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Dois ciclistas não identificados foram atropelados, na manhã desta sexta-feira (3), em Bezerros, no Agreste de Pernambuco. Os dois morreram no local. O atropelamento aconteceu no km 105 da BR-232, no sentido Recife.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu por volta das 6h30. O motorista que dirigia o veículo evadiu-se do local sem prestar socorro, mas uma placa foi encontrada e deve ajudar nas investigações.

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O Instituto de Criminalística de Pernambuco (IC) foi acionado e o Instituto de Medicina Legal (IML) retirou os corpos do local. 

Para cobrar pelo Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife (PDC), prometido há sete anos pelo governador Eduardo Campos (PSB), nesta sexta-feira (5), a Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo) realiza um ato na Praça do Derby, partir das 15h. Após uma corrida de bicicleta na área Central do Recife, a organização vai protocolar o Relatório da Mobilidade Ativa 2013-2020, que analisa o cumprimento das metas estipuladas pelo projeto.

Em nota, a Ameciclo reforça que as promessas de desenvolvimento urbano com a implementação de infraestrutura cicloviária estão longe de ser cumpridas, pois apenas 20% do PDC foi executado. "O prometido pelo PDC foi de, num prazo de 10 anos (a contar do seu lançamento), implantar cerca de 600 km de estruturas. Só na capital pernambucana, por exemplo, seriam aproximadamente 250 km de malha cicloviária", aponta.

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A “descomemoração” é promovida anualmente pela Ameciclo, que neste ano realiza o protesto no esquema de corridas alleycat, com saída marcada às 16h. “São provas realizadas por ciclistas e fazem parte da subcultura do ciclismo urbano. Consiste numa prova sem trajeto pré-determinado, em que os participantes devem cumprir algumas tarefas. Numa delas, inclusive, cada um irá protocolar o Relatório da Mobilidade Urbana em um órgão público específico. Ganha quem chegar primeiro ao ponto final e que tiver completado tudo”, explica.

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Na manhã desta segunda-feira (23), parte da Avenida Conde da Boa Vista, um dos principais corredores do Centro do Recife, foi tomado por cartazes em homenagem às vítimas fatais de colisões e atropelamentos na cidade. O ato articulado pela Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo) põe a violência no trânsito no debate político e cobra ações dos candidatos à Prefeitura do Recife.

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473 cartazes foram fixados entre a rua da Aurora e a Rua do Hospício, ainda durante a madrugada. O número representa os ciclistas mortos no trânsito recifense em 2018, quando foi divulgado o último levantamento do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

No ano do estudo, Recife foi considerada a capital nordestina com mais mortes do gênero e a que mais mata pedestres, com a taxa de nove mortes por 100 mil habitantes. A cidade ainda assumiu a quarta capital do país que mais mata no trânsito, com 29 mortos por 100 mil habitantes.

Para chamar atenção aos altos índices, o ato se estende ao digital. No mês do Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito, no terceiro domingo de novembro, a Ameciclo também lançou em suas redes sociais uma série de vídeos sobre a segurança no trânsito, com temáticas como “Acidente x colisão/atropelamento”, “Velocidades e responsabilidades do poder público”, “Indústria da Multa”, entre outros.

Em nota enviada a imprensa, a prefeitura do Recife disse lamentar "o uso político de um tema tão importante como a segurança no trânsito".  Além disso, se defendeu afirmando que com "desenho urbano diferenciado, fiscalização de trânsito rigorosa e educação para o trânsito", o Recife reduziu em 50% o número de óbitos no trânsito. 

Segundo a prefeitura, de 2012 a 2019, a redução de acidentes com vítimas fatais na cidade chegou a 53,5%. A gestão ainda destacou o aumento de "rotas cicláveis", de 24 km para 140 km.

O número de ciclistas mortos no trânsito da cidade de São Paulo subiu 63,6% em 2019, segundo dados do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito de São Paulo (Infosiga). Para especialistas, a alta pode estar ligada a comportamento de risco de usuários de bicicleta e também ao aumento de serviços de entrega por bike.

O Infosiga, plataforma virtual do governo do Estado de São Paulo, aponta que 36 ciclistas morreram na capital paulista no ano passado. Em 2018, foram 22. O aumento expressivo contrasta com o quadro geral da cidade, que registrou ligeiro recuo de 1,5% nas mortes no trânsito. Ao todo, foram 874 óbitos - ou uma ocorrência a cada dez horas -, ante 888 vítimas no ano anterior.

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Especialistas de trânsito afirmam que o aumento do uso de bicicletas e o comportamento de parte dos ciclistas podem ajudar a explicar a alta. "Uma hipótese é que eles estejam se colocando mais em risco, talvez em função de aplicativos", diz o engenheiro de tráfego e consultor Horácio Augusto Figueira. "Para ter certeza, é preciso ter acesso a dados mais qualificados."

Para Figueira, a cidade deveria oferecer mais ações educativas voltadas para o grupo, além de fiscalização. "Não há carta de habilitação para bicicleta, então muitos não têm noção de risco e não respeitam as regras de trânsito", afirma. "Tem de espalhar uma série de placas educativas, uma em cada esquina."

Diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurélio Ramalho também diz ser necessário investir em educação de trânsito. "Há muita ciclovia e ciclofaixa na cidade, ou seja, foi oferecida infraestrutura", diz. "Mas em nenhum momento alguém chegou e falou: 'Tem de respeitar a lei de trânsito'."

"O cidadão não sabe as regras. Muitas vezes, tem medo de andar na rua e vai pedalar em cima da calçada ou na contramão. Isso é mais perigoso para ele e para os demais", acrescenta ele. Na visão de Ramalho, falta desenvolver "percepção de risco" no trânsito de São Paulo - e não só para bicicletas. "Enquanto ele não perceber que corre perigo, não vai mudar."

Modais

Entre as categorias de vítimas, houve queda de 13,8% no índice de óbitos de motociclistas. Foram registradas 311 ocorrências em 2019, ante 361 no ano anterior.

Já os dados relacionados a pedestres, o principal grupo de vítimas, e pessoas em automóveis praticamente ficaram estáveis. No primeiro, houve 1,8% de registros a mais em São Paulo (de 374 para 381). No outro, o comportamento se inverteu: 1,8% a menos (de 108 para 106).

Por sua vez, os óbitos em caminhão subiram de 2 para 15. "Não há nada a comemorar nos índices da cidade", diz Ramalho. "São Paulo precisa de uma política pública clara, não de governo ou de partido, que indique qual vai ser a redução em determinado período e o que vai ser feito para isso."

Mudanças

Questionada sobre os números do trânsito, a Prefeitura destacou o lançamento, em dezembro, do novo Plano Cicloviário da cidade, que prevê a criação de 173 quilômetros de ciclovia e 310 quilômetros de reformas e melhorias na malha já existente.

A gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) disse que os dados do Infosiga contribuem para a análise dos registros de acidentes na capital. Os dados levam a medidas para redução de ocorrências graves e mortes no trânsito, completou a administração municipal.

"A mudança de comportamento e o respeito às leis de trânsito salvam vidas e reduzem acidentes. Por isso, no fim de novembro, a Prefeitura lançou o Movimento pela Vida Segura no Trânsito - Hoje Não! Trata-se de uma extensa campanha sobre segurança viária", informou, em nota.

A Rappi disse que a segurança dos entregadores parceiros é "primordial" para a empresa. "A Rappi orienta que seus parceiros observem as regras de trânsito e usem materiais de proteção pessoal, além de enviar constantemente dicas de segurança a eles", disse, em nota. A empresa afirmou ter desenvolvido o botão de emergência que pode ser acionado em caso de acidentes, por exemplo.

O iFood afirmou que é preciso evitar conclusões precipitadas sobre a relação de acidentes com a atividade de entregadores. Disse ainda desenvolver ações sobre a importância dos equipamentos de segurança e o respeito às leis de trânsito. O Uber Eats não comentou.

Desrespeito

A calçada do McDonald's da Avenida Ipiranga, no centro de São Paulo, fica frequentemente cheia de bicicletas de entregadores que aguardam pedidos vindos da região ao longo do dia. É uma base informal para eles, que reclamam da falta de apoio.

Nas ruas, nenhum respeito vem dos motoristas ou motociclistas, que não mantêm uma distância mínima de segurança e colocam a vida de todos em risco, segundo relatam. Nas calçadas, onde passam a andar como alternativa, tampouco são bem recebidos pelos pedestres. E, em acidentes, afirmam não receber apoio das empresas de aplicativo.

O grupo de Ítalo Thiago Costa, de 26 anos, esperava na tarde desta terça-feira, 21, o início do horário de pico, quando os pedidos chegam com mais frequência. A insegurança ao andar pelas ruas, diz, é comum. Ao subir a Rua Augusta recentemente, ele se envolveu em uma briga com um taxista que parou abruptamente na sua frente e abriu a porta. "E ele falou que eu estava errado em andar na rua. Não tem ciclovia lá. O que vou fazer?"

Os motoristas dividem com os aplicativos o foco das reclamações de Costa. Para ele, as empresas também poderiam fornecer aos entregadores equipamentos de segurança como capacete e luzes de alerta para as bicicletas. "Eles só nos fornecem a bag (mochila usada nas entregas) e um carregador portátil para o celular. Ou seja, nos querem na rua trabalhando o dia todo, mas não estão dispostos a nos oferecer o mínimo de apoio", conta ele.

'Contas a pagar'

O entregador Rafael Tavares Silva, de 27 anos, sentiu na pele na semana passada a falta de apoio e a insegurança no trânsito. Fazendo uma entrega na Rua Japurá, na Bela Vista (região central), sofreu um acidente que deixou ferimentos em seu rosto e no ombro, além de um dente quebrado. Ele diz não se lembrar exatamente das circunstâncias da queda que o levou ao hospital por causa da pancada na cabeça. Apesar do trauma, Silva quer voltar o quanto antes a trabalhar. "Tenho contas para pagar", resume.

A bicicleta que usava para trabalhar era emprestada depois que a dele foi roubada durante uma entrega. Foi o primo, Willian Rodrigues, de 24 anos, quem pegou para ajeitá-la. Rodrigues, que também é entregador de aplicativo, cobra mais educação no trânsito. "Às vezes, nem na ciclovia há respeito", diz Rodrigues. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um levantamento sobre o uso das bicicletas na região central de São Paulo, feito por uma empresa de mobilidade em parceria com a Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), mostrou que 1.609 ciclistas passaram pela Rua Líbero Badaró (na intersecção com o Viaduto do Chá e a Praça do Patriarca), no bairro da República, ao longo de 14h, no dia 3 deste mês. O volume é 65% maior do que o registrado no ano passado.

Segundo a pesquisa, foram 115 deslocamentos em bicicleta por hora. No dia 27 de novembro, passaram pela Avenida Paulista 3.203 ciclistas, 51% a mais que no ano passado.

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De acordo com o levantamento, o fluxo de mulheres usando as ciclovias foi de 5% na República e de 11% na Paulista.

Na República, outro dado da pesquisa chamou a atenção: em 2010, quando foi realizado o primeiro estudo na região, 20% dos ciclistas pedalavam na contramão. Este ano, o percentual caiu para 1%. Isso também ocorreu com o número de ciclistas que trafegavam nas calçadas, que passou de 27% para 3%.

Metodologia

Segundo a Ciclocidade, o método usado para fazer a contagem foi desenvolvido pela Associação Transporte Ativo, do Rio de Janeiro. O método consiste no uso de uma planilha com um desenho esquemático do local, com espaços a serem preenchidos com a origem e o destino do ciclista, além de informações complementares como acessórios, faixa etária, gênero e tipo de bicicleta, entre outros. 

Expandida sem o devido planejamento, a cidade do Recife sofre com o trânsito caótico, e enste ambiente parte da população aderiu ao uso da bicicleta como meio de transporte. Presumindo estar protegido por leis federais e municipais, o ciclista vive uma rotina de desrespeito e insegurança, caracterizada por infrações e acidentes.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Recife (SESAU), oito óbitos foram registrados na capital pernambucana em 2018, o que reforça a cobrança pelo olhar do poder público diante do Dia Mundial Sem Carro, comemorado neste domingo (22).

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No ano passado, Recife conquistou o primeiro lugar no Brasil e o 10º no mundo de pior trânsito ao ser comparado com 403 cidades pela empresa de GPS TomTom. “A gente vive uma verdadeira barbárie. As pessoas quando entram no carro não raciocinam, nem respeitam a utilização de sistemas diferentes do delas”, destaca o professor especializado na área de transportes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fernando Jordão.

Diante do panorama, quem opta pelo transporte individual ativo torna-se vulnerável e muitas vezes nem é percebido. Prensados entre os carros, 87% dos ciclistas do Recife apontam que a falta de segurança no trânsito e as limitações estruturais são as principais adversidades em rodar na cidade, de acordo com levantamento feito pelo Laboratório de Mobilidade da Universidade do Rio de Janeiro em parceria com a ONG Transporte Ativo.

Buracos, depredações e lixo se acumulam em ciclofaixa - Foto:Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Ciclistas desejam uma estrutura cicloviária efetiva

Sem prioridade na via pública, mesmo com a garantia do art. 74 da Lei Municipal 17.511/2008, a principal solicitação recai sobre a ampliação da malha cicloviária. Promulgado em 2014, o Plano Diretor Cicloviário (PDC) determina que o Estado e o Município espalhem 250 km de rotas exclusivas para bicicletas no Recife até 2024. Integralmente, a intenção é criar 591 km que interliguem cerca de 14 municípios vizinhos à capital. Conforme a Autarquia de Trânsito e Transporte (CTTU), a cidade soma 84,5 km, dado que é questionado por quem utiliza.

“A malha cicloviária não chega nem perto do suficiente”, afirma a representante da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo) Vanessa Santana. “Até o momento, a estrutura prometida não foi entregue e, nos poucos pontos onde foi implantada, não condiz com a realidade das demandas de trânsito das principais vias da cidade. Na verdade, é preciso priorizar ruas e avenidas com maior fluxo de carro, porque é nelas que também há o maior fluxo de ciclistas”, pontuou.

O art. 58 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece que, na falta de ciclovia, a circulação de bicicletas deverá ocorrer nas vias urbanas, plos bordos da pista, com prioridade sobre os carros. Entretanto, a condição da cidade inviabiliza tal cumprimento, como argumenta o professor Fernando: “Como toda cidade antiga, ela não pode atender 100% a legislação, sobretudo, a legislação moderna. Tem que entender que a cidade tem quase 500 anos”.

“Me viu e não freou”

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“Falta interesse do poder público de tirar os planos do papel e colocar em prática”, assegura Laura Cavalcante. No último dia 4 de junho, a produtora cultural de 33 anos comemorava a quebra do recorde pessoal após pedalar 27 km, quando foi atingida por um motoboy que seguia na Avenida Agamenon Magalhães, área Central do Recife. A colisão lhe rendeu três fraturas na perna esquerda, 17 dias de internamento e a necessidade de duas cirurgias para introdução de um enxerto ósseo, uma placa de platina e sete parafusos.

Há aproximadamente dois anos, ela decidiu largar o transporte público para fugir de assédios e acabou reconhecendo na bike a independência, a economia financeira e a melhoria na saúde, que almejava. Porém, o abalroamento lhe roubou a autonomia, fez retomar gastos com locomoção, deu início às dores na coluna e trouxe o encargo de participar de três sessões de fisioterapia por semana.

Com a movimentação restrita às muletas, a recuperação de Laura se estende por mais cinco meses. Mesmo com o susto, ela garante que está ansiosa para voltar aos pedais, “Voltarei sim às ruas. Pra mim, hoje em Recife, a melhor forma de me deslocar é pedalando”. Sobre a atitude do motociclista, a ciclista se resume, “Uma amiga minha falou que o motoqueiro disse que me viu e ainda assim não freou[...] Ele estava mais preocupado em entregar a comida”.

Otimização da fiscalização também é uma meta

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Além da ampliação e manutenção da rede ciclável, outra reivindicação da Ameciclo é referente à fiscalização das rotas e otimização do trabalho de agentes e orientadores de trânsito. A associação compara o investimento da Prefeitura com os funcionários em contraste com a construção de ciclovias. Enquanto cada quilômetro de ciclovia está orçado entre R$ 60 mil e R$ 1.200.000 – à depender de drenagem, iluminação, sinalização e etc -; para manter um ano da operação dos 519 agentes de trânsito são necessários R$ 3.900.000, apontou a CTTU.

Somado, o salário mensal do efetivo atinge R$ 2.358.851,26, informou a entidade. Tal profissional tem o objetivo de proteger a vida e a integridade física de quem engloba o trânsito, seja pedestre ou motorista de carreta. Por meio de nota, a CTTU informou que os agentes possuem “amplo conhecimento do CTB”. Eles passam por curso de formação de 200 horas/aulas, segundo a portaria 94/2017, do Denatran, e participam de uma reciclagem a cada quatro anos.

A cidade precisa ser mais atrativa para o pedal

Mesmo postulante a uma das capitais mais belas do Brasil, parte dos ciclistas atestam que Recife não é atrativa para pedalar. "A política de educação de trânsito não funciona hoje. Acho que o que precisa é uma ação de mais impacto, segregar efetivamente as vias. Delimitar que essa via é para ciclistas circularem, e que essas vias se vinculem com outras mais à frente", reclama Laura.

Sobre o aperfeiçoamento da condição enfrentada, o especialista em trânsito considera que é necessária uma mudança "multifatorial", entre poder público e sociedade em geral. Tal processo para pela fiscalização, investimentos e educação de motoristas, ciclistas e pedestres que, apesar da prioridade, têm suas obrigações. "Se não houver uma compreensão da sociedade, não é só o poder público que vai resolver", constatou o professor Fernando.

Samuel Marques sai às 9h do Capão Redondo para chegar ao trabalho, na Vila Olímpia, por volta das 10h. Vai de bicicleta, com uma caixa térmica de 45 litros nas costas e a meta de só voltar pra casa depois de colocar no bolso R$ 50 com entregas para os aplicativos em que está cadastrado: Rappi, iFood e Uber Eats.

"A gente não descansa", diz o rapaz, que trabalha pelo menos 12 horas por dia e sete dias por semana. Ganha cerca de R$ 1 mil por mês com a jornada, já descontados os gastos com alimentação e um ou outro imprevisto do caminho, como um pneu furado. "Não me lembro da minha última folga desde que comecei a trabalhar com isso, um ano atrás. Toda as vezes que sento para assistir à televisão em casa, penso que poderia estar pedalando e fazendo algum dinheiro", afirmou.

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Samuel Marques é um entre os cerca de 30 mil entregadores ciclistas cadastrados nos aplicativos somente na capital paulista. O número dá a dimensão de uma atividade que, há um ano, passava quase despercebida em São Paulo. Hoje, os ciclistas com caixas nas costas tomam as paisagens dos centros comerciais nas horas de pico da fome - das 12h às 15h e das 19h às 22h -, além de serem presença constante em calçadas próximas a shopping centers, restaurantes ou supermercados nos fins de semana.

De 18 a 27 anos

Um perfil desse trabalhador foi traçado em junho pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), coordenado pelo instituto Multiplicidade e apoiado pelo Laboratório de Mobilidade Urbana da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Após entrevistas com 270 ciclistas em São Paulo, o levantamento concluiu que 75% desses profissionais têm idade entre 18 e 27 anos e, como Samuel Marques, pedalam cerca de 12 horas por um salário médio mensal de R$ 936. Realizam diariamente dez entregas, a R$ 5 cada. Seis em cada dez ciclistas trabalham todos os dias da semana, sem folgas.

Apenas o iFood comentou a pesquisa. A startup tem dados diferentes sobre jornada e folgas. Levantamento da empresa aponta que os ciclistas ficam disponíveis para as entregas dentro da plataforma por, no máximo, dois dias consecutivos e que trabalham, em média, 8 dias do mês. "A maioria dos parceiros pedala cerca de 10 km por dia durante o período de entregas", disse a companhia, em nota.

Para Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike, as divergências nos dados ocorrem em função de os ciclistas prestarem serviços para várias empresas de aplicativo. "O ciclista não trabalha só para uma companhia", diz. "Um trabalhador pode muito bem pegar entregas do iFood em dois dias da semana e trabalhar para o Uber Eats e para o Rappi nos outros dias. Ou pode ser tudo isso no mesmo dia."

Picos de consumo

Para Guth, mais do que a distância pedalada, o desafio hoje de quem faz entregas com uma bicicleta nas ruas da cidade diz respeito à alta concentração dos pedidos. Segundo ele, isso gera uma falha de mercado: os ciclistas ficam parados por um período muito longo, por conta da baixa demanda fora dos horários de pico.

O serviço, segundo os aplicativos, está dividido basicamente em dois momentos - na hora do almoço e na do jantar. Os pedidos estão distribuídos em um raio de até 3 quilômetros entre o restaurante e o cliente. "Como o ciclista mora longe, ele não pode voltar para casa depois do almoço para retomar o trabalho na parte da noite. Acaba ficando o dia inteiro à espera dos pedidos", diz Guth.

Nas ruas, principalmente perto de shoppings e hipermercados, é fácil encontrar grupos com cinco a dez entregadores de bicicleta. "Das 15h às 19h a gente geralmente não faz quase nada, só esperando e conversando", afirma Erick Carlos Abrão, de 19 anos. No último dia 5, ele estava na Praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, a 44,6 quilômetros de sua casa, no município de Itaquaquecetuba. "Não dá para voltar pra Itaquá. Eu saio pedalando antes do almoço e passo o dia na rua, esperando dar o horário das entregas da noite", disse.

Esse é o primeiro emprego de Erick Abrão. Ao completar 18 anos, ele começou a procurar trabalho. "Peguei a (carteira de) reservista no ano passado e fui tentar um emprego." Visitou fábricas, lojas do centro e cadastrou seu currículo em sites de agências de emprego. "Só consegui umas entrevistas", diz ele, que pegou sua bicicleta no começo de setembro e se cadastrou para as entregas via aplicativos. Quando encontrou a reportagem, estava há uma semana no serviço. O plano, diz, é guardar dinheiro para prestar vestibular nos próximos anos. "Quero fazer engenharia civil."

Poucas chances

Dados do segundo trimestre da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, mostram que a faixa etária de 18 a 27 anos é a que mais vem sofrendo com a falta de trabalho no Brasil. O desemprego atinge 5,15 milhões de brasileiros desse perfil (22,5%) - quase um a cada quatro. A proporção é 10,5 pontos porcentuais maior do que a da população economicamente ativa entre todas as idades. Há cinco anos, essa diferença era de seis pontos porcentuais.

Os dados da Pnad indicam que entre os 17,7 milhões de pessoas entre 18 e 27 anos que se dizem empregadas, 7,3 milhões deles vivem de bicos ou sem a carteira assinada.

"Uma parte desses entregadores são os jovens que tentam ingressar no mercado de trabalho desde 2014, mas enfrentam dificuldades com a crise", afirmou o economista Eduardo Zylberstajn, do departamento de pesquisa e inovação da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). "Uma crise tão prolongada deixa cicatrizes, e o desemprego entre os jovens talvez seja a maior delas."

Zylberstajn disse que os aplicativos não podem ser apontados como responsáveis pela precarização de trabalho. "É o que gera ocupação hoje em dia", disse. Ele não é o único a pensar dessa maneira. "Sempre haverá um tipo de trabalho para quem está nas franjas da economia. Esse seria o caso do emprego para os entregadores ciclistas", afirmou Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "Mas o que eu vejo acontecer é que, agora, com o desemprego e o avanço dos aplicativos, esse trabalho está avançando também para uma mão de obra de nível intermediária, que não está conseguindo se posicionar."

Quando o motorista Ricardo de Oliveira, 44 anos, perdeu emprego no ano passado, ele procurou recolocação por seis meses. "Entre alugar um carro e ser Uber, resolvi pegar uma bicicleta e fazer entregas no centro", disse ele, que está há três meses na atividade. "É um trabalho duro, mas a procura é alta."

Bases

Oliveira é um dos líderes dos entregadores que se organizam no centro de São Paulo, na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Theatro Municipal. Apesar de as empresas investirem em espaços de descanso para os ciclistas, principalmente na região da Vila Olímpia, eles, por conta própria, definiram quatro pontos da cidade estrategicamente posicionados dentro de um raio de 3 quilômetros entre a demanda e a oferta. Toda distância superior força o algoritmo dos aplicativos a redirecionar a entrega para um motoboy.

As principais bases, além do centro, estão no Largo da Batata, em Pinheiros, na Praça Oswaldo Cruz, no início da Avenida Paulista, e na Rua Mariana Amorim Carrão, no Itaim Bibi. Essa rua é a mais concorrida da cidade - principalmente nos fins de semana.

'Vampiros'

A rua foi inteiramente abraçada pelo Extra Itaim, que ocupa as laterais e os fundos. De longe, parece com a entrada do estacionamento do supermercado. Apelidada de "caverna", a via virou ponto de apoio improvisado, com sofás e lâminas de papelão pelos cantos. Ali trabalham os "entregadores vampiros", que dormem na rua durante o dia para passar a madrugada trabalhando. É comum os casos dos que chegam na rua na sexta-feira para voltarem para casa no fim do domingo.

Caio Lucas da Silva, 19 anos, e Samuel Marques, citado no início desta reportagem, são dois dos que costumam virar o fim de semana trabalhando e dormindo na "Caverna". "A gente dorme na rua entre uma entrega e outra na madrugada", diz Caio Silva. "O trabalho é assim. Mas é porque eu quero. Ligo e desligo o aplicativo a hora que quiser. Trabalho sem patrão."

Crescimento

Nos últimos anos, os aplicativos de entrega têm chamado a atenção pelo rápido crescimento. A colombiana Rappi, que chegou ao Brasil em julho de 2017, diz que o faturamento de sua operação local cresce 30% ao mês. No fim de 2018, recebeu investimento de US$ 200 milhões do fundo DST Global, o que a colocou entre as "unicórnios" do mercado, nome dado às empresas de tecnologia avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.

Além do Uber, que tem ações negociadas em Nova York, a brasileira Movile, dona do iFood, é outra que também recebeu, no ano passado, a alcunha de "unicórnio". Segundo estudo do Itaú BBA, a busca por conveniência é o combustível do crescimento dos serviços de entrega. O cliente quer comida quente, e rápido - é exatamente o que os bikeboys se dispõem a oferecer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dezenas de ciclistas nus tomaram neste sábado as ruas da Cidade do México, uma megalópole de mais de 20 milhões de habitantes, em uma tentativa de conscientizar sobre o uso indiscriminado do automóvel e a necessidade de proteger ciclistas e pedestres.

Vários deles passearam em avenidas movimentadas da capital, como o Paseo de la Reforma, totalmente nus ou com roupa íntima e seus capacetes, chapéus ou máscaras tradicionais de luta livre mexicana.

Alguns deles traziam frases como "Cuidem do ciclista" pintadas em seus corpos, ou a sigla em inglês "WNBR", em referência ao evento conhecido como "Pedalada Pelada".

Na Cidade do México o uso da bicicleta como meio de transporte foi se estendendo pouco a pouco, ante os engarrafamentos contínuos nas ruas da cidade, provocados pelos cerca de quatro milhões de automóveis que circulam diariamente.

O evento na Cidade do México é parte de um movimento global que busca incentivar o uso das bicicletas nas grandes cidades e soluções mais sustentáveis.

A capital paulista registrou, entre janeiro e setembro, 16 mortes de ciclistas, de acordo com dados do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga SP).  Junho foi o mês mais violento, com seis mortes, e em 81% de todos os casos as vítimas chegaram a ser socorridas, mas não resistiram. 

A falta de ciclovias compromete a segurança dos ciclistas, que acabam se arriscando no meio dos carros, conforme constatado pela Associação dos Ciclistas Urbanos (Ciclocidade) que passou um dia inteiro sobre a Ponte Eusébio Matoso, trecho que liga o Butantã a Pinheiros, e contabilizou que 1.164 bicicletas passaram pelo local entre 6h e 20h, o equivalente a 83 por hora.

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Desses, 75% dos ciclistas usaram a calçada para se locomover e 56% não estavam com capacete. A entidade cobra da prefeitura a construção de uma ciclovia no local, na qual a obra está prevista desde 1994.

A avenida Eusébio Matoso tem uma extensão de 300 metros e nenhuma placa de sinalização de trânsito. Na ponte, os ônibus trafegam quase encostando nas bicicletas e a calçada acaba substituindo a ciclovia, o que também dificulta o deslocamento dos pedestres.

A prefeitura informou que está preparando a licitação do projeto executivo da ciclopassarela e que o lançamento do edital das obras deve ocorrer até o final de 2019. Segundo a administração municipal, o novo plano cicloviário da capital prevê a implantação de 1.420 quilômetros de ciclovias até 2028.

Outro problema que os ciclistas enfrentam na capital é a falta de segurança quando eles precisam “estacionar” a bicicleta. São Paulo tem apenas 200 paraciclos públicos, que são estruturas onde se pode deixar a bicicleta.

A Ford criou uma jaqueta inteligente equipada com seus próprios indicadores de direção e luzes de freio para tornar as ruas mais seguras para os ciclistas. A roupa inteligente até se conecta ao smartphone para dizer aonde o usuário deve ir.

Desenvolvido por alguns funcionários da Ford com grande interesse em ciclismo, o casaco tem mangas que acendem para mostrar quando o usuário planeja virar para a direita ou para a esquerda.

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A roupa se conecta a um aplicativo de navegação no smartphone do usuário, que então vibra a manga apropriada para informar ao motociclista qual caminho seguir.

A tecnologia significa que os ciclistas não precisam mais se preocupar em tentar navegar pelo telefone enquanto se concentram na rua, e também torna mais fácil para os outros usuários saberem qual é o próximo passo deles.

A jaqueta até tem uma luz de freio piscando que pode informar aos motoristas dos carros quando o ciclista está desacelerando. A roupa também permite conectar um fone de ouvido para permitir que o usuário faça ligações, ouça música ou escute para onde deve ir.

Os fones de ouvido que acompanham a jaqueta também usam uma tecnologia inovadora - transmitem o som por meio de vibração nos ossos da face, deixando a orelha livre para captar os demais sons do ambiente.

Outros recursos em desenvolvimento incluem o acesso a chamadas e mensagens por meio de gestos e comandos de voz para uso em serviços comerciais de entrega.

Desenvolvida junto com especialistas em roupas para ciclistas da Lumo e experts em softwares de mobilidade da Tome, a jaqueta inteligente está em testes nas ruas de Londres, na Inglaterra.

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Os ciclistas que circulam pela Via Mangue, via expressa cujo trajeto liga a área central à Zona Sul do Recife, poderão ter um espaço para treinos na avenida. A Prefeitura do Recife, por meio Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) e da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer, inicia, a partir deste sábado (14), testes para criação da primeira Área de Proteção ao Ciclista de Competição (APCC), na pista oeste da Via Mangue, no sentido Cidade/Subúrbio. 

De acordo com a PCR, a ideia do projeto é garantir um espaço seguro para ser utilizado para treino de grandes grupos de ciclistas e triatletas. Cerca de 4,5 quilômetros da via serão interditados das 4h às 8h. Os testes acontecerão, ainda, nos sábados 21 e 28 de abril. Após isso, a CTTU vai avaliar a experiência e, caso seja bem sucedida, poderá tornar a APCC permanente nos dias úteis, nos horários de 4h às 6h.

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“Esta ação atende um anseio antigo dos ciclistas e triatletas que sempre procuram por um espaço seguro de treino", afirmou a secretária executiva de Esporte do Recife, Yane Marques. No último dia 17 de março, um triatleta foi atropelado enquanto treinava na Via Mangue e teve sua bicicleta arrastada por pelo menos 60 metros. O motorista estava bêbado e foi autuado por alcoolemia

ROTA ALTERNATIVA
Nos horários de interdição da pista oeste da Via Mangue, o condutor que deseja acessar as vias do entorno da comunidade Jardim Beira Rio deverá seguir pela Avenida Herculano Bandeira e girar à direita na Rua Arquiteto Augusto Reinado. Já os condutores que pretendem acessar os demais bairros da Zona Sul da cidade deverão utilizar a Avenida Domingos Ferreira.

Ciclovias e bicicletas compartilhadas em pleno auge, aulas gratuitas: são cada vez mais os nova-iorquinos que circulam à sombra dos arranha-céus, sinal dos esforços da maior cidade americana para impulsar uma atividade que até agora tinha deixado para trás.

Durante muito tempo, esta metrópole de 8,5 milhões de habitantes, dotada da rede de transporte público mais densa dos Estados Unidos, tinha se limitado a observar de longe a expansão da bicicleta nas grandes capitais europeias. Mas desde 2013, com o lançamento da rede de bicicletas de uso livre Citi Bike, a capital financeira americana corre atrás e impulsiona a causa do veículo ecológico.

"A cidade diminui seu atraso, está agora muito mais comprometida com a expansão da bicicleta", explica Rich Conroy, um dos responsáveis da associação Bike New York, dedicada à segurança dos ciclistas.

"As pessoas se dão conta de que não podemos continuar crescendo como cidade construindo mais ruas e adicionando mais carros, não há lugar. É necessário se desenvolver de forma econômica e ambientalmente durável, enfrentar nossos problemas ambientais e de saúde e tornar a cidade atrativa para uma mão de obra mais jovem", afirma.

Uma pesquisa recente do departamento de Transporte da prefeitura mostra o caminho percorrido: no início de 2017, 778.000 nova-iorquinos (12% da população adulta) disseram usar suas bicicletas regularmente, um aumento de 250.000 em relação a cinco anos atrás.

A "Citi Bike" confirma este avanço: seu número de usuários aumenta constantemente, tendo chegado a 245.000 no final de setembro, contra 200.000 um ano antes.

Aproveitando os 450 km de ciclovias construídos nos últimos cinco anos, cerca de 86.000 nova-iorquinos adotaram a bicicleta como primeiro meio de transporte, fazendo da cidade a metrópole americana onde esta se desenvolve mais rápido.

No entanto, à parte do entusiasmo dos novos ciclistas, estimulados por um metrô cada vez mais ineficiente, muitos habitantes destacam os riscos que correm.

5.000 feridos, 18 mortos por ano

Pedalar de um bairro a outro nesta cidade é uma aventura. Pontes, túneis e avenidas trazem consigo a pressão de ônibus, caminhões ou caminhonetes 4X4, assim como centenas de milhares de buracos. Em 2016, 18 ciclistas morreram e cerca de 5.000 ficaram feridos.

"Adoro andar de bicicleta, sempre andei, mas tenho muito medo nas ruas de Nova York", diz Ilene Richman, de 53 anos, moradora do Brooklyn. "Toda mundo que conheço que anda de bicicleta teve um acidente. Dá medo".

Para vencer seus medos, Richman se inscreveu nos cursos gratuitos do Bike New York, cuja demanda experimenta um 'boom' desde 2012, chegando a 17.000 alunos no ano passado. Apoiada pela prefeitura, a associação ensina medidas de segurança, como utilizar a buzina frequentemente, respeitar os semáforos e gritar "yo!" para comunicar sua presença a motoristas e pedestres.

Mas em um país habituado a privilegiar o automóvel, é principalmente a educação dos motoristas que deve "melhorar significativamente", disse Conroy.

Controversas bicicletas elétricas

Outro ponto fraco: as bicicletas elétricas ainda estão proibidas em Nova York. A ilegalidade, surpreendente em uma metrópole na vanguarda da tecnologia, se explica pela hostilidade de parte de seus habitantes, que temem ser atropelados pelos onipresentes entregadores de comida a domicílio.

A prefeitura freou a adoção de uma regulamentação clara sobre as bicicletas elétricas, explica Morgan Lommele, da associação "People For Bikes". A polícia nova-iorquina emite multas de até 500 dólares e em alguns casos confisca os veículos de quem dirige as "e-bikes".

A polêmica cresce e Lommele espera que a prefeitura seja coerente com sua promoção do uso da bicicleta e mude de política. "Multar todos os usuários de bicicletas elétricas não fará com que elas desapareçam, principalmente em um setor como o das 'e-bikes', que cresce 80% por ano", ressalta.

Praticantes do ciclismo realizaram nesta quarta-feira (15) um protesto pedindo a expansão da ciclofaixa localizada na Estrada do Encanamento, bairro do Parnamirim, na Zona Norte do Recife. Os manifestantes reclamam principalmente da falta de segurança para quem utiliza o modal na região e também dos riscos provocados pelas imprudências dos motoristas.

A principal reivindicação é sobre o tamanho da ciclofaixa unidirecional, que divide o trânsito com veículos maiores. "Queremos demonstrar que existe espaço para todo mundo. Fizemos uma simulação de como seria uma ciclovia bidirecional para o ciclista poder ir e vir e a gente percebe que a faixa para os carros é mais larga do que deveria", conta a ciclista Fabiana Tubina, que utiliza o transporte diariamente.

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Na última semana, uma ciclista foi atropelada no local por um carro que invadiu a via exclusiva. Lígia Lima, que é coordenadora da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), foi pega desprevenida por trás, precisou ser socorrida e passa bem. O acidente aconteceu por volta das 19h, na sexta-feira (10).

Com informações de Maria Tereza Moraes

Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (27), estabelece como devem ser os procedimentos para aplicação de multas por infração de responsabilidade de pedestres e ciclistas.

Na Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), os artigos 254 e 255 estabelecem regras as quais os pedestres e ciclistas estão sujeitos, assim como penalidades para seu descumprimento.

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Segundo o Contran, o infrator que desobedecer as regras será autuado no ato da infração, mediante a abordagem, através de identificação pelo nome completo, RG, CPF e endereço.

De acordo com a resolução, os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito (SNT) têm seis meses para adequar os procedimentos e implementar o modelo para infrações de quem caminha ou anda de bicicleta.

Ainda de acordo com o Contran, os valores das multas não foram estabelecidos.

Dois ciclistas morreram após serem atingidos por um carro noite de sexta-feira (30) na zona sul de São Paulo. Devido ao choque entre o veículo e a bicicleta, as vítimas foram projetadas para baixo de um ônibus que estacionava na via, e morreram no local. O condutor do veículo fugiu sem prestar socorro, mas foi encontrado momentos depois e conduzido à delegacia.

Por volta das 22h50, um veículo de modelo Punto, de cor branca, estava em alta velocidade e se chocou a um bicicleta, na qual estavam dois menores de 17 anos, ambos chamados Vitor. Em razão da força da pancada, os ciclistas foram parar embaixo de um ônibus coletivo, que fazia uma parada em um ponto da avenida Nossa Senhora do Sabará, na altura do número 1366, no bairro de Campo Grande, região de Santo Amaro, zona sul de SP.

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Um dos garotos morreu na hora, e o outro ficou agonizando mas acabou vindo a óbito minutos depois, informou a delegada de plantão da 11º Delegacia de Polícia (Santo Amaro).

O motorista fugiu sem prestar socorro, mas devido aos danos grandes no veículo, acabou abandonando-o em uma via próxima, de onde saiu andando e foi encontrado por transeuntes. Ele e o carro foram conduzidos à 11º DP. Havia bebida alcoólica no veículo e há indícios de embriaguez, que ainda estão sendo checados, informou a polícia.

Um carro atropelou e matou os ciclistas Diogo Cia de Faria, de 38 anos, e Marcio José Bechis, de 45, no acostamento da Rodovia dos Bandeirantes, em Limeira, no interior de São Paulo, neste domingo, 16. Os dois homens morreram na hora, e o automóvel capotou. O motorista do veículo causador do acidente, Yoran Gabriel Alves de Oliveira, de 19, estava sem habilitação e dirigia embriagado, segundo a Polícia Militar Rodoviária. Com ferimentos leves, ele foi medicado na Santa Casa da cidade e recebeu voz de prisão.

O acidente aconteceu no km 146 da rodovia. Faria, empresário de Americana, e Bechis, professor de Educação Física em Nova Odessa, faziam parte de um grupo de ciclistas que se reunia para pedalar nos fins de semana.

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Amigos da dupla disseram que eles eram ciclistas experientes e, naquele momento, seguiam pelo acostamento da rodovia para pegar o retorno de Limeira. O carro acertou os dois em cheio, e um deles foi arrastado pela bicicleta por cerca de 100 metros.

O motorista foi submetido ao teste do bafômetro e, segundo a polícia, ele tinha álcool no sangue em quantidade suficiente para a suspensão do direito de dirigir. De acordo com a delegada Nilce Segalla, da Delegacia Seccional de Limeira, a prisão foi determinada porque o jovem não tinha habilitação e havia indícios de que estava em excesso de velocidade. Ele não conseguiu fazer a curva, invadiu o acostamento e atingiu os ciclistas. Com a força da colisão, uma das bicicletas se partiu ao meio.

O corpo de Faria foi sepultado na manhã desta segunda-feira, 17, em Americana. Dono da imobiliária De Faria, ele era casado e deixou um bebê de 15 dias.

Já o corpo de Bechis estava sendo velado no Ginásio de Esportes do Jardim Santa Rosa, em Nova Odessa, e será sepultado às 17 horas no Cemitério Municipal. Ele era casado.

Familiares de Oliveira informaram que não se manifestariam, a não ser através do advogado que ainda estava sendo contratado.

Na manhã desta quarta-feira (26), foi realizada a primeira reunião do Escritório da Bicicleta, uma iniciativa com foco na ciclomobilidade através do Programa Pedala PE. No Centro de Convenções de Olinda, se reuniram representantes de cerca de 14 municípios e 30 entidades. O objetivo do encontro é discutir as ações voltadas à área. 

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Conforme explica o gestor de ciclomobilidade do Recife, Jáson Torres, "de fato a gente tem uma instância de gestão participativa que estava temporariamente recolhida, mas após análise vimos onde estava tendo certo tipo de freio na execução além da questão orçamentária, afinal a execução do Plano Diretor Cicloviário Metropolitano (PDC) demanda uma estrutura cicloviária. Vimos que o grande foco era gestão, então fomos em busca de contato junto às instituições e percebemos a enorme dificuldade, então vimos que as discussões deveriam ser realizadas dentro do Escritório da Bicicleta. Ele já existia tacitamente, mas não era uma instância implantada com reuniões regulares, com atas, com obrigações”.

Durante o primeiro encontro, foi exposta a pretensão de que a reunião tenha uma regularidade mensal para a execução do PDC. O gestor aponta para “a prioridade da principal demanda da implantação de estrutura cicloviária, porém não podemos esquecer as demandas como campanha e equipamento de apoio ao ciclista”. Embora o Plano tenha sido criado há três anos, Torres afirma que, no Recife, “não há previsão de recursos direta” para serem investidos na execução das demandas, no entanto, “há um compromisso com o governo do Estado para buscar requalificação da ciclovia da PE-15”. 

Pedro Luis Santos, um dos coordenadores da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), vê a convocação deles e de outros agentes como “fundamental”. “O Escritório da Biclicleta, como reunião, é parte central do PDC porque é discutindo com órgãos e com as prefeituras que nós vamos desenhar a saída do papel para algo prático”. Ele ainda aponta que a demora no início dessas discussões implica na “percepção que está ligada mais a fatores políticos do que simplesmente escanteamento da bicicleta como prioridade no Estado e municípios”. Para a Associação, o desejo é o cumprimento do PDC “como está no papel”. “O Plano é um bom projeto, que custou cerca de R$ 700 mil para ser elaborado e teve consultorias, então, sim, é um bom projeto e dá condições de que o ciclista se movimente de forma eficiente”.  

Obras que devem ser entregues ainda em 2017

De acordo com Jáson Torres, haverá a entrega do segundo trecho cicloviário ainda este ano, entre a Fábrica Tacaruna e o Varadouro, em Olinda. A primeira etapa que liga a Fábrica ao Marco Zero, Recife Antigo, foi entregue no último final de semana. Ele explica que na próxima semana a licitação para a segunda etapa será lançada e até o final de 2017, em dezembro, a obra já deve ser entregue.

“Qualquer outra estrutura além dessa, dar como garantido seria precoce, no entanto, estamos tentando viabilizar o trecho três que vai interligar a Orla de Olinda até a PE-15 pelos Bultins. Já estamos em discussão avançada com o município e com o recurso federal”, detalha. 

Bike PE

“Nós percebemos uma dificuldade de gestão da empresa operadora e fizemos uma série de notificações, exaurimos nossos canais e eles conseguiram sinalizar uma reformulação na gestão. Com os novos integrantes da gestão foi garantido que a partir de maio haverá uma reformulação técnica do uso da bicicleta, melhoria no sistema e vai haver uma nova ingestão de bicicletas. Recebemos reclamações regulares de falta de bicicletas e estamos nos empenhando que, a partir de maio, já hajam melhorias sentidas já em junho”. Ele ainda explicou que a empresa deve rever o equipamento e tecnologia utilizada, com possibilidade de renovação, em setembro.

A prefeitura de São Paulo anunciou que irá mudar o sistema cicloviário da cidade. Parte dos 400 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas instalados no município será transformada em ciclorrotas. A mudança vai começar pela Vila Prudente, na zona leste, seguida da Rua da Consolação, no centro da cidade.

“Após estudos na malha cicloviária da cidade, algumas ciclovias serão melhoradas, outras ampliadas e, em alguns casos, serão transformadas em ciclorrotas, ganhando uma sinalização específica e tratamento para acalmamento de tráfego em pista de rolamento que pode ser compartilhada com carros e motos em vias de tráfego leve”, informou a prefeitura em nota.

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Exclusivas para bicicletas, as ciclovias são pistas isoladas fisicamente do trânsito de veículos automotores com grades ou canteiros. Já as ciclofaixas são demarcadas com pintura no chão, também exclusivas para bicicletas, mas separadas dos veículos automotores apenas pela pintura ou por tachões. As ciclorrotas são ruas sinalizadas aos motoristas informando que a via é uma rota usada por ciclistas.

“A secretaria [de Mobilidade e Transportes] rechaça o conceito de que bicicleta só pode circular em via exclusiva. Essa visão contribui para aumentar o preconceito em relação à bicicleta e o equivocado conceito de que o trânsito se faz com segregação. O trânsito se faz com harmonia e convivência entre todos os atores. O fundamental é assegurar a segurança aos mais frágeis que pode sim ser oferecida em vias calmas com a implantação de estratégias de sinalização e manutenção de velocidade baixa”, destacou a prefeitura paulistana.

De acordo com a administração municipal, as mudanças serão feitas após debates com ciclistas e com a comunidade local. “O resultado desse diálogo é o que definirá o projeto a ser adotado em cada ponto da cidade.”

Ciclistas questionam alteração

A Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade) criticou a decisão da prefeitura de substituir ciclovias e ciclofaixas por ciclorrotas. De acordo com a associação, ciclorrotas devem complementar a rede de ciclovias e ciclofaixas, e não substituí-las.

“Usar o argumento do compartilhamento para justificar o desmonte de uma política inclusiva e que tem estimulado muitas pessoas para o uso cotidiano da bicicleta como meio de transporte vai na contramão das políticas de mobilidade que têm sido praticadas em muitas cidades no mundo, inclusive nas que apresentam uma realidade urbana similar à de São Paulo”, disse a entidade em nota.

A associação cita a Pesquisa sobre Mobilidade Urbana, da Rede Nossa São Paulo, segundo a qual mais de 80% dos motoristas paulistanos deixariam de usar o carro se houvesse uma boa alternativa de transporte. “Ciclovias e ciclofaixas são políticas essenciais para promover o uso de bicicletas, trazer novos ciclistas às ruas, garantir segurança e conforto para quem se desloca e quer se deslocar por bicicleta, especialmente em vias de intenso tráfego de veículos motorizados”, acrescentou a Ciclocidade.

Para o coordenador da organização comunitária Bike Zona Sul, Alex Gomes, a decisão da prefeitura é preocupante já que as atuais ciclorrotas existentes na cidade não oferecem segurança aos ciclistas. A entidade fará uma manifestação contra as medidas no próximo dia 28.

“A gente tem a referência das ciclorrotas atuais como a da Rua Comendador Elias Zarzur, a da Alameda Jaú. E o que a gente vê é que praticamente não há condições do ciclista circular por essas vias com tranquilidade”, disse. “Vai ser a substituição de uma estrutura que, bem ou mal, já está protegendo o ciclista, por uma outra estrutura que, pelos modelos que existem na cidade, a gente vê que são ineficazes e não funcionam”, acrescentou.

O Uber admitiu nesta segunda-feira (19) que seus carros autônomos podem colocar em risco a vida de ciclistas, pois não conseguem reconhecer quando estão trafegando em ciclovias. O jornal britânico The Guardian informou que a empresa está ciente do problema, mas manteve seus veículos autônomos em circulação mesmo assim.

A San Francisco Bicycle Coalition, da Califórnia (EUA), alertou aos ciclistas que os veículos autônomos do Uber fazem curvas inseguras por meio das ciclofaixas, uma vez que nem sempre conseguem reconhecer que estão perto de uma área dedicada aos ciclistas.

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"Esses veículos ainda não estão prontos para as nossas ruas. Lançar tecnologia de carros autônomos antes que esteja regulamentada e segura para as nossas ruas é algo inaceitável”, afirmou o diretor do grupo de ciclistas, Brian Wiedenmeier.

O Uber começou a testar seus carros autônomos em San Francisco na semana passada. Mas a empresa já se envolveu em algumas polêmicas, já que, segundo o departamento de trânsito californiano, a companhia não pediu a permissão necessária para colocar estes veículos nas ruas.

A empresa alega que durante os testes há sempre um motorista a bordo para lidar com emergências. Em relação ao problema com as ciclovias, o Uber diz que seus engenheiros já estão trabalhando em correções. O Uber começou a operar os carros sem motorista em San Francisco após um teste piloto no início do ano em Pittsburgh, na Pensilvânia.

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O ciclista Valdilei Antonio Lemos, de 43 anos, morreu atropelado na manhã de domingo (5) na Rodovia dos Imigrantes, ao ser atingido por um veículo conduzido por um motorista embriagado. O acidente aconteceu no quilômetro 20, altura de Diadema, no sentido São Paulo.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o ciclista trafegava pela área zebrada da pista para acessar o acostamento quando foi atingido pelo carro de Paulo Leonardo do Nascimento, de 26 anos. A vítima morreu na hora. Outro ciclista ficou levemente ferido. Nascimento foi preso em flagrante.

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De acordo com policiais, teste do bafômetro indicou 0,46 miligrama de álcool por litro de ar - o limite é de 0,05.

Rio

Duas crianças morreram atropeladas na tarde de sábado (3) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Elas estavam acompanhadas da mãe e da irmã, que também foram feridas no acidente. O motorista do veículo, Ronaldo Silva Santos, de 36 anos, foi linchado.

Santos atropelou a família quando passava pela Avenida Barão do Rio Branco, na localidade de Vila Uruçaí. O carro foi cercado por testemunhas, que passaram a atacar o motorista a pauladas. Em seguida, ele levou três tiros e morreu no local. O carro foi incendiado.

A bebê Ana Beatriz Martins Oliveira, de 4 meses, e a irmã, de 2 anos, que não teve o nome divulgado, morreram no local. Os corpos das crianças ficaram no asfalto até a 1h de domingo. "É muito descaso das autoridades. Disseram que só tinha um legista para toda a Baixada Fluminense", escreveu uma amiga da família em uma rede social.

A mãe das crianças, Juliene Martins Ferreira, de 26 anos, não teve ferimentos graves. A filha mais velha, Ana Júlia, de 7, foi internada. Seu estado de saúde é considerado estável.

Em nota, a Polícia Civil informou que "perícia minuciosa foi feita no local e diligências estão em andamento para identificar os autores do crime". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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