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  Hoje (26) faz 37 anos do acidente nuclear de Chernobyl, localizada em  Pripyat, a 130 quilômetos de Kiev, capital da Ucrânia,20 quilômetros ao sul da fronteira cmo Belarus. Devido a uma explosão que espalhou material radioativo por milhares de quilômetros, o elemento tóxico deixou rastros no DNA de cães que vivem hoje nas áreas afetadas. A pesquisa que identificou a mudança foi publicada pela Science Advances na edição de março.  

De acordo com a publicação, os cães que vivem ainda nos arredores da Usina de Chernobyl são diferenciados tanto de cães de raça livre (cachorros sem raça definida) quanto de cães de raça pura. “Cães que vivem em Chernobyl são geneticamente distintos daqueles de fora da região”, certifica o estudo. A diferenciação dos animais é fruto da exposição à radiação ionizante de baixa dose em longa duração.

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No local, foram encontrados descendentes de cães que viviam na região da usina há 15 gerações. Em 2017, foram analisados 302 cães que vivem em raios diferentes do desastre, em três grupos dispostos: um que vive dentro da própria usina, um que vive a 15 quilômetros do desastre e um último que vive a 45 quilômetros da usina. O primeiro grupo é o que apresenta maior diferenciação genética.  

“Populações de cães semi selvagens provavelmente povoaram o local do desastre nuclear de Chernobyl nas últimas décadas desde o acidente. Alguns cães estão vivendo e se reproduzindo em áreas altamente contaminadas, como a estrutura do novo confinamento seguro de Chernobyl, construída para conter a radioatividade do reator danificado e áreas de armazenamento de combustível nuclear usado”, aponta a publicação de pesquisadores da Universidade da Carolina do Sul e do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano feita na Science.

EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO

A pesquisa abre precedentes para compreender o impacto das duras condições ambientais para a vida selvagem e de seres humanos sob exposição de radiação em longo prazo. Ou seja, a adaptação a duras condições de vida no decorrer do tempo exposto à radiação.  

A pesquisa, conduzida por cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos em Bethesda, Maryland, foi baseada em amostras de sangue dos animais. Segundo o estudo, alguns locais da usina têm de dez a 400 vezes os níveis de césio-137 – elemento químico altamente radioativo. Já o físico de radiação da Universidade de Columbia, David Brenner, que não contribuiu para a pesquisa, disse em entrevista à Nature News que “não será fácil para os cientistas descobrirem quais diferenças genéticas podem ser causadas por essa exposição em relação a outros fatores”.

Apesar disso, estudiosos dizem que a pesquisa é o início de um esforço para entender melhor como a exposição prolongada a baixos níveis de radiação pode afetar a genética dos animais – e como eles podem sobreviver em condições tão severas.

 

No dia 27 de abril de 1986, Pripryat, uma cidade no centro-norte da Ucrânia, era evacuada em decorrência do desastre nuclear de Chernobyl. Conhecida por ser o centro habitado mais próximo da usina de Chernobyl, Pripryat se tornou uma cidade fantasma após o desastre no meio da década de 80. O nome da cidade é derivado de um córrego que passa próximo a região.

O acidente de Chernobyl é até hoje o maior acidente nuclear da história. A tragédia ocorreu na usina V. I. Lenin, na extinta União Soviética. Milhares de vidas foram perdidas durante o acontecimento e, segundo especialistas, esta passagem contribuiu para acelerar o fim já previsto da União Soviética.

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O acidente de Chernobyl aconteceu à 1h e 23 minutos da madrugada do dia 26 de abril de 1986. A falha que levou ao desastre aconteceu no reator 4 da usina de Chernobyl e, atualmente, é considerado como resultado de falha humana, uma vez que os  operadores descumpriram diversos passos do protocolo de segurança. Além disso, os reatores RBMK (usados na usina) tinham em seu projeto um grave erro estrutural, que permitiu que o desastre acontecesse.

O incêndio no reator 4 se estendeu durante dias. Após a explosão, o reator nuclear ficou exposto e o incêndio jogou na atmosfera uma grande quantidade de materiais radioativos. O vento foi responsável por espalhar o material radioativo na atmosfera, principalmente para o norte de Pripryat. Rapidamente os níveis de radiação puderam ser medidos em países próximos como a Polônia, Áustria, Suécia, Bielorussia e até em lugares mais distantes como Reino Unido, Estados Unidos e Canadá.

Segundo o relatório da ONU, o acidente radioativo foi responsável pela morte de cerca de 4 mil pessoas, incluindo vítimas decorrentes de sequelas da radiação nuclear. Ativistas ecológicos como o Greenpeace sustentam que o número de mortes pode ter atingido os 93 mil.

As autoridades soviéticas realizaram um esforço para abafar a repercussão e as testemunhas que poderiam ter informações sobre o acidente, porém, diversos anos depois autores e produções audiovisuais se dedicaram a aprofundar o conhecimento sobre o acidente. O livro de Svetlana Alexijevich, Vozes de Tchernóbil, se dedica a ouvir testemunhas e sobreviventes do acidente de Chernobyl, como bombeiros, oficiais e moradores envolvidos no desastre. Outra produção mais recente da HBO+ é a série “Chernobyl”, que acompanha cronologicamente as horas que precedem e sucedem o acidente, mostrando os processos de manipulação midiática, erros humanos e também a determinação necessária para conter o maior desastre nuclear da história.

Por Matheus de Maio

Funcionários da usina nuclear de Chernobyl relataram uma situação desesperadora. Pouco mais de 200 técnicos e membros da equipe de apoio estão trabalhando na mira de fuzis de soldados russos, sob constante pressão psicológica e sem descanso. As informações são do Wall Street Journal, que ouviu os trabalhadores presos, analisou vídeos, mensagens enviadas para parentes e conversou com amigos, gerentes e autoridades locais.

Isolados na usina desde o dia 23, eles estão proibidos de sair. Nos últimos dias, a comida foi reduzida para mingau e enlatados, preparados por um cozinheiro de 70 anos que, de acordo com relatos, chegou a desmaiar de exaustão.

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Chernobyl foi desativada em 2000, mas ainda precisa de funcionários para manter a água circulando sobre milhares de barras de combustível fechadas em aço e concreto armado. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse que não há motivo para alarme. As hastes são armazenadas em água suficiente para evitar o superaquecimento. A maior preocupação, segundo a AIEA, é com a saúde dos funcionários da usina.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O abastecimento de energia elétrica na usina nuclear de Chernobyl, inativa desde o acidente nuclear de 1986 e que foi tomada por forças russas nos primeiros dias da invasão da Ucrânia, foi restabelecido, informaram, neste domingo (13), autoridades em Kiev.

"Hoje, graças aos incríveis esforços dos especialistas (ucranianos em energia), nossos engenheiros de energia nuclear e eletricistas conseguiram restabelecer o abastecimento elétrico à central nuclear de Chernobyl, que foi tomada pelos invasores russos", disse o ministro da Energia ucraniano, German Galushchenko, em um comunicado.

"Nossos engenheiros energéticos ucranianos, arriscando sua própria saúde e suas vidas, puderam evitar o risco de uma possível catástrofe nuclear que ameaçava toda a Europa", acrescentou.

Ainda que a eletricidade estivesse cortada na usina, onde foi registrado o pior desastre nuclear do mundo, o organismo de controle atômico da ONU disse que não havia "nenhum impacto crítico para a segurança".

A instalação de Chernobyl, situada em uma zona de exclusão, inclui reatores que foram desmontados depois de 1986, inclusive o de número 4, coberto por um enorme sarcófago, e depósitos de resíduos radioativos.

As forças russas também bombardearam e tomaram a planta de Zaporizhia, a maior central atômica da Europa, em 4 de março, provocando um incêndio que fez a Europa temer uma possível catástrofe nuclear.

A Rússia divulgou, neste sábado (26), imagens da zona de exclusão de Chernobyl, cuja captura pelo Exército de Moscou no primeiro dia da invasão à Ucrânia causou preocupação.

Um vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa da Rússia neste sábado mostra soldados perto da usina, ao lado de um tanque. Um soldado diz, com o rosto coberto, que os níveis de radiação estão "sob controle" e garante que "a proteção da área está sendo realizada com a Guarda Nacional da Ucrânia e o pessoal civil". O governo ucraniano havia declarado que a equipe da usina havia sido evacuada.

A Ucrânia informou ontem que registrou níveis preocupantes de radiação em Chernobyl, embora a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tenha estimado que os níveis "não representam nenhum perigo para o público". Alguns especialistas acreditam que o aumento da radioatividade se deva à agitação militar, que pode ter removido a terra e levantado pó contaminado.

Tropas russas tomaram o controle da central nuclear na última quinta-feira, depois de lutarem com forças ucranianas. A usina sofreu o pior acidente nuclear da História em 26 de abril de 1986, quando um dos reatores explodiu. Naquela época, a Ucrânia fazia parte da União Soviética.

A agência reguladora de energia nuclear da Ucrânia disse ter detectado níveis de radiação gama mais altos do que o normal na área perto da usina nuclear desativada de Chernobyl, depois de ela ter sido apreendida pelos militares russos. A Inspetoria Reguladora Nuclear do Estado não deu mais detalhes, e atribuiu o aumento a uma "perturbação do solo superficial devido ao movimento de uma grande quantidade de equipamentos militares pesados através da zona de exclusão e à liberação de poeira radioativa contaminada no ar".

O porta-voz do Ministério da Defesa russo, major-general Igor Konashenkov, disse que as tropas aerotransportadas russas estavam protegendo a usina para evitar possíveis "provocações". Ele insistiu que os níveis de radiação na área permaneceram normais.

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A Agência Internacional de Energia Atômica, com sede em Viena, disse que foi informada pela Ucrânia sobre o aumento, acrescentando que "não houve vítimas ou destruição no local industrial".

O desastre na usina nuclear de Chernobyl aconteceu em 1986, quando um reator nuclear na usina a 130 quilômetros ao norte de Kiev explodiu, enviando uma nuvem radioativa por toda a Europa. O reator danificado foi posteriormente coberto por uma concha protetora para evitar vazamentos.

Autoridades ucranianas disseram que a Rússia tomou a usina e sua zona de exclusão ao redor após uma batalha nesta quinta-feira, 24, no primeiro dia da invasão russa ao país. As tropas entraram pela fronteira de Belarus, onde estavam concentradas há semanas para a realização de exercícios militares conjuntos, segundo justificou a Rússia na época.

Cerco à Kiev

A invasão começou na madrugada, depois de o presidente Vladimir Putin ordenar uma operação especial no leste do país, controlado por separatistas pró-Rússia. Tropas russas confirmaram que entraram em território ucraniano a partir da Península da Crimeia, anexada pelo Kremlin em 2014.

A partir de então, as forças começaram a montar um cerco à capital, Kiev. Nesta sexta-feira, 25, o Ministério da Defesa da Ucrânia afirmou que as forças russas entraram no distrito de Obolon, a menos de 9 quilômetros do centro de Kiev e os bombardeios aumentaram nas últimas horas.

Explosões soaram antes do amanhecer em Kiev e tiros foram relatados em várias áreas, enquanto os líderes ocidentais agendavam uma reunião de emergência e o presidente da Ucrânia pedia ajuda internacional para afastar um ataque que poderia derrubar seu governo democraticamente eleito, causar baixas em massa e causar danos ao país e à economia global.

Entre os sinais de que a capital ucraniana está cada vez mais ameaçada, os militares disseram na sexta-feira que um grupo de espiões e sabotadores russos foi visto em um bairro nos arredores de Kiev, e a polícia disse às pessoas que não saíssem de uma estação de metrô no centro da cidade porque havia tiroteio na região.

Em outras partes da capital, os soldados estabeleceram posições defensivas nas pontes e veículos blindados circulavam pelas ruas, enquanto muitos moradores olhavam inquietos nas portas de seus prédios de apartamentos.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que Kiev "pode estar sitiada" no que autoridades norte-americanas acreditam ser uma tentativa do presidente russo, Vladimir Putin, de instalar seu próprio regime.

O ataque, previsto há semanas pelos EUA e aliados ocidentais , equivale à maior guerra terrestre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Depois de negar repetidamente os planos de invasão, Putin lançou seu ataque ao país, que tem se inclinado cada vez mais para o Ocidente e para longe da influência de Moscou.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski, cujo controle do poder era cada vez mais tênue, apelou aos líderes globais por sanções ainda mais severas do que as impostas pelos aliados ocidentais e por assistência de defesa. (Com agências internacionais).

A usina nuclear de Chernobyl foi capturada por forças da Rússia, afirmou Mykhailo Podolyak, conselheiro do gabinete presidencial ucraniano, nesta quinta-feira (24). As informações são da agência de notícias Reuters.

"É impossível dizer que a usina nuclear de Chernobyl está segura após um ataque completamente sem sentido dos russos", declarou Podolyak. "Essa é uma das ameaças mais sérias à Europa hoje", acrescentou.

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A Ucrânia, alvo nesta quinta-feira (24) de uma intervenção militar da Rússia para defender os separatistas pró-russos do leste, foi palco de revoluções, anexações de território e guerras desde o fim da União Soviética, em 1991.

Confira cinco coisas a saber sobre este país de 40 milhões de habitantes, localizado às portas da União Europeia.

- Raízes comuns -

Os povos russo e ucraniano são unidos por um milênio de história, com raízes que remontam à Rus de Kiev - estado eslavo medieval com Kiev como capital, que ocupava partes das atuais Ucrânia e Rússia - e se prolongaram até a União Soviética, passando pelo Império czarista russo.

Depois da revolução bolchevique de 1917, a Ucrânia se tornou uma república soviética, mas a partir da sua independência, em 1991, aumentaram as tensões com a Rússia, que culminaram em 2014 com uma revolução pró-ocidental.

Naquele ano, a Rússia anexou a península da Crimeia (sul) e desde então, apoia os repedes separatistas no leste da Ucrânia em um conflito que deixou mais de 14.000 mortos.

Este ano, a Rússia concentrou dezenas de milhares de soldados nas fronteiras com a Ucrânia e o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu em 21 de fevereiro a independência das autodenominadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk e ordenou a mobilização de tropas nestas áreas.

A maioria dos ucranianos fala ucraniano e russo, embora atualmente uma política de "ucranização" exija que os veículos de comunicação publiquem em ucraniano e que a língua e a literatura russas desapareçam dos currículos escolares.

Para Kiev, trata-se de reverter a "russificação" forçada da Ucrânia durante a era sovié.

- Crise econômica -

Com a crise de 2014, a economia ucraniana colapsou e o PIB caiu quase 7% para no ano seguinte despencar cerca de 10% e a inflação superou os 40%.

A Ucrânia deu sinais de recuperação nos dois anos seguintes, mas continua sendo um dos países mais pobres da Europa, com um salário médio mensal de 550 euros.

O país depende dos impostos gerados pelo tráfego do gás russo para a Europa e por isso tem expressado sua preocupação com projetos de gasodutos que evitam seu território.

A isto se soma uma fuga de capitais e uma aceleração da inflação.

- Corrupção endêmica -

A corrupção na Ucrânia é endêmica: em seu relatório de 2021, a organização Transparência Internacional situou o país na posição 122 de 180. Isto representou uma melhora em relação a 2014 (142), mas o país está muito atrás dos vizinhos europeus.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, um ex-comediante de 44 anos, sem experiência política, chegou ao poder em 2019 com a promessa de adotar uma política de tolerância zero com a corrupção.

Mas sua luta nesta área estagnou, gerando críticas de países ocidentais e de doadores internacionais.

- Chernobyl -

O pior acidente nuclear da história ocorreu em 26 de abril de 1986 na Ucrânia - que então era uma das 15 repúblicas soviéticas -, quando um reator da usina nuclear de Chernobyl explodiu, contaminando até três quartos da Europa, especialmente na União Soviética.

Cerca de 350.000 pessoas tiveram que ser evacuadas de um perímetro de 30 km ao redor da usina, que continua sendo uma área proibida. O custo humano ainda é controverso atualmente.

Em anos recentes, o local onde ficava a usina se tornou um destino importante de turismo.

- Borsch -

Para muitos, o borsch, uma sopa de beterraba e repolho que costuma ser servida com creme fresco, é um símbolo da cozinha russa. No entanto, frequentemente se aceita que o prato tem origem ucraniana.

Um caso similar é o do frango a Kiev, cuja origem costuma ser alvo de disputa.

Nesta quinta-feira, dia 4, a Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão anunciou os indicados ao Bafta, cerimônia equivalente ao Oscar britânico e que acontece no dia 31 de julho, uma sexta-feira. A premiação, que normalmente acontece no início do ano, foi adiada por conta da pandemia do novo coronavírus. O evento, focado em prestigiar personalidades e obras da televisão inglesa, acontecerá normalmente e será exibido pela BBC, mas ainda não se sabe se haverá a presença de plateia. Para 2020, as séries Chernobyl, The Crown, Fleabag e Giri/Haji lideram as indicações, com três nomeações cada. Confira abaixo:

Programa de Entretenimento de Comédia

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The Graham Norton Show (BBC One)

The Last Leg (Channel 4)

The Ranganation (BBC Two)

Taskmaster (Dave)

Programas da Atualidade

Growing Up Poor: Britain’s Breadline Kids - Dispatches (Channel 4)

The Hunt For Jihadi John (Channel 4)

Is Labour Anti-semitic? - Panorama (BBC One)

Undercover: Inside China’s Digital Gulag (ITV)

Séries de Drama

The Crown (Netflix)

The End Of The F***Ing World (Channel 4)

Gentleman Jack (ITV)

Giri/Haji (BBC Two)

Performance de Entretenimento

Frankie Boyle - Frankie Boyle’s New World Order (BBC Two)

Graham Norton - The Graham Norton Show (BBC One)

Lee Mack - Would I Lie To You (BBC One)

Mo Gilligan - The Lateish Show With Mo Gilligan (Channel 4)

Programa de Entretenimento

The Greatest Dancer (BBC One)

The Rap Game UK (BBC Three)

Strictly Come Dancing (BBC One)

The Voice UK (ITV)

Série Documental

Crime And Punishment (Channel 4)

Don’t F**K With Cats: Hunting An Internet Killer (Netflix)

Leaving Neverland (Channel 4)

Our Dementia Choir With Vicky Mcclure (BBC One)

Features

Joe Lycett’s Got Your Back (Channel 4)

The Misadventures Of Romesh Ranganathan (BBC Two)

Mortimer & Whitehouse: Gone Fishing (BBC Two)

Snackmasters (Channel 4)

Atuação Feminina em Série de Comédia

Gbemisola Ikumelo - Famalam (BBC Three)

Phoebe Waller-bridge - Fleabag (BBC Three)

Sarah Kendall - Frayed (Sky Atlantic)

Sian Clifford - Fleabag (BBC Three)

Internacional [fora da Inglaterra]

Euphoria (Sky Atlantic)

Succession (Sky Atlantic)

Unbelievable (Netflix)

When They See Us (Netflix)

Ator Principal

Callum Turner - The Capture (BBC One)

Jared Harris - Chernobyl (Sky Atlantic)

Stephen Graham - The Virtues (Channel 4)

Takehiro Hira - Giri/Haji (BBC Two)

Atriz Principal

Glenda Jackson - Elizabeth Is Missing (BBC One)

Jodie Comer - Killing Eve (BBC Three)

Samantha Morton - I Am Kirsty (Channel 4)

Suranne Jones - Gentleman Jack (BBC One)

Evento Ao Vivo

Blue Planet Live (BBC One)

Election 2019 Live: The Results (ITV)

Glastonbury 2019 (BBC Two)

Operation Live (Channel 5)

Atuação Masculina em Série de Comédia

Guz Khan - Man Like Mobeen (BBC Three)

Jamie Demetriou - Stath Lets Flats (Channel 4)

Ncuti Gatwa - Sex Education (Netflix)

Youssef Kerkour - Home (Channel 4)

Minisséries

A Confession (ITV)

Chernobyl (Sky Atlantic)

The Victim (BBC One)

The Virtues (Channel 4)

Cobertura Jornalística

Hong Kong Protests (Sky News)

ITV News At Ten: Election Results (ITV)

Prince Andrew & The Epstein Scandal - Newsnight (BBC Two)

Victoria Derbyshire: Men Who Lost Loved Ones To Knife Crime (BBC Two)

Realities e Documentários

Celebrity Gogglebox (Channel 4)

Harry’s Heroes: The Full English (ITV)

Race Across The World (BBC Two)

Rupaul’s Drag Race UK (BBC Three)

Roteiro de Comédia

Catastrophe (Channel 4)

Derry Girls (Channel 4)

Fleabag (BBC Three)

Stath Lets Flats (Channel 4)

Programa em Curta-Metragem

Anywhere But Westminster (The Guardian)

Brain In Gear (BBC iPlayer)

Soon Gone: A Windrush Chronicle (BBC Four)

Toni_with_an_i - Born Digital: First Cuts (BBC Four)

 

Filme Documental

The Abused (Channel 5)

David Harewood: Psychosis And Me (BBC Two)

The Family Secret (Channel 4)

The Last Survivors (BBC Two)

 

Filme de Drama

Brexit: The Uncivil War (Channel 4)

Elizabeth Is Missing (BBC One)

The Left Behind (BBC Three)

Responsible Child (BBC Two)

Telenovela ou Série Continuada

Casualty (BBC One)

Coronation Street (ITV)

Emmerdale (ITV)

Holby City (BBC One)

Documentário Especializado

8 Days: To The Moon And Back (BBC Two)

Seven Worlds, One Planet (BBC One)

Thatcher: A Very British Revolution (BBC Two)

Yorkshire Ripper Files: A Very British Crime Story (BBC Four)

Esportes

2019 Rugby World Cup Final: England v South Africa (ITV)

Icc Cricket World Cup Final (Sky Sports Cricket)

Fifa Women’s World Cup 2019 Semi Final: England v USA (BBC One)

Wimbledon 2019 Men’s Final (BBC One)

Ator Coadjuvante

Joe Absolom - A Confession (ITV)

Josh O’Connor - The Crown (Netflix)

Stellan Skarsgard - Chernobyl (Sky Atlantic)

Will Sharpe - Giri/Haji (BBC Two)

Atriz Coadjuvante

Helen Behan - The Virtues (Channel 4)

Helena Bonham Carter - The Crown (Netflix)

Jasmine Jobson - Top Boy (Netflix)

Naomi Ackie - The End Of The F***Ing World (Channel 4)

Momento Imperdível (votado pelo público)

Coronation Street - The Death Of Sinead Osborne (ITV)

Fleabag - Confessional Scene (BBC Three)

Game Of Thrones - Arya Kills The Night King (Sky Atlantic)

Gavin And Stacey - Nessa Proposes To Smithy (BBC One)

Line Of Duty - John Corbett’s Death (BBC One)

Love Island - Michael Recouples After Casa Amor (ITV2)

No próximo domingo (5), em Los Angeles, acontece a premiação do 77º Globo de Ouro. No total, são 25 categorias, sendo 14 de cinema e 11 de TV. Algumas produções estão disponíveis para o público brasileiro, seja nos cinemas ou em serviços de streaming. O LeiaJá te conta como você pode assistir a alguns dos filmes e séries indicados.

Melhor filme – Drama

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A Netflix mandou esse ano. Três concorrentes são parcerias com a empresa e estão em seu catálogo: O Irlandês, História de um Casamento e Dois Papas.

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Melhor Filme - Musical ou Comédia

Três dos indicados estão em serviços de streaming: Era uma Vez em... Hollywood está no catálogo do NOW; Rocketman, a cinebiografia de Elton John, no Amazon Prime; e Meu nome é Dolemite, com Eddie Murphy, na Netflix. Já o longa Entre Facas e Segredos está em cartaz nos cinemas. No Recife, tem sessões nos shoppings Plaza, Recife e Tacaruna.

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Parasita

O vencedor da Palma de Ouro de Cannes concorre a três categorias no Globo de Ouro: Filme Estrangeiro, Roteiro e Direção (Bong Joon-ho). O filme pode ser visto nos cinemas da Fundaj (Derby e Casa Forte), no MovieMax Rosa e Silva e no São Luiz, no centro do Recife.

Melhor Animação

Frozen 2 foi primeiro blockbuster a estrear no Brasil em 2020 e tem sessões em praticamente todos os cinemas da Região Metropolitana. Leia nossa crítica. Mais antigos, O Rei Leão e Toy Story 4 estão no NOW.

Melhor série – Drama

Big Little Lies e Succession podem ser conferidas na HBO GO. The Morning Show é uma produção da Apple TV+ e The Crown tem na Netflix.

Melhor série - Musical ou Comédia

Fleabag e The Marvelous Mrs. Maisel tem na Amazon. Já The Kominsky Method e The Politician estão na Netflix.

Melhor série limitada ou filme para TV

Chernobyl na HBO GO e Inacreditável na Netflix

Uma equipe de pesquisadores do Reino Unido desenvolveu a primeira vodca produzida a partir de insumos oriundos da zona de exclusão que ainda vigora ao redor da antiga usina nuclear de Chernobyl. Chamada de Atomika, a bebida é o primeiro produto feito para consumo proveniente da área abandonada desde o pior acidente nuclear da história, em 1986.

A fabricação da vodca se deu a partir do cultivo de cereais em uma fazenda na zona de exclusão, na Ucrânia. Os pesquisadores trabalham na área desde a década de 1990 estudando como a terra se recuperou desde o acidente nuclear.

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Para a produção da Atomika foram destilados o centeio levemente contaminado e água encontrada no aquífero de Chernobyl. Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, analisaram os ingredientes à procura de radioatividade neles mas nada foi encontrado.

Até agora, foi produzida somente uma garrafa da bebida. O objetivo da equipe do professor Jim Smith é provar que a terra do lugar pode ser reaproveitada além de gerar renda com a venda das próximas 500 garrafas a serem produzidas para as famílias que ainda vivem na região que sofrem com uma condição econômica precária.

O acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, é considerado o pior desastre nuclear da história da humanidade, tendo atingido nível 7, o mais grave, na Escala Internacional de Acidentes Nucleares (INES). Na madrugada do dia 26 de abril de 1986, durante um teste de segurança que simulou uma falta de energia, uma combinação de falhas no projeto de construção e erros humanos resultaram em condições de reação descontroladas no reator nº 4 do complexo.

De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da Organização das Nações Unidas (ONU), o acidente provocou a morte imediata de duas pessoas, trabalhadores da usina, e, no decorrer dos anos, cerca de 5 milhões de pessoas morreram em consequência da exposição à radiação, que cobriu grande parte da Europa. 

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No último mês de maio, a HBO estreou a série “Chernobyl”, com cinco episódios, que retratam os eventos em torno do acidente. Para ajudar os feras a estudarem para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o professor de química Berg Figueiredo gravou uma aula, em parceria com o LeiaJá

A série americana Chernobyl, que conta a história do trágico acidentes nuclear, tem feito muito sucesso entre o público. Menos entre os russos. O país de Vladimir Putin está se preparando para produzir um filme 'em resposta' à produção exibida pela HBO. O roteiro vai contar que o acidente, na verdade, foi resultado de uma infiltração dos EUA na usina russa.

Craig Mazin, diretor de Chernobyl, pesquisou por anos os detalhes do acidente ocorrido na usina russa para criar a série. O conteúdo da atração, no entanto, não deixou os russos muito felizes. Segundo o Moscow Times, o público daquele país tem descrito a produção como exagerada e caricata.

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Sendo assim, o canal russo NTV, que tem apoio do Estado, já está se preparando para produzir um filme que vai contar sua própria versão do acontecido. No roteiro, a CIA, agência de inteligência americana, vai aparecer como sendo a responsável pela tragédia.

O diretor da produção russa, Alexei Muradov, deu alguns detalhes do filme em entrevista ao Moscow Times. Segundo ele, o roteiro será baseado em uma teoria da conspiração que alega uma suposta infiltração de agentes americanos na usina nuclear. O longa ainda não tem data de estreia.

A aclamada minissérie americana "Chernobyl", sobre a catástrofe nuclear, faz aflorar dolorosas lembranças na Rússia, com um realismo tão elogiado quanto criticado por exagerar o papel nefasto das autoridades soviéticas.

A rede HBO difundiu nesta semana o último dos cinco episódios desta minissérie, quadro implacável do pior acidente da história nuclear civil.

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Em 26 de abril de 1986, a explosão do reator número quatro da usina de Chernobyl, na Ucrânia soviética, dispersou uma nuvem radioativa pela Europa. A URSS tentou ocultar o incidente durante várias semanas, antes de resolver evacuar a zona, ainda inabitável 30 anos depois.

"Os graus de realismo de Chernobyl são mais elevados que na maioria dos filmes russos sobre este período", reconhece o jornal pró-governamental Izvestia.

"Penso que se trata de uma obra televisual de alta qualidade", disse à AFP Susanna Alperina, jornalista cultural no jornal pró-Kremlin Rossiïskaïa Gazeta.

Na Rússia, a série não é transmitida na televisão, mas é acessível através da plataforma de streaming Amediateka, que obteve os direitos de muitas séries populares como "Game of Thrones".

A obra é elogiada porque consegue reproduzir o ambiente da URSS e às vezes lembra aos espectadores russos de sua infância. A gravação foi compartilhada entre Ucrânia e uma antiga usina nuclear soviética na Lituânia, equipada com os mesmo reatores RBMK da Chernobyl.

Realizada pelo sueco Johan Renck, "Chernobyl" tem como personagem principal o diretor adjunto do maior centro de pesquisas da URSS.

A série se concentra no heroísmo dos personagens comuns, mas os altos dirigentes soviéticos, começando pelo líder da época Mikhail Gorbachev, são mostrados como carentes de valores e mentirosos.

A série expressa "respeito e simpatia pelas pessoas, por nosso povo soviético", disse no Facebook a jornalista Ksenia Larina, da rádio independente Echo, de Moscou. "Mas expressa muito desdém pelas autoridades que desprezaram seus cidadãos", completou.

- "Uma mentira filmada de forma brilhante" -

Agora que as relações entre a Rússia e os países ocidentais estão no pior momento desde o fim da Guerra Fria, alguns veem na série uma crítica injustificada ao regime soviético e um ataque contra o poder atual.

O jornal popular Argumenty i Fakty criticou uma "mentira filmada de forma brilhante", que divide o povo soviético entre "carrascos sanguinários e vítimas inocentes".

Uma das mensagens ocultas da série seria, por exemplo, mostrar que a indústria nuclear russa não é confiável, advertiu o jornal Komsomolskaïa Pravda.

Para esse jornal, que gosta de teorias da conspiração, a produção com grande orçamento da HBO mostra os "russos desamparados e descuidados" com o objetivo de perturbar as vendas de usinas de fabricação russa no exterior.

Trinta pessoas morreram pela explosão do reator número quatro da usina de Chernobyl, mas o balanço total, que ainda gera polêmica, é de milhares de mortos, especialmente entre os "liquidadores", encarregados das operações de descontaminação da zona.

- "Visão do exterior" -

A jornalista Susanna Alperina não identifica nenhum tipo de propaganda na série. Pelo contrário, a série "mostra como a propaganda se fabrica, o que é diferente".

Alperina acrescenta que "uma visão do exterior às vezes é mais justa" e ressalta o fato de que não há produções russas similares.

Na Rússia, "Chernobyl" também levanta a pergunta de por que uma obra desta qualidade nunca tinha sido feita no país. Uma das razões seria o orçamento das séries russas, que não é comparável ao das produções ocidentais.

"Talvez as pessoas tenham medo de fazer esse tipo de projeto por medo de que os espectadores não gostem. Mas é o que esperam", afirma Susanna Alperina.

Em 2014, a rede russa TNT produziu uma série de terror para adolescentes que tinha como cenário Chernobyl. E o ator e diretor russo Danila Kozlovsky anunciou em março um filme sobre o tema, no qual interpretará o papel principal.

A HBO liberou hoje (28), o trailer sobre a sua minissérie de cinco capítulos que vai retratar a história do acidente nuclear de Chernobyl.

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Chernobyl vai dramatizar o trabalho feito para conter a ameaça radioativa do desastre ocorrido em 1986, em Chernobyl, na Ucrânia. No dia 26 de abril daquele ano, uma explosão acidental na Usina Nuclear de Chernobyl liberou uma nuvem radioativa contaminando pessoas, animais e o meio ambiente.

O elenco conta Emily Watson, Stella Skarsgard, Paul Ritter e Jared Harris. A minissérie tem previsão de lançamento para o dia 6 de maio.

Por Márcio Santos

O presidente ucraniano Petro Poroshenko visitou nesta quarta-feira (26) a central de Chernobyl com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, no 31º aniversário da catástrofe no local, considerado o pior acidente nuclear da história.

"Devemos recordar, pois estas feridas não cicatrizam", afirmou Poroshenko em um discurso diante do reator acidentado da central nuclear de Chernobyl.

"Nossos irmãos bielorrussos talvez tenham sido os mais afetados por este desastre", completou.

"Os bielorrussos, como os ucranianos, entendem que a catástrofe de Chernobyl não tem fronteiras", disse Lukashenko, antes de recordar que os dois países tiveram "gastos enormes" para superar as consequências da tragédia.

Em 26 de abril de 1986 o reator número 4 da central nuclear de Chernobyl explodiu durante um teste de segurança. Por 10 dias, o combustível nuclear ardeu, expelindo na atmosfera elementos radioativos que contaminaram, segundo algumas estimativas, até 75% da Europa, mas sobretudo Rússia, Ucrânia e Belarus, na época repúblicas soviéticas.

Um polêmico relatório da ONU, de 2005, calculou em 4.000 o número de mortes provocadas ou por acontecer nos três países mais afetados. Um ano depois, a ONG Greenpeace avaliou em 100.000 o número de mortes causadas pela catástrofe.

As autoridades ucranianas divulgaram em 1998 o balanço de 12.500 mortos entre os que trabalharam para encerrar a central.

"Obrigado aos heróis que, pagando com suas vidas e saúde, nos protegeram das consequências horríveis desta tragédia", escreveu o primeiro-ministro ucraniano, Volodimir Groisman, no Facebook.

Em novembro de 2016 foi instalada uma gigantesca capa de contenção, de aço, financiada pela comunidade internacional, sobre o reator acidentado, um projeto pensado para garantir a segurança do local nos próximos 100 anos.

A capa, de 25.000 toneladas (36.000 toneladas com os diversos equipamentos previstos), "protegerá nossos filhos, netos e bisnetos", afirmou o presidente Poroshenko.

Com flores, velas e lágrimas, a Ucrânia marca nesta terça-feira o 30º aniversário da explosão de um reator da usina de Chernobyl, no pior desastre nuclear da história. Vários sobreviventes disseram que o caos daquele período ficou marcado na memória para sempre.

Na localidade ucraniana de Slavutych, onde foram realocados muitos dos ex-funcionários da usina nuclear, foi realizada uma vigília à meia-noite da segunda-feira (25) e há mais cerimônias previstas para esta terça-feira. Cerca de 600 mil pessoas foram enviadas para lutar contra o fogo e limpar a pior parte da contaminação na usina. A explosão inicial do reator matou ao menos 30 pessoas e expôs milhões a um nível perigoso de radiação.

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O número final de mortos é alvo de controvérsia, já que é difícil calcular exatamente quantos foram os afetados no longo prazo pela radiação. O número de mortos varia, porém, desde os 9 mil estimados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) até os 90 mil calculados pelo grupo ambientalista Greenpeace.

Trinta anos depois, muitos não conseguiram conter as lágrimas ao levar flores e velas a um monumento dedicado aos trabalhadores mortos na explosão. Alguns dos sobreviventes vestiram batas e capas brancas para a cerimônia, traje igual ao usado após o desastre. Andry Veprev, que trabalhou na usina durante 14 anos e ajudou a limpar a contaminação, disse que as lembranças da crise de 1986 seguem vivas. "Estou orgulhoso daqueles homens que estiveram aqui comigo e que agora já não estão aqui", comentou.

Nesta terça-feira, há atos para lembrar o desastre na parte externa das centrais elétricas de Chernobyl e também na Bielo-Rússia e na Rússia, nações vizinhas também afetadas pela tragédia. O presidente russo, Vladimir Putin, disse em mensagem aos que trabalharam para limpar o local após a explosão que o desastre foi "uma grave lição para toda a humanidade". Fonte: Associated Press.

"Fomos abandonados. Não há mais médicos nem hospitais. E logo não haverá mais medicamentos". Aos 70 anos, Anna Vendarenko se preocupa com os cortes orçamentários do Estado russo nas ajudas às vítimas das radiações de Chernobyl, 30 anos depois do acidente.

O povoado onde mora Anna, Starye Bobovichi, que seus habitantes se negaram a abandonar, era até agora considerado "zona proibida", mas viu seu nível de radioatividade reduzir após um decreto presidencial.

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Com a mudança, a ajuda financeira do Estado, que consiste em subvenções para gastos médicos, estadia em sanatórios para crianças e programas sócio-econômicos, diminuirá drasticamente.

Especialistas afirmam, no entanto, que houve apenas uma leve redução no nível de radioatividade no local desde a explosão da central nuclear de Chernobyl, no dia 26 de abril de 1986.

Alexei Kiselev e Rachid Alimov, especialistas em radioatividade de ONG Greenpeace, usam um aparelho para medir o nível de partículas radioativas na praça principal da cidade.

"1,7 microsieverts por hora... é mais de 30 vezes a dose máxima recomendada", alerta Rachid. "É melhor não demorarmos. E pensar que há pessoas que vivem aqui...", lamenta Alexei.

Das 4.413 localidades russas afetadas pelo acidente de Chernobyl, 383 verão suas subvenções diminuírem por cortes orçamentários, como o povoado de Starye Bobovitchi. Outras 558 cidades serão simplesmente retiradas da lista.

"Com este decreto, o Estado se nega a reconhecer que são necessários 2.000 anos, e não 30, para descontaminar uma zona", denuncia Anton Korsakov, biólogo e especialista nas consequências de Chernobyl para a região de Briansk.

"Mesmo que consigamos descontaminá-la, terão que se passar várias gerações até que as crianças voltem a nascer saudáveis", afirma, lembrando que o índice de mortalidade infantil na região é cinco vezes maior que a média nacional.

Quando as crianças sobrevivem, 80% delas desenvolvem uma ou várias doenças crônicas, de acordo com estatísticas oficiais, citadas pelo especialista.

Ir embora da região

Em Novozybkov, cidade a 180 km de Chernobyl cujos 30.000 habitantes nunca chegaram a ser retirados como era previsto, os corredores do hospital estão cheios de crianças e idosos que esperam durante várias horas.

O cirurgião Viktor Janaiev estima que um terço dos seus pacientes vem ao hospital por doenças causadas ou pioradas pela radiações.

"Muitos não podem se cuidar, visto que os medicamentos subvencionados não são os mais eficazes", e seriam necessários outros remédios, mais caros, explica. O salário mínimo russo é de 6.204 rublos (81 euros).

A partir de julho, Novozybkov passará de "zona a ser evacuada" para "zona habitável", e as ajudas econômicas serão reduzidas.

"É uma má notícia", lamenta Janaiev. "As pessoas terão que pagar pelos seus medicamentos, que até agora eram gratuitos. E as crianças não poderão ir ao sanatório no verão", afirma, lembrando que sair da cidade na estação mais quente do ano, quando as radiações são mais fortes, é uma necessidade.

Aleksander, seu paciente, confirma a observação: "Tenho a saúde boa? Depende. Quando estou em outra região, estou ótimo. Aqui, noto as radiações todos os dias", conta. Esse homem de 30 anos, pai de uma menina, gostaria de "ir embora da região". "Mas com que dinheiro? Ninguém nos ajuda", diz com tristeza.

Viver com as radiações

Viver em uma zona contaminada pelas radiações de Chernobyl tem consequências na saúde; porém, é possível limitá-las sempre e quando "se esteja informado", afirma Liudmila Komorgotseva, da ONG russa União pela Segurança Radioativa.

"Mas o governo não faz nada e as pessoas colhem frutas e cogumelos no bosque contaminado", alerta.

Em 2011, os controles de radioatividade de grande parte dos alimentos e líquidos russos foram suprimidos, e hoje se pode comprar muitos produtos radioativos da região de Briansk nos mercados de todo o país, segundo o Greenpeace.

Nas casas, há inclusive móveis radioativos: as empresas utilizam madeira das florestas russas situadas em "zona proibida", garante o advogado Aleksander Govorovski, que interpôs uma demanda ao departamento florestal da região.

Com uma média de idade de 75 anos, ainda vive na zona de exclusão de Chernobyl uma centena de pessoas, que, em sua maioria, retornou depois da catástrofe, apesar da radiação e da oposição das autoridades ucranianas.

"Na realidade não sei porque existem pessoas que desejam viver em Chernobyl. Qual é o seu objetivo? Seguem o que diz o coração? A nostalgia? Quem sabe?", questiona Evgueni Markevitch, de 78 anos. "Mas eu só quero viver em Chernobyl", completa.

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Evgueni tinha 8 anos quando sua família se mudou para a cidade, na época soviética. "Isto nos salvou da fome, podíamos plantar e fazer a colheita dos nossos alimentos", recorda, justificando de algum modo seu apego pela região. "Nunca quis sair daqui".

Quando o reator número 4 da central nuclear soviética explodiu em 26 de abril de 1986 durante um teste de segurança, Evgueni estava no colégio com seus alunos. "Era um sábado e logo depois do acidente não sabíamos nada sobre o que havia acontecido. Suspeitávamos de algo porque observamos os ônibus e veículos militares que seguiam para Pripyat", uma cidade de 48.000 habitantes - incluindo funcionários da central - que fica a três quilômetros de Chernobyl. "Ninguém nos disse nada. Era o silêncio total", relata.

Evgueni foi finalmente retirado da cidade, mas pouco depois já desejava retornar. Ele inventou todo tipo de estratégias para poder entrar na zona proibida. Se passou por marinheiro e por policial responsável por monitorar a entrega de produtos petrolíferos.

Conseguiu ser recebido pelo diretor do serviço de vigilância de radiações da estação e pediu um emprego, que conseguiu. Desde então nunca mais saiu da área contaminada. Contra todas as expectativas, nunca teve problemas de saúde. Ele admite que planta legumes em seu jardim e consome os produtos. "Há uma parte de risco", resume.

'Como guerrilheiros'

Para Maria Urupa, no entanto, os sorrisos são raros. As condições de vida rudimentares na zona de exclusão de 30 km ao redor da central começaram a pesar sobre a octogenária, em particular porque tem problemas para caminhar desde que sofreu um acidente.

No total, 158 "samosely", como são chamados, vivem na região, de acordo com um diretor da central, em pequenas casas de campo, a maioria de madeira.

Eles vivem com que conseguem cultivar em suas hortas, além de alguns mantimentos entregues pelos funcionários da central nuclear e visitantes. Em caso de necessidade, viajam até a cidade de Ivankiv, fora da zona exclusão, para comprar o necessário no mercado local.

Os "samosely" nunca aceitaram o êxodo forçado. Desta maneira, mais de mil deles retornaram depois da catástrofe para a zona altamente contaminada e vetada à população. As autoridades terminaram por aceitar a situação.

No momento da catástrofe, Maria propôs ao marido que se escondessem no porão para escapar da evacuação. Mas a ideia não deu certo.

"Foi triste. Havia lágrimas e lamentos", recorda. Depois de passar dois meses em um centro para desabrigados, ela decidiu retornar "com um grupo de seis pessoas, através da floresta, como se nós fôssemos guerrilheiros". "Mas hoje é duro viver sozinha", admite. Seu marido faleceu em 2011.

Aos 77 anos, Valentina Kujarenko lamenta os obstáculos que seus parentes precisam superar para poder visitá-la e que, além disso, só podem permanecer por três dias. Ao mesmo tempo, não se arrepende de ter retornado a Chernobyl. "Dizem que os níveis de radiação são altos. Não sei. Talvez a radiação faça algo aos mais nove, aos que nunca viveram aqui. Mas nós, os velhos, o que teríamos a temer?", questiona com simplicidade. "Quando saio de Chernobyl, mesmo em Ivankiv, tudo é estrangeiro. Não sou nacionalista, mas amo muito a minha pequena pátria", afirma.

Ela espera que "um dia Chernobyl volte a viver", que "os sorrisos das crianças voltem a ser ouvidos". Mas Valentina sabe que será necessário esperar muitos anos.

Em 1999, uma pequena Maria nasceu na zona de exclusão, o primeiro bebê desde 1986 na cidade "morta". Anêmica após o parto, a pequena abandonou Chernobyl com sua família um ano depois. Hoje deve ter 17 anos.

A bielorrussa Svetlana Alexievich é a vencedora do prêmio Nobel de Literatura em 2015, por sua "obra polifônica, memorial do sofrimento e da coragem em nossa época", anunciou a Academia Sueca.

A jornalista e escritora, de 67 anos, é a 14ª mulher premiada com o Nobel de Literatura desde sua criação, em 1901.

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"Acabo de informá-la", afirmou Sara Danius, secretária da Academia Sueca, ao canal público SVT. "Ela disse apenas uma palavra: Fantástico!", completou.

"É uma grande escritora, que encontrou novos caminhos literários", disse Danius.

Svetlana Alexievich, que era apontada como favorita há alguns anos, é autora de livros impressionantes sobre a catástrofe de Chernobyl ou a guerra do Afeganistão, proibidos em seu país, que não a perdoa pelo retrato que fez do "homo sovieticus", um ser incapaz de ser livre.

Sua obra, composta com o auxílio de múltiplos testemunhos, foi traduzida para vários idiomas. Mas nenhum livro da vencedora do Nobel foi publicado no Brasil até hoje.

Alguns de seus livros foram adaptados para o teatro na França e Alemanha, onde recebeu o prestigioso prêmio da Paz na Feira Literária Frankfurt em 2013.

Alexievich sucede o francês Patrick Modiano, vencedor do Nobel de Literatura em 2014, e receberá uma recompensa de oito milhões de coroas suecas (860.000 euros, 973.000 dólares).

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