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A fila de espera por um transplante de córnea no Brasil praticamente dobrou ao longo dos últimos cinco anos, passando de 12.212 em 2019 para 23.946 atualmente. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta que o volume de procedimentos não retomou os níveis pré-pandemia de Covid-19 – o total de intervenções realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022 é menor do que o que era executado no início da década passada. 

Os dados constam no Observatório CBO, plataforma criada pela entidade de acesso público e gratuito, que agrupa informações sobre consultas, exames, cirurgias e transplantes realizados. De acordo com o levantamento, o número de transplantes de córnea no SUS recuou ao patamar do que era executado em 2013. Em 2020, auge da pandemia, a série histórica registrou o seu pior desempenho na década: 4.374 cirurgias. 

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Regiões

Os números mostram que, entre 2012 e 2022, a rede pública realizou cerca de 86 mil transplantes de córnea no Brasil. As cirurgias estão concentradas no Sudeste, que responde por 46% do total de procedimentos. Na sequência, aparecem Nordeste, com 25%; Sul (13%); Centro-Oeste (9%); e Norte (5%).

Estados

O estado de São Paulo contabiliza nove unidades de transplante e responde por um terço das cirurgias desse tipo no período analisado: 29,9 mil intervenções entre 2012 e 2022. Nas posições subsequentes aparecem Pernambuco (5.770), Minas Gerais (5.696), Paraná (4.946) e Ceará (4.727).
Na outra extremidade do ranking estão Tocantins (145), Acre (237), Rondônia (569), Alagoas (625) e Paraíba (1.115). Em todo o país, 24 estados possuem pelo menos um banco de tecidos oculares na rede pública, exceto Acre, Amapá e Roraima. 

Perfil

Ainda de acordo com o levantamento, o volume de transplantes no Brasil é dividido praticamente ao meio entre homens (50,7%) e mulheres (49,3%). Porém, nas regiões geográficas, essa proporcionalidade muda. Os homens são maioria entre os beneficiados no Norte (59%), Centro-Oeste (56%), Sul (53%) e Nordeste (51%). Apenas no Sudeste, a população feminina apresenta percentual ligeiramente maior, com 51% dos casos. 

Outro ponto destacado é o volume significativo de intervenções nas faixas etárias de 40 a 69 anos (39,2%) e de 20 a 39 anos (27%) o que, para o CBO, demonstra o valor social desse tipo de procedimentos. Outros grupos também são favorecidos, como idosos com mais de 70 anos (25% dos casos) e crianças e adolescentes (8,4%).

Espera

Números do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) revelam que, atualmente, há 24.319 pacientes à espera de algum procedimento nas córneas. Em 2020, esse total já era de 16.337 e, em 2021, de 20.134. Os dados se referem a atendimentos feitos no SUS e nas redes privada e suplementar. 
O tempo de espera por um transplante de córnea, segundo o CBO, é de 13,2 meses, em média. O índice, entretanto, varia de acordo com o estado: no Pará, 26,2 meses; no Maranhão, 22,6; no Rio de Janeiro, 21,4; no Rio Grande do Norte, 18,4; e em Alagoas, 17,7. 

Por outro lado, a demora registrada é menor no Ceará (1,2 mês), no Amazonas (2,2), em Santa Catarina (4,9), no Mato Grosso (6,1) e no Paraná (6,5). Para o CBO, o volume de transplantes e a celeridade no atendimento das demandas está diretamente vinculada à existência de uma rede ativa de captação de córneas em cada localidade.

A Agência Brasil pediu posicionamento do Ministério da Saúde sobre o tema e aguarda resposta.

Desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil, em março de 2020, o transplante de córnea é um dos mais afetados no país. Dados apresentados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) apontam que em 2020 este tipo de cirurgia caiu praticamente pela metade. Naquele ano, o país registrou 7,1 mil transplantes de córnea ante 14,9 mil em 2019.

No ano passado, o levantamento da associação revela que o procedimento continuou 16% abaixo da pré-pandemia com 12,7 mil brasileiros transplantados. Com o número de captações e transplantes em queda, a instituição informa que a fila de espera para o transplante cresceu 80%. No final de 2019, eram 10,7 mil inscritos, já em dezembro de 2021 eram 18,8 mil pessoas à espera do transplante.

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A professora, Tatiana Lima, de 42 anos, é uma das pacientes que aguarda sua vez na fila. Segundo ela, a fila costuma andar um pouco mais rápido, mas por causa da pandemia, o ritmo de cirurgias está mais lento. Após, três anos de espera, ela conta que já fez todos os exames pré-operatórios exigidos pelo médico e que pode ser chamada a qualquer momento para realizar o transplante em um dos olhos, em Brasília. “Este será meu segundo transplante. O primeiro, nos dois olhos, foi feito há 30 anos, em Goiânia, quando eu ainda era adolescente. Com o passar dos anos minha visão esquerda foi piorando. Por causa do ceratocone, uma das córneas voltou a ficar fina e, por isso, o novo transplante”, explicou.

A córnea é um tecido transparente que fica localizado na parte frontal do olho. Tal como em uma máquina fotográfica ela é a primeira lente por onde a luz penetra e, por isso, precisa ter total transparência para que a luz atravesse todo o olho até a parte posterior, onde a imagem é decodificada. Uma córnea doente, acometida, por exemplo, por ceratocone, doenças congênitas, distrofias de córnea e cicatrizes pós trauma, perdem essa transparência e a visão fica prejudicada. Após se esgotarem as outras alternativas de tratamento, o transplante geralmente é indicado para a reabilitar a visão do paciente.

Doação

O procedimento é simples e deve ser autorizado pela família. Por isso, é importante que quem deseja ser doador de córnea, avise os familiares sobre a sua decisão. A captação da córnea doadora é feita em poucas horas após a morte do paciente e fica imperceptível para família do doador.

Quem não pode doar

Pessoas que tiveram linfomas ativos e leucemias, hepatites B e/ou C, HIV (AIDS), infecção generalizada, endocardite bacteriana, raiva, ou algumas doenças em atividade como sífilis ativa e leptospirose. Já os casos de pacientes que realizaram cirurgias nos olhos, ou que tenham miopia, hipermetropia e astigmatismo não são impedimento para a doação.

A Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) e o Serviço Oftalmológico de Pernambuco (Seope) fazem uma força-tarefa nesta quinta (26) e sexta-feira (27) para que cerca de 30 pacientes possam iniciar o ano de 2020 enxergando melhor após um gesto de solidariedade de uma família que disse sim pela doação da córnea do seu ente querido. Nesses dois dias, o serviço oftalmológico, localizado na Ilha do Leite, no Recife, promoverá um mutirão de transplante de córnea naqueles que estão em fila de espera e com todos os exames e condições clínicas para passar pelo procedimento.

"Desde meados de 2017, Pernambuco possui o status de córnea zero. Isso significa que estamos garantindo o procedimento para todos os que necessitam desse tipo de transplante em até um mês, quando o paciente está com todos os exames prontos e saudável para passar pela cirurgia. Manter esse status há mais de dois anos significa que temos equipes capacitadas e prontas para realizar o transplante e, principalmente, que as famílias dos potenciais doadores estão autorizando a doação do tecido. O mutirão vem beneficiar os pacientes nesse momento de celebração pela vida e por um ano novo, além de ser um agradecimento a todos aqueles que doaram e estão possibilitando esse verdadeiro gesto de solidariedade com o próximo, um grande presente de Natal", afirma a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes.

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O transplante de córnea dura em média uma hora e é feito em centro cirúrgico, normalmente com anestesia local. Não há necessidade de internação hospitalar. "Primeiro, nós tentamos tratar a doença do paciente de formas convencionais, mas, quando necessário, ele é inscrito na fila de espera para a troca da córnea. Com a cirurgia, ele pode recuperar a visão. Há casos de conseguir reverter um quadro de quase cegueira para um quadro de visão funcional", afirma o oftalmologista do Seope Luiz Felipe Lynch. Em 2019, o Seope realizou 135 transplantes de córnea, ocupando, atualmente, a 2º colocação entre os centros transplantadores com maior produção no Estado.

Em 2019, foram realizados em Pernambuco 720 transplantes de córnea. Desde 1995, ano de criação da Central de Transplantes, já se somam mais de 12,4 mil transplantados de córnea. Atualmente, 200 pacientes estão em fila de espera pelo procedimento. "O número de pessoas em espera pode parecer alto, mas sabemos que continuamos tendo estrutura e o tecido para atender a todos em um curto período de tempo", reforça Noemy.

DOAÇÃO - Após o falecimento, todas as pessoas são potenciais doadoras de córnea. A doação pode ocorrer até 12 horas após o falecimento e a retirada do tecido dura menos de 1 hora, podendo ficar armazenado para o transplante por até 14 dias. Em Pernambuco, as unidades que mais captam córneas são o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), Hospital de Câncer, Hospital da Restauração e Hospital Mestre Vitalino. Além das unidades locais, a CT-PE recebe doação do tecido de outros Estados da federação.

BALANÇO DE 2019 - Neste ano, entre janeiro e novembro, foram realizados 1.521 transplantes de órgãos e tecidos. Desse total, foram 720 de córnea, 353 de rim, 233 de medula óssea, 145 de fígado, 45 de coração, 17 de válvula cardíaca, 6 de rim/pâncreas, 1 de coração/rim e 1 de fígado/rim.

De acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), na análise até o terceiro trimestre do ano, Pernambuco ocupa o primeiro lugar no Norte e Nordeste no número de procedimentos de coração, rim, pâncreas e medula óssea.

FILA DE ESPERA - Atualmente, há 1.497 pacientes aguardando um órgão ou tecido em Pernambuco. A maior fila é a de rim, com 1.126 pessoas, seguida de córnea (200), fígado (120), medula óssea (22), coração (15) e rim/pâncreas (14).

Da assessoria

Entre janeiro e agosto, Pernambuco conseguiu realizar 315 transplantes de rim. O número representa um acréscimo de 22% no número de transplantes em comparação a 2017, quando houve 259 procedimentos. O rim é o órgão que possui a maior fila de espera no Estado, com 794 pacientes.

Entre janeiro e agosto de 2018, as Organizações de Procura de Órgãos (OPO) e Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos (Cihdotts) realizaram 227 entrevistas com familiares de pacientes com diagnóstico de morte encefálica. Desse total, 122 famílias autorizaram a doação do órgão ou tecido do seu ente querido (53,74%) e 105 recusaram (46,26%). Nos meses de julho e agosto, a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) registrou os menores percentuais de recusa, de 34% e 29%, respectivamente.

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“Um dos maiores desafios para a Central de Transplantes é fazer com que o percentual de recusa familiar para a doação de órgãos reduza a cada ano. Para isso, estamos investindo nos treinamentos e capacitações para profissionais de saúde, inclusive para os que não estão envolvidos diretamente no processo da doação, mas atuam na área da assistência das unidades hospitalares. Este ano, um dos nossos avanços foram as capacitações sobre morte encefálica para mais de 190 médicos da rede estadual, onde abordamos, além do protocolo, a importância do acolhimento e entrevista familiar após confirmada a morte encefálica do paciente", ressaltou a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes.

Córnea

Desde julho de 2017, Pernambuco está com o status de córnea zero. Isso não significa ausência de pessoas em fila de espera, mas que todo paciente que tiver indicação para um transplante de córnea, depois de realizar os exames necessários para ser inscrito an fila de espera, fará o procedimento em até 30 dias. 

Em 2018, foram realizados 529 transplantes do tecido, 24% a menos do que em 2017. Entre os hospitais captadores, destacam-se o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), com 127 doações; Imip, 78; Hospital da Restauração (HR), 64; e Hospital Mestre Vitalino, 54.

Medula Óssea

A medula óssea é um tecido que é doado em vida. Para ser doador, é preciso fazer o cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Em Pernambuco, o cadastro é feito no Hemope. Para doar, é preciso ter entre 18 e 55 anos e levar RG e CPF. Além de uma palestra informativa sobre a doação de medula óssea, será feita a coleta de uma amostra de sangue do possível doador para os testes de compatibilidade. O possível doador poderá ajudar alguém em qualquer lugar do Brasil e do mundo.

Balanço de 2018

De janeiro a agosto deste ano houve um aumento de 13,6% nos transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas), aqueles doados quando há a morte encefálica do paciente – o rim e parte do fígado também podem ser doados em vida. Foram 450 órgãos transplantados este ano, contra 396 no mesmo período de 2017.

 Quando se juntam os órgãos sólidos com os tecidos (medula óssea e córnea), somam-se 1.129 transplantes, uma diminuição de 9,27% em relação a 2017, com 1.241 procedimentos.

Em 2018, foram realizados 529 transplantes de córnea (696 em 2017 / – 24%), 315 de rim (259 em 2017 / + 22%), 147 de medula óssea (147 em 2017), 97 de fígado (90 em 2017 / + 8%), 33 de coração (40 em 2017 / – 18%), além de 3 de rim/pâncreas e 2 de fígado/rim.

 Recorde

Durante todo o ano de 2017, Pernambuco concretizou 1.790 transplantes, o maior quantitativo de procedimentos desde a criação da CT-PE, em 2015. O número é 22,27% maior do que o mesmo período de 2016, com 1.464 procedimentos.  O maior crescimento foi nos transplantes de coração, com 54 em 2017 e 38 em 2016 (aumento de 42%). Em seguida, vem rim: 129 em 2017 e 112 em 2016 (aumento de 41%). Ainda foram realizados 225 procedimentos de medula óssea (187 em 2016 – crescimento de 20%), 968 de córnea (827 em 2016 – ampliação de 17%), 129 de fígado (112 em 2016 – aumento de 15%). Também foram feitos 6 transplantes de rim/pâncreas, 2 de fígado/rim e 2 de válvula cardíaca.

Fila de espera

De acordo com o último balanço da CT-PE, 1.067 pessoas estão em fila de espera por um órgão ou tecido. O maior quantitativo é para rim (794), seguido de fígado (117), córnea (111), medula óssea (29), coração (11) e rim/pâncreas (5).

Morte encefálica

A morte encefálica acontece quando o cérebro perde a capacidade de comandar as funções do corpo, como consequência de uma lesão conhecida e comprovada. Nesse caso, o paciente é um potencial doador de órgãos sólidos e tecidos (coração, rins, pâncreas, fígado e córneas) – já que, apesar de não haver mais atividade cerebral, os órgãos continuam em funcionamento com a ajuda de aparelhos. De acordo com resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), atualizada no final de 2017, o diagnóstico de morte encefálica deve ser iniciado em todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente.

A morte deve ser atestada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e de transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos. Além do exame clínico, com um intervalo mínimo de uma hora entre o primeiro e o segundo, o paciente deve ser submetido a um teste de apneia e a exames complementares. Entre os exames a serem realizados, podem ser feita a angiografia cerebral, o eletroencefalograma, o doppler transcraniano e a cintilografia. O laudo deve ser assinado por profissional com comprovada experiência e capacitação para a realização desse tipo de exame.

Com informações da assessoria

Nesta terça-feira (10) é comemorado o dia da saúde ocular, e este ano o Recife tem ainda mais um motivo para celebrar: a fila de espera por um transplante de córnea está zerada na capital pernambucana. O trabalho é feito pelo Banco de Olhos do Recife (BORE), que funciona dentro do Centro Médico Ermírio de Moraes, em Casa Forte, na Zona Norte da capital. O local opera em parceria com a Central de Transplantes de Pernambuco e possui mais de 4 mil doadores registrados desde a sua fundação.

 “Nossos profissionais fazem a captação no doador, levam os tecidos oculares para o Banco de Olhos para serem preparados e avaliados antes de serem liberados para o transplante no receptor. Para cada pessoa que faz a doação, outras duas recebem”, explica a médica oftalmologista e diretora do BORE, Ana Katarina Delgado. Ainda de acordo com ela, os tecidos oculares captados – preferencialmente de pessoas entre 8 e 70 anos – podem aguardar um receptor por até 14 dias.

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Há dez anos, a espera por uma córnea durava de três a quatro anos. Na época, mais de 90% dos transplantes eram de córneas captadas pelo Banco de Olhos do Recife e 100% eram distribuídas através dele. Hoje, o paciente que precisar do tecido aguarda no máximo 30 dias pela cirurgia. O BORE funciona desde 2002, com médicos oftalmologistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem, que trabalham 24 horas por dia, para atender as possíveis demandas. A equipe realiza em média 30 captações mensais – uma por dia.

 

O primeiro semestre de 2015 está sendo ambíguo para a saúde dos pernambucanos. Enquanto os transplantes de coração e medula óssea receberam o posto de segundo lugar que mais cresceu no Brasil, e o transplante de rins subiu em 24%, o procedimento de córneas se encontra em baixa atualmente. Uma pesquisa realizada pela Central de Transplantes de Pernambuco atesta uma queda de 26% neste tipo de cirurgia.

No período de janeiro a junho foram realizados 255 procedimentos em córneas, enquanto no mesmo período do ano passado, 346 pessoas foram beneficiadas com a doação. 

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De acordo com o oftalmologista Lúcio Maranhão, do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE), os transplantes de córnea são cirurgias indicadas para pacientes que possuem comprometimento visual, devido a doenças ou infecções que acometem todas as camadas da córnea ou parte delas. 

A técnica consiste em retirar todas as camadas da córnea, mesmo as que não estão acometidas pela doença, para que assim o paciente receba sua córnea doadora. Ainda de acordo com o especialista, o primeiro transplante de sucesso foi realizado em 1905.

Maranhão explica que a técnica foi aprimorada em 2004, passando-se a fazer o procedimento conhecido como DSEK (Descemet’s stripping endothelial keratoplasty), apenas do endotélio, preservando toda a parte anterior da córnea.

Assim, o doutor reforça a ideia de que não é por falta de tecnologia que os números têm declinado. “Só não são realizadas mais cirurgias por falta de córneas, pois a quantidade ainda é insuficiente. Então, se tivéssemos mais doações, teríamos ainda mais pacientes beneficiados”, explica o oftalmologista. 

No período da gestação, a mulher passa por mudanças emocionais, físicas e psicológicas, no caso dos olhos, podem ocorrer distúrbios temporários ou até mesmo permanentes. Em algumas grávidas, o problema pode persistir inclusive durante o aleitamento materno.

Pesquisas mostram que a sensibilidade da córnea diminui em muitos casos, principalmente nos últimos três meses, voltando ao normal pouco tempo depois de o bebê nascer. Também pode ocorrer o espessamento da córnea, bem como um aumento de curvatura e inclinação – prejudicando a visão e podendo resultar na falta de acomodação das lentes de contato. 

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De acordo com o diretor-presidente do Hospital de Olhos Eye Care, o oftalmologista Renato Neves, os principais problemas oculares que podem ocorrer durante a gravidez são o olho seco; visão embaçada; desdobramentos da pré-eclampsia; e desdobramentos do diabetes gestacional.

O médico faz um alerta as gestantes que usam lentes de contato. “Durante a gravidez, a gestante pode perceber que os olhos estão mais secos que o normal. A síndrome do olho seco, neste caso, pode provocar muito desconforto durante o uso de lentes de contato e até irritações nos olhos, é necessário o uso de lágrimas artificiais”, explica.

O especialista também aponta como um problema comum, a retenção de líquidos durante a gravidez e que pode alterar a espessura e o formato da córnea. “Mínimas mudanças desse tipo são suficientes para resultar em visão distorcida ou embaçada, sem foco. Apesar do desconforto, não é preciso se alarmar, já que o problema costuma ser transitório”, comenta.

Os desdobramentos da pré-eclâmpsia também merecem atenção especial e podem ser identificados através dos olhos em 5% a 8% das gestantes.  Dois fatores muito importantes da pré-eclâmpsia: o aumento da pressão sanguínea e a presença de proteína na urina. Diante desse quadro, os principais sintomas são a perda temporária de visão, maior sensibilidade à luz, visão embaçada ou com formação de halos ou flashes.

Com informações de assessoria

O Ministério da Saúde revelou uma pesquisa informando que em Pernambuco, foram realizados 1.678 transplantes no ano de 2012, o que representa 55% a mais que em 2011. No Nordeste chegou a um total de 4.706 cirurgias. Em todo país, o aumento foi de 2,6% em 2012, quando o total de operações chegou a 23,9 mil.

O levantamento também mostra que o Estado fez 1.084 cirurgias de transplante de córnea, 278 de rim, 162 de medula óssea, 133 de fígado e 18 de coração. Também cresceu a quantidade de doadores, no Brasil foram 2.439. Com esses dados, foi a primeira vez que o país ultrapassou a marca dos 10 doadores por milhão de população, atingindo a 12,7 em 2012. Estado de Pernambuco, o número de doares aumentou de 101 para 116, o que elevou de 11,4 para 13,1 a quantidade de doadores por milhão de população.

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Com essa tendência de aumento nos transplantes e de doadores, houve uma redução no número de pessoas da lista de espera por uma cirurgia. No país, 26.662 pessoas aguardam por transplantes – redução de 4,2 em relação a 2011 (27.827). O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, explicou que o Brasil superou seu próprio recorde. “O que mais comemoramos é o crescimento de 47% na região Norte e 20% na Nordeste. Com isso, estamos conseguindo levar essa cirurgia tão complexa para perto das pessoas, salvando vidas nas regiões que menos realizavam transplantes”, afirmou o ministro.

Atualmente, são mais de 2,9 milhões de doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) - em 2000 eram 12 mil voluntários inscritos. O salto se deve em grande parte a campanhas publicitárias e ações de sensibilização do Ministério da Saúde, Estados e Municípios.

Processo de doação de órgãos

Para fazer a seleção dos potenciais receptores de órgãos, é realizado, através de critérios clínicos de acordo com cada tecido ou órgão, uma avaliação de tipo sanguíneo e tempo de espera. O Brasil faz transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, pulmão, rim e pâncreas), tecido ocular (córnea) e células (medula óssea).

Existem 25 centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos em todos país, sendo 11 delas sub-regionais; 11 câmeras técnicas nacionais; 748 serviços distribuídos em 467 centros; 62 Organizações de Procura por Órgãos (OPOs) e 1.047 equipes de transplantes. O trabalho exige profissionais de diversas áreas da saúde e afins, como psicologia, assistência social e policial.

Com informações de assessoria

A Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) promete alterar uma campanha publicitária de incentivo à doação que simula um "recall" de córneas de pessoas nascidas entre 1988 e 2010. Publicado ontem em jornal de grande circulação nacional, o anúncio é alvo de críticas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Produzido pela agência Leo Burnett Tailor Made, a peça publicitária traz o título "Comunicado Urgente de Recall aos proprietários de córneas" e simula a convocação para a substituição do órgão, sob alegação de que correria o risco de desenvolver uma doença chamada ceratocone - enfermidade grave e real que, como explica o texto, pode até levar à cegueira.

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"Constatada a necessidade de substituição da córnea, os serviços serão realizados em, aproximadamente, 7 dias úteis", diz a peça. Apenas na parte de baixo, em letras pequenas, a brincadeira fica mais clara, com a mensagem: "Não é tão simples assim substituir um órgão doente."

Mesmo sem uma reclamação formal da entidade de oftalmologia, a ABTO admite fazer alterações na peça. "Realmente constatamos que os elementos podem confundir um pouco leitor. Fizemos uma analogia com a indústria automobilística para incentivar a doação de órgãos", explicou o presidente da APTO, José Osmar Medina Pestana. "A intenção era mostrar que substituir um órgão não é o mesmo que trocar peças de um carro."

O dirigente garante, no entanto, que a entidade não recebeu nenhuma reclamação por parte dos leitores. Para Paulo Augusto de Arruda Melo, membro do CBO e da câmara técnica de doação de órgãos do Ministério da Saúde, o efeito pode ser contrário ao desejado. "Esse anúncio mais afasta que traz doadores. Traz uma imagem negativa e dá a impressão de que o transplante pode dar errado", afirma o oftalmologista.

Segundo ele, a brincadeira não fica óbvia para o público em geral. "Claro que nunca se viu recall na área de saúde e muito menos é utilizado o termo ‘proprietário’ para um paciente. Mas, mesmo assim, é uma forma estranha de anúncio, porque confunde elementos reais", diz Arruda Melo. "Imagine o susto em pessoas nesta faixa etária que tenham passado por transplante de córnea, por exemplo."

Redes sociais

No início do mês, declarar-se como doador de órgãos passou a ser uma opção para os usuários de redes sociais. Em parceria com o Facebook, o Ministério da Saúde criou um serviço que permite que os usuários do site de relacionamentos manifestem o desejo de ser doador e convidem seus contatos a fazerem o mesmo.

A informação pode ser adicionada à linha do tempo e agregada ao perfil de cada usuário. Ao contrário dos EUA, onde a manifestação ampliou o número de doadores, a declaração não tem valor legal no Brasil, pois a doação no País só é permitida com o aval dos parentes da pessoa falecida. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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