Tópicos | Democracia em Vertigem

A academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, entidade que organiza o Oscar, divulgou na última terça-feira (30) a lista anual de novos membros. Este ano, 819 novos membros de 68 nacionalidades passam a integrar a organização. A lista deste ano inclui os brasileiros Mariana Oliva e Tiago Pavan, produtores do documentário “Democracia em Vertigem”, indicado a premiação em 2020.

Outros brasileiros também foram aceitos pela organização, são eles: o animador de “Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’Roll”, Otto Guerra; a montadora do documentário “Um Filme de Verão” e do filme “Person”, Cristina Amaral; a documentarista Julia Bacha de “Naila and the Uprising” e “Brudus”; e Vincent Carelli de “Martírio” e Corumbiara”.  

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Respondendo às críticas sobre a falta de representatividade na premiação, entre membros, indicados e vencedores, a academia ressaltou a diversidade na escolha dos novos membros. A exemplo, toda a equipe do filme sul-coreano “Parasita”, um grande vencedor da edição 2020; a atriz chinesa Awkwafina e a atriz nigeriana Cynthia Erivo, entraram para os novos membros da premiação. 

A academia de Hollywood conta com mais de 10 mil membros votantes. Entre os brasileiros que já compõem a instituição estão: Petra Costa, Fernanda Montenegro, Sônia Braga, Alice Braga, José Padilha, Rodrigo Santoro, Kleber Mendonça Filho, Carlinhos Brown, Walter Carvalho, Rodrigo Teixeira e Walter Salles.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afastou a relação da Lava Jato com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, e a eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da República, dois anos depois. "São movimentos que foram distintos. Claro que existe um contexto no qual o presidente foi eleito. Mas, assim, o impeachment não teve a nada a ver com a eleição do presidente Jair Bolsonaro. São coisas dissociadas", disse o ex-juiz federal de Curitiba.

A declaração de Moro foi feita em entrevista ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar estreou ontem um programa de entrevistas em seu canal no YouTube, chamado de 'O Brasil precisa saber'. Antes da exibição, Eduardo divulgou o anúncio da gravação, chamando seus seguidores para acompanhar o programa. Moro fez referência ao impeachment e à eleição presidencial ao criticar o documentário Democracia em Vertigem, da diretora Petra Costa, indicado ao Oscar. "Para um documentário, acho que presta um desserviço aos fatos porque é uma visão deturpada daqueles acontecimentos."

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A atuação de Moro na Lava Jato é contestada pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados do petista acusam o ex-juiz de agir com parcialidade ao condenar Lula no caso do tríplex do Guarujá e depois assumir um cargo no primeiro escalão do governo Bolsonaro. O julgamento da suspeição de Moro deve ser concluído ainda neste semestre na Segunda Turma do STF.

Custódia

Na entrevista, Moro elogiou o ministro Luiz Fux, do STF, por derrubar um item da lei anticrime que obrigava presos a serem submetidos à audiência de custódia em 24 horas. O dispositivo foi incluído no pacote proposto por Moro na tramitação do projeto no Congresso.

Ao ser questionado sobre futuros projetos a serem encaminhados ao Legislativo, destacou a intenção de deixar a Força Nacional de Segurança expressa na Constituição. A intenção é dar segurança a uma nova modelagem para o órgão, que atualmente reúne policiais estaduais em operações especiais. O ministro também se manifestou favorável à diminuição da idade penal para 16 anos em caso de crimes gravíssimos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O sul-coreano "Parasita", de Bong Joon-ho, fez história ao se tornar o primeiro filme em língua não inglesa a ganhar o Oscar de melhor filme, a joia da coroa da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, entregue na 92ª edição da cerimônia celebrada neste domingo (9) no teatro Dolby, em Hollywood, Califórnia.

A comédia de humor negro, que conta a história de uma família pobre de golpistas que se infiltra na casa de uma família rica, em um olhar quase universal sobre o abismo de classes cada vez maior, foi o grande vencedor da noite, com quatro estatuetas, incluindo a de melhor filme internacional, melhor diretor e melhor roteiro original.

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Nas demais categorias, não houve grandes surpresas.

No primeiro prêmio da noite, Brad Pitt levou o Oscar de melhor ator coadjuvante por seu papel em "Era uma vez... em Hollywood", a ode à meca do cinema de Quentin Tarantino.

"É tempo de dar um pouco de amor a nossos coordenadores e equipes de dublês", disse o ator de 56 anos ao receber o prêmio, em alusão ao seu papel de dublê no filme.

Laura Dern levou o prêmio de melhor atriz coadjuvante pelo papel de uma advogada especializada em divórcios em "História de um casamento".

Dern, que arrasou nesta temporada de prêmios de Hollywood, desbancou Kathy Bates ("O caso de Richard Jewell"), Scarlett Johansson ("Jojo Rabbit"), Florence Pugh ("Adoráveis mulheres") e Margot Robbie ("O escândalo").

Joaquin Phoenix ganhou o Oscar de melhor ator pela interpretação do vilão dos quadrinhos "Coringa", superando o espanhol Antonio Banderas ("Dor e Glória"), Leonardo DiCaprio ("Era uma vez... em Hollywood"), Adam Driver ("História de um Casamento") e Jonathan Pryce ("Dois Papas").

A americana Renée Zellweger levou o prêmio de melhor atriz no papel de Judy Garland no filme biográfico "Judy". Zellweger, que já tinha levado a estatueta de melhor atriz por "Cold Mountain" em 2004, superou Cynthia Erivo ("Harriet"), Saoirse Ronan ("Admiráveis mulheres"), Scarlett Johansson ("História de um casamento") e Charlize Theron ("O escândalo").

A sátira nazista "Jojo Rabbit", de Taika Waititi, levou a estatueta de melhor roteiro adaptado e "Toy Story 4", o de melhor animação.

- Favorito frustra documentário brasileiro -

Outro favorito, "Indústria americana", ganhou o Oscar de melhor documentário, frustrando as ambições de "Democracia em Vertigem", de Petra Costa, de levar para o Brasil um inédito Oscar na categoria.

O documentário contemplado com a estatueta conta a história de uma fábrica de automóveis do Meio oeste dos Estados Unidos, reaberta por um bilionário chinês. O filme foi produzido por Barack e Michelle Obama para a Netflix.

"Quando começamos (o filme), nem mesmo tínhamos o presidente (Donald) Trump, e muito menos as guerras comerciais e o conflito com a China", disse a diretora Julia Reichert à AFP.

Codirigido por Reichert e Steven Bognar, o filme, premiado no Festival de Sundance 2019, se passa em uma fábrica abandonada da General Motors em Ohio, que volta a funcionar quando o chinês Cao Dewang a compra e a transforma na fábrica de para-brisas Fuyao Glass America.

Disponível na Netflix desde junho passado, "Democracia em Vertigem" relata em primeira pessoa a ascensão da esquerda no Brasil, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, sua prisão após ser condenado por corrupção, a destituição de sua sucessora, Dilma Rousseff, em 2016 e a chegada da direita ao poder com Bolsonaro, em 2018.

Também disputavam o Oscar de melhor documentário "The Cave", "For Sama" e "Honeyland", este último também concorrente ao prêmio de melhor filme estrangeiro.

- Diversidade na berlinda -

A 92ª cerimônia de entrega dos prêmios da Academia aconteceu em meio a críticas pela falta de diversidade entre seus indicados.

"Celebramos todas as mulheres que dirigiram filmes fenomenais", disse a cantora Janelle Monáe ao abrir a noite.

"Estou muito orgulhosa de estar aqui como uma artista negra e queer, contando histórias. eliz mês da história negra", continuou a atriz e cantora, que abriu sua apresentação com um número musical ao lado de Billy Porter, que incluiu os temas de "Um lindo dia na vizinhança" e "I'm Still Standing", de Elton John.

Mais uma vez o Oscar não tem anfitrião, embora Steve Martin e Chris Rock tenham feito as honras com o primeiro monólogo humorístico, brincando com Jeff Bezos e o ganhador do Oscar no ano passado, Mahershala Ali.

"Tem dois Oscars, sabe o que isto significa quando a Polícia te prende? Nada", provocou Rock, mais uma vez em alusão ao problema da diversidade que assombra esta edição.

"O Oscar mudou nos últimos 92 anos... Em 1929 não havia atores negros indicados", alfinetou Martin. "Em 2020 temos um", ironizou Rock.

É verdade. Cynthia Erivo ("Harriet") foi a única atriz não branca indicada nas categorias de interpretação.

A cerimônia do Oscar tambem prestou tributo a Kirk Douglas, o último grande ícono da era dourada de Hollywood, falecido na quarta-feira aos 103 anos, e à lenda do basquete e também premiado com o Oscar Kobe Bryant, morto em um acidente de helicóptero em 26 de janeiro.

A cineasta Petra Costa, indicada ao Oscar pelo documentário "Democracia em Vertigem", entrelaça a sua vida pessoal com a história recente do país para denunciar uma "epidemia" da extrema direita no mundo.

O longa, distribuído pela Netflix, é narrado em primeira pessoa e resume os acontecimentos que conduziram ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, e a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018.

"Eu e a democracia brasileira temos quase a mesma idade. Eu achava que nos nossos 30 e poucos anos estaríamos pisando em terra firme", ressalta a cineasta, nascida há 36 anos, em Belo Horizonte.

Filha de militantes comunistas e neta do fundador de uma das construtoras envolvidas na Lava Jato, a Andrade Gutierrez, Costa defende a ideia de que o impeachment foi um golpe da elite político-empresarial do país como forma de tirar o PT do poder e ofuscar as investigações.

Com acesso privilegiado aos protagonistas e aos seus bastidores, a cineasta mineira examina os capítulos do processo de impeachment de Rousseff, assim como a prisão do ex-presidente Lula.

"Aqui estamos, com uma presidente destituída, um presidente preso e o país avançando rapidamente rumo ao seu passado autoritário", resume no início do documentário, que em duas horas alterna entre planos intimistas, imagens de arquivo e sequências aéreas da capital federal, Brasília.

- Bolsonaro contra-ataca -

Desde a sua estreia no Festival de Sundance em 2019, o documentário coleciona uma série de elogios no exterior. No Brasil, no entanto, os comentários se dividem por causa do cenário polarizado.

Spike Lee, Wim Wenders, Queen Latifah, Caetano Veloso e Chico Buarque, entre outros, usaram as redes sociais para enaltecer o longa.

Bolsonaro, por sua vez, após comentar que o filme era uma "porcaria" e que não perderia seu tempo assistindo ao longa, usou o órgão oficial de comunicação do governo para acusar a cineasta de "difamar o país" e para comentar um vídeo com supostas declarações falsas da cineasta a uma emissora americana.

Costa não esconde a sua postura política e assume inclusive ter retirado digitalmente as armas de uma foto que estava junto dos corpos de dois militantes comunistas assassinados pela ditadura militar em 1976.

Em explicação à revista Piauí, a cineasta se justificou: "Há uma razão para isso, e eu estava esperando que alguém do público notasse. Como afirmei no documentário, Pedro (um dos militantes da foto) era o mentor político da minha mãe, e foi amplamente reconhecido que a polícia plantou armas ao redor dos corpos dos ativistas assassinados, como uma desculpa para seus assassinatos brutais".

"Numa época em que a extrema direita está se espalhando como uma epidemia, esperamos que esse filme possa nos ajudar a entender como é crucial proteger nossas democracias", afirmou a cineasta ao comentar sobre a indicação.

Antes desse filme, Costa já era conhecida pelo documentário "Elena" (2012) e pelo longa "Olmo & a Gaivota" (2015).

Após ser atacada por bolsonaristas, pelo deputado Eduardo Bolsonaro e ser alvo de críticas do governo pelo twitter oficial, a cineasta Petra Costa segue sendo o assunto nas redes. Os líderes do PT, Fernando Haddad e Dilma Rouseff, defenderam a candidata ao Oscar nesta terça (4).

O ex-candidato a presidência Fernando Haddad cutucou os incomodados pela indicação da cinesta ao prêmio de melhor documentário no festival estadunidense. "Fazia muito tempo que eu não via alguém incomodar tanto o establishment global. Parabéns Petra. DemocraciaEmVertigem!! (sic)".

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Já a ex-presidenta Dilma Roussef atacou nominalmente o ex-apresentador do Big Brother Brasil, Pedro Bial, e a Secretaria de Comunicação do Governo Federal. "Como se não bastasse a grosseria misógina e sexista de Bial contra Petra Costa, ao chamá-la de menina insegura em busca de aprovação dos pais, a candidata brasileira ao Oscar com o filme Democracia em Vertigem foi vítima de intolerável agressão oficial do governo Bolsonaro".

Dilma disparou contra o governo por usar verbas públicas para atacar a cineasta. "A Secretaria de Comunicação da Presidência exibiu um vídeo, feito com dinheiro público, para ofender uma artista brasileira apenas porque exerceu o inalienável direito de criticar o governo numa rede de TV. Trata-se de censura e de brutal desrespeito à liberdade de expressão", disse ainda.

A petista aproveitou para criticar o presidente Jair Bolsonaro. "Petra foi até serena na escolha das palavras, ao dizer uma pequena parte do que os brasileiros e o mundo já sabem: o Brasil é governado por um machista, racista, homofóbico, inimigo da cultura, apoiador de ditaduras, da tortura e da violência policial, e amigo de milicianos", atacou.

LeiaJá também:

--> Post da Secom critica Petra Costa por 'denegrir' o Brasil

--> Eduardo lembra que Petra é herdeira da Andrade Gutierrez

--> Petra Costa é atacada por bolsonaristas na internet

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) fez uma postagem no Twitter, nessa segunda-feira (3), criticando a cineasta Petra Costa por "denegrir uma nação" com o seu documentário, "Democracia em Vertigem", que trata dos fatos que resultaram na chegada de Jair Bolsonaro à Presidência.

Em um vídeo postado em sua conta oficial, a Secom sustenta que a cineasta "assumiu o papel de ativista anti-Brasil" e questiona algumas declarações dela durante entrevista concedida no fim de semana a um canal americano.

A peça, de quase três minutos, mostra a diretora afirmando que desde a chegada de Bolsonaro ao poder, em janeiro de 2019, aumentou o número de mortes em ações policiais no estado do Rio de Janeiro e que o presidente incentiva fazendeiros a invadir terras indígenas e queimar a floresta amazônica.

A Secom inseriu legendas para questionar vários destes argumentos.

Em uma série de tuítes em português e inglês, a secretaria repetiu as críticas e acrescentou: "é incrível que uma cineasta possa criar uma narrativa cheia de mentiras e prognósticos absurdos a fim de denegrir uma nação só porque não aceita o resultado das eleições".

Pietra Costa, de 36 anos, disputa o Oscar de melhor documentário com "Democracia em Vertigem", uma produção da Netflix, na qual faz uma retrospectiva de um ponto de vista pessoal dos eventos recentes que marcaram a política brasileira.

A fita, de duas horas, narra a chegada da esquerda ao poder com Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, em 2003, o impeachment de sua sucessora, Dilma Rousseff, em 2016, a prisão de Lula em 2018 por corrupção e a ascensão de Bolsonaro.

Pietra Costa tem uma longa carreira como documentarista. Seu filme de estreia, "Olhos de Resssaca" (2009), foi exibido no Moma de Nova York e ganhou, entre outros, o prêmio de melhor curta-metragem no London International Documentary Festival. Seguiram-no "Elena" (2012) e "O Olmo e a Gaivota" (2015), ambos igualmente premiados.

Na cerimônia do Oscar no próximo domingo (9), "Democracia em Vertigem" competirá com outros quatro indicados ("American Factory", "The Cave", "For Sama" e "Honeyland").

O jornalista Pedro Bial fez duras críticas ao documentário Democracia em Vertigem, de Petra Costa, que está concorrendo ao Oscar 2020. Durante uma entrevista à Rádio Gaúcha, Bial afirmou que o filme idealizado por Petra é apenas uma "ficção insuportável".

No bate-papo, ele disse que riu com o que assistiu. "Eu dei muita risada. É um 'non sequitur' [expressão em latim que significa "não se segue"] atrás do outro. Tira conclusão de que algo leva a outro sem a menor relação causal. O filme vai contando as coisas, me desculpem a expressão, num pé com bunda danado", disse.

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Em um outro momento na rádio, Bial declarou: "É um filme de uma menina dizendo para a mamãe dela que fez tudo direitinho, que ela está ali cumprindo as ordens e a inspiração de mamãe, somos da esquerda, somos bons, não fizemos nada, não temos que fazer autocrítica. Foram os maus do mercado, essa gente feia, homens brancos, que nos machucaram e nos tiraram do poder, porque o PT sempre foi maravilhoso e Lula é incrível".

Encabeçando os trending topics do Twitter, o apresentador da TV Globo dividiu opiniões. A deputada federal Carla Zambelli (PSL) anfinetou Petra Costa após a entrevista polêmica de Pedro Bial. "É capaz de nem Hollywood acreditar nessa farsa [documentátio]", tuitou a parlamentar.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou o Twitter, na manhã desta segunda-feira (3), para lembrar que a diretora do documentário  'Democracia em Vertigem', Petra Costa, é herdeira da empresa Andrade Gutierrez, envolvida no escândalo de corrupção da Petrobras investigado pela Lava Jato. 

Eduardo fez questão de recordar a ligação da cineasta com a empreiteira depois que ela concedeu entrevista à uma televisão americana e disse que o presidente Jair Bolsonaro era o responsável pelo extermínio de negros e indígenas no país. A fala fez com que o nome de Petra ficasse entre os assuntos mais comentados do microblog nesta segunda e arrancou disparos de bolsonaristas. 

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O filho do presidente, por sua vez, disse que não costuma perder tempo com 'canalhas' como Petra, mas não deixou de alfinetar. "Não costumo perder tempo desmentindo canalhas como a sra Petra Costa, mas o nível dos absurdos da sujeita chega a ser criminoso. Sabe o que não é mentira? A militante comunista aí é herdeira da Andrade Gutierrez, empresa metida até o pescoço no Petrolão. Quero ver distorcer isso", disparou o parlamentar. 

Na entrevista, Petra disse que Bolsonaro "tirou proveito das altas taxas de homicídio no Brasil e também devido a uma onda evangélica que tem se posicionado contra os direitos dos gays, feminismo e pessoas de cor. É chocante o genocídio de brasileiros negros que acontece no Rio todo ano. Ele também incentiva fazendeiros a invadir terras indígenas e queimar a Floresta Amazônica".

Não bastasse a indicação do documentário Democracia em Vertigem ter incomodado parte da população brasileira, nesta segunda (3), o nome da diretora do filme, Petra Costa, era um dos mais comentados nas redes sociais. Ela recebeu uma avalanche de críticas após conceder uma entrevista à televisão americana, na qual falou do atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, indicando que ele era o responsável pelo extermínio de negros e indígenas no país, além de outras coisas. 

Petra Costa falou ao canal PBS, nos Estados Unidos, onde aguarda pela cerimônia do Oscar, que será realizada no próximo domingo (9). O filme dela é o único representante brasileiro na disputa nesta edição da premiação.  A entrevista foi ao ar no último sábado (1º) porém, a repercussão só começou aqui no Brasil no início desta semana. Nesta segunda (3), a hashtag #PetraCostaLiar ('liar' significa mentirosa) foi uma das mais comentadas no Twitter.

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Na entrevista, Petra comentou sobre o atual governo e falou sobre a atuação do presidente Jair Bolsonaro. "Ele (Bolsonaro) tirou proveito das altas taxas de homicídio no Brasil e também devido a uma onda evangélica que tem se posicionado contra os direitos dos gays, feminismo e pessoas de cor. é chocante o genocídio de brasileiros negros que acontece no Rio todo ano. Ele também incentiva fazendeiros a invadir terras indígenas e queimar a Floresta Amazônica". 

Os apoiadores de Bolsonaro não gostaram nem um pouco e subiram a hashtag contra a diretora acompanhada de comentários negativos. "Não podemos aceitar as falsas acusações de Petra Costa contra nosso querido presidente Jair Bolsonaro"; "Deveria ser processada pelo governo"; "É incrivelmente repugnante o nível de mentiras contadas nessa entrevista"; "Mentirosa dos infernos está sentindo falta da roubalheira e corrupção que sempre teve à disposição"; "Também fiquei impressionada com tamanha desfaçatez".

O presidente Jair Bolsonaro classificou, nesta terça-feira (14), o documentário 'Democracia em Vertigem' como uma obra de "ficção". Além disso, ele chamou a produção da diretora Petra Costa de "porcaria" e um bom filme "para quem gosta do que urubu come". 

Ao ser indagado se tinha algum comentário a tecer sobre o documentário que representa o Brasil na maior premiação cinematográfica do mundo, o presidente não poupou alfinetadas. 

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"Ficção. Para quem gosta de, para quem gosta do que urubu come, é um bom filme", disse Bolsonaro. Logo em seguida, ele foi perguntado se tinha assistido o documentário e rebateu: "Eu vou perder tempo com uma porcaria dessa?".

O documentário foi indicado ao Oscar nesta segunda (13). A obra conta os bastidores do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e concorre ao Oscar na categoria de melhor documentário. Produção foi lançada em julho e está disponível na plataforma Netflix.

Na manhã dessa segunda-feira (13) foi revelada a lista de indicados ao Oscar de 2020. A premiação, que reconhece os melhores artistas e produções do mundo do cinema, acontece no dia 9 de fevereiro, nos Estados Unidos. Logo abaixo, confira os indicados nas principais categorias:

Melhor diretor

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Martin Scorsese de O Irlandês

Todd Philips de Coringa

Sam Mendes de 1917

Quentin Tarantino de Era Uma Vez em... Hollywood

Bong Joon Ho de Parasita

Melhor filme

Ford Vs Ferrari

O Irlandês

Jojo Rabbit

Coringa

Adoráveis Mulheres

História de um Casamento

1917

Era Uma Vez em... Hollywood

Parasita

Melhor atriz principal

Cynthia Erivo por Harriet

Scarlett Johansson por História de um Casamento

Saoirse Ronan por Adoráveis Mulheres

Charlize Theron por O Escândalo

Renée Zellweger por Judy: Muito Além do Arco-Íris

Melhor ator principal

Antonio Banderas por Dor e Glória

Leo DiCaprio por Era Uma Vez em... Hollywood

Adam Driver por História de um Casamento

Joaquin Phoenix por Coringa

Jonathan Pryce por Dois Papas

Melhor atriz coajudvante

Kathy Bates por O Caso Richard Jewell

Laura Dern por História de um Casamento

Scarlett Johansson por Jojo Rabbit

Florence Pugh por Adoráveis Mulheres

Margot Robbie por O Escândalo

Melhor ator coadjuvante

Tom Hanks por Um Lindo Dia na Vizinhança

Anthony Hopkins por Dois Papas

Al Pacino por O Irlandês

Joe Pesci por O Irlandês

Brad Pitt por Era Uma Vez em... Hollywood

Melhor filme estrangeiro

Corpus Christi, de Jan Komasa

Honeyland, Tamara Kotevska, Ljubo Stefanov

Os Miseráveis, de Ladj Ly

Dor e Glória, de Pedro Almodóvar

Parasita, de Bong Joon Ho

Melhor trilha-sonora

Coringa, por Hildur Guðnadóttir

Adoráveis Mulheres, por Alexandre Desplat

História de um Casamento, por Randy Newman

1917, por Thomas Newman

Star Wars: Ascenção Skywalker, por John Williams

O Rei, por Nicholas Britell

Melhor figurino

O Irlandês

Jojo Rabbit

Coringa

Adoráveis Mulheres

Era Uma Vez em... Hollywood

Melhor fotografia

O Irlandês, por Rodrigo Prieto

Coringa, por Lawrence Sher

O Farol, por Jarin Blaschke

1917, por Roger Deakins

Era Uma Vez em... Hollywood, por Robert Richardson

Efeitos Visuais

Vingadores: Ultimato

O Irlandês

O Rei Leão

1917

Star Wars: Ascenção de Skywalker

Melhor filme de animação

Como Treinar o Seu Dragão 3

Perdi Meu Corpo

Klaus

Link Perdido

Toy Story 4

Melhor canção original

I Can’t Let You Throw Yourself Away, de Toy Story 4

I’m Gonna Love Me Again, de Rocketman

I’m Standing With You, de Superação: O Milagre da Fé

Into the Unknown, de Frozen 2

Stand Up, de Harriet

Roteiro adaptado

O Irlandês

Jojo Rabbit

Coringa

Adoráveis Mulheres

Dois Papas

Melhor roteiro original

Entre Facas e Segredos

História de um Casamento

1917

Era Uma Vez em... Hollywood

Parasita

Mixagem de som

Ad Astra

Ford vs Ferrari

Coringa

1917

Era Uma Vez em... Hollywood

Edição de Som

Ford vs Ferrari

Coringa

1917

Era Uma Vez em... Hollywood

Star Wars: Ascenção de Skywalker

Melhor curta de animação

Dcera

Hair Love

Kitbull

Mémorable

Sister

Melhor curta de live-action

Brotherhood

Nefta Football Club

The Neighbors’

Window

Saria

A Sister

Melhor edição

Ford vs Ferrari, por Michael McCusker, Andrew Bucklan

O Irlandês, por Thelma Schoonmaker

Jojo Rabbit, por Tom Eagles

Coringa, por Jeff Groth

Parasita, por Jinmo Yang

Melhor documentário curta-metragem

In the Absence

Learning to Skateboard in a Warzone (If You're a Girl), de Carol Dysinger

Life Overtakes Me, de Kristine Samuelson, John Haptas

St. Louis Superman, de Sami Khan, Smriti Mundhra

Walk Run Cha-Cha, Laura Nix

Melhor documentário

Indústria Americana, de Julia Rieichert, Steven Bognar

The Cave, de Feras Fayyad

Democracia em Vertigem, de Petra Costa

For Sama, de Waad Al-Kateab

Honeyland, de Tamara Kotevska, Ljubo Stefanov

Maquiagem e Cabelo

O Escândalo

Coringa

Judy: Muito Além do Arco-Íris

Malévola: Dona do Mal

1917

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou, nesta segunda-feira (13), a indicação do documentário da diretora Petra Costa, 'Democracia em Vertigem', ao Oscar. A produção concorre na categoria de melhor documentário. A obra conta os bastidores do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Em publicação no Twitter, Lula parabenizou Petra e, ao lembrar do tema do documentário, disse que 'a verdade vencerá'. 

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O ex-presidente, contudo, não foi o único político a enaltecer a produção e celebrar a indicação ao Oscar. 

O senador Jaques Wagner (PT-BA) enaltecer a coragem de Petra Costa. "Parabéns à diretora Petra Costa e toda equipe que trabalhou nesta obra corajosa, de narrativa contundente, que mostra os bastidores do golpe que interrompeu o mandato da presidenta Dilma Rousseff", escreveu no microblog. 

"O documentário Democracia em vertigem, da Petra Costa,foi indicado ao Oscar. Num momento de desmonte da Ancine, o cinema brasileiro mostra sua força. Num momento de desmonte da democracia, um recado necessário", observou Guilherme Boulos.

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Também houve quem ironizasse a presença do documentário brasileiro entre as melhores produções de cinema do mundo. 

"Sobre o documentário petista no Oscar, eu não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder", publicou a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).

"Parabéns à diretora Petra Costa pela indicação de melhor ficção e fantasia por Democracia em Vertigem", ironizou o perfil oficial do PSDB.

O documentário brasileiro "Democracia em vertigem", da diretora Petra Costa, foi pré-indicado nesta segunda-feira (16) ao Oscar 2020.

O filme entrou na pré-lista das 15 produções que ainda buscam a indicação definitiva para concorrer pela categoria de melhor documentário do evento.

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"Democracia em vertigem" foi lançado pela plataforma de streaming Netflix em junho de 2019 e mostra o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a grave crise política no Brasil.

No dia 13 de janeiro, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood irá selecionar os cinco documentários finalistas que vão concorrer ao Oscar.

Com o longa "A vida invisível", de Karim Aïnuz, o Brasil também disputava uma vaga na categoria de melhor filme internacional, mas ficou de fora da pré-lista. A Itália, que indicou o filme "O Traidor", do diretor Marco Bellocchio, também não foi selecionada.

A cerimônia da edição de 2020 do Oscar será realizada no dia 9 de fevereiro, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Confira a lista dos 15 documentários pré-indicados ao Oscar

"Democracia em vertigem"

"Advocate"

"American Factory"

"The Apollo"

"Apollo 11"

"Aquarela"

"The Biggest Little Farm"

"The Cave" "For Sama"

"Privacidade Hackeada"

"Honeyland"

"Knock Down the House"

"Maiden"

"Midnight Family"

"One Child Nation"

Confira a lista dos 10 filmes internacionais pré-indicados ao Oscar

"O pássaro pintado" - República Tcheca

"Truth and Justice" - Estônia

"Les Misérables" - França

"Those Who Remained" - Hungria

"Honeyland" - Macedônia

"Corpus Christi" - Polônia

"Beanpole" - Rússia

"Atlantic" - Senegal

"Parasita" - Coreia do Sul

"Dor e glória" - Espanha

No último final de semana, o cineasta Spike Lee participou, em Nova York, de uma sessão especial do documentário Democracia em Vertigem, da brasileira Petra Costa. Em um vídeo que circula no Twitter, Spike Lee questionou: "O mundo quer saber: quem mandou matar Marielle Franco?".

Exigindo respostas sobre o assassinato da vereadora, morta em março de 2018, ele afirmou durante o evento no Museu de Arte Moderna da cidade que o filme "dá um outro olhar sobre a escalada do fascismo". No cinema, Spike Lee é conhecido pelos sucessos Malcom X, Uma Família de Pernas pro Ar e Faça a Coisa Certa.

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Confira:

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O documentário 'Democracia em Vertigem', da brasileira Petra Costa, figura na lista do New York Times dos melhores filmes de 2019 até o momento. O jornal divulgou a relação nesta quinta-feira (27).

O longa-metragem trata do atual cenário político do Brasil, com enfoque no processo de impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. O documentário também fala com detalhes sobre a ascensão e a queda do Partido dos Trabalhadores.

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De acordo com o The New York Times, o filme “analisa a política brasileira a partir do ponto de vista indignado da cineasta Petra Costa”. O filme está disponível no catálogo da plataforma de streaming Netflix.

Nos Estados Unidos, além de estar disponível na internet, o filme também está em cartaz nos cinemas. O enredo de 'Democracia e Vertigem' conta a história da democracia no Brasil em paralelo com a vida pessoal da cineasta.

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