Tópicos | cultura coreana

O Centro Cultural Coreano no Brasil anunciou que a edição de 2021 do K-Expo será nos de 29 de julho a 1º de agosto. Gratuito, o evento ocorrerá de maneira virtual, no canal oficial do festival.

A principal atração do K-Expo 2021 ficará por conta do girl group sul-coreano Blackswan da DR Music, constituído pelas integrantes Youngheun, Fatou, Judy e a brasileira Leia. O conjunto musical estreou em outubro de 2020 com o single “Tonight” e o álbum “Goodbye Rania”.

##RECOMENDA##

Outras novidades marcarão presença no evento, entre elas, o Centro Cultural Coreano destaca a apresentação do músico, baterista, youtuber, cantor, compositor e ex-membro da boy band K-pop About U, Victor Han. O festival também terá um desfile de vestes tradicionais coreanas, conhecidas como Hanboks.

Também foi divulgado que o K-Expo 2021 realizará a final do nono desafio nacional de Kpop, que, segundo a organização do evento, contou com mais de 160 inscrições do Brasil inteiro, nas categorias de canto e dança de K-pop. De acordo com a equipe do K-Expo 2021, o público poderá acompanhar pontos turísticos da Coreia do Sul, por meio de um quadro apresentado pela criadora de conteúdo Thais Genaro, que se tornou popular ao mostrar sua rotina no país, dar dicas e apresentar curiosidades sobre a localidade. A programação completa do K-Expo 2021 pode ser acompanhada no Instagram: @kccbrazil.

Com figurinos elaborados, danças coreografadas e músicas que ficam na cabeça, o K-pop (música popular coreana) tem ganhado espaço no Brasil e em outros países. A aposta de exportar artistas no ramo musical, inclusive, é uma estratégia do governo coreano para divulgar e popularizar sua cultura.

Graças ao K-pop e doramas (novelas coreanas), a onda “Hallyu”, o mundo tem abraçado esse país do leste da Ásia. A Coreia do Sul, hoje, é um dos países mais seguros, com melhor infraestrutra e detentor da internet mais rápida mundo. Seul, sua capital, consegue casar perfeitamente a arquitetura moderna e os palácios tradicionais onde antes moravam os nobres durante as dinastias. É esse país tão curioso que vamos conhecer na série "Pós-pandemia: planejando a viagem dos sonhos", do LeiaJá.

##RECOMENDA##

Palácio de Changdeokgung em Seul. Foto: Korea Tourism Organization

Quem visita a Coreia do Sul hoje não imagina que o país ficou arrasado após a Guerra da Coreias que ocorreu entre 1950 e 1953. A vizinha do Norte levou as riquezas deixando a parte do Sul destruída. Além da guerra dentro da península coreana, a Coreia sofreu invasões do Japão.

A grande reviravolta da Coreia do Su  foi quando o país passou a investir em educação. Com um ensino de referência e um PIB (produto interno bruto) que cresce anualmente, tendo diminuído um pouco devido à pandemia do Covid-19, segundo dados da Country Economy, a Coreia do Sul, atualmente, só lembra o passado desastroso por meio dos museus.

Coreia do Sul no pós guerra | Foto: Luciano Carneiro/Acervo Instituto Moreira Salles

Jessica Schmitz, designer, foi uma das pessoas que se encantou pelo país ao conhecê-lo pela onda “Hallyu”. Ao participar de eventos de cultura asiática, o interesse pela nação aumentou de forma que, há época estudante de design, resolveu participar do programa Ciência Sem Fronteiras. A experiência durante a estadia foi tão positiva que Jessica buscou meios de voltar a morar na Coreia.

“O Ciências sem Fronteiras terminou depois de um ano, voltei ao Brasil, estudei e trabalhei, e depois consegui voltar para a Coreia para fazer o curso de coreano. Depois eu ingressei em uma bolsa de mestrado do governo coreano, chamado GKS, e consegui concluir meu mestrado”, conta Jessica ao LeiaJá.

Segundo a designer, um ponto positivo da sua experiência foi a segurança que o país tem, porém, nem tudo são flores. A Coreia é um país bastante exigente no quesito trabalho e estudo: “A segurança pública é incrível. Com relação à cultura, você tem que ter muito respeito pelas pessoas, o que às vezes faz com você tenha muito cuidado ao falar, mas ao mesmo tempo cria um ambiente legal, mais harmônico e de respeito”, aponta.

Jessica usando o “Hanbok” traje típico coreano. Foto: arquivo pessoal

Quando se trata de dificuldades, Jessica aponta a língua em primeiro lugar. Ela também conta que existe uma exigente jornada de trabalho. “A cultura do trabalho é bem mais intensa que a do Brasil. Não tem muitas férias ou feriados, a gente tem nossos direitos, mas a jornada é bem maior. Só tem 15 dias de férias e, se ficar doente, tira dos dias de férias”, explica.

A designer aconselha aqueles que também desejam realizar um intercâmbio no país: “Aprenda a base da língua coreana. Principalmente se você não tiver muito dinheiro. Se você tiver condições, pode vir com uma agência e aprender o coreano aqui, mas se você quer conseguir uma bolsa, o nível de coreano vai fazer toda a diferença” aconselha.

A Coreia do Sul é um país em que não houve miscigenação e portanto, praticamente toda a população pertence a uma mesma etnia, ainda que, o País esteja cada vez mais aberto a estrangeiros. "O coreano na rua, às vezes, vai te olhar estranho porque você é estrangeiro. Mas você tem que pensar que ele mão te odeia ou pensa algo de ruim, é apenas porque você é diferente. Você está chegando na cultura deles e deve se adaptar", orienta a intercambista.

César Tabosa, professor de inglês e coreano, também foi para a Coreia do Sul pelo Ciências Sem Fronteiras. Na época, o professor cursava biomedicina e estudava genética, e visava um destino que tivesse um bom desenvolvimento em sua área profissional. Segundo César, a escolha pelo país asiático se deu pois as universidades aceitavam o idioma inglês.

O professor diz que a experiência trouxe hábitos que mudaram sua vida: “Eu era muito novo e a parte da disciplina e respeito me marcou muito. Eu costumava me atrasar e hoje em dia eu sou uma pessoa extremamente pontual. A ideia que educação muda é muito forte. Antes, a Coreia era comparada com o Brasil no pós-guerra e ela cresceu muito por causa da educação”, relembra.

César brinca que a comida foi um barreira, pois a culinária coreana é muito apimentada. O conselho que o professor dá é: “Entenda que você não está em casa, você tem que dançar conforme a música do outro, não vá esperando que vai comer arroz com feijão, não vá esperando tratar as pessoas como você trata aqui no Brasil. Vá com a cabeça aberta, não queira comer cuscuz, vá experimentar um burgogui (churrasco coreano)” reforça César.

Kimchi, comida típica coreana, e César ao final do programa. Fotos: arquivo pessoal

A World Study, agência que conta com programas de intercâmbio para a Coreia do Sul, aponta que um programa de duração de quatro semanas com curso, acomodação, transfer, material e guia fica em torno de U$ 3.590. As passagens áreas costumam variar de R$ 3 mil até R$ 5 mil ou mais, a depender do período.

Outra opção é tentar ingressar em bolsas. A National Institute for Internacional Education (NIIED), via embaixada da Coreia do Sul no Brasil, oferece as bolsas Global Korea Scholarship (GKS, antigo KGPS).

LeiaJá também

--> Espanha: saiba como preparar sua viagem de intercâmbio

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando