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Ao rifar, antecipadamente, o DEM e o PSDB da aliança governista com vistas às eleições no Recife, num dia inusitado – 11 de maio, quando o País grudava os olhos na televisão acompanhando a votação do impeachment de Dilma – o PSB esqueceu uma máxima que Marco Maciel costumava se reportar em momentos de conflitos e indecisões: em política, quando se tem prazo não se pode ter pressa.

Os prazos estão ai à vista. A começar pelas convenções. Pelas novas regras aprovadas para as eleições deste ano, a homologação das chapas só começa em julho e se estende até agosto, período das convenções. Muito longe, portanto. Neste momento, o jogo ainda não começou. Os nomes que colocam são incertos e muito pode vir a mudar. Priscila Krause, do DEM, por exemplo, sequer uma chapa proporcional tem condições de montar hoje.

Daniel Coelho, pivô da decisão antecipada do PSB, não teria, até aquela data – nem tem até hoje – a unanimidade do seu partido, o PSDB. A maioria do diretório estadual, a começar pelo presidente atual, Antônio Moraes, e o presidente que assumirá em julho, Elias Gomes, torcia o nariz para uma candidatura tucana em faixa própria no Recife, preferindo o que inicialmente estaria acertada: a reeleição de Geraldo.

Com tanto tempo para se decidir por alianças, por que pedir ao DEM e PSDB para devolverem cargos num dia em que o País decidia o seu futuro, tirando o PT do poder? Maluquice. Não tem outro adjetivo. Eduardo Campos foi um bom aluno, aprendeu rápido o manejo da política com o seu avô, o ex-governador Miguel Arraes, mas parece que não se revelou um bom professor. Ou então seus seguidores se apresentam maus alunos, porque não se justifica a estupidez política do ato.

Outra obviedade: que importância teria, faltando ainda tanto tempo para as definições eleitorais, manter o PSDB numa secretaria de um orçamento ínfimo, R$ 1,8 milhão por ano, e o DEM, igualmente, com um espaço de segundo escalão, o Lafepe, que não é uma galinha de ovos de ouro, estando longe, portanto, da cobiça política?

Atirar precocemente o DEM e o PSDB na jaula dos leões sem nenhum cenário eleitoral definido, nem no Recife nem em qualquer cidade importante da Região Metropolitana, é, convenhamos, uma tremenda insensatez. O mais grave: na véspera de uma mudança de Governo, pela qual os dois partidos abocanharam dois Ministérios estratégicos, como Educação e Cidades.

Agora, fica até constrangedor o governador cobrar dos ministros pernambucanos, aliados no passado e adversários no presente, por uma situação mal administrada, diga-se de passagem, apoios a projetos de interesse do Estado que tramitam em Brasília. Todo mundo tem o direito de errar, mas tal tropeço é típico de gente amadora, que dá tiro no pé, joga projetos sólidos e estruturalmente amarrados pela janela. Tem erro em política que se traduz em fatalidade. E este, certamente, pode se configurar trágico.

VICE DE PRISCILA– Corroborando com o raciocínio acima, uma fonte bem próxima ao senador Armando Monteiro Neto deixou vazar, ontem, que ele sonha em levar o partido para o palanque da pré-candidata do DEM, Priscila Krause. Isso passaria por uma aliança formal na qual o PTB indicaria o ex-deputado federal José Chaves para vice, descartando assim o apoio ao pré-candidato do PRB, Silvio Costa Filho. No cenário do Recife não existe ainda nada fechado.

Dilma cortou R$ 20 bilhões – Na primeira passagem ontem pelo Recife, o ministro do Desenvolvimento Social e Reforma Agrária, Osmar Terra, fez questão de iniciar sua agenda por uma família beneficiária do programa Bolsa Família para ratificar na prática o discurso do presidente interino Michel Temer. Ao contrário do que pregou o PT, insinuando que Temer acabaria com os programas sociais, o ministro anunciou que o Governo vai ampliar e absorver também famílias atingidas pelo vírus da Zica. “Vamos montar um kit para ajudar a melhorar a vida dessas famílias. Se tem alguém que cortou ajuda para o pobre foi o Governo da presidente Dilma, tirando R$ 20 bilhões dos programas sociais”, afirmou.

Mendonça fala em crescimento- O ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho, afirmou, ontem, que o orçamento da área cultural terá "crescimento real" no orçamento de 2017. Ele deu a declaração durante a apresentação do secretário nacional de Cultura, Marcelo Calero, secretário de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro, cuja nomeação foi confirmada pelo Governo. A extinção do Ministério da Cultura e a incorporação da pasta como secretaria ao Ministério da Educação foi objeto de crítica de artistas e militantes da área cultural ao governo Michel Temer.

Ficha suja na liderança– Alçado pelo presidente interino Michel Temer à posição de líder do Governo, o deputado André Moura (PSC-SE) é acusado em investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de homicídio, ocorrida na cidade de Pirambu, Sergipe, em 2007, e também por suspeita de envolvimento na Lava Jato. Moura classifica de “infundadas” as acusações contra ele no caso da suposta tentativa de homicídio, feitas por um desafeto político "com a clara intenção de tentar prejudicá-lo". Sobre a investigação na Lava Jato, afirmou “que a acusação que lhe é imputada não se refere a qualquer crime por ele cometido".

Alerta nordestino– Todos os nove governadores do Nordeste confirmaram presença, hoje, na reunião de Maceió, que começa às 15 horas, num hotel, para discutir o quadro nacional. “O Nordeste foi desprezado durante décadas, e só nos últimos anos nós vimos chegar universidades, investimentos educacionais, empregos, e o Nordeste não quer perder essa posição. E por isso há um sentimento dos governadores que nós devemos caminhar sempre juntos, em posição unificada, e nós vamos discutir essa posição”, disse o governador Rui Palmeira (PT), autor da ideia do encontro.

CURTAS

VIROU ASSESSOR – Jornalista tarimbado, experiente e bem sucedido em campanhas eleitorais, o companheiro Fernando Veloso, que estava atuando na Bahia, assumiu, ontem, a coordenação de Imprensa do Ministério da Educação e Cultura, pilotado agora pelo pernambucano Mendonça Filho. Veloso é bom camarada e participou de todas as campanhas vitoriosas do ex-governador e agora deputado Jarbas Vasconcelos.

GRATUIDADE- O deputado Miguel Coelho (PSB) propôs uma lei para permitir aos policiais e bombeiros militares o benefício da gratuidade na passagem de ônibus intermunicipais sem a obrigação do uso do fardamento. A medida, segundo o parlamentar, pretende garantir maior privacidade e segurança aos agentes públicos que precisam se deslocar entre os municípios pelo transporte coletivo. Atualmente, a gratuidade só é permitida para os policiais e bombeiros desde que estejam fardados.

Perguntar não ofende: O Supremo interfere na Câmara e autoriza eleição para escolha do presidente?

Mudança. Essa é a palavra de ordem aclamada por milhões de brasileiros nos últimos anos. Essa é, também, a postura que se espera da atuação do novo presidente Michel Temer que, a partir de hoje, assumirá o Brasil para um mandato curto. Mudanças em todos os sentidos, em todos os setores. Mudanças que proporcionem à sociedade brasileira acreditar que o Brasil irá superar a crise econômica e voltará a se desenvolver em todas as áreas.

Otimismo. Esse é um substantivo característico dos brasileiros e tão presente nessa nova etapa que se inicia em nosso país. Somos otimistas em acreditar que um futuro melhor está por vir, com mais oportunidades e que este futuro irá beneficiar a todos.

Desafios. Durante duas décadas, o Brasil viveu um crescente desenvolvimento sócio econômico, que trouxe ganhos para todos os setores. Inicialmente, através da Lei de Responsabilidade Fiscal, privatizações e implantação do Plano Real. Posteriormente, com o investimento em políticas sociais, voltadas a garantir o desenvolvimento socioeconômico do País. Em todos esses aspectos, inúmeros desafios foram sendo ultrapassados e geraram resultados que nos tornaram, por um tempo, a 6º economia mundial.

A economia foi fortalecida através da expansão do crédito, o acesso à educação superior foi garantido através dos programas sociais imprescindíveis de financiamento (Fies) e bolsas estudantis (Prouni), a habitação registrou crescimento graças ao crédito das instituições financeiras para financiamento da casa própria e as fronteiras foram abertas para investimentos estrangeiros.

Hoje, o Brasil está estagnado. Os níveis de desemprego e inflação não atingiam números tão altos há muitos anos, provocando o esvaziamento do comércio e fazendo a população paralisar qualquer projeto de investimento pessoal. Pelo país, as epidemias de dengue, Zika e agora a gripe do H1N1, se alastram, sem que o Sistema de Saúde consiga impedir, ou minimizar. Estamos, há muito, vendo que o Estado Brasileiro é totalmente inoperante. Nós, cidadãos, nos sentimos abandonados, seja na área da política, da segurança, da saúde, da educação e da infraestrutura.

A partir de hoje (12/05), uma nova era, um novo momento histórico se inicia no Brasil. Devemos passar uma borracha nos acontecimentos pretéritos, que devem ficar em nossa memória apenas como aprendizado. Temos que olhar para o futuro que, tenho certeza, será transformador.

O Brasil precisa de reformas. Inicialmente a reforma administrativa. Para que tantos ministérios, tantos cargos de confiança e tantas empresas estatais? O Estado está inchado, gigante. As receitas provenientes dos tributos não são suficientes para custear as próprias despesas estatais, quanto mais para custear as atividades essenciais como a educação, saúde, segurança, infraestrutura, saneamento, etc. Temos que ter um estado mínimo, regulador e fiscalizador.

Precisamos de uma reforma política que acabe, ou pelo menos minimize, a corrupção institucionalizada. Mister se faz uma reforma tributária com o objetivo de descomplicar e desonerar a atividade produtiva para que a mesma gere mais emprego, riqueza e renda, e por via de consequência, pague faça crescer a arrecadação. Necessário se faz uma reforma previdenciária para evitar a bancarrota do Estado. Uma reforma trabalhista que possa flexibilizar as relações entre capital e trabalho, cujo fim primacial consiste em aumentar os números de empregos. E até uma reforma educacional cujo desiderato seja acabar com a gratuidade do ensino público para os ricos, mantendo, e até ampliando, para os pobres. Apenas lembramos, ilustrativamente, que cerca de 80% dos estudantes das universidades públicas federais são ricos e estudam sem pagar nada, enquanto os alunos pobres, que precisam trabalhar para sobreviver, vão estudar nas boas faculdades privadas através de bolsas de estudo (ProUni), via financiamentos públicos (Fies) ou financiamentos privados, o que é paradoxal e inconcebível em um país de tantas desigualdades sociais.

O Brasil precisa mudar completamente a sua relação com a sociedade e com o mundo. São necessárias atuações que permitam mais parcerias público-privada, promovendo mais eficiência nas ações. Precisamos ser mais abertos, competitivos e menos burocráticos. Nós, brasileiros, queremos confiar na nossa classe dirigente, para que ela nos mostre uma sociedade madura e apta a crescer juntamente com parceiros comerciais do mundo afora.

A nação que queremos não admite mais corrupção, burocracia, desigualdade educacional para os iguais, bem como incompetência, arrogância e falta de humildade de seus governantes. O país que sonhamos tem que ser transparente, oferecer justiça social, saúde e educação de qualidade - gratuita para os pobres, onerosa para os ricos -, segurança pública, saneamento básico, infraestrutura e moradias dignas para todos, taxas de juros acessíveis ao setor produtivo, políticas de aposentadoria dignas, mas que permitam sustentabilidade ao Estado, além de incentivar a criação de um setor produtivo forte, que gere empregos, riqueza e renda para todos.

Queremos um país de produção e consumo, de trabalho e renda, de hospitais e escolas públicas para os pobres e particulares ou pagas para os ricos. Uma nação de seriedade, integridade e responsabilidade em todos os níveis. Um estado democrático, independente, soberano, respeitado internacionalmente e que use o dinheiro público no objetivo destinado. Um país que pensa em seu povo e que quer o melhor para ele.

Esperança. Essa é a palavra que norteia nossas expectativas em relação ao governo de Michel Temer. Esperança de que ele e seus colaboradores sejam capazes de unificar o Brasil numa grande aliança e recolocá-lo nos trilhos do progresso e do desenvolvimento econômico e social, possibilitando a superação dos desafios e das adversidades, fazendo com que seja recriada uma nova sociedade, mais igualitária e com mais oportunidades para todos. Enfim, uma nova era surgirá a partir de hoje no Brasil.

Há alguns anos tive um diálogo com um aluno que veio conversar comigo e vou reproduzir a conversa: 

— Professor, eu estava pensando;

Foi, que bom, doeu?

— Não professor, estou falando sério;

Sim, me conte o que andou pensando?

— É o seguinte: as pessoas dormem 08 horas por dia, não é isso?

Vamos dizer que sim;

— Ora, se eu dormir 08 horas por dia, significa que vou dormir um 1/3 de minha vida;

Continue;

— Quando eu viver 75 anos, terei dormido 25 anos, ou seja, terei dormido os melhores anos de minha vida.

Ora, a preocupação dele, é muito mais comum do que se pensa e parando para pensar, vamos ver que tem sentido. Há algumas semanas, enumeramos um pool de coisas que podemos fazer e se formos nos dedicar a elas, não teremos como dar conta de tantos afazeres e muito menos, de fazer outras coisas, como por exemplo estudar.

Estava lendo um texto, que abordava a questão do sono, no sentido de que, nunca se dormiu tão pouco e nunca foi tão importante dormir bem. É um fato de que nos mamíferos, o repouso é essencial ao fortalecimento do sistema imunológico para o combate as infecções, para que o cérebro trace estratégias de sobrevivência e armazene memórias.

É nesse último aspecto que pretendo me deter um pouco.

Para nós, a expressão “vá para os braços de Morfeu”, pode sugerir dormir bem, entretanto, os gregos temiam Morfeu, conhecido como o deus dos sonhos (afirma-se que o deus do sono é seu pai Hipnos ) porque acreditavam que ao adormecer a divindade poderia atormentá-los com pesadelos aterrorizantes. Seja como for, um fato é o de que, a maioria de nós dorme pouco e às vezes, mal.

Esse assunto, para nós é da maior importância, uma vez que precisamos dormir bem para que as condições possam ser favoráveis na fixação da memória permanente e na aprendizagem.

O infográfico abaixo mostra a relação do sono com a  aprendizagem, pois, permanece em vá ilusão quem pensa que bastam as horas de estudo e desprezam um bom período de descanso. O estudo e o sono são como faces da mesma moeda.

O que nos interessa ao estudarmos é o aprendizado consolidado, o qual tem um processo e o sono não pode ser dissociado dele.

O sono é fundamental para a vida de qualquer pessoa. E não devemos pensar no sono apenas como um repouso para o cérebro, mesmo porque ele continua ativo enquanto dormimos - muito mais ativo do que imaginamos - principalmente no que diz respeito à memorização e, por conseguinte, à aprendizagem. Podemos dizer, numa linguajem que gosto muito que funciona como num quebra-cabeça, quando durante o sono o cérebro revisa o aprendizado do dia e vai encaixando essas informações nos lugares mais adequados. Esse processo de encaixe resulta na forma de memória.

E quantas horas dormir?

E o que fazer para dormir bem?

Bem, vamos pensar sobre isso, dormir bem e continuar na próxima coluna. 

Até mais.

*https://pt.wikipedia.org/wiki/Morfeu

A escolha do jovem João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, para a chefia de gabinete do governador Paulo Câmara, antecipada, diga-se de passagem, por este blog, gerou uma discussão histérica nas redes sociais. No tom da discordância, a termologia mais focada nos protestos verbais online se referia ao fato dos Campos instalarem uma capitania hereditária no Estado.

Venho de uma longa atuação no jornalismo político, exatos 35 anos, dos quais 15 em Brasília, de onde nunca me desvinculei, com presença na capital com a periodicidade que os fatos exigem. Não entendi, sinceramente, se a reação contrária foi mais pelo fato de João ser jovem, um garoto de 21 anos, ou por ser filho de um político de família tradicional no Estado.

Se a incompreensão se dá pela idade, políticos famosos que atuam há muito tempo no Estado, como Joaquim Francisco, José Jorge Cavalcanti, Gustavo Krause, Romário Dias e Romero Jucá, pelo que sei, além de técnicos, como Luiz Otávio Cavalcanti e Jorge Cavalcanti, eram imberbes quando ingressaram na vida pública, graças a uma oportunidade dada pelo ex-governador Moura Cavalcanti, responsável pela formação de quadros políticos e técnicos.

Feliz do governante que se preocupa com o futuro do País e que não olha apenas para o momento circunstancial. Feliz do governante que tem a visão e a preocupação de fomentar quadros explorando a vocação, com capacidade de descobrir talentos. Não fosse a visão futurista de Moura, Pernambuco seria, hoje, muito mais pobre em quadros políticos.

Como Moura, Miguel Arraes também descobriu talentos jovens, como Pedro Eugênio, Ricardo Leitão, João Bosco, Evaldo Costa e Izael Nóbrega. Seguindo a trajetória do avô e conhecendo também a história sábia de Moura, Eduardo abriu as portas para Danilo Cabral, Sileno Guedes, Aristides Monteiro, Tadeu Alencar e Sebastião Oliveira, além, claro do prefeito Geraldo Júlio e do governador Paulo Câmara.

Se a incompreensão se der no ângulo da política familiar e patriarcal, os argumentos são castelos de areia. Na Paraíba, Estado vizinho, 60% dos deputados federais são filhos ou parentes de políticos tradicionais. O hoje senador Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado, filho do ex-governador Ronaldo Cunha Lima, foi eleito deputado federal também com 21 anos.

O governador Paulo Câmara e as principais lideranças do PSB não conseguiram fechar um acordo entre os grupos do ex-governador João Lyra Neto e do vice-prefeito de Caruaru, Jorge Gomes, para entregar o comando da legenda naquele município à deputada estadual Raquel Lyra. Nos últimos dias, as negociações avançaram muito, mas o prego não foi batido.

Pelo desejo do Palácio, Raquel presidiria o partido e ficaria com mais duas vagas na executiva municipal, cabendo o restante, inclusive a secretaria-geral, a Jorge Gomes. Mas socialistas históricos em Caruaru entenderam que não seria adequado dar o start deste processo agora quando o prazo para troca de partido e filiações ficou para 2 de abril de 2016.

As negociações foram suspensas sob protesto de João Lyra e Raquel, que são os mais interessados na definição deste processo em Caruaru. Como o assunto só voltará à pauta da executiva estadual do PSB no ano que vem, provavelmente a partir do fim de janeiro, João e Raquel saíram derrotados e podem até antecipar a saída da legenda, já especulada há muito tempo, ingressando no PSDB.

“O Governo não quis contrariar Jorge Gomes e sua esposa, a ex-deputada Laura Gomes, históricos arraesistas”, canta um passarinho formoso, com bico de Sabiá, bem vistoso nos jardins do Palácio do Campo das Princesas. Segundo ele, também foi levado em consideração o fato de o prefeito de Caruaru, José Queiroz, ser um aliado de peso e importante no jogo sucessório de 2016. 

Sendo assim, o que se pergunta em Caruaru é se João Lyra, que pressionou tanto para o PSB entregar a ele o diretório municipal, entrará no jogo palaciano aguardando pela boa vontade da cúpula socialista até março. Sabe Lyra que se o candidato a prefeito de Queiroz for mesmo Jorge Gomes, como já admitem pessoas próximas ao pedetista, antecipar a saída do PSB será o melhor que possa fazer.

Até porque o governador e a direção do PSB não têm como rejeitar uma proposta de Queiroz de manter a aliança, dando ao partido a cabeça da sua chapa em detrimento do PDT, partido que dirigiu por muito tempo no Estado e recentemente passou o bastão ao deputado federal Wolney Queiroz, seu filho. 

O retardamento da definição do diretório municipal do PSB em Caruaru, pela unanimidade dos seus dirigentes, foi o mesmo que, na prática, pedir para João Lyra se desfiliar do partido. O ex-governador, aliás, já recebeu do comando estadual tucano a garantia de que Raquel assume a presidência do diretório em Caruaru e conta com o aval e entusiasmo da tucanada estadual para tentar chegar a suceder Queiroz na Prefeitura. 

SEM REPARAÇÃO– Fábio Corrêa, filho do ex-deputado Pedro Corrêa Neto, condenado a 20 anos de cadeia pelo juiz Sérgio Moro por envolvimento no esquema de desvio de uma montanha de dinheiro na Petrobras, nega que tenta ingressado, junto com sua esposa Márcia Danzi, com uma ação de reparação de danos contra a União após terem sido inocentados das acusações de estarem ligados ao esquema de corrupção. Na mesma sentença que condenou o pai, Moro absolveu Fábio Corrêa e Márcia. Fábio foi acusado de lavagem de dinheiro por atuar como intermediário. “Não entrei nem vou entrar”, disse, em contato com este blogueiro. 

Atrás do pulo oportunista– Depois que a direção nacional do PSDB baixou uma resolução na qual os diretórios de municípios acima de 200 mil eleitores não têm autonomia para decidir candidatura própria, o deputado Daniel Coelho caiu em desespero. Sabe que a única chance de disputar a Prefeitura do Recife se dará pela mudança de legenda, mas até agora não encontrou nenhum partido para o abraço da morte. Acabará caindo nos braços de Armando Monteiro, virando um trabalhista com pecha de oportunista. 

De onde vem tanto dinheiro? – O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) farejou uma movimentação de R$ 52,3 milhões nos últimos quatro anos em contas em nome de Lula. A empresa de palestras do ex-presidente recebeu R$ 27 milhões e transferiu R$ 25,3 milhões. Para o Coaf, trata-se de “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente.” Procurada, a assessoria de Lula preferiu não se manifestar objetivamente sobre o relatório.

Sem racionamento– Apesar do baixo nível dos reservatórios, o Governo avalia que o Brasil tem hoje risco de racionamento de eletricidade "próximo de zero" em todas as regiões, mesmo no Nordeste. Para o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, no caso do Nordeste, onde os reservatórios estão com 8,86% da capacidade, terá como alternativas energias eólicas, termelétricas e recebimento de energia de outras regiões para suportar a demanda. 

Abandono de Itamaracá e oposição– Em Itamaracá, ilha abandonada, mesmo com uma população flutuante em torno de 100 mil, até a delegacia de polícia foi fechada. Diante do desgaste do prefeito Paulo Batista (PTB), um dos mais rejeitados da Região Metropolitana, vaiado em eventos que comparece, o nome da oposição que tem mais crescido é o do ex-vice-prefeito Cláudio Gadelha (PR), provavelmente o único ficha limpa dos que estão se colocando na disputa. 

CURTAS  

MAIS ÁGUA– A Codevasf assinou ordem de serviço para a implantação de estrutura complementar de captação de água no perímetro irrigado de Fulgêncio, no Sertão do São Francisco, onde vivem cerca de 1,5 mil famílias. Com isso, fica assegurada a regularidade da oferta de água na região, afetada pelo baixo nível do rio São Francisco nos reservatórios de Sobradinho e Itaparica e na região do Baixo São Francisco.

ALÔ, ABREU E LIMA! – Retomo minha agenda de lançamentos dos livros Reféns da seca e Perto do coração, manhã, em Abreu e Lima, às 19 horas, na Câmara de Vereadores. Na quarta-feira estarei em Camaragibe, também na Câmara, no mesmo horário, na quinta em Caruaru, na ACIC (Associação Comercial e Industrial), às 19 horas, e na sexta-feira em Petrolina, no restaurante Da Vila, às 19 horas. 

Perguntar não ofende: Como Lula e sua família conseguiram enriquecer da noite para o dia? 

As longas jornadas de trabalho em atividades muito intensas, ou de plena inércia, podem estar na raiz dos mais diversos problemas de coluna, dentre eles, os desvios que, segundo estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), acometem cerca de 20% da população mundial.

No vídeo, o doutor Carlos Lopes fala sobre os desvios de coluna mais comuns. Entram na lista as escolioses, lordoses, cifoses, dentre outras que podem ser corretamente tratadas, mas, principalmente, podem e devem ser evitadas. Para isso, o especialista também dá dicas de como obter uma postura corporal acertada.

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Então, saiba como identificar e se livrar dos desvios de coluna:

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A psicanalista Renata Burstok, de 41 anos, sente há anos dor crônica na coluna cervical. Por causa da tensão e da má postura, as dores irradiaram para a cabeça. "Trabalho muito tempo sentada. Fiz outros tratamentos por dois anos, que aliviaram, mas não me deixaram sem dor", conta. A solução foi encontrada recentemente na academia de ginástica.

Dados da Previdência Social mostram que as dores na coluna e os problemas nas vértebras, como hérnias e protusões, foram a maior causa de afastamento do trabalho no ano passado - 199.260 casos -, seguidos de fraturas na perna, punho, antebraço e pé. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 8 em cada 10 pessoas terão problemas na coluna em algum momento da vida. Atentas a esse problema, academias têm investido em programas de prevenção.

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"Desde a infância até a fase adulta o que criamos foi uma linha de produção para dores nas costas, com pessoas ficando mais tempo sentadas, que se movimentam o mínimo possível. Elas querem achar que uma hora de academia compensa tudo. Mas a musculatura estabilizadora só é ativada quando eu me desestabilizo. Isso ocorre no esporte coletivo, nas brincadeiras da infância como o pega-pega, atividades que estão sendo deixadas de lado", diz Cacá Ferreira, gerente técnico da Cia Athletica, rede de academias que criou o programa Prevenção.

Um software de computador cataloga as doenças e ocorrências médicas que mais afetam os alunos da academia, que existe em São Paulo, Rio, Paraná e Pará, entre outros Estados. O programa cruza a patologia com movimentos e exercícios indicados e os contraindicados para aquele tipo de problema. "Exemplo bem típico contraindicado para lombalgia é o que o corpo está inclinado à frente. Se o aluno relatou a dor na coluna quando chegou à academia, o programa vai alertar, por exemplo, que o spinning não é um exercício adequado", explica Cacá. "O programa vai indicar exercícios estabilizadores, mais parados, para que o aluno mantenha a postura e ative a musculatura."

A instituição, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), está desenvolvendo um protocolo de exercício de agachamentos com bastão acima da cabeça (overhead squat). "Esse exercício pode vir a ajudar pessoas com dores nas costas. Pode ser um paradoxo, mas a barra exige mais da musculatura e o músculo ativado minimiza a dor. Estamos comparando com o protocolo tradicional e conseguindo bons resultados. São pessoas que já tentaram de tudo, nem o remédio ajuda mais. Estamos buscando o caminho do meio", afirma Cacá.

A instituição também distribui cartilha com diretrizes do Colégio Americano de Medicina Esportiva, com dicas para que a dor não se agrave e o paciente possa voltar para as atividades normais. E ressalta que os exercícios são necessários depois de passada a fase aguda da crise. Não há cobrança extra pelo serviço. A avaliação já faz parte do pacote oferecido pela academia. O serviço sai por entre R$ 400 e R$ 500.

Alongamento. Renata Burstok encontrou alívio no Método Five, desenvolvido na Alemanha, em que são usados cinco aparelhos, equipamentos baixos. As aulas duram em média 30 minutos. "O objetivo é alongar e alinhar a coluna. Eu faço movimentos de quadril, de ombro, e o movimento postural alonga para frente ou para trás, como uma tração controlada por mim, dentro da minha capacidade", afirma. Ela manteve o pilates. Faz ambos no Espaço Stella Torreão, que tem a exclusividade do método no Rio. "Os dois exercícios se complementam. Um fortalece a musculatura. Mas no pilates você usa a força, o equilíbrio."

O fisioterapeuta Lino Py explica que o método não é um treinamento, não delineia o corpo, como pilates ou ioga. "É um método para melhorar a mobilidade, fazer o alinhamento da coluna vertebral e ativar as cadeias musculares mais profundas", afirma. Por lidar com alunos que têm algum tipo de lesão, no Espaço Stella Torreão somente fisioterapeutas podem aplicar o método. "Temos alunos que sofrem de lombalgia, tensão muscular, e o resultado é impressionante. A melhora é muito rápida." O custo de cada sessão é R$ 35 e são indicadas ao menos duas por semana.

A Academia Bodytech criou um projeto-piloto em três academias (Leblon, Ipanema e Gávea, na zona sul), o Postural, a partir de técnica desenvolvida pela terapeuta Cristina Heidt, com exercícios de solo, alongamentos e fortalecimento da musculatura. "A dor lombar está relacionada à falta de força e à mobilidade. Esse programa é focado no fortalecimento e na mobilidade", afirma Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech.

A academia também tem o programa Care, na sala de musculação. Profissionais de educação física são treinados para preparar as séries de acordo com doenças que os alunos podem ter, como hipertensão, diabete, dor lombar. Os dados ficam no sistema e podem ser consultados por outros profissionais. "Em alguns casos, aulas coletivas podem ser as mais indicadas, como a de barrel. São equipamentos em formato de meia-lua. É voltado para o fortalecimento da musculatura interna, difícil de ser recrutada. A aula é toda voltada para o abdominal", explica Netto. Ele também indica o mat pilates, modalidade em que o exercício é praticado no solo. A mensalidade média fica em torno de R$ 300. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Palco histórico de uma guerra política sangrenta que parecia ter chegado ao fim entre os grupos Ferraz e Novaes, o município de Floresta, a 433 km do Recife, voltou a conviver com o estigma da violência e do medo. Em ofício enviado ao governador Paulo Câmara, subscrito por todos os vereadores, a sociedade fez um alerta e cobrou providências.

No documento, encaminhado também ao presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchoa, há um relato da ocorrência de 20 crimes ao longo deste ano. As últimas três vítimas foram os agentes penitenciários Adelson Ferraz Filho e Ilo Leite, além do policial civil Arnaldo Marques. Diante dessas novas ocorrências, o Governo enviou uma força-tarefa ao município, mas o que a população exige é o mesmo tratamento dado a Serra Talhada.

Diante de uma série de crimes em consequência da morte de um vereador, que fez surgir na cidade boatos de que havia uma lista de 20 marcados para morrer, o Governo fez uma operação gigantesca para devolver à paz à população, aumentando o efetivo e designando delegados especiais, o que em tempo recorde surtiu o efeito esperado, devolvendo a tranquilidade aos moradores.

Já no caso de Floresta, há silêncio e até conivência por parte do Governo, enquanto ninguém tem conhecimento das razões que levaram o governador a não responder as reivindicações da população manifestadas pelos vereadores. “A população de Floresta clama por uma resposta por parte das autoridades competentes do nosso Estado”, reclama o vereador Francisco Ferraz Novaes Neto, um dos que assinaram o documento até agora sem resposta.

Os vereadores apelaram também ao secretário de Planejamento, Danilo Cabral. Em novo ofício informaram que o clima na cidade é de insegurança e tensão. O mais grave da situação é que nenhum dos 20 crimes ocorridos ao longo deste ano foram elucidados pela Polícia.

Em ofício ao presidente da Assembleia Legislativa, o juiz Gabriel Augusto Pinto, da Comarca de Floresta, alerta para o envolvimento de políticos, quando diz: “É de se estranhar a conduta de representantes do Poder Legislativo local e estadual no momento da prisão de acusados, tentando, ao que tudo indica, interferir de alguma forma em seu benefício. Alguns deles chegaram a comparecer à delegacia de polícia sem que houvesse qualquer convocação para tanto”.

Enquanto o juiz deixa o presidente da Alepe informado sobre o possível envolvimento de deputados, a população pede ao governador que interfira efetivamente em Floresta, para que novas vidas não sejam ceifadas pedindo que a polícia judiciária disponibilize uma Força Tarefa policial nos mesmo moldes da que atuou no vizinho município de Serra Talhada.

BANDIDAGEM – A Procuradoria Geral da República (PGR) informou haver “indícios suficientes” de que as contas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no exterior, são “produto de crime". A PGR pediu o bloqueio e o sequestro das contas. Segundo a procuradoria, entre 2002 e 2014, a evolução patrimonial do parlamentar foi de 214%. As contas no exterior não constam entre valores declarados à Justiça Eleitoral. A PGR quer apurar suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro em razão de quatro contas na Suíça atribuídas ao parlamentar.

Cheiro podre no ar – O ex-presidente Lula partiu para o jogo sujo ao orientar os parlamentares petistas a não agredirem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com um puxão de orelha em público, numa reunião com a bancada do PT, Lula cobrou uma postura de alinhamento a Cunha. Na prática, ele acha que salvando o presidente da Câmara da degola no Conselho de Ética a presidente Dilma, consequentemente, escapa do impeachment.

Saída urgente – O governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que a indefinição quanto à permanência da presidente Dilma só amplia a crise política e econômica. Segundo o socialista, a situação tem que ser resolvida "por um caminho ou por outro". Câmara, juntamente com os govenadores do Distrito Federal e da Paraíba, Rodrigo Rollemberg e Ricardo Coutinho, respectivamente, é uma das vozes mais atuantes na defesa de que não existem elementos suficientes para a abertura de um processo de impeachment contra Dilma.

Ainda com a maioria – O termômetro de que a permanência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no cargo piorou ao longo desta semana foi que, ontem, voltaram a ganhar força as conversas sobre sua sucessão no comando da Casa. O grupo mais próximo de Cunha avalia que, hoje, ele tem votos favoráveis de 14 dos 21 integrantes do Conselho de Ética, o que é uma margem pequena de segurança.

Oposição mostra força na OAB – O lançamento da chapa É Hora de Mudar a OAB, com Jefferson Calaça cabeça e Raissa Braga vice, atraiu um grande número de aliados. Segundo a assessoria do candidato, mas de 1,5 mil estiveram presentes. O encontro contou com a presença de várias lideranças da advocacia no Recife e em cidades do Interior, como Jaboatão, Olinda, Belo Jardim, Caruaru, Surubim, Catende, São Bento do Una, Salgueiro, Petrolina, Serra Talhada, São Caetano e Floresta. “Nunca na história das eleições da OAB-PE um público tão expressivo prestigiou o lançamento de uma chapa”, comemorou Calaça.

CURTAS

PALANQUE ÚNICO– Em Caruaru, o governador Paulo Câmara reuniu, ontem, num ato para anunciar o efetivo militar e entregar a extensão do Porto Digital, as três lideranças que se enfrentarão nas urnas nas eleições do ano que vem: os grupos dos Lyra, dos Queiroz e de Tony Gel. Queiroz e Lyra, que trocaram farpas recentemente, se cumprimentaram friamente.

LANÇAMENTOS – Minha agenda de lançamentos do meu livro Perto do coração na semana que vem será a seguinte: Taquaritinga do Norte na terça-feira, Palmares na quarta-feira e Camaragibe na quinta-feira. Todos estão marcados para às 19 horas na Câmara de Vereadores.

Perguntar não ofende: Guilherme Uchôa é candidato a prefeito de Igarassu ou à reeleição de presidente da Assembleia?

A presidente Dilma Rousseff anunciou na semana passada a sua reforma ministerial, que tinha como objetivo melhorar a relação entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. E viu no PMDB a chance de obter êxito negociando com o líder do partido na Câmara Leonardo Picciani (RJ). Mas faltou combinar com os russos, leia-se: a bancada do partido, o presidente da Câmara Eduardo Cunha e o vice-presidente Michel Temer.

A desastrada articulação politica ficou comprovada ontem, quando, por falta de quórum o Congresso Nacional não conseguiu votar os vetos da presidente. De nada adiantou distribuir cargos com o PMDB porque o partido não está nem um pouco interessado em salvar a pele de Dilma. Fica óbvio que a presidente não tem mais condições políticas de governar o país e o Congresso Nacional se deu conta disso. Este cenário de crise não interessa a nenhum político, sobretudo aos do PMDB, que sabem que numa eventual saída de Dilma o partido pode herdar a presidência e tentar reverter o quadro caótico através de um novo governo.

Como se não bastasse a desastrosa articulação do Palácio do Planalto no episódio da reforma ministerial, ontem o governo obteve mais uma derrota com a decisão do TSE de abrir investigação nas contas de campanha de Dilma e Michel Temer em 2014. Se comprovadas irregularidades, a chapa poderá ser cassada, abrindo um precedente para a realização de novas eleições.

Pra finalizar o cenário caótico para o governo, a desastrada arguição de suspeição do ministro Augusto Nardes, relator do processo das pedaladas fiscais no TCU que será votado hoje, apenas serviu para criar um ambiente mais hostil ao governo do que já existia na Côrte de contas da União. Os colegas de Nardes se solidarizaram com o relator e podem impor uma acachapante derrota ao Planalto, com grandes chances de ser por unanimidade.

Definitivamente o tiro saiu pela culatra e Dilma Rousseff segue extremamente incapaz de reverter o quadro que se instalou no país.

Afogados da Ingazeira – A Frente Popular em Afogados da Ingazeira, no sertão do Pajeú, caminha para um entendimento entre o atual prefeito José Patriota e o ex-prefeito Totonho Valadares. Em pesquisas sobre a eleição no município, os dois socialistas têm juntos mais de 80%. Caso se confirme a aliança, Patriota tem tudo para ser reeleito no ano que vem.

Itapissuma – Com uma rejeição superando a casa dos 70%, o prefeito Cal Volia (PSDB) terá sérias dificuldades para fazer o sucessor no município. O Palácio do Campo das Princesas já sinalizou que apoiará a candidatura de Carlos Pereira (PSB). Pereira apareceu recentemente ao lado do governador Paulo Câmara e do vice-governador Raul Henry, evidenciando assim que é o preferido da dupla para governar a cidade.

São Francisco – O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) subiu à tribuna do Senado para cobrar do governo federal ações efetivas que visem solucionar a crise hídrica que enfrenta o Vale do São Francisco. O polo de fruticultura irrigada gera 120 mil empregos e movimenta R$ 2 bilhões na economia e os reservatórios da região possuem apenas 5% da sua capacidade. Caso não haja uma ação do governo, a situação ficará caótica na região.

Economia – Não há nada tão ruim que não possa piorar. De acordo com uma projeção feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), com a crise que o país vive, deverá fechar o ano de 2015 como a nona economia do mundo. Hoje o Brasil ocupa a sétima posição, mas deverá perder o posto para a Índia e para a Itália.

RÁPIDAS

Culpa – As lideranças da base governista na Câmara e no Senado, atribuem a provável rejeição das contas de Dilma no TCU pelas pedaladas fiscais ao ex-ministro da Casa Civil e atual da Educação Aloizio Mercadante pela investida que o governo deu em colocar contra a parede o ministro Augusto Nardes. A movimentação teve todas as digitais de Mercadante.

Pesquisa – Em pesquisa realizada pelo Instituto Freud, a gestão do prefeito de Caruaru José Queiroz (PDT) é aprovada por 67% dos caruaruenses. Com esses números confirmados, Queiroz poderá investir numa candidatura técnica nas eleições de 2016 para tentar desbancar Tony Gel e Raquel Lyra.

Inocente quer saber – Quando João Lyra Neto e Raquel Lyra assinarão a ficha de filiação ao PSDB?

A crise fenomenal que o País atravessa obriga que todos os governantes mudem conceitos, revejam programas, estratégias e o tamanho dos orçamentos para atravessar o período mais difícil, segundo os economistas, que começa agora neste segundo semestre, com agravamento entre outubro e dezembro.

Depois do governador Paulo Câmara (PSB), que cortou despesas em torno de R$ 1 bilhão, na última quinta-feira foi a vez do prefeito Geraldo Júlio (PSB), que cortou, literalmente, na carne, quando optou pelo corte de pessoal, atingindo os servidores em cargos comissionados. Geraldo foi mais além.

As medidas de redução de gastos da Prefeitura irão bem mais além do que o corte de 300 cargos comissionados previsto inicialmente. De acordo com o secretário de Administração, Alexandre Rebêlo, a meta é economizar R$ 190 milhões até o final deste exercício. Medidas incluem corte de 50% nas despesas com publicidade, proibição de viagens nacionais e internacionais [com exceção das que forem para obtenção de recursos], devolução de 189 veículos alugados e redução de 15% nos contratos dos setores administrativos.

"Todas as receitas nossas estão inferiores ao que se esperava. Não só o FPM, como o ISS e o IPTU", justificou o secretário. Segundo ele, as quedas nas receitas municipais ao longo de 2015 devem chegar a R$ 290 milhões. A diferença de R$ 100 milhões anunciada entre o déficit e a economia obtida com as medidas deverá ser coberta por uma série de ações tomadas pela administração municipal nos últimos meses como o mutirão da dívida ativa e renegociação, que incorporou outros R$ 195 milhões aos cofres do município.

Somente com o corte de cargos comissionados a Prefeitura espera economizar R$ 11 milhões ao ano. Este será o segundo corte efetuado nos cargos comissionados Em 2013, o prefeito anunciou uma série de desligamentos e reduziu estas vagas para um total 1.328 cargos. Ao longo dos anos, porém, este úmero voltou a crescer e alcançou 2.593 funcionários, um aumento de 95,2%, número semelhante ao existente na gestão do prefeito João da Costa (PT).

Apesar das dificuldades, o secretário informou que a meta de investimentos, que é de R$ 400 milhões até o final do ano, será mantida. Segundo ele, as mais de 40 obras em andamento não serão afetadas pelos cortes. Se o prefeito conseguir manter essas obras de fato, o Recife, felizmente, sofrerá menos com a danosa crise que se alastra em todos os setores da atividade industrial e na área pública.

TEMER E A CRISE– A assessoria do vice-presidente Michel Temer divulgou, ontem, nota oficial, na qual repudia as "teorias" de que ele age como conspirador e afirma que a "divisão" e a "intriga" agravam a crise política e econômica. De acordo com o texto, a nota foi motivada por reportagens, artigos e análises publicados neste fim de semana. “Temer trabalha e trabalhará junto à presidente Dilma para que o Brasil chegue em 2018 melhor do que está hoje. Todos seus atos e pronunciamentos são nessa direção”, diz um dos trechos da nota.

Rumo à Presidência– Depois da entrevista do deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) nas páginas vermelhas da revista IstoÉ que está nas bancas, na qual afirma que a presidente Dilma não resistirá à queda, o que se fala em Brasília é que o político pernambucano reforçou, ainda

mais, o seu conceito de que é o mais preparado e experiente para assumir a Presidência da Câmara dos Deputados numa eventual cassação do mandato do presidente Eduardo Cunha(PMDB-RJ), envolvido na operação Lava Jato.

Ministros investigados– O ministro Teori Zavascki aceitou o pedido do procurador geral da República, Rodrigo Janot, para investigar o ministro Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014. O pedido tem por base o depoimento de Ricardo Pessoa, presidente da UTC, que diz ter sido “convencido” pelo ministro a contribuir para campanha se quisesse continuar a ter contrato na Petrobras. O ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil, também será investigado no inquérito que apura as campanhas de 2006, que reelegeu o ex-presidente Lula, e de 2010, vencida pela presidente Dilma.

Conspirador– Michel Temer sente, contam aliados, que se tornou alvo de fofocas e insinuações de infidelidade no Palácio do Planalto desde que fez um apelo público pedindo a unificação do País em meio a um dos momentos mais críticos da crise. Ele ainda não superou a reação que houve na ocasião, dentro do governo – especialmente por parte de ministros petistas –, por conta do trecho do pronunciamento no qual disse que "é preciso que alguém tenha capacidade de reunificar a todos, de reunir a todos". À época, ministros do PT ventilaram que a frase indicava a atuação de um conspirador.

Aécio aposta em Raquel– Se o ex-governador João Lyra Neto não assegurar o controle da legenda do PSB em Caruaru, o caminho mais natural do seu grupo será o PSDB. Lyra não tem apenas o aval do diretório estadual, já manifestado pelo presidente Antônio Moraes, mas também da cúpula nacional. O senador Aécio Neves, presidente do partido, com quem Lyra tem uma excelente relação, está torcendo para o ex-governador e sua filha, a deputada estadual Raquel Lyra, ingressem no partido, porque acreditam no potencial de Raquel para conquistar a Prefeitura de Caruaru.

CURTAS

DROGAS- O prefeito Geraldo Júlio prestigiou, na noite do último sábado, o evento Recife sem drogas, no parque Dona Lindu, em Boa Viagem, que atraiu mais de 20 mil pessoas, numa iniciativa da Associação Oásis da Liberdade. Na ocasião, destacou o trabalho que vem fazendo na capital no enfrentamento ao problema em ações da Secretaria de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas.

SECA- Na passagem pela Paraíba, na sexta-feira passada, a presidente Dilma prometeu que acabaria as obras da Transposição até o final do seu mandato, mas não anunciou nenhum tipo de programa emergencial para conter os efeitos da seca que se prolongam no semiárido nordestino. O maior drama, hoje, é o abastecimento de água e a falta de carros pipas para atender municípios em estado de calamidade.

Perguntar não ofende: Alguém acredita que Dilma resiste até o final deste ano?

Nosso país vive um momento de crise econômica. Os dados da inflação, referentes ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram altas em todos os setores da economia. Para tentar conter os prejuízos, o governo vem tomando inúmeras decisões radicais e realizando vários ajustes fiscais na tentativa de controlar a situação econômica do país e minimizar os impactos da crise. Então, diante de tantos ajustes, quais seriam as prioridades do Brasil?

Não podemos ignorar a relevância do Brasil e seu papel na economia mundial. Excluindo os Estados Unidos, somos o quinto país no mundo em relações comerciais com a União Europeia e responsáveis por 37% do comércio da UE com a região latino-americana. Além disso, detemos 43% do portfólio de investimentos da União Europeia com a América Latina.

Entretanto, as preocupações com o mercado exterior e até com os índices da inflação não podem ser a única preocupação do governo neste momento. É preciso lembrar que a manutenção do crescimento deste mercado depende de inúmeros fatores como infraestrutura, educação e saúde.

Existem outras três prioridades para o Brasil que dependem diretamente do ajuste fiscal. A primeira delas é a reforma da previdência, com a definição da idade mínima para aposentadoria. Já não somos mais um país de jovens e a expectativa de vida vem aumentando gradativamente, assim, é possível as pessoas permanecerem mais tempo no mercado de trabalho.

A segunda é a educação. As políticas educacionais do Estado que promovem o acesso à educação devem continuar como prioridade. Acesso à educação não é concessão de privilégios, é necessidade. É através dela que se promove igualdade de oportunidades e de condições. Este é o papel exercido por programas imprescindíveis como o Fies, Prouni, Pronatec e Ciencias sem Fronteiras , por exemplo, que permitem que pessoas sem recursos financeiros realizem um curso superior, um curso técnico ou estude em universidades do estrangeiro. Em terceiro lugar, as políticas de proteção social, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, ainda são necessárias e por enquanto  não podem ser extintas.

Sem dúvida, precisamos dos ajustes fiscais. No entanto, o corte orçamentário neste ano foi de 70 bilhões, retirados do Programa de Aceleração do Crescimento, Minha Casa Minha Vida, Seguro Desemprego,  Fies, Pronatec, etc. A diminuição das despesas refletiu na retirada de benefícios e direitos dos trabalhadores e dos estudantes. Entendemos que essas são tentativas de controlar inflação, conquistar a confiança de empresas, empresários e atrair investidores para fazer a economia crescer e normalizar as contas do país. Entretanto, é preciso manter o foco e as prioridades. 

Não é a primeira crise que o Brasil está passando, nem é a maior e muito menos será a última. Mais do que a crise econômica, o Brasil vive uma crise ética e política. Como consequência, há uma crise de confiança nacional. A crise política anda em paralelo com a crise econômica, uma está atrelada a outra. Sabemos que aumentar as taxas de juros para tentar conter a inflação não é suficiente. A crise institucional é a que mais preocupa, porque é ela que impede que lideranças do agronegócio, empreendedores e investidores  realizem novos investimentos no Brasil.

O advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tem se movimentado no intuito de se lançar ao posto de prefeito de Olinda pelo PSB. Ele também alimenta o desejo de ter parte significativa da Frente Popular em torno do seu projeto. No mês de junho, na Casa da Rabeca, Tonca, como é conhecido, juntou parte significativa do meio político pernambucano para dar, no seu aniversário, o pontapé inicial rumo à prefeitura de Olinda nas eleições de 2016. Ele tem se reunido com algumas pessoas visando discutir um projeto consistente para a cidade.

É inegável a capacidade técnica de Antônio Campos, que é um advogado bem-sucedido, com excelente inserção no meio cultural, mas para ser prefeito é preciso muito mais. O que aparentemente ele não está conseguindo ter esse 'plus'. Nas pesquisas, de acordo com informações de bastidor, Tonca está com apenas um dígito, e não tem demonstrado crescimento em relação a sondagens anteriores.

Se fosse uma eleição de W.O. não teria muito o que discutir. Tivemos casos em 2012 que o Palácio do Campo das Princesas, leia-se Eduardo Campos, implodiu candidaturas adversárias em detrimento de projetos aliados que tinham dificuldades de crescimento. Mas o cenário em Olinda não é bem esse.

Para a disputa pela Marim dos Caetés existem pelo menos quatro nomes extremamente competitivos que são: a deputada federal Luciana Santos (PCdoB), a deputada estadual Teresa Leitão (PT), o deputado estadual Ricardo Costa e a segunda colocada na eleição de 2012, Izabel Urquiza, ambos do PMDB.

Imaginar que o PT, o PMDB e o PCdoB desistirão de projetos majoritários em Olinda para satisfazer um PSB sem Eduardo Campos para passar com o rolo compressor por cima de quem cruzasse o caminho é sonhar demais. Então, a candidatura de Tonca começa a entrar água antes mesmo de ir pra rua.

O PCdoB exige do PSB apoio para manter a parceria no Recife. O PMDB tem Jacilda Urquiza pedindo por Izabel, e ainda tem Ricardo Costa que pode migrar para o PSDB para viabilizar seu projeto. No caso do PT não há mais nenhum óbice para que Teresa Leitão dispute a prefeitura, como aconteceu em 2012. Todos os adversários de Tonca possuem, além de uma identificação maior com a cidade, o teste das urnas, que o irmão de Eduardo ainda não tem.

Está cada vez mais difícil Antônio Campos convencer o PSB e o Palácio do Campo das Princesas a apostar alto no seu projeto. Resta saber se ele vai conseguir surpreender como Eduardo fez em 2006. Mas, pelo andar da carruagem, a situação não é nada boa para insistir com o projeto.

Itambé - O prefeito Bruno Ribeiro (PSB) vem cuidando dos maiores problemas da cidade e discutindo soluções junto com a sociedade. No dia 12 deste mês foi debatida a questão da segurança. Nesta sexta-feira (21), o tema foi resíduos sólidos e, em setembro, será discutida a situação hídrica do município, que é a única cidade da Mata Norte onde a água é municipalizada.

Honra - O presidente da Arpe, Ettore Labanca, após as vaias que o governador Paulo Câmara recebeu da militância do PT no fórum Dialoga Brasil, realizado nesta sexta-feira (21), com a presença da presidente Dilma Rousseff, afirmou que era uma honra para o governador ser vaiado por quem rouba, assalta e forma quadrilha.

Gravatá - O deputado estadual Waldemar Borges, que é líder do governo na Alepe, tem se animado para a disputa pela prefeitura de Gravatá no ano que vem pelo PSB. É que pesquisas internas apontam a total inviabilidade da reeleição do prefeito Bruno Martiniano, que é considerado um dos piores prefeitos de Pernambuco.

Jarbas Vasconcelos - Em entrevista ao jornalista Mário Sérgio Conti, da GloboNews, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) afirmou que nos seus 45 anos de vida pública nunca viu uma crise política parecida como a atual e que se Dilma Rousseff não renunciar, tem que ser tirada do cargo.

RÁPIDAS

Negativo - Após rumores dando conta da saída do vice-presidente Michel Temer da articulação política, o ministro da secretaria-geral da presidência da República, Miguel Rossetto, descartou esta possibilidade, dizendo que Temer tem feito um extraordinário trabalho.

Restituição - Vários contribuintes estão reclamando da demora no crédito da restituição do Imposto de Renda neste terceiro lote. A Receita Federal não está repassando o valor da restituição alegando que os dados não conferem. Tem gente desconfiando que o governo não está pagando pra ganhar tempo.

Inocente quer saber - Armínio Fraga tem razão quando diz que ainda não chegamos ao fundo do poço?

Em entrevista coletiva, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), formalizou, ontem, sua saída do Governo. Acusado pelo lobista Júlio Camargo de ter recebido US$ 5 milhões de propina, o deputado atribuiu ao Palácio do Planalto uma articulação para envolvê-lo na Lava-Jato. 

“Saibam que o presidente da Câmara hoje é oposição. O Governo sempre me viu como uma pedra no sapato, tem um ódio pessoal a mim. O Governo fez tudo para me derrubar, não me queria como presidente da Câmara”, afirmou. A propina seria para viabilizar um contrato de navios-sonda da Petrobras para a empresa Toyo Setal. 

O parlamentar disse que a delação de Camargo ao juiz Sério Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, é "nula" por ter sido feita à Justiça de primeira instância e lembrou que, como parlamentar, tem foro privilegiado e só pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Cunha disse que, como deputado, não aceita que o PMDB faça parte de um Governo que quer arrastar os que o cercam "para a lama".

“Está muito claro para mim que esta operação é uma orquestração do Governo. Essa lama, eu não vou aceitar estar junto dela”, afirmou. Cunha disse que seus advogados vão pedir a transferência do processo de investigação para o STF. “O juiz não poderia conduzir o processo daquela maneira. Vamos entrar com uma reclamação para que venha [o processo] para o Supremo e não fique nas mãos de um juiz que acha que é dono do País”, afirmou.

Se dizendo "indignado, muito indignado" com o que chamou de "orquestração política" para derrotá-lo, o presidente da Câmara afirmou haver no Palácio do Planalto "um bando de aloprados" que, segundo ele, "vive de criar constrangimentos". O rompimento com o governo, deverá, neste primeiro momento, se restringir apenas ao peemedebista. 

Embora tenha enorme influência sobre a bancada do PMDB da Câmara, Cunha afirmou que a decisão se limita a ele. “Esta é a minha posição, não do partido. A posição do partido é o PMDB que vai decidir”, afirmou. Cunha é uma estrategista e seu rompimento abalou a Nação, porque terá grandes desdobramentos.

Entre as retaliações ao Governo que partirão dele pelo poder de presidente da Câmara devem ser colocadas em prática, além da convocação de ministros mais próximos de Dilma, logo após o final do recesso parlamentar, a instalação das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigar o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e os Fundos de Pensões. 

Para atormentar o sono do Palácio do Planalto, contrário à criação das comissões, articula-se a entrega das relatorias a integrantes da oposição. Na véspera do anúncio de rompimento, Cunha procurou o vice-presidente da República, Michel Temer, e tiveram uma conversa na Base Aérea de Brasília momentos antes do vice deixar a capital federal. Segundo relatos, o presidente da Câmara se mostrava "indignado".

REAÇÃO DO PMDB– Tão logo Cunha anunciou o rompimento com o Governo, o PMDB distribuiu a seguinte nota: "A manifestação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, é a expressão de uma posição pessoal, que se respeita pela tradição democrática do PMDB. Entretanto, a Presidência do PMDB esclarece que toda e qualquer decisão partidária só pode ser tomada após consulta às instâncias decisórias do partido: comissão executiva nacional, conselho político e diretório nacional”.

Processo de degola– Na condição de vice-líder do Governo na Câmara dos Deputado, o deputado pernambucano ocupou a mídia nacional, ontem, logo após o rompimento de Eduardo Cunha, para pedir a cabeça do presidente da Câmara. "Do ponto de vista legal, Cunha tem a seu favor a presunção da inocência, mas do moral, perdeu as condições de ocupar a presidência”, alegou. Por enquanto, Costa não recebeu grandes adesões à sai iniciativa. 

Decisão pessoal– O líder do Governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), disse que Eduardo Cunha age no campo pessoal e não político”. “Ele (Eduardo Cunha) está levando para o lado pessoal e não político”, afirmou, por sua vez, o líder do PMDB, no Senado, Eunício Oliveira. Sobre a afirmação de Cunha de que trabalharia, dentro do partido, para que o PMDB deixe a base do governo, Oliveira preferiu não se aprofundar, mas observou que o “PMDB tem muitos líderes e que o maior deles é Michel Temer [vice-presidente]”. 

Planalto moderado– O Palácio do Planalto divulgou a seguinte nota sobre o episódio Cunha: “O presidente da Câmara anunciou uma posição de cunho estritamente pessoal. O governo espera que esta posição não se reflita nas decisões e nas ações da Presidência da Câmara que devem ser pautados pela imparcialidade e pela impessoalidade. O Brasil tem uma institucionalidade forte. Os poderes devem conviver com harmonia, na conformidade do que estabelecem os princípios do Estado de Direito”. 

Uma eternidade– O procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, revela que as investigações do caso devem durar até mais dois anos. “A expectativa nossa é mais um a dois anos. Vamos nos esforçar para apurar a responsabilidade de todas as pessoas e buscar a punição de todos os criminosos e o ressarcimento dos cofres públicos”, disse. Deflagrada em 17 de março de 2014 pela Polícia Federal (PF), a Operação Lava Jato investiga um esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras.

CURTAS  

CRISE BRABA– Durante o IV encontro dos governadores do Nordeste, ontem, em Teresina, os governadores Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão e Rui Costa (PT), da Bahia, afirmaram que, se o conflito entre legislativo e o executivo continuar, o Brasil terminará com uma paralisação e uma crise inexorável.

CARTA– Na Carta de Teresina, ao final do encontro dos governadores do Nordeste, houve uma clara intenção de combater qualquer movimento pelo impeachment de Dilma. “Nós demonstramos que acreditamos no Brasil e avaliamos que não há sentido cair na onda de pessimismo, porque a gente olha o cenário do mundo e percebe que o Brasil tem condições de superar a crise”, diz um dos trechos da nota.

Perguntar não ofende: O rompimento de Cunha poder o start para o afastamento de Dilma e com isso por um fim à crise? 

Durante os governos Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos o estado de Pernambuco conseguiu uma série de investimentos como a Refinaria Abreu e Lima, da Hemobrás, o Estaleiro Atlântico Sul, a Fábrica da Jeep e muitos outros empreendimentos que colocaram Pernambuco em outro patamar econômico.

Essa situação ficou mais consistente durante o governo Eduardo Campos que era um político completo porque além de ser um exímio gestor, era um grande articulador e com uma grande persuasão que poucos eram capazes de dizer não ao "Galego dos Olhos Azuis" como era conhecido no meio político. 

A liderança foi construída ao longo do tempo em que foi secretário da Fazenda, deputado federal, ministro da Ciência e Tecnologia e se acentuou durante seus sete anos e três meses de governo, que lhe colocaram num rol de lideranças importantes do cenário político nacional. Sua morte deixou um vácuo muito grande na política brasileira, mas foi muito mais latente no estado de Pernambuco.

Restou ao governador Paulo Câmara herdar o cargo de Eduardo, mas será a disputa contra o Ceará e contra o Rio Grande do Norte para atrair o centro de conexões de voos nacionais e internacionais da LATAM para o estado que poderá colocar o governador Paulo Câmara num patamar acima da média, ainda que esteja anos-luz de distância da capacidade política do seu criador. 

Se fosse Eduardo o governador de Pernambuco, talvez nem houvesse essa disputa, porque ele seria capaz de transformar um limão numa limonada e convenceria com argumentos sólidos a importância dos investidores do hub apostarem em Pernambuco em detrimento do Ceará e do Rio Grande do Norte. 

Caso o governador Paulo Câmara não consiga trazer o Hub para o estado, por mais que ele seja um gestor extremamente qualificado e tenha o respeito e a admiração de quem o cerca, sua imagem como sucessor de Eduardo no estado poderá ficar comprometida. 

Promessa - Uma das promessas de campanha do prefeito Geraldo Julio foi o fim dos pontos de alagamento no Recife. Durante as chuvas que aconteceram esta semana, ficou claro que o prefeito em dois anos e meio da sua gestão não foi capaz de cumprir a promessa. 

Listão - No listão do empresário Ricardo Pessoa da UTC Engenharia que envolve vários políticos está o deputado federal Eduardo da Fonte (PP). De acordo com a mídia nacional o progressista recebeu R$ 300 mil do esquema que distribuiu quase R$ 70 milhões com políticos de vários partidos. 

Internado - O ministro da Fazenda Joaquim Levy deu entrada na noite de ontem no Hospital do Coração em Brasília. Ele foi diagnosticado com embolia pulmonar e estava com viagem marcada para as 9 horas de hoje com destino a Washington na comitiva da presidente Dilma Rousseff. 

Recursos - Na visita que fez a Pernambuco ontem, o ministro das Cidades Gilberto Kassab assegurou para o governador Paulo Câmara a quantia de R$ 300 milhões para obras de esgotamento sanitário nas cidades de Garanhuns, Timbaúba e Arcoverde. 

RÁPIDAS 

Redução - A Câmara dos Deputados estuda reduzir o período das campanhas eleitorais dos atuais noventa dias para apenas quarenta e cinco. Com isso os políticos esperam reduzir consideravelmente os custos de uma eleição. 

Fies - A partir de agora será mais caro aderir ao Financiamento Estudantil do governo federal. Em vez de pagar 3,4% ao ano de juros, a taxa será de 6,5%. Porém, o prazo para pagamento que era de duas vezes o período do curso ficou para três vezes. 

Inocente quer saber - Renata Campos poderá substituir Geraldo Julio na disputa pela prefeitura do Recife? 

Ficar em casa é bom, não é? Poder relaxar e descansar tem suas vantagens, mas existe algo ao qual nunca estamos atentos: a nossa postura. A postura incorreta nas atividades cotidianas exercidas em casa como faxina, lavar louça, assistir TV e até mesmo dormir podem trazer sérios problemas para a coluna.

Responsável por nos manter em pé e proteger a medula espinhal, a coluna merece cuidados especiais. Para ajudar você a evitar as incômodas dores na coluna, o ortopedista Alexandre Fogaça Cristante traz ótimas dicas no vídeo. Confira a seguir:

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O prefeito de Jaboatão dos Guararapes Elias Gomes é um animal político, sendo uma das mentes mais brilhantes da política pernambucana. Deu mostras disso quando, depois de ficar sem mandato a partir de janeiro de 2005 e perder uma eleição para deputado federal em 2006, passou um dos momentos mais difíceis da sua vida pública e até pessoal, mas não desistiu.

Se lançou candidato a prefeito de Jaboatão dos Guararapes pelo PSDB, e de azarão virou prefeito desbancando o favorito André Campos que disputava pelo PT e tinha o apoio formal do então governador Eduardo Campos e de uma ampla frente politica. A campanha de Elias em 2008 foi daquelas que são consideradas históricas. 

Passada a euforia da eleição, Elias se deparou com uma cidade num completo caos e abandono. Foi construindo uma frente política e pouco a pouco foi dando uma cara a gestão municipal, algo que, diga-se de passagem, pareceu nunca existir no município de Jaboatão dos Guararapes. 

No ano de 2012 já com alguma coisa pra mostrar, Elias atraiu o PSB para o seu governo, ocupando a vice-prefeitura com Heraldo Selva. O resultado foi ainda mais elástico que em 2008. E começou em janeiro de 2013 o segundo mandato da gestão de Elias.

Ciente do cenário político favorável ao lançamento de candidaturas de técnicos de gestões bem-sucedidas, ocorreu assim com João Paulo e João da Costa em 2008, Lula e Dilma em 2010, Eduardo Campos e Geraldo Julio em 2012, e em 2014 o mesmo Eduardo Campos com Paulo Câmara acabou tendo o projeto vitorioso para o governo de Pernambuco, Elias Gomes deverá mesmo indicar a sua secretária de Desenvolvimento Social Conceição Nascimento para sucedê-lo na prefeitura.

Os indícios já vinham sendo dados a cada movimentação de Elias. Primeiro na montagem de uma supersecretaria para ser comandada por Conceição, depois a filiação de doze vereadores ao PSDB, por fim a indicação de Conceição que será efetivada hoje para comandar o partido a nível municipal. Elias se deu conta que não há outro candidato melhor que a própria Conceição Nascimento para conduzir este processo. Haja vista que o objetivo do prefeito é continuar tendo influência na próxima gestão. 

Uma gestão comandada por Conceição manterá o prestígio de Elias no município preservado. Outro nome não só poderá romper com o atual prefeito como também inviabilizar qualquer prestígio que ele tente continuar a ter. Hoje será dado um grande passo para a construção da candidatura de Conceição Nascimento rumo ao Palácio da Batalha nas eleições de 2016.

Paralisação - Após o governo federal anunciar um corte de 36% nas verbas do ministério dos Transportes, há forte expectativa de que as obras em rodovias federais parem. Em valores absolutos foram reduzidos quase 6 bilhões em relação ao orçamento aprovado pelo Congresso Nacional.

Rede - A ex-senadora Marina Silva entrará com o pedido de registro junto ao TSE na próxima semana do seu partido Rede Sustentabilidade. Ela conseguiu mais 55 mil assinaturas certificadas pelos cartórios e alcançou 497 mil assinaturas, cinco mil a mais que o necessário para a construção de um partido político. 

Retração - Além do corte de R$ 70 bilhões no orçamento de 2015, o ministro do Planejamento Nelson Barbosa estima que a economia brasileira tenha uma retração de 1,2% em 2015. Se confirmado, será o pior desempenho da economia brasileira em 25 anos.

Cidades - O ministério das Cidades comandado por Gilberto Kassab foi o maior prejudicado nos cortes do orçamento do governo federal. Foram reduzidos nada menos que R$ 17 bilhões em relação ao orçamento aprovado pelo Congresso Nacional. 

RÁPIDAS

PAC - Menina dos olhos dos governos do PT, o Programa de Aceleração do Crescimento teve um contingenciamento de quase R$ 26 bilhões. Já as emendas parlamentares terão R$ 21 bilhões a menos.

Aécio Neves - Derrotado nas eleições de 2014, o senador Aécio Neves afirmou, após o anúncio dos cortes do orçamento de 2015, que "caiu a máscara do PT". 

Inocente quer saber - Após cortar R$ 21 bilhões das emendas parlamentares a presidente Dilma Rousseff será hostilizada pelos deputados e senadores?

Ao discursar, ontem, no congresso estadual da Amupe, o senador Humberto Costa, líder do PT no Senado, surpreendeu ao defender um pacto em favor do Estado, que una de um lado o PSB, que está no poder, e de outro todas as forças de oposição, como PT e PTB, que se uniram numa aliança para enfrentar o então candidato Paulo Câmara, eleito governador. 

O pacto, segundo pregou, se dá em torno dos interesses maiores do Estado. Humberto acha que as obras que estão em andamento ou paradas no Estado, tocadas com recursos da União, devem ser o elo deste entendimento. “A ferrovia Transnordestina, a Transposição e o Arco Metropolitano são essenciais para Pernambuco e exigem de nós um esforço conjunto”, afirmou.

Humberto é um senador com força no Governo, tanto que foi reconduzido à liderança do seu partido no Senado com o aval expresso da presidente, com quem tem trânsito fácil, sendo um fervoroso defensor da sua gestão no Congresso, hoje enfrentando graves dificuldades do ponto de vista político.

Se o senador, que pela primeira vez apareceu num ato público ao lado de Paulo Câmara depois da acirrada campanha do ano passado, desmontando, portanto, o palanque, está tão aberto ao diálogo, da parte do governador, o mais interessado pela proposta, não deve faltar disposição para concretizar este pacto.

Que passa, necessariamente, pelo único político com assento na Esplanada dos Ministérios: Armando Monteiro Neto, piloto da pasta de Desenvolvimento Econômico. O pacto de Humberto chega, também, num momento em que o Governo está extremamente fragilizado e deve ter sido pregado porque tem visto aliados do governador endurecendo o discurso contra Dilma.

Como é o caso do secretário de Planejamento, Danilo Cabral, que abriu o seminário “Todos por Pernambuco”, sábado passado, em Arcoverde, com duras críticas ao Governo e a própria presidente Dilma. “Aqui, não tem gente que está se escondendo da crise, que enterrou a cabeça no chão e deixou de conversar com o povo. Ou você escuta o povo fazendo um governo aberto de forma organizada, abrindo canal de diálogo com transparência ou você escuta a voz do povo nas ruas, como a gente tem visto”, afirmou.

Danilo lembrou o que o Brasil vive um momento desafiador marcado pela falta de diálogo, de unidade e, sobretudo, de um estadista capaz de construir um consenso, fazendo referência ao ex-governador Eduardo Campos. Certamente, Humberto deve ter tomado conhecimento do seu desabado e tenta desarmar os espíritos. 

REFORMA POLÍTICA– Integrante da Comissão de Reforma Política da Câmara dos Deputados, o pernambucano Tadeu Alencar (PSB) aprovou uma audiência pública em Pernambuco, já marcada para o dia 6 de abril, na Assembleia Legislativa, para discutir o projeto que está em discussão no Congresso. “O encontro serve também para colher sugestões para enriquecer a reforma”, disse Alencar. 

Prorrogação de mandato – Candidato à reeleição, o presidente da União dos Vereadores de Pernambuco (UVP), Biu Farias, encampou, ontem, a tese de prorrogação do mandato de prefeitos e vereadores, cujos mandatos vencem o ano que vem, para 2018, com o propósito de coincidir as eleições. “Somos amplamente favoráveis às eleições gerais”, pregou, em discurso na abertura do congresso da Amupe. 

Violência em Serra– Com a morte de Gustavo Rafael, o Cocada, suspeito de matar o vereador Cícero Fernandes, em Serra Talhada, sobe para quatro o número de homicídios naquela cidade em menos de 10 dias. O governador já reforçou o policiamento, mas o que se diz por lá é que não vai adiantar nem evitar que novas vidas sejam ceifadas, porque se trata de um conflito entre famílias que parece sem fim. 

FEM atrasado– O secretário de Planejamento, Danilo Cabral, explicou, ontem, que prefeitos que não tenham prestado contas do FEM 2 não terão direito ao FEM 3. Mas há casos complicados. A prefeita de Floresta, Rorró Maniçoba (PSB), alega que não prestou contas porque ainda aguarda o Governo liberar a última parcela do FEM 1. 

Grito pelo rebanho– Falando em nome da Assembleia Legislativa, ontem, no congresso da Amupe, a deputada Raquel Lyra (PSB) lembrou-se do sofrimento dos pecuaristas e cobrou da União a retomada do programa do milho subsidiado da Conab, suspenso pela presidente Dilma. “Estamos enfrentando a maior seca dos últimos 50 anos e o Governo tem que fazer a sua parte para evitar a dizimação do rebanho”, afirmou. 

CURTAS 

PALESTRA– O presidente do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, fez palestra, ontem, no seminário da Amupe, sobre estratégias relacionadas a reconstrução da confiança da população nas instituições. Já a economista Tânia Bacelar tratou sobre o cenário da economia nacional. 

GASPARZINHO– Embora o congresso da Amupe tenha sido instalado no Centro de Convenções, em território de Olinda, o prefeito Renildo Calheiros (PMDB) não deu o ar da sua graça no evento. Por isso que a oposição só o chama de Gasparzinho. 

Perguntar não ofende: Quem vai para o Ministério da Educação no lugar de Cid? 

Os Presidentes das Repúblicas precisam da governabilidade para administrar seus países. No Parlamentarismo, outro modelo de gestão governamental, o primeiro-ministro também precisa da mesma capacidade para exercer as suas funções. A capacidade de governabilidade é uma premissa necessária para a tomada de decisões em ambos os modelos de governos.

Em ambos os sistemas de governo as decisões do presidente da República e do primeiro-ministro dependem, obrigatoriamente, do aval da maioria do Parlamento. Caso este apoio não exista, as decisões não são tomadas e como consequência, o governo adquire paralisia decisória e, com o tempo, não irá mais governar. É exatamente a manutenção da governabilidade que possibilita o exercício do comando.

O Brasil é uma república presidencialista. Aqui, o presidente é o líder das ações do Poder Executivo. Mas, para exercer esta liderança é necessário ter o aval da maioria do Congresso Nacional, apenas assim ele conseguirá implementar a maioria das suas ações. É pensando nisto que os governos constroem coalizões partidárias, que possibilitam a governabilidade e o exercício do poder. Sem essas alianças seria impossível governar.

Em qualquer período presidencial observamos inquietações parlamentares que podem proporcionar crises entre Congresso e presidente da República. É comum no presidencialismo brasileiro que os parlamentares solicitem ao presidente recursos para os seus estados através de emendas.

As negociações entre presidente e parlamentares fazem parte da atividade regular de repúblicas presidencialistas e é uma dinâmica do exercício da governabilidade. Condenar a negociação entre parlamentares e presidente da República representa demonstrar um total desconhecimento quanto às características dos mecanismos do presidencialismo.    

Recentemente, o Parlamento brasileiro aprovou o Orçamento Impositivo. Com isto, o presidente da República ficará obrigado a “pagar” as emendas parlamentares apresentadas ao Poder Executivo. O Orçamento Impositivo proporcionará independência do Parlamento em relação ao Poder Executivo.

Neste caso, o exercício do diálogo por parte do parlamentar com o presidente da República não será, aparentemente, necessário. Diante desta hipótese, cabe perguntarmos: se o diálogo não será mais necessário, de que modo o presidente da República negociará com o Congresso Nacional e adquirir condições para tomar decisões?

As emendas parlamentares incentivavam o diálogo entre presidente da República e parlamentares. Quando o presidente desejava aprovar algo no Parlamento, prometia ao parlamentar a liberação de emendas e o parlamentar, geralmente, aceitava após um intenso diálogo. O Orçamento Impositivo exclui o incentivo a esta conversação.

Entretanto, se não houver diálogo, como os presidentes construirão a governabilidade com o Parlamento? Isto, só o tempo revelará.  

Na última semana de fevereiro, um novo tipo de cirurgia para dores lombares foi realizada pela segunda vez no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O procedimento consiste no implante de um estimulador medular no canal vertebral conectado a uma bateria para emissão de pequenas descargas de intensidade regulável por meio de um controle remoto.

O procedimento foi coordenado pelo neurocirurgião Antônio Marco, e reduz as dores fortes na coluna de pacientes que já não conseguem a melhora por meio de medicamentos. “Sendo realizado em uma unidade pública, este método se torna mais acessível a um número maior de pacientes que não possuem condições de arcar com os custos desta cirurgia”, ressalta Antônio, através de nota divulgada pela assessoria.

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Além desta, o hospital também vem realizando outras cirurgias com novas técnicas, menos invasivas e que permitem uma recuperação mais rápida. É o caso da endoscópica percutânea lombar, indicada para pacientes que sofrem com hérnia de disco e discopatias degenerativas. Ela é realizada através de uma cânula cirúrgica, que deixa uma cicatriz de aproximadamente dois centímetros.

O médico comentou dos benefícios do novo método “O paciente sente menos dor pós-operatória e as chances de infecção e os sangramentos durante a cirurgia são reduzidas. Isso significa que as probabilidades de complicações, durante e pós operação, diminuem”.

Em eleição para composição de mesas diretoras no Legislativo há uma praxe entre os partidos: o cumprimento do acordo na votação nos candidatos oficiais. Com isso, dificilmente quem se aventura em candidaturas avulsas têm chances de virar o jogo, a não ser que os deputados traiam.

Para trair, no caso dos deputados governistas, o preço tende a sair caro. No PSB, partido majoritário na Casa, com 15 representantes, o nome oficial para a Primeira-Secretaria é o do ex-prefeito do Cabo, Lula Cabral, mas Diogo Moraes está correndo por fora, ameaçando registrar sua candidatura avulsa.

Tem alguma chance? O voto é secreto, é verdade, mas se a própria bancada do PSB não seguir a orientação do partido quem ficará mal na fita será a cúpula socialista e por tabela o governador Paulo Câmara. Diz uma peça teatral que para trair basta apenas coçar.

No caso de um governo em início, poucos têm coragem de coçar, porque o risco de ser tratado a pão e água ao longo dos quatros anos é realíssimo. Uma candidatura avulsa saindo de qualquer partido por falta de consenso pode ser até natural, mas da legenda oficial, que está com a caneta na mão, é grave.

Grave porque expõe profundamente o governador, cria um clima de instabilidade e desconfiança, abrindo um precedente grave para derrotas em matérias de interesse do Governo. Diogo tem esta força aparente para desafiar o seu partido e o governo? Evidentemente que não.

NA CORTE– Devido ao congestionamento nos voos para Brasília, praticamente toda a bancada pernambucana já está na capital desde ontem, para a posse do novo Congresso amanhã. Os novatos fizeram os procedimentos de praxe, como a criação de senha e o treinamento da votação no painel eletrônico, como o tucano Daniel Coelho, que, entusiasmado, postou uma imagem nas redes sociais testando a sua senha.

O pepino é estadual– Na audiência com o ministro dos Transportes, quinta-feira passada, em Brasília, o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) e o senador Humberto Costa, líder do PT no Senado, não colocaram em pauta a precária situação da BR-232 porque, segundo Humberto, a estrada é da inteira responsabilidade do Estado. E agora, José?

Derrota à vista – Dilma pode jurar que não, mas é senso comum que seu Governo está empenhado em eleger Arlindo Chinaglia para presidir a Câmara. Se o petista perder, a presidente sofrerá sua primeira derrota. Não é novidade a rejeição do candidato do governo. Em 2001, Aécio Neves derrotou o candidato do governo FH, Inocêncio Oliveira. Em 2005, Severino Cavalcanti venceu o candidato do governo Lula, Luiz Greenhalgh.

Azarão sem chances– Aliado do candidato do PMDB à Presidência da Câmara, o deputado não acredita que o socialista Júlio Delgado (MG) se transforme no azarão da eleição para renovação da mesa diretora no próximo domingo. “Apesar do esforço do PSDB, Júlio Delgado é vítima da migração para o voto útil. Ele já não é aquele candidato que disputou contra Henrique Alves”, observou.

Tratamento Vip– Em Brasília desde ontem, para tomar posse como mandato federal amanhã no Congresso, o secretário estadual de Turismo, Felipe Carreras, procurou o ministro Juca Ferreira para tratar de assuntos relacionados ao Estado e sentiu que Pernambuco será bem tratado. “Senti que o ministro vai investir bastante no turismo no Nordeste, especialmente em Pernambuco”, afirmou.

CURTAS

LICENÇA– Dos 25 deputados da bancada federal que tomam posse amanhã, quatro se licenciam imediatamente para o secretariado de Paulo Câmara: Sebastião Oliveira (PR), Felipe Carreras (PSB), Danilo Cabral (PSB) e André de Paula (PSD). Mas todos terão direito a votar na eleição da mesa diretora.

RENÚNCIA– O vereador Raul Jungmann, da bancada do PPS no Recife, renuncia ao mandato na próxima segunda-feira para tomar posse como deputado federal. Como suplente, assume o mandato porque Paulo Câmara convocou quatro federais para o secretariado.

 

Perguntar não ofende: Dilma será derrotada na eleição da mesa diretora da Câmara dos Deputados? 

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