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A pandemia de Covid-19 completa nesta sexta-feira (11) dois anos, e o sobe e desce das curvas de casos e óbitos ao longo deste período teve dois fatores como protagonistas: as variantes e as vacinas. Se, de um lado, esforços para desenvolver e aplicar imunizantes atuaram no controle da mortalidade e na circulação do SARS-CoV-2, do outro, a própria natureza dos vírus de evoluir, adquirir maior poder de transmissão e escapar da imunidade fez com que as infecções retomassem o fôlego em diversos momentos. Moldada por essas forças, a pandemia acumula, em termos globais, quase 450 milhões de casos e mais de 6 milhões de mortes, além de 10 bilhões de doses de vacinas aplicadas e 4,3 bilhões de pessoas com duas doses ou dose única, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Integrante do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Raphael Guimarães explica que, ao se multiplicar, qualquer vírus pode evoluir para uma versão mais eficiente de si mesmo, infectando hospedeiros com mais facilidade. Quando a mutação dá ao vírus um poder de transmissão consideravelmente maior que sua versão anterior, nasce uma variante de preocupação.

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“O que a gente vive dentro de uma pandemia é uma guerra em que a gente está tentando sobreviver, e o vírus também está tentando”, resume Guimarães. “Cada vez que a gente dá a ele a chance de circular de forma mais livre e tentar se adaptar a um ambiente mais inóspito, o que ele está fazendo é tentar alterar sua estrutura para sobreviver.”

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, acrescenta que impedir que um vírus sofra mutações ao se replicar é impossível, porque isso é da própria natureza desses micro-organismos. Apesar disso, é possível, sim, dificultar esse processo, criando um ambiente com menos brechas para ele circular. E é aí que as vacinas cumprem outro papel importante.

“A gente pode reduzir esse risco aumentando a cobertura vacinal no mundo inteiro. A Ômicron apareceu na África, que é o continente com menor cobertura vacinal”, lembra ele. Enquanto Europa, Américas e Ásia já têm mais de 60% da população com duas doses ou dose única, o percentual na África é de 11%. “Se a gente conseguir equalizar a cobertura vacinal nos diferentes países, a gente tem um menor risco de ter uma variante aparecendo dessa forma”, diz Chebabo.

É unânime entre os pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil que, se as ondas de contágio podem ser relacionadas à evolução das variantes, o controle das curvas de casos e óbitos se deu com a vacinação. A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Flávia Bravo, afirma que é inegável o papel das vacinas na queda da mortalidade por Covid-19 ao longo destes dois anos.

“No início, vacinaram-se os idosos mais velhos, para depois ir descendo por idade e para pacientes com comorbidades. E, se olhar no miúdo a interferência da vacina no número de mortes, fica evidente, a partir da vacinação desse grupo das maiores vítimas, uma queda coincidindo com o aumento da cobertura”, avalia ela, que também resume a pressão das variantes no sentido contrário, aumentando os casos: “Começamos no Brasil com a cepa original, depois a Gama começou a predominar, foi substituída pela Delta, veio a Ômicron, e esse balanço nas nossas curvas foi acompanhando justamente essas novas variantes que foram se espalhando pelo mundo.”

A pediatra considera que problemas na disponibilidade de vacinas no início da imunização e a circulação de variantes também levaram o Brasil a ser um dos países mais afetados pela pandemia de Covid-19, com mais de 650 mil mortes causadas pela doença, o segundo maior número de vítimas do mundo, e uma taxa de 306 mortes a cada 100 mil habitantes, a segunda maior proporção entre os dez países que mais tiveram vítimas da doença.

“Se a vacinação tivesse começado mais cedo e com uma oferta de doses maior desde o início, com certeza o panorama que a gente vivenciou teria sido diferente. Mas, ainda que tenhamos atrasado o início e a disponibilidade de doses também tenha demorado, chegamos a coberturas tão boas ou até melhores que muitos países, inclusive com esquema completo”, afirma a diretora da SBIm. 

Variantes de preocupação

Desde que o coronavírus original começou a se espalhar, a OMS classificou cinco novas cepas como variantes de preocupação. Mais sete chegaram a ser apontadas como variantes sob monitoramento ou variantes de interesse, mas não reuniram as condições necessárias para justificarem o mesmo nível de alerta. Para que as mutações genéticas do vírus sejam consideradas de preocupação, elas devem ter características perigosas, como maior transmissibilidade, maior virulência, mudanças na apresentação clínica da Covid-19 ou diminuição da eficácia das medidas preventivas.

O padrão de batizar as variantes com letras do alfabeto grego foi uma alternativa adotada pela OMS para evitar que continuassem sendo identificadas por seu local de origem, como chegou a acontecer com a Alfa, a que veículos de comunicação se referiam frequentemente como variante britânica. Associar uma variante a um país ou região pode gerar discriminação e estigmas, justifica a organização, que acrescenta que essa nomenclatura também simplifica a comunicação com o público e é fácil de pronunciar em vários idiomas.

Gama

Virologista e coordenador da Vigilância Genômica de Viroses Emergentes da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca coordenou o trabalho que confirmou a existência da variante Gama, a que teve maior impacto na mortalidade da Covid-19 no Brasil. Ele explica que, ao longo do tempo, o coronavírus adquiriu maior transmissibilidade ao acumular mutações que permitiram o escape de anticorpos, aumentaram a replicação e facilitaram a entrada nas células.

Com essas vantagens, as variantes Alfa e Beta causaram aumentos de casos e óbitos em outros países, mas não chegaram a se disseminar a ponto de mudar o cenário epidemiológico no Brasil. Por outro lado, o pior momento da pandemia no país, nos primeiros quatro meses do ano passado, está diretamente ligado à variante Gama. 

"A Gama foi o nosso grande terror, porque foi o surgimento de uma variante de preocupação aqui antes que a gente tivesse iniciado a vacinação. Até a gente conseguir avançar, ela já tinha se espalhado". 

A disseminação da variante Gama causou colapso no sistema de saúde do Amazonas entre o fim de dezembro e janeiro de 2021. A sua disseminação pelo país levou à lotação das unidades de terapia intensiva em praticamente todos os estados ao mesmo tempo. O cenário continuou a se agravar até março e abril de 2021, quando a média móvel de mortes por Covid-19 teve picos de mais de 3 mil vítimas diárias. Em 17 de março, a Fiocruz classificou a situação como o maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil.

Iniciada em 17 de janeiro, a vacinação no Brasil ainda estava em estágio inicial durante a disseminação da variante Gama, e, quando o pico de óbitos foi atingido, menos de 15% da população tinha recebido a primeira dose. À medida que a vacinação dos grupos prioritários avançava, porém, a média móvel de mortes começou a cair no Brasil a partir de maio de 2021, e instituições como a Fiocruz chegaram a apontar uma queda na média de idade das vítimas de Covid-19, uma vez que os mais velhos tinham cobertura vacinal maior que adultos e jovens.

Delta

Enquanto a curva da variante Gama descia no Brasil em maio, a variante Delta mostrava seu poder de transmissão na Índia desde abril e levava a outra situação de colapso que alarmava autoridades de saúde internacionais. Segundo dados da OMS, mais de 100 mil indianos morreram de Covid-19 somente em maio, e a organização declarou a Delta uma variante de preocupação no dia 11 daquele mês. 

A variante Delta se espalhou e diversos países como Indonésia, Estados Unidos e México tiveram altas na mortalidade entre julho e agosto. No Brasil, a vacinação dos grupos de risco e a recente onda da variante Gama produziram o que os pesquisadores chamam de imunidade híbrida. 

"É a imunidade das vacinas somada à imunidade da infecção natural", explica o virologista. "O problema da imunidade natural é que milhares de pessoas morreram. Não é algo que a gente possa pensar como uma estratégia, mas aconteceu. A gente não viu nem de perto o que aconteceu com a Gama acontecer com a Delta."

Ômicron

Apesar disso, a variante Delta substituiu a Gama como a principal causadora dos casos de Covid-19 no país ao longo do segundo semestre de 2021, e manteve esse posto até que fosse derrubada pela Ômicron. A última variante de preocupação catalogada, até então, teve seus primeiros casos identificados no Sul da África em novembro de 2021, e, a partir da segunda quinzena de dezembro, países de todos os continentes registraram um crescimento de casos em velocidade sem precedentes. Ao longo de todo o mês de janeiro de 2022, o mundo registrou mais de 20 milhões de casos de Covid-19 por semana, enquanto o recorde anterior era de quase 5,7 milhões por semana, segundo a OMS.

Entre todas as variantes, a Ômicron é a que acumula mais mutações, garantindo uma capacidade de contágio muito maior que as demais. Além disso, explica Fernando Naveca, também é a mais capaz de escapar das defesas imunológicas, causando reinfecção e infectando pessoas vacinadas, ainda que sem gravidade em grande parte das vezes. Diferentemente da Gama, a variante supertransmissível encontrou um cenário de vacinação mais ampla, com mais de 60% da população brasileira com duas doses e dose única, e grupos de risco já com acesso à dose de reforço. 

Antes da variante Ômicron, o recorde na média móvel de novos casos de Covid-19 no Brasil era de 77 mil por dia. Entre 20 de janeiro e 20 de fevereiro de 2022, porém, o país repetiu dia após dia uma média móvel de mais de 100 mil casos diários, chegando a quase 190 mil casos por dia no início de fevereiro, segundo dados do painel Monitora Covid-19, da Fiocruz. Cidades como o Rio de Janeiro registraram, somente no mês de janeiro de 2022, mais casos de Covid-19 que em todo o ano de 2021, quando as variantes Gama e Delta eram as dominantes.

Ainda que o número de mortes tenha subido com o pico da variante Ômicron, a média móvel de vítimas não superou os mil óbitos diários nenhuma vez em 2022, enquanto, em 2021, todos os dias entre 24 de janeiro e 30 de julho tiveram média de mais de mil mortes. Essa diferença tem relação direta com a cobertura vacinal atingida pelo país, que já tem 73% da população com duas doses ou dose única e 31% com dose de reforço. 

"Felizmente, tivemos um pico absurdo de casos que não se refletiu em um número tão alto de casos graves. Então, a não ser que surja outra variante, a gente deve viver um período mais tranquilo, porque tivemos muita vacinação e um pico grande da Ômicron. Isso deve nos ajudar a ter uma queda de casos", espera o pesquisador.

A Administração de Fernando de Noronha confirmou mais três casos de transmissão local da Covid-19 nessa terça-feira (30). Desde o início da pandemia, a ilha já perdeu cinco moradores em razão do vírus.

Com o aumento de infectados, Noronha acompanha 18 pacientes em quarentena domiciliar. Ao todo, 715 casos foram registrados, sendo 633 em moradores e 82 em turistas.

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O comunicado também informa que mais um paciente se recuperou da infecção e soma às 692 curas clínicas identificadas na ilha.

 

Mais duas pessoas testaram positivo para a Covid-19 em Fernando de Noronha, que atingiu 653 notificações de pessoas com a doença nessa quarta-feira (28). Com três óbitos confirmados, atualmente a ilha acomoda 12 pacientes e acompanha mais um internado no Recife.

O acúmulo de casos é dividido entre 571 contaminações locais e 82 consideradas importadas. Desse total, 637 pessoas conseguiram se recuperar do vírus.

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Todos os pacientes estão em isolamento domiciliar, exceto um caso mais grave que foi transferido para um hospital de referência na capital pernambucana.

Nessa quinta-feira (25), Fernando de Noronha não registrou nenhum caso da Covid-19 e avança com a taxa de recuperados. Com apenas dois óbitos da infecção que já matou mais de 303 mil pessoas no Brasil, a ilha segue aberta com protocolo sanitário para turistas.

Ao invés de notificar novos contaminados nas últimas 24h, o boletim foi positivo e informou que mais três pacientes se recuperaram do vírus. Atualmente, Noronha acomoda apenas sete pacientes em quarentena e totaliza 582 curados.

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Desde o início da pandemia já foram confirmados 591 casos da novo coronavírus na região, sendo 509 de transmissão local e 82 considerados casos importados, calcula a Administração.

Com a confirmação de duas mortes pela Covid-19, a pandemia segue em crescente em Fernando de Noronha e já contaminou mais quatro pessoas. De acordo com o informe emitido na noite dessa terça-feira (9), 61 pacientes ainda buscam a recuperação e outros três foram transferidos para hospitais do Recife.

Desde o início da pandemia, a ilha já registrou 482 casos da doença, sendo 400 notificações consideradas locais e 82 importadas. O boletim ainda ressalta mais sete curas clínicas, que aumentaram o quantitativo de recuperados para 416, calcula a Administração.

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O Natal da Vila, festa realizada por Carlinhos Maia no dia 19 de dezembro, em Alagoas, rendeu bastante críticas ao influenciador devido a aglomeração em plena pandemia. Mesmo com o alto índice de contaminação pelo coronavírus, o evento reuniu centenas de pessoas, entre profissionais e convidados famosos.

Nesta sexta-feira (25), o colunista do UOL Erlan Bastos noticiou que 47 pessoas que trabalharam na festa testaram positivo para o coronavírus; duas delas estariam na UTI. O colunista também apurou que não foi feita testagem em todos que participaram do evento.

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A influenciadora Mileide Mihaile era uma das convidadas do Natal da Vila e revelou nessa quinta-feira (24) que testou positivo para a Covid-19. "Estou me resguardando, o importante é que estou me sentindo muito bem. Estou super assistida, bem cuidada, mas isolada. Neste Natal, vou sentir o amor de longe e pelo vidrinho da minha varanda".

Após a festa, Carlinhos Maia chegou a rebater as críticas e disse que recebeu todas as autorizações necessárias para realizar a festa. “Aglomerar é errado do começo ao fim, mas não dá pra gente tapar os olhos para uma classe que não está trabalhando. O mínimo que a gente pode fazer é seguir o protocolo e fazer dentro do permitido. Está errado do começo ao fim, mas melhor que fazer uma coisa na hipocrisia e ficar fingindo por trás das câmeras”.

Mais quatro moradores de Fernando de Noronha e um turista testaram positivo para a Covid-19, informa o boletim emitido nesse domingo (22). Sem óbitos da doença, 174 pacientes já foram notificados desde o início da pandemia.

Os nativos cumprem quarentena em suas casas, já o turista está isolado em uma pousada. Do total de casos, a Administração indica que 111 pacientes são provenientes de contaminação local, enquanto 63 casos foram importados.

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A Administração comemora mais três curas clínicas, mas destaca que 24 pessoas ainda estão em recuperação. Ao todo, 150 pacientes venceram a Covid-19 em Noronha.

Quatro funcionários de uma pousada em Fernando de Noronha foram confirmados com Covid-19, nessa quarta-feira (18). Com o aumento diário de casos, o quantitativo de contaminados subiu para 162, desde o início da pandemia.

Os novos infectados apresentaram sintomas leves da doença e já cumprem quarentena domiciliar. Sem registro de mortes relacionadas ao novo coronavírus, a Administração calcula que 101 contaminações foram locais, enquanto 61 casos foram importados.

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Ao todo, 146 pacientes apresentaram a cura clínica e outros 16 seguem em recuperação.

 

Na reta final da campanha, Donald Trump voltou a ser assombrado pela pandemia. Apesar de dizer que a vitória sobre o vírus está próxima, ele vem sendo desmentido pela realidade. Nesse domingo, quando ensaiava ataques a Joe Biden, a crise voltou a bater na porta da Casa Branca: cinco assessores de seu vice, Mike Pence, testaram positivo para Covid e seu próprio chefe de gabinete, Mark Meadows, reconheceu que o governo não vai controlar a pandemia.

Atrás nas pesquisas, a nove dias da eleição, e tendo de enfrentar um novo surto de Covid - os EUA vêm registrando mais de 80 mil novos casos por dia -, Trump vem cruzando o país tentando impor sua narrativa, defendendo seu legado econômico e atacando o rival democrata, descrito ora como um radical de esquerda, ora como um político fracassado.

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Ontem, porém, a Casa Branca voltou a ser criticada por não proteger seus próprios funcionários. Marc Short, chefe de gabinete de Pence, um dos assessores mais próximos do vice-presidente, que foi visto recentemente ao lado dele em várias ocasiões, foi diagnosticado com covid - outros quatro da equipe também foram contaminados.

Outros quatro assessores também testaram positivo. O vice-presidente, no entanto, manteve a agenda de campanha e não cumpriu isolamento social - como recomenda o protocolo estabelecido por agências do próprio governo americano. De acordo com Devin O’Malley, porta-voz de Pence, o vice-presidente e sua esposa, Karen Pence, fizeram exames e não estão com coronavírus. Segundo O’Malley, o trabalho de Pence é considerado "essencial", por isso ele não entrou em quarentena.

Inicialmente, Mark Meadows, chefe de gabinete da Casa Branca, tentou esconder as informações sobre a equipe de Pence. "Compartilhar informações pessoais não é algo que a gente deva fazer, não é algo que fazemos. A menos que seja o vice-presidente, o presidente ou alguém muito próximo deles, quando há pessoas em risco", disse Meadows em entrevista ao jornalista Jake Tapper, no programa State of the Union, da CNN.

Pressionado, Meadows voltou a comparar a Covid-19 à gripe comum, um argumento usado por Trump, mesmo depois de ter sido hospitalizado com a doença que matou mais de 220 mil americanos. "Não vamos controlar a epidemia, vamos controlar o fato de que podemos ter vacinas, tratamentos e outras formas de aliviá-la. O vírus é contagioso como uma gripe."

As críticas a Pence vieram de todos os lados - e não somente de democratas. Chris Christie, ex-governador republicano de New Jersey, disse ontem ao programa This Week, da rede ABC, que ficou surpreso com a decisão do vice-presidente de continuar a campanha mesmo após testes positivos de cinco assessores. "Todo mundo deveria colocar a saúde das pessoas em primeiro lugar", disse Christie. "Você tem de se manter isolado de todos e estou um pouco surpreso com isso."

Biden aproveitou a sequência de notícias para acusar Trump de se "render à pandemia". "Não foi um deslize de Meadows (chefe de gabinete), foi um reconhecimento sincero da estratégia do presidente Trump desde o início da crise: agitar a bandeira branca da derrota e esperar que, ignorando-a, o vírus simplesmente vá embora", disse o democrata. "Ele não foi embora e não irá."

Vivendo uma terceira onda de infecções, principalmente em Estados do Meio-Oeste e centro-norte dos EUA, a crise deve dominar o noticiário até o dia da eleição, na semana que vem. Na sexta-feira, os americanos registraram seu maior número diário de casos de coronavírus desde o início da pandemia, com pelo menos 82,6 mil novas infecções - mais do que o estabelecido durante o pico de casos em julho.

A onda atual é mais espalhada territorialmente do que as anteriores A disseminação geográfica torna o vírus mais perigoso, uma vez que pode causar uma escassez de equipes médicas e suprimentos. Os hospitais já estão relatando a falta de medicamentos básicos necessários para tratar o Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. "Uma maneira de superar as ondas anteriores foi movimentando os profissionais de saúde. Isso não é possível agora, porque o vírus está surgindo em todos os lugares", disse Eleanor Murray, epidemiologista da Universidade de Boston. (Com agências internacionais)

A Itália registrou nesta quarta-feira (14) o maior número de novos casos do coronavírus Sars-CoV-2 em um único dia desde o início da pandemia.

De acordo com boletim atualizado do Ministério da Saúde, foram confirmados 7.332 diagnósticos positivos em 24 horas, superando os 6.557 contabilizados em 21 de março, quando o país atravessava o pico da crise sanitária.

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A diferença entre os dois momentos é a letalidade do Sars-CoV-2: naquele 21 de março, a Itália teve 793 mortes causadas pelo vírus, contra 43 desta quarta-feira. Ainda assim, este é o maior número de óbitos para um único dia desde 20 de junho, quando foram registradas 49 vítimas.

Segundo o Ministério da Saúde, o país contabiliza agora 372.799 casos e 36.289 mortes desde o início da pandemia. Em apenas 14 dias, a Itália já soma 57.943 contágios em outubro e supera os totais dos meses de maio (27.556), junho (7.811), julho (6.997), agosto (21.702) e setembro (45.622). Março e abril tiveram 104.664 e 99.671 diagnósticos positivos, respectivamente.

O crescimento das infecções, no entanto, também pode ser explicado pela melhora da capacidade de processamento de exames moleculares para o Sars-CoV-2, o chamado RT-PCR. De acordo com o Ministério da Saúde, foram concluídos 152.196 testes nesta quarta-feira, número recorde, contra os 26.336 de 21 de março.

Médias móveis

O balanço desta quarta-feira fez a média móvel de casos em sete dias subir para 5.552, cifra 215% maior que a registrada duas semanas atrás. Também é o maior índice desde 28 de março (5.556) - o pico ocorreu dois dias antes, com 5.643.

A média móvel de óbitos subiu para 33, alta de 68% na comparação com 14 dias atrás. Esse é o maior valor desde 24 de junho, com 37, mas ainda está longe da média de 814 mortes registrada em 2 de abril, recorde até agora.

O país também contabiliza 244.065 pacientes curados e 92.445 casos ativos, maior cifra desde 5 de maio (98.467), ainda antes do fim do lockdown. Do total de pessoas com contágios ativos, 539 estão internadas em UTIs, 25 a mais que na terça-feira.

Lockdown

Com a chegada da segunda onda da pandemia, começa a ganhar força o debate sobre um possível restabelecimento do lockdown na Itália, que já ficou em quarentena nacional de 10 de março a 18 de maio.

O governo, até o momento, descarta a hipótese de instituir um novo lockdown, mas já deixou claro que eventuais medidas restritivas dependerão da evolução da curva epidemiológica e do comportamento dos cidadãos.

Um dos mais renomados virologistas do país, Andrea Crisanti, propôs nesta quarta-feira a instituição de um lockdown durante o Natal. Isso ajudaria a achatar a curva de transmissão em um período de intensa circulação de pessoas, mas também seria um novo golpe nas já combalidas indústrias do turismo e do comércio.

"Acredito que um lockdown no Natal esteja na ordem do dia. Poderíamos reiniciar o sistema, reduzir a transmissão do vírus e aumentar o rastreamento de contatos", explicou Crisanti, professor da Universidade de Pádua.

Da Ansa

Neste sábado (3), a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) divulgou o detalhamento dos casos de covid-19 no estado. De acordo com o boletim, um total de 21.959 profissionais de saúde já se contaminaram com a doença. Assim, o número de profissionais de linha de frente contaminados é superior, para se ter uma ideia, à população de 85 dos 185 municípios do estado.

Segundo a SES-PE, foram testados outros 36.549 profissionais de saúde, que testaram negativo para a doença. O dado compreende profissionais de todas as unidades de saúde, sejam da rede pública (estadual e municipal) ou privada.

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Pernambuco registrou, neste sábado, 612 novos casos da covid-19, sendo 22 (3,6%) de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e os outros 590 (96,4%) leves. Também foram notificadas mais 19 óbitos (sendo 7 do sexo feminino e 12 dosexo masculino). Os novos óbitos confirmados são de pessoas residentes nos municípios de Cabo de Santo Agostinho (4), Canhotinho (1), Caruaru (1), Catende (1), Glória do Goitá (1), Jaboatão dos Guararapes (2), Mirandiba (1), Olinda (2), Recife (3), Sanharó (1), Vicência (1), Vitória de Santo Antão (1).

Com isso, o Estado totaliza 8.318 mortes pela doença e um total de  149.349 casos confirmados, sendo 26.357 graves e 122.992 leves. Até agora, foram registrados 129.516 pacientes recuperados.

Mais dois casos da Covid-19 foram confirmados em Fernando de Noronha nessa quinta-feira (6). Os novos contaminados cumprem isolamento e chegaram à ilha no voo de moradores da semana passada, informa a administração.

Com o acréscimo de casos, subiu para sete o número de pacientes infectados Noronha. Das 68 amostras em investigação, a administração aguarda o resultado de 14 exames de possíveis contaminados.

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Não foram registradas morte em decorrência da pandemia no arquipélago. Ao todo, 91 pessoas já foram acometidas pela doença e 84 conseguiram se recuperar.

Mais dois pacientes foram curados da Covid-19 em Fernando de Noronha. Com a atualização, ainda restam cinco contaminados na ilha, de acordo com o boletim divulgado nessa quarta-feira (5).

A administração aguarda o resultado de 68 amostras enviadas ao Recife para análise. Mesmo com a letalidade da doença, Noronha segue sem óbitos e já registrou 84 recuperações. Ao todo, 89 casos foram confirmados desde o início da pandemia.

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Neste sábado (4), mais 1.095 pessoas foram confirmadas com novo coronavírus em Pernambuco. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) exclarece que 894 pacientes foram considerados leves, enquanto 201 enquadram-se como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Ao todo, o estado atingiu 63.457 notificações.

O boletim epidemiológico ainda informa que 48 pessoas morreram em razão da Covid-19. Dessas, 27 ocorreram entre o dia 25 de abril e 30 de junho, enquanto outras 21 ocorreram neste mês. Com a atualização, Pernambuco já teve 5.116 vítimas fatais.

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Após zerar os casos de Covid-19, a chegada de 12 profissionais contaminados assombrou os nativos com a possibilidade de um novo surto em Fernando de Noronha. Nessa segunda-feira (18), populares organizaram um protesto para pedir a retirada dos infectados da Ilha.

Embora apresentem um quadro assintomático, todos os servidores que contraíram o vírus retornam em voo fretado para o Recife até esta quinta-feira (21). Segundo a administração do arquipélago, antes de embarcar para Fernando de Noronha, todos os passageiros se submeteram a testes do novo coronavírus. Já na Ilha, eles aguardaram o resultado dos exames em isolamento.

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Os contaminados fazem parte do grupo com 31 servidores que desembarcou em Noronha no último domingo (17). Eles atuam em área essenciais como abastecimento de água e telefonia, e foram acionados para substituir profissionais que precisaram retornar ao continente.

Apontada como referência na contenção do novo coronavírus, a ilha conseguiu zerar os casos e recuperar os 28 pacientes que haviam sido diagnosticados. Seguia em análise a suspeita de cinco casos, no entanto, todos foram descartados.

Mais 10 casos do novo coronavírus foram confirmados em Fernando de Noronha. Ao todo, a ilha já soma 24 infectados, 69 descartados e segue com 45 casos em investigação.

Segundo a Administração, os novos pacientes são seis homens e quatro mulheres, com idades entre 37 e 42 anos. Pessoas que mantinham contato com eles também vão passar por exames para descobrir se contraíram a Covid-19.

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Do total de contaminados, apenas um homem, de 43 anos, está internado no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, localizado no Centro do Recife. Os demais seguem em isolamento domiciliar, no próprio arquipélago.

Como medida preventiva, um carro de som e informes na rádio local reforçam a necessidade de ficar em casa. Um hospital de campanha também está sendo erguido na Escola Arquipélago, para atender a população com seis leitos.

Desde o domingo (5), o desembarque no Aeroporto Wilson Campos está proibido. O prazo foi estipulado em 15 dias, mas a data para a liberação pode ser reavaliada. Apenas profissionais que prestam serviços essenciais ainda podem desembarcar, mas precisam passar por um período obrigatório de sete dias de quarentena.

Doze crianças, com idades até nove anos, foram diagnosticadas com o novo coronavírus no Ceará. A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) apontou que quatro meninas e um menino infectados têm menos de um ano. Os demais pacientes infantis são quatro garotos e três garotas.

Sem óbitos de crianças confirmados no Ceará, desde o dia 19 de março o Estado vem ampliando o número de confirmações da Covid-19 na faixa etária. Mesmo fora do grupo de risco, a preocupação recai no fato dos pequenos poderem transmitir o vírus. Desse modo, o isolamento domiciliar também é recomendado, sobretudo para evitar o contágio aos idosos e pessoas que apresentem comorbidades.

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Quase 700 pessoas, a maioria crianças, contraíram recentemente o vírus da aids (HIV) no sul do Paquistão, algumas das quais foram contaminadas por seringas usadas, informaram neste domingo autoridades da saúde.

Um total de "681 pessoas, incluindo 537 crianças com entre dois e 12 anos, testaram positivo para o HIV (...) em Ratodero", um subdistrito da província de Sindh (sul), disse Zafar Mirza, conselheiro da Saúde do primeiro-ministro Imran Khan, em uma coletiva de imprensa.

"O uso de seringas usadas pode ser uma das causas da disseminação da doença", acrescentou ele, explicando que mais de 21 mil pessoas foram submetidas a exames nessa região.

"O primeiro-ministro Imran Khan anunciará medidas drásticas para prevenir a doença assim que determinarmos a causa exata de sua disseminação", explicou Zafar Mirza.

Os investigadores dizem que um pediatra soropositivo pode estar na origem da contaminação em Ratodero. Preso, ele nega ter deliberadamente inoculado o vírus em seus pacientes.

Com cerca de 20 mil novos casos de pessoas soropositivas em 2017, o ritmo de disseminação da aids no Paquistão é o segundo mais rápido na Ásia, segundo estatísticas da ONU.

Equipes do Procon e da Vigilância Sanitária apreenderam, nesta quinta-feira (21), lençóis de solteiro suspeitos de contaminação, em loja Narciso Enxovais, no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. As peças serão encaminhadas ao Instituto de Criminalística para avaliação, enquanto o caso também será levado à Delegacia do Consumidor para abertura de inquérito policial. A ação aconteceu depois de denúncia de uma consumidora que se deparou com uma etiqueta suspeita em peça que comprou.

"Fiz a compra no sábado. Ontem, quando fui lavar, encontrei um esparadrapo escrito 'contaminado'. Meu filho me mandou soltar o lençol na mesma hora, dizendo que não sabíamos que tipo de contaminação poderia ser essa e me alertando para um caso similar, que aconteceu em Santa Cruz do Capibaribe. Na época, suspeitavam que a mercadoria tratava-se de lixo hospitalar", disse Maria de Fátima Cândido.

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Na hora, eu só pensava no dinheiro que tinha perdido. Meu filho foi quem me instruiu e me fez entender a gravidade da situação. Graças a Deus, eu lavo as roupas antes de usá-la, mas e as pessoas que não fazem isso? E os tantos analfabetos que podem ter comprado um lençol desse e nem souberam o que estavam adquirindo? Estou satisfeita com a resposta rápida e eficiente do Procon municipal", ressaltou.

De acordo com o coordenador de Fiscalização do Procon de Jaboatão, Erik Gondim, em caso de comprovação da suspeita de contaminação, o estabelecimento pode pagar multa de mais de R$3 milhões. Ainda segundo Gondim, as peças apreendidas apontam à existência de resíduos, já que contêm marcas suspeitas e até etiqueta de contaminação.

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"O material apreendido aponta a existência de resíduos. Nós não podemos afirmar que resíduos são estes e nem a origem deles, mas tudo será encaminhado para o Instituto de Criminalística, para que lá seja avaliado se essas substâncias apresentam risco ao consumidor e, caso a resposta seja afirmativa, que riscos são esses”, disse Erik Gondim.

“Por cautela, apreendemos o produto e encaminharemos para a Delegacia do Consumidor. A partir daí, deve ser instaurado um inquérito para que esse material seja encaminhado para a perícia. O papel do Procon nesse trâmite é fiscalizar”, finalizou.

Denúncias

Para registrar uma reclamação ou denúncia, o consumidor do Jaboatão deve procurar o Procon municipal por meio do telefone 973237953.

Por Miguel Inácio

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