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O filme Clarice Lispector - A Descoberta do Mundo tem pré-estreia aberta ao público marcada para o dia 7 de dezembro, no Cinema da Fundação, exibido especialmente na Sala do Porto, às 19h. O ensaio documental foi criado a partir de uma seleção de depoimentos da escritora e entrevistas com amigos e familiares em uma costura poética visual de trechos adaptados à sua obra.

A Descoberta do Mundo mergulha na intimidade de Clarice Lispector abordando aspectos pouco explorados da sua personalidade e da sua história a partir de duas narrativas cinematográficas que deslizam de forma paralela: a narrativa das imagens e a do texto. O filme é dirigido por Taciana Oliveira, que também assina o roteiro em parceria com Teresa Monteiro, e opta por sequências marcadas pelo feminino, no que ele guarda de delicadeza e força e oferece aos espectadores uma descoberta interior do mundo da escritora: a narrativa da menina refugiada, paixões e desilusões, trágicas que marcam o corpo.

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Entre os depoentes que participam do documentário está Paulo Gurgel Valente, filho de Clarice Lispector; Alberto Dines, jornalista e amigo; Marcia Algranti, sobrinha da escritora; Luiz Carlos Lacerda, amigo e cineasta; e Affonso Romano de Sant’Anna e Marina Colasanti, escritores e amigos de Clarice. O filme também conta com o elenco formado por Andrea Veruska, Cristina Pereira, Elias Andreato, Eucir de Souza, Isabela Piquet, Jorge de Paula, Juliana de Almeida, Sofia Montero, Stella Maris Saldanha, Nídia Ferreira Priscilla Melo e Quiercles Santana.

Serviço:

Pré-estreia

Clarice Lispector - A Descoberta do Mundo

Local: Cinema da Fundação/Porto

7/12, às 19h

Aberto ao público

 

*Via Assessoria de Imprensa.

“Há um livro em cada um de nós, dizem”, escreveu ela, no seu último romance, Um Sopro de Vida. Contista, cronista, jornalista e considerada um dos maiores nomes da literatura brasileira - com sua escrita introspectiva e reflexiva, variando entre a poesia e a prosa - Clarice Lispector completaria 100 anos no próximo dia 10. Para marcar seu centenário, o Instituto Moreira Salles (IMS) lança um site bilíngue - em português e inglês -, que entra no ar exatamente no dia 10 de dezembro.

O site apresentará fotos, manuscritos, áudios, vídeos, cartas, aulas e textos críticos, muitos deles parte do acervo de Clarice e que o IMS tem sob sua guarda desde 2004. Um dos destaques é a aula em vídeo de Yudith Rosenbaum, professora da Universidade de São Paulo (USP), na qual ela analisa em detalhes o conto Felicidade Clandestina, publicado pela escritora no volume homônimo de 1971.

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Há também um vídeo de Paulo Gurgel Valente, filho da escritora, comentando a relação com a mãe; e um áudio de uma entrevista que a autora concedeu ao Museu da Imagem e do Som (MIS) em 1976, na qual ela comenta sua formação como advogada. O portal também vai disponibilizar uma cronologia ilustrada da autora e uma seção trazendo todos os livros escritos por Clarice.

“O site é dividido em dois grandes modos de navegação: um ambiente de livre fruição, que apresenta a vida e obra de Clarice em forma narrativa, e outro voltado para estudo e pesquisa”, disse Eucanaã Ferraz, consultor de literatura do IMS.

Entre os itens do acervo, digitalizados e transcritos, que serão apresentados no site, estão cadernos da escritora, pouco conhecidos ou inéditos, que acabam de chegar à coleção do IMS, e dezenas de cartas enviadas por Clarice ao longo de sua vida para suas irmãs ou para personalidades como os escritores Erico Verissimo e Mário de Andrade e o ex-presidente Getúlio Vargas. Está disponível também uma série de manuscritos, de obras como A hora da estrela e Um Sopro de Vida.

Nascida Chava Pinkhasovna Lispector, na Ucrânia, em 1920, Clarice Lispector estreou com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), em que mostrou ao mundo sua escrita peculiar e inovadora, permeada pelo fluxo de consciência. Além de romancista, a autora dos aclamados A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977), mais tarde adaptado para o cinema, destacou-se também como contista, com a publicação de títulos como Laços de Família (1960) e A Legião Estrangeira (1964). Clarice Lispector também escreveu várias obras para o público infanto-juvenil. Morreu no dia 9 de dezembro de 1977, véspera de seu aniversário de 57 anos, vítima de um câncer.

Exposição em 2021

Ainda para homenagear o centenário da escritora, o Instituto Moreira Salles prevê a abertura de uma exposição em julho de 2021, chamada de Constelação Clarice. A mostra estava prevista para este ano, mas, devido à pandemia do novo coronavírus, foi adiada. A exposição será composta por pinturas, esculturas, desenhos e vídeos de artistas mulheres que produziram contemporaneamente a Clarice. Além disso, haverá um núcleo com livros, fotografias e outros documentos da escritora.

Durante a passagem pela música, Luiz Gonzaga, consagrado Rei do Baião, cantou e narrou a vivência no Sertão de Pernambuco. Já a escritora e jornalista Clarice Lispector acessou o mundo e os sentimentos a partir de escrita intimista, tornando-se referência na literatura modernista. Em memória do centenário de ambos artistas brasileiros (ela é ucraniana mas viveu no Brasil desde menina), o Centro Cultural Cais do Sertão dedica sua programação online de dezembro à reflexão acerca das narrativas de Gonzaga e Lispector.

Em lembrança da obra de uma das escritoras mais importantes do século 20 no Brasil, a faixa semanal Conexão Cais recebe a escritora, jornalista e mestre em Teoria Literária pela UFPE Geórgia Alves e o pesquisador, gestor cultural e doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC Roberto Azoubel para analisar a relação de Clarice Lispector com o Recife. Sob o tema O cais de Clarice - Uma conversa sobre Clarice Lispector e o Recife, o bate-papo será transmitido ao vivo, na próxima quarta-feira (9), via Instagram do museu, a partir das 15h.

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"O Cais é um espaço cultural e democrático que preza pelo reconhecimento individual a partir do acervo dedicado à odisseia sertaneja. Em suma, celebrar  e refletir sobre os centenários de Luiz Gonzaga e Clarice Lispector possibilitam identificação e valorização do que é feito em território local e nacional. Tê-los em nossa programação online fortifica o nosso pertencimento da cidade, da cultura e dos equipamentos culturais", analisa a coordenadora de conteúdo do Cais, Clarice Andrade.

Já o saudoso Rei do Baião, Luiz Gonzaga, tem legado homenageado com webinário transmitido ao vivo no canal do YouTube do Cais do Sertão. A roda de conversa recebe o biógrafo Climério de Oliveira, a pesquisadora de música Brasileira Dominique Dreyfus e o maior colecionador da obra de Gonzaga, Paulo Vanderley, que pretendem analisar aspectos da musicalidade e da narrativa sertaneja cantada pelo músico. O webinário acontece na quarta (16),  às 18h.

Com espaço dedicado ao Sertão cantado por Gonzaga, o Cais do Sertão é um equipamento turístico e cultural situado no coração do Recife. Gerido pela Secretaria de Turismo e Lazer e a Empetur, tem funcionado, atualmente, nos seguintes horários: quintas e sextas-feiras, das 10h às 16h; sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h.

*Da assessoria

De 14 a 18 de dezembro, às 18h, será realizada a I Semana de Letras - EAD - Ser Educacional, evento virtual que homenageia o centenário da escritora Clarice Lispector e sua obra, entre outras temáticas relativas ao curso de letras. 

As inscrições são livres para o público externo e estão abertas através da internet até  o dia 14 de dezembro; são 500 vagas disponíveis. O evento é gratuito, gera certificado de 20 horas e será transmitido através de uma sala de bb collab.

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Patrícia Silva de Lira Lacerda Pinheiro é coordenadora dos cursos de letras português, letras inglês e letras espanhol do Grupo Ser Educacional. Ela conta que, sendo o ano do centenário de Clarice, “não poderíamos deixar de homenageá-la”. 

“Os palestrantes são professores dos cursos, alunos dos cursos e convidados. Teremos, por exemplo, a senhora Fátima Quintas que ocupa a cadeira 31 da Academia Pernambucana de Letras. Também teremos a participação de três alunas, representando o corpo discente, apresentando resumos de seus TCCs”, disse a coordenadora. Confira a programação completa: 

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A  Fundação Joaquim Nabuco venceu a primeira etapa do edital  para o projeto de recuperação da casa de Clarice Lispector. A instituição está concorrendo aos recursos junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública no edital sobre Fundo de Direitos Difusos, que são recursos voltados para vários segmentos, entre eles o de preservação de patrimônio.

 A proposta da Fundação é restaurar o imóvel localizado na Praça Maciel Pinheiro, bairro da Boa Vista, centro do Recife. Após recuperado, o espaço será aberto como um Centro Cultural. "A ideia é que este Centro seja voltado ao conhecimento da literatura brasileira e a memória de Clarice Lispector nesse local porque foi a casa onde ela viveu com a família. Essa foi a casa onde ela viveu parte da sua infância quando veio morar no Recife quando chegou ao País vinda da Ucrânia", adianta o presidente da Fundaj, Antônio Campos. 

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A casa é de propriedade da Santa Casa de Misericórdia e está protegida legalmente por meio do tombamento provisório em nível estadual pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e em análise preliminar no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para tombamento federal. Apesar de sua importância, o imóvel  encontra-se abandonado, em avançado processo de degradação e já se constatando perda de elementos arquitetônicos originais.  

O projeto elaborado pela Santa Casa de Misericórdia e abraçado pela Fundaj foi idealizado por meio de levantamentos iconográficos, gráficos e históricos, confrontação de informações e levantamentos. Nele, estão apresentadas as  propostas de restauro e reforma, que possibilitarão que a edificação volte a ser usada, tendo como partido a reconstituição física o mais próximo do período em que Clarice Lispector ali residiu.  

Após a reforma, a Fundação pretende inaugurar no espaço o Centro Cultural Casa Clarice Lispector voltado a memória da escritora de renome internacional, de modo a possibilitar a difusão do conhecimento da literatura brasileira, especificamente à memória de Clarice.  

Reconhecimento - Desde o início deste ano a Fundaj vem realizado ações em homenagem aos 100 anos da escritora Clarice Lispector, completados em 2020. Em abril, a Fundação promoveu a Festa Digital do Livro tendo como homenageada a escritora. Em setembro passado, em parceria com os Correios lançou o selo comemorativo Clarice Lispector.

Da assessoria

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) deu o título honorífico de cidadã pernambucana, post mortem, à escritora Clarice Lispector (1920-1977). O pedido foi oficializado este ano pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

A Fundaj planeja, juntamente com a assembleia, uma solenidade marcarda para o dia 10 de dezembro de 2021, ano de centenário de Lispector. “Mais do que qualquer outro autor brasileiro, a escritora, ucraniana de nascença mas de alma brasileira, já que chegou no país aos dois meses de vida, é um fenômeno literário. Sua escrita, com estilo intimista que popularizou as narrativas psicológicas, marcou a literatura do século XX. À frente de uma instituição que tem entre as suas missões salvaguardar a memória e a cultura, não poderia esquecer Clarice Lispector”, ressalta o presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Antônio Campos, segundo informações da assessoria de imprensa.

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O projeto de restauração do casarão em que a escritora viveu está sendo liderado pela Fundação. "O custo da obra está orçado em R$ 1,8 milhão. Para levar o projeto adiante, a Fundação está concorrendo aos recursos junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública no edital sobre Fundo de Direitos Difusos, que são recursos voltados para vários segmentos, entre eles o de preservação de patrimônio", destacou.

A proposta é restaurá-lo para criação de um Centro Cultural. "A ideia é que este Centro seja voltado ao conhecimento da literatura brasileira e a memória de Clarice Lispector nesse local porque foi a casa onde ela viveu com a família. Essa foi a casa onde ela viveu parte da sua infância quando veio morar no Recife quando chegou ao País vinda da Ucrânia", adianta Campos, de acordo com a assessoria de comunicação.

A cada onde Clarice Lispector viveu é tombada provisioriamente em nível estadual pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e em análise preliminar no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para tombamento federal. O imóvel é de propriedade da Santa Casa de Misericórdia.

No projeto de de restauração, elaborado pela Santa Casa, foi idealizado por meio de levantamentos iconográficos, gráficos e históricos, confrontação de informações e levantamentos."Nele, estão apresentadas as  propostas de restauro e reforma, que possibilitarão que a edificação volte a ser usada, tendo como partido a reconstituição física o mais próximo do período em que Clarice Lispector ali residiu", diz a Fundaj, em nota.

A série de encontros virtuais realizadas pela Secult-PE/Fundarpe em homenagem ao centenário de Clarice Lispector continua nesta semana com foco no público infantil. Nesta quinta-feira (5/11), às 18h, acontece a transmissão de “Era uma vez... Clarice”, com a contadora de histórias Mariane Bigio.

A leitura terá como base duas obras da escritora que morou no Recife quando criança e adolescente: “Felicidade Clandestina” e “Doze Lendas Brasileiras: Como Nasceram as Estrelas”, ambas com temática que remete à infância na cidade. Para assistir, basta acessar: www.youtube.com/SecultPE.

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“Será leve e descontraído, e espero contar com a interação do público e das crianças para celebrarmos com leveza o centenário dessa grande artista”, disse Mariane Bigio, que além de contadora de histórias é cantora, escritora, radialista e videasta. Ela acumula experiência com o público infantil em projetos como Cordel Animado, Rádio Matraquinha e Bandalelê.

O primeiro livro escolhido por Mariane Bigio, “Felicidade Clandestina”, traz 25 textos com temas que passeiam entre infância, adolescência, família e amor, alguns autobiográficos. Já “Doze Lendas Brasileiras: Como Nasceram as Estrelas” reúne histórias do folclore brasileiro, como em um calendário, descritas pelo estilo inconfundível de Clarice.

“Nesta ação, estamos direcionando a atenção para as obras menos investigadas do universo de Clarice, que são aquelas dedicadas ao público infantil. Queremos apresentar uma das maiores escritoras da nossa literatura para as crianças”, afirmou Roberto Azoubel, coordenador de literatura da Secult-PE/Fundarpe.

Serviço

Programação CLARICE LISPECTOR 100 anos

“Era uma vez... Clarice”, com Mariane Bigio

Quando: 5 de novembro de 2020, quinta-feira, 18h

Exibição nos canal oficial da Secult-PE/Fundarpe no YouTube (www.youtube.com/SecultPE)

 

*Via assessoria de imprensa

Como forma de celebrar o centenário da escritora, tradutora e jornalista Clarice Lispector, a professora de redação e pós-graduanda em educação Josicleide Guilhermino promoverá um minicurso – totalmente gratuito - que abordará, entre vários assuntos, elementos da vida, obra, além da importância da autora na literatura nacional e no contexto histórico brasileiro. As inscrições devem ser realizadas de 12 a 16 de outubro, pelo e-mail: josicleide28@gmail.com.

As aulas serão disponibilizadas às segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 10h, pelo canal do YouTube da professora Josicleide Guilhermino durante o período em que o minicurso será realizado e os materiais de apoio serão disponibilizados em um grupo no Telegram, em que o interessado receberá o link para acesso ao grupo após ter a sua inscrição confirmada via e-mail.

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Os conteúdos começarão a ser disponibilizados a partir do dia 19 de outubro. Além de Josicleide, o minicurso contará com a participação de outros profissionais: o graduando em letras pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Anderson Araújo; o historiador e estudante de museologia, Fabiano Bezerra; a estudante de letras da Universidade de Pernambuco (UPE), Jammylly Ferreira; a pedagoga com especialização em educação e psicopedagogia institucional, Joseane Nascimento; e a escritora e fotógrafa Mylena Vitoria.

Além do conteúdo essencial, a exemplo de como Clarice pode ser abordada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e quais citações da autora podem ser usadas em temas de redação, o minicurso é uma convite à arte, à literatura, ao prazer estético e, principalmente, à leitura. Pensando nisso, o minicurso receberá a presença da enfermeira obstetra Juliana Lima e da leitora mirim Sophya Gabrielle, que têm em comum o interesse pela literatura clariceana.

Na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), há questões acerca de literatura, que são cobradas na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Diversos são os autores e as obras que fazem parte do cronograma de conteúdos recomendados para estudo dos candidatos. Pensando em auxiliar quem planeja fazer o Enem, o LeiaJá entrevistou quatro professores que indicaram possíveis livros a serem pedidos.

Vidas Secas

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Segundo o professor Felipe Rodrigues, a obra Vidas Secas, do autor Graciliano Ramos, da Segunda Geração do Modernismo, deve cair na prova de Linguagens do Enem. “Então, questões que denotam o modernismo brasileiro são muito batidas dentro da proposta de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Por esse motivo, tal qual outros autores, Graciliano traz um retrato bem árido sobre a realidade da seca, inclusive essa aridez é retratada pela desnecessidade de adjetivos, de um livro mais seco, de um livro mais objetivo, que é uma característica dessa obra, inclusive que traz a essência da região, a essência desse clima, dessa sociedade que vive à mercê das condições edafoclimáticas", explica Rodrigues.

"Então, ele tem 13 capítulos e aí seus primeiros e últimos capítulos eles têm títulos bem emblemáticos, mas que narram realidades da seca. O primeiro tem a questão da mudança e fala um pouco sobre essa questão da adaptação à seca. Já a fuga fala sobre o êxodo rural, que é outra readaptação quando não se tem mais o que fazer. Tem-se personagens bem célebres, como, por exemplo, o Fabiano, um homem tipicamente nordestino, tipo vaqueiro; tem a esposa de Fabiano, sinhá Vitória, que é uma mulher religiosa, trabalhadora, cuida dos filhos, ajuda também o marido nesse trabalho e aí eles falam um pouco sobre sonhos, sobre realidades”, conta, ainda, o docente.

De acordo com o professor, alguns escarnecimentos são colocados em foco na obra. “Por exemplo, enquanto um filho quer aprender a ler alguma coisa e não se sabe, é aquele dilema da falta de oportunidade, falta de crescimento que é dada a algumas pessoas, a alguns grupos populacionais, é colocado em xeque o descaso que essas pessoas têm e os próprios rumos que elas têm que tomar sem auxílio de outrens. A cachorra Baleia, eu vou já entregar algo, que é sacrificada por conta desse decorrer anterior à fuga do andamento do livro, é colocada em xeque como uma figura, assim, como membro da família, que pensa, que sonha, como se fosse gente mesmo, fosse pessoa, como se fosse a ideia de muitas vezes de personificação dessa cachorra, mas que no final ela também é colocada em xeque à sorte e morre por conta dos problemas inerentes à vida desses seus donos, que, no final, tentam fazer de novo seu futuro, deixando tudo para trás”, finaliza o professor.

A Hora da Estrela

A professora de literatura e redação Josicleide Gulhermino selecionou o livro A Hora da Estrela, da escritora ucraniana naturalizada brasileira Clarice Lispector. “Considerada uma das maiores escritoras da literatura nacional, Clarice escreveu romances, crônicas, contos e afins. Oficialmente está vinculada à terceira fase do Movimento Modernista e sua literatura concentra-se nas profundezas do "ser", explicou a docente.

O ano de 2020 é do centenário de nascimento da autora de A Hora da Estrela, seu último romance e talvez o mais significativo, por ser o único em que se identifica a temática social mais evidente. Na obra, Clarice presenteia os leitores com Macabea, uma jovem alagoana que, como muitos nordestinos (durante muito tempo), fugindo à miserabilidade, vai tentar a sorte na cidade grande. No caso da personagem, o Rio de Janeiro.

"Macabéa tem pouca instrução, aparência ruim, cheiro desagradável e em um dado momento da narrativa precisa mastigar pedacinhos de papel para enganar a fome; teve pouco ou nenhum momento de felicidade e, como se não bastasse, seu namorado a troca por sua amiga. Todavia, a esperança renasce quando ela visita uma cartomante que faz excelentes previsões. O fim da narrativa, contudo, contraria o que foi dito”, explica Josicleide.

A professora conta que pelo fato de o Enem focar em questões da atualidade e o livro permitir a reflexão sobre muitas mazelas sociais atuais, a leitura da obra é importante para o exame deste ano. “Pelo fato de o Enem ser uma prova que atua na perspectiva da atualidade e a obra citada possibilita a reflexão sobre vários problemas sociais vigentes, como desigualdade, fome e afins; além do centenário de um dos grandes nomes da literatura brasileira, A Hora da Estrela’ se converte em uma leitura necessária para o exame deste ano”, diz Josicleide Guilhermino.

Memórias Póstumas de Brás Cubas

O professor de redação Diogo Xavier optou pelo livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, do autor Machado de Assis. “Memórias Póstumas de Brás Cubas é uma obra icônica de Machado de Assis, frequentemente abordada na prova do Enem, por ser fonte infindável de análises, tanto nos aspectos literários e composicionais quanto para a interpretação. Diante disso, é importante que o fera leia o livro ou, pelo menos, conheça bem o enredo e os detalhes do romance”, aconselha.

Xavier discorre, ainda, sobre a história da obra citada, a qual ele julga importante para o exame. “Publicada em 1881, é a obra inaugural da fase realista de Machado de Assis e do próprio Realismo no Brasil. Representa uma revolução tanto de ideias e de formas. De ideias, porque aprofunda o desprezo pelas idealizações românticas, fazendo emergir a consciência nua do indivíduo, fraco e incoerente; de formas, pela ruptura com a linearidade da narrativa e do estilo "enxuto". Importante ressaltar que a mulher, de idealizada no Romantismo, passa a ser, nas mãos de Machado e de outros autores realistas, a causa dos pecados dos homens, a serpente, a causadora da discórdia, da loucura.

"Machado apresenta uma história lenta, cheia de digressões e narrada de maneira irônica por um “defunto autor”, conceito explicado pelo protagonista logo no início da obra. Livre e descompromissado com a sociedade, Brás Cubas, à medida que narra sua vida, revela e analisa não só os motivos sórdidos de seu próprio comportamento, como também desnuda todas as hipocrisias e vaidades das pessoas com quem conviveu. As reflexões do narrador intruso pontuam todo o texto, impregnando-o de um pessimismo radical, que vê os homens como seres corruptos, hipócritas e egoístas, como ele mesmo o era", diz o Diogo Xavier.

"Nada resiste a essa análise impiedosa do comportamento humano, e suas últimas palavras resumem bem essa visão amarga da existência: 'Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria'. O aspecto fantástico do romance (afinal, um defunto conta suas memórias) e o tom irônico e zombeteiro do narrador fazem de Memórias Póstumas de Brás Cubas uma obra ímpar na literatura brasileira, e explorada não só na prova do Enem, mas em inúmeros outros concursos e vestibulares”, conta o professor.

O Quinze

Talles Ribeiro, professor de literatura, escolheu o livro O Quinze, da escritora Rachel de Queiroz, como um livro que deve cair no Enem. “Uma leitura que não pode faltar para quem se prepara para o Enem deste ano é O Quinze, de Rachel de Queiroz", garante o docente.

"É notório que o Enem tem sua abordagem influenciada por temáticas políticas. Durante os governos progressistas era comum que o exame abordasse temáticas mais sociais como por exemplo: questões ligadas a Negritude, Desigualdade Social, Preconceito às Minorias.... Pois essas eram bandeiras levantadas por aquele campo político. Hoje, o Governo Federal levanta outras bandeiras, estas como: Patriotismo, Família, Valores Cristãos...", explica Talles.

"Desta maneira, dentro do caderno de Linguagens, as escolas literárias que abordam esta temática, tais como o Romantismo que inicia um processo de valorização nacionalista na literatura e o Modernismo que edifica esse projeto, não podem passar desapercebidas pelos feras", completa o professor.

""Nesse contexto trago uma obra importante da Segunda Geração do Modernismo, geração essa conhecida como regionalista, justamente por abordar as temáticas acerca do Brasil in loco (regionalmente), que devido ao contexto histórico focou sua análise nas mazelas sociais que caiam sobre o povo brasileiro principalmente a população do Nordeste”, diz o professor.

“O Quinze foi o primeiro romance escrito por Raquel de Queiroz. Publicado originalmente em 1930, este romance trata dos eventos de uma seca terrível que abateu o sertão nordestino em 1915. O Romance é contado focando-se em dois núcleos. A priori, os enredos dos núcleos aparentam não se relacionar, mas a uma altura da narrativa é possível perceber encruzilhadas nos caminhos deles", conta Talles.

O primeiro núcleo é composto por Conceição, uma professora solteira de 22 anos de férias na fazenda da família e Vicente, um vaqueiro filho de um proprietário de terras. O casal flerta durante a narrativa. Enquanto a seca castiga é bonito perceber que o amor floresce nos corações sertanejos, mesmo em meio a tanta miséria e desespero.

O outro núcleo é composto por Chico Bento, Cordulina e seus três filhos. Eles moravam em uma fazenda em Quixadá de propriedade da dona Maroca. Com o agravamento da seca a proprietária decide soltar o gado a sua própria sorte encerrando assim os serviços da família de Chico Bento na Fazenda. Desolado e desempregado, Chico Bento inicia uma dolorosa retirada com a sua família para Fortaleza a pé, já que não tinham o dinheiro da passagem. 

"A narrativa é de uma crueza espetacular, emocionando o leitor a cada desdobramento do enredo. A dor de Chico Bento e família é sentido na pele e a reflexão sobre a vida dura e sofrida do sertanejo é uma constante durante todo o romance”, finaliza Talles.

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Em celebração ao Dia Internacional do Livro e em homenagem a escritora Clarice Lispector, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) realizará, no dia 23 deste mês, a Festa Digital do Livro. O evento começará às 6h e seguirá até a meia-noite no endereço eletrônico flidfundaj.com.br. Serão 18h ininterruptas de lives de palestras, debates, entrevistas, recitais, filmes e programas de rádio e TV. O universo do escritor irlandês James Joyce, uma das inspirações de Clarice, está relacionado à duração do evento. Em seu clássico Ulisses (1922), Joyce leva seu personagem principal em uma viagem de 18 horas por Dublin.

Durante o evento online  participarão diversas personalidades, entre escritores, professores, artistas, jornalistas e articuladores culturais do Brasil e do Mundo. Será discutido desde o livro em si - obras, escrita, história etc. -, até os formatos físico e digital. A jornalista e escritora Clarice Lispector será homenageada pelo seu centenário, comemorado em dezembro deste ano. Ucraniana naturalizada brasileira, a escritora é uma das autoras mais importantes internacionalmente do século 20 e a maior escritora judia desde Franz Kafka. Por isso, também, a cultura judaica integra a tríade de temas centrais.

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“Nada melhor no Dia Internacional do Livro que uma homenagem a mais internacional das escritoras brasileiras”, aponta o presidente da Fundação e escritor, Antônio Campos. Sobre o formato proposto, ele destaca o papel da Instituição diante do cenário de combate à pandemia do novo coronavírus. “Com as medidas de prevenção adotadas, estamos experienciando novas dimensões do convívio digital. As lives ou videoconferências nunca estiveram tão presentes e foram usadas de tantas formas quanto agora. Nosso esforço é para continuarmos atuantes, com iniciativas e atividades de qualidade. É um momento também de estimular a leitura”, ressalta.

A iniciativa é coordenada pela Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca). “A Dimeca entende que o projeto de um festival 100% digital, neste momento, justifica-se por si só. É a diretoria o espaço por excelência da riqueza documental, artística, cultural e educativa da Fundação. É nossa missão realizar ações digitais que continuem a atender aos interesses da população”, explica o gestor da Dimeca, o escritor e jornalista Mario Helio Gomes, curador da Festa Digital do Livro. Para a celebração da data, explica, adotou a origem ibérica, iniciada em 23 de abril de 1926. “É também a data de morte do escritor espanhol Miguel de Cervantes e do dramaturgo inglês William Shakespeare”, acrescenta.

Com uma programação híbrida, as atividades contarão com transmissão simultânea no site flidfundaj.com.br e nas redes sociais da Fundaj - Instagram,  Facebook, Twitter, YouTube. Na abertura, às 6h, contará com o poema “Tecendo a manhã”, do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, amigo de Lispector, além da fala do presidente da Fundação, Antônio Campos, ao vivo na TV Fundaj. A leitura do horóscopo e das principais manchetes de jornais do 10 de dezembro de 1920 (nascimento da homenageada),  a programação musical trazendo canções do Recife nas décadas de 1920 e 1930, antecedem a primeira entrada do programa de rádio e TV “A Hora das Estrelas”.

Na sequência, a Festa Digital do Livro discute “O livro didático no Brasil”. Integram o bate-papo representantes da Fundação Joaquim Nabuco, do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Quem assume a primeira palestra é a agente literária Luciana Villas-Boas, que refletirá sobre a situação atual e o mercado editorial em “Melhor estar no negócio do livro do que no da aviação”. A programação matutina chega ao fim com a leitura de “O mistério do coelho pensante” (1967), texto infantil escrito por Clarice Lispector após a provocação do filho sobre o porquê de escrever textos para adultos apenas.

À tarde, a jornalista e escritora Cláudia Nina, que editou o caderno especializado em literatura do Jornal do Brasil, Ideias & Livros, e contribuiu para o Prosa & Verso, do O Globo; assume a segunda palestra: “O pequeno mundo compartilhado - a subjetividade pulsante nas crônicas de Clarice”. Cláudia também é autora de A palavra usurpada: exílio e nomadismo na obra de Clarice Lispector, publicado no Brasil em 2003. A crônica, aliás, é o objeto de análise da atividade seguinte. O jornalista Marcelo Pereira, editor do caderno Cultura do Jornal do Commercio, é convidado a responder perguntas sobre o cronista pernambucano Antônio Maria e Lispector.

Já o professor Lawrence Flores Pereira, doutor em Teoria da Literatura pela PUCRS, realiza leitura de trechos da obra de William Shakespeare, na data do aniversário de morte do poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare. O poeta e dramaturgo criou  personagens imortais da literatura mundial, como Otelo, Hamlet, Romeu e Julieta. Lawrence é um dos tradutores da obra do dramaturgo no Brasil. Para refletir a cultura judaica no País, a Cinemateca Pernambucana exibe “O Rochedo e a Estrela”, de Katia Mesel. Ainda entre as palestras,  o professor João Cezar de Castro Rocha abordará Shakespeare e Miguel de Cervantes dentro de uma perspectiva comparada.

A leitura de trechos do romance Dom Quixote, de Cervantes, pelo professor espanhol Ángel Espina Barrio; e a entrevista ao escritor Lucilo Varejão Neto, presidente da Academia Pernambucana de Letras e membro da União Brasileira de Escritores, encerra a programação vespertina. A Hora das Estrelas volta ao ar e, dentre os destaques da noite, também está a palestra “Por uma questão de justiça: modos de ler Clarice Lispector”, com a professora da PUC-Rio Clarisse Fukelman. A palestrante reuniu publicações e adaptações da autora no Brasil e no exterior numa vasta pesquisa de mais de 30 anos. 

A exibição do curta-metragem Clandestina Felicidade, de Marcelo Gomes e Beto Normal, e a divulgação dos resultados dos concursos Claricem Imagens e Claricem Palavras integram o momento. Os ganhadores serão premiados com entradas grátis para os cinemas da Fundação ou fotobiografia da escritora (conferir detalhes abaixo). O encerramento fica por conta da leitura das histórias de fantasmas compiladas no livro Assombrações do Recife (1955), clássico de Gilberto Freyre. Dentre as estórias, pontos da capital pernambucana, como a Cruz do Patrão, no porto do Recife, e lendas como O Papa-Figo. 

Interpretações

Ao longo do dia, vídeos de diversas personalidades recitando trechos da obra clariciana poderão ser acessados. Entre as participações confirmadas está a atriz Maria Fernanda Cândido, que estreará a adaptação de A Paixão segundo G.H., dirigido por Luiz Fernando Carvalho. O escritor norte-americano Benjamim Moser, autor da biografia “Clarice, uma biografia” (2009), que foi traduzida em meia dúzia de idiomas, também integra a lista de leitores que colaboraram com a Festa Digital do Livro.

Rádio e TV

O ponto de partida da vida brasileira de Clarice Lispector começa em Alagoas. Depois passa a viver com a família em Pernambuco e depois no Rio de Janeiro. Em seu romance-novela A Hora da Estrela (1977), a personagem Macabéa realiza uma trajetória similar. Em alusão direta à última obra publicada em vida pela autora e adaptado ao cinema em 1985 por Suzana Amaral, a Festa Digital do Livro realizará programa de Rádio e TV “A Hora das Estrelas”. As entradas reunirão diversos convidados, dentre eles as representantes do clube de leitura Leia Mulheres. Além de trazer notícias sobre o mundo do livro, recitais, músicas e muito mais.

Filmes

As salas do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco seguem fechadas por tempo indeterminado devido à pandemia do Covid-19, no entanto, continuam presentes por meio do site cinematecapernambucana.com.br. O endereço virtual reúne 261 obras do cinema do Estado. A maioria disponível para ver de casa. Durante a Festa Digital do Livro, o público será convidado a conferir Clandestina Felicidade (Marcelo Gomes, Beto Normal, 1998) e O Rochedo e a Estrela (Katia Mesel, 2011).

Em 1971, Clarice Lispector reuniu diversos contos inéditos e já publicados na coletânea Felicidade Clandestina. O curta-metragem Clandestina Felicidade, que pega emprestado não só o adjetivo e substantivo utilizados pela autora, mas recolhe fragmentos da infância vivida por ela no Recife de 1929, da paixão cultivada pela leitura e o olhar curioso e perplexo com o qual ela descobriu o mundo. A trilha sonora é assinada pelo produtor musical DJ Dolores e o cantor Fred 04, do grupo Mundo Livre S/A. 

Por sua vez, a premiada cineasta pernambucana Katia Mesel passeia pela história da colônia judaica do Recife, a primeira das Américas. O longa-metragem rodado em 35 mm conta com trilha sonora de Lula Côrtes. Marcada pelas diversas perseguições e opressões ao longo da história, a cultura judaica está entre os principais temas da Festa.

Concursos

“Ele estava longe de tudo e de todos, sozinho. Ele estava desligado de tudo, feliz, rente ao coração selvagem da vida.” Da leitura destas frases do escritor irlandês James Joyce se originou o título do primeiro romance de Clarice Lispector: Perto do Coração Selvagem (1943). Assim como a autora foi inspirada por outras obras, na Festa Digital do Livro ela será a inspiração de seus leitores. Em Claricem Palavras os participantes devem produzir comentários sobre a vida e obra de Lispector em um texto de até 100 palavras, incluindo o título. Caso exceda, o participante é desclassificado.

O texto deve ser enviado até o dia 18 de abril no e-mail fundajoficial@gmail.com. Os resultados serão divulgados na data do evento. Os melhores colocados receberão entradas grátis para os cinemas da Fundação. Para o primeiro lugar, o ganhador receberá 100 entradas. O segundo lugar, 50, enquanto o terceiro, 30. Já para o Claricem Imagens, os participantes deverão produzir fotos-legendas com a mesma inspiração. As legendas podem ser frases retiradas da obra da autora ou de suas biografias, tanto quanto de livre interpretação do fotógrafo-leitor. O prêmio será a fotobiografia Clarice: uma vida que se conta, de Nádia Battella Gotlib.

SERVIÇO

_Festa Digital do Livro_

23 de abril de 2020, das 6h às 0h

flidfundaj.com.br

facebook.com/fundacaojoaquimnabuco

Instagram: @fundajoficial

Livre

 

*Via Assessoria de Imprensa

A aulas da rede de ensino do Recife começam nesta terça-feira (4). Os mais de 90 mil alunos matriculados em 2020 trabalharão as obras da escritora Clarice Lispector e terão Sustentabilidade e Emergências Climáticas dentro das disciplinas a serem estudadas. A capital pernambucana é a primeira cidade brasileira a ter obrigatoriamente a disciplina no currículo.

A Secretaria de Educação do Recife preparou uma programação especial na Escola Municipal Rozemar de Macedo Lima, em Casa Amarela, Zona Norte da cidade, para marcar o início das aulas. Os mais de 400 alunos da unidade de ensino receberão a visita da personagem professora Clarice, que contará a história do livro O mistério do coelho pensante. 

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Além de contar a história para as crianças, a professora Clarice realizará atividades lúdicas com os pequenos, por meio de brincadeiras, teatro, música, e estabelecerá diálogos sobre a sustentabilidade e as emergências climáticas.

Essa ação será desenvolvida em toda a rede de ensino do Recife durante o ano de 2020 e o projeto leva o nome de "Clarice vai à escola", que tem como foco o processo de alfabetização e letramento para Educação Infantil e Anos Iniciais. 

Para os estudantes de Anos Finais, o foco do projeto é a interpretação de texto e a apropriação da obra da escritora. Além de O mistério do coelho pensante, os alunos do ciclo de alfabetização trabalharão também com mais três livros da autora: A mulher que matou os peixes, Doze Lendas Brasileiras: como nasceram as estrelas e Quase de verdade. 

"Clarice Lispector é considerada uma das maiores escritoras brasileiras do século 20. Atualmente, 45 obras dela estão sendo comercializadas e nós estamos adquirindo dois kits para cada escola da rede. A comunidade escolar terá esse material à disposição, entre romances, contos e ensaios, para ser trabalhado durante todo o ano. A rede fará um evento para apresentar a produção literária dos nossos estudantes, no final do ano", diz Bernardo D´Almeida, secretário de Educação do Recife, segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa.

No total, mais de 18 mil livros foram adquiridos para serem distribuídos nas unidades escolares, nas bibliotecas do Compaz e para os professores. A rede de ensino da Prefeitura do Recife conta com 312 escolas, sendo 82 creches, além da Escola de Arte João Pernambuco, um barco escola e uma classe hospitalar.

Sustentabilidade nas escolas

Recife é a primeira cidade brasileira a ter a disciplina Sustentabilidade e Emergências Climáticas como obrigatória no currículo, com aval do Conselho Municipal de Educação, que aprovou em dezembro o novo componente curricular por unanimidade. 

Entre os conteúdos a serem aprendidos estarão: Aquecimento global e suas consequências no cotidiano; Formas de vida, sustentabilidade e os cuidados com a natureza; Consumo sustentável; e Água: entre os interesses econômicos e os da realização plena da vida humana.

O anúncio dessa decisão foi feito pelo Prefeito do Recife, Geraldo Julio, durante a 1ª Conferência Brasileira de Mudança do Clima, realizada no Recife, de 6 a 8 de novembro. Ainda no evento, o Recife foi a primeira cidade brasileira a decretar o reconhecimento da emergência global do clima em novembro de 2019 e, tem, inclusive, uma Lei Municipal que dispõe sobre a política de sustentabilidade e enfrentamento a emergências climáticas.

Para o secretário de Educação do Recife, Bernardo D’Almeida, a ideia é conscientizar as novas gerações e encontrar ressonância nessa causa absolutamente vital para o planeta. “A ideia é mostrar as causas do aquecimento global, desenvolver e promover ações socioambientais que possam combatê-lo, construir uma cultura de pertencimento e convivência sustentável entre os nossos estudantes, professores e comunidades do entorno das nossas escolas”.

A partir de março, os professores da Rede receberão um reforço na formação relacionada ao tema da sustentabilidade e emergências climáticas e atuarão de forma interdisciplinar. A qualificação será feita pelo professor da UFPE e doutor em Geografia e Ordenamento Territorial pela Universidade de Paris, Cláudio Jorge de Moura Castilho, na Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Educadores do Recife Professor Paulo Freire.

Considerada uma das maiores escritoras da literatura brasileira, Clarice Lispector completaria 100 anos em 2020. Nascida na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920, a autora passou sua infância, entre 1925 e 1934, no Recife, após sua família deixar o país europeu devido à perseguição antissemita. Recife está presente em muitos textos da escritora. Entretanto, a oportunidade única da capital pernambucana servir de moradia para tão cultuada figura parece não ser muito valorizada. O imóvel em que a escritora viveu é hoje um retrato do abandono e do descaso.

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A edificação de três pavimentos está localizada na esquina da Travessa do Veras com a Rua do Aragão, em frente à Praça Maciel Pinheiro, no bairro da Boa Vista, centro do Recife. Com traços coloniais, o prédio tem idade estipulada em 150 a 180 anos. Em ruínas, o imóvel está vandalizado, com buracos no telhado e portas vedadas com gesso. O piso superior não existe mais e a calçada serve de depósito de garrafões de água.

Duas placas turísticas desgastadas lembram que ali viveu a escritora. Uma intervenção artística colou uma imagem da ucraniana na parede lateral. São os poucos vestígios que associam o endereço a Clarice. 

O sobrado é propriedade da Santa Casa de Misericórdia do Recife, que busca transformar o local em um ponto de atividades culturais, mas diz não ter dinheiro para a reforma. A organização civil contratou uma arquiteta para desenvolver um projeto e, a partir daí, conseguir linhas de crédito para fazer a obra. O contrato é de risco, ou seja, a arquiteta só receberá pelo serviço caso haja o financiamento. 

“O projeto se preocupa com o restauro e a reforma da edificação para que possa ser ocupada e usada”, resume Lia Rafael dos Santos, arquiteta contratada pela Santa Casa. Para definir o uso do prédio seria necessário um projeto cultural específico. A arquiteta imagina a operação de uma livraria no térreo e a realização de atividades culturais literárias, como oficinas, nos dois pisos superiores. O objetivo é que o sobrado tenha as mesmas características de quando Clarice Lispector viveu no Recife. Não há intenção de transformar a construção em museu.

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Lia conta que o sobrado já havia sofrido várias alterações quando Clarice foi morar no local. “Pelo que a gente levantou da história, antes era um sobrado unifamiliar e a parte de baixo era comercial. Os dois pavimentos superiores eram moradia de uma família. Ele passou a ser alugado para mais de uma família e foi subdividido para morar várias pessoas”, explica. O térreo do casarão era ocupado como um ponto comercial até 2008. Em 2013, há registro de invasão, ocasião em que foram furtados vários elementos do local.

O valor da reforma está orçado em cerca de R$ 2 milhões. Após aprovação na Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), a Santa Casa tentará inseri-lo em editais, como o da Lei Rouanet. O imóvel também não é tombado. O processo de tombamento se arrasta desde 2017 e está em fase de análise física. A Fundarpe prevê que todo o processo seja concluído até o final do primeiro semestre deste ano.

Clarice no Recife

Foi no Recife, quando vivia no sobrado, que Clarice Lispector aprendeu a ler. No Grupo Escolar João Barbalho, no bairro da Boa Vista, a autora tinha entre seus amigos de sala de aula Leopoldo Nachbin, que viria a se tornar um relevante matemático brasileiro e é citado na crônica “As grandes punições”, escrita por ela na década de 60. 

No texto “banhos de mar”, ela relata o prazer que tinha em tomar banho nas águas de Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). A família saía de casa de madrugada, em jejum, e pegava o bonde ainda com o céu escuro. 

Ela costumava roubar rosas e pitangas, como narra em “Cem Anos de Perdão”. E apreciava o Carnaval da escada do sobrado. Foi na rua, diante do sobrado onde morava, que Clarice esqueceu um pouco da crítica saúde da mãe, que sofria de paralisia progressiva, enquanto um garoto enchia seus cabelos de confete e sorria para ela, como narra em “Restos de Carnaval”.

A criança estudou no tradicional Ginásio Pernambucano e teve aula com famosos professores, como Agamenon Magalhães, de geografia, e Olívio Montenegro, de história. Clarice se mudou do Recife para o Rio de Janeiro aos 12 anos. 

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A editora Rocco está preparando uma série de novidades em razão do centenário da escritora Clarice Lispector, celebrado em 2020. Para festejar a autora, serão promovidos diversos lançamentos de sua obra reeditada. As primeiras novidades chegarão já neste mês de dezembro, antes da virada do ano. 

Abrindo as atividades do centenário, neste mês de dezembro serão lançados os três primeiros livros de Clarice, escritos na década de 1940. São eles, Perto do Coração Selvagem, O Lustre e A Cidade Sitiada. Eles virão com novo projeto gráfico, assinado pelo designer Victor Burton. As capas contarão com telas feitas pela autora, que pintou 22 quadros ao longo de sua vida. 

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Além disso, os livros ganham renovação no conteúdo editorial, com posfácios escritos por especialistas em literatura como Nádia Battella Gotlib, Clarisse Fukelman, Benjamin Moser, Aparecida Maria Nunes, Ricardo Iannace, Marina Colasanti, Eucanaã Ferraz, Teresa Montero, Arnaldo Franco Junior e próprio filho da autora, Paulo Gurgel Valente.


 

“Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres”, de Clarice Lispector e a obra e vida de Sylvia Plath, são base para os espetáculos ‘Águas do Mundo’ e ‘Pulso’, respectivamente, que chega ao Recife neste mês. As apresentações acontecem a partir desta quinta-feira (2), no Sesc Santo Amaro.

Ambos os espetáculos, juntamente com o solo ‘A dor’, formam a Trilogia Solos, do coletivo paulista Vulcão. Todos são dirigidos e interpretados por mulheres. O espetáculo ‘Águas do Mundo’ será exibido nesta quinta,às 19h, já ‘Pulso’ será interpretado no sábado(4) e domingo (5), também às 19h.

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Além dos espetáculos, o coletivo também realizará rodas de conversas após as apresentações. Os ingressos para custam R$30 e podem ser adquiridos na Sympla.

Serviço

Águas do mundo

quinta-feira (2) | 19h

Sesc Santo Amaro – Teatro Marco Camarotti (Rua Treze de Maio, 455 - Santo Amaro)

R$ 30 e R$ 15 (meia)

 

PULSO 

Sábado (4) e domingo (5) | 19h

Sesc Santo Amaro – Teatro Marco Camarotti (Rua Treze de Maio, 455 - Santo Amaro) R$ 30 e R$ 15 (meia)

Informações: (81) 32161713 / 1714 / 1715

Na próxima quarta-feira (12), acontece no Casarão Solar Francisco Ribeiro Pinto Guimarães-Fundaj - Casa Forte, o lançamento do livro “Os Ecos de Clarice”, obra inspirada nas inquietudes e profundidades da literatura de Clarice Lispector. O evento é gratuito e começa a partir das 19h30.

A data celebra outros dois eventos importantes para os amantes da autora, os 41 anos de sua morte, e seu aniversário de 98 anos. O livro será lançado pela Editora Massangana. 

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O escritor Raimundo Carrero e Joana Cavalcanti, responsáveis, respectivamente, pelo prefácio e as orelhas do livro, farão uma introdução da obra. A palavra inicial é da presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Ivete Lacerda. O evento ainda conta com a apresentação da Orquestra Cidadã.

Serviço

Lançamento do livro “Os Ecos de Clarice”

Local: Casarão Solar Francisco Ribeiro Pinto Guimarães, Fundaj/Casa Forte

Data: 12 de dezembro de 2018

Horário: 19h30

O evento é gratuito

Por Adnan Morais

A escritora Clarice Lispector é a homenageada pelo Google nesta segunda-feira (10), data em que completaria 98 anos. A ucraniana naturalizada brasileira ganhou uma ilustração especial acima da caixa de buscas da ferramenta. A ilustração foi feita pela designer Mariana Valente, neta de Lispector.

"Eu fico muito emocionada quando faço algum trabalho em sua homenagem. Ela é uma grande inspiração para mim no trabalho com colagem, porque eu sinto que ela tem essa habilidade de ressignificar a palavra na própria palavra, assim como tento fazer com as imagens", conta sua neta.

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Nascida em 1920, Clarice Lispector fugiu da Ucrânia com sua família, que havia sido perseguida por ser judia, para a cidade de Recife, no norte do Brasil. Aos nove anos ela e as duas irmãs se mudaram para o Rio, onde foram criadas por seu pai após a morte da mãe.

Lispector começou a escrever histórias aos sete anos. Enquanto estudava direito, ela cultivou sua paixão escrevendo para jornais e revistas antes de publicar seu primeiro romance em 1943 - "Perto do Coração Selvagem" - aos 23 anos.

No mesmo ano em que seu livro foi publicado, ela se casou com um diplomata e deixou o Brasil para viver quase duas décadas na Itália, Suíça, Inglaterra e América. Ela visitou o Brasil regularmente, mas não retornou até 1959. Clarice morreu em 1977, aos 57 anos, em decorrência de um câncer de ovário.

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Para além da interpretação de texto, as questões do caderno de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exigem que os candidatos tenham o conhecimento sobre autores e obras da cultura brasileira. O professor Diogo Xavier comenta que as questões nem sempre abordam os aspectos literários, mas apresentam relação com a linguística. Diogo ressalta que os feras precisam ficar atentos às características estéticas e sociais das obras. 

O docente salienta que os candidatos devem prestar atenção nos temas relacionados à estética dos escritores e obras, assim como, a poeticidade e construção do texto. “Ultimamente a prova de linguagens, no que se refere à literatura, cobra dos candidatos questões atreladas às questões sociais, linguísticas e estéticas. Um exemplo disso é a poética de João Cabral de Melo Neto, que apresenta uma carga social e estilística forte". Em entrevista ao LeiaJá, o docente listou os principais autores presentes no exame. Confira:

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Prosa

Clarice Lispector - Escritora da terceira fase do modernismo brasileiro, chamada de "Geração de 45", Clarice nasceu na Ucrânia, mas ainda criança veio morar com a família no Brasil. Possui um estilo marcado pela inovação. Em sua literatura, os sentimentos e sensações dos personagens estão presentes, assim como, características intimistas e a representação do pensamento é feita de forma representação do pensamento não é feita de forma linear. Entre as obras mais conhecidas estão ‘Laços de Família’ e ‘A Hora da Estrela’.

Machado de Assis - De origem humilde, o escritor recebeu pouca educação formal e desempenhou diferentes funções, tais como: tipógrafo, editor de gravação, jornalista. Suas obras apresentam ironia e senso de humor para retratar os costumes da sociedade brasileira. Além disso, Machado mostra uma narrativa única e trava um diálogo com os leitores. Dentre as suas temáticas estão a escravidão, filosofia, ciúmes, mulher, papéis sociais, solidão. As obras mais conhecidas são Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro.

José de Alencar -  Classificado como um escritor da primeira fase romantismo brasileiro, Alencar possuía obras que apresentavam características realistas. Essas são classificadas em indianistas, históricas ou urbanas. Além disso, suas obras representava a cultura do povo, a história e as regiões brasileiras com uma linguagem, que para muitos, foi considerada inovadora para a época. Nas narrativas urbanas, costumava tecer críticas à sociedade, presente no livro Senhora. As obras indianistas, como em Ubirajara, Iracema e O Guarani, Alencar apresenta a figura do índio de forma idealizada. Já nas histórias regionalistas, ele fala dos costumes do campo, retratando o interior de São Paulo, os Pampas e o Sertão nordestino.

Guimarães Rosa – Representante da terceira fase do modernismo, o escritor apresenta uma escrita carregada de regionalismos, influenciada pela linguagem popular, recriando a linguagem com neologismos. Os costumes sertanejos e a paisagem são mostrados nas histórias. Assim como a figura do sertanejo é apresentado de forma a caracterizar o ser humano, seus percalços e lutas. Guimarães Rosa se consagrou na literatura brasileira após a publicação das obras Grande Sertões: Veredas e Corpo de Baile.

Ariano Suassuna – Um dos grandes nomes da cultura nordestina, o escritor e dramaturgo fundou o Movimento Armorial, na década de 70, cujo objetivo era apresentar a cultura popular em suas diversas faces. Pertencente a terceira fase do modernismo, sua produção carrega características da improvisação e do texto popular e mescla elementos do simbolismo, barroco e literatura de cordel. As obras ‘O Auto da Compadecida’, ‘O Santo e a Porca’ e ‘O Romance da Pedra do Reino’ se configuram como as mais discutidas.

Poesia

João Cabral de Melo Neto - Pertencente à geração de 45 do modernismo, João Cabral de Melo Neto apresenta em suas poesias características surrealistas, o rigor formal, formas fixas e versos ritmados. Desprendida de sentimentalismo, as obras descreviam as ações reais e possuíam um caráter construtivista. Uma de suas obras mais importantes é “Morte e Vida Severina”, que narra as pelejas do sertanejo.

Carlos Drummond de Andrade – Com características da segunda fase do movimento modernistas, Drummond apresenta nas poesias versos livres, sem métrica, concretas e com linguagem mais popular. Com uma escrita ácida, com versos irônicos e sarcásticos, o mineiro também teve uma fase mais social. Em seus poemas, ele escrevia sobre a terra natal e falava sobre angústia em relação ao futuro. As obras ‘A Rosa do Povo’, Sentimento do Mundo’ e o poemas ‘No meio do caminho’ são os mais icônicos.

Oswald de Andrade – Fundador do movimento modernista, iniciado na Semana de Arte Moderna, em 1922, Oswald de Andrade escreveu os primeiros textos com estilo modernista como o “Manifesto Antropófago” e “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”. Caracterizada pó pregar a liberdade na construção do texto, o autor buscava criar e apresentar uma identidade nacional nas obras.

Cecília Meireles -  Autora da segunda fase do modernismo, Meireles utilizava técnicas tradicionais na construção dos versos, sonetos. Em suas poesias estão presentes temas como morte, o amor, o efêmero e o eterno. Suas obras apresentavam influências dos movimentos simbolista, romântico e parnasiano. “Romanceiro da Inconfidência”, “Viagem” e “Ou isto ou aquilo” são algumas obras que marcam a carreira da poetisa. 

Nesta sexta-feira (3), o Teatro de Santa Isabel exibe o documentário sobre a vida da escritora Clarice Lispector. Com direção de Taciana Oliveira, o filme ‘A Descoberta do Mundo’ dialoga com a obra e a vida da escritora que passou a infância no Recife. A película será exibida em dois horários: às 15h e às 19h, e os ingressos podem ser retirados na bilheteria do teatro, gratuitamente, uma hora antes das exibições.

O trabalho é composto pela produção de dois audiovisuais: um documentário e uma ficção. O roteiro entrelaça elementos de videoarte e documentário apostando numa linguagem que resulta na construção de um ensaio poético visual. A escritora Teresa Monteiro, autora da obra ‘Eu sou uma pergunta - Uma biografia de Clarice Lispector’ participou como co-autora do roteiro e como consultora da produção.

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No vídeo, o público vai conferir os relatos de amigos da escritora e personalidades que tentam ‘mergulhar’ e tentar traduzir o universo de Clarice. O documentário foi gravado em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e no Recife e resgata material inédito da sua última passagem pela capital pernambucana.

Exibição do documentário A Descoberta do Mundo, sobre Clarice Lispector

Sexta-feira (3) | Horários 15h e 19h

Local: Teatro de Santa Isabel, Praça da República, s/n, bairro de Santo Antônio, Recife

Entrada franca: ingressos devem ser retirados na bilheteria do teatro uma hora antes de cada sessão.

(81) 3355.3322

A literatura infantil começou a surgir em meados do século 18, com as criações literárias de Charles Perrault, escritor francês que detêm o título de 'Pai' da literatura infantil, pois começou a dar um acabamento ao que seriam os contos de fadas. Suas histórias ganharam o mundo. Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, Cinderela, A Bela Adormecida, O Pequeno Polegar, todos esses contos de fadas estiveram e estarão presentes por muito tempo no imaginário infantil.

O gosto pela leitura ainda se dá no início da educação de uma criança. Ler as famosas 'historinhas' parece ser um hábito bobo, mas pelo contrário, estimula e fortalece o imaginário, a emoção e os sentimentos de quem o faz. O momento de leitura de uma criança não é algo que é realizado de maneira espontânea. É preciso que os familiares estimulem os seus filhos a ler, não deixe somente essa responsabilidade para a escola, onde em muitos casos as crianças leem por obrigação e não por gosto.

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O cenário da literatura infantil brasileira é repleto de bons autores, que poucas vezes são associados a esse gênero literário. Escritores clássicos como Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Graciliano Ramos e Jorge Amado, não são diretamente lembrados por suas obras para o público infantil, porém entre contos e livros, as produções são vastas. 

O dia das crianças pode ser um momento de presentear os filhos com obras clássicas de cunho educativo, como lançamentos de livros que busquem na leitura desenvolver o imaginário das crianças. 

Confira uma lista de opções de livros da literatura infantil

Clássicos:

Sítio do PicaPau Amarelo (Monteiro Lobato)

Monteiro Lobato é considerado o pai da Literatura Infantil brasileira.

Sítio do Picapau Amarelo é uma série de vinte e três livros de fantasia, escrita pelo autor brasileiro Monteiro Lobato entre 1920 e 1947. Num sitío chamado Sitío do Pica-Pau amarelo, vive dona Benta e sua neta, Narizinho, a menina que tem uma boneca, derruba um pouco de Pó de Pirlimpimpim e esta, acaba criando vida! Exsiste ainda um menino, primo de Narizinho que mora na cidade: Pedrinho... Em meio a diversos personagens mágicos, eles vivem situações diferentes, e às vezes até surreais.

O Mistério do Coelho Pensante (Clarice Lispector)

O mistério do coelho pensante (1967) foi a primeira obra destinada a crianças publicada pela autora. Escrita nos anos 1950, inicialmente sem propósito de publicação, nasce, segundo Clarice Lispector, de uma pergunta de seu filho Paulo: “Por que você só escreve livros para adultos? Nenhum para crianças?” Assim, para crianças, em 1967 publica-se O mistério do coelho pensante.

O gato malhado e a andorinha Sinhá, 1976 (Jorge Amado)

Com grande lirismo, a história do amor de um gato mau por uma adorável andorinha assume aqui o tom fabular dos contos infanto-juvenis. Além de se transformar em um improvável caso de paixão, a narrativa mostra como duas criaturas bem diferentes podem não apenas conviver em paz como mudar a maneira de ver o mundo.

Ou Isto ou Aquilo, 1964 (Cecília Meireles)

Esta obra aborda os sonhos e as fantasias do mundo infantil - a casa da avó, os jogos e os brinquedos, os animais e as flores, tudo ganha vida nos poemas de Cecília Meireles.

FILIG

Festival Internacional de Literatura Infantil de Garanhuns começa nesta quinta, 9, e segue até o dia 12. Serão diversas atividades gratuitas no Sesc Garanhuns e no Parque Ruber van der Linden, o Pau Pombo, com a proposta de promover a interação de crianças e adultos com renomados escritores e ilustradores do Brasil e da América Latina.

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A 12ª edição do Festival Recifense de Literatura A Letra e A Voz teve início na noite desta quarta-feira (20), durante a solenidade de abertura realizada no Museu da Cidade do Recife, no Forte das Cinco Pontas, Bairro de São José. Na ocasião, o professor de Literatura Francesa da UFPE, Lourival Holanda, e a escritora Cintia Moscovitch participaram de um debate sobre os 50 anos de lançamento do livro A Paixão, Segundo GH, de Clarice Lispector, obra homenageada pelo festival. Em seguida, a atriz Luciana Lyra, sob a direção do dramaturgo pernambucano Newton Moreno, fez uma leitura dramática do clássico de Lispector. 

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Para Liana Cláudia, coordenador do Festival A Letra e A Voz, esta é uma boa oportunidade para o público conhecer mais sobre a história de Clarice Lispector. “Assim como a gente está nesse novo momento de não trazer o autor e sim a obra, a expectativa é ir mais além para conhecer sobre a autora. Neste caso, uma obra que já conta com cinquenta anos e apresenta várias Clarices. Realmente é apaixonante, acho que essa é a melhor definição”, opina Liana Cláudia. A curadoria do evento ficou a cargo de Schneider Carpeggiani. 

Mas de 100 pessoas participam da noite de abertura do A Letra e A Voz, cuja programação se estenderá no Museu da Cidade do Recife até o próximo sábado (26). Depois disso, entre os dias 30 e 31 de agosto, o evento continua na Av. Rio Branco, Bairro do Recife, onde acontecerá a Feira do Livro. 

Ainda no Museu da Cidade do Recife, o público poderá conferir durante o festival uma exposição permanente sobre a vida da escritora Clarice Lispector. Na ala dedicada ao século XX, serão exibidas imagens da escritora no período em que viveu no Recife, além de trechos de suas obras que fazem referência à cidade. A exposição é gratuita e está aberta de terça a sábado, das 9h às 17h.  

A lista completa de atividades está presente no site do festival, que este ano traz alguns dos mais representativos autores de romances como o argentino Rodrigo Frésan e os brasileiros Cristóvão Tezza, Alberto Mussa, Caetano W. Galindo, Ronaldo Correia de Brito, Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira, Maria Valéria Rezende, Fernando Monteiro e Lourival Holanda.

 

 

 

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