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Em um grupo no WhatsApp que reúne ex-ministros de Bolsonaro, Marcelo Queiroga e Paulo Guedes concordaram que a destruição causada por bolsonaristas no Distrito Federal contribuiu com o governo Lula. As mensagens foram registradas no celular de Ciro Nogueira pela repórter fotográfica Gabriela Biló. 

“Não houve a percepção do que foi feito no país. Ter esses resultados econômicos durante um colapso no país decorrente da pandemia é um milagre. Agora, tudo que foi feito vai por água abaixo pela ação de um grupo de radicais. O governo lulopetista havia cometido vários erros na primeira semana, mas a ação desses vândalos acabam por ajudar o governo", enviou Queiroga, ex-ministro da Saúde. 

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A mensagem é respondida com um "sim", escrito por Paulo Guedes, ex-ministro da Economia. 

A conversa foi fotografada nessa terça-feira (10), durante a sessão no Senado para votar o decreto de Lula sobre a intervenção na segurança do Distrito Federal. 

O candidato à presidência derrotado Ciro Gomes (PDT) votou na manhã deste domingo, 30, na capital cearense, em Fortaleza, na sede da Secretaria de Saúde do estado.

"Como eu sempre faço. Tenho um grande respeito e gratidão pelo PDT, especialmente por presidente nacional do PDT Carlos Lupi, e segui a orientação do partido", respondeu ao ser questionado pela imprensa na saída. A afirmação sugere que ele teria votado em Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Mesmo com divergências políticas, o partido de Ciro Gomes, PDT, decidiu apoiar a candidatura do ex-presidente Lula. "Agora, eu tenho um dever de coerência com a minha vida, com o que eu falei, com o que eu penso e com as minhas preocupações. Não participarei de nenhum dos dois governos, quem quer que seja eleito", disse em entrevista coletiva na saída da votação.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não pode "coagir" ninguém a apoiar sua candidatura ao Planalto durante comício, neste sábado (22), em Ribeirão das Neves (MG). Acompanhado de Simone Tebet (MDB), sua adversária no 1° turno e agora figura constante em seus atos de campanha, o petista afirmou que não iria ficar "importunando" seu ex-ministro e ex-candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), a manifestar-se publicamente a seu favor.

"A gente não pode ficar tentando coagir ninguém para vir nos apoiar", disse Lula, durante o evento, lembrando da declaração que Ciro fez, a de que seguiria a decisão do PDT de apoiar a candidatura do petista no segundo turno. O ex-presidente, no entanto, disse desejar que o pedetista tenha "liberdade de decidir como quiser". "Na hora que quiser, não vou ficar importunando", afirmou, ao ser questionado sobre o tema por jornalistas.

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Diferentemente de Simone, que declarou apoio a Lula e passou a trabalhar em sua campanha, Ciro apenas informou que seguiria a decisão de seu partido, sem fazer depois qualquer outra manifestação de apoio a Lula neste segundo turno.

Comentando sobre os apoios conquistados por ele e pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda fase da campanha, Lula criticou o governador mineiro reeleito Romeu Zema (Novo), que declarou voto e passou a trabalhar para a reeleição do presidente. "Ele passou a ideia para o povo de que não tinha candidato, e depois ele assume o bolsonarismo, o que é uma coisa ruim, negativa", disse o petista, que acrescentou depois "respeitar" Zema.

"Eu estava sabendo que o governador de Minas ia levar Bolsonaro lá (Teófilo Otoni, onde Lula cumpriu agenda ontem). Já tentaram fazer reunião com prefeito que foi fracassada", disse o petista, que tenta estancar a perda de fôlego e conquistar mais votos no Estado, tido como uma peça-chave para as eleições presidenciais. No primeiro turno, Lula recebeu 5,8 milhões de votos dos mineiros, aproximadamente 560 mil a mais do que Bolsonaro.

Em campanha pela não abstenção, Lula disse ainda estar focado para conseguir o voto dos indecisos e daqueles que não votaram no primeiro turno. "Eu, sinceramente, acho que nós, povo brasileiro, as forças políticas que estão comigo, vamos ganhar as eleições porque o povo precisa de democracia. Estamos trabalhando para que pessoas que não foram votar, apareçam para votar (...) Teve lugares no País que 30% das pessoas não foram votar, precisamos tentar convencê-las a votar", declarou.

Pauta econômica

Lula também fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro durante o evento, a quem classificou como "subordinado" das empresas que importam gasolina no País - o que explicaria a razão de o presidente da República não ter agido antes para baixar o preço dos combustíveis.

"É um cidadão que resolve fazer isso na perspectiva de ganhar as eleições, é porque poderia ter feito antes, não fez porque hoje é subordinado das empresas que importam gasolina no nosso País. São 392 empresas que exportam e importam pagando preço em dólar", disse Lula.

O petista acrescentou: "No dia 30, o povo vai ter que escolher entre o fascismo e a democracia, entre a barbárie e a democracia, entre a desumanidade e a humanidade. E está chegando o dia de decidir, é preciso ter clareza. Esse cidadão é um destruidor de esperanças e de sonhos. Passou o mandato inteiro aumentando diesel, gasolina, gás, e chegando as eleições, quando começamos a criticar o preço, começou a reduzir".

Ainda na pauta econômica, Lula voltou a falar do seu plano de renegociação de dívidas. Com o "Desenrola Brasil", o ex-presidente pretende, se eleito, criar um fundo público que permita a renegociação de dívidas em condições favoráveis aos consumidores, especialmente de serviços públicos, como energia.

"Vamos negociar tanto com o setor financeiro, como o de varejo. As pessoas não podem ficar com o nome sujo (...) É importante lembrar que faz quatro anos que o salário mínimo não tem aumento real, faz quatro anos que a merenda não tem aumento real, faz quatro anos que as categorias organizadas ganham menos que a inflação", reforçou.

A presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, disse nesta segunda-feira, 3, que é preciso celebrar o saldo de votos do primeiro turno no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ampliar apoios com outros partidos para vencer no segundo turno. Em entrevista à GloboNews nesta tarde, ela disse que o PT vai buscar o apoio de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) e atacou o "uso da máquina pública" pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha. Lula recebeu 57.258.115 votos válidos no primeiro turno, o equivalente a 48,43% do total, e Bolsonaro ficou em segundo lugar, com 51.071.277 votos válidos (43,2%).

"Primeiro, é importante dizer que o recado das urnas foi de tirar Bolsonaro, a maioria votou contra Bolsonaro. É um recado claro, ele está sentado na cadeira da Presidência da República, é o primeiro presidente que disputa a reeleição e que chega em segundo lugar no primeiro turno. Lula fez mais de 6 milhões de votos à frente de Bolsonaro. Isso é um recado muito claro das urnas, o povo brasileiro quer trocar de presidente, quer mudança", disse.

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Ela afirmou que a campanha petista sempre trabalhou com a hipótese de segundo turno e sabia que a disputa para encerrar a eleição no primeiro turno estava no limite. "Faltou pouco para a gente ganhar", disse. "O que não foi captado nas pesquisas foi esse crescimento do Bolsonaro, e acredito que foi muito no final. Nós chegamos vitoriosos, isso é importante dizer, e dentro daquilo que mais ou menos nós prevíamos."

Gleisi destacou ainda que é importante enfatizar que o ex-presidente Lula "travou um embate contra a máquina pública". "Nunca se usou tanto na história do Brasil a máquina pública como se usou nesta eleição. Bolsonaro usou a Constituição, soltou o Auxílio Emergencial, baixou o preços dos combustíveis, quando podia ter feito antes e não fez, usou muito o orçamento público, e nós tivemos essa situação aí do chamado orçamento secreto, das emendas parlamentares que foram usadas muito nesse processo de distribuição de verba para município, isso teve um efeito muito grande. Não foi fácil enfrentar essa máquina toda", explicou.

A presidente do PT, que também venceu a eleição para deputada federal pelo Paraná, reforçou mais de uma vez a importância de Lula buscar diálogos com novos setores da sociedade e, ao responder a uma pergunta sobre a formação de um eventual novo governo, disse ser uma "temeridade" falar em nomes antes de o candidato ser efetivamente eleito.

Sobre a eleição para o governo do Estado de São Paulo, onde o petista Fernando Haddad vai disputar o segundo turno com Tarcísio de Freitas, apoiado por Bolsonaro, ela disse que ainda vão conversar com Haddad para "avaliar o quadro". "Mas defendo buscarmos o PSDB", disse.

Os dois principais nomes da terceira via, Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), tiveram juntos pouco mais de 7% dos votos na eleição de ontem - um desempenho abaixo do que previam os principais institutos de pesquisas. Simone terminou com pouco mais de 4% dos votos, a votação mais baixa de um terceiro colocado desde a redemocratização.

Simone votou em Campo Grande (MS) e acompanhou a apuração em São Paulo. Ciro passou o dia em Fortaleza. Nenhum dos dois anunciou ontem apoio a ninguém no segundo turno, mas também ambos não descartaram a possibilidade. Ontem à noite, Ciro comentou brevemente os resultados e pediu mais algumas horas para consultar aliados antes de decidir os próximos passos.

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"Estou profundamente preocupado com o que estou assistindo no Brasil. Nunca vi situação tão complexa, desafiadora e ameaçadora sobre nós como nação. Peço mais algumas horas para que me deixem conversar com meus amigos, com meu partido, para que a gente possa achar o melhor caminho", disse.

Simone fez uma campanha crítica, mas não fechou as portas para um novo aceno a Lula. No segundo turno, há relatos de conversas entre aliados com representantes da campanha petista. Alguns falam inclusive em obter apoio dela em troca de algum ministério. Parte dos representantes do MDB, no entanto, especialmente a ala do Nordeste, já se coloca como eventual aliada de Lula.

NEGOCIAÇÕES

Inicialmente, de acordo com relatos da campanha de Simone, ela teria recusado qualquer aproximação, temendo que o gesto pudesse ter impacto em seu eleitorado e favorecesse o voto útil no primeiro turno. Com o tempo, porém, ela abriu a guarda e já estaria disposta a conversar sobre uma possível participação no governo de Lula ou conceder apoio no segundo turno.

Simone e Ciro tiveram uma trajetórias opostas. Durante a campanha, a senadora cresceu nos debates, mas não conseguiu romper a polarização entre os dois favoritos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A posição centrista, no entanto, coloca Tebet como uma possível peça-chave para o segundo turno das eleições.

Já Ciro saiu menor do que entrou. Em sua quarta tentativa de chegar ao Palácio do Planalto, desta vez pelo PDT, ele radicalizou o discurso, perdeu prestígio e apoios dentro de seu próprio partido e no Estado em que tem sua base, o Ceará, onde brigou até com sua família.

ABAIXO DO ESPERADO

Como consequência, amargou uma votação bem inferior à de quatro anos atrás na eleição que, segundo ele, marca sua despedida da política - ele teve pouco mais de 12% dos votos em 2018, se colocando em terceiro lugar, atrás de Fernando Haddad e Jair Bolsonaro.

Desta vez, o candidato do PDT ficou atrás até mesmo de Simone, que não era tão conhecida nacionalmente no início da campanha, embora tenha tido participação contundente na CPI da Covid, mas soube aproveitar melhor os debates eleitorais na TV.

O encolhimento é consequência do isolamento de Ciro. A radicalização do discurso, à medida que a campanha avançava e ele se via cada vez mais espremido pela polarização entre Bolsonaro e Lula, não trouxe resultados para Ciro.

De nada adiantou, por exemplo, ele subir o tom contra Lula ou sua tentativa de seduzir parte do eleitorado que se inclinava a votar em Bolsonaro. Sua cruzada ' contra o voto útil no petista, nas últimas semanas, também não lhe trouxe benefícios. Ao contrário, foi mais um motivo de desgaste.

VOTO NULO

O candidato pelo Novo, Felipe d'Avila, que obteve menos de 0,5% dos votos, avaliou ontem que o resultado das urnas indica o derretimento do centro político no Brasil. Para ele, o voto útil migrou para os extremos. "O centro, que poderia surgir como uma alternativa ou uma força moderadora, não vai ocorrer", afirmou.

De acordo com D'Avila, o momento é de "reconstrução". "O Novo, como os demais partidos do centro, sofreram nesta eleição. Isso significa que vamos ter de trabalhar para fazer oposição ao populismo", afirmou. Ele e o Novo, segundo o candidato, não apoiarão ninguém no segundo turno. D'Avila disse ontem que pretende anular seu voto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, agradeceu, na noite deste domingo (2), os votos recebidos, mas se disse "profundamente preocupado" em relação ao que está vendo acontecer no Brasil. "Nunca vi situação tão complexa e desafiadora e ameaçadora sobre nós como nação", continuou.

Com 96,56% das urnas apuradas, Ciro tem apenas 3,06%, com 3,49 milhões de votos e terminará a sua quarta tentativa de chegar ao Planalto em quarto lugar, atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB).

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Em relação a possíveis apoios no segundo turno, Ciro adiantou, em breve pronunciamento, que precisará "de mais algumas horas" para conversar com seus amigos e partido "para achar o melhor caminho e equilíbrio".

Após uma participação pouco produtiva, conforme avaliação de cientistas políticos ouvidos pelo Estadão/Broadcast, por ter se concentrado em atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em vez de explicar suas propostas durante o último debate presidencial na TV antes do primeiro turno, na noite desta quinta-feira (29), Ciro Gomes (PDT) usou as redes sociais para se defender daqueles que o chamam de "destemperado".

"Não me cabe fazer apologia ou julgamento sobre desempenho (s) no debate. Mas não posso evitar duas perguntas: o tal destemperado sou eu? Por que fui o único que não precisou pedir nem conceder nenhum direito de resposta?", escreveu o candidato no Twitter na manhã desta sexta-feira (30).

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Respondendo a si mesmo, o ex-governador do Ceará disse que não conseguiria deixar de responder o último questionamento, afirmando que não pediu nenhum direito de resposta "simplesmente porque não puderam me acusar de absolutamente nada. De nenhum tipo de desvio moral ou político". "Mais um atestado de honestidade que consigo na vida pública", completou.

Durante o debate desta quinta-feira, além dos momentos de confronto mais intensos entre a candidata Soraya Thronicke (União Brasil) e o candidato do PTB, Padre Kelmon, que chegou a ser chamado pela presidenciável de "padre de festa junina", o evento foi marcado por uma sequência de pedidos de direito de resposta protagonizada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula.

Em mais uma tentativa de furar a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), o candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) afirmou na madrugada desta sexta-feira (30), nas considerações finais do debate da Rede Globo, que quer ser o candidato para reconciliar o Brasil.

Ciro pediu uma "oportunidade" para governar o Brasil e reforçou a tese de que há um sistema a ser combatido no País. "Não deixe o sistema entrar na sua cabeça. Eles montam uma máquina de propaganda", argumentou Ciro. "Imagina que lindo fazermos história", acrescentou.

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Os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT) concordaram, ao longo do debate promovido pela Rede Globo, sobre a necessidade de reprimir o desmatamento ilegal no País.

"Uma das coisas que estou dizendo que vou fazer é que não haverá ocupação ilegal e garimpo", prometeu Lula, para um eventual governo. "Precisamos ensinar povo que extrair da floresta em pé gera muito mais riquezas do que da floresta deitada", emendou Ciro.

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O pedetista, contudo, aproveitou a tréplica, quando Lula não mais falaria, para criticar o ex-presidente. Afirmou que o petista fez "conchavos" ao comandar o País e que o Brasil, hoje, tem uma situação "completamente diferente" da encontrada por Lula em 2003.

Candidato Felipe d’Ávila (Novo) não finalizou sua pergunta ao candidato Ciro Gomes (PDT), zerando o cronômetro com críticas ao ex-presidente Lula (PT). D’Ávila e Ciro fizeram uma segunda dobradinha de ataques ao petista, comentando sobre o governo do ex-presidente.

"Bolsonaro teve 70% dos votos nos centros mais dinâmicos. Não foi pela obra, nem pela proposta, porque não tinha nenhuma. Foi pela dor do povo brasileiro", afirmou Ciro Gomes.

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O último debate presidencial antes das eleições realizado pela Globo nesta quinta-feira (29), iniciou com uma “DR” entre Ciro (PDT) e Lula (PT). Ciro fez parte do governo petista como ministro da Integração Nacional. 

Ciro abriu a discussão e fez a primeira pergunta a Lula, “com a intenção de achar as raízes da crise”, e mencionou que o desemprego chegou a 12%. Em resposta, Lula disse que a pergunta poderia ter sido feita de outra forma. “Você deveria perguntar como os mais pobres tiveram 80% de aumento real na sua renda, enquanto os mais ricos tiveram 20%”. Na ocasião, ele lembrou que o pedetista fez parte do seu governo. 

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Ciro reafirmou ter feito parte do governo, mas “me afastei justamente por conta das contradições graves de economia, e mais grave ainda as contradições morais”. “O senhor prega os 14 anos, separa um pedacinho e esquece o resultado final. Quando acabou o período do PT, 63.400 milhões de famílias estavam humilhadas no SPC e no Serasa, ficar falseando um período do tempo e não prestar contas gerou a tragédia do Bolsonaro. Se fosse de verdade, essa montanha de coisas boas, por quê o Bolsonaro, essa tragédia que aconteceu com o Brasil, foi eleito depois do PT?”, questionou. 

O petista ironizou a fala de Ciro: “eu estou achando você nervoso”. “Você saiu do governo para ser candidato a deputado federal contra a minha vontade, que queria que você fosse para o BNDS. Você viveu nos oito anos que fui presidente, o momento de maior conquista social desse País, a maior inclusão social da história do Brasil, e você sabe que eu não estou pegando um período pequeno”, disse.

“Quando você cita o governo do PT, esquece que o atual presidente herdou o governo não da Dilma, e sim de um golpista que ficou três anos antes dele [Bolsonaro] entrar, e que foi um dos responsáveis pela quebra do País junto com Cunha”, completou Lula. 

Ciro Gomes (PDT) deu duas versões diferentes sobre o que cochichou a Jair Bolsonaro (PL) durante uma fala de Soraya Thronicke no debate organizado pelo Estadão e Rádio Eldorado, em pool de veículos de imprensa que incluiu SBT, CNN, Veja, Terra e Nova Brasil FM, no último domingo, dia 25.

A campanha do pedetista falou que ele contestou um pedido de resposta do atual presidente e candidato à reeleição. "Ela não falou seu nome", teria dito. Depois, na participação de Ciro no Flow Podcast, na segunda-feira, 26, o candidato disse que informou ao presidente qual era o nome de outro participante do evento, Padre Kelmon (PTB).

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Conforme mostrou o Estadão, colocados lado a lado nos estúdios do SBT, Ciro e Bolsonaro trocaram sorrisos e cochicharam nos intervalos do debate. Nas redes, os afagos renderam críticas ao candidato do PDT. No Twitter, a campanha de Ciro acusou os "canalhas da mentira e da manipulação" - sem citar quem seriam - de usarem "essa imagem para difamar Ciro".

No podcast, Ciro questionou o apresentador: "Tu acha mesmo que eu vou conversar com Bolsonaro na frente das câmeras?" E emendou: "Bolsonaro me perguntou como era o nome do tal padre. Eu botei a mão 'aqui' para o padre não ver, porque estava ele ao meu lado e o Bolsonaro do outro."

Outro vídeo que deu tração a especulações nas redes sobre uma suposta tentativa de alinhamento dos candidatos mostra Ciro conversando com o ministro das Comunicações Fabio Faria. Logo após conversar ao pé do ouvido com o pedetista, Faria vai falar com Bolsonaro.

Pelo Instagram, Faria negou o possível combinado e disse que "jamais iria combinar alguma coisa na frente das câmeras". "Conheço o Ciro desde 2007, é uma pessoa que admiro, que gosto, que tenho relação. Assumi meu primeiro mandato com 29 anos, me recebeu superbem, me ensinou muita coisa, sempre que o encontro é uma alegria, converso com ele."

Faria também fez críticas à imprensa, que, segundo ele, não "consegue fazer um papel imparcial".

"O que vocês estão incomodados é porque o Ciro é o único, diferente da imprensa, que bate no Bolsonaro e bate no Lula. Vocês querem candidatos, como as candidatas (Soraya e Simone Tebet), que batam só no Bolsonaro."

Sobre a conversa com Faria, Ciro não se pronunciou nas redes.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu às críticas do candidato à Presidência do PDT, e ex-aliado, Ciro Gomes, feitas nesta segunda-feira, 26. Lula afirmou que Ciro "talvez esteja colhendo o que plantou". "Quem planta vento colhe tempestade", disse o petista, que voltou a dizer que o candidato do PDT "está surtado".

Ciro fez um pronunciamento em que criticou a campanha pelo voto útil e falou em "fraude eleitoral" ao voltar a comparar os adversários Lula e Jair Bolsonaro (PL), líderes nas pesquisas eleitorais. Faltando seis dias para o primeiro turno das eleições, o pedetista reafirmou que não vai retirar sua candidatura. "Nada deterá minha determinação em empunhar a bandeira do novo projeto nacional de desenvolvimento e denunciar corruptos, farsantes e demagogos que tentam ludibriar a fé popular com suas falsas promessas", disse.

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Questionado se há espaço para buscar o PDT em eventual segundo turno, Lula falou que vai "esperar ver o que acontece". Se acontecer segundo turno vamos conversar com outras forças políticas. Agora nós só conversamos com quem quer conversar. Se o Ciro quiser conversar, conversaremos, mas a conversa não é pessoal, é entre partidos", disse Lula. "Se for necessário conversar com o PDT, nossa presidente Gleisi Hoffman vai procurar o presidente Lupi e eles vão conversar", disse o petista. Lula relembrou histórico de outras situações em que foi difícil amarrar apoio do PDT.

"Eu acho estranho ele dizer que é vítima de uma campanha de mentiras porque ele tem mentido a meu respeito desde que começou a campanha. Eu, sinceramente, não sei o conteúdo do pronunciamento do Ciro, mas eu acho que o Ciro tem surtado", afirmou Lula ao chegar para evento no qual receberá apoio de artistas, em São Paulo.

Ele disse que há naturalidade em buscar voto de eleitores de Ciro Gomes ou de Simone Tebet (MDB) e afirmou que os adversários também tentam conquistar voto dos eleitores do PT. "A gente não pergunta se tem um carimbo na testa do eleitor", disse Lula.

Sobre a busca por votos no primeiro turno, Lula afirmou que em "todas as eleições de 89 até agora" ele "sempre quis ganhar no primeiro turno". "O povo achou melhor ir para o segundo turno, vamos para o segundo turno, não tem problema", afirmou.

Colocados lado a lado nos estúdios do SBT, Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PL) trocaram sorrisos e cochicharam nos intervalos do debate de ontem organizado pelo Estadão e Rádio Eldorado em pool de veículos de imprensa que incluiu SBT, CNN, Veja, Terra e Nova Brasil FM.

Ciro é alvo de um cada vez mais intenso "ataque especulativo" do PT, que assedia os eleitores do pedetista apelando para o "voto útil" em Luiz Inácio Lula da Silva já no primeiro turno. Como resposta, o ex-ministro do governo petista e ex-governador do Ceará tem respondido subindo o tom nas críticas a Lula e seu partido.

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Essa crescente animosidade ficou explícita no debate deste sábado, 24, e as críticas de Ciro a Lula alcançaram alguns tons acima do tratamento dispensado pelo pedetista a Bolsonaro.

Assim como os demais candidatos, Ciro atacou Lula pela ausência e pela falta de disposição para debater - ao fim do programa, chamou o ex-presidente de "falso democrata". Ao longo do debate, houve momentos em que ele e Bolsonaro convergiram, como quando aproveitou uma pergunta sobre STF para falar em "intrusão" da Corte em temas da política. Já o presidente reforçou a ideia, destacando que os ministros atrapalham seu governo.

Nos intervalos, Ciro e Bolsonaro trocaram sorrisos, e uma imagem viralizou com o pedetista cobrindo a boca, cochichando com o presidente.

Após o debate, já na saída, ele explicou ao Estadão o que falava tapando a boca com as mãos: "Eu dizia a ele que Soraya não havia citado o nome dele, em seu pedido de resposta", disse.

Ciro também negou docilidade com Bolsonaro: "Isso é canalhice do Lula e do PT, que tinha a oportunidade de enfrentar o fascismo. O fascista veio aqui e o falso democrata se ausenta. Como se enfrenta o fascismo? Na cabeça das pessoas. E por que ele não veio aqui, são iguaizinhos".

A mulher dele, Gisele, também opinou. "Ele foi simpático com o Bolsonaro na resposta que deu a ele, na resposta sobre a corrupção", disse, em tom irônico. Ciro citou casos em que acredita mal explicados na gestão Bolsonaro, além dos imóveis comprados em dinheiro vivo pela família.

O episódio gerou um direito de resposta a Bolsonaro, mas ele não levou adiante a história e usou o tempo extra para tentar falar às mulheres.

Mas apesar de tentar reverter a rejeição entre as eleitoras, Bolsonaro acabou confrontando novamente as adversárias do sexo feminino, a ponto de chamar Soraya Thronicke (União Brasil) de estelionatária e afirmar, sem amparo na realidade, que tanto ela quanto Simone Tebet (MDB) derrubaram seu veto ao orçamento secreto.

Num estúdio pequeno, sem espaço para torcidas organizadas, o marqueteiro de Soraya deu o grito mais contundente da noite. No momento em que ouviu o estelionatária, ele gritou "direito de resposta" e depois bateu palmas quando conseguiu o tempo extra. Também gritou "é mentira" quando Bolsonaro insistiu pela terceira vez na tese de que elas aprovaram o orçamento secreto.

Soraya ironizou um dos confrontos que teve com Bolsonaro. Usando a imagem que tenta projetar desde o primeiro debate, na Band, disse que o presidente não deveria cutucar "a onça com sua vara curta". A frase levou a plateia que assistia ao confronto no estúdio anexo ao debate cair na gargalhada.

Na saída, Soraya foi além: "Foi o único momento em que ele não pediu direito de resposta", brincou. Bolsonaro pediu 5 vezes o direito de responder a ataques em tempo extra, ganhou 3.

Mas foi o novato Padre Kelmon (PTB) quem mais provocou reações da plateia, pela dobradinha escancarada que emendou com Bolsonaro.

A aproximação começou de forma discreta, mas depois ficou explícita com elogios reiterados do petebista ao atual governo e críticas aos outros candidatos por "se juntarem contra o presidente" - "Todos vocês falam mal do presidente, só enxergam maldades", reclamou.

Ao contrário de Tebet, que disse jamais querer se confessar com o candidato que se vende religioso, Bolsonaro entregou a Kelmon a vantagem de responder suas perguntas nas duas vezes em que teve a oportunidade de escolher um adversário para conversar. O teatro da política ganhou novo capítulo nessa noite.

O resultado da pesquisa que o Ipec divulgou, nessa quarta-feira (22), mostra que Lula (PT) oscilou positivamente e atingiu 64% das intenções de voto dos eleitores em Pernambuco. Em relação ao levantamento divulgado no início do mês, o petista avançou dois pontos percentuais. 

Os demais candidatos que pontuaram mantiveram o mesmo desempenho da pesquisa apresentada no dia 6. Jair Bolsonaro (PL) estagnou em 22%, Ciro Gomes (PDT) manteve 5% e Simone Tebet (MDB) foi citada por 2% dos entrevistados.

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Brancos e nulos ganharam um ponto e chegaram a 4%. Os eleitores que não sabem em que votar ou não souberam responder representam 2%, uma queda de dois pontos comparada ao início do mês. 

O Ipec ouviu 1.504 eleitores de 57 cidades pernambucanas, entre os dias 18 e 20 deste mês. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o código BR-00352/2022. 

Mais de 50 políticos e intelectuais da esquerda em países da América Latina escreveram uma carta aberta ao candidato Ciro Gomes (PDT) pedindo que ele desista da corrida presidencial no Brasil em prol do voto útil em Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Assinada pelo Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, o argentino ativista dos direitos humanos que recebeu o prêmio pela criação do Serviço Paz e Justiça na América Latina, pelo ex-presidente do Equador Rafael Correa, pela senadora colombiana Piedad Córdoba, o ex-chanceler do Paraguai Jorge Lara Castro, entre outros, a carta divulgada nesta terça-feira, 20, pede que Ciro não cometa um "erro" ao manter sua candidatura.

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"Dirija-se aos seus seguidores e lhes diga que a urgência da luta contra o fascismo não lhes deixa outra opção além de apoiar a candidatura presidencial de Lula", afirma o documento.

A carta alega que a eleição deste ano no Brasil é uma disputa entre o fascismo e a democracia. "Sabemos que você foi um lutador pelas boas causas do povo brasileiro ao longo de sua vida. É por isso a perplexidade que nos leva a escrever-lhe esta carta e que nos move a enviar-lhe esta mensagem fraterna, porque é incompreensível para nós, na atual situação brasileira, sua insistência em apresentar sua candidatura presidencial para o primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil, neste 2 de outubro, que sem o menor exagero pode ser considerado um ponto de virada histórico. Por quê? Porque a escolha fundamental não será entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio "Lula" da Silva, mas entre fascismo e democracia." O grupo divulgou ainda um e-mail para receber novas adesões ao documento.

Campanha pelo voto útil

A campanha do petista tem intensificado nas últimas duas semanas as ações em busca de eleitores de Ciro, Simone Tebet (MDB) e outros concorrentes, além de mirar o voto dos indecisos e combater a abstenção às urnas, no esforço para que Lula saia vitorioso já no primeiro turno, dia 2 de outubro.

Nesta quarta-feira, 21, um vídeo foi divulgado mostrando diversos cantores e atores cantando o "Vira voto" e fazendo com as mãos a sinalização de uma arma - referência usada por Bolsonaro e seus partidários - se transformando no "L" de Lula.

Durante sabatina promovida pelo Estadão, em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), nesta quarta-feira, 21, Ciro foi irônico ao afirmar que é a favor do voto útil, mas o "voto útil contra a corrupção" e afirmou depois que hoje existe um fascismo de esquerda no Brasil.

Leia a íntegra da carta:

"Caro companheiro Ciro Gomes:

Os abaixo assinados são militantes da esquerda latino-americana, profundamente antiimperialistas e comprometidos com a emancipação de nossos povos e a criação da Grande Pátria. Somos também pessoas que amam e admiram o Brasil e seu povo; à cultura primorosa daquele país: sua música, sua literatura, suas pinturas, sua gastronomia, suas diversas manifestações artísticas e também a longa luta de seu povo para ter acesso a uma vida mais plena, espiritual e materialmente.

Sabemos que você foi um lutador pelas boas causas do povo brasileiro ao longo de sua vida. É por isso a perplexidade que nos leva a escrever-lhe esta carta e que nos move a enviar-lhe esta mensagem fraterna, porque é incompreensível para nós, na atual situação brasileira, sua insistência em apresentar sua candidatura presidencial para o primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil, neste 2 de outubro, que sem o menor exagero pode ser considerado um ponto de virada histórico. Por quê? Porque a escolha fundamental não será entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio "Lula" da Silva, mas entre fascismo e democracia. E você, um homem político, inteligente e com larga experiência atrás de você, sabe muito bem que sua candidatura não tem absolutamente nenhuma chance de chegar às urnas, muito menos vencer no primeiro turno. A dura realidade é que, mantendo sua candidatura, caro camarada Ciro, a única coisa que você fará é dispersar forças, enfraquecer a força do bloco antifascista, com todas as suas contradições, facilitar a vitória de Bolsonaro e, eventualmente, abrir caminho para um novo golpe. Apesar de sua boa vontade, infelizmente você não está em condições de fazer nenhum bem, nenhum bem, e está em condições de causar grandes danos ao Brasil e ao seu povo. Você não será capaz de fazer o bem apesar de suas intenções porque suas chances de ganhar são zero. Ao enfraquecer a candidatura unitária de Lula, ao dispersar as forças do bloco que se opõe ao fascismo, o que você fará objetivamente (além de suas intenções, que não duvidamos são boas) será pavimentar o caminho para a perpetuação de Bolsonaro no poder.

Parece-nos que por causa de sua carreira você não deve entrar na história do Brasil por aquela porta indigna, como a de um homem que, tendo lutado pelas boas causas de seu povo e alcançado importantes resultados, em uma instância crítica e decisiva para seu país comete um erro e abre as portas para um processo que semeia morte e destruição em seu país e que, sem dúvida, também o terá como uma de suas vítimas. Não se pode ignorar a natureza perversa do atual presidente do Brasil. Suas palavras e promessas, mesmo aquelas que ele possa ter feito a você, são completamente inúteis. Bolsonaro é um personagem imoral, um fanático alucinado sem princípios morais que deixou mais de 700.000 brasileiros e brasileiras morrerem sem fazer o menor esforço para salvá-los. Ele também é um traidor em série, comparável apenas aos piores personagens de Shakespeare. E ele não hesitará por um momento em traí-lo assim que for conveniente para ele.

Ainda há tempo de reparar seu erro, companheiro Ciro. Dirija-se aos seus apoiadores agora e diga-lhes que a urgência da luta contra o fascismo não lhes deixa outra escolha a não ser apoiar a candidatura presidencial de Lula. Peça-lhes aquele voto, crucial para derrotar no primeiro turno o capitão (assim, com letras minúsculas) e seus esquadrões armados; crucial também para impedir a perpetuação no poder de um homem que exaltava a figura do canalha que torturou Dilma Rousseff. Você, por causa de sua história e de suas ideias, tem que fazer o impossível para impedir que uma figura tão monstruosa fique mais um dia no Palácio do Planalto. Além disso, devido à sua idade, não temos dúvidas de que ele continuará sendo uma figura de destaque na política brasileira. Que não é a vez dele, que as circunstâncias o obrigam a esperar. Não se esqueça que a paciência é um dos traços que definem os grandes líderes políticos.

Nada mais por enquanto. Esperamos que você aprecie o senso de solidariedade nesta mensagem. Receba um abraço fraterno de seus companheiros lutadores de toda a América Latina e Caribe."

 

As campanhas dos candidatos à Presidência Ciro Gomes (PDT) e Soraya Thronicke (União Brasil) pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que proíba o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), de usar em sua campanha imagens do discurso realizado na 77ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) na manhã desta terça-feira, 20. Também pedem que Bolsonaro seja investigado por abuso de poder político e econômico.

O motivo é possível favorecimento da campanha de Bolsonaro pelo uso de aparato estatal para promover sua candidatura, ferindo a isonomia entre candidatos. No discurso na ONU, Bolsonaro atacou seu adversário na disputa ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez acenos à sua base eleitoral e exaltou indicadores econômicos do seu governo.

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As duas campanhas também foram ao TSE para pedir a proibição da divulgação do discurso de Bolsonaro a apoiadores na sacada da embaixada brasileira em Londres. Bolsonaro foi ao Reino Unido no último fim de semana para participar do funeral da Rainha Elizabeth II. O ministro Benedito Gonçalves concedeu uma liminar na última segunda-feira, 19, determinando a exclusão de conteúdos já publicados nesse contexto.

Os advogados da campanha de Lula ainda não decidiram se também apresentarão ação contra o discurso de Bolsonaro na ONU.

A briga entre o candidato Ciro Gomes (PDT) e o Partido dos Trabalhadores ficou mais evidente em 2018, quando Haddad, que era o candidato do PT à Presidência foi disputar o segundo turno com Bolsonaro (PL), e Ciro, que havia demonstrado apoio ao petista para a disputa do segundo turno, viajou para Paris e não fez a campanha. Ainda que Ciro tenha voltado ao Brasil para votar e declarou ter votado "na democracia", ficou o burburinho sobre essa "fuga" para outro País para não fazer a campanha. 

No entanto, se colocando como uma possível terceira via e tendo Lula como principal adversário, mesmo tendo feito parte do governo petista como ministro de Lula, Ciro Gomes vem evidenciando os ataques ao adversário, usando um tom mais duro. Ainda assim, Lula demonstra interesse em tentar atrair o apoio de Ciro num possível segundo turno. Uma coisa é unânime entre os especialistas: os ataques fazem parte de um projeto político próprio de Ciro Gomes e do PDT. 

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O doutor em ciência política e professor da Asces-Unita, Vanuccio Pimentel, contou que a disputa entre Ciro (PDT) e o PT acontece desde 2010. Ele lembrou que o pedetista já queria ser presidente em 1998, quando Fernando Henrique Cardoso foi reeleito. Ciro se candidatou novamente em 2002, mas quem venceu esta eleição foi Lula (PT) e ele passou a compor o governo petista. “Ele não se lançou na reeleição do Lula e o apoiou, porque era ministro do governo. Depois ele sai [do governo], se lança deputado federal em 2010 e é bem eleito. É quando começa a primeira ruptura”, disse. 

De acordo com o especialista, Gomes estava no PSB e não queria apoiar a candidatura de Dilma, pois queria lançar um projeto próprio, mas foi barrado pelo então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que estava dirigindo o PSB na época. “Eduardo também tinha o próprio projeto político dele. Naquele momento, embora Ciro não quisesse apoiar Dilma, acabou não declarando apoio pessoal, mas o partido apoiou e ele acabou ficando ali. É a partir do governo Dilma que ele tem maiores divergências e se lança completamente independente. Ele não aceitava Dilma como sucessora de Lula e é a partir daí que ele se coloca mais afastado”, contou. 

No entanto, de acordo com Vanuccio, mesmo não apoiando o PT em 2014, Ciro tentou uma reaproximação com a sigla em 2018. “O cenário que ele via em 2018 com Lula preso era que ele poderia ser a pessoa que capitalizaria e concentraria a eleição da esquerda, a que teria mais condições de representar a esquerda na disputa, então, ele busca se reconciliar com o PT. Ele tenta ter o apoio de diversas maneiras e, inclusive, ele fala em 2018 que seria o sonho dele ter Haddad como vice”, lembrou. 

Para o especialista, quando Ciro percebeu que não tinha chances de ter o apoio do PT, sobretudo com a candidatura de Lula posta, ele começou a antagonizar Lula e Haddad e não conseguiu reverter a situação. “Ele teve um percentual de votos que foi o maior que teve ao longo dessas eleições presidenciais que ele disputou [em 2018, com 12,47%]. Então, ele acha que nesse momento pode e deve se apresentar como uma outra via. Essa disputa de Ciro com o PT começa em 2010, mas o projeto político do Ciro já é antigo. Em 2018 ela marca uma ruptura que talvez seja difícil de conciliar até pelo próprio Ciro, porque ele não tem vontade, mas esse não é o primeiro desentendimento dele com o PT”, evidenciou. 

Por sua vez, o cientista político da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Ranulfo Paranhos, declarou que Ciro investiu muito na campanha - que ele faz desde 2018 - e até lançou um livro com a plataforma do “seu propenso governo”. “Ele investiu muito nisso e quando os números começaram a se cristalizar, Lula não perde voto, Bolsonaro avança, Ciro percebe que não tem para onde crescer. Sobrou para ele a posição no espectro político que se parece com a dele, a do Lula. Os dois têm origens entre esquerda e centro, com propostas trabalhistas que são progressistas. Com toda a configuração da campanha do Lula ao conquistar essa quantidade de votos, Ciro percebe que vai ter que atacar o Lula. Há um burburinho de que Ciro é linha auxiliar do fascismo, mas o nome disso é pragmatismo”, disse. 

Para ele, Ciro tem consciência de que só pode ganhar votos se for da esquerda, mas por conta do tradeoff, que é “a melhor escolha entre as piores opções”. “A leitura que os eleitores fazem é que não querem o Bolsonaro de jeito nenhum, e tem que tolerar o Lula”. Ou seja, para ele, a “briga” entre Ciro e o PT é de 2018. “É uma questão recente de estratégia de um projeto próprio”. “Imagina que ele conquistasse 3% do Lula e chegasse na casa dos 10% [nas pesquisas] e essa comparação ficasse muito clara. Ele começaria a aparecer como uma opção viável para o segundo turno. A massa cinzenta do Bolsonaro podia votar nele, já que detesta tanto o Lula. É mais ou menos essa leitura que ele faz estrategicamente: de que precisa bater no Lula para crescer e se tornar alguém viável”, finalizou. 

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, reagiu contra um possível voto útil em Luiz Inácio Lula da Silva e acusou o PT de fazer "terrorismo e fascismo de esquerda" ao pregar que a eleição seja encerrada em primeiro turno.

"O fascismo está saindo do bolsonarismo doente para o petismo fanático. É fascismo puro do Lula e do PT, e isso nós temos que derrotar", afirmou em entrevista à imprensa ao participar de agenda de campanha em Salvador (BA) na manhã desta quarta-feira, 14.

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Como mostrou o Broadcast Político, a campanha de Lula pretende iniciar uma ofensiva para atrair o eleitorado de Ciro e de Simone Tebet (MDB), em uma estratégia para evitar o segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto.

Ciro comparou o discurso petista ao célebre vídeo em que a atriz Regina Duarte diz ter medo da vitória do ex-presidente Lula nas eleições de 2002.

"Quando a Regina Duarte fez aquela propaganda dizendo 'eu tenho medo' para degradar a possibilidade do Lula ser candidato, todos nós democratas denunciamos porque isso é terrorismo. Nosso povo humilhado, faminto, não tem sequer o direito de votar no sistema de dois turnos?", questionou o presidenciável.

O pedetista ainda acusou o sistema financeiro de estimular o voto "por medo" e disse que Lula e Bolsonaro promovem a "economia política da banqueirada".

"O PT e o Bolsonaro querem que eu fique calado para eles fazerem esse jogo combinado de comadre para manterem esse sistemão, porque os dois são diferentes, mas promovem rigorosamente a economia política da banqueirada com que eu quero me confrontar", criticou.

Ataques diretos

Ciro intensificou os ataques frontais ao ex-presidente nas últimas semanas, em reação ao discurso do voto útil pregado pela campanha petista. As críticas têm sido endossadas pelo entorno de Bolsonaro. Na segunda, 12, o ministro das Comunicações Fábio Faria republicou um vídeo em que o pedetista acusa Lula de instalar o clima de "violência e truculência na política brasileira".

Coordenador de comunicação da campanha petista, Edinho Silva reagiu em publicação no Twitter na semana passada e acusou Ciro de fazer "alianças com o fascismo" e de "rasgar a sua biografia".

Ao falar sobre o assunto hoje, o presidenciável afirmou não fazer críticas a Lula "por esporte" e voltou a comparar o ex-presidente a Bolsonaro.

"Bolsonaro é neoliberal corrupto da direita e o Lula neoliberal corrupto da esquerda. (Quero) salvar o Brasil do fascismo de esquerda que o Lula representa, do fascismo de direita que o Bolsonaro representa, da corrupção de esquerda que o Lula representa, da corrupção de direita que o Bolsonaro representa", atacou.

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, chamou de "notícia velha" o apoio da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciado ontem.

"Notícia velha. Notícia velhíssima", disse Ciro ao ser questionado sobre o assunto na tarde desta terça-feira, 13, durante evento de campanha em Salvador (BA). Apesar da insistência de jornalistas na pergunta, o pedetista evitou dar outras declarações sobre o tema.

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Ciro flertou com uma aliança com Marina, mas o arranjo entre ambos não prosperou diante do assédio da campanha petista à ex-ministra. O apoio dela é visto como reforço à estratégia de Lula do voto útil para tentar vencer a eleição ainda em primeiro turno. Para isso, o petista deve iniciar uma ofensiva contra eleitores que declaram voto em Ciro, mas consideram mudar de opção.

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