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Durante todo o mês de agosto, a partir do próximo domingo (1º) será exibida no portal da Cinemateca Pernambucana da Fundação Joaquim Nabuco a mostra on-line “A História de uma Alma: Uma Coleção de Filmes de Pernambuco”. Com curadoria da Cinelimite & Cinemateca Pernambucana, tem como objetivo de mostrar a rica história do cinema feito no Estado. Todos os filmes estarão com legendas em inglês.

A Cinelimite é uma organização sem fins lucrativos sediada em Nova Iorque, dedicada à exibição de cinema brasileiro e à promoção do intercâmbio cultural entre os Estados Unidos e o Brasil. Fundada em 2020, produz programas mensais que visam destacar a rica história do cinema brasileiro para o público internacional. As mostras da Cinelimite incluem novos textos acadêmicos, vídeo-ensaios, entrevistas e filmes, apresentados tanto em inglês como em português.

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 “É muito gratificante ver parte do nosso acervo exibido e debatido em mostras internacionais como essa promovida em parceria com o Cinelimite. Isso só vem a reforçar a importância do trabalho da cinemateca que não apenas coleta filmes mas, principalmente, difunde e debate o audiovisual produzido em Pernambuco desde a década de vinte do século passado”, comemora Ana Farache, coordenadora do Cinema e Cinemateca Pernambucana da Fundaj.

O título deste programa vem do filme História de uma alma, dirigido por Eustórgio Wanderley em 1926, que foi descrito na época pelo jornal recifense A Pilhéria como um reflexo do "incontestável progresso de nossa parte na 'arte da tela ‘’muda'’. Durante cada década significativa do cinema pernambucano, tal sentimento de progresso incontestável faz-se sempre presente, à medida que uma visão singular da realidade brasileira se apresenta na tela. A História de uma Alma é, portanto, uma homenagem à importante obra da fase muda do cinema pernambucano, além de ser um título que evoca uma história cinematográfica profundamente interessada em retratar a alma e a essência de um estado e de seu próprio povo. 

A mostra é composta de 11 filmes do acervo da Cinemateca que vão desde sua fase silenciosa até a década de 90. A coleção abrange dois dos mais importantes movimentos cinematográficos do estado pernambucano, o Ciclo do Recife e o Movimento Super-8 dos anos 70. Este programa também destaca produções memoráveis como O Canto do Mar, de Alberto Cavalcanti, feito em 1953, e o trabalho autoral de cineastas como Linduarte Noronha e Kátia Mesel. Toda a coleção oferece um breve retrato da vitalidade do cinema pernambucano, e funciona como uma porta de entrada para a história do cinema do estado.

Filmes da Mostra

1) Veneza Americana (1925), de Hugo Falangola e J. Cambiere

Um documentário mudo sobre o belíssimo progresso de Pernambuco, com destaque na construção do novo cais de Recife.

2) Aitaré da Praia (1925), Gentil Roiz

Aitaré namora Cora, uma moça da aldeia. Numa viagem de jangada em dia tempestuoso, ele salva o roco Coronel Felipe Rosa e sua filha, que ficam retidos nessa pequena aldeia de pescadores até a chegada de um barco, que os leva de volta à cidade de Recife. Por causa das intrigas, Cora e Aitaré se desentendem. Somente cinco anos mais tarde, tudo será esclarecido e eles se reconciliarão.

3) O Canto do Mar (1953), Alberto Cavalcanti

No litoral nordestino, que acolhe imigrantes do sertão à espera de viagem para o Sul, é onde se passa o drama de uma família que enfrenta a miséria, devido a problemas financeiros e psicológicos.

4) Aruanda (1960), de Linduarte Noronha

O filme conta a história dos remanescentes de um quilombo em Serra do Talhado, mostrando o cotidiano dos moradores, jornadas de plantio e feitos de cerâmica “primitiva”.

5) O Cajueiro Nordestino (1962), de Linduarte Noronha

Ao som de músicas regionais, o domuntário mostra a importância do cajueiro para a paisagem local e sobrevencia do povo nordestinio.

6) A Cabra na Região Semi-Árida (1966), de Rucker Vieira

No chão seco da caatinga e nas vertentes pedregosas do sertão, o bode e a cabra sobrevivem. Peças orgânicas da paisagem sertaneja, vinculados à economia de determinadas regiões, fornecem leite, carne e pele para exportação.

7) Isso é que é (1974) – Geneton Moraes Neto

Numa época em que a tesoura da censura avançava, até, sobre filmes amadores em Super-8, o curta “Isso é Que é” pode ser visto como uma tentativa de falar através de metáforas e sugestões.

8) Fabulário Tropical (1979), de Geneton Moraes Neto

Imagens de locais históricos de Recife e Olinda com vozes de duas “guias” que ironizam o pretenso caráter generoso dos brasileiros.

9) O Coração do Cinema (1983), de Geneton Moraes Neto

Adaptação livre do roteiro de Vladimir Maiakovski. Jomard Muniz de Brito e o cinema pernambucano.

10) Sulanca (1986), de Kátia Meses

Documentário sobre a revolução econômica das Mulheres de Santa Cruz do Capibaribe, que através da costura, colaboração e força de vontade, conseguiram mudar o panorama socioeconômico de toda uma região, que vivia na penúria e falta de opções.

11) Recife de Dentro Pra Fora (1997), de Kátia Meses

Filme inspirado em poema de João Cabral de Melo Neto e sua vida no Capibaribe.

Nesta quinta-feira (15), a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), localizada no bairro de Casa Forte, Zona Norte do Recife, realizou cerimônia de inauguração da nova sede da Cinemateca Pernambucana. O evento, preparado na área externa da instituição, contou com a partcipação do presidente da Fundaj, Antônio Campos, do diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte da institução, Mário Hélio, da coordenadora da Cinemateca, Ana Farache, do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e figuras do cenário político pernambucano, como a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB).

O espaço, que antes funcionava dentro do Museu do Homem do Nordeste, ganha espaço próprio e conta, agora, com duas salas (pesquisa e exibição). "É gratificante para a gente ver que o resultado desse trabalho de três anos que a gente vem fazendo e está sendo muito reconhecido pelo público. Nesse novo espaço, estamos realizando uma exposição até fevereiro, com o acervo da cinemateca, adereços, figurinos e filmes, cartazes, equipamentos. Além disso, a gente tem mais uma área grande que é umas duas salas e todo um primeiro andar que pretendemos aprontar pra entregar ao público pelo menos até o final deste ano", conta Ana Farache.

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O presidente da Fundaj, Antônio Campos, ressaltou a imortância do espaço, que mesmo durante a pandemia, disponibilizou gratuitamente e on-line, exibições de produções pernambucanas e acervo. Na ocasião, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, elogiou a forma como os pernambucanos zelam pela história. "Eu fico impressionado como o povo pernambucano zela pela história, que muitos fazem questão de passar por cima. Aqui não, aqui é diferente, é importante", exalta.

A Cinemateca Pernambucana, da Fundação Joaquim Nabuco, divulgou o balanço de acessos ao site onde estão disponíveis 261 produções cinematográficas do Estado. Em 2020, o portal contabilizou 286.693 visitas. No ano anterior, a marca foi de 38.928. Ou seja, um aumento de 736,46% nos acessos. Para a coordenadora do Cinema da Fundação e Cinemateca Pernambucana, Ana Farache, os números atestam a importância de disponibilizar as produções para o acesso virtual, sobretudo na pandemia. “Com o distanciamento social e fechamento das salas de cinema, os acessos diários foram tão grandes que dobramos nosso link para melhor atender ao público”, revela.

De acordo com Ana Farache, novos títulos foram adicionados à plataforma no último ano. “Muitos diretores chegaram a disponibilizar mais filmes para serem assistidos online no portal.” Depois de Pernambuco, onde houve a concentração de 59% dos acessos, São Paulo (10,53%), Rio de Janeiro (5,57%), Bahia (3,40%), Minas Gerais (2,94%), Ceará (2,70%), Paraíba (2,43%), Rio Grande do Norte (2,31%), Distrito Federal (1,99%) e Rio Grande do Sul (1,40%)  foram os estados brasileiros com o maior percentual de engajamento. O balanço revelou ainda que 1,98% dos acessos foram realizados dos Estados Unidos. Portugal (0,71%), França (0,43%) e Argentina (0,31%) também visitaram o acervo do cinema pernambucano.

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Recorde, o dia 31 de março reservou 21.376 dos acessos totais. Na data, obras que até então só poderiam ser conferidas no espaço foram liberadas para o acesso remoto. Em seguida, os períodos de 20 de maio a 19 de junho, 26 a 30 de julho e 4 a 6 de novembro conservam uma média de mais de mil acessos diários. Para os monitores da Cinemateca Pernambucana, o reforço das mídias sociais e o monitoramento do sistema de streaming contribuíram para a marca. “Toda a cadeia produtiva sai mais fortalecida com essa propagação ampla de um cinema que já é reconhecido mundialmente como de grande valor estético e sócio-cultural, além de ser inspiração para novos realizadores”, celebra a coordenadora da Cinemateca Pernambucana.

Dentre as produções, os sucessos de audiência tratam de aspectos profundos desses Brasis, como os dramas A História da Eternidade (7.203 acessos), de Camilo Cavalcante, ambientado no Sertão; e Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (2.688), de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz, que fala das solidões. Mas não foram apenas as ficções que renderam cliques, o documental O Silêncio da Noite É Que Tem Sido Testemunha das Minhas Amarguras (4.092), de Petrônio Lorena, investiga a poesia do Pajeú e também foi campeão de acessos. O remake da comédia O Auto da Compadecida (2.770), de Guel Arraes, adaptado para o público surdo, e o curta-metragem A Arte de Ser Profano (3.079), de Fernando Spencer, completam o ranking.

Cinemateca Pernambucana

Inaugurada em 2018, a Cinemateca Pernambucana funciona no Campus Gilberto Freyre, da Fundaj, em Casa Forte, na Zona Norte do Recife. Quase 300 filmes, entre curtas e longas-metragem, podem ser conferidos no acervo do espaço. São produções que datam desde 1924 até os dias atuais.

A Cinemateca se constitui, também, como centro avançado de estudos e pesquisas na área do cinema. “Coletar, catalogar, preservar, difundir, estudar, pesquisar e ressignificar as obras. Essas são as responsabilidades de uma cinemateca. Sem esquecer que a história dos filmes do passado fortalece e expande a nova produção audiovisual”, defende Ana Farache. Confira as produções em cinematecapernambucana.com.br

 

*Via assessoria de imprensa

O Cinema da Fundação promove, nesta quinta (18) e sexta (19),  o Curta Alumiar - I Mostra de Curtas Pernambucanos Acessíveis On-line da Fundaj, para pessoas com deficiências visuais e auditivas. A mostra lança oito curtas acessíveis de diferentes gêneros e formatos, disponíveis para serem assistidos no portal da Cinemateca Pernambucana.

A cada dia  quatro curtas entrarão no link Acessibilidade e ficarão permanentemente no portal. A mostra tem o objetivo de oferecer à pessoas cegas, com baixa visão, surdas ou ensurdecidas uma opção de acesso  à  produções culturais  durante este período de isolamento social, sem precisarem sair de casa.

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O Alumiar destina-se, também, a estudantes, profissionais e pesquisadores da área da acessibilidade, produtores de audiovisual, estudantes de artes visuais e o público em geral. A ideia é colaborar para a formação de um novo público a partir da inserção de pessoas com deficiências sensoriais no universo do cinema criando um canal de diálogo com profissionais da acessibilidade e  promovendo debates e encontros sobre acessibilidade nas salas de cinema.

 

PROGRAMAÇÃO - MOSTRA CURTA ALUMIAR

18 de junho (quinta), a partir das 14h:

A Árvore do Dinheiro de Marcos Buccini e Diego Credidio

A Onda Traz, O Vento Leva de Gabriel Mascaro

Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos de Camilo Cavalcante

Cinema Glória de Fernando Spencer e Felix Filho

 

19 de junho (sexta), a partir das 14h:

Clandestina Felicidade de Beto Normal e Marcelo Gomes

Nº 27 de Marcelo Lordello

Recife de Dentro pra Fora de Kátia Mesel

Salu e o Cavalo Marinho de Cecília da Fonte Alves

 

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