à Bolsa pelo grupo.

O americano Greg Kelly, ex-diretor jurídico da Nissan que foi detido no mesmo dia que Ghosn em novembro de 2018, é atualmente o único no banco dos réus pelo caso, já que a Nissan está sendo julgada como pessoa jurídica.

Kelly, 64 anos, pode ser condenado a até 10 anos de prisão no julgamento. A Nissan se declarou culpada.

Os americanos Michael e Peter Taylor, pai e filho, admitiram nesta segunda-feira (14) pela primeira vez em um tribunal de Tóquio que esconderam o ex-CEO da Renault-Nissan Carlos Ghosn em uma caixa de equipamento de som para ajudá-lo a fugir do Japão e evitar a polícia.

Michael e Peter Taylor admitiram as acusações contra ambos apresentadas pelo promotor no início do julgamento.

O ex-militar Michael Taylor e seu filho Peter foram extraditados dos Estados Unidos ao Japão para enfrentar o processo por ajudar o empresário a fugir do país asiático em dezembro de 2019.

Os dois podem ser condenados a até três anos de prisão em caso de condenação por planejar a fuga de Ghosn, de nacionalidade libanesa, brasileira e francesa, que havia sido detido em 2018 em Tóquio por acusações de irregularidades financeiras.

Ghosn estava em liberdade sob fiança e aguardava um julgamento por irregularidades financeiras, que ele nega, quando conseguiu escapar das autoridades japonesas e embarcar em um avião privado com destino ao Líbano, que não tem tratado de extradição com o Japão.

Os Taylor são acusados, ao lado de um libanês foragido, de orquestrar a fuga em dezembro de 2019, quando Ghosn se escondeu em uma caixa de equipamento de som para entrar no avião.

Michael, 60 anos, e Peter, 28, tentaram evitar a extradição para o Japão alegando que poderiam enfrentar condições similares à tortura.

Hiroshi Yamamoto, subdiretor do Ministério Público de Tóquio, se negou a comentar sobre o caso, mas a imprensa local informou que os dois homens admitiram as ilegalidades em interrogatórios.

O canal público NHK informou que Peter recebeu 1,3 milhão de dólares de Ghosn para ajudar na fuga.

De acordo com jornal Asahi Shimbun, os dois afirmaram que gastaram a maior parte do dinheiro recebido nos preparativos da fuga, incluindo os custos do avião fretado, e que não receberam um pagamento por sua ajuda.

Ghosn permanece no Líbano, onde na semana passada foi interrogado por investigadores franceses por uma série de acusações de irregularidades financeiras.

O ex-executivo do setor automobilístico Carlos Ghosn, acusado de fraude, terá de reembolsar quase 5 milhões de euros em remuneração à aliança Nissan-Mitsubishi - decidiu a Justiça holandesa nesta quinta-feira (20).

Carlos Ghosn havia entrado com uma ação judicial contra a empresa, controlada por uma holding holandesa, para contestar o que ele chamou de demissão ilegal. Exigia € 15 milhões de indenização.

O tribunal de Amsterdã considerou, no entanto, que não havia contrato entre a empresa e o magnata do setor automotivo e que este último não tinha direito às quantias.

"Faltava a permissão necessária do conselho de administração", disse o tribunal, em um comunicado.

A corte esclareceu que o contrato anterior, iniciado em julho de 2012, havia expirado em abril de 2018 e que Ghosn teria de reembolsar os salários que recebeu entre abril e novembro de 2018, o correspondente a cerca de € 5milhões.

O libanês-franco-brasileiro foi preso em novembro de 2018 no Japão e foi processado por quatro acusações: duas por renda diferida não declarada às autoridades do mercado de ações por parte da Nissan, e outras duas, por quebra de confiança agravada.

Ghosn sempre se disse inocente e denunciou uma conspiração fomentada por certos executivos da montadora japonesa para derrubá-lo.

Após vários meses de detenção no Japão, foi solto sob fiança e fugiu para o Líbano. É suspeito de ter escapado dos controles no Aeroporto Internacional de Kansai, em Osaka (oeste do Japão), ao se esconder em uma grande caixa de equipamento de áudio, antes de decolar em um jato particular.

Ghosn permanece fora do alcance da Justiça japonesa, uma vez que o Líbano não possui acordo de extradição com o Japão.

O avião que transportava dois americanos acusados de ajudar Carlos Ghosn a fugir do Japão no fim de 2019, onde o ex-CEO da aliança Renault-Nissan seria julgado por supostas irregularidades financeiras, pousou nesta terça-feira (2) em Tóquio, informou a imprensa local.

Michael Taylor, ex-membro das forças especiais americanas e que passou a atuar no setor de segurança privada, seu filho Peter foram detidos em maio de 2020 na região de Boston pela justiça americana com base em uma ordem de prisão japonesa. Eles foram extraditados dos Estados Unidos na segunda-feira.

Há duas semanas, a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou uma apelação de emergência dos Taylor, o que abriu o caminho para a extradição, decidida em instâncias judiciais prévias.

"É um dia triste para a família, e para todos os veteranos que merecem um tratamento melhor de seu país", disse o advogado Paul Kelly.

Peter Taylor foi detido em Bosto quando tentava fugir para o Líbano, onde o ex-CEO da Renault-Nissan está refugiado e país que não tem tratado de extradição com o Japão.

Um tribunal de Istambul condenou, nesta quarta-feira (24), três cidadãos turcos a penas de prisão por terem ajudado o ex-CEO do grupo Renault-Nissan Carlos Ghosn em sua fuga do Japão para o Líbano em 2019.

Um diretor da empresa de aluguel de aviões privados MNG Jet, Okan Kösemen, e dois pilotos foram condenados a quatro anos e dois meses de prisão por "tráfico de migrantes".

Um dos advogados da defesa disse à AFP que vão recorrer da condenação.

O tribunal absolveu, por sua vez, outros dois pilotos e dois comissários de bordo julgados no mesmo processo.

Acusado de malversação financeira, Ghosn fugiu do Japão em um avião particular pertencente à MNG Jet, que aterrissou em Istambul. De lá, ele seguiu para o Líbano, onde se refugiou.

O processo em Istambul expôs as espetaculares circunstâncias da fuga do magnata, de 66 anos, com nacionalidade francesa, libanesa e brasileira.

De acordo com os investigadores, o fugitivo viajou, entre Osaka (oeste do Japão) e Istambul, escondido em uma grande caixa para instrumentos musicais. Nela, foram feitos 70 orifícios para que ele pudesse respirar.

O promotor turco encarregado do julgamento destacou que dois supostos cúmplices de Ghosn, Michael Taylor - um ex-membro das forças especiais dos EUA - e George-Antoine Zayek - um cidadão libanês - "recrutaram" Kösemen, membro da empresa MNG Jet, para facilitar um trânsito tranquilo por Istambul.

De acordo com a ata de acusação, o jato particular pousou no aeroporto Atatürk, de Istambul, e depois Ghosn embarcou em um segundo avião rumo a Beirute.

Ambos os pilotos condenados nesta quarta-feira, Noyan Pasin e Bahri Kutlu Somek, estavam no comando do avião que cobriu o trajeto Osaka-Istambul.

Durante o julgamento, os dois rejeitaram as acusações contra eles, alegando não saber da presença de Ghosn no avião.

"Não esperava essa condenação. Não há provas concretas. Estou muito surpreso", disse Pasin à AFP, após a audiência.

As autoridades turcas acusavam Kösemen de ter recebido várias transferências, no total de mais de 250.000 euros (pouco mais de US$ 300.000) nos meses anteriores ao voo de Ghosn.

Começa nesta terça-feira (15) o julgamento de Greg Kelly, colaborador de Carlos Ghosn na Nissan, no qual o americano terá que enfrentar sozinho a justiça japonesa, após a fuga do ex-chefe para o Líbano em 2019.

Kelly, que coincidentemente comemora seu 64º aniversário no dia da abertura do julgamento, chegou ao tribunal às 10h locais nesta terça-feira (22h00 de segunda-feira no horário de Brasília) acompanhado de três advogados, mas não falou com a imprensa.

O processo tem previsão de durar cerca de dez meses e foi iniciado quase dois anos após a prisão de Kelly no Japão.

Ghosn, ex-presidente da aliança Renault-Nissan e com tripla nacionalidade francesa, libanesa e brasileira, escapou da justiça japonesa, o que colocou Kelly na linha de frente do julgamento.

Kelly e a Nissan foram acusados de omitir, ilegal e intencionalmente, os relatórios anuais da montadora de 2010 a 2018, o que resultou na não declaração de 9,2 bilhões de ienes (87 milhões de dólares) que Ghosn receberia.

Kelly afirma ser inocente desde o surgimento do caso. "Não fiz nada de errado", garantiu em entrevista à AFP no início do mês.

Sobre os pagamentos diferidos, Kelly declarou que "Carlos Ghosn nunca recebeu nada e nunca teve nenhuma promessa de nada".

Já a Nissan irá se declarar culpada, segundo várias fontes questionadas pela AFP.

A montadora japonesa vem optando pela discrição neste julgamento, com medo de que uma "agitação midiática" possa prejudicar sua imagem.

A Promotoria de Tóquio anunciou, nesta quinta-feira (21), que prepara um pedido oficial de extradição para dois homens detidos no dia anterior nos Estados Unidos, suspeitos de terem ajudado o ex-presidente da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, a fugir da Justiça no final de 2019.

"Estamos nos preparando para solicitar rapidamente sua extradição", afirmou a Promotoria de Tóquio em comunicado.

Michael Taylor, de 59 anos, ex-membro das forças especiais americanas, que passou a trabalhar como segurança particular, e seu filho Peter Taylor, de 27 anos, foram presos na madrugada de ontem em Harvard (Massachusetts), segundo a Justiça americana.

À tarde, usando o uniforme prisional laranja e com máscaras para se protegerem do coronavírus, eles se apresentaram por videoconferência a um juiz federal de Boston, que explicou as etapas do processo.

Ambos apresentam "grande risco de fuga" e devem permanecer detidos até o pedido formal de extradição do Japão, consideraram os promotores em documentos judiciais do tribunal distrital de Massachusetts.

Peter Taylor estava se preparando para partir para o Líbano, onde Ghosn se refugiou. Os Estados Unidos e o Japão têm um tratado de extradição, diferentemente do Líbano.

Os dois homens, assim como o libanês George-Antoine Zayek, são acusados pelo Japão de ter ajudado o magnata a escapar da Justiça japonesa durante uma fuga na noite de 29 de dezembro de 2019.

O advogado de defesa de Taylor, Paul Kelly, afirmou que o caso "não foi tão direto quanto parece" e que havia "outros" processos judiciais em um país que não era o Japão nem os Estados Unidos, sem dar mais detalhes.

Espera-se uma audiência para os próximos dias ou semanas. "O status quo por enquanto será a prisão" de ambos, informou o juiz Donald Cabell.

Entre as acusações de peculato financeiro, Ghosn foi libertado sob fiança e cumpria prisão domiciliar. Entre julho e dezembro de 2019, Peter Taylor fez várias viagens ao Japão e encontrou Ghosn pelo menos sete vezes, dizem os promotores.

Segundo os promotores, os Taylors e o libanês George-Antoine Zayek ajudaram Ghosn a se esconder dentro de uma grande caixa semelhante as usadas para transportar equipamentos musicais, que eles carregaram para um jato particular.

O controle de bagagem não era obrigatório naquele momento para esse tipo de aeronave.

- Fuga "descarada" -

Ghosn, que liderou a Nissan por quase duas décadas antes de sua prisão em 2018, estava sob fiança aguardando julgamento por supostos crimes financeiros quando escapou ousadamente do Japão.

As caixas que Taylor e Zayek supostamente usaram para transportar discretamente Ghosn em sua fuga no estilo "Houdini" foram encontradas num quarto de hotel.

"Não há imagens de Ghosn saindo do quarto 4609", diz a defesa, apresentando evidências de câmeras de segurança.

"Ghosn estava escondido em uma das duas grandes caixas pretas carregadas por Michael Taylor e Zayek", observou acusação.

Os dois homens embarcaram em um jato particular com as caixas e partiram para a Turquia, segundo documentos do tribunal.

"Dois dias depois, em 31 de dezembro de 2019, Ghosn anunciou publicamente que estava no Líbano", acrescentaram os promotores.

As autoridades japonesas observaram no início deste ano que não há evidências de que Ghosn tenha deixado o país.

"A conspiração para remover Ghosn do Japão foi um dos atos de fuga mais flagrantes e bem orquestrados da história recente, envolvendo um número estonteante de encontros em hotéis, viagens de trem-bala, personagens falsos e o aluguel de um avião particular", destacaram os promotores.

Em fevereiro, a Nissan entrou com uma ação civil para reivindicar cerca de 90 milhões de dólares de Ghosn pelo que chamou de "anos de má conduta e atividade fraudulenta".

Promotores de Tóquio obtiveram novo mandado de prisão contra o ex-presidente do Conselho de Administração da Nissan Motor, Carlos Ghosn, por suspeita de violação da lei de controle de imigração.

Os promotores dizem que Ghosn deixou ilegalmente o Japão em um jato particular, na noite de 29 de dezembro, sem passar pelos procedimentos de saída do país. Ele voou do Aeroporto Internacional de Kansai, no oeste do Japão, para o Líbano, passando pela Turquia.

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O ex-executivo da indústria automobilística estava solto sob fiança, após ter sido denunciado por suspeita de irregularidades financeiras. Ele foi proibido de viajar para o exterior como condição para a concessão da fiança.

Os promotores também obtiveram mandados contra mais três pessoas, incluindo um homem que acredita-se ser um ex-membro das forças especiais dos Estados Unidos, sob suspeita de terem ajudado Ghosn a fugir.

Fontes afirmam que Ghosn se encontrou com os três em um hotel em Tóquio no dia 29 de dezembro, antes de viajar para Osaka de trem-bala. Dois dos homens o teriam acompanhado. Acredita-se que eles ajudaram Ghosn a embarcar no jato, escondendo-o em uma grande caixa para transporte de equipamentos musicais.

*Emissora pública de televisão do Japão

O advogado japonês de Carlos Ghosn, Junichiro Hironaka, anunciou nesta quinta-feira (16) a retirada de seu escritório do caso de Carlos Ghosn, como resultado da fuga para o Líbano do ex-CEO da Renault-Nissan.

"Hoje entregamos ao tribunal de Tóquio uma carta com a renúncia de todos os advogados do gabinete de Hironaka para todos os assuntos relativos a Carlos Ghosn", explicou o advogado em comunicado.

Hironaka não escondeu sua "estupefação" pela fuga de Carlos Ghosn no final de dezembro. Essa decisão não é realmente uma surpresa, já que Hironaka, de 74 anos, disse que se retiraria após a fuga de seu cliente.

Mas, em tese, era possível que outros advogados de seu escritório assumissem o caso Carlos Ghosn.

Dois outros escritórios de advocacia japoneses, o de Hiroshi Kawatsu e o de Takashi Takano, trabalham com Hironaka há um ano para defender Carlos Ghosn, sobre o qual estão pendentes quatro acusações.

Nas entrevistas que deu a vários meios de comunicação do Líbano, Ghosn declarou que precisava de seus defensores japoneses.

Eles estão em uma situação delicada, agora, devido à fuga de seu cliente. A proibição de deixar o país era uma condição para sua libertação sob fiança, pela qual os advogados se tornaram garantidores.

Hironaka não permitiu que os promotores entrassem em seus escritórios na semana passada para apreender o material relativo ao caso Ghosn. Os investigadores suspeitam de que ele tenha preparado sua fuga do computador que o escritório tinha colocado à sua disposição nas suas instalações.

O tribunal de Tóquio validou nesta quinta-feira a separação dos processos no caso Ghosn, segundo a imprensa japonesa.

Ghosn deveria ser julgado ao mesmo tempo que seu ex-braço direito Greg Kelly e a Nissan no capítulo sobre sonegação. Na ausência de Ghosn, apenas as outras duas pessoas serão julgadas, pois o direito penal japonês não prevê um processo à revelia.

A Justiça libanesa proibiu, nesta quinta-feira (9), o ex-magnata do setor de automóveis Carlos Ghosn de deixar o país, depois de ser interrogado pela Procuradoria Geral no âmbito de uma ordem de prisão da Interpol - informou uma fonte judicial à AFP.

"A Procuradoria Geral adotou uma decisão que proíbe Carlos Ghosn de viajar e solicitou seu" dossiê judicial ao Japão, onde o ex-CEO da Renault-Nissan foi acusado de desfalque financeiro, disse a fonte.

O Líbano, que indicou não ter um acordo de extradição com o Japão, anunciou na semana passada que havia recebido um pedido de prisão da Interpol referente ao empresário de 65 anos.

Ghosn, detentor de nacionalidades francesa, libanesa e brasileira, é alvo de quatro acusações no Japão: duas por sonegação e duas por abuso de confiança agravado.

Uma segunda fonte judicial disse à AFP que Ghosn "permanecerá proibido de viajar até o recebimento de seu processo judicial do Japão".

"Dependendo do conteúdo do caso, se for comprovado que os crimes dos quais é acusado no Japão exigem procedimentos legais no Líbano, ele será julgado", informou a fonte.

"Se nenhuma ação legal for exigida, em virtude da legislação libanesa, ele ficará livre", acrescentou a fonte.

Ghosn também foi ouvido a respeito de um relatório apresentado à Justiça libanesa por advogados libaneses, relacionado a uma visita a Israel.

Países vizinhos, Líbano e Israel estão tecnicamente em guerra, e Beirute proíbe seus nacionais de irem a Israel, ou de terem contatos no Estado hebreu.

Na quarta-feira, Carlos Ghosn denunciou um "golpe" orquestrado contra si e afirmou que está determinado a "lavar sua honra", durante sua primeira aparição pública em Beirute desde que fugiu do Japão.

Preso em novembro de 2018 no Japão, o empresário foi solto sob fiança em abril de 2019, após 130 dias de detenção.

Em prisão domiciliar, foi proibido de deixar o Japão até o julgamento. Ele é suspeito de ter fugido pegando um jato particular no Aeroporto Internacional de Kansai, perto de Osaka (oeste do Japão), com dois supostos cúmplices, de nacionalidade americana, segundo a televisão japonesa.

Ghosn teria escapado ao controle, escondendo-se em uma caixa de equipamentos para shows, segundo a mídia japonesa.

O ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Carlos Ghosn disse nesta quarta-feira (8) que "não teve escolha" a não ser fugir do Japão para o Líbano.

A declaração foi dada em uma coletiva de imprensa em Beirute, cidade para onde o executivo franco-brasileiro escapou no fim do ano passado. "Foi uma decisão difícil, tomada na impossibilidade de ter um julgamento justo", afirmou.

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Essa é a primeira entrevista coletiva de Ghosn desde novembro de 2018, quando ele foi preso no Japão sob a acusação de fraude fiscal. Desde então, o executivo passou 130 dias na cadeia, foi demitido da presidência da Nissan e da Mitsubishi e renunciou ao mesmo cargo na Renault.

Ghosn ficou preso em isolamento e foi libertado pela última vez em 25 abril de 2019, mediante pagamento de fiança. Sua casa em Tóquio era vigiada por câmeras de segurança, mas ainda assim ele conseguiu fugir para o Líbano, onde também tem cidadania.

"Não escapei da Justiça, eu fugi da injustiça e de perseguições políticas", declarou Ghosn, dizendo ser vítima de uma "campanha sistemática de atores malévolos" para "destruir" sua reputação.

O brasileiro é acusado no Japão de ter subnotificado rendimentos e de ter desviado recursos da Nissan para fins pessoais. Ele alega, no entanto, que as denúncias são uma trama de executivos da montadora e de procuradores japoneses para frear seus planos de aumentar a integração com a Renault. "Eu era refém de um país ao qual servi por 17 anos", salientou.

De acordo com o executivo, ele era "interrogado durante oito horas por dia sem advogados e sem entender exatamente do que era acusado". No período de liberdade condicional, Ghosn também tinha seus deslocamentos e encontros limitados. "Fiquei nove meses separado de minha esposa [Carole Ghosn]", disse. O brasileiro ainda acusou as autoridades japonesas de violarem seus "direitos humanos" e sua "dignidade".

[Fugir] Foi a escolha mais difícil da minha vida, mas era algo necessário para proteger minha família", declarou. 

Da Ansa

O Ministério Público de Tóquio emitiu nesta terça-feira (7) um mandado de prisão contra Carole Ghosn, esposa do ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubish Carlos Ghosn, sob suspeita de "falso testemunho", informou a agência de notícias Kyodo News.

De acordo com a publicação, ela teria cometido perjúrio perante um tribunal japonês durante uma audiência em abril passado sobre a investigação em curso contra o executivo brasileiro. Carole, de 53 anos, está com seu marido no Líbano, depois que Ghosn fugiu do Japão, onde cumpria prisão domiciliar após ser detido sob a acusação de fraude fiscal.

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O ex-magnata foi impedido de ver sua esposa durante seu período de detenção e teve acesso limitado a conversas em videoconferência. Ao chegar ao Líbano na semana passada, Ghosn descartou a hipótese de que sua esposa tivesse orquestrado seu plano de fuga e insistiu que tudo foi organizado por ele pessoalmente.

"Houve especulações na mídia de que minha esposa Carole e outros membros da minha família tiveram um papel importante na minha partida do Japão. Toda essa especulação é imprecisa e falsa. Só eu arranjei minha partida. Minha família não teve nenhum papel", afirmou o executivo.

Carole, que também tem cidadania americana, deixou o Japão em abril passado após a emissão do quarto mandado de prisão contra seu marido, mas continuou realizando uma campanha em vários países para exigir um "julgamento justo" e a libertação de Ghosn.

Acusado de fraude fiscal no Japão, o brasileiro estava em liberdade condicional e fugiu para o Líbano, país onde também tem cidadania, alegando ser vítima de um "complô" e de uma "perseguição política". A expectativa é de que ele conceda uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (8), em Beirute.

O Japão, por sua vez, tenta uma forma de extraditar Ghosn, mas os dois países não têm acordo de extradição. No último dia 2 de janeiro, o Líbano chegou a anunciar que recebeu um pedido de prisão da Interpol contra o ex-presidente da aliança Renault-Nissan. 

Da Ansa

Um jornal turco informou que o ex-presidente do Conselho de Administração da Nissan Motor Carlos Ghosn violou os termos de sua liberdade sob fiança e fugiu do Japão, sem que as autoridades de imigração percebessem, escondido na carga de jatos particulares.

Ghosn teria partido ilegalmente do Japão e entrado no Líbano na segunda-feira passada (30), usando dois jatos particulares de uma companhia aérea turca. Uma proibição de viagens ao exterior estava entre as condições de sua liberdade sob fiança.

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O jornal turco Aksam citou fontes segundo as quais dois americanos embarcaram no primeiro jato em Dubai, no domingo passado, e voaram para Osaka. O avião carregava duas caixas grandes especiais para transporte de equipamento de áudio.

O jornal diz que as caixas eram grandes demais para passar pelas máquinas de raios X em um aeroporto de Osaka, então detectores portáteis foram utilizados para verificá-las. O jornal informa ainda, de acordo com as mesmas fontes, que Ghosn teria deixado o Japão sem passar pela imigração, utilizando as caixas.

As fontes teriam informado que os dois americanos disseram aos tripulantes para não incomodá-los e os mantiveram fora da sala para convidados durante o voo.

Quando os dois foram transferidos para a segunda aeronave em Istambul, um funcionário de alto escalão da companhia aérea teria afastado os tripulantes durante os procedimentos.

Investigadores turcos prenderam posteriormente o funcionário e continuam as investigações.

*Emissora pública de televisão do Japão

Ex-presidente da aliança Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn fugiu da prisão domiciliar no Japão em uma jornada digna de um filme de ação: viajou para o Líbano na noite do último domingo em um jato particular, com escala na Turquia. Apesar de ter sido uma trama real, Ghosn poderia de fato estar inspirado por histórias hollywoodianas - segundo o jornal The New York Times, o executivo encontrou-se em dezembro em Tóquio com o produtor de Hollywood John Lesher, que esteve por trás de filmes como "Birdman", vencedor do Oscar em 2014.

De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, Ghosn contou a Lesher seu caso, uma trama que, para o executivo, é composta por uma prisão injusta e tem como vilã a justiça japonesa. A ideia de rodar a história era tornar o brasileiro, através do filme, mais simpático ao sistema japonês. Além de Lesher, Ghosn também conversou, antes de fugir, com Jake Adelstein, um jornalista americano que cobre o sistema judicial japonês, e procurou Takafumi Horie, um empresário que foi condenado por violar leis do mercado financeiro.

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Em nota divulgada nesta quinta-feira (2), em sua segunda declaração após a fuga, Ghosn afirmou ter organizado sua fuga sozinho. "As alegações da mídia de que minha esposa, Carole, e outros membros da minha família tiveram um papel importante na minha partida são falsas. Eu fui o único que organizou minha partida."

A saga de Ghosn com a Justiça japonesa começou em novembro de 2018, quando ele foi preso pela polícia, acusado de ocultar parte de seu patrimônio. O executivo ficou meses na prisão até conseguir, em um acordo de US$ 14 milhões (cerca de R$ 56 milhões), migrar para a prisão domiciliar. Apesar de as acusações da promotoria japonesa terem sido feitas 13 meses atrás, ainda não havia perspectiva de um julgamento em Tóquio.

A fuga ainda é cercada de dúvidas. Segundo notícias divulgadas até agora, Carlos Ghosn teria utilizado um passaporte francês que tinha para usar no dia a dia - pois seus demais documentos haviam sido confiscados pela Justiça japonesa - para organizar a escapada. Usando um jato particular, fez escala na Turquia antes de seguir rumo a Beirute. O executivo, que tem cidadania brasileira, libanesa e francesa, recebeu várias manifestações de apoio do governo libanês ao longo do ano passado.

Interpol

Na manhã desta quinta-feira, o Líbano recebeu um pedido de prisão da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) contra Ghosn. Em entrevista, o ministro da Justiça libanês, Albert Serhan, disse que o governo vai "cumprir suas obrigações", sugerindo que Ghosn poderá ser questionado. Mas reforçou que o Líbano e o Japão não têm acordo de extradição. Por isso, disse, está fora de questão a possibilidade de que o país vá entregar o ex-todo-poderoso da Nissan às autoridades japonesas.

Serhan disse ainda que poderá examinar as acusações contra Ghosn, em respeito às autoridades japonesas. De acordo com ele, uma decisão sobre a abertura de um processo caberá à Justiça libanesa. Um julgamento - e uma possível absolvição - no Líbano seria, de acordo com fontes ligadas ao caso Renault-Nissan, uma das chances para o executivo tentar limpar seu nome.

Conexão na Turquia

Também nesta quinta a polícia turca afirmou ter prendido sete pessoas que estariam envolvidas na passagem de Ghosn por Istambul: quatro pilotos, dois trabalhadores de solo de um aeroporto e um funcionário de uma empresa de transporte de carga. Eles deverão fazer declarações perante um tribunal para esclarecer o caso.

O site de notícias Hurriyet, citando uma autoridade do Ministério do Interior da Turquia, informou que a polícia de fronteira turca não foi notificada sobre a chegada de Ghosn e que nem sua entrada nem sua saída foram registradas. Segundo o site, o avião que levou Ghosn chegou às 5h30 da manhã de segunda-feira ao aeroporto de Ataturk, em Istambul, e os promotores ordenaram as prisões depois de ampliarem as investigações.

Dados de rastreamento de voo sugerem que Ghosn usou dois aviões diferentes para voar para Istambul e depois para o Líbano. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As imagens das câmeras de segurança mostram que o executivo Carlos Ghosn saiu sozinho no domingo passado de sua residência em Tóquio, segundo fontes próximas à investigação citadas pelo canal público japonês NHK, mas os detalhes da fuga para o Líbano ainda não foram esclarecidos.

As imagens, de domingo por volta das 12h (0h de Brasília), foram as últimas do ex-CEO da Renault e Nissan captadas por uma câmera instalada perto da entrada de sua casa para vigiar seus deslocamentos, de acordo com a NHK.

Ninguém suspeito aparece ao lado de Ghosn nas imagens. A polícia japonesa suspeita que ele se reuniu com alguém para embarcar em um voo.

Ghosn afirmou na quinta-feira que organizou sozinho a viagem para o Líbano, sem explicar os detalhes da fuga.

Imad Ajani, um amigo libanês de Ghosn que mora no Japão, afirmou à agência japonesa Kyodo News que ele conseguiu escapar dentro de uma caixa de instrumentos musicais após um concerto em sua casa, com a ajuda de dois agentes de empresas de segurança privadas que se fizeram passar por músicos. Outra fonte próxima ao empresário, no entanto, negou a informação.

A eventual fuga de Ghosn em uma caixa de instrumentos "é uma especulação", disse Ajami nesta sexta-feira à AFP. "Não sei como partiu do Japão", completou, antes de explicar que não conversou diretamente com o executivo após a fuga.

- Osaka-Istambul-Beirute -

A rota de fuga, no entanto, parece estabelecida. Os investigadores suspeitam que ele embarcou em um avião privado no aeroporto internacional de Kansai (oeste do Japão) no domingo 29 de dezembro à noite. Depois de uma breve escala no aeroporto Ataturk em Istambul, utilizado por aviões de carga e privados, embarcou em outra aeronave com destino a Beirute.

Os investigadores japoneses fizeram uma operação de busca e apreensão na casa de Ghosn em Tóquio na quinta-feira. Sete pessoas, incluindo quatro pilotos, foram detidas na Turquia suspeitas de ajudar na fuga.

A companhia aérea turca MNG Jet denunciou nesta sexta-feira o uso "ilegal" de duas de suas aeronaves para a fuga do ex-CEO da Nissan-Renault.

"A MNG Jet apresentou uma demanda pelo uso ilegal de seus serviços de aviação privada relacionados à fuga de Carlos Ghosn", afirmou a empresa em um comunicado. Um dos funcionários da empresa, detido pela polícia turca, falsificou documentos.

A Procuradoria Geral libanesa recebeu na quinta-feira um "alerta vermelho" da Interpol. O aviso de busca internacional é emitido a pedido dos países membros. No entanto, não há acordo de extradição entre Líbano e Japão.

Ghosn, de 65 anos e que tem nacionalidade francesa, libanesa e brasileira, foi detido em novembro de 2018 no Japão e acusado de supostas fraudes financeiras. Depois de passar 130 dias na prisão, ele foi liberado após o pagamento de fiança no fim de abril, sob estritas condições, e proibido de sair do país à espera do julgamento.

- Segundo passaporte francês -

A polícia suspeita que Ghosn saiu do Japão com uma identidade falsa ou evitando os controles oficiais. Seus três passaportes - francês, libanês e brasileiro - estavam em um cofre de seus advogados japoneses, para limitar os riscos de fuga.

Ghosn, porém, tinha um segundo passaporte francês, em uma espécie de estojo lacrado e cujo código de abertura era conhecido apenas por seus advogados japoneses, informou na quinta-feira uma fonte próxima ao caso.

A justiça japonesa o autorizou a manter este documento, que servia de visto de curta duração no arquipélago. Por este motivo, ele precisava do passaporte disponível para seus deslocamentos no país, segundo a mesma fonte.

Se o segundo passaporte francês não poderia ser utilizado para sair do território japonês, em tese poderia ser usado na escala na Turquia.

As autoridades libanesas indicaram que Ghosn entrou legalmente no país, com um documento de identidade libanês e um passaporte francês. Carlos Ghosn anunciou que concederá uma entrevista coletiva na próxima semana em Beirute.

O ex-chefe da Renault-Nissan Carlos Ghosn afirmou nesta quinta-feira que organizou "sozinho" sua partida do Japão, onde é processado por peculato financeiro, em direção ao Líbano, negando qualquer envolvimento de sua família.

"As alegações na mídia de que minha esposa Carole e outros membros da minha família tiveram um papel importante na minha partida do Japão são falsas e mentirosas. Fui eu quem organizou minha partida. Minha família não teve nenhum papel", garantiu Ghosn em um breve comunicado de imprensa recebido pela AFP.

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As autoridades turcas prenderam sete pessoas suspeitas de ajudar o ex-CEO da aliança Renault-Nissan Carlos Ghosn a chegar ao Líbano a partir de Istambul, após sua fuga do Japão, onde seria julgado - informa a imprensa local.

De acordo com a agência de notícias DHA, a polícia prendeu quatro pilotos, dois funcionários que trabalham em solo e o chefe de uma companhia aérea de voos fretados sob suspeita de auxiliar Ghosn a viajar para o Líbano. Partiu de um aeroporto de Istambul, aonde ele chegou em um voo procedente do Japão.

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O Ministério do Interior iniciou uma investigação para determinar as condições, nas quais Ghosn conseguiu transitar pela capital econômica da Turquia, noticiou o canal NTV.

Por volta das 5h15 da manhã de segunda-feira (23h15 de domingo no horário de Brasília), um jato particular, com matrícula TC-TSR procedente de Osaka, no Japão, pousou no aeroporto de Atatürk.

Fechada para voos comerciais, essa infraestrutura é usada por aeronaves de carga e por voos particulares. Depois de aterrissar, a aeronave foi levada para um galpão.

Por volta das 6h (00h em Brasília), neste mesmo dia, outro jato particular, um Bombardier Challenger 300 matrícula TC-RZA, decolou do mesmo aeroporto com destino a Beirute.

Segundo a DHA, os investigadores apreenderam o registro das conversas entre o piloto da segunda aeronave e a torre de controle. "Destino Beirute", disse o piloto na gravação, segundo a agência de notícias turca.

Após passar 130 dias na prisão, a fuga de Ghosn do Japão representou uma mudança espetacular no caso que envolve um dos principais executivos da indústria automobilística. O executivo é acusado de fraude financeira e estava sob detenção domiciliar.

A suspeita é de que Ghosn tenha embarcado em um jato particular no aeroporto de Kansai. Um avião deste tipo decolou em 29 de dezembro às 23h (horário do Japão) com destino a Istambul, segundo a imprensa japonesa.

O jornal turco "Hürriyet" informou que Ghosn pousou no aeroporto Atatürk e partiu deste terminal para o Líbano, pouco tempo depois, em outro jato.

A polícia fez uma operação nesta quinta-feira (1°) na residência de Carlos Ghosn em Tóquio, ao mesmo tempo que as autoridades turcas anunciaram a detenção de várias pessoas na tentativa de elucidar as circunstâncias da fuga para o Líbano, via Istambul, do ex-magnata do setor automobilístico.

Canais de TV japoneses exibiram nesta quinta-feira (2) imagens de policiais entrando na casa de Tóquio na qual o ex-CEO da aliança Renault-Nissan estava em prisão domiciliar.

De acordo com a agência de notícias DHA, a polícia turca prendeu sete pessoas, incluindo quatro pilotos, sob suspeita de auxiliar Ghosn a viajar ao Líbano a partir de um aeroporto de Istambul, onde ele chegou em um voo procedente do Japão.

Ghosn desembarcou na segunda-feira em Beirute, onde publicou um comunicado à imprensa. Sua equipe de comunicação confirmou à AFP que ele concederá uma entrevista coletiva nos próximos dias.

O executivo foi detido em Tóquio em novembro de 2018, acusado de fraude financeira, e deveria ser julgado no Japão a partir de abril de 2020. Depois de passar 130 dias na prisão, ele estava em detenção domiciliar.

O homem que chegou a ser o CEO mais bem pago do Japão enfrenta quatro acusações neste país: duas por renda diferida não declarada pela Nissan às autoridades da Bolsa e duas por abuso de confiança com agravante.

As circunstâncias de sua fuga, no entanto, permanecem muito confusas.

De acordo com fontes da investigação citadas pela imprensa japonesa, o Ministério Público de Tóquio está examinando as imagens das câmeras de segurança na entrada de sua residência e no bairro em que morava.

O governo da França indicou que Ghosn, que tem três nacionalidades (francesa, brasileira e libanesa), não será extraditado se entrar em território francês porque o país nunca extradita seus cidadãos. A afirmação foi feita pela secretária de Estado de Economia, Agnès Pannier-Runacher, ao canal BFMTV.

Além disso, uma fonte próxima ao caso confirmou nesta quinta-feira que Ghosn tinha dois passaportes franceses e um dos documentos estava com ele.

A fonte entrevistada pela AFP indicou que os advogados do executivo mantinham três passaportes de Ghosn (francês, libanês e brasileiro) guardados em um cofre.

Mas o empresário recebeu uma autorização excepcional de um tribunal para carregar um segundo passaporte francês, que levava dentro de uma espécie de estojo, que tinha um código secreto guardado por seus advogados.

Ghosn estava proibido de viajar ao exterior, mas se deslocava com relativa liberdade dentro do Japão, onde podia sair da capital com algumas restrições, um sistema aplicado a outros estrangeiros em prisão provisória.

Na eventualidade de um controle policial, ele precisava entrar em contato com o advogado que tinha o código para que este comparecesse ao local em que o executivo estivesse (o código não poderia ser comunicado por telefone à polícia), informou a mesma fonte.

Ghosn, no entanto, não teria utilizado este passaporte para fugir do país, e sim um "meio ilegal", informou o canal NHK, que também citou fontes próximas à investigação.

De acordo com a presidência libanesa, Ghosn entrou no país procedente da Turquia com um passaporte francês e um documento de identidade libanês.

Há suspeitas de que Ghosn teria utilizado um jato privado que decolou do aeroporto de Kansai, na região oeste do Japão.

Um avião deste tipo decolou em 29 de dezembro às 23H00 (horário do Japão) do aeroporto, administrado pelo grupo francês Vinci e o japonês Orix, com destino a Istambul, segundo a imprensa nipônica.

A fuga de Ghosn provocou grande consternação no Japão e seus advogados consideraram a atitude "indesculpável", embora tenham afirmado entender as razões de seu descontentamento com a justiça japonesa.

Após sua detenção, Ghosn foi demitido como presidente da Nissan e da Mitsubishi Motors. Em seguida renunciou à presidência da Renault, antes mesmo de outras investigações contra ele na França.

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