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Quatro funcionários de uma pousada em Fernando de Noronha foram confirmados com Covid-19, nessa quarta-feira (18). Com o aumento diário de casos, o quantitativo de contaminados subiu para 162, desde o início da pandemia.

Os novos infectados apresentaram sintomas leves da doença e já cumprem quarentena domiciliar. Sem registro de mortes relacionadas ao novo coronavírus, a Administração calcula que 101 contaminações foram locais, enquanto 61 casos foram importados.

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Ao todo, 146 pacientes apresentaram a cura clínica e outros 16 seguem em recuperação.

 

O Estado de Pernambuco chegou neste domingo (23) à marca de 100 mil pessoas recuperadas da Covid-19, representando um total de 84,2% dos casos. Das 100.330 pessoas curadas, 14.384 eram casos graves da doença e 85.946 tivera níveis leves.

Pernambuco soma 119.140 casos do novo coronavírus. O número de recuperados foi celebrado pelo secretário Estadual de Saúde André Longo: “Alcançar essa marca positiva é um alento, diante de uma situação nunca vivenciada antes. Apesar de estarmos com dados positivos agora, já perdemos, infelizmente, mais de 7 mil vidas para a doença e ainda temos novos registros diariamente. Por isso, não podemos relaxar e pensar que o vírus não está entre nós. Continuamos com a transmissão comunitária da Covid-19. Portanto, os cuidados precisam e devem continuar, com o distanciamento social, o uso correto das máscaras e os hábitos de higiene”. 

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A SES-PE também informou que, neste domingo, foram registrados 1.113 casos de Covid-19. Desses, 40 foram graves e 1.073 leves.

Fernando de Noronha segue sem óbitos em razão da Covid-19 e comemorou a recuperação de mais três pacientes. De acordo com o último boletim, restam quatro infectados na ilha, que seguem em isolamento domiciliar.

No sábado (8), foram encaminhadas para análise no Recife mais 12 amostras de casos suspeitos. Desde o início da pandemia, foram confirmados 91 casos e 87 recuperações em Noronha.

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Mais dois pacientes foram curados da Covid-19 em Fernando de Noronha. Com a atualização, ainda restam cinco contaminados na ilha, de acordo com o boletim divulgado nessa quarta-feira (5).

A administração aguarda o resultado de 68 amostras enviadas ao Recife para análise. Mesmo com a letalidade da doença, Noronha segue sem óbitos e já registrou 84 recuperações. Ao todo, 89 casos foram confirmados desde o início da pandemia.

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A Secretaria Estadual de Saúde (SES) registrou, nesta sexta-feira (31), mais 994 pacientes recuperados da Covid-19. Com isso, o estado chega a marca de 70.067 curados, o que representa 74% do total de infectados pelo novo coronavírus em Pernambuco.

Dos recuperados, 12.687 eram pacientes graves, que necessitaram de internamento hospitalar. 

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A pasta também confirmou 1.632 novos casos de Covid-19. Entre os confirmados nesta sexta-feira, 141 são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). 

Os outros 1.491 casos são leves, ou seja, pacientes que não precisaram de internamento hospitalar e que já estavam curados ou na fase final da doença. Pernambuco totaliza 95.005 casos já confirmados, sendo 23.534 graves e 71.471 leves. 

Também foram confirmados 31 novos óbitos, ocorridos desde 21 de maio. Desses, 15 se deram nos últimos três dias, sendo cinco na quinta-feira (30), sete na quarta-feira (29) e três na terça-feira (28). Pernambuco contabiliza 6.557 mortes pelo novo coronavírus.

O Recife ultrapassou a marca de 20 mil pacientes recuperados da Covid-19. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (20) pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).

"Chegamos a 20 mil recuperados da covid-19 no Recife. São pessoas que já tiveram a doença e estão curadas. Quero agradecer o esforço de todos os recifenses e de todos que estão trabalhando no enfrentamento à pandemia. Como registramos semana passada, a contaminação está em queda há mais de 60 dias na nossa cidade, mas a pandemia ainda não acabou em lugar nenhum no mundo", disse Geraldo Julio nesta manhã.

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Ao todo, 12,8 mil pessoas passaram por atendimento na rede municipal de saúde, que conta com sete hospitais de campanha, com cerca de mil leitos, além de mais de 20 unidades de referência da Atenção Básica para receber pacientes com sintomas de infecção pelo novo coronavírus. Os hospitais de campanha da capital chegaram a mais de 4,7 mil internamentos, com 2,2 mil altas hospitalares. 

Após dois meses de queda no número de casos de Covid-19, a Secretaria de Saúde do Recife iniciou a reorganização da rede emergencial, desativando 300 enfermarias e abrindo 53 leitos de UTIs neste mês. Com a reorganização, a gestão municipal conta com 724 leitos em funcionamento, sendo 342 de UTI e 382 de enfermaria.

Nesta segunda-feira, as academias retornam e os restaurantes, bares e lanchonetes voltam a receber público.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou, nesta sexta-feira (12), 878 novos casos e 61 óbitos pela Covid-19 em Pernambuco. Com a atualização, o estado tem 3.694 mortes pelo novo coronavírus.

As mortes confirmadas no último boletim ocorreram desde 5 de maio. Do total, 39 óbitos (64%) ocorreram entre 5 de maio e 7 de junho, enquanto 22 (36%), desde a última segunda-feira (8).

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Dos casos confirmados, 727 são leves e 151 se enquadram como Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Pernambuco agora registra 43.872 casos, sendo 16.708 graves e 27.164 leves. A SES também confirmou que 27.141 pacientes se recuperaram da Covid-19 até o momento.

Mais de um milhão de pessoas estão curadas do novo coronavírus, de acordo com os dados coletados pela universidade americana Johns Hopkins nesta sexta-feira (1º). Segundo o novo balanço, os pacientes recuperados são 1.014.809, enquanto os mortos totalizam 233.405. Ao todo, 3,2 milhões de pessoas contraíram a Covid-19.

O ranking é liderado pelos Estados Unidos, com quase 154 mil cidadãos curados. Ao todo, o país tem 1 milhão de infectados e 63 mil óbitos. Na segunda colocação aparece a Alemanha, com aproximadamente 127 mil recuperados entre os 163 mil contaminados. Já o Brasil está em nono lugar com 35,9 mil curados. No total, o país liderado por Jair Bolsonaro tem mais de 6 mil mortes e 85,3 mil infectados. Hoje, o Comitê de emergência da Organização Mundial de Saúde disse que a pandemia do novo coronavírus ainda é uma emergência de saúde internacional.

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"O comitê consiste de especialistas internacionais e independentes, representando todas as regiões e toda a gama de conhecimento relevante", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Da Ansa

Após fazer um alerta a respeito do uso de "passaportes de imunidade" contra a pandemia da Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou na noite do sábado (25), em sua conta oficial no Twitter, esclarecimentos sobre o texto que trata do assunto. Nas novas postagens, a OMS afirma que é esperado que a "maioria das pessoas infectadas pela Covid-19" desenvolva anticorpos que deem algum tipo de proteção contra a doença.

"O que ainda não sabemos é qual o nível de proteção ou por quanto tempo ele durará", escreveu a organização.

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Os esclarecimentos foram feitos, de acordo com a agência, após o documento original ter causado "alguma preocupação".

No texto "'Passaportes imunológicos' no contexto da covid-19", publicado em seu site, a OMS afirmava que há evidências de que pessoas recuperadas da doença estariam protegidas de uma segunda infecção. O órgão publicou as informações após alguns países adotarem os "passaportes" para reduzir medidas de distanciamento social. O texto não sofreu alterações.

Entretanto, outro ponto que a OMS havia destacado é o de que, dado o período de incubação da doença no organismo - entre uma e duas semanas -, pessoas infectadas pelo novo coronavírus poderiam criar anticorpos mesmo com o vírus ainda presente na corrente sanguínea, o que reduziria a precisão desse tipo de medição.

Nas novas postagens no Twitter, a OMS ressalta que, até o momento, nenhum estudo deu respostas a questões sobre a reação do organismo ao vírus, e que o documento será atualizado quando novas evidências científicas estiverem disponíveis.

A OMS também apagou de sua conta na rede social os tuítes originais sobre o documento, mantendo apenas uma imagem das postagens excluídas.

Uma idosa de 97 anos recebeu alta hoje do Hospital Vila Nova Star, da Rede d'Or São Luiz, em São Paulo. Gina Dal Colleto estava internada desde o dia 1º de abril, após apresentar sintomas como tosse e confusão mental.

O diagnóstico revelou influenza (gripe comum) e covid-19, o novo coronavírus. Ela teve de ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com oxigênio para ajudar na respiração.

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Além da idade avançada, que por si só inclui Gina no grupo de risco para o coronavírus, tem dois stents no coração - durante a internação, teve inflamação cardíaca e pulmonar. Ela foi tratada com antibióticos, diuréticos, corticoide e cloroquina e deixou o hospital neste domingo, sob aplausos dos médicos e da equipe do hospital.

Gina Dal Coletto mora em Santos, no litoral sul de São Paulo, e tem seis netos e cinco bisnetos.

De uma forma ou de outra, todo mundo vai ter contato com o esse inimigo invisível e oculto, o novo coronavírus. Ele se espalhou pelos quatro cantos do planeta e provocou uma pandemia. Para muita gente, ele poderá passar rápido, provocando sintomas leves, situação que pode ser resolvida com tratamento caseiro. Mas, para cerca de 20% da população, a doença é motivo de internação hospitalar e até de uso de respiradores, hoje o equipamento mais escasso e que pode ser o fiel da balança da sobrevivência.

O jornal O Estado de S. Paulo conversou com pessoas que foram diagnosticadas com o novo vírus e estão curadas ou em fase final do tratamento para a covid-19. Entre os entrevistados estão aqueles que ficaram na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), como o jurista Ives Gandra Martins, de 85 anos, que, pela idade, pertence ao grupo de risco da covid-19.

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Também fazem parte do grupo de risco para o novo coronavírus pessoas com comorbidades, como complicações cardíacas, doenças pulmonares e renais. O vírus, no entanto, atinge a todos: pegou em cheio o prefeito de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, Orlando Morando (PSDB), de 45 anos, com a saúde em dia. "Senti uma falta de ar asfixiante", disse Morando ao Estado.

No grupo dos que fizeram tratamento em casa e não precisaram de internação estão a jornalista Monique Arruda, de 34 anos, e a técnica de enfermagem, Natália Leite, de 35 anos. Também se recuperou em casa o médico infectologista David Uip, que lidera o comitê de combate à doença em São Paulo.

Uip participou nesta segunda-feira (6) de uma entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes sobre o avanço da covid-19 no Estado, após ficar vários dias afastado, em isolamento domiciliar, durante o tratamento para a doença.

Seja em casa ou no leito de uma UTI, o medo de morrer foi o traço comum dos depoimentos desses brasileiros que agora - ao que tudo indica - já estão imunizados contra o novo coronavírus. Para eles, a lição que ficou é de que a vida é muito frágil e a saída para superar esse momento é ouvir a ciência e ser solidário. Leia abaixo os depoimentos.

David Uip, médico infectologista

David Uip, que chefia o Centro de Contingência contra a covid-19 criado pelo Estado de São Paulo, voltou ao trabalho ontem e participou de uma coletiva de imprensa em que foi anunciada a ampliação da quarentena no Estado de São Paulo. Uip foi infectado pelo novo coronavírus e estava afastado. Ele deu um depoimento emocionado sobre como sofreu com a doença.

"Gostaria de agradecer a Deus por estar aqui vivo, à minha família pela solidariedade e ao senhor, governador João Doria, que não deixou de me ligar um dia, não para perguntar algo sobre o trabalho, mas para saber como eu estava", disse Uip.

"Vou dar meu depoimento para mostrar do que se trata essa doença. Há dois domingos, eu me senti muito mal. Estava extenuado, sentado em uma cadeira e, pela primeira vez na vida, me neguei a falar com uma emissora de televisão. Não conseguia. De domingo para segunda, passei muito mal. Na segunda de manhã, fiz o exame e o teste deu positivo para coronavírus, mas a tomografia deu normal. A semana que se seguiu foi de extremo sofrimento", contou.

Uip explicou que depois de uma semana do diagnóstico positivo para coronavírus, em uma tomografia, foi detectada uma pneumonia. "Esse sentimento de você se ver como médico, infectologista, com uma pneumonia, sabendo que muito provavelmente entre o sétimo e o décimo dia haveria complicações, foi muito angustiante. Indo dormir não sabendo como ia acordar. Mas Deus me ajudou e venci a quarentena. Não é fácil ficar isolado. É de extremo sofrimento, mas é absolutamente fundamental", contou o infectologista.

E continuou: "Eu tive de me reinventar nesse período. Virei um David Uip mais humilde, sabendo os limites da vida".

Sobre a ampliação da quarentena, Uip falou que ela vai possibilitar um achatamento da curva da doença. "Meu depoimento é como paciente, não como médico. Quem vai sair vivo é quem estiver sendo atendido em estruturas hospitalares bem equipadas e com equipes médicas bem estruturadas. Isso é claríssimo. Isso (a quarentena) vai permitir que os hospitais públicos e privados se reorganizem. Isso está possibilitando que indivíduos como eu, que ficaram adoecidos, voltem para a frente de trabalho."

Uip disse que vai voltar a atender pacientes. "Meu testemunho é de quem ficou do outro lado. Não é brincadeira. A quem está subestimando, achando que não é nada, desejo ardentemente que não adoeça. É um sofrimento muito grande. Eu passo a ser um ativo, eu já passei pela doença e eu, teoricamente, não me contamino de novo", disse, sob aplausos das pessoas presentes no Palácio dos Bandeirantes.

Ives Gandra Martins, jurista

No dia 27 de fevereiro, o jurista Ives Gandra Martins foi submetido a uma cirurgia simples de esôfago. Na recuperação teve uma isquemia, depois uma septicemia. Ficou quatro dias em coma na UTI e, quando estava se recuperando pegou o novo coronavírus. "A minha guerra não começou com o coronavírus", disse o jurista, que agora já está em casa, mas ainda em recuperação. "Sinto fraqueza e falta de apetite. Mas, fora isso, estou bem. Estou escrevendo: coronavírus não atingiu o cérebro", brincou.

Após 38 dias de hospital, ele mantém o raciocínio perspicaz. "Os médicos foram muito bons, mas acredito mais no médico lá de cima", disse o jurista, que é católico, acredita em Deus e no poder das orações.

Aos 85 anos e, portanto, pertencendo ao grupo de risco, Gandra relatou que nunca tinha vivido um drama pessoal tão grande. Apesar da fase difícil, ele se considera otimista. Acredita que, do ponto de vista coletivo, a pandemia do novo coronavírus vai ser um momento de reflexão da humanidade. "Essa é uma guerra mundial contra um inimigo invisível e, com solidariedade, será uma grande oportunidade para mudarmos a face da terra."

Orlando Morando, prefeito de São Bernardo

Depois de uma semana na UTI, Orlando Morando, prefeito de São Bernardo do Campo (PSDB), no ABC paulista, disse que achou que morreria por causa da covid-19. O pior momento foi na semana passada. "Senti uma falta de ar asfixiante, foi a pior sensação que tive na vida."

A situação só começou a reverter quando os médicos começaram a dar cloroquina. "O oxigênio não surtia efeito", lembra o político de 45 anos, que tem boa saúde e não faz parte de grupo de risco.

A lição que fica, segundo ele, é que é preciso valorizar a vida. "Esse é o maior bem que a gente tem. Quando se está à beira do precipício não adianta mais."

Outra lição tirada dessa experiência é a necessidade de as pessoas serem mais humanas. Morando disse que tem acompanhado as discussões recentes e que, na sua opinião, elas são totalmente "ilógicas". "O que adianta discutir a economia para quem não tem mais saúde?".

"A ciência está mostrando que o isolamento é a chance que temos para proteger as pessoas", frisou. "Depois do que eu passei, disse, gostaria de ver se consegue ficar alguns segundos sem respirar tentando contar dinheiro", finalizou.

Monique Arruda, jornalista

Há 17 dias trancada em casa, Monique Arruda, de 34 anos, jornalista, não precisou ir para o hospital para se curar da covid-19. No primeiro dia, ela contou que teve muita dor de cabeça, cansaço e febre alta. "Fiquei sem olfato durante 12 dias, era como se não tivesse nariz", lembrou.

Ela recebeu orientação do médico via aplicativos, o laboratório fez o teste em casa e o resultado foi positivo. Já o seu filho de 3 anos teve muita falta de ar, mas o teste deu negativo. Até mesmo no período de isolamento, o médico a autorizou a amamentar para atenuar os sintomas da criança. Ela usou máscara e tomou cuidado com a higienização das mãos.

Outra preocupação de Monique é com a mãe idosa, de 70 anos, que mora na mesma casa. Mas, segundo ela, a mãe não pegou a doença, apesar de ser fumante e fazer parte do grupo de risco. "Apesar de os meus sintomas terem sido leves, foi um pesadelo", resumiu a jornalista. Ser portadora do vírus soou como uma sentença de morte para ela. No seu caso, um dos pontos que ajudaram, na sua opinião, a não virar um caso grave foi seu estilo de vida saudável. "Alimentação é a base de tudo."

Natália Leite, técnica de enfermagem

No dia 25 de março, a técnica de enfermagem Natália Leite, de 35 anos, começou a ter sintomas de uma gripe normal: tosse, espirros e nariz escorrendo. Foi a uma UPA e o médico a diagnosticou com gripe, H1N1. Natália, que trabalha em um hospital público, foi afastada do serviço e começou o tratamento em casa.

Com o passar dos dias, o quadro piorou: veio a febre alta, que chegava 40 graus, perda de paladar, olfato e dor nos pulmões, como se tivessem sendo esmagados. Ela voltou ao médico, fez o teste e confirmou que estava com covid-19. "O sintoma é de uma gripona: quando tosse, dói os pulmões, achei que fosse morrer", contou.

No começo, ela não acreditou que estivesse com a doença, pois tomava todos os cuidados de higiene e no hospital onde trabalha cuida de uma ala isolada, onde estão pacientes sem relação com a pandemia.

Depois do diagnóstico, o médico recomendou que continuasse o tratamento em casa e só fosse ao hospital se tivesse falta de ar. Natália mandou o filho menor, de 4 anos, para a casa do pai, e ficou na companhia do filho maior, de 14. "No dia 9 vou refazer o teste para ver se o vírus foi embora."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No momento em que o número de mortos e infectados pelo novo coronavírus aumenta e países como Itália e Espanha avançam na contagem de seus mortos, cresce também outra estatística menos divulgada e bem mais alentadora: a dos curados. Em todo o mundo, pelo menos 100 mil pessoas já se recuperaram da doença, segundo estudo da Universidade John Hopkins, dos Estados Unidos.

O trabalho foi divulgado nesta semana. O resultado corrobora informações da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que 80% das pessoas contaminadas se recuperam apenas no tratamento, sem precisar de internação e uso do respirador (entre 5% e 6%).

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Os curados são homens e mulheres, jovens, adultos e idosos, que apresentaram sintomas variados, desde tosse e falta de ar até perda de olfato. Depois de um período de isolamento total, sem sair de casa - incluindo os mais novos -, eles relatam o prazer de voltar a executar atividades do dia a dia, como estar com os amigos e com a própria família. Alguns são enfáticos: para eles, o isolamento social continua sendo necessário, mesmo depois da cura, para evitar que a pandemia avance assustadoramente como em outros países.

"O pior sintoma é o medo", afirma a advogada e conselheira federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Daniela Teixeira, de 48 anos, que contraiu a covid-19 na Conferência Nacional da Mulher Advogada, realizada no Ceará, em 5 e 6 de março. "Fui homenageada na conferência, mas não vale o risco e o desespero que passei depois. Tinha de ter ficado em casa." Ela reforça a recomendação da OMS para que as pessoas não saiam de suas casas nesse momento, que não paguem para ver. "É muito difícil ser contaminada por uma peste, algo que parou o mundo, e achar que seu quadro clínico pode se agravar, que você pode contaminar pessoas queridas ao seu redor", diz.

O tom de voz de Daniela, no entanto, já não tem mais grande preocupação. Na terça-feira, ela recebeu o resultado de seu último teste e não está mais doente. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal, onde mora, recomendou por precaução isolamento total até dia 31. Depois, vida normal.

Com o aumento da demanda pelos testes de coronavírus, muitos infectados não chegam a fazer novo exame ao fim da quarentena. Segundo o Ministério da Saúde, a orientação para os que testam positivo é de respeitarem o período de 14 dias de isolamento. Depois, se não tiverem mais sintomas, já podem seguir as mesmas regras do restante da população.

Foi o caso da paulista Laísa Nardi, de 22 anos. Em fevereiro, depois de ter voltado de uma viagem por Itália e Espanha, ela começou a ter tosse, falta de ar e dor no corpo. "Achei que a dor fosse de carregar a mochila nas costas", disse. Ela revela um sentimento bastante difundido entre as pessoas: "Não achei que pudesse acontecer comigo".

Poucos dias depois de procurar atendimento médico, Laísa recebeu o resultado positivo do teste para o novo coronavírus. Ela ficou em isolamento com seu ex-namorado, com quem tinha entrado em contato depois da viagem, ao realizar sua mudança da casa dele. "Fiquei de quarentena com o ex", brincou. "No dia em que a minha quarentena acabou, andei 15 quilômetros no sol do meio-dia, sozinha, para ter certeza de que eu não estava mais trancada." Laísa já voltou a trabalhar. "Mas evito ao máximo sair de casa. Vou para o trabalho porque preciso."

Aos 21 anos, Jacqueline Hibner tem a mesma percepção. Ela estuda Hotelaria e Nutrição em Nova York. Voltou para o Brasil quando suas aulas passaram a ser ministradas online. Pouco tempo depois, teve dor de cabeça e enjoo. Ela estava fora do grupo de risco. Não chegou a ter febre, mas o diagnóstico foi o mesmo: coronavírus.

Jacqueline seguiu os 14 dias de isolamento à risca, mesmo quando parou de apresentar sintomas, e continua passando a maior parte do tempo em casa. "Temos de tomar cuidado. Ficar nas ruas agora é algo egoísta", afirma. "Temos de ficar em casa para não espalhar o vírus. Para algumas pessoas ele pode ser leve, mas pode atacar outras e ser fatal." Ela sabe que os mais jovens podem ser hospedeiros e passar o vírus para outros.

O médico ortopedista Roberto Ranzini, de 54 anos, afirmou que quer se voluntariar para trabalhar em algum hospital de campanha, depois de acabar sua quarentena. Ele atua no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde foi diagnosticado o primeiro caso da doença no País, e disse acreditar que possa ter contraído o vírus de algum paciente. Sem apresentar mais os sintomas iniciais que, para ele, incluíram letargia e diminuição do olfato, Ranzini continua seguindo o isolamento recomendado. "Temos de ter consciência da importância do isolamento, senão vai ter explosão de casos e o nosso sistema de saúde não vai aguentar."

Embora não existam estudos sobre o que acontece com pacientes depois que eles se curam, a esperança dele é que no fim da quarentena, quando pretende ir de novo para a linha de frente, já esteja imunizado. De acordo com o infectologista Paulo Olzon, uma vez que a pessoa esteja recuperada do coronavírus, não há nenhuma restrição. "É vida normal."

Monitoramento

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo afirmou não ter dados sobre os pacientes curados e disse que o monitoramento dos pacientes é feito pelas prefeituras. Já Secretaria Municipal de Saúde não detalhou como tem monitorado casos de pacientes recuperados. O Ministério da Saúde informou que ainda está trabalhando em consolidar esses dados, antes de fazer qualquer divulgação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Autoridades de saúde chinesas pediram, nesta segunda-feira (17), às pessoas que se recuperaram do coronavírus que doem sangue para que seja extraído o plasma, a fim de tratar os doentes que se encontram em estado grave.

Os laboratórios farmacêuticos estão envolvidos em uma corrida contra o relógio para desenvolver um tratamento e uma vacina contra esta doença que já infectou mais de 70.500 pessoas e matou pelo menos 1.770 na China.

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O plasma de ex-pacientes que foram infectados pelo coronavírus contém anticorpos que podem reduzir a carga viral em pacientes graves, disse um funcionário da Comissão Nacional de Saúde durante uma coletiva de imprensa.

"Gostaria de pedir aos que se recuperaram que doassem seu plasma. Ao fazer isso, dariam esperança àqueles que ainda estão gravemente doentes", disse Guo Yanhong.

Onze pacientes hospitalares em Wuhan, o epicentro da epidemia, receberam transfusões de plasma na semana passada, disse Sun Yanrong, do centro biológico do Ministério da Ciência e Tecnologia.

"Um deles já voltou para casa, outro conseguiu se levantar e andar, e os outros estão se recuperando", acrescentou.

Esse apelo é feito no dia seguinte ao anúncio por um laboratório estadual dos resultados positivos durante os ensaios clínicos realizados em um hospital em Wuhan.

Em uma postagem na rede WeChat, o China National Biotec Group garantiu que os pacientes que receberam transfusões de plasma viram sua condição "melhorar dentro de 24 horas".

"Os ensaios clínicos mostraram que as transfusões de plasma (de pacientes curados) são seguras e eficazes", acrescentou Sun.

Os doadores serão testados para garantir que não podem transmitir o vírus, disse o chefe de Departamento do Peking University First Hospital, Wang Guiqiang.

"Apenas o plasma será usado", reforçou. "Os outros componentes do sangue, incluindo glóbulos vermelhos e plaquetas, serão restituídos aos doadores", completou.

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