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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, adiantou nesta quinta-feira (16) que o governo anunciará novas medidas de combate à desigualdade racial no próximo dia 21 de março, quando a criação da Secretaria de Políticas de Promoção para a Igualdade Racial (Seppir) completará 20 anos. A secretaria foi criada no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula Silva, em 2003, após demanda histórica do movimento negro.

Anielle Franco ministrou aula inaugural do semestre letivo na Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz), na tarde desta quinta-feira, no campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro.

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Segundo a ministra, no próximo dia 21 haverá uma comemoração no Palácio do Planalto em que serão anunciadas medidas para aumentar a presença de mulheres negras no serviço público federal; será instituída uma coordenação de saúde da população negra junto ao Ministério da Saúde e também serão tituladas seis terras de povos quilombolas que aguardam a regularização há mais de 20 anos.

"É um processo muito longo a titulação das terras quilombolas. É um processo que vai e volta, e as famílias estão se perdendo. A ancestralidade está lá, mas as terras estão indo embora. A memória dessas mulheres negras e desse povo está indo embora, porque não titula", disse a ministra.

Além de titulações e indenizações, a ministra prometeu ações de educação e cultura ainda junto a comunidades quilombolas nos primeiros 100 dias do governo, e lembrou que esse é um pedido do presidente Lula.

O ministério também anunciará, em parceria com as pastas do Esporte e da Justiça, a criação de um Grupo de Trabalho de Combate ao Racismo nos Esportes. "É inadmissível o que o Vini Jr. está passando na Espanha, mas o que todo mundo passa aqui também, e a gente sabe como é”.

Marielle

Em discurso a alunos, professores e servidores da ENSP/Fiocruz, a ministra Anielle Franco relembrou os primeiros momentos após o assassinato de sua irmã, a vereadora Marielle Franco, que completou 5 anos na terça-feira (14).

"A gente não pode esquecer que a Mari foi vítima de um feminicídio político", disse a ministra. "Eu jamais vou perdoar. Nunca vou perdoar terem olhado para aquela mulher discursando e não terem nunca pensado em ter uma segurança pra ela. Nunca na minha vida eu vou aceitar isso".

Anielle Franco afirmou que somente após um crime cruel como esse houve a noção de que mulheres negras na política também deveriam ter segurança. Ela reforçou que essas mulheres são vítimas de violência política há anos, e que estudos conduzidos pelo Instituto Marielle Franco em 2020 e 2021 mostraram que esses casos são recorrentes.

"A Marielle precisou morrer, ser assassinada do jeito que foi, cruelmente, para que outras pessoas ganhassem segurança privada, carro blindado e tivessem a noção de que as políticas mulheres negras precisam de segurança também, além dos homens brancos".

A ministra também lembrou o momento em que foi convidada pelo presidente Lula para estar à frente da pasta da Igualdade Racial e disse que conversou com outras mulheres negras que são referência em sua vida, como a deputada Benedita da Silva e as ativistas Lúcia Xavier e Jurema Werneck, assim que recebeu a proposta.

"Eu não quero entregar só simbologia. Eu tenho orgulho de ser irmã dela. Mas eu tenho que entregar trabalho", disse.

No dia a dia em Brasília, a ministra disse que ainda é atacada, especialmente no Congresso Nacional, onde outras políticas negras também sofrem ofensas.

"Nenhuma Câmara, nem em Brasília nem em nenhum lugar, é historicamente desenhada para mulheres. A Talíria [Petroni, deputada federal] foi lá com filho no colo e não tinha um lugar para trocar a fralda do menino. Não é desenhado pra gente. A Erika Hilton [travesti, deputada federal] estava lá, lindíssima, mas o tempo inteiro que ela passa e as pessoas afrontam chamando ela de coisas horrorosas. Se eu entro, porque o Executivo tem que construir com o Legislativo e vice-versa, eu sou atacada. Não vai ser fácil a gente reconstruir", disse.

O governador reeleito Romeu Zema (Novo) foi escalado para coordenar a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Minas Gerais no segundo turno. A decisão foi anunciada pelo candidato a vice-presidente General Braga Netto (PL) nas redes sociais após uma agenda no Estado ao lado de Zema e de deputados e prefeitos aliados.

"Presidente @jairbolsonaro define governador reeleito @RomeuZema como coordenador da campanha presidencial em Minas Gerais #Bolsonaro22", escreveu Braga Netto. O vice ficou responsável por mobilizar apoio à reeleição do presidente no Estado. No primeiro turno deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 48,29% dos votos em Minas e Bolsonaro, 43,60%.

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A entrada de Zema na campanha presidencial de Bolsonaro representa um elemento novo no segundo turno. Até a primeira rodada, o governador, historicamente aliado ao presidente, se manteve neutro e evitou sinalizar apoio com receio de que a alta rejeição do chefe do Executivo contaminasse seu projeto de reeleição.

Dois dias após ser eleito, Zema não só anunciou apoio público a Bolsonaro, como embarcou na campanha e endossou as críticas ao PT. O governador tem feito reiterados ataques às gestões petistas em Minas, quando Fernando Pimentel esteve à frente do Executivo estadual. Ele também prometeu mobilizar prefeituras e usar a capilaridade da Associação Mineira de Municípios (AMM) em prol da reeleição do presidente.

Nesta sexta-feira (14), Bolsonaro e Zema irão se encontrar com prefeitos filiados à AMM, entidade que contempla 786 cidades do Estado. O presidente da associação, Marcos Vinícius Bizarro (PSDB), que também é prefeito do município Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, anunciou apoio público à reeleição do presidente. Em vídeo publicado no Twitter, ao lado de Zema e Bolsonaro, Bizarro disse que esse é "um encontro que a gente está pensando na gestão pública, e é isso que a gente quer."

A campanha de Bolsonaro aposta em uma virada de Bolsonaro em Minas com a mobilização de Zema e de uma rede de prefeitos. A avaliação de aliados do chefe do Executivo é que apoios regionais valem mais na eleição do que o endosso de partidos ou de ex-candidatos à Presidência como Simone Tebet (MDB), que decidiu fazer campanha para Lula.

Na semana passada, Zema subiu no palanque com o presidente em ato político na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O chefe do Executivo também conta com a mobilização do senador eleito Cleitinho (PSC) e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), que foi o mais votado do País nestas eleições, com 1,492 milhões de votos.

Nome já anunciado como vice na chapa à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), o general da reserva e ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto foi escalado para a função de coordenador operacional da futura campanha do presidente. Braga Netto foi convocado para a tarefa pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que formam o núcleo duro da campanha governista.

As mudanças na estrutura concebidas por Valdemar e Flávio decorrem da avaliação que havia um vácuo na interlocução entre a comunicação da campanha e o Palácio do Planalto.

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O ex-secretário Especial de Comunicação Social (Secom) do Ministério das Comunicações Fabio Wajngarten também foi incorporado ao grupo para ajudar a unificar a narrativa oficial, abrir pontes com a imprensa e destravar gargalos operacionais, segundo apurou a reportagem com integrantes do núcleo duro da campanha.

Pelo modelo em vigor, a rotina do núcleo central da campanha é tocada por Valdemar, Flávio, José Trabulo - nome indicado por Ciro Nogueira do Progressistas - Wajngarten, Braga Netto e o marqueteiro do PL, Duda Lima. O vereador Carlos Bolsonaro cuida das redes sociais do presidente e opera na base ideológica do bolsonarismo.

Publicitário

O núcleo de Carlos, porém, atua de forma independente e às vezes se choca com a máquina oficial. Ligado a família Bolsonaro, o publicitário Sergio Lima será a ponte com Carlos Bolsonaro nas estratégias digitais.

Com a chegada de Braga Netto, o conselho de comunicação liderado por Flávio Bolsonaro ganhou força e acesso direto ao presidente. É nessa frente que são formatadas as estratégias e narrativas do presidente, como a decisão de pressionar os governadores a baixar o ICMS dos combustíveis.

A chefia da campanha está agora reunindo números e estatísticas sobre inflação e a pobreza no mundo para comparar com a realidade brasileira.

Após ter o mandato cassado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e perder os direitos políticos, o ex-deputado Arthur do Val (União Brasil) volta à política como coordenador de campanha de Renato Battista, também membro do Movimento Brasil Livre (MBL).

Pré-candidato a deputado estadual, Battista foi assessor de Arthur do Val, conhecido também como "Mamãe Falei", e repete as estratégias do ex-parlamentar para tentar conquistar uma vaga na Alesp. Além de dizer que não usará fundo eleitoral na campanha, Battista também recria estratégias digitais que deixaram "Mamãe Falei" famoso.

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Em um vídeo recente, ele foi a uma manifestação favorável ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e questionou os presentes sobre o governo petista.

Filiado ao União Brasil, Battista, que se apresenta como "internacionalista e cientista político", é um dos quatro pré-candidatos à Alesp que contarão com a participação de Arthur na campanha.

Antes de ser cassado - por quebra de decoro parlamentar após ter áudios de teor machista contra ucranianas vazados -, Arthur do Val já tinha afirmado que colocaria outros nomes com suas ideias na Assembleia, e que o MBL "vai voltar maior".

Além do ex-assessor, "Mamãe Falei" também vai contribuir com as campanhas de Amanda Vettorazzo, escolhida para ser a coordenadora nacional do MBL, Guto Zacarias e Cristiano Beraldo.

Embora tenha renunciado ao cargo em abril, o ex-deputado não poderá se candidatar por oito anos. Para preservar os direitos políticos, pelas regras da Alesp, ele precisaria ter renunciado antes do início do processo de cassação.

O presidente do PSDB, Bruno Araújo, disse que nunca fez "questão" de exercer posto de coordenador-geral da pré-campanha do ex-governador João Doria à Presidência da República. "Ufa! Comando que nunca fiz questão de exercer. Aliás, ele sabe as circunstâncias em que e o porque 'aceitei' à época. Aliás, objetivo cumprido!", escreveu Araújo nesta sexta-feira, 15, em sua conta oficial do Twitter ao compartilhar notícia sobre a troca de comando da pré-campanha.

Mais cedo, a equipe de Doria comunicou a substituição de Araújo da coordenação pelo presidente-geral do partido em São Paulo Marco Vinholi. Em nota, o partido diz que Araújo, que é presidente nacional do PSDB, havia sido convidado por Doria para a função. Mas em recentes manifestações durante entrevistas e encontros empresariais, relativizou a candidatura de Doria - que venceu as prévias do partido em novembro. "Essa postura, considerada pouco agregadora, motivou a decisão", informa a nota.

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Vinholi é um dos mais próximos aliados de Doria, foi secretário de seu governo e ajudou o tucano em todas as outras campanhas.

Em evento recente do partido, Bruno Araújo afirmou que a aliança entre as legendas que articulam uma candidatura única da "terceira via" é superior ao resultado das prévias tucanas, das quais Doria saiu vitorioso no ano passado. "Estou deixando claro que o PSDB está contido no acordo de uma aliança nacional. João Doria é o candidato do PSDB e está contido neste acordo, mas não seremos candidatos de nós mesmos. O PSDB não vai às ruas este ano com um candidato de si próprio", disse o dirigente tucano.

A candidatura do ex-governador paulista enfrenta resistência dentro da sigla. Há movimentações para que seja priorizada uma composição envolvendo o ex-governador gaúcho Eduardo Leite, possivelmente como vice de Simone Tebet, e não uma chapa liderada por Doria. Este, contudo, segue afirmando que manterá sua pré-candidatura.

Em movimento para fortalecer sua posição, Doria ensaiou uma "desistência" da disputa no fim do mês passado, o que acentuou a crise interna do PSDB e fez com que Araújo lançasse uma carta confirmando-o como pré-candidato. Um dia depois, porém, o próprio Araújo disse que "os fatos valem mais que cartas", minimizando a simbologia do documento.

A equipe do pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB João Doria comunicou nesta quinta-feira (14) a substituição de Bruno Araújo do posto de coordenador-geral da campanha pelo presidente-geral do partido em São Paulo, Marco Vinholi.

Em nota, o partido diz que Araújo, que é presidente nacional do PSDB, havia sido convidado por Doria para a função. Mas em recentes manifestações durante entrevistas e encontros empresariais, relativizou a candidatura de Doria - que venceu as prévias do partido em novembro. "Essa postura, considerada pouco agregadora, motivou a decisão", informa a nota.

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O PSDB acrescenta que Marco Vinholi "desempenhou papel fundamental no fortalecimento do PSDB no Estado e é considerado um hábil articulador político por sua ampla capacidade de diálogo".

A médica infectologista Luana Araújo, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, criticou a falta de coordenação do governo federal para o combate à pandemia no Brasil. "A coordenação entre esferas de governo é absolutamente fundamental", afirmou a médica. Segundo ela, é necessário "uma mensagem única" por parte das autoridades do País para lidar com problemas como a pandemia.

Luana recorreu a uma alegoria militar para explicar o caso. "É uma estratégia quase que militar. Você tem um inimigo importante, e aí você começa a dispersar seus soldados, cada um faz uma coisa, como é que a gente tem força para lidar com aquilo? Não tem, então é uma questão até de bom senso", afirmou a infectologista.

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Para Luana, faltou a pactuar as decisões referentes ao combate da pandemia com todas as esferas de governo. "Eu acho que essa é uma das razões pelas quais o ministro Queiroga insistiu tanto na criação dessa secretaria, que tem por objetivo fazer essa coordenação, promover uma melhor coordenação nesse momento". O nome da médica foi vetado no governo para assumir a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde.

A infectologista comentou sobre a realização da Copa América no País. Segundo ela, o uso de protocolos rígidos "ameniza riscos", mas não os anula. "Acho que quando a gente toma uma decisão como essa a gente precisa pesar todos os prós e contras desse tipo de situação", afirmou. Ela disse não acreditar que este é o momento oportuno para o evento. "É um risco desnecessário de ser corrido nesse momento", afirmou.

Luana Araújo afirmou, também, que em regimes democráticos o combate à pandemia também se faz por meio de "comunicação clara e de mensagem única" à sociedade. Do contrário, a população fica perdida, na avaliação dela. "Se cada um diz uma coisa, em quem eu acredito? Principalmente se não tenho conhecimento técnico para avaliar (a informação)", disse em resposta aos questionamentos do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). "Estratégias claras de comunicação de mensagem única baseada em ciência são fundamentais", afirmou Luana.

A médica disse que defende a liberdade das pessoas de manifestarem suas opiniões, mas ressaltou que isso gera consequências, devendo haver uma responsabilização. "Eu defendo a liberdade das pessoas, mas também a responsabilização", disse. "Se você não segue isso (preceitos da ciência), precisa entender o tamanho da consequência de passar essa informação para as pessoas".

"Acho que minha posição, alinhada a ciência, já ficou bastante clara, o direito de todo cidadão ser informado, mas também acho que todos nós temos responsabilidade sobre aquilo que a gente coloca em relação a pandemia, se negativos ou positivos, teremos que lidar com eles em algum momento", afirmou Luana.

Para ela, em situações de desespero as pessoas absorvem a informação que melhor atende aos seus anseios. Por exemplo, tomando "qualquer coisa" que alguém lhe indique, mesmo que não haja comprovação da ciência. Por isso, a médica defendeu que as pessoas sejam responsáveis sobre o que divulgam.

Luana também destacou que, para cada fase da pandemia se exigem ferramentas diferentes, mas que isso não foi discutido em nenhum momento no Brasil. "Não que eu tenha visto". "Não tenho a ilusão de viver em lockdown absoluto para sempre, mas existem ferramentas específicas para cada fase da pandemia", disse ela no depoimento.

Ela também voltou a comentar sobre a autonomia médica, dizendo ser "temerário" que decisões como a do Conselho Federal de Medicina (CFM), "coloquem nas costas dos médicos" a responsabilidade de usar medicações sem eficácia. A especialista também negou que o "jogo político" seja sua área.

Luana Araújo afirmou não saber se os ataques que recebeu por criticar o que chamou de "pseudo" tratamento precoce e defender o distanciamento social para combate à pandemia estão relacionados ao fato de seu nome ter sido vetado no governo para assumir a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde.

A médica comentou que a hipótese, levantada pelo senador Tasso Jereissati, a ela, a deixa "extremamente envergonhada". "Se o veto ao meu nome foi por conta de minha posição científica, técnica e necessária para exercer essa posição, a mim só me resta lamentar, não sei se foi, mas se foi, considero trágico", respondeu ela.

Luana também foi questionada se chegou a ser inquirida por alguma pessoa do suposto "gabinete paralelo" de aconselhamento ao presidente na pandemia. "De forma alguma", disse ela, respondendo ainda que não conheceu ninguém da família Bolsonaro.

Freixo

O líder da Minoria na Câmara, deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), elogiou a postura da médica Luana Araújo no depoimento à CPI da Covid. Para Freixo, Luana "mostra que o desgoverno Bolsonaro não quer profissionais qualificados para enfrentar a pandemia, quer apenas cúmplices para seus crimes".

"Que bálsamo ouvir Luana Araújo na CPI depois das pedradas de ontem", exaltou Freixo no Twitter, em referência ao depoimento da médica Nise Yamaguchi na sessão de terça-feira (1º). O deputado ainda fez uma crítica ao governo do presidente Jair Bolsonaro pela compra de máscaras impróprias e superfaturadas. Nesta manhã, o jornal Folha de S.Paulo publicou que o foi enviado um documento à comissão que aponta a compra de máscaras impróprias a profissionais de saúde pelo Ministério da Saúde e por valor acima do praticado no mercado. Segundo a reportagem, foram gastos cerca de R$ 350 milhões com os 40 milhões de máscaras.

"O desgoverno Bolsonaro gastou R$ 350 milhões em máscaras superfaturadas que não protegem adequadamente os profissionais de saúde", pontuou. Segundo ele, a CPI tem o dever de investigar o caso.

O ex-ministro da Saúde e médico oncologista Nelson Teich afirmou que, apesar de tradicionalmente a gestão da saúde pública ser feita a nível estadual ou municipal, a epidemia da covid-19 em solo nacional demandaria uma coordenação e liderança nacional. Estes pontos estão entre outros cinco critérios - planejamento, estratégia, informações, poder de execução e comunicação -, os quais Teich avalia ter havido erros estratégicos do governo federal.

"Pra mim essa liderança (no combate à covid-19) tem que ser do Ministério da Saúde, e indiretamente tem que ser do governo como um todo. Essa é minha posição, essa liderança deveria ser do Ministério da Saúde e do governo como um todo", disse durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado.

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"A grande parte dos pontos da saúde eles são resolvidos em nível estadual e municipal, só que a covid-19, ela traz a necessidade, uma sobrecarga, que demanda realmente liderança e coordenação, porque você tem que ter uma definição de estratégia, de planejamento, tudo isso. E isso não aconteceu porque o sistema não tinha uma preparação prévia para atuar desta forma", afirmou nesta tarde. "Então, neste momento, eu não estou dizendo que a culpa é deste governo ou de um governo anterior, eu digo que é como o sistema se colocou", completou.

A Autoridade Palestina, presidida por Mahmoud Abbas, vai retomar a coordenação de segurança com Israel, suspensa desde maio, informou um ministro nesta terça-feira (17).

“Em virtude dos contatos internacionais de Mahmoud Abbas (...) e considerando os compromissos escritos e orais dos israelenses, vamos retomar as relações onde estavam em 19 de maio de 2020”, dia em que anunciou a suspensão desses acordos, declarou o ministro palestino de Assuntos Civis, Hussein al-Sheikh.

Mahmoud Abbas justificou o fim da coordenação de segurança em maio para protestar contra o projeto israelense atualmente suspenso para anexar áreas da Cisjordânia, um território palestino ocupado pelo exército israelense desde 1976.

Abbas disse então que seu governo não se sentia mais obrigado por "todos os seus acordos e ententes com os governos dos Estados Unidos e de Israel, e todas as suas obrigações com base nessas ententes e nesses acordos, incluindo aqueles relativos à segurança".

Essa decisão teve um impacto importante sobre a organização de transferência de pacientes palestinos para hospitais israelenses.

Ao interromper sua coordenação com Israel, a Autoridade Palestina também parou de receber transferências de taxas, especialmente alfandegárias, cobradas por Israel em nome desta instituição.

Privada de sua renda, a Autoridade Palestina teve que cortar o salário de seus servidores públicos, e em um período em que a economia palestina está muito paralisada devido à pandemia de covid-19.

Al-Sheikh não especificou se a retomada das relações com Israel ao ponto em que estavam antes de 19 de maio também significaria o retorno das transferências de taxas à Autoridade Palestina.

O anúncio chega às vésperas da chegada a Israel do chefe da diplomacia norte-americana Mike Pompeo. Os palestinos comemoraram a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Pré-candidata à Prefeitura do Recife, a deputada federal Marília Arraes declarou, nesta segunda-feira (27), que quer contar com a presença do senador Humberto Costa (PT) como coordenador político de sua campanha. Apesar do desejo da parlamentar, Humberto já afirmou, inclusive em entrevista recente ao LeiaJá, que é contra a postulação de Marília ao comando da capital pernambucana. O senador é líder da ala petista que defende a aliança do partido com o PSB, que disputará com o deputado federal João Campos.

--> Eleições no Recife: PT vive novamente um dilema interno

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Ao justificar a escolha, Marília disse que “a experiência, a posição que ocupa no PT e o compromisso com a cidade”, fazem do senador o melhor nome para fortalecer o projeto de futuro do partido para o Recife. 

“Humberto Costa sabe do respeito que tenho por sua trajetória e pelas contribuições que ele já deu ao Recife. Será uma honra poder contar com ele nesse momento tão importante, quando os recifenses terão a oportunidade de escolher o que é melhor para o futuro da cidade”, afirmou.

Na ótica de Marília, o período eleitoral também vai dar ao PT a oportunidade de resgatar o legado de transformações que o partido realizou no Recife, principalmente no período em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve à frente da Presidência da República. “O Recife experimentou um período de muitos avanços com o PT. Não podemos desconsiderar nossa história e tudo o que já foi feito pelo nosso partido no Recife”, observou. 

A capital pernambucana foi gerida pelo PT de 2001 a 2012. Primeiro com dois mandatos de João Paulo e em seguida um de João da Costa. A linha petista foi interrompida após, em 2012, o PSB romper aliança municipal e concorrer ao pleito com Geraldo Julio, atual prefeito da cidade.  

A pré-candidata petista, apesar das divergências internas, tem construído sua campanha a partir do projeto Recife Cidade Inteligente. “Estou fazendo uma caminhada muito importante ao lado das pessoas, escutando os recifenses diariamente, recebendo propostas para o melhorar o Recife", argumentou.

Dilema petista

Marília Arraes circula como natural pré-candidata do PT à Prefeitura do Recife desde as eleições de 2018, quando teve o nome preterido para a disputa ao Governo do Estado. Em março deste ano, ela ganhou mais fôlego com uma resolução da direção nacional que apontava como prioridade para este ano a presença protagonista da agremiação na corrida por prefeituras de diversas capitais. O texto foi claro ao nominar a neta do ex-governador Miguel Arraes como a opção para a disputa pela capital pernambucana. 

Na época, as direções estadual e municipal do partido contestaram a postura nacional e o posicionamento contrário foi endossado com as definições de táticas eleitorais locais nos últimos meses. O PT municipal e estadual emitiram resoluções pedindo que a nacional reveja e rediscuta a postura definida em março, baseando-se no argumento de que ao lado do PSB, na chamada Frente Popular do Recife, as chances de combater a ascensão de postulações apoiadas pelo bolsonarismo são mais reais.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), fez um apelo nesta quinta-feira (25) por uma coordenação mais integrada e centralizada do governo federal junto aos Estados e municípios no combate à pandemia do novo coronavírus. Representando o Consórcio de Integração Sul e Sudeste, Casagrande foi ouvido em reunião da comissão mista que acompanha as ações do governo federal no enfrentamento da Covid-19.

"Essa falta de coordenação nacional, a troca de ministros, a politização de medicamentos e do isolamento, e o enfrentamento provocado pelo presidente da República acabaram dificultando um pouco nosso trabalho", explicou.

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Pelo tamanho e dimensão da pandemia, Casagrande argumentou que os efeitos da doença terão impacto em longo prazo na sociedade, em especial, na economia. Isso exigiria, segundo ele, um alinhamento maior do governo federal com os entes. Na sua opinião, a visão divergente do presidente Jair Bolsonaro da maioria dos governadores em relação ao isolamento social causou um "estresse na relação".

Casagrande afirmou ainda que o Fórum de Governadores deve apresentar um pedido para o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, para orientar a compra de medicamentos de uso em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). "Estamos com dificuldades. A coordenação do governo federal é fundamental na compra desse medicamentos".

Para o governador, o maior desafio na relação com a pasta da Saúde é a instabilidade devido às trocas no cargo de ministro e suas equipes. "Não tem má vontade do Ministério da Saúde, mas tem uma dificuldade por conta das mudanças", declarou.

Recursos

Casagrande também considerou importante o socorro fiscal concedido pela União aos Estados e municípios para compensar quedas na arrecadação. Mas destacou as grandes perdas de receita do Estado e as mudanças que foram necessárias fazer, como reprogramar planos de investimento e infraestrutura, além de cortes de despesa.

De acordo com ele, o Espírito Santo tem a previsão de queda de cerca de 20% na arrecadação do mês de junho, em relação ao mesmo período do ano passado. Em maio, a queda foi de 26%.

O governador Paulo Câmara coordenou, na manhã deste sábado (23), por videoconferência, uma reunião com os secretários envolvidos nas principais ações da Operação Quarentena. Foi definido que os bloqueios para fiscalizar o rodízio de veículos passarão de 43 para 50 nesta última semana da quarentena em Pernambuco.

No período de 16 a 22 de maio, foram empregados 8.364 profissionais de diversos setores, principalmente da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Apevisa, Detran, Procon e Guardas Municipais. Distribuídas em 43 pontos estratégicos de bloqueio, as equipes abordaram 62.992 veículos para verificar o cumprimento da medida que determinou o rodízio nos municípios do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e São Lourenço da Mata.

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Na fiscalização aos estabelecimentos funcionando irregularmente, em descumprimento às medidas do decreto, as equipes visitaram 14.048 casas comerciais ou de serviços. Durante esse período, mais de 72 mil pessoas receberam orientações diversas na área social.

As secretarias envolvidas no atendimento realizaram 24 ações integradas em 24 bairros e em 48 comunidades de Olinda, Jaboatão, Camaragibe e São Lourenço da Mata. Também foram distribuídas 14.980 máscaras, quatro mil cestas básicas e 2.610 kits de higiene.

Com informações de assessoria

O Ministério da Justiça e Segurança Pública nomeou o pastor evangélico Ricardo Lopes Dias para o cargo de coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Diretoria de Proteção Territorial da Fundação Nacional do Índio (Funai). A nomeação é assinada pelo secretário executivo da pasta, Luiz Pontel de Souza, e está formalizada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira.

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo informou na semana passada, a indicação do pastor evangélico e ex-missionário para chefiar a área levou a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), uma das principais ONGs do setor, a divulgar uma nota de repúdio contra sua nomeação.

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Na nota, a Coiab argumentou que o País estará sujeito a "crimes de genocídio e etnocídio que serão cometidos contra os nossos parentes isolados e de recente contato caso se concretize a nomeação de uma pessoa ligada às atividades de proselitismo religioso para o setor da Funai que atua com esses nossos parentes".

A entidade afirma que os indígenas "sofreram historicamente com a atuação de missionários proselitistas - muitos deles da Missão Novas tribos do Brasil (MNTB) - que fizeram contato forçado com nossos avôs e avós".

Ricardo Lopes Dias já foi ligado MNTB e atuava como missionário, evangelizando índios na região da terra indígena Vale do Javari, no Amazonas, uma das maiores terras indígenas demarcadas do País, com mais de 8 milhões de hectares e que concentra o maior número de registros de povos indígenas isolados em todo o mundo.

Segundo a Coiab, o contato forçado foi feito por meio de mentiras, violência e ameaças de morte. "Em outras investidas de contato para nos evangelizar nos ofereceram presentes para atrair e nos enganar, muitas vezes esses presentes estavam contaminados com doenças, o que levou muitos de nossos parentes à morte", declara a organização.

"Temos o direito de pensar e viver diferente da sociedade não indígena. Temos o direito a nossos territórios! Não vamos deixar que tais igrejas e esses fundamentalistas religiosos façam com nossos parentes isolados o que fizeram com nossas famílias no passado!", conclui a Coiab. A Funai não se manifestou a respeito.

Protestos

Diversas outras organizações não governamentais emitiram notas de repúdio contra a indicação de Ricardo Lopes Dias para cuidar da área de índios isolados. "A atuação missionária nas aldeias tem sido nociva tanto quanto as doenças, pois causa a desorganização étnica, social e cultural dos povos indígenas", declarou a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) também protestou contra a escolha da Funai. "O governo Bolsonaro dá evidentes sinais de abandono à perspectiva técnico-científica, do respeito ao direito de existência livre desses povos, com seus próprios usos, costumes, crenças e tradições, em seus territórios devidamente reconhecidos e protegidos, para uma orientação neocolonialista e etnocida, de atração e contato forçados, com o uso do fundamentalismo religioso como instrumento para liberar os territórios destes povos à exploração por grandes fazendeiros e mineradores", afirmou.

O Instituto Socioambiental (ISA) declarou que a indicação de Dias "alarma indigenistas, que veem no nome um risco à política consolidada de não contato com essas populações e o respeito ao isolamento voluntário desses povos".

Historicamente, os missionários procuram promover o contato com povos indígenas isolados e de recente contato para evangelizá-los, o que contraria uma política consolidada no Brasil, referência para as políticas públicas de países vizinhas, lembra o ISA.

A Defensoria Pública da União (DPU) cobrou explicações da Funai e também manifestou "preocupação com as movimentações que podem indicar mudanças nas políticas públicas de proteção aos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato". "O risco de uma nomeação que não atenda a critérios técnicos é a morte em massa de indígenas, decorrente de doenças a partir do contato irresponsável ou dos conflitos flagrantes com missões religiosas, madeireiros, garimpeiros, caçadores e pescadores ilegais", disse a DPU.

A indicação do pastor evangélico e ex-missionário Ricardo Lopes Dias para chefiar a área de índios isolados da Fundação Nacional do Índio (Funai) levou a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), uma das principais ONGs do setor, a divulgar uma nota de repúdio contra sua indicação para o cargo.

Segundo a Coiab, o País estará sujeito a "crimes de genocídio e etnocídio que serão cometidos contra os nossos parentes isolados e de recente contato caso se concretize a nomeação de uma pessoa ligada às atividades de proselitismo religioso para o setor da Funai que atua com esses nossos parentes".

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À reportagem, Ricardo Lopes Dias confirmou que foi indicado para o posto, mas ainda aguarda a oficialização de seu nome pela diretoria da Funai e publicação no Diário Oficial da União.

A Coiab afirma que os indígenas "sofreram historicamente com a atuação de missionários proselitistas - muitos deles da Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB) - que fizeram contato forçado com nossos avôs e avós".

Ricardo Lopes Dias já foi ligado ao MNTB e atuava como missionário, evangelizando índios na região da terra indígena Vale do Javari, no Amazonas, uma das maiores terras indígenas demarcadas do País, com mais de 8 milhões de hectares e que concentra o maior número de registros de povos indígenas isolados em todo o mundo.

Segundo a Coiab, o contato forçado foi feito através de mentiras, violência e ameaças de morte. "Em outras investidas de contato para nos evangelizar nos ofereceram presentes para atrair e nos enganar, muitas vezes esses presentes estavam contaminados com doenças, o que levou muitos de nossos parentes à morte", declara a organização.

"Temos o direito de pensar e viver diferente da sociedade não-indígena. Temos o direito a nossos territórios! Não vamos deixar que tais igrejas e esses fundamentalistas religiosos façam com nossos parentes isolados o que fizeram com nossas famílias no passado!", conclui a Coiab. A Funai não se manifestou a respeito.

Protestos

Diversas organizações não governamentais emitiram notas de repúdio contra a indicação de Ricardo Lopes Dias para cuidar da área de índios isolados. "A atuação missionária nas aldeias tem sido nociva tanto quanto as doenças, pois causa a desorganização étnica, social e cultural dos povos indígenas", declarou a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) também protestou contra a escolha da Funai. "O governo Bolsonaro dá evidentes sinais de abandono à perspectiva técnico-científica, do respeito ao direito de existência livre desses povos, com seus próprios usos, costumes, crenças e tradições, em seus territórios devidamente reconhecidos e protegidos, para uma orientação neocolonialista e etnocida, de atração e contato forçados, com o uso do fundamentalismo religioso como instrumento para liberar os territórios destes povos à exploração por grandes fazendeiros e mineradores", afirmou.

O Instituto Socioambiental (ISA) declarou que a indicação de Dias "alarma indigenistas, que veem no nome um risco à política consolidada de não contato com essas populações e o respeito ao isolamento voluntário desses povos". Historicamente, os missionários procuram promover o contato com povos indígenas isolados e de recente contato para evangelizá-los, o que contraria uma política consolidada no Brasil, referência para as políticas públicas de países vizinhas, lembra o ISA.

A Defensoria Pública-Geral da União (DPU) cobrou explicações da Funai e também manifestou "preocupação com as movimentações que podem indicar mudanças nas políticas públicas de proteção aos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato".

"O risco de uma nomeação que não atenda a critérios técnicos é a morte em massa de indígenas, decorrente de doenças a partir do contato irresponsável ou dos conflitos flagrantes com missões religiosas, madeireiros, garimpeiros, caçadores e pescadores ilegais", declarou a DPU.

A coordenação de índios isolados da Funai deverá ser assumida pelo ex-missionário evangélico Ricardo Lopes Dias. Apesar de sua nomeação ainda não ser oficial, seu nome já é dado como certo para o posto.

Trata-se de uma escolha polêmica e que pode comprometer completamente o trabalho de não contato que a Funai mantém em relação aos índios isolados há mais de 30 anos.

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Ricardo Lopes Dias já foi ligado à Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB) e atuava como missionário, evangelizando índios na região da terra indígena Vale do Javari, no Amazonas, uma das maiores terras indígenas demarcadas do País, com mais de 8 milhões de hectares e que concentra o maior número de registros de povos indígenas isolados em todo o mundo. A reportagem entrou em contato com Dias, mas não obteve resposta.

O governo Bolsonaro já deu diversas sinalizações de que não concorda com a política de não contato com os povos isolados e que pretende acessar esses povos indígenas. A Coordenação Geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Diretoria de Proteção Territorial da Funai (CGIIRC) é uma das áreas da Funai que mais têm sofrido com a redução de orçamento e trocas de comando pelo governo.

Em outubro do ano passado, o governo retirou do comando da área o agente indigenista da Funai Bruno Pereira, um dos principais especialistas do órgão e que vinha liderando, nos últimos anos, todas as iniciativas de proteção a esses povos. Indigenistas e ex-coordenadores-gerais da divisão divulgaram uma carta aberta para criticar a exoneração do servidor.

No início do governo Bolsonaro, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, chegou a dizer que manteria em funcionamento as atuais políticas públicas de proteção aos índios isolados e de recente contato, sem nenhum tipo de retrocesso. "Esses indígenas continuarão a ter a proteção do Estado nos moldes em que se encontra hoje. O contato com eles pode ser nocivo", declarou, na ocasião.

A Funai reconhece 26 grupos considerados isolados, grupos indígenas com ausências de relações permanentes com as sociedades nacionais ou com pouca frequência de interação, seja com não-índio ou outros povos indígenas.

Há ainda 21 grupos de recente contato, que mantêm relações de contato permanente ou intermitente com segmentos da sociedade nacional e que, independentemente do tempo de contato, apresentam singularidades em sua relação com a sociedade nacional e autonomia.

Hoje, há ao menos 107 registros da presença de índios isolados em toda a Amazônia Legal, área que abrange nove Estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos Estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.

O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, designou o ex-juiz Sérgio Moro para exercer a função de coordenador do Grupo Técnico de Justiça, Segurança e Combate à Corrupção do Gabinete de Transição Governamental.

Lorenzoni também delegou a Moro a atribuição de requisitar informações dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, assim como apoio técnico administrativo necessário ao desenvolvimento dos trabalhos da transição.

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As decisões constam de portarias publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 20. Moro foi exonerado ontem do cargo de juiz na Justiça Federal e será o ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.

Lorenzoni ainda trocou a função de Arthur Bragança de Vasconcelos. Agora, ele irá coordenar o Grupo Técnico de Cidadania do Gabinete de Transição e não mais a área de Saúde, Previdência e Desenvolvimento Social.

A época da escola é um momento marcante e que influencia em vários aspectos importantes da vida, desde a infância e até a vida adulta. Por isso, é muito importante a decisão pela melhor instituição para a criança ou o jovem. O processo de escolha da escola envolve várias variáveis que precisam ser consideradas pela família para que o resultado seja o melhor possível para cada estudante. 

Apoio, proximidade e disciplina

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Angela Cavalcanti é mãe de Davi, que tem sete anos, e de Maria Luísa, de treze. As crianças já passaram por duas escolas, uma no município de Moreno, na Região Metropolitana do Recife, onde a família reside, e depois em outra na zona oeste da capital pernambucana. Na decisão pela primeira escola, em Moreno, a proximidade de casa, boas referências fornecidas por outras mães e também um fator afetivo: era a escola onde havia estudado quando ela era criança. 

No momento de escolher o segundo colégio, quando apenas Maria Luísa mudou de escola sendo acompanhada pelo irmão menor apenas no ano passado, Angela conta que observou outros fatores para se assegurar de que era uma boa escola. 

A mãe explica que preferiu deixar o filho pequeno mais perto dela em uma escola menor onde ele fosse melhor acolhido e no momento de transferir o menino pensou “na estrutura física do colégio, no nível de formação dos professores, no apoio pedagógico com fonoaudiologia e psicologia” e também em outros pontos como, segundo ela, “atividades esportivas oferecidas pelo colégio, aulas-campo, momentos de celebração das etapas concluídas, simulados periódicos e gincanas”. 

Angela também explica que, por ser uma escola privada, levou o valor das mensalidades em consideração e já tinha uma ideia do custo antes de escolher, não sendo um fator determinante. Ela também buscou um colégio que tivesse uma atenção especial à disciplina com horários, uniforme e cumprimento das tarefas. 

Mesmo não seguindo alguma religião, a mãe optou por uma escola de orientação católica confessional pois achava importante que seus filhos tivessem “algum ‘amparo’ e conhecimento religioso” pois para ela a escola influencia nos valores em casa e que “não são tão rígidos em impor padrões”, o que é visto por Angela de modo positivo. 

Segurança, valores e dinâmica da rotina 

Para a psicóloga clínica e educacional Raquel Lacerda, a escolha da escola deve levar em conta a faixa etária e questões próprias de cada idade. Segundo ela, crianças menores exigem atenção a alguns pontos como, por exemplo, a sala de aula e a segurança do espaço. “É preciso saber se a escola é segura, observar a disposição das salas de aula, ver se o parque tem algo que possa ser inseguro, como é o banho, o lanche e a higiene pois é uma rotina diferente da criança grande e do adolescente”, explica Raquel, que recomenda visitar as escolas para ver o espaço de preferência com a escola funcionando. 

Outro ponto que a psicóloga aponta é a necessidade de alinhar os valores da família com a filosofia, a missão e a visão da escola para que não haja um choque cultural que prejudique a socialização e o aprendizado do estudante. Para Raquel a principal orientação é estudar o perfil da escola para saber se ela tem a ver com o que eles acreditam e depois ir ao local conhecer e tirar dúvidas com professores, coordenação e setor de psicologia pois, na opinião dela, “a escola precisa estar em sintonia com os valores, saber se a visão da escola sobre a educação e sobre relações sociais estão coerentes com o que os responsáveis ou pais querem para o filho para que não haja um choque que pode trazer dificuldades para a criança e na relação dos pais com a escola”, diz ela. Um erro comum apontado pela psicóloga é a atitude de alguns pais que colocam as filhos em escolas com um perfil diferente do deles buscando compensar coisas na educação das crianças ou jovens. 

Raquel conta que “Tem pais que são muito rígidos e colocam os filhos em escolas que não têm tanto rigor, ou o contrário, pais que têm dificuldades em impor limites e colocam os filhos em escolas muito rígidas pensando em compensar isso”. Para ela, esse é um pensamento errado, pois “a escola precisa estar em sintonia com o que os pais e responsáveis acreditam”. 

A psicóloga também atenta que pais que tenham filhos com necessidades específicas ou com deficiência precisam ter ainda mais atenção em como a escola cuida da inclusão da criança ou do jovem. “É uma questão extremamente séria, tem uma lei que garante a matrícula mas vai só colocar na turma e pronto? É preciso saber como é o trabalho de atenção especial e adaptação às necessidades por parte da escola”, destacou Raquel.

Adaptação 

Tão importante quanto tentar fazer uma boa escolha, segundo a psicóloga educacional Raquel Lacerda, é observar se a criança ou jovem está de fato bem adaptada à escola e passar segurança da escolha para que a própria criança se sinta menos travada e insegura.

Ela explica que se a criança sentir insegurança dos pais ao deixá-la na aula, isso poderá levar a um sofrimento e a uma retração da criança. “Se os pais estão tranquilos nesse processo de adaptação isso passa para a criança e isso tende a colaborar a minimizar as inseguranças e dúvidas para os pais e também para a criança”. 

Opinião do estudante

Questionada sobre como a família deve proceder quando a criança grande ou o adolescente pedem para estudar em uma escola diferente da que os pais ou responsáveis tinham em mente, Raquel explica que é importante ouvir e avaliar se é ou não possível atender ao pedido do estudante. Para ela, “é importante ver porque ele quer aquela escola e se é possível ou não conciliar o desejo do estudante com o que os pais desejam e acreditam ser o melhor”. 

A psicóloga destaca que apesar de ser importante ouvir, a palavra final deve ser sempre dos pais pois, para ela, “se não for possível conciliar o desejo da criança com o dos pais, a mudança não é indicada porque são os pais que são responsáveis por essa decisão, porque às vezes os estudantes querem determinada escola porque um amigo está lá, por exemplo, mas não tem nada a ver com o que os pais acreditam, então é preciso ter cuidado para não haver nenhuma contradição”. 

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A Faculdade UNINASSAU em Campina Grande está com incrições abertas para o preenchimento de uma vaga de coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo. Para participar do processo seletivo é preciso enviar e-mail para a coordenação acadêmica da instituição, através do endereço renata.fernandes@mauriciodenassau.edu.br. Os interessados têm até o próximo domingo (17) para se inscrever.

O candidato deve enviar o Currículo Lattes atualizado, indicando disponibilidade para a vaga no assunto do e-mail. A seleção se dará através da análise do currículo levando em consideração a formação acadêmica, entre outros itens relevantes. Também serão avaliadas a escrita e a didática pedagógica, além de entrevista.

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A contratação do aprovado será feita de acordo com a classificação obtida, não havendo obrigatoriedade de preenchimento imediato da vaga. O resultado final será informado aos candidatos aprovados em todo o processo seletivo. O edital pode ser visto através da internet. Mais informações pelo telefone (83) 2101-8919. 

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Nesta segunda-feira (13), o Ministro da Educação, Mendonça Filho estará na capital pernambucana para conceder a posse da nova Coordenadora de Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Ana Elyzabeth de Araújo Farache.

Em janeiro deste ano, o anúncio da nova coordenação foi uma das razões do pedido de exoneração da FUNDAJ, por meio de nota, do jornalista e crítico Luiz Joaquim, que pertencia à instituição desde 2001. A Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) chegou a elaborar um abaixo-assinado pedindo que Luiz Joaquim assumisse a direção da Fundaj, que inclui cuidar da programação do Cinema da Fundação e do Cinema do Museu.

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Na ocasião, o Ministro também assina a Cessão do Casarão Solar Francisco Ribeiro Pinto ao Ministério da Cultura, que será destinado para a instalação da Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura, com duração de 24 meses. O evento também conta com a presença do Ministro da Cultura, Roberto Freire.

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Terminou por volta de meio-dia a reunião de coordenação política comandada pela presidente Dilma Rousseff. Havia a expectativa de que algum dos participantes se manifestasse após o encontro, mas a informação é de que não haverá entrevista coletiva no Planalto.

Dilma reuniu-se com os ministros um dia após a maior manifestação da história do País. Pressionada para deixar o cargo, Dilma chegou por volta das 10h30 ao Palácio do Planalto, com quase uma hora de atraso para comandar a reunião que, entre outros pontos, tenta traçar uma estratégia de resposta aos protestos. O encontro estava inicialmente agendado para as 9h30.

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O ministro da Advocacia-geral da União, José Eduardo Cardozo, que era esperado, não participou do encontro. Estiveram presentes os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo); Edinho Silva (Comunicação Social); Jaques Wagner (Casa Civil); Gilberto Kassab (Cidades); André Figueiredo (Comunicações); Antônio Carlos Rodrigues (Transportes); Marcelo Castro (Saúde) e Carlos Vieira, ministro interino da Integração Nacional. Além deles, participaram os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Congresso Nacional, José Pimentel (PT-CE).

Dilma acompanhou as manifestações de ontem no Palácio da Alvorada, fez reuniões com ministros, mas optou por emitir apenas uma nota sobre o assunto destacando o "caráter pacífico das manifestações" e a "maturidade" do País que sabe "conviver com opiniões divergentes". Em outros atos contrários ao governo, ministros fizeram pronunciamentos.

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