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O desfile em comemoração ao 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios reuniu 50 mil pessoas, na estimativa da Polícia Federal e do Exército repassada à imprensa pela assessoria do Palácio do Planalto.

A cerimônia teve presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e de quase todos os integrantes do primeiro escalão do governo.

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Também contou com presença dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.

A solenidade foi pensada para transmitir uma mensagem de união depois de o ex-presidente da República Jair Bolsonaro ter usado a data para causar tensão política ao longo de seu mandato. Também foi mais um movimento para aproximar Lula dos militares.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encerrou às 11h05 dessa quinta-feira o desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios. Foram cerca de 2 horas de cerimônia, concluídas com apresentação da Esquadrilha da Fumaça - uma atração tradicional da solenidade. Não foram registrados incidentes e o evento transcorreu em clima de tranquilidade.

Lula participou com a primeira-dama, Janja Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e diversos ministros.

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Não compareceram os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Flávio Dino (Justiça), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Carlos Lupi (Previdência) e Mauro Vieira (Relações Internacionais). Ana Moser, de saída do Esporte, também não compareceu.

O ministro Márcio França, que está sendo realocado de Portos e Aeroportos para Micro e Pequenas Empresas contra sua vontade, estava na tribuna mas manteve distância de Lula.

Também compareceram os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em Alagoas, não compareceu.

A cerimônia foi pensada para transmitir uma mensagem de união. No último governo, Jair Bolsonaro costumava usar o Dia da Independência para tensionar o ambiente político.

Clima amigável e sem protestos

O desfile de 7 de Setembro ocorreu sem maiores incidentes, sob aplausos do público e com clima amigável, sem protestos ou vaias da oposição ao governo. Ao contrário dos anos do ex-presidente Jair Bolsonaro, em que houve cartazes pedindo intervenção militar e ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), o público das arquibancadas ostentava apenas bandeiras do Brasil.

As camisetas de cores verde e amarela não foram predominantes, mas apareceram em maior número do que as vermelhas.

A entrada às arquibancadas foram restritas a 30 mil pessoas.

Quem chegou após a capacidade ser atingida precisou ficar do lado de fora, acompanhando o desfile por telões.

Nas entradas, houve registro de frustração de quem não conseguiu acesso.

Viagem para a Índia

Lula vai às 14 horas (de Brasília) para a Índia, onde participará de reunião do G20. Ele deve embarcar de volta para o Brasil na segunda-feira, dia 11.

Para acompanhar de perto o desfile cívico-militar do Dia da Independência e a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no evento em Brasília, a população teve de se cadastrar previamente na internet e levar consigo o QR Code gerado nesse processo para ser conferido pelo governo.

Segundo os servidores que gerenciaram a entrada do público, a prática foi adotada para que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) pudesse fazer uma análise do perfil das pessoas que desejavam prestigiar o desfile cívico.

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Muitos tiveram de ficar do lado de fora aguardando por liberação. Não foi possível fazer a solicitação nesta quinta-feira, 7.

Os últimos textos de divulgação publicados pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) sobre a organização do 7 de Setembro não informavam sobre a necessidade de efetuar cadastro prévio para acessar as arquibancadas, onde é possível assistir o evento de perto.

Quem não conseguiu acessar o local acompanhou o desfile por telões instalados ao longo da Esplanada dos Ministérios.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o Palácio do Planalto emitiu a ordem para que todos os Ministérios do governo mobilizassem seus servidores para comparecer ao desfile.

Integrantes do governo queriam evitar vaias e garantir aplausos durante a sua passagem em carro aberto.

O que aconteceu, na prática, foram poucos aplausos durante a passagem de Lula. As vaias foram ainda menores.

Boa parte do público das arquibancadas não reagiu à presença do presidente.

Segurança

Após apresentar o código virtual, as pessoas que compareceram ao evento ainda tiveram que passar por detectores de metais, além de serem submetidas a revista nas mochilas e bolsas.

Quem entrou com garrafa de água, por exemplo, teve que a descartar no chão.

Nas vias de acesso à Esplanada, a Polícia Militar do Distrito Federal também fez revistas.

No ano passado, quando foi comemorado o Bicentenário da Independência naquele que foi o último desfile sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quem quis acompanhar a cerimônia precisou passar apenas pelas barreiras policiais.

A organização distribuiu bonés com logo do Banco do Brasil e do governo federal, além de bandeiras com o slogan "Democracia, Soberania e União".

Com a faixa presidencial no peito, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanha em Brasília o desfile cívico-militar de 7 de Setembro em comemoração ao Dia da Independência juntamente dos presidentes do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. O presidente da Câmara, Arthur Lira, está em Alagoas e não participa do evento.

O Planalto preparou neste ano uma cerimônia "enxuta", que deve durar no máximo duas horas.

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Lula embarca para a Índia no começo da tarde. Ele vai ao país asiático participar de reunião do G20.

O presidente assiste à passagem de tropas sentado ao lado de Janja Lula da Silva, a primeira-dama, que usa trajes vermelhos na cerimônia. Também está ao lado de Lula o vice-presidente, Geraldo Alckmin.

A tribuna de Lula também abriga ministros como Marina Silva (Meio Ambiente), Rui Costa (Casa Civil), Paulo Pimenta (Secom), Margareth Menezes (Cultura), Camilo Santana (Educação), Renan Filho (Transportes), Jader Filho (Cidades), Juscelino Filho (Comunicações) e Simone Tebet (Planejamento).

Márcio França - que deixará o Ministério de Portos e Aeroportos contra sua vontade e assumirá a pasta de Micro e Pequenas Empresas - está no fundo da tribuna. Luciana Santos, que conseguiu se manter no Ministério de Ciência e Tecnologia, aproximou-se de Lula com a cerimônia em andamento.

Lula, Janja, Alckmin (e sua mulher, Lu), Pacheco, Rosa Weber e Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, estão na primeira fila de cadeiras, onde também estão sentados os ministros Rui Costa (Casa Civil), Paulo Pimenta (Secom) e José Múcio Monteiro (Defesa).

A única fala pública do presidente foi cerimonial. "Autorização concedida", disse ele ao microfone quando o comandante do desfile, de um veículo de guerra blindado, perguntou se a celebração poderia começar.

Lula tem conversado ao pé do ouvido com Alckmin e Janja. Também levantou e trocou algumas palavras com Múcio, além de acenar para autoridades presentes na tribuna.

Pacheco e Rosa Weber, sentados lado a lado, conversam frequentemente. Há pouca interação entre as autoridades militares e civis.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), deram início na manhã desta quinta-feira ao desfile cívico de 7 de Setembro no Sambódromo da cidade. Havia uma expectativa em relação a uma possível fala do governador após o desfile, mas a assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes informou que a fala do governador não faz parte do cerimonial.

Antes, por volta das 8h30 (de Brasília), o governador e o prefeito desfilaram juntos em um carro aberto ao longo da avenida Olavo Fontoura, localizada na zona norte da capital paulista, onde ficam os portões que dão acesso ao interior do Sambódromo.

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Correu também entre os jornalistas a informação da possibilidade de o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) comparecer ao evento, mas até o início das comemorações da Independência no Sambódromo, Bolsonaro não se fez presente.

Ao contrário do que se via nos desfiles no Sambódromo antes da pandemia da covid-19, neste ano as arquibancadas não se encontram repletas de público.

Há várias espaços vazios que, nos desfiles das Escolas de Samba no Carnaval costumam ficar superlotadas.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou às 9h08 desta quinta-feira, 7, à tribuna onde acompanha o desfile do Dia da Independência. Ele participou de um rito militar, e depois se dirigiu ao local no Rolls Royce presidencial acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva. A cerimônia é na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O sistema de som do desfile tocava uma versão da música Epitáfio, seguido de Sobradinho - essa última incluía aplausos no fim da gravação - e outras canções enquanto Lula se deslocava.

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Quando o carro se aproximou do destino, o som foi desligado e uma banda marcial passou a tocar o Hino da Independência.

Na tribuna, Lula se sentou ao lado de Janja, que usa trajes vermelhos na cerimônia. Também está ao lado de Lula o vice-presidente, Geraldo Alckmin.

Além dele, estão próximos do petista os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está em Alagoas.

A tribuna de Lula também abriga ministros, autoridades militares e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

A cerimônia foi organizada para transmitir uma mensagem de união depois de o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, ter usado as celebrações ao longo de seu governo para tensionar o ambiente político.

Também busca estreitar a relação de Lula com as Forças Armadas, que apoiaram Bolsonaro.

O Dia de São José é celebrado neste domingo (19) e carrega vários significados para o povo nordestino. Conhecido como José Carpinteiro e José Operário, o santo é considerado o padroeiro dos trabalhadores e uma referência de fé para o povo nordestino.

São José é um santo popular da Igreja Católica, marido de Maria, mãe de Jesus Cristo, e considerado o protetor das igrejas, da família e dos agricultores. Seu dia é uma referência para os agricultores que buscam uma boa colheita. Contudo, é preciso chover no dia para trazer bons presságios. 

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Para a fé do nordestino, especialmente no período de seca que castiga a plantação, a chegada do dia de São José é um sinal de esperança. Reza a tradição secular que, se não chover neste domingo, dia 19, o inverno será ruim, e o agricultor não vai colher a safra.

Outra tradição associada ao santo é a da medalhinha de São José “escondida” no bolo da festa que as comunidades religiosas em diversas cidades costumam fazer.

Nas missas, orações são feitas, pedindo emprego para os fiéis que estão desempregados e saúde para os doentes.

Em 2021, o Papa Francisco, identificou o santo como o homem que amou Jesus com o coração de pai: “Pai amado, Pai na ternura, Pai na obediência, Pai no acolhimento, Pai com coragem criativa, Pai trabalhador, Pai na sombra”, afirmou.

O pontífice ainda pediu aos fiéis que seguissem o exemplo do santo católico, por ter compreendido e colocado em prática o verdadeiro Evangelho. "Sejam sábios como ele, prontos para compreender e colocar em prática o Evangelho", pontuou.

Padroeiro

São José é padroeiro dos estados do Amapá e do Ceará, onde é feriado local nesse domingo. Em Pernambuco, São José é padroeiro de 23 cidades, além disso, seu nome batiza avenidas, escolas, abrigos, praças e mercados.

No Sertão do estado, o santo é padroeiro de Bodocó, Custódia, Dormentes, Ingazeira, São José do Belmonte e São José do Egito. No Agreste, Angelim, Bezerros, Brejo da Madre de Deus, Capoeiras, Feira Nova, Frei Miguelinho, Surubim, Venturosa e Vertentes. Na Zona da Mata, o santo é padroeiro de Água Preta, Amaraji, Chã Grande, Joaquim Nabuco, Rio Formoso, São José da Coroa Grande e Carpina. Na Região Metropolitana do Recife, Abreu e Lima tem o santo como padroeiro.

Comemorações neste sábado

Em São José do Egito, terá missa na Paróquia com o nome do santo, a partir das 18h. Em seguida, haverá procissão pelas ruas da cidade.

Em Abreu e Lima, às 19h, haverá uma concentração eucarística na Paróquia do município, com o Dom Limacêdo Antônio da Silva , bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife.

No município de Amaraji, haverá missa às 19h, com o Padre Felipe Luz. Na cidade de Surubim, a missa será com a participação do Padre Elias, às 19h.

A Solenidade de São José é geralmente celebrada no dia 19 de março, porém, neste ano a data corresponde ao quarto domingo da Quaresma para os católicos. Desse modo, as missas do tempo de quaresma têm prioridade frente às festas de São José.

No próximo dia 12, Olinda comemora 488 anos e a programação cultural será aberta, neste sábado (4), com a Sambada de Coco do Guadalupe. O evento é uma tradição preservada há 26 anos pela comunidade e será celebrado na Rua João de Lima (Beco da Macaíba), no Guadalupe. 

A programação, aberta ao público, está marcada para iniciar às 20h, com shows do DJ M.K, Coco Mulheres de Catemba, Afoxé Babá Orixalá FunFun, Coco de Umbigada, Tambor Falante e Caetana. 

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A Sambada de Coco do Guadalupe conta com o apoio da Secretaria de Patrimônio, Cultura e Turismo de Olinda (SepacTur) e é um trabalho de fortalecimento, valorização, difusão e preservação do ritmo. 

O evento conquistou espaço e encontrou na resistência uma forma de libertação dos preconceitos sociais e discriminação racial. Busca promover sentimento de pertencimento e identidade negra.

*Via assessoria de imprensa. 

A rainha Elizabeth II foi aclamada nesta quinta-feira (2) por uma multidão reunida em Londres para o "jubileu de platina", as grandes festividades para marcar os 70 anos de reinado, uma data que pretende melhorar a imagem da monarquia após momentos difíceis.

Vestida com casaco e chapéu azul, a monarca apareceu na sacada do Palácio de Buckingham sorridente, ao lado de seu primo, o duque de Kent, coronel da Guarda Escocesa, enquanto 1.500 soldados, com bandas musicais e centenas de cavalos, marchavam no tradicional "Desfile do Estandarte".

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Organizado há 250 anos para celebrar o aniversário oficial do monarca britânico - mas cancelado em 2020 e 2021 devido à pandemia -, o desfile militar coincidiu com o início dos quatro dias de celebrações pelas sete décadas no trono de Elizabeth II, coroada com apenas 25 anos e que enfrenta problemas de saúde.

"Espero que os próximos dias sejam uma oportunidade para refletir sobre tudo o que foi conquistado durante os últimos 70 anos, enquanto olhamos para o futuro com confiança e entusiasmo", afirmou a rainha, de 96 anos, em uma mensagem divulgada antes dos festejos, que acontecem após vários escândalos na família real e do agravamento de seu estado de saúde.

Centenas de milhares de pessoas se reuniram nos arredores do palácio, isolado por barreiras e vigiado por policiais.

As bandeiras britânicas eram onipresentes, oferecidas por vendedores ambulantes ou estampadas em sacolas, balões e peças de roupa da multidão, um contraste com o figurino dos convidados oficiais.

Os 70 anos de reinado de Elizabeth foram celebrados em outras partes do mundo. O papa Francisco a parabenizou e desejou para ela, sua família e seu povo "unidade, prosperidade e paz".

- Salvas de canhão e aviões -

Até recentemente, Elizabeth II saudava as tropas a cavalo.

Mas este ano, diante de seus problemas de mobilidade, ela foi substituída por seu herdeiro, o príncipe Charles, que aos 73 anos assume pouco a pouco funções numa transição progressiva que provoca dúvidas, devido a sua menor popularidade no momento em que a monarquia é criticada, em particular nas ex-colônias, pelo passado escravocrata do império britânico.

Na praça da Horse Guards Parade, perto de Downing Street, Charles inspecionou as tropas em nome da rainha, acompanhado por seu filho William, de 39 anos, e sua irmã Anne, de 71 anos. Os três estavam com uniforme de gala e os dois homens usavam o tradicional chapéu da Guarda Real.

Outros integrantes da família real, incluindo as esposas de Charles e William, Camilla e Catherine, de 74 e 40 anos respectivamente, chegaram em carruagens para acompanhar o desfile que percorreu a famosa avenida The Mall até o Palácio de Buckingham.

O evento deve terminar com quase de 70 aviões da Força aérea, incluindo a patrulha acrobática Red Arrows, sobrevoando o palácio e uma segunda aparição da rainha, ao lado dos principais membros da família real - incluindo os três filhos pequenos de William e Catherine -, para saudar a multidão.

Salvas de canhão serão ouvidas em Londres e por todo o Reino Unido em homenagem à monarca, que bateu todos os recordes de longevidade de um soberano britânico.

- Andrew, Harry e Meghan -

Para evitar polêmicas e tensões em um evento que pretende melhorar a imagem da monarquia, o príncipe Andrew, de 62 anos, terceiro filho da rainha e afastado da vida pública por acusações de agressão sexual contra uma menor nos Estados Unidos, não aparecerá na sacada do palácio.

Também não participarão do momento o príncipe Harry, de 37 anos, e sua esposa, a ex-atriz americana Meghan Markle, que viajaram a Londres para a data importante. O casal provocou um terremoto na monarquia quando, em 2020, decidiu se afastar e morar na Califórnia, de onde criticaram a família real.

No fim da tarde, mais de 3.000 sinais luminosos serão acesos todo Reino Unido, incluindo o Palácio de Buckingham e o Castelo de Windsor, a 40 km de Londres, onde a rainha mora.

As celebrações prosseguirão até domingo com outro desfile, uma missa de ação de graças, corridas de cavalos, um show de música pop e dezenas de milhares de piqueniques e refeições ao ar livre.

As medidas de distanciamento social recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como forma de prevenção ao coronavírus (Covid-19) impossibilitaram que diversos eventos fossem realizados desde março de 2020, uma vez que muitos dependiam das aglomerações. Mas com o decorrer da pandemia, as famílias encontraram maneiras de realizar aniversários ou outras comemorações com um certo nível de segurança e cautela, o que exige muita criatividade.

Em 2020, Marcela Melo, 45 anos, do Rio de Janeiro precisou cancelar o aniversário de 18 anos de sua filha, devido ao avanço da crise sanitária no Brasil. Em 2021, ela buscou maneiras seguras de comemorar a data e realizou uma festa com grupos reduzidos. Além disso, Marcela também fez o aniversário de 49 anos de seu marido.

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Para que isso ocorresse, a família contratou uma empresa de eventos, mas também se envolveu com a decoração. O processo exigiu que fossem feitas alterações nas posições dos móveis e nas plantas do jardim, Assim como as estantes, aparadores e sofás precisaram ser redecorados. “Foi um desafio, mas ao mesmo tempo muito gratificante. Tivemos um cuidado especial com a quantidade de convidados, essa foi a parte mais difícil”, recorda Marcela. “Sem a empresa contratada não seria possível ter realizado o evento com a total segurança que o momento exige”, complementa.

O prolongamento da pandemia foi uma das principais razões que obrigaram as famílias a se adaptarem as comemorações. “O que vemos hoje são festas menores, comemorações em casa, ou no jardim, parques, locais abertos e integrados à natureza, com um formato reduzido, porém elegante e que possa gerar fotos incríveis e memoráveis. Os piqueniques em parques, jardins também vieram para ficar”, afirma a especialista em eventos e decoração, Luciana Marquez.

A especialista explica que, no atual momento, o ideal é realizar reuniões pequenas, para que o dono da festa possa se sentir mais à vontade e aproveitar a festa com seus convidados. Em caso de ter mais pessoas, Luciana recomenda dividir a comemoração em dois ou três pequenos eventos. “A ideia é dividir a comemoração em pequenos grupos por afinidade como família, amigos, colegas de trabalho e evitar aglomerações”, aconselha.

Luciana destaca que é importante priorizar eventos em áreas abertas, como quintais ou jardins e, preferir por comemorações mais intimistas, como piqueniques, que proporcionam boas fotos e lembranças. “Sugiro decorar com manta, esteiras, almofadas, futons, balões, cestos, plantas e flores. Se for à noite, as velas não podem faltar”, ressalta.

Outra dica, é ter um bom local para registrar fotos. “Pode ser um biombo, escada, uma poltrona ou luminária com aplique de flores ou cortina de led com folhagens. O importante é ser um espaço que desperte o interesse das pessoas para fotografar e ficar na memória”, indica.

Por se tratar de um momento intimista e por conta do atual estado da pandemia, Luciana lembra que é importante convidar apenas as pessoas mais próximas. Além disso, é recomendado deixar os aperitivos acessíveis para que os próprios participantes se sirvam. “O cardápio deve ser adequado ao grupo. Se tiver alguém vegano garanta que tenha um prato especial para esta pessoa. Ou se for um grupo fitness, garanta um cardápio interessante”, orienta.

Viajar para celebrar em família o Ano do Boi, apesar das restrições anticovid, ou ficar sozinho em Pequim, como pedem as autoridades? O dilema agita os chineses que trabalham na capital.

O Ano Novo Lunar, que este ano cai em 12 de fevereiro, é o feriado mais importante da China. Normalmente, milhões de trabalhadores aproveitam a oportunidade para retornar às suas províncias de origem.

Com o coronavírus quase erradicado no país, apesar de alguns surtos localizados em dezembro-janeiro, principalmente em Pequim, muitos esperavam comemorar o ano novo normalmente.

Mas, por precaução, a prefeitura da capital convocou os moradores a evitar qualquer viagem "desnecessária" para fora da cidade no feriado.

Para desencorajar os chineses, as autoridades usam incentivos financeiros para quem fica e exigências de exames e formalidades para quem viaja.

"Para viajar, preciso fazer um teste de PCR e obter um certificado. Não é prático", explica à AFP Hou Sibai, um entregador de comida natural de Gansu (noroeste), que trabalha em Pequim.

Ele finalmente vai passar ao feriado na capital com sua esposa e filha.

Para incentivar pessoas como Hou Sibai a não viajar, Pequim prometeu 40 milhões de yuans (5,1 milhões de dólares) em cupons de descontos - para serem usados em aplicativos de comércio eletrônico.

Filmes online e planos de dados móveis para smartphones também estão sendo oferecidos.

- Bancos vazios -

E a estratégia tem dado certo: as viagens ferroviárias e aéreas caíram 80% em relação ao ano passado, segundo a prefeitura.

Na estação ferroviária de Pequim, geralmente lotada durante os feriados, muitos bancos estão vazios e não há fila nas máquinas.

A queda para zero nos últimos dias no número de novos pacientes com covid-19 na China, no entanto, levou alguns a pegar o trem.

Como Li Xinjun, uma faxineira de 50 anos que vai a Hebei (norte) para ver seu filho e sua família.

"Meus clientes trabalham no hospital. Então, no ano passado, por causa da epidemia, eles não puderam tirar férias. Então, eu também não voltei para casa", contou à AFP. "Faz muito tempo que não vejo meu filho".

Outra viajante, Liu Wenjing, disse à AFP que viajará a Henan (centro) sob pressão de sua família.

A jovem de 24 anos acredita que seus pais querem apresentá-la a namorados em potencial durante as férias - um ritual profundamente enraizado na China.

"Não tenho pressa (para me casar), mas eles têm!", enfatiza.

Para sair de Pequim, Liu Wenjing teve que apresentar um teste PCR negativo. No retorno à capital, terá que realizar outro, correndo o risco de uma quarentena obrigatória em casa.

- "Boa refeição" -

As restrições variam em todo o país. Algumas áreas rurais, por exemplo, impõem quarentenas a todos os visitantes.

Algumas das restrições mais fortes estão em Pequim. Os viajantes que entram na capital devem apresentar teste PCR negativo antes do embarque.

Devem então fazer mais dois - 7 e 14 dias após a chegada -, enquanto passam por duas semanas de "vigilância médica" - basicamente relatando sua temperatura às autoridades.

Essas restrições, juntamente com a apreensão de talvez ter que realizar uma quarentena obrigatória em seu retorno, que levou Hou Sibai, o entregador de refeições, a cancelar sua viagem para sua cidade natal.

"Meus parentes, meus amigos, meus pais e meus irmãos e irmãs estão todos lá", suspira.

Ele, sua esposa e filha moram em um quarto em um apartamento compartilhado no norte de Pequim, onde irão celebrar modestamente a entrada no Ano do Boi.

"O ambiente não é tão animado como na minha aldeia", lamenta.

"Mas com certeza vamos cozinhar uma boa refeição para nós três!"

Dezembro? Como Assim? O ano voou e já estamos no último mês de 2020, com o Natal praticamente batendo na porta. Se você pretende reunir a família neste final de ano e realizar o tradicional amigo secreto, ou presentear alguém, mas está preocupado com as aglomerações nos centros de compras, o LeiaJá preparou uma lista de lojas onde é possível fazer a encomenda e receber com segurança em casa. Confira:

Ticia’s Make

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A loja online é especializada em produtos de beleza e autocuidado femininos. Com produtos a partir de R$ 9, a equipe da Ticias Make entrega em todo o Recife e Região Metropolitana (RMR). Os pedidos podem ser realizados através do Instagram ou no WhatsApp (81) 98301 6591.

HelloKenny! Acessórios

 

A HelloKenny! possui diversos acessórios para complementar aquele lookinho de final de ano. Brincos, colares, correntes, cintos e outros adereços. As peças são de produção artesanal com preços acessíveis. Os pedidos também podem ser realizados via Instagram e no WhatsApp (81) 98305 7779.

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Para quem quer diferenciar nos presentes deste ano e agradar a mãe, avó ou um amigo que possua plantas em casa, uma opção divertida é a Oxente Jarros. A loja possui vasos de barro personalizados para jardim, seja interno ou externo. Dá pra escolher por personagens de desenhos animados, filmes e séries, entre outros. Para conferir e realizar os pedidos é necessário acessar a página no Instagram ou falar no WhatsApp (81) 98549 4673.

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A Flor da Moda oferece opções de roupas femininas e masculinas além de acessórios. Com a chegada do final de ano, o atendimento na loja física - localizada na avenida Agamenon Magalhães - está com o horário estendido, funcionando aos sábados e domingos. Os pedidos podem ser realizados através site ou na loja. Mais informações: (81) 3232 1623.

Ótica Óculos Mania

A Ótica Óculos Mania possui diversas opções de óculos de grau e de sol, de marcas famosas e modelos exclusivos da loja, que possui duas unidades - na Várzea e em Santo Amaro. Para pedidos ou informações é necessário acessar o Instagram ou pelo WhatsApp (81) 98330 9712

O procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, quer que todos os promotores eleitorais do Estado atuem no sentido de impedir que os candidatos envolvidos no pleito realizado neste domingo (15) participem ou incentivem atos de comemoração que possam causar aglomeração. De acordo com a Procuradoria Geral de Justiça de Pernambuco (PGJ-PE), a medida tem por objetivo impedir a disseminação do novo coronavírus e está embasada no artigo 240, parágrafo único, do Código Eleitoral que veda a realização, desde 48h antes até 24h depois da eleição, de qualquer propaganda política mediante radiodifusão, televisão, comícios ou reuniões públicas.

“Até o presente estamos conduzindo as eleições muito bem, mas nossa preocupação também é com as comemorações. Historicamente, logo após a proclamação dos resultados há uma euforia popular e as ruas ficam lotadas de pessoas. Este fato pode potencializar a proliferação da Covid-19 em todo o Estado. No momento, já conseguimos três liminares proibindo comemorações em São José do Egito, Olinda e Abreu e Lima”, afirmou Francisco Dirceu Barros.

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Segundo Barros, até o fim do dia, juízes eleitorais irão decidir se permitirão as comemorações eleitorais em suas cidades. “O descumprimento da determinação judicial implicará em aplicação de multa pesada e crime de desobediência eleitoral, conforme o artigo 347 do Código Eleitoral”, ressalta o procurador-geral.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a PGJ-PE informou que está de plantão durante as eleições, já tendo prestado mais de 100 esclarecimentos aos promotores eleitorais do Estado. “Conclamo aos candidatos vencedores que, independentemente, de decisão da justiça eleitoral, não participem de comemorações que enseje aglomerações. A pandemia ainda não acabou e só venceremos 'esta guerra' com esforço conjunto de toda sociedade”, finalizou.

O projeto de autoria da deputada Teresa Leitão (PT), aprovado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no dia 17 de setembro, determina a criação de uma comissão organizadora para definir formas de comemorar, em todo o Estado, o Ano Estadual do Educador Paulo Freire.

As ações para celebrar os 100 anos do educador, no dia 19 de setembro de 2021, ficarão a cargo da Assembleia Legislativa por meio de uma comissão formada por nove membros, com representantes da Comissão de Educação e Cultura da Alepe, da qual a deputada faz parte. Completam o grupo membros da Mesa Diretora, da Secretaria Estadual de Educação e Esportes, do Conselho Estadual de Educação, do Centro Paulo Freire, das cátedras Paulo Freire, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe).

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Em sua proposta à casa, Teresa lembrou que o notável reconhecimento, importância e pensamento contemporâneo de Paulo Freire fazem necessária a comemoração. A deputada ainda abriu o ano representando a Assembleia Legislativa, no Webinário "Paulo Freire em Setembro, ato político-pedagógico", realizada pela Cátedra Paulo Freire da UFPE, em 19 de setembro deste ano.

As festas juninas são, junto ao período carnavalesco, as comemorações mais queridas dos nordestinos, que passam o ano esperando pelo momento de preparar a decoração, vestimenta, os alimentos, bebidas, músicas, brincadeiras e fogueiras. A origem da celebração que homenageia Santo Antônio, São João e São Pedro, no entanto, é desconhecida por muitas pessoas que vivenciam as festas. 

A professora de história Cristiane Pantoja explicou que as festividades de São João, Santo Antônio e São Pedro datam do século XV e têm nas manifestações culturais de música e dança não apenas homenagens, mas também agradecimentos aos santos. 

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“A própria quadrilha é uma manifestação de dança, mas antes de tudo,  agradecimento aos santos. Como fator de nossa cultura, a miscigenação também aparece nos elementos juninos. Indígenas e africanos dão sua contribuição na alimentação, na arte e na música”, contou a professora.

Severino Vicente da Silva, professor do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), conta que a tradição se iniciou na Europa, quando o cristianismo começou a dominar os povos francos e germânicos, tidos como “bárbaros”, e tentar apagar suas crenças implantando o catolicismo no lugar. 

“Eles tinham seus deuses e era uma noite longa, fria a de 23 para 24 de junho, e era uma noite sagrada. Eles iam para as florestas, lá pelo o século V e lá eles acendiam grandes fogueiras em homenagem para ao seu deus da fertilidade, Deus Chifrudo. No lugar da festa do Deus Chifrudo, dia 24 de junho, dia do solstício, se imaginou uma festa ligada ao primo de Jesus, no dia do nascimento de São João”, explicou Severino.

O historiador Paulo Henrique Carneiro destacou o fato de que as celebrações dos povos pagãos na Europa também tinha o objetivo de espantar maus espíritos que pudessem atrapalhar suas colheitas, e que não era incomum a Igreja Católica incorporar costumes de outros povos a seus calendários. 

“Assim como a festa junina foi introduzida ao calendário festivo católico, outras festividades também foram introduzidas às celebrações cristãs. Essa era uma prática muito comum da Igreja Católica, realizada como uma forma de tentar facilitar a conversão de povos pagãos ao catolicismo”, disse ele.  

O professor da UFPE também contou que, ao colonizar o Brasil, foi na região do nordeste que os portugueses devotos dos santos juninos se instalaram a princípio, fato que explica a força da tradição na região. Além disso, segundo Severino, houve também uma mistura de tradições europeias e indígenas que deram às festividades o formato que conhecemos hoje.  

“O pessoal que veio da europa para o Brasil começou a fazer fogueiras nos engenhos e coincidiu com a tradição dos índios, que é a questão do milho, que tem a colheita em junho. O Nordeste é Brasil pra valer desde 1530. São Paulo é Brasil desde 1600 e alguma coisa. O Rio Grande do Sul é Brasil em 1700 e alguma coisa. O que eu quero dizer com isso? As mais profundas raízes da formação do Brasil estão aqui no Nordeste. Os alemães, poloneses, italianos, quando chegam aqui no Século XIX não têm essas tradições”, explicou o professor.

Apesar da força que as festas juninas têm no nordeste, há celebrações em outras regiões, que resguardam algumas diferenças em relação às festas nordestinas. Segundo o historiador Paulo Henrique Carneiro, um dos pontos em que há diferenças é na gastronomia. 

“A forma que nós nordestinos usamos raízes como batata, macaxeira e inhame, o milho cozido ou assado na fogueira, ou a diferença que a gente dá para os nomes das comidas. Por exemplo, a canjica aqui no nordeste é conhecida como curau no sudeste, ou a canjica do sudeste é o munguzá do nordeste”, contou ele.  

Mesmo dentro do nordeste, é possível perceber que as festas juninas têm mais força em cidades do interior que em regiões litorâneas onde em geral se encontram as capitais dos estados. Para a professora Cristiane Pantoja, o ritmo mais lento com que ocorrem mudanças nas cidades interioranas pode ser uma das razões para esse fenômeno. 

“Um dos entendimentos é saber que no interior as manifestações são menos afetadas pelas mudanças. Claro que acontecem e se renovam, mas com menor rapidez ou intensidade. Temos os povoados sendo criados a partir das Capitanias Hereditárias que são faixas litorâneas até o interior, mas quando falamos em maior ou menor intensidade de mudanças tradicionais, a tendência é modificar com menor rapidez e intensidade”, disse a professora. 

O professor Severino segue uma linha de raciocínio semelhante ao apontar o caráter rural das festas juninas nos períodos colonial, imperial e no começo da República, indicando também o fato de que as celebrações precisaram, com o tempo, se adaptar à urbanização do país. “Nas capitais você fica caricaturando o rural, era uma festa rural de um Brasil rural que agora urbanizou-se. O Brasil moderno que você conhece começa a nascer no século XX”.

Sobre a música, que é uma marca fortíssima do São João, especialmente com ritmos como o forró, o baião e o xote, Severino aponta as décadas de 1940 e 1950, a era do rádio, como o momento em que esses ritmos passam a ter fama e reconhecimento através da carreira de Luiz Gonzaga, que começou no Rio de Janeiro. 

“Vamo pegar o Baião. Luiz Gonzaga foi para o Rio de Janeiro, começa a tocar lá se torna um sanfoneiro famoso, mas quando começou ele tocava as músicas de lá, até que um dia alguém perguntou porque ele não tocava coisas de sua terra. Quando Luiz começou a tocar o que aprendeu com o pai foi modificando e adaptando o Sertão ao Rio de Janeiro e quando os nordestinos escutaram, se lembraram da sua terra”, disse ele. 

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Às vésperas de completar 55 anos do início da ditadura militar no Brasil e com a recomendação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para que a data seja comemorada pelos militares, brasileiros que foram torturados e exilados na época têm se posicionado e relatado o que passou. Nesta semana, o escritor Paulo Coelho, relatou em um artigo publicado no jornal americano The Washington Post o que fez quando esteve na iminência de ser torturado com choques elétricos.

Coelho conta que quando foi pego pelos agentes do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), em 28 de maio de 1974, pensou: “não posso morrer tão cedo”, e lembrou dos amigos que desapareceram após os interrogatórios do Dops.  

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“Sou levado para a sala de torturas, com uma soleira… Mandam que tire a roupa. Começa o interrogatório com perguntas que não sei responder. Pedem para que delate gente de quem nunca ouvi falar. Dizem que não quero cooperar, jogam água no chão e colocam algo no meus pés, e posso ver por debaixo do capuz que é uma máquina com eletrodos que são fixados nos meus genitais”, relata, dizendo que ali entendeu que passaria a levar choques.

“Eu digo que não precisam fazer isso, confesso o que quiser, assino onde mandarem. Mas eles não se contentam. Então, desesperado, começo a arranhar minha pele, tirar pedaços de mim mesmo. Os torturadores devem ter se assustado quando me veem coberto de sangue; pouco depois me deixam em paz”, acrescenta.

No fim do relato, o escritor ainda manda um recado para Jair Bolsonaro: “E são essas décadas de chumbo que o Presidente Jair Bolsonaro – depois de mencionar no Congresso um dos piores torturadores como seu ídolo – quer festejar nesse dia 31 de março”.

Confira a íntegra do relato:

28 de maio de 1974: um grupo de homens armados invade meu apartamento. Começam a revirar gavetas e armários – não sei o que estão procurando, sou apenas um compositor de rock. Um deles, mais gentil, pede que os acompanhe “apenas para esclarecer algumas coisas”. O vizinho vê tudo aquilo e avisa minha família, que entra em desespero. Todo mundo sabia o que o Brasil vivia naquele momento, mesmo que nada fosse publicado nos jornais.

Sou levado para o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), fichado e fotografado. Pergunto o que fiz, ele diz que ali quem pergunta são eles. Um tenente me faz umas perguntas tolas, e me deixa ir embora. Oficialmente já não sou mais preso: o governo não é mais responsável por mim. Quando saio, o homem que me levara ao DOPS sugere que tomemos um café juntos. Em seguida, escolhe um táxi e abre gentilmente a porta. Entro e peço para que vá até a casa de meus pais – espero que não saibam o que aconteceu.

No caminho, o táxi é fechado por dois carros; de dentro de um deles sai um homem com uma arma na mão e me puxa para fora. Caio no chão, sinto o cano da arma na minha nuca. Olho um hotel diante de mim e penso: “não posso morrer tão cedo.” Entro em uma espécie de catatonia: não sinto medo, não sinto nada. Conheço as histórias de outros amigos que desapareceram; sou um desaparecido, e minha última visão será a de um hotel. Ele me levanta, me coloca no chão do seu carro, e pede que eu coloque um capuz.

O carro roda por talvez meia hora. Devem estar escolhendo um lugar para me executarem – mas continuo sem sentir nada, estou conformado com meu destino. O carro para. Sou retirado e espancado enquanto ando por aquilo que parece ser um corredor. Grito, mas sei que ninguém está ouvindo, porque eles também estão gritando. Terrorista, dizem. Merece morrer. Está lutando contra seu país. Vai morrer devagar, mas antes vai sofrer muito. Paradoxalmente, meu instinto de sobrevivência começa a retornar aos poucos.

Sou levado para a sala de torturas, com uma soleira. Tropeço na soleira porque não consigo ver nada: peço que não me empurrem, mas recebo um soco pelas costas e caio. Mandam que tire a roupa. Começa o interrogatório com perguntas que não sei responder. Pedem para que delate gente de quem nunca ouvi falar. Dizem que não quero cooperar, jogam água no chão e colocam algo no meus pés, e posso ver por debaixo do capuz que é uma máquina com eletrodos que são fixados nos meus genitais.

Entendo que, além das pancadas que não sei de onde vêm (e portanto não posso nem sequer contrair o corpo para amortecer o impacto), vou começar a levar choques. Eu digo que não precisam fazer isso, confesso o que quiser, assino onde mandarem. Mas eles não se contentam. Então, desesperado, começo a arranhar minha pele, tirar pedaços de mim mesmo. Os torturadores devem ter se assustado quando me veem coberto de sangue; pouco depois me deixam em paz. Dizem que posso tirar o capuz quando escutar a porta bater. Tiro o capuz e vejo que estou em uma sala a prova de som, com marcas de tiros nas paredes. Por isso a soleira.

No dia seguinte, outra sessão de tortura, com as mesmas perguntas. Repito que assino o que desejarem, confesso o que quiserem, apenas me digam o que devo confessar. Eles ignoram meus pedidos. Depois de não sei quanto tempo e quantas sessões (o tempo no inferno não se conta em horas), batem na porta e pedem para que coloque o capuz. O sujeito me pega pelo braço e diz, constrangido: não é minha culpa. Sou levado para uma sala pequena, toda pintada de negro, com um ar-condicionado fortíssimo. Apagam a luz. Só escuridão, frio, e uma sirene que toca sem parar. Começo a enlouquecer, a ter visões de cavalos. Bato na porta da “geladeira” (descobri mais tarde que esse era o nome), mas ninguém abre. Desmaio. Acordo e desmaio várias vezes, e em uma delas penso: melhor apanhar do que ficar aqui dentro.

Quando acordo estou de novo na sala. Luz sempre acesa, sem poder contar dias e noites. Fico ali o que parece uma eternidade. Anos depois, minha irmã me conta que meus pais não dormiam mais; minha mãe chorava o tempo todo, meu pai se trancou em um mutismo e não falava.

Já não sou mais interrogado. Prisão solitária. Um belo dia, alguém joga minhas roupas no chão e pede que eu me vista. Me visto e coloco o capuz. Sou levado até um carro e posto na mala. Giram por um tempo que parece infinito, até que param – vou morrer agora? Mandam-me tirar o capuz e sair da mala. Estou em uma praça com crianças, não sei em que parte do Rio.

Vou para a casa de meus pais. Minha mãe envelheceu, meu pai diz que não devo mais sair na rua. Procuro os amigos, procuro o cantor, e ninguém responde ao meus telefonemas. Estou só: se fui preso devo ter alguma culpa, devem pensar. É arriscado ser visto ao lado de um preso. Saí da prisão, mas ela me acompanha. A redenção vem quando duas pessoas que sequer eram próximas de mim me oferecem emprego. Meus pais nunca se recuperaram.

Décadas depois, os arquivos da ditadura são abertos e meu biógrafo consegue todo o material. Pergunto por que fui preso: uma denúncia, ele diz. Quer saber quem o denunciou? Não quero. Não vai mudar o passado.

E são essas décadas de chumbo que o Presidente Jair Bolsonaro – depois de mencionar no Congresso um dos piores torturadores como seu ídolo – quer festejar nesse dia 31 de março.

A Ordem dos Advogados do Brasil e o Instituto Vladimir Herzog denunciaram o presidente Jair Bolsonaro na Organização das Nações Unidas (ONU) por recomendar que as Forças Armadas do país comemorassem o aniversário de 55 anos do início da ditadura militar. A informação é do site do UOL, publicada pelo colunista Jamil Chade.

De acordo com a publicação, o documento enviado para a ONU pelas entidades diz que existe uma "tentativa de modificar a narrativa do golpe de Estado de 31 de março de 1964 no Brasil" e que isso acontece por "instruções diretas do gabinete do presidente, desconsiderando as atrocidades cometidas". A denúncia cita também que outros membros do governo também apoiam a postura de Bolsonaro, como o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

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A carta ainda aponta que o uso do cargo de presidente para comemorar o período é "uma violação dos tratados aos quais o Brasil passou a fazer parte depois de retornar à democracia". Assim que a recomendação de Bolsonaro foi anunciada, a OAB e o Instituto divulgaram notas de repúdio.

A medida causou reação negativa entre políticos e entidades de todo o país. Capitão da reserva e com oito ministros de diversas patentes militares, Bolsonaro já afirmou que o Brasil não viveu uma ditadura nos 21 anos em que esteve sob o comando da classe.

Após as críticas, contudo, o presidente tentou amenizar o clima nessa quinta-feira (29) e disse que sua recomendação “não foi comemorar, foi rememorar, rever o que está errado, o que está certo e usar isso para o bem do Brasil no futuro".

A World Wide Web comemora seu 30º aniversário, mas as fake news e redes sociais estão atrasando sua entrada na maturidade, levando seu inventor, Tim Berners-Lee, a lançar uma campanha para "salvar a Web".

Esse jovem físico britânico havia imaginado em 1989 um "sistema descentralizado de gerenciamento de informações", que se tornou a certidão de nascimento da Web, enquanto trabalhava no Centro de Computação do Cern (organização europeia de pesquisa nuclear), perto de Genebra.

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Trinta anos depois, nada difere do velho escritório de Berners-Lee, exceto por uma placa comemorativa na entrada e um antigo anuário de Cern afixado na porta. Ao lado do nome Berners-Lee Timothy, alguém escreveu maliciosamente: "MOMENTANEAMENTE AUSENTE DO ESCRITÓRIO".

"Tim estava trabalhando muito, a luz sempre estava acesa em seu escritório", conta à AFP François Flückiger, que assumiu a direção técnica da Web no Cern após a saída de Berners-Lee do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, no final de 1994.

Tim Berners-Lee era responsável pelo anuário interno do Cern, mas, à margem de sua atividade, procurava permitir que milhares de cientistas em todo mundo compartilhassem remotamente suas pesquisas sobre o trabalho da organização.

- 'A história sendo escrita' -

"Desde o início, a dimensão global estava presente. Muito cedo tivemos a sensação de que a história estava sendo escrita", apesar de seu chefe ter descrito seu primeiro memorando sobre a Web como "vago", diz Flückiger.

Em 1990, o belga Robert Cailliau se juntou a Tim Berners-Lee para ajudar a promover sua invenção, que é baseada na linguagem HTML. Trata-se de um padrão que permite a criação de páginas web - o protocolo de troca de hipertexto HTTP -, o qual permite ao usuário solicitar e, em seguida, receber uma página da web - e URLs.

No final de 1990, Tim Berners-Lee tornou operacional o primeiro servidor e navegador da Web no Cern.

Do movimento #MeToo à denúncia de violações dos direitos humanos, esta rede permitiu que uma "enorme quantidade de atividade humana prosperasse", diz com entusiasmo Ian Milligan, professor especializado no estudo dos arquivos da Web na Universidade de Waterloo no Canadá.

Agora aposentado, Flückiger vê a Web como uma das três principais invenções do século XX que conduziram à sociedade digital (com a tecnologia IP e algoritmos de busca do Google).

Mas, com o "assédio digital, notícias falsas, histerização das multidões (...) perguntamo-nos se, finalmente, não criamos um monstro fora de controle", lamenta, observando com amargura a exibição de privacidade nas redes sociais e o domínio, na Web, de "crenças" sobre o "conhecimento".

Para Niels Brügger, diretor do Centro de Estudos da Internet na Dinamarca, "não é surpreendente que, uma vez que uma nova tecnologia seja disponibilizada para os usuários, eles começam a modificá-la e a desenvolvê-la para atender às novas necessidades".

- 'Golpistas e trolls' -

Em janeiro, o chefe da ONU, Antonio Guterres, pediu durante o Fórum Econômico Mundial em Davos uma regulamentação "suave" da Web, lamentando o fato de que os países a estão usando para violar os direitos humanos.

Tim Berners-Lee, ele próprio envolvido nesta luta para "salvar a Web", pede o lançamento em 2019 de um "Contrato para a Web", baseado no acesso para todos e no direito fundamental ao respeito pela privacidade.

Darkweb, cibercrime, fake news, roubo de dados pessoais nas redes sociais... Em um artigo publicado em 6 de dezembro pelo jornal "The New York Times", observou: "A Web foi sequestrada por golpistas e trolls".

A Web agora faz parte da vida cotidiana, mas em 1989 ninguém esperava seu nascimento.

Ainda que o Cern guarde poucas lembranças daquela época, além do primeiro memorando de Tim Berners-Lee e de seu computador, um NeXT, evitou que a Web caísse em mãos erradas.

Em 1993, a organização colocou o software da Web no domínio público, permitindo que qualquer pessoa, ou empresa, se apropriasse.

O destino decidiu de outra forma, graças também à ajuda de Flückiger, que, em 1994, decidiu lançar uma nova versão do software em código aberto. O Cern manteve os direitos autorais, mas conferiu a todos o direito perpétuo e irrevogável de usá-lo e modificá-lo livremente e sem custos. Um princípio usado desde o final de 1994 por Tim Berners-Lee e pelo MIT.

A Ferrero e os fãs do creme de avelã mais famoso do mundo celebram nesta terça-feira (5) o "Dia Mundial da Nutella". Na data, os fãs são convidados a compartilharem nas redes sociais as receitas com Nutella, inventada em 1963 pelo empresário Michele Ferrero.

A empresa italiana também mantém o site com uma série de jogos e conteúdo interativo, como vídeos de receitas, fotos, convites para festas, artigos para presentear e músicas inspiradas no creme.

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A iniciativa do "World Nutella Day" foi criada em 2007, pela blogueira americana Sara Rosso, que decidiu escolher um dia para reunir a comunidade apaixonada pela Nutella. No ano passado, a palavra Nutella foi mencionada a cada 0,5 segundo nas redes sociais no dia 5 de fevereiro.

Da Ansa

Para quem gosta de descobrir novos sabores durante o Ano Novo, o site italiano de passagens aéreas "Volagratis" preparou uma lista de bebidas típicas de nove países diferentes. Confira:

1. Singapore Sling - Cingapura

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O drink foi inventado por Ngiam Tong Boon, barista do Hotel de Cingapura. É feito com gim e servido em uma garrafa "highball", com uma fatia de abacaxi e uma cereja marrasquino.

2. Gim tônica - Índia

Conta-se que essa bebida foi criada na Índia, na época da colonização britânica. Os colonizadores atingidos pela malária se curavam com quinino, planta utilizada para preparar água tônica. Mas o sabor era muito amargo, e os britânicos tiveram a ideia de acrescentar gim à mistura.

3. Raki - Turquia

Produzido pela primeira vez nos anos 1600 e considerado bebida nacional, o raki é composto de aguardente aromatizado com anis.

4. Negroni "sbagliato" - Itália

Na versão "errada" do negroni, acrescenta-se espumante à mistura de vermute tinto e Campari. A versão foi criada pelo barman Mirko Stocchetto, do Bar Basso, em Milão.

5. Black Russian e White Russian - Bélgica

Apesar do nome, o coquetel foi criado na Bélgica, por Gustave Tops, em 1949, no Hotel Metrópole, de Bruxelas. A versão "Black" leva vodka, café e licor.

6. Irish Coffe - Irlanda

O "café irlandês" é uma bebida à base de café quente açucarado, whisky irlandês e um toque de chantilly. A invenção é da cidade de Foynes, onde era servida em bares do porto para esquentar as pessoas que ali chegavam.

7. Caipirinha - Brasil

Drink feito com cachaça, limão, açúcar e gelo, a caipirinha tem origens "humildes". Acredita-se que os habitantes do interior de São Paulo utilizavam a bebida para se curar de gripe.

8. Mojito - Cuba

O mojito é feito à base de rum, açúcar, suco de limão, folhas de hortelã verde e água gaseificada. Seu criador é Ángel Martínez, proprietário do bar "Bodeguita del Medio", ponto turístico de Havana.

9 - Manhattan - Nova York

Drink à base de whisky e vermute tinto de origem norte-americana.

Da Ansa

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