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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reuniu-se, nesta quinta-feira (13), em Xangai, com o CEO da empresa de veículos elétricos BYD, Wang Chuanfu. A companhia chinesa negocia uma fábrica de automóveis elétricos em Camaçari, na Bahia.

Na reunião, acompanhada por ministros e governadores que estão na comitiva, o CEO da empresa falou sobre as políticas chinesas que permitiram o desenvolvimento, na China, de uma indústria de veículos elétricos, tanto de carros de passeio como de ônibus de transporte público.

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O governador da Bahia, Jeronimo Rodrigues, participou do encontro com Lula na tarde desta quinta-feira (pelo horário chinês).

Rodrigues chegou na China antes da comitiva de Lula e visitou no domingo, 9, duas fábricas da BYD, uma que produz carros elétricos e outra que faz ônibus elétricos. As duas unidades produzem mais de 400 mil veículos por ano. "Vamos batalhar para levar essa indústria para Bahia", declarou o governador.

A empresa chinesa negocia com a Ford para assumir a planta industrial da montadora americana no polo industrial de Camaçari.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira (13) que o país está "de volta" ao cenário internacional, no início de uma viagem à China para falar sobre o conflito na Ucrânia e investimentos.

Lula, que desembarcou na quarta-feira à noite em Xangai, terá uma reunião na sexta-feira (14) com o presidente da China, Xi Jinping, em Pequim para tentar formar um grupo grupo de países mediadores na guerra que devasta a Ucrânia.

"A época em que o Brasil estava ausente nas grandes decisões mundiais já é coisa do passado. Estamos de volta no cenário internacional depois de uma ausência inexplicável", declarou em seu primeiro evento oficial no país.

Lula compareceu nesta quinta-feira em Xangai à cerimônia de posse da ex-presidente brasileira Dilma Rousseff (2011-2016) como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDV, na sigla em inglês) dos BRICS, o grupo de grandes países emergentes que reúne Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul.

Desde seu retorno ao poder em 1º de janeiro, o presidente esquerdista deseja recolocar o Brasil "na nova geopolítica mundial" e deixar para trás o isolacionismo de seu antecessor, o político de extrema-direita Jair Bolsonaro.

Lula, que viajou em janeiro para Argentina e Uruguai e no mês seguinte para os Estados Unidos, a princípio deveria ter visitado a China, principal parceiro comercial do Brasil desde 2009, entre 25 e 31 de março, mas a viagem foi adiada devido a uma pneumonia.

O presidente brasileiro, de 77 anos, chegou a Xangai na quarta-feira, acompanhado da primeira-dama, Rosângela "Janja" da Silva, e foi recebido no aeroporto pelo vice-ministro das Relações Exteriores da China, Xie Feng.

"O Brasil está de volta com a disposição de contribuir novamente para um mundo mais desenvolvido, mais justo e ambientalmente sustentável", afirmou durante a cerimônia no banco dos BRICS.

Ele também elogiou o papel do banco dos BRICS como "ferramenta de redução da desigualdade entre países ricos e emergentes", com um "grande potencial transformador" porque libera os países emergentes do que denunciou como submissão às instituições financeiras tradicionais.

Economia

Lula viajou com uma comitiva que inclui quase 40 representantes políticos, incluindo nove ministros, governadores de estados, deputados e senadores, além de empresários.

Esta é a quarta visita oficial de Lula à China. O presidente iniciou em janeiro seu terceiro mandato como presidente, depois do período entre 2003 e 2010.

Desde seu primeiro mandato, as relações entre a China e o Brasil registraram um forte impulso. Após a primeira visita do petista, em 2004, o volume de comércio entre as duas economias cresceu 21 vezes, segundo o Palácio do Planalto.

Em 2022, o gigante asiático importou do Brasil 89,7 bilhões de dólares (443 bilhões de reais), com destaque para soja e minerais, e exportou um valor de US$ 60,74 bilhões (R$ 300 bilhões), segundo o governo brasileiro.

"Vamos consolidar nossa relação com a China. Vou convidar Xi Jinping para uma reunião bilateral no Brasil, para mostrar os projetos nos quais temos interesse em investimentos chinês", disse Lula antes da viagem.

O primeiro dia em Xangai tem uma agenda econômica, com uma visita a um centro de pesquisas da Huawei e uma reunião com o presidente da maior fabricante de carros elétricos da China, o conglomerado BYD.

Em outubro, o grupo BYD, que já produz ônibus e carros elétricos no Brasil, anunciou que planejava abrir uma fábrica de automóveis na Bahia, depois que a Ford Motors fechou sua fábrica no estado.

A Huawei venceu uma licitação para fornecer os equipamentos para a implementação da tecnologia 5G no Brasil em 2021, mesmo ano em que os Estados Unidos colocaram a empresa na lista de grupos chineses que apresentavam um "risco inaceitável" a sua segurança nacional.

Mediação na Ucrânia

Durante a noite, Lula seguirá para Pequim, onde a agenda terá um rumo mais político com o encontro na sexta-feira com Xi Jinping, com quem deverá abordar o conflito na Ucrânia.

Brasil e China têm em comum o fato de não terem imposto sanções à Rússia e esperam desempenhar um papel de mediação no conflito.

Na semana passada, o presidente brasileiro disse que a Ucrânia "não pode querer tudo" e sugeriu a possibilidade de Kiev ceder o território da península da Crimeia, cuja anexação de 2014 por Moscou não é reconhecida pelo governo ucraniano.

O porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, respondeu que não há razão para "abandonar um único centímetro do território ucraniano", mas agradeceu "os esforços do presidente brasileiro para encontrar uma maneira de impedir a agressão russa".

Lula propõe formar um grupo de países para trabalhar em uma solução negociada para o conflito causado pela invasão russa. Após seu retorno da China, esse grupo estará "criado", prometeu.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou na noite desta quarta-feira (12) à China para uma visita oficial, com o objetivo de fortalecer os laços entre o gigante asiático e a maior economia da América Latina.

Lula, que deve se reunir na próxima sexta-feira com o colega chinês, Xi Jinping, em Pequim, desembarcou em Xangai, acompanhado da primeira-dama, Janja. O casal recebeu flores e foi cumprimentado pelo vice-ministro das Relações Exteriores da China, Xie Feng.

Antes de deixar o Brasil, Lula disse que planejava convidar o presidente Xi para uma visita, em data não especificada: "Nós vamos consolidar nossa relação com a China. Vou convidar Xi Jinping para vir ao Brasil, para uma reunião bilateral. Para conhecer o Brasil, mostrar os projetos que temos de interesse de investimento dos chineses".

A agenda de Lula de amanhã em Xangai inclui a posse da ex-presidente Dilma Rousseff como presidente do banco dos Brics, grupo formado pelas economias emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

De volta à Presidência em janeiro, Lula busca amenizar a relação do Brasil com a China, após a deterioração dos laços entre os dois países durante o governo de Jair Bolsonaro.

Em um ato delicado de equilíbrio, Lula também busca estreitar os laços com os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial do Brasil e um importante rival da China. Sua visita a Xi acontece após uma reunião na Casa Branca com o presidente Joe Biden em fevereiro.

Lula vive a expectativa de reposicionar o Brasil como ator-chave e negociador no cenário internacional, após quatro anos de relativo isolamento sob o governo Bolsonaro. Espera-se que ele e Xi discutam o conflito na Ucrânia, no qual ambos esperam atuar como mediadores, apesar da preocupação ocidental de que sejam excessivamente amigáveis com o presidente russo, Vladimir Putin.

Integram a comitiva presidencial na China cerca de 40 funcionários do alto escalão, incluindo ministros, governadores e congressistas. Ele irá encerrar sua viagem com uma visita oficial de um dia aos Emirados Árabes, no próximo sábado.

Em plena tensão com Taiwan, o presidente chinês, Xi Jinping, encorajou o exército a se preparar para o "combate real", dias após ter ensaiado um cerco à ilha autogovernada.

O exército deve "defender com determinação a soberania territorial e os interesses marítimos da China, além de se esforçar para proteger a estabilidade periférica em geral", disse Xi ao visitar uma base naval no sul do país, embora sem mencionar explicitamente Taiwan, segundo declarações transmitidas nesta quarta-feira (12) pelo canal CCTV.

Xi Jinping também chamou as forças armadas a "reforçar o treinamento militar orientado para o combate real".

O governante fez estas declarações na terça-feira, depois que o exército chinês realizou três dias de exercícios militares ao redor de Taiwan, nos quais ensaiou um cerco à ilha de governo autônomo e democrático.

Pequim considera Taiwan como uma província que ainda não conseguiu incorporar ao seu território e não renuncia a tomá-la, inclusive pela força, se necessário.

China e Taiwan estão divididos desde que em 1949 os comunistas ganharam a guerra civil no continente, o que obrigou os nacionalistas do Kuomintang a se refugiarem na ilha.

A política externa de Pequim se baseia no princípio de "uma só China" e, dessa forma, os países com os quais mantém relações diplomáticas não podem ao mesmo tempo ter vínculos com Taipé.

Portanto, o governo chinês considerou uma provocação a reunião na semana passada, na Califórnia, entre a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e Kevin McCarthy, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.

Em resposta, e para pressionar Taiwan, o exército chinês organizou seus exercícios militares, que incluíram a mobilização de navios de guerra e aviões de combate. Os comentários de Xi Jinping foram os primeiros feitos em público após essas manobras.

- Macron se reafirma -

O presidente da França, Emmanuel Macron, visitou a China antes do início desses exercícios militares e, em declarações à imprensa publicadas no domingo, marcou distância com Washington, principal aliado militar da ilha.

Os europeus, defendeu, não devem ser “seguidores” dos Estados Unidos nesse assunto, mas tampouco do gigante asiático.

Macron recebeu críticas nos Estados Unidos por seu posicionamento, reafirmado por ele nesta quarta durante uma visita aos Países Baixos.

“Ser um aliado [dos EUA] não significa ser um vassalo. Ser aliado (...) não significa que não tenhamos direito a pensar por nós mesmos”, declarou o presidente em Amsterdã.

Ele acrescentou que a França apoia “o status quo” em Taiwan e uma “solução pacífica” nesse conflito do Extremo Oriente.

O Ministério de Relações Exteriores da Alemanha, por sua vez, criticou as “posições militares ameaçadoras” de Pequim, que incrementam “o risco de confrontos militares involuntários”.

- Paz em perigo -

A reaproximação das autoridades taiwanesas com os Estados Unidos nos últimos anos irritou Pequim. Apesar do fato de Washington e Taipé não terem relações oficiais, os Estados Unidos fornecem apoio militar substancial à ilha.

No verão passado, a China fez manobras militares sem precedentes perto de Taiwan e disparou mísseis em resposta a uma visita à ilha da democrata Nancy Pelosi, quando ela ocupava o cargo hoje de McCarthy.

Xi deu suas declarações no mesmo dia em que Estados Unidos e Filipinas iniciaram os maiores exercícios militares conjuntos de sua história.

Com esses treinamentos, os dois aliados históricos tentam reforçar sua coordenação para neutralizar a influência da China na região. A proximidade das Filipinas com Taiwan pode tornar o país um parceiro importante se a China invadir a ilha.

No início deste mês, o governo filipino anunciou a localização de quatro novas bases militares que provavelmente serão usadas pelos Estados Unidos. Uma delas fica perto do Mar da China Meridional, e outra, não muito longe de Taiwan.

A China criticou o acordo, dizendo que "põe a paz e a estabilidade regionais em risco".

Acompanhando a comitiva do presidente Lula (PT) à China, o deputado federal Pedro Campos integra a missão, que tem como objetivo consolidar a relação do Brasil com seu maior parceiro comercial. Celeiro de grandes oportunidades para agenda econômica, a viagem oficial tem a expectativa de fomentar novos acordos de cooperação técnica e econômica entre os países.

“Vamos trabalhar para estreitar as relações do Nordeste com a China. Enquanto deputado federal por Pernambuco e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Nordeste, estarei lutando para que esse diálogo se alargue e possa ser fortalecido com vistas ao desenvolvimento da nossa região”, pontua o parlamentar.

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A comitiva conta a participação de quatro governadores do Nordeste: Jerônimo Rodrigues, da Bahia; Elmano de Freitas, do Ceará; Carlos Brandão, do Maranhão; e Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte. A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e o coordenador da bancada do Nordeste na Câmara Federal, deputado Júlio César, também integram a missão.

“Essa é mais uma prova do olhar cuidadoso que o presidente Lula tem para a nossa região. Vamos convergir forças e levar investimentos para impulsionar o desenvolvimento do povo nordestino”, afirmou.

Posse de Dilma no banco dos dos Brics

Em Xangai, a comitiva do presidente Lula acompanhou a cerimônia de posse de Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics. A instituição visa impulsionar ações no Brasil, Rússia, Índia, China, África de Sul e outros países que estão se integrando ao banco.   

“O NBD é uma ferramenta importante para o desenvolvimento do nosso estado e país. Inclusive  já está chegando a Pernambuco, através de uma operação de crédito da Compesa, na ordem de U$ 200 milhões de dólares, a qual tive oportunidade de contribuir em sua formatação enquanto servidor da empresa. Até o final deste ano os desembolsos já devem ser iniciados. É dessa forma, com seriedade, compromisso e ação, que iremos convergir investimentos para avançar em Pernambuco e no Brasil”, pontuou.

A missão oficial, que seguirá nos próximos dias a Pequim para o encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, será concluída  no próximo dia 16.

*Da assessoria 

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, chega na noite desta quarta-feira (12), a Xangai, pelo horário local na China, para uma agenda de dois dias de encontros, que tem como ponto alto uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, no Palácio do Povo, em Pequim, na tarde da sexta-feira, madrugada no Brasil, onde assinarão acordos bilaterais.

A viagem de Lula começa na quinta, em Xangai, onde visita a ex-presidente Dilma Rousseff, eleita para ser presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos Brics - sigla formada pelos países Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

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O banco, com sede em Xangai, tem uma carteira de investimento de US$ 33 bilhões e foi criado em 2014, em uma reunião do grupo em Fortaleza.

A cerimônia de posse de Dilma está marcada para 11h10 da manhã da quinta-feira. Em seguida haverá um almoço na sede do banco e um pronunciamento conjunto de Dilma e Lula.

Na tarde da quinta, Lula vai visitar a fábrica da gigante de tecnologia chinesa Huawei. Ainda na agenda oficial, logo depois da visita, está prevista uma audiência com o secretário Geral do Partido comunista em Xangai e, no começo da noite, um jantar oferecido pelo Secretário Geral do Partido comunista.

Após o jantar, Lula embarca para Pequim, onde terá vários compromissos na sexta-feira. Pela manhã, com o líder do Parlamento da China e, à tarde, com o presidente Xi Jinping.

Os dois devem assinar uma série de acordos bilaterais. Há ainda a promessa de Lula de convidar o líder chinês para visitar o Brasil. Estão previstas a assinatura de mais de 20 acordos entre os dois países.

Lula deve dar declarações à imprensa às 20 horas da sexta-feira em Pequim (7 horas da manhã da sexta-feira no Brasil). No sábado, Lula volta ao Brasil, mas fará uma parada em Abu Dhabi, onde deve se reunir com fundos soberanos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou na manhã desta terça-feira (11) para a China na expectativa de selar cerca de 20 acordos bilaterais com o principal parceiro comercial do País. Lula se encontra com o presidente chinês Xi Jinping na sexta-feira (14).

O que se espera da visita, do lado brasileiro, é que ela evidencie o papel de destaque do País na esfera política internacional e mostre o interesse do Brasil em estreitar laços com a China. Temas como o comércio entre as duas nações, a guerra entre Ucrânia e Rússia, além da possibilidade de transferência de tecnologia e o meio ambiente devem ser abordados entre as lideranças. Ao Estadão, especialistas analisam o que o País pode esperar do encontro, qual a visão da China sobre o Brasil e avaliam o retorno brasileiro ao diálogo multilateral.

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Para Lívio Ribeiro, pesquisador associado do FGV Ibre e sócio da BRCG, o Brasil volta a se colocar no cenário de negociações e debates internacionais em diversos fóruns. Segundo ele, houve um abandono do governo anterior, liderado por Jair Bolsonaro (PL) em relação à China. "O que essa administração faz agora é retomar esse contato multilateral. Esse é o ponto mais importante desta visita: recolocar o Brasil na arena do jogo", afirmou o especialista.

Ribeiro aponta que cartas de intenção de investimento e acordo de cooperação tecnológica - principalmente no setor agrícola -, devem estar entre as discussões possíveis. Conforme mostrou o Estadão, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, já havia adiantado as negociações bilaterais e avaliou que a viagem aproxima ainda mais o agronegócio do governo brasileiro.

Segundo Leonardo Trevisan, professor de Economia e Relações Internacionais da ESPM, a grande expectativa da visita é abrir espaço para que o Brasil "sente na mesa decisória" do mapa geopolítico mundial. "O Brasil se aproxima da China nesta condição de ocupar algum espaço, uma confluência de interesses", declarou. "A China enxerga que esse lado do continente (América Latina) está próximo, e o Brasil tem uma questão de liderança que é indiscutível. A evidência mais forte que esse interesse mútuo é real, foi a rapidez com que a vista foi remarcada."

Em relação à agenda, o professor evidencia os interesses chineses de aproximação com o governo brasileiro, e diz que alguns acordos pontuais podem ocorrer, principalmente relacionados à produção de carros elétricos, construção do satélite CBERS-6 - que permite o monitoramento de biomas - e assuntos ligados à indústria de semicondutores.

"A agenda deste encontro vai estar capitaneada pelos interesses chineses." De acordo com Trevisan, a China pode fazer alguma pressão para a assinatura do Belt and Road. Trata-se de uma iniciativa do governo chinês que visa o desenvolvimento de sua infraestrutura por meio de investimentos em diversos países. "Os Estados Unidos estão com uma certa restrição em fazer investimento no Brasil, principalmente em infraestrutura, e a China quer ocupar este espaço."

Na avaliação do professor, outro tema que deve entrar na pauta é a criação de uma abertura para que o presidente Lula participe diretamente das ações chinesas de mediação do conflito na guerra na Ucrânia. "A guerra da Ucrânia no ano de 2023 pode ser um agravante para a situação econômica. Se nós tivermos, nesse contexto, uma situação de agravamento com o preço do petróleo e energia, vamos ter uma situação difícil e a China quer voltar a crescer", esclarece. "O PIB chinês depende do mundo para isso."

O colunista do Estadão e mestre em ciência política pela UNB, Silvio Cascione, reforça ambos argumentos e afirma que a agenda internacional do presidente demonstra forte interesse pelo Brasil. "Com a sucessão de choques geopolíticos dos últimos anos, há um grande apetite por parcerias com o Brasil, e isso tem sido facilitado pela diplomacia ativa do atual governo, que reverteu o afastamento causado pela retórica radical do ex-presidente Jair Bolsonaro", escreveu em artigo publicado nesta terça.

O presidente Lula (PT) embarcou nesta terça-feira (11) para a China, onde vai se reunir com o presidente Xi Jinping. A viagem estava prevista para acontecer ainda em março, mas foi adiada devido a uma pneumonia, poucos dias antes da partida.

O objetivo da viagem é consolidar uma via de mão dupla com a China, estreitando as relações comerciais entre os países. Confira abaixo a lista completa dos políticos que acompanham Lula na visita:

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Ministros

Fernando Haddad (Fazenda);

Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima);

Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária); Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação);

Mauro Vieira (Relações Exteriores);

Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário);

Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome).

Governadores

Helder Barbalho (MDB-Pará);

Carlos Brandão (PSB-Maranhão);

Elmano Freitas (PT-Ceará);

Fátima Bezerra (PT-Rio Grande do Norte);

Jerônimo Rodrigues (PT-Bahia).

Senadores

Presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG);

Jaques Wagner (PT-BA);

Eliziane Gama (Cidadania-MA);

Confúcio Moura (MDB-RO);

Augusta Brito (PT-CE);

Irajá (PSD-TO);

Jussara Lima (PSD-PI).

Deputados

Júlio César (PSD-PI);

Fábio Macedo (Podemos-MA);

Luis Tibé (Avante-MG);

Jandira Feghali (PCdoB-RJ);

Fausto Pinato (PP-SP);

Heitor Schuch (PSB-RS);

Tabata Amaral (PSB-SP);

André Janones (Avante-MG);

Daniel Almeida (PCdoB-BA);

Maria Arraes (SD-PE);

Renildo Calheiros (PCdoB-PE);

Pedro Campos (PSB-PE);

Gutemberg Reis (MDB-RJ);

Vander Loubet (PT-MS);

Antônio José Albuquerque (PP-CE);

Bruno Farias (Avante-MG);

Eduardo da Fonte (PP-PE);

Iza Arruda (MDB-PE);

Lula da Fonte (PP-PE);

Neto Carletto (PP-BA).

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e sua comitiva ministerial embarcaram na manhã desta terça-feira (11), em Brasília, rumo à China. A decolagem se deu por volta das 7h30.

Antes de embarcar, foram registradas algumas fotos entre Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que assume como presidente em exercício na ausência do petista.

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De acordo com a agenda oficial do chefe do Executivo, o embarque estava previsto para ocorrer às 7 horas.

Segundo a agenda, Lula e a comitiva presidencial farão duas paradas no percurso: uma em Lisboa, em Portugal, e outra em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

A previsão da chegada do presidente a Lisboa é às 19h40, no horário local - 15h40 pelo horário de Brasília.

Já a partida para a segunda parada, Abu Dhabi, está prevista para ocorrer às 21h40, no horário local.

O presidente deve chegar já na quarta-feira (12) à China.

De acordo com o governo, a visita da comitiva brasileira começa no dia 13, em Xangai. À noite, ele viaja para Pequim.

Já no dia 15, Lula deve ir com a delegação brasileira a Abu Dhabi, com volta prevista ao Brasil para o dia 16.

Navios de guerra e aviões chineses continuavam operando ao redor de Taiwan nesta terça-feira (11), informou o ministério taiwanês da Defesa, um dia depois de Pequim declarar o fim de suas grandes manobras militares.

A China "mobilizou aviação militar esta manhã e atravessou a linha mediana a partir do norte, centro e sul", afirmou o ministério, em referência à linha divisória não oficial no Estreito de Taiwan entre a ilha e o continente.

O ministério informou que detectou nove navios de guerra e 26 aeronaves chinesas ao redor da ilha às 11h locais (0h de Brasília).

A China iniciou no sábado (8) três dias de exercícios militares em torno de Taiwan, que incluíram simulações de ataques aéreos e de um cerco marítimo à ilha.

Pequim considera esta ilha de governo democrático e autônomo como parte de seu território e afirma que pretende retomá-la no futuro.

A demonstração de força foi a resposta da China à reunião entre a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, na semana passada.

A governante taiwanesa criticou na segunda-feira os exercícios militares e afirmou que as equipes de segurança "permanecerão em suas posições para defender o país".

Ela também disse que a China utiliza as relações entre Taipé e Washington como uma "desculpa para executar exercícios militares, criando instabilidade em Taiwan e na região".

- "Completado com sucesso" -

Na segunda-feira, o ministério da Defesa de Taiwan detectou 12 navios de guerra e 91 aeronaves chineses ao redor da ilha.

Além disso, 54 aviões entraram na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan, na maior incursão em apenas um dia desde outubro de 2021.

Durante as manobras, aviões de combate J15 decolaram do porta-aviões Shandong, indicou o ministério.

O exército da China afirmou na segunda-feira que "completou com sucesso" o exercício militar.

O objetivo era simular o "isolamento" da ilha de 23 milhões de habitantes e, sobretudo o "bloqueio aéreo", de acordo com a imprensa estatal.

O governo dos Estados Unidos, que pediu sinais de moderação à China, enviou na segunda-feira o destróier com lança-mísseis USS Milius para uma área em disputa no Mar da China Meridional.

"Esta operação de liberdade de navegação respeitou os direitos, liberdades e usos legítimos do mar", afirmou a marinha americana em um comunicado. O destróier americano navegou perto das ilhas Spratly, um arquipélago situado a 1.300 quilômetros de Taiwan e reivindicado por China, Taiwan, Filipinas, Vietnã, Malásia e Brunei.

A China criticou o que chamou de "invasão ilegal" do USS Milius a suas águas territoriais.

Ao mesmo tempo, Pequim advertiu que a independência de Taiwan e a paz dos dois lados do Estreito são "mutuamente excludentes". Também culpou o governo taiwanês e "forças estrangeiras" - não identificadas - pelas tensões.

"Se queremos proteger a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, devemos devemos nos opor de modo veemente a qualquer forma de separatismo taiwanês", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin.

O governo da China pretende impor uma "inspeção de segurança" às ferramentas desenvolvidas no país baseadas em inteligência artificial (IA), como o ChatGPT, de acordo com um projeto de regulamentação divulgado na terça-feira (11).

"Antes de prestar serviços ao público que utilizem produtos de inteligência artificial generativa, uma avaliação de segurança deve ser solicitada aos departamentos reguladores de internet", afirma o projeto de lei, divulgado pela Administração do Ciberespaço da China.

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O projeto pretende garantir o "desenvolvimento saudável e a aplicação padronizada da tecnologia de IA generativa", acrescenta.

Os conteúdos gerados pela IA devem "refletir os valores socialistas fundamentais e não devem apresentar conteúdo relacionado à subversão do poder do estado".

Também não deve conter "propaganda terrorista ou extremista", "ódio étnico" ou "outros conteúdos que possam perturbar a ordem econômica e social".

A Administração do Ciberespaço da China informou que abriu para consulta pública o projeto de regulamentação, que, no sistema político centralizado do país, é praticamente garantido que entrará em vigor.

O texto foi divulgado no momento em que várias empresas de tecnologia chinesas, incluindo Alibaba, JD.com, NetEase e ByteDance (matriz do TikTok), desenvolvem o próprio modelo de chatbot, com a esperança de aproveitar o êxito do serviço pioneiro americano ChatGPT.

A China já anunciou planos ambiciosos para assumir a liderança do setor de inteligência artificial até 2030. A consultoria McKinsey calcula que o setor poderia adicionar quase 600 bilhões de dólares por ano ao PIB chinês.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assinar cerca de 20 acordos durante viagem à China que começa nesta semana. Um deles trata sobre a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites construídos em parceria entre Brasil e China, que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica mesmo com nuvens. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 10, em nota oficial do Palácio do Planalto.

Com embarque previsto para amanhã no período da manhã, o presidente deve chegar na quarta-feira ao país asiático. De acordo com o governo, a visita da comitiva brasileira à China começa no dia 13, em Xangai.

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Pela manhã, Lula participará da cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco de fomento dos BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). À tarde, ele terá encontros com empresários, e à noite viajará para Pequim.

Na sexta-feira, 14, a agenda de Lula inclui uma reunião pela manhã com o presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji, no Grande Palácio do Povo. Depois, o chefe do Executivo irá depositar flores em uma cerimônia na Praça da Paz Celestial. À tarde, o petista deve se encontrar com lideranças sindicais e depois voltará ao Grande Palácio do Povo, onde se reunirá com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, e em seguida será recebido em cerimônia oficial pelo presidente da China, Xi Jinping.

De acordo com a programação, será um encontro aberto, em uma cerimônia para a assinatura de acordos bilaterais. Após isso, haverá um encontro entre ambos os presidentes fechado. Em seguida, está prevista uma cerimônia de troca de presentes, registro de fotos e, por fim, um jantar oficial.

Lula irá à China acompanhado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social).

Os governadores Jerônimo Rodrigues (Bahia), Elmano de Freitas (Ceará), Carlos Brandão (Maranhão), Helder Barbalho (Pará) e Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte) também integram a delegação brasileira.

O Exército da China declarou nesta segunda-feira, 10, que está "pronto para lutar", após completar três dias de exercícios de combate em larga escala em torno de Taiwan. Os treinamentos simularam o isolamento da ilha em resposta à viagem da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, aos Estados Unidos na semana passada.

As "patrulhas de prontidão de combate" chamadas de Joint Sword foram concebidas como um aviso para a autogovernada Taiwan, que a China reivindica como sua.

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As tropas "podem lutar a qualquer momento para esmagar resolutamente qualquer forma de tentativa de independência de Taiwan e de interferência estrangeira", afirmou o Exército nesta segunda. Fonte: Associated Press

O presidente da França, Emmanuel Macron, denunciou nesta sexta-feira (7) na cidade chinesa de Guangzhou a guerra da Rússia contra a Ucrânia, em um encontro com estudantes, antes de uma nova reunião com o homólogo da China, Xi Jinping, para uma cerimônia de chá e um jantar.

A visita a Guangzhou encerra a viagem de Estado de três dias a China. Macron também passou pela capital Pequim e tinha como objetivo revigorar o vínculo com o país depois da pandemia de Covid-19.

O presidente francês incluiu no centro da agenda o conflito na Ucrânia e na quinta-feira afirmou a Xi Jinping que conta com ele "para trazer a Rússia à razão".

Macron chegou durante a tarde a Guangzhou, a terceira maior cidade do país, com 15 milhões de habitantes, e visitou a Universidade de Sun Yat-sen, onde era aguardado por uma multidão.

No ginásio do campus, o presidente francês denunciou a guerra russa que "coloniza" a Ucrânia, em um discurso para mil alunos.

"É um país que decidiu colonizar o vizinho, não respeitar as regras, mobilizar exércitos e invadir", afirmou.

Depois do encontro, Macron se reuniu com Xi na ilha de Shamian, centro da cidade.

Os dois participaram em uma cerimônia de chá e tinham um jantar privado agendado.

Antes de retornar a Paris, ainda nesta sexta-feira, Macron se reunirá com dois grandes investidores chineses: Tang Jiexiong, presidente do grupo Wencan, e Jiang Long, CEO da XTC New Energy Materials.

Na viagem remarcada à China, prevista para semana que vem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ampliou o número de convidados para integrar a comitiva presidencial. De acordo com lista obtida pelo Broadcast Político, foram convidados 37 parlamentares.

Dentre eles, estão 29 deputados, incluindo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e 8 senadores, contando com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O deputado federal Cleber Verde (Republicanos-MA), que está entre os convidados, apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

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A comitiva está prevista para embarcar na próxima terça-feira (11) no período da manhã. Já no dia 15, Lula deve ir com a delegação brasileira a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, com volta prevista ao Brasil para o dia 16.

A viagem tinha sido inicialmente programada para o dia 25 de março. Contudo, Lula foi diagnosticado com pneumonia e influenza A, o que adiou a ida ao país asiático.

Conforme mostrou o Estadão/Broadcast, na viagem prevista para março à China, a comitiva presidencial previa 34 parlamentares, além de 200 empresários.

Confira a lista de deputados e senadores convidados a integrar a comitiva presidencial, obtida pela reportagem:

- Arthur Lira (PP-AL) - Presidente da Câmara dos Deputados

- Fausto Pinato (PP-SP) - Presidente da Frente Parlamentar Brasil/China

- Carlos Zarattini (PT-SP) - Vice-Presidente da Frente Parlamentar Brasil/China

- Vander Loubet (PT-MS) - Vice-Presidente da Frente Parlamentar Brasil/China

- Luiz Fernando Faria (PSD-MG) - Vice-Presidente da Frente Parlamentar Brasil/China

- Gutemberg Reis (MDB-RJ) - Vice-Presidente da Frente Parlamentar Brasil/China

- Zeca Dirceu (PT-PR) - Líder do PT na Câmara dos Deputados

- Daniel Almeida (PCdoB-BA) - Vice Líder do Governo no Congresso Nacional

- Eduardo da Fonte (PP-PE)

- Júlio César (PSD-PI)

- Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP) - Presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional

- Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL) - Líder do MDB

- José Guimarães (PT-CE) - Líder do Governo na Câmara

- Alex Manente (Cidadania-SP) - Líder do Cidadania

- André Figueiredo (PDT-CE) - Líder do PDT

- Fábio Macedo (PODE-MA) - Líder do Podemos

- Fred Costa (Patriota-MG) - Líder do Patriota

- Jandira Feghali (PCdoB-RJ) - Líder do PCdoB

- Luis Tibé (Avante-MG) - Líder do Avante

- Túlio Gadêlha (Rede-PE) - Representante da Rede

- Lula da Fonte (PP-PE)

- Deputada Iza Arruda (MDB-PE)

- Deputado Cleber Verde (Republicanos-MA)

- Deputado AJ Albuquerque (PP-CE)

- Pedro Campos (PSB-PE) - Vice-líder do PSB

- Tabata Amaral (PSB-SP) - Vice-líder do PSB

- Renildo Calheiros (PCdoB-PE) - Vice-líder do Governo na Câmara

- André Janones (Avante-MG) - Vice-líder do Avante

- Heitor Schuch (PSB-RS), Presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços

- Senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) - Presidente do Senado Federal

- Senador Renan Calheiros (MDB-AL) - Presidente da Comissão Relações Exteriores

- Senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) - Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos

- Senadora Eliziane Gama (PSD-MA) - Líder Bloco Parlamentar da Resistência Democrática

- Senador Jaques Wagner (PT-BA) - Líder do Governo

- Senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) - Líder do Governo no Congresso

- Senadora Augusta Brito (PT-CE)

- Senadora Jussara Lima (PSD-PI)

Às vésperas de realizar a primeira viagem oficial à China no atual mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai discutir com o presidente chinês, Xi Jiping, o investimento em novos ativos chineses no Brasil.

“Eu quero que os chineses compreendam que o investimento deles aqui será maravilhosamente bem-vindo. Mas não para comprar nossas empresas. [E sim] para construir coisas novas, que nós precisamos. O que estamos precisando não é vender os ativos que temos, é construir novos ativos. É disso que eu quero convencer os meus amigos da China”.

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A declaração foi dada nesta quinta-feira (6), durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto. De acordo com Lula, uma fabricante chinesa de carros elétricos vai assumir o comando da última fábrica da montadora Ford, na Bahia.

Outro ponto que o presidente quer discutir com Xi Jiping é a possibilidade de o país asiático promover um diálogo com o presidente da Rússia, Vladmir Putin, pelo fim da Guerra na Ucrânia. “Nós não concordamos com a invasão da Rússia à Ucrânia. Estou convencido que tanto a Ucrânia quanto a Rússia estão esperando que alguém de fora fale: vamos sentar para conversar”, disse Lula.

“E por que eu quero sentar para conversar com o Xi Jiping? É porque eu acho que a importância econômica, militar e política da China e a relação da China com a Rússia, e até mesmo a divergência da China com os Estados Unidos dá à China um potencial extraordinário para conversar”, acrescentou.

Sobre o conflito na Ucrânia, Lula destacou o posicionamento contrário e disse que quer propor a Xi Jiping a criação de um grupo de países pela paz na região. “A China tem peso, o Brasil tem peso. Eu acho que a Indonésia pode participar, a Índia pode participar. Vamos lá conversar com o Putin, vamos conversar com o [presidente da Ucrânia] Zelensky, vamos conversar com o [presidente dos Estados Unidos] Biden. Vamos tentar ver se encontramos um grupo de pessoas que não se conforme com a guerra. Não é necessário ter guerra”.

A viagem de Lula à China está marcada para a próxima terça-feira. O país é o maior parceiro comercial do Brasil. Entre os acordos que o presidente brasileiro vai assinar, está a formalização das transações comerciais com a China na moeda chinesa, o Renminbi, deixando de usar o dólar.

A China mobilizou nesta quinta-feira (6) navios de guerra e um helicóptero antissubmarino nas águas próximas a Taiwan, após a reunião entre a presidente da ilha, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos.

Depois de ignorar as advertências de Pequim, a líder taiwanesa se encontrou na quarta-feira em Los Angeles com Kevin McCarthy, durante uma escala em seu retorno da Guatemala e de Belize, dois dos últimos aliados da ilha autogovernada.

O ministério das Relações Exteriores da China reagiu e prometeu "medidas firmes e eficazes para salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial".

"Estados Unidos e Taiwan conspiraram para reforçar suas relações, o que mina gravemente a soberania chinesa e envia um mau sinal de apoio aos separatistas taiwaneses", lamentou Mao Ning, porta-voz da diplomacia chinesa.

Horas antes do encontro, a China deslocou um porta-aviões para as proximidades da ilha. O ministério da Defesa de Taiwan anunciou a detecção de três navios de guerra e um helicóptero que atravessaram a zona de identificação de defesa aérea da ilha.

"As Forças Armadas monitoraram a situação e acionaram os aviões da patrulha aérea de combate, navios da Marinha e sistemas de mísseis terrestres para responder às atividades", afirma em comunicado ministerial.

Embora Taiwan seja governado de maneira autônoma há mais de 70 anos, a China considera a ilha parte de seu território e defende a recuperação de seu controle em algum momento, inclusive pela força se considerar necessário.

- "Não estamos isolados" -

Sob o princípio de "uma só China", a princípio reconhecido pelos Estados Unidos, Pequim se opõe a qualquer relação formal entre os governantes de Taiwan e os de outros países.

Em agosto, depois da visita a Taipé da antecessora de McCarthy na presidência da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, a China mobilizou navios de guerra, aviões de combate e disparou mísseis ao redor da ilha.

Para evitar um episódio similar, McCarthy não viajou a Taiwan e optou pelo encontro na Califórnia que, até o momento, provocou uma resposta de menor intensidade da China.

Depois da reunião com McCarthy e líderes dos dois partidos americanos na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan, em Simi Valley, Tsai agradeceu a recepção nos Estados Unidos.

"Sua presença e seu apoio inabalável reafirmam ao povo de Taiwan que não estamos isolados e que não estamos sozinhos".

"Taiwan agradece por ter os Estados Unidos a seu lado, enquanto enfrenta desafios únicos em nossa era", acrescentou.

- Fornecimento de de armas -

McCarthy, segunda autoridade na linha de sucessão presidencial e nativo da Califórnia, disse que a "amizade entre o povo de Taiwan e os Estados Unidos é vital para manter a liberdade econômica, a paz e a estabilidade regional".

Os Estados Unidos reconheceram Pequim em 1979, mas são um importante aliado de Taiwan e seu maior fornecedor de armas.

O congressista defendeu o prosseguimento do apoio à ilha porque "sabemos, historicamente, que o melhor é fornecer armas para permitir que as pessoas impeçam a guerra".

"É uma lição vital que aprendemos na Ucrânia, que a simples ideia de sanções não irá deter ninguém", acrescentou.

O novo episódio de tensão acontece no dia da chegada a Taiwan de uma delegação de oito membros do Congresso americano para discutir comércio e segurança.

O apoio à ilha é um dos poucos consensos bipartidários no Congresso americano e, durante o mandato de Tsai, essa relação ganhou força.

A democrata Nancy Pelosi elogiou a reunião na Califórnia como "louvável por sua liderança, participação bipartidária e sua distinta e histórica sede".

No poder desde 2016, Tsai encerra o mandato presidencial em 2024 e seu partido enfrenta a oposição de rivais considerados mais próximos a Pequim.

Ela se posicionou como defensora do 'status quo', uma independência de fato mas não reconhecida abertamente, enquanto a China pressiona para isolar e e retirar aliados da ilha.

De fato, após uma mudança diplomática de Honduras, Taiwan conta apenas com 13 países que reconhecem a ilha oficialmente.

O presidente Lula (PT) começou a semana de volta ao Palácio do Planalto. Após uma pneumonia leve, ele volta a despachar da sede do Executivo federal nesta segunda-feira (3) e, pela manhã, se reúne com ministros das áreas do setor produtivo e institucional. 

Sem condições de ir à China para participar dos compromissos voltados à agenda econômica, Lula cancelou a viagem e suspendeu as atividades no Brasil para cuidar da saúde. Em seu retorno após a recuperação, ele prometeu muito trabalho e estudos para apresentar os resultados dos primeiros 100 dias do seu governo. 

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O Itamaraty corrigiu a data da visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará à China, com previsão agora de chegada ao país no dia 12 de abril. A partida está prevista para 15 de abril, como já tinha sido divulgado antes pelo Planalto.

A agenda começará em Xangai, onde Lula deve participar da cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como banco dos Brics. Na sequência, o presidente embarca a Pequim para a reunião com o homólogo chinês, Xi Jinping.

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Na noite desta sexta-feira, dia 31, a chancelaria tinha divulgado que a agenda na China, remarcada por conta do quadro de pneumonia que impediu Lula de viajar ao país no último sábado, 25, aconteceria entre os dias 10 e 14 de abril.

O Palácio do Planalto confirmou para 11 de abril a visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China. A ida de Lula, que deveria ter ocorrido essa semana, foi suspensa depois do diagnóstico de uma pneumonia leve. Por causa disso, o presidente permaneceu em repouso no Palácio da Alvorada, residência oficial, ao longo dos últimos dias.

Em uma postagem nas redes sociais, na noite desta sexta-feira (31), Lula se disse "plenamente recuperado" e prometeu retomar a agenda de trabalho no Palácio do Planalto, na próxima semana. "Sexta-feira de home office com o amigo Geraldo Alckmin. Trabalhando no Alvorada, plenamente recuperado. Na próxima semana estarei de volta ao Planalto". 

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Os detalhes da visita ainda deverão ser informados pelo governo, mas o presidente deve seguir um roteiro similar ao que já estava previsto, tendo como principais eventos diplomáticos reuniões com o presidente chinês, Xi Jinping, com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, e com o presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji. Esses encontros ocorrerão em Pequim, capital do país asiático. Ele também deve cumprir agendas em Xangai, um dos principais centros econômicos do país.  

Será a primeira viagem de Lula a um país asiático após assumir seu terceiro mandato. Mas a viagem à China é a terceira internacional depois da posse no cargo: o presidente já foi à Argentina e aos Estados Unidos. A previsão do Ministério das Relações Exteriores é que pelo menos 20 acordos comerciais sejam assinados durante a visita.

Ainda em abril, Lula deverá ir a Portugal. Já em maio, o presidente participa como convidado especial da Cúpula do G7, no Japão. O grupo reúne sete das maiores economias do planeta.

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