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O vereador de Olinda Jesuíno Araújo (Cidadania) denunciou, nesta quarta-feira (25),  o descaso da Prefeitura de Olinda com os animais de grande porte. A Secretaria de Meio Ambiente e Planejamento Urbano da cidade realizava o recolhimento dos animais das ruas, os levavam para a Base Rural de Olinda e faziam o acompanhamento médico. No entanto, segundo o parlamentar, o serviço não é feito há mais de um mês. 

Jesuíno constatou o abandono da Base Rural de Olinda em visita nesta quarta. Ele contou que o local recebia os animais e que a prefeitura havia feito um contrato emergencial com uma empresa para fazer o recolhimento dos animais nas ruas. “Mas o contrato encerrou e ela não fez uma nova licitação. E hoje, os animais de grande porte estão soltos na cidade. A gente faz a denúncia e não tem ninguém para fazer o recolhimento”.

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Em publicação no Instagram, o vereador mostrou vídeos recebidos de animais visivelmente machucados, um com uma ferida exposta que não parava de sangrar, e outro com a pata quebrada. “Além desses, outros animais estão soltos. A gente foi lá verificar [a Base Rural] e está num estado de abandono do lado de dentro. Do lado de fora está tudo bonito. Hoje tinha uma equipe fazendo a podação das árvores, mas dentro a estrutura está totalmente sem condições de receber os animais, com o muro quebrado”. Ele falou que os muros eram quebrados pelos donos dos animais que iam pegá-los de volta à noite, “a gente pedia para colocar um vigia noturno porque o animal era recolhido, mas nunca foi feito”. 

De acordo com o parlamentar, amanhã (26) será encaminhada uma solicitação à Secretaria de Meio Ambiente para que uma nova licitação seja aberta e os animais voltem a ser atendidos. “Que volte a ser feita a estrutura para os animais serem recebidos na hora. Assim como o Castramóvel de Olinda, que também está parado porque o contrato está encerrado. É um serviço contínuo e não pode parar. A nossa luta daqui para frente é para que tenha esse serviço contínuo, e eles não estão fazendo”, pontuou. 

A reportagem do LeiaJá entrou em contato com a Prefeitura de Olinda e aguarda retorno. 

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O bebê Pedro Antônio, de 11 meses de idade, foi para Fortaleza (CE) ainda na barriga da mãe, que é recifense, por ter vários problemas de saúde detectados durante a gestação. Karmile Silva, de 40 anos, teve que ir para a capital do Ceará em janeiro deste ano às pressas para cuidar da saúde do filho. No entanto, a criança e a família precisam voltar para Recife em UTI aérea, mas o plano de saúde não quer custear, segundo relatos da mãe, que usou as redes sociais para fazer um apelo e pedir atenção da empresa.

Ao LeiaJá, Karmile Silva relatou que o plano de saúde do bebê, Hapvida, detectou a gravidade do parto e a necessidade do tratamento de Pedro Antônio com especialistas antes dele nascer, e custeou a viagem e hospedagem para ela e o marido, Geraldo Nogueira, de 39 anos, irem para Fortaleza cuidar de Pedro Antônio. Para Karmile, a grande questão é que a família precisa voltar para Recife, cidade onde residem e têm os seus respectivos empregos, depois de ter passado oito meses na UTI, ter passado por quatro cirurgias e todo o parto e internamento do bebê na enfermaria. 

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Ainda de acordo com a mãe, Pedro Antônio já está liberado pela equipe médica do Hapvida de Fortaleza para viajar, mas só permite a viagem dele de UTI aérea, e não terrestre, que dura 14 horas de viagem, pois ele não aguentaria, mas o plano de saúde não quer autorizar o transporte aéreo. “No dia 20 de janeiro eu vim para Fortaleza, já vai fazer um ano. Eu pedi a mudança de endereço [de Fortaleza para Recife] porque ele ainda faz o uso do Bipap, que é uma ventilação mecânica para ajudar na respiração, e precisa de aparelho. Além disso, o Bipap não vai no avião normal, então, ele tem que ir de UTI aérea e o Hapvida não se pronuncia, não me dá uma resposta”, revelou Karmile. 

Ela também afirmou ter solicitado ao plano de saúde uma resposta documentada, mas se negaram. “A resposta só foi dada verbalmente, não quiseram me dar formalmente. O diretor não queria aceitar a minha solicitação [da UTI aérea], inclusive, eu tive que fazer a assistente social assinar a solicitação porque ele não quis assinar, aí a assistente social assinou porque eu disse que alguém da instituição teria que assinar”, apontou. 

Ela detalhou, ainda, que se Pedro Antônio tivesse condições de viajar 14 horas de UTI, já estaria no Recife, mas a saúde dele não aguenta. “Até os médicos daqui já deram um laudo dizendo que não é recomendado que ele vá de UTI terrestre, só recomendam aérea”.

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A família do pequeno Pedro Antônio só pede respeito. “Viemos fazer o tratamento, mas não tem condições desse menino viajar por 14 horas. Todo mundo vê isso, até os médicos não assinam para ele ir de transporte terrestre de jeito nenhum. Eu acho que o plano tem que se pronunciar. Não é questão de médicos, é questão de plano de saúde e eles não se pronunciam. Já colocamos na Justiça, mas estamos aguardando. É muito tempo aqui, muito desgaste. A questão financeira também pesa bastante”, apontou.

Karmile relatou à reportagem todo o processo que a levou à Fortaleza e que, inclusive, não teve nenhum problema com o Hapvida. “Fiz todo o meu pré-natal no Recife. No início de janeiro, numa consulta, a médica disse que o caso era grave e não tinha atendimento no Recife e eu teria que viajar urgentemente para Fortaleza. O Hapvida comprou minhas passagens e mandou. Eles alegaram que só seriam 60 dias de tratamento, mas meu filho teve complicações. Foi UTI, muita complicação, pegou várias bactérias, ficou entubado por quatro meses. Ele morreu e viveu várias vezes. Foram várias paradas e graças a Deus hoje ele tá muito bem, faz uso do Bipap porque é traqueostomizado”, disse. “Preciso ir para casa de UTI aérea onde vou ter mais segurança, mas infelizmente o Hapvida se nega a disponibilizar esse recurso”, reforçou, na publicação que pede atenção do plano de saúde. 

 

Rede de apoio

Recife, além de ser a cidade que os pais de Pedro Antônio residem e trabalham, é onde eles têm a rede de apoio da família, que permitirá com que eles voltem a trabalhar normalmente para que possam manter os custos do tratamento. “Precisamos retornar, trabalhar. A gente tem vida. Não podemos ficar aqui. Ele tá na enfermaria aqui e vai ficar no hospital no Recife, mas não tem problema, pelo menos a gente tem a família como apoio. A gente só quer o básico, apenas isso”, salientou. 

Para ficar em Fortaleza cuidando do filho, Karmile conseguiu tirar várias licenças no trabalho, que se encerra no dia 30 deste mês. “Depois disso, não sei como vou fazer se ainda estivermos aqui porque eu não posso mais tirar licença para cuidar dele. Já tirei todas. O meu esposo também trabalha no Recife, mas a empresa tem uma filial aqui em Fortaleza e o chefe permitiu que ele trabalhasse daqui enquanto o filho estivesse na UTI, mas saiu da UTI em outubro e precisamos voltar”. 

A reportagem do LeiaJá entrou em contato com o plano de saúde e aguarda resposta. 

O Brasil assistiu, aterrorizado, as cenas de desespero e caos provocadas pelas fortes chuvas que atingiram o Recife e região, em Pernambuco. Por ser a terra onde passei boa parte da vida, muito me sensibilizou ver tantas mortes e pessoas desabrigadas, que perderam literalmente tudo. Para além de um desastre natural, no entanto, o caso expõe o desleixo das autoridades com a população, condição não exclusiva da capital pernambucana, mas que se identifica em diversas outras localidades.

Áreas de morro são historicamente suscetíveis a deslizamentos. Também historicamente, as parcelas mais pobres da população foram sendo “empurradas” para os morros e periferias. Essa combinação gerou a ocupação desordenada dessas áreas, um grande perigo para os moradores. Estes, no entanto, muitas vezes não têm para onde ir e se expõem ao risco em nome de uma moradia que possam sustentar. Permanecem ali, esquecidos, abandonados, entregues à sorte. Quando chove, vem o medo. Recentemente, caso parecido aconteceu em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. O absurdo é que se deixe chegar nesse estágio.

Programas de moradia deviam priorizar moradores de áreas de risco. Quem vive em morros e encostas deveria receber um local digno para viver em habitacionais destinados a esse fim, em áreas seguras. Cabe às administrações municipal, estadual e federal trabalhar para esse fim. Não é impossível, basta disposição – e o mínimo de humanidade. “Remendar” o problema depois de ocorrido não adianta, pois os estragos já estão feitos. No evento atual, mais de 100 mortes já foram registradas e outros tantos cidadãos continuam desaparecidos. O trabalho de resgate não basta, indenizar as famílias afetadas não basta. É imperativo que o assunto seja tratado de forma antecipada, com vistas a evitar que esses casos ocorram – porque, se nada for feito, eles continuarão a ocorrer.

Tragédias como as que ocorreram no Recife ou em Petrópolis – só para citar os casos mais recentes – não são imprevisíveis, nem culpa da natureza. São esperadas, uma vez que a permissividade com a ocupação do solo de maneira errada as propicia. Ir à TV dizer que vai dar “todo apoio” às famílias atingidas tem menos valor, quando se podia ter trabalhado para que elas não fossem afetadas.

Senadores lamentaram o incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, na última quinta-feira (29). Parlamentares lembraram que o governo federal foi alertado em diversas ocasiões sobre o risco que corria o acervo da instituição e afirmaram que a tragédia é um exemplo do descaso com a cultura.

Filmes, material impresso e documentos foram consumidos pelo fogo. Segundo o Corpo dos Bombeiros, as chamas começaram após a manutenção de um ar-condicionado em uma sala da instituição. Não houve vítimas.

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“É muito triste ver parte do importantíssimo acervo da Cinemateca pegando fogo. Pior ainda é saber que o MPF-SP já havia alertado o governo federal, que é o responsável pelo órgão, para risco de incêndio. É inadmissível tamanho desprezo à nossa cultura”, lamentou José Serra (PSDB-SP).

Para a senadora Leila Barros (PSB-DF), era uma “tragédia anunciada”. Ela também reforçou que, em audiência no último dia 20, o Ministério Público Federal de São Paulo alertou o governo federal, responsável pela Cinemateca Brasileira, para o risco de incêndio. 

“A tragédia anunciada se concretizou. Parte da memória do cinema nacional brasileiro foi destruída em um incêndio na Cinemateca. Apesar do alerta feito pelo MPF sobre os riscos, nada foi feito. O que já não vinha bem em virtude de um governo que enxerga a cultura como um instrumento de manipulação ideológica, degringolou de vez com a pandemia e a crise econômica”, apontou.

Líder do PT, Paulo Rocha (PA) cobrou profunda investigação, mas apontou o governo Bolsonaro como responsável. 

“O legado do governo Bolsonaro para o Brasil na cultura é a completa falta de gestão e suas consequências graves. O incêndio da Cinemateca Brasileira, como se poderia imaginar, é um crime anunciado. Exigimos investigação total dessa perda irreparável”, afirmou. 

Assim como Paulo Rocha, outros senadores petistas avaliaram que o incêndio é resultado do descaso do governo federal com a cultura. “ Mais um crime contra a história e a cultura brasileira”, escreveu Jaques Wagner (PT-BA). “O governo comete mais um crime de prevaricação ao ignorar os alertas”, avaliou Rogério Carvalho (PT-SE). “Essa destruição não é um acidente. É uma política de governo”, apontou Humberto Costa (PT-PE).

Já o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) recordou outras tragédias recentes:

“Museu da Língua Portuguesa, Museu Nacional e, agora, a Cinemateca: o abandono criminoso do patrimônio cultural é uma política de governo e a memória do povo brasileiro lamentavelmente se consome, mais uma vez, em chamas. Até quando teremos essas tragédias?”, indagou. 

Izalci Lucas (PSDB-DF) cobrou maior cuidado com a cultura:

“ É a história de nossa gente, quem fomos e o que somos. Vamos continuar ajudando a cultura e nossa história”, afirmou. 

*Da Agência Senado

O deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE) participou expôs a sua insatisfação com as atitudes do Governo Federal com a cultura brasileira, as quais classificou como uma “perseguição inaceitável”. Membro da Comissão de Cultura e Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Cinema e do Audiovisual, o deputado garantiu, em discurso nessa segunda-feira (5), uma mobilização forte dos parlamentares e da sociedade civil para superar os problemas decorrentes do descaso do Governo.

“A Comissão de Cultura tem um papel estratégico nessa questão da Cultura brasileira, que vem sendo por demais maltratada por este Governo, que não tem tido o respeito pelos nossos artistas e vem perseguindo a cultura, garroteando financeiramente o setor. A criação da Frente, por exemplo, decorreu exatamente da compreensão de que as limitações postas ao setor já em 2019 iriam se agudizar, ainda mais em tempo de pandemia que fez os problemas se avolumarem. É preciso uma resposta do parlamento brasileiro. Estamos organizando essa reação, através da Frente Parlamentar e da Comissão de Cultura. Em razão da pandemia, temos dificuldades adicionais para organizar as pautas e articular os esforços junto a diversas instituições, mas estamos começando a ganhar velocidade e um jeito de lidar com o problema”, comentou Tadeu.

Na reunião desta segunda-feira da Comissão de Cultura, um dos convidados era o presidente interino da Ancine, Alex Braga, que não compareceu e sequer enviou um representante para falar em nome da Agência.

“O corpo técnico da Ancine com uma diretriz política de criminalizar os artistas e ex-gestores e a ausência do presidente interino, Alex Braga, a essa audiência pública é sinal de como esse Governo, a Ancine e a Secretaria de Cultura tratam a Cultura Brasileira e o audiovisual. É inaceitável que o presidente se recuse a um convite do parlamento brasileiro”, disparou o deputado.

A Comissão de Cultura decidiu incluir na pauta um convite para que Flávia Arruda, nova Ministra da Secretaria de Governo, compareça em uma sessão para tentar aproximar a interlocução com o Governo Federal.

Tadeu cita a situação da Ancine, que sofre com uma paralisação, como um dos grandes exemplos das ações negativas do Governo Bolsonaro com a Cultura e o Audiovisual brasileiros.

“A paralisia absoluta da Ancine é amparada em diversos motivos, todos falsos. Há um garroteamento orçamentário, mas também a não liberação dos recursos dos projetos já contratados. E não há contratação de projetos novos, além de uma série de elementos que dão conta do quanto a cultura e o audiovisual vêm sofrendo. Basta lembrar do descaso com a Cinemateca para se ter uma ideia do quão profunda é essa negligência com o audiovisual”.

*Da assessoria de impresa

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Cerca de 27 entidades e núcleos assistenciais assinaram, nesta quinta-feira (3) uma carta-denúncia, que cobra respostas imediatas do Governo de Pernambuco e da Prefeitura do Recife sobre a situação do povo indígena de etnia Warao, que tem migrado de forma expressiva para a capital e cidades do interior desde 2019. No documento, representantes chamam de xenofóbica e despreparada a gestão local, responsável pelas políticas públicas de manutenção da diversidade étnica e cultural.

Os tópicos de denúncia vão da solução habitacional à segurança alimentar dessa população. O povo Warao está distribuído pelo Brasil, e atualmente tem maior concentração no Nordeste, estando, em Pernambuco, na capital e nos municípios de Jaboatão dos Guararapes, Garanhuns e Caruaru.

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Vivendo em ocupações irregulares e com pouca ou nenhuma assistência sanitária, essas pessoas estariam em espaços insalubres, prejudiciais ao desenvolvimento social, à qualidade de vida e adaptação à cidade. O documento também lembra que, além das diferenças culturais próprias da etnia, os Warao também possuem dialeto próprio homônimo e enfrentam dificuldades de comunicação. 

“Diante do exposto, é revelado que, para além dos casos graves e emergentes que vêm assolando os migrantes indígenas Warao, é notória a paulatina falta de atenção estatal que acarreta em fome, desnutrição, habitações insalubres, mortes precoces e a inexistência de políticas públicas específicas para migrantes internacionais em condição de vulnerabilidade e/ou com necessidades culturais próprias”, diz um dos trechos finais da carta.

Em lista, as organizações cobram, primeiramente, a aplicação dos recursos federais repassados para a oferta de ações socioassistenciais a migrantes e refugiados, instituído pela Portaria nº 468/2020, para a locação de imóveis destinados ao alojamento dos migrantes indígenas Warao.

A portaria de 13 de agosto de 2020 se refere ao repasse emergencial de R$ 288 mil, feito pelo Ministério da Cidadania ao Poder Público do estado para ser aplicado em soluções socioassistenciais específicas para 120 imigrantes e refugiados no município do Recife.

Em consequência de uma determinação da Defensoria Pública da União (DPU), foi firmado um acordo extrajudicial em que a PCR teria se comprometido a realizar, mensalmente, depósitos bancários, em valor equivalente a 15 benefícios eventuais, totalizando R$ 3 mil, a serem destinados ao custeio de aluguéis de imóveis que oferecessem condições adequadas de habitação até dezembro de 2020. Essa ação, segundo as entidades, “ocorreu de forma mitigada e incipiente, pois não contempla a integralidade dos migrantes indígenas Warao”.

A carta-denúncia cobra também a criação de um Plano de Ação com foco na assistência social inclusiva, e que leve em conta as particularidades do povo suportado em questão. Além disso, os Warao têm necessidade de atendimento inclusivo em unidades de saúde, sobretudo com a presença da Covid-19, que expõe a essa população riscos agravantes.

Sobre a proteção à vida, as entidades expõem a morte de duas menores Warao. Segundo os representantes, os óbitos poderiam ter sido evitados com a intervenção do Poder Público. 

“Recentemente, ganhou grande notoriedade o falecimento de uma adolescente por tuberculose pulmonar em uma das casas que alojam os migrantes indígenas Warao na cidade do Recife, o que enfatiza a grave ineficiência do sistema público em proporcionar um acompanhamento médico adequado às pessoas e acarreta, nos casos mais extremos, a perda de uma vida por uma doença curável. É de se destacar também o caso de internação de uma criança três anos de idade, já no pregresso mês de novembro, em estado gravíssimo com meningite meningocócica”, argumentam.

A carta destaca a urgência das situações expostas e lembra que o programa assistencial, supostamente não cumprido da forma acordada, só contempla essa população até o mês de dezembro.

Procurada pelo LeiaJá, a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) do Estado de Pernambuco disse não estar ciente das denúncias e que precisaria apurar os fatos. Até o momento desta publicação, não houve atualização por parte da secretaria.

O senador Humberto Costa (PT-PE) voltou a cobrar ações efetivas do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o combate à pandemia do novo coronavírus no país. Segundo o petista, o Brasil segue pelo terceiro mês consecutivo de aceleração da Covid-19 e, de acordo com os dados oficiais, já matou mais de 90 mil pessoas e infectou cerca de 2,5 milhões de brasileiros.

“Nessa quarta, o Brasil registrou um novo e triste recorde de vítimas da Covid-19. Pela primeira vez, foram registrados cerca de 1.600 óbitos em 24 horas, demonstrando a gravidade da situação. Pelo terceiro mês consecutivo, já aceleração da infecção”, analisou Humberto. “O Brasil paga um preço mortal pelo descaso e a incompetência de Bolsonaro. Mas, enquanto parte da população agoniza e chora a morte dos entes queridos, o presidente faz festa, passeia a cavalo de forma fake, causa aglomerações e cria factóides”, acrescentou.

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A referência feita por Humberto diz respeito ao fato de Bolsonaro ter, nessa quinta-feira (30), visitado cidades da Bahia e do Piauí e causado aglomeração. Na primeira agenda após se recuperar da Covid-19, o presidente não respeitou medidas como o uso de máscaras e o distanciamento social.

“Na presidência, Bolsonaro elevou as notícias falsas a um outro patamar. Agora, ele também faz a inauguração fake de obras. Sem projeto e sem proposta para o país, ele decidiu reinaugurar projetos que foram realizados pelos governos anteriores e resolveu fazer isso aglomerando pessoas no meio de uma pandemia, onde o isolamento social tem sido fundamental em todo o mundo para salvar vidas”, afirmou o senador, que pontuou que a obra inaugurada ontem pelo presidente já está em funcionamento desde 2018.

O senador também criticou a falta de investimento do governo Bolsonaro e a ausência de políticas efetivas para o controle da doença no país. “Estamos há três meses sem ministro da Saúde e nem mesmo os recursos previstos para o combate à Covid-19 estão sendo usados. Dados do próprio Ministério revelam que a pasta gastou apenas 29% dos recursos que deveriam ser usados contra a pandemia. Enquanto isso, nos hospitais, os pacientes sofrem. Faltam até medicamentos para que as pessoas possam ser intubadas”, disse. 

Para Humberto, se nada for feito, a tragédia no país pode ser ainda maior e dobrar de tamanho até outubro deste ano. “O Brasil já é o segundo país no número de casos e mortes do mundo. E não é por acaso: aqui o coronavírus tem o presidente da República como seu aliado. As mortes seguem se multiplicando assim como a desfaçatez do presidente, que zomba da doença, ataca a ciência e promove fórmulas mágicas, que além de não resolver, podem ter graves efeitos colaterais. No nosso país, temos que enfrentar o vírus e o presidente”, sentenciou. 

Considerada uma das maiores escritoras da literatura brasileira, Clarice Lispector completaria 100 anos em 2020. Nascida na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920, a autora passou sua infância, entre 1925 e 1934, no Recife, após sua família deixar o país europeu devido à perseguição antissemita. Recife está presente em muitos textos da escritora. Entretanto, a oportunidade única da capital pernambucana servir de moradia para tão cultuada figura parece não ser muito valorizada. O imóvel em que a escritora viveu é hoje um retrato do abandono e do descaso.

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A edificação de três pavimentos está localizada na esquina da Travessa do Veras com a Rua do Aragão, em frente à Praça Maciel Pinheiro, no bairro da Boa Vista, centro do Recife. Com traços coloniais, o prédio tem idade estipulada em 150 a 180 anos. Em ruínas, o imóvel está vandalizado, com buracos no telhado e portas vedadas com gesso. O piso superior não existe mais e a calçada serve de depósito de garrafões de água.

Duas placas turísticas desgastadas lembram que ali viveu a escritora. Uma intervenção artística colou uma imagem da ucraniana na parede lateral. São os poucos vestígios que associam o endereço a Clarice. 

O sobrado é propriedade da Santa Casa de Misericórdia do Recife, que busca transformar o local em um ponto de atividades culturais, mas diz não ter dinheiro para a reforma. A organização civil contratou uma arquiteta para desenvolver um projeto e, a partir daí, conseguir linhas de crédito para fazer a obra. O contrato é de risco, ou seja, a arquiteta só receberá pelo serviço caso haja o financiamento. 

“O projeto se preocupa com o restauro e a reforma da edificação para que possa ser ocupada e usada”, resume Lia Rafael dos Santos, arquiteta contratada pela Santa Casa. Para definir o uso do prédio seria necessário um projeto cultural específico. A arquiteta imagina a operação de uma livraria no térreo e a realização de atividades culturais literárias, como oficinas, nos dois pisos superiores. O objetivo é que o sobrado tenha as mesmas características de quando Clarice Lispector viveu no Recife. Não há intenção de transformar a construção em museu.

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Lia conta que o sobrado já havia sofrido várias alterações quando Clarice foi morar no local. “Pelo que a gente levantou da história, antes era um sobrado unifamiliar e a parte de baixo era comercial. Os dois pavimentos superiores eram moradia de uma família. Ele passou a ser alugado para mais de uma família e foi subdividido para morar várias pessoas”, explica. O térreo do casarão era ocupado como um ponto comercial até 2008. Em 2013, há registro de invasão, ocasião em que foram furtados vários elementos do local.

O valor da reforma está orçado em cerca de R$ 2 milhões. Após aprovação na Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), a Santa Casa tentará inseri-lo em editais, como o da Lei Rouanet. O imóvel também não é tombado. O processo de tombamento se arrasta desde 2017 e está em fase de análise física. A Fundarpe prevê que todo o processo seja concluído até o final do primeiro semestre deste ano.

Clarice no Recife

Foi no Recife, quando vivia no sobrado, que Clarice Lispector aprendeu a ler. No Grupo Escolar João Barbalho, no bairro da Boa Vista, a autora tinha entre seus amigos de sala de aula Leopoldo Nachbin, que viria a se tornar um relevante matemático brasileiro e é citado na crônica “As grandes punições”, escrita por ela na década de 60. 

No texto “banhos de mar”, ela relata o prazer que tinha em tomar banho nas águas de Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). A família saía de casa de madrugada, em jejum, e pegava o bonde ainda com o céu escuro. 

Ela costumava roubar rosas e pitangas, como narra em “Cem Anos de Perdão”. E apreciava o Carnaval da escada do sobrado. Foi na rua, diante do sobrado onde morava, que Clarice esqueceu um pouco da crítica saúde da mãe, que sofria de paralisia progressiva, enquanto um garoto enchia seus cabelos de confete e sorria para ela, como narra em “Restos de Carnaval”.

A criança estudou no tradicional Ginásio Pernambucano e teve aula com famosos professores, como Agamenon Magalhães, de geografia, e Olívio Montenegro, de história. Clarice se mudou do Recife para o Rio de Janeiro aos 12 anos. 

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Na noite do último sábado (28), uma paciente em surto psiquiátrico que procurou uma unidade de saúde na cidade do Rio de Janeiro recebeu um diagnóstico de “possessão espiritual” da médica que o atendeu. A profissional de saúde ainda passou a repetição de um mantra, em um receituário que não foi assinado.

“Ohm Namah Shivaya - 108 vezes. Ho opono Pono. Asatoma Mantra”, é possível ler na imagem do receituário da Coordenação de Emergência Regional da Barra da Tijuca. O mantra em questão, tradicional do hinduísmo, evoca o deus Shiva.

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Já a palavra “Ohm” é um termo importante para diversas crenças, representando um som universal. O número de repetições, 108, também não parece aleatório: é a mesma quantidade de contas do Japamala, cordão utilizado na ioga para entrar em estado de meditação.

No Twitter, o Coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade de Cândido Mendes, Pablo Nunes, parente da paciente que recebeu o diagnóstico inadequado, postou a foto do receituário expondo o caso. 

“Desde a semana passada uma pessoa da minha família está em um surto, ficou 5 dias sem dormir, fala sem parar coisas sem sentido etc. Ontem ela visitou a 2ª psiquiátra [sic] em 3 dias. O diagnóstico? Possessão espiritual”, escreveu ele, que continua: “Só pra deixar claro, eu cito o Crivela não pelo fato dele ser evangélico, mas por suas reiteradas mostras de incompetência no trato da gestão da saúde. Minha família é toda evangélica. Se a psiquiatra receitasse orações seria tão escandaloso quanto os mantras”. 

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a Coordenação de Emergência Regional (CER) Barra da Tijuca não informou o nome da médica envolvida no caso, mas afirmou que ela “avaliou a paciente e a medicou para o quadro que apresentava”. Foi afirmado também que uma sindicância será aberta para apurar o caso. 

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O aposentado Valdecy Luiz de França, de 72 anos, mostra um caderno de folhas amassadas com vários números anotados. São páginas e páginas de sequências numéricas que, ao primeiro olhar, não parecem fazer muito sentido. Tratam-se de protocolos das reclamações que já fez à Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Há cerca de três meses Valdecy não sabe o que é ter água nas torneiras em sua casa no bairro de Jardim Primavera, em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife (RMR).

Na mesma semana em que Valdecy adicionou novos protocolos ao caderno, ele soube que a conta de água e esgoto ficou mais cara. Desde a última segunda-feira (12), está valendo o reajuste de 6,72% na tarifa em todo o estado de Pernambuco. O aumento foi aprovado no mês de julho pela Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe).

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Valdecy faz parte dos moradores das partes altas de Camaragibe, que estão sofrendo com o desabastecimento de água há tempos. Há relatos de falta de água ou descumprimento do calendário em locais como Vila da Fábrica, Vale das Pedreiras, Vila da Inabi e Santa Mônica. 

O que mais frustra o aposentado são as promessas feitas pela Compesa e que não se cumprem. Nas diversas ligações que faz à companhia, sempre são passadas datas para o abastecimento e, quando chega o dia e a água não aparece, nova data é divulgada.

O LeiaJá telefonou para o serviço de atendimento da Compesa. O atendente informou que faltava água na rua do aposentado por causa de um problema no conjunto moto-bomba da Estação Elevatória de Camaragibe. Segundo a Compesa, a estação funciona com duas bombas, mas uma está quebrada. Por causa disso, não estaria havendo pressão suficiente para levar água às ruas mais íngremes. Previsão passada por telefone para o equipamento estar consertado: 23 de agosto. A partir do reparo, o abastecimento seguiria o calendário de cada localidade.

Mas Valdecy rebate: “Eles já falaram isso antes. Disseram que consertaria 12 de julho, aí não chegou água, depois disseram dia 19, depois 26, aí disseram 2 de agosto, depois 6…”, ele contabiliza. E assim, o aposentado começa a se sentir enrolado.

Desde junho o LeiaJá acompanha a situação em Jardim Primavera. Naquele mês, a assessoria da Compesa apresentou um problema diferente para a falta de água. “O abastecimento (...) está sendo afetado devido a um estouramento próximo ao Shopping Camará”, disse. A retomada da distribuição estava prevista para 22 de junho. Nunca se cumpriu.

Na última semana, a assessoria da Compesa foi novamente cobrada. Ela respondeu ter finalizado na quarta-feira (21) a manutenção emergencial em uma Estação Elevatória de uma das unidades operacionais do sistema de abastecimento de São Lourenço da Mata, na RMR. “O sistema já voltou a operar e está em fase de enchimento do reservatório. A água será liberada ainda hoje”, afirmou por nota na quarta-feira (14) passada. Até o momento, nada de água na rua de Valdecy.

A espera infindável começa a tirar o sossego das pessoas. “Bate uma saudade do barulho da água chegando”, lamenta Joana Maria, também moradora de Jardim Primavera. Devido à situação, os moradores começaram a aproveitar a água da chuva. Joana diz que as famílias estão colocando cloro na água coletada e utilizando para banho, lavar louça, lavar roupa…

Na quarta-feira, Valdecy esteve na sede da Compesa em Camaragibe. Diz ter conversado com um funcionário de nome Evandro, que garantiu que a água chegaria no dia seguinte e, caso não chegasse, ele poderia voltar lá para cobrar. Pois bem, não chegou. O aposentado diz ter voltado e sido mal recebido. “Uma atendente discutiu comigo. Me tratou mal. Disse que talvez Evandro nem fosse aparecer, que talvez estivesse em Olinda. Eu disse ‘vou esperar’”. De fato, Evandro apareceu. Já a água? Nada. Valdecy também sempre liga para Arpe. Ele lembra que a primeira ligação foi no dia 15 de junho, quando a falta de água já preocupava. A agência responde que vai cobrar uma solução à Compesa. 

A casa de Valdecy tem reservatórios que acumulam, ao todo, cinco mil litros de água. Como ele diz, agora está só na ‘laminha’. Diante das contas pagas, dos telefonemas que nada resolvem e da aflição que só quem não tem água há meses sabe como é, ele se sente impotente. Nos próximos dias, ele deve levar o caso ao Procon-PE e ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) enquanto paga 6,72% a mais para juntar água da chuva.

Águas de Camaragibe

No dia 5 de agosto, foi lançado o programa Águas de Camaragibe, uma parceria da Prefeitura e da Compesa. O objetivo é realizar ações de esforço hídrico e diminuição do racionamento na cidade, além de um mutirão para tapar 95 buracos abertos na cidade. 

Inicialmente, a Compesa irá avaliar os terrenos da Comunidade Bondade de Deus e verificar as condições para instalações do sistema hidráulico. Receberão ações do projeto as seguintes localidades: Bairro Novo, Alberto Maia, Alto da Boa Vista, Vila da Fábrica, Carmelitas, Jardim Primavera, Jardim Teresopólis, Loteamento São Paulo e São Pedro, Timbi, UR-7 Várzea, Várzea, Santa Mônica, Tabatinga, Tabatinga Baixa, Santana, Centro, Céu Azul, Córrego do Desastre, Vila da Fábrica e Vila da Inabi.

Olinda

Em audiência judicial realizada em julho deste ano, o MPPE cobrou melhorias à Compesa devido às constantes irregularidades na distribuição para o município de Olinda. O juiz determinou que a Compesa apresente um cronograma com previsões de melhorias progressivas no racionamento das áreas mais críticas. A promotora cobrou que o calendário seja cumprindo, nem que para isso sejam enviados caminhões-pipas às localidades. Na mesma ação, foi requerido que a empresa anule as faturas não pagas referentes aos meses em que não houve fornecimento efetivo de água aos clientes.

A família de uma servidora aposentada de 76 anos foi ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na manhã desta quinta-feira (4), para denunciar o descaso sofrido pela idosa nos últimos 15 dias nas unidades do Hospital Nossa Senhora do Ó. Maria Helena Nascimento de Santana teria sido aberta para cirurgia de colocação de marca-passo, mas a máquina utilizada no procedimento não teria funcionado.

Essa não é a única ocorrência reprovada pelos familiares. A idosa estaria sendo negligenciada pela equipe de enfermagem, teria sido transferida para uma unidade que não estava informada de sua transferência e ela segue esperando a cirurgia sem previsão.

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Maria Helena foi socorrida no dia 16 de junho para a emergência do Hospital dos Servidores do Estado, no centro do Recife, onde foi encaminhada para a ala vermelha, pois estava com fracos batimentos cardíacos. Em seguida, ela foi transferida ao Hospital Nossa Senhora do Ó, em Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR).

Em Paulista, a paciente recebeu com urgência um marca-passo externo. Segundo o neto de Maria Helena, o pedagogo Thuan Nascimento, os médicos acreditam se tratar de uma reação por causa da ingestão de medicamento indevido. Foi solicitado o acompanhamento da idosa por oito dias até o efeito do remédio sair. "Os dias foram se passando e os médicos confirmaram que minha avó precisaria de um marca-passo definitivo", diz Thuan.

No período em que a idosa ficou internada, os familiares notaram que ela estava acuada e triste. Em determinado momento, ela revelou que as técnicas de enfermagem eram rudes e a tratavam mal. "Ela não podia pedir água que elas reclamavam, demoravam a levar", diz documento endereçado ao MPPE. As enfermeiras também teriam dito abertamente que não queriam ficar com Maria Helena porque ela era de alto risco e "muito pesada".

Segundo Thuan, o procedimento cirúrgico estava marcado para segunda-feira (1º), mas foi cancelado porque a máquina utilizada para fazer o procedimento estava quebrada. A mulher, então, foi transferida para a unidade do Prado, no Recife, do mesmo hospital. "Quando chegamos lá não tinha nenhuma documentação da minha avó encaminhada e disseram que não tinha vaga. Só depois de muito tempo ela foi levada para o bloco cirúrgico. Como uma paciente é transferida para um hospital da mesma rede, chega lá e não tem documento nenhum dela?", questiona o neto, inconformado.

Na unidade do Padro, a idosa chegou a ser sedada, cortada, porém a máquina que ajuda na realização do procedimento também não teria funcionado. "Todos ficaram chocados com isso. Todos. Isso é um absurdo. Como você seda e abre um paciente em alto risco sem saber se os equipamentos necessários para a realização do procedimento estão ok?", critica Thuan. Em um documento obtido, o médico responsável pela cirurgia afirma ter havido problemas técnicos e que, após uma hora de tentativa, o procedimento foi desfeito.

Após a segunda cirurgia frustrada, paciente e família voltaram para o Hospital Nossa Senhora do Ó de Paulista - em uma ambulância de péssimas condições, segundo o neto. Na última quarta-feira (3), a direção do hospital teria informado que ainda não sabiam como resolver a situação, porque haveria um tempo da abertura do chamado de conserto até a máquina poder ser utilizada. "Não queremos dinheiro. Queremos a minha avó bem. Do jeito que ela merece por direito. Queremos justiça pela 'brincadeira' que estão fazendo com a situação de risco", diz o neto sobre a denúncia ao MPPE.

Ainda segundo o denunciante, o serviço social do hospital estaria colocando a culpa para o plano de saúde, mas ele afirma que a responsabilidade seria do Nossa Senhora do Ó. O LeiaJá procurou a direção do hospital para comentar o caso e aguarda um retorno. 

A deputada federal eleita Marília Arraes (PT) lamentou, nesta terça-feira (27), o fato de que o acervo com as obras do artista plástico Abelardo da Hora, falecido em 2014, será doado para um memorial construído em homenagem a ele na cidade de João Pessoa, na Paraíba. Marília compartilhou em suas redes sociais uma matéria do LeiaJá na qual destaca o assunto e a luta da família do artista plástico em busca de um local em Pernambuco que abrigasse o acervo.     

A petista falou que o governo Paulo Câmara (PSB) trata com “descaso” tanto a área da cultura quanto outras. “Cuidar da patrimônio cultural de um Estado é cuidar da memória, da história de um povo. Infelizmente o que vemos em Pernambuco, atualmente, é o descaso nessa e em outras áreas, como educação, saúde e segurança Pública. É muito triste ver partir um acervo como o de Abelardo, um dos maiores artistas de nossa terra. Perde Pernambuco, perdemos todos”, lamentou.

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Na crítica, Marília Arraes utilizou as hashtags #DesgovernodePernambuco e #CuidardaCulturaÉCuidarDoPovo. A vereadora do Recife é uma das ferrenhas críticas do governador Paulo Câmara, afirmando constantemente que o pessebista não é um líder e que o “desgoverno” tomou conta do Estado.     

A neta de Miguel Arraes tentou disputar a vaga de governadora de Pernambuco, mas teve sua candidatura rifada, o que a fez optar por buscar um espaço na Câmara dos Deputados. Durante a campanha, Marília chegou a garantir que venceria de Paulo Câmara em um hipotético segundo turno mesmo competindo contra toda a estrutura do governo.

Em visita ao Hospital Agamenon Magalhães, situado na Estrada do Arraial, Casa Amarela, Zona Norte do Recife, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) registrou um verdadeiro caos. Enfermos amontoados pelos corredores, sem maca, em locais improvisados, tudo num ambiente propício a proliferação de bactérias e sem nenhum conforto mínimo. A blitz aconteceu no último dia 17 de maio, às 8h da manhã, onde foi constatado também uma escala deficitária de profissionais da saúde. 

Tadeu Alencar, presidente do Simepe, afirmou ter ficado estarrecido com o que classificou como cenário de horror. "São pacientes no chão, em banheiros, a céu aberto, com goteiras pingando em pacientes que estão por todas as partes. É um local de verdadeiro horror que fere o mínimo da dignidade humana", denunciou Tadeu.

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O sindicato diz que existe a construção de um prédio que está parada há anos, tendo sido iniciada para ampliar a unidade de saúde e sua capacidade de atendimento, mas que não foi concluída. Sobre a superlotação do hospital, Tadeu Alencar ressalta que "existem pacientes no local que poderiam estar sendo atendidos em hospitais de menor complexidade, mas continuam superlotando a emergência do Agamenon".

Em campanha, o sindicato exclama que "precisa um basta e um maior investimento na atenção primária, na saúde dos municípios e dos Estados e mais profissionais para atender as demandas". 

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O que diz a Secretaria de Saúde do Estado

 

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que reconhece a grande demanda nas emergências do serviço. "No entanto, o Hospital Agamenon Magalhães segue cumprindo o seu papel de prestar assistência com prioridade para casos mais graves". A secretaria reforça ainda que o aumento da procura por atendimentos na unidade da-se por conta das perdas do plano de saúde de parte da população; pela localização geográfica da unidade. "Ao contrário da afirmação do Sindicato, a unidade está abastecida de insumos, com a maioria das escalas de profissionais completas e não há acomodação de pacientes em banheiros, nem no chão". 

Foto enviada pelo Simepe mostra uma maca dentro do banheiro do Agamenon Magalhães

Sobre parte dos pacientes estarem a céu aberto, a diretoria da unidade confirmou que "a equipe de engenharia da unidade atua de forma rotineira na prevenção de danos estruturais e está trabalhando para eliminar os pontos de infiltração em alguns espaços do hospital, provenientes das chuvas ocorridas nas últimas semanas", destaca.

Por fim, sobre a rede de assistência cardiológica em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde esclarece que, até 2010, apenas o Procape e o Hospital Agamenon Magalhães (HAM) realizavam esse tipo de atendimento. "Desde então, os serviços cardiológicos foram ampliados em mais de 150%. Com o reforço de outros hospitais como Dom Helder Câmara, Cabo de Santo Agostinho, Pelópidas Silveira, às margens da BR-232 e o Hospital Mestre Vitalino, localizado em Caruaru".

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Opção de lazer gratuito no Recife, o Parque Dona Lindu, localizado no bairro de Boa Viagem, exibe problemas estruturais por todos os lados. Entre placas turísticas deterioradas, grades enferrujadas, brinquedos quebrados e pichações, os frequentadores do local lamentam a falta de manutenção e afirmam que o cenário nada lembra a grandiosidade do complexo de 33 mil metros quadrados inaugurado em 2008.

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Basta chegar ao estacionamento para dar de cara com a falta de manutenção, já que nem mesmo a placa que identifica o local está em boas condições - faltam letras e sobram pichações. O problema com a sinalização também é encontrado em outros pontos do complexo.

Em um dos parquinhos, as crianças brincam no escuro por conta da falta de iluminação - mesmo que no último mês de junho a gestão municipal tenha investido R$ 25 mil para requalificar a rede elétrica. Nada resolvido. Dos balanços disponíveis, poucos estão em bom estado e um dos brinquedos está completamente interditado. A falta de opção faz os pequenos formarem filas para disputar uma vaga nos equipamentos.

"Não posso deixar minha filha brincar sozinha nesse escuro. É uma pena porque a gente mora pertinho e costuma vir todo final de semana", disse a dona de casa Maria Cisneiros, de 45 anos. Quem também reclamou da falta de iluminação foi a servidora pública Regina Anconese, que acompanhava a neta. "Acho que o parque está bem limpo e seguro, mas notei que uma série de postes está com as luzes apagadas. Uma pena", afirmou.

Quem utiliza o espaço para praticar esportes também reclama. A rede da quadra poliesportiva está cheia de buracos e a pista de skate exibe diversas pichações. Nem mesmo o espaço cultural foi poupado. São poucos os visitantes que se arriscam a enfrentar o calor da Galeria Janete Costa, que está com o ar-condicionado quebrado.

Um dos ambulantes que trabalha no local relembra como era o parque no ano de inauguração. "Tudo funcionava muito bem, agora tem poste sem luz, brinquedo quebrado, pichação. Se tudo funcionasse direitinho, como tem que ser, aposto que muito mais gente ia fazer questão de vir pra cá", comenta o vendedor de pipocas Antônio Teixeira.

Outros visitantes, no entanto, não classificam os problemas estruturais como críticos e até elogiam o complexo. "Vim pela primeira vez com minha filha e percebi que tem muitos policiais rondando o parque e tudo está muito limpo. Só acho feio que algumas placas estão pichadas", afirmou a cearense Marília Santos, que está viajando a turismo em Pernambuco.

Em nota, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) alega que uma equipe do órgão realizará os trabalhos de manutenção do sistema de iluminação do Parque Dona Lindu ainda nesta semana. De acordo com o órgão, novas placas informativas foram solicitadas e o processo de aquisição está em fase de licitação.

"O órgão informa ainda que, os brinquedos do parque contam com manutenção periódica e foram recuperados recentemente, porém os equipamentos sofrem com o mau uso e com ações de vandalismo. Os técnicos da empresa farão um levantamento dos serviços de manutenção necessários aos brinquedos e os serviços serão programados", conclui o comunicado.

Mais um aniversário sem motivos para comemorar. Assim será esta quarta (24), no Teatro do Parque, que completa 101 anos de história neste dia - seis deles sem nenhuma movimentação artística no equipamento cultural, uma vez que este esá fechado desde 2010 para reformas. No lugar da festa, estão sendo realizados protestos comandados por grupos e artistas que clamam pela volta do funcionamento do lugar, não só na Rua do Hospício - onde está localizado o Parque - como também em parte da Avenida Conde da Boa Vista, no Centro do Recife.

O sol ainda não havia raiado na capital recifense, nesta quarta, quando integrantes do movimento Guerrilha Cultural e do grupo João Teimoso de Teatro colocaram faixas entre o Colégio São Luiz e a Rua do Hospício, com dizeres que reclamavam a falta de cuidado do poder público com a cultura local. Em seguida, o grupo seguiu para a frente do Teatro do Parque, onde o protesto teria seguimento durante toda a manhã. Em 2015, quando o Parque deveria celebrar seu centenário, estes mesmo grupos realizaram um velório simbólico do cine-teatro em referência ao seu abandono.

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Oséas Borba Neto, coordenador do Guerrilha Cultural e diretor do João Teimoso, encabeça a luta pela volta do Parque desde 2012 e já promoveu diversos atos em prol da causa: "Este ano eu abri uma denúncia no Ministério Público de Pernambuco e tivemos duas audiências contra a Prefeitura do Recife (PCR) em relação ao Teatro do Parque - em março e em abril. Na segunda audiência, o promotor mudou a postura com a presença do presidente da Fundação de Cultura. A prefeitura disse que as obras estavam paradas mas que estavam sendo feitas novas pesquisas e levantamentos de restauro, e que o processo em si não estava parado. Tudo aquilo já havia sido dito um ano atrás. Vou cobrar de novo do MPPE", disse. Durante esta manhã, uma equipe da Guarda Municipal foi enviada ao Parque para acompanhar o dia de protestos.

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Seis anos de espera

Em 2010, o Cine Teatro do Parque foi fechado para reformas. Em meados de 2015 as obras foram paralisadas e o equipamento cultural segue, desde então, desativado e se transformando num esqueleto abandonado em pleno coração da cidade. Segundo o promotor de Justiça Ricardo Coelho, a paralisação da reforma se deu devido à falta de repasse de verba por parte da PCR à empresa responsável pelo serviço. Após algumas promessas e previsões de entrega que não se cumpriram - a última garantia que o equipamento seria entregue em novembro de 2016 - o local continua em estado de completo abandono. Além disso, denúncias dão conta de que parte do acervo de filmes e alguns objetos do cine-teatro - como dois pianos - teriam sido furtados. 

Procurada pelo LeiaJá, a Prefetura informou, por meio de sua assessoria, que a obra teria sido dividida em duas partes tendo a primeira já sido concluída. "A primeira etapa, já realizada, sanou os problemas encontrados na estrutura da edificação a partir da substituição de toda a cobertura do teatro. Essa etapa resolveu os problemas de infiltrações que comprometia a estrutura da edificação. Foi trocado todo o madeiramento, telha, calhas, rufo, entre outras peças de todas as cobertas. As paredes do teatro estavam estufadas já que as antigas instalações elétricas estavam enferrujadas. Por isso, toda a tubulação das instalações foram substituídas, além dasinstalações hidrossanitárias. Foi revisada também a drenagem de todo o equipamento". 

A assessoria informou também que a partir destes reparos foram reveladas características do teatro encobertas por antigas reformas e que se iniciou uma pesquisa para definir como seria feito um trabalho de restauro: "Foi necessário realizar uma investigação mais aprofundada sobre as características originais do prédio histórico. Esta pesquisa detalhada só podia ser realizada in loco e a partir da obra inicial. A partir disso, foi feito o projeto de restauração em todos os âmbitos. Esta parte será contemplada dentro da segunda fase das obras". Ainda segundo a PCR, o projeto se encontra em fase de captação de recursos para a realização de uma nova licitação que dará seguimento à esta etapa da reforma. Após iniciada a segunda fase, o prazo de entrega do Parque seria de um ano e meio. 

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“Aqui em 10 de novembro de 1710 Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito da fundação da república entre nós” está escrito em uma estrela no topo das Ruínas do Senado, monumento localizado em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Os turistas, que a todo momento passam e fotografam a estrutura, em breve estarão se perguntando “aqui onde?”.

As Ruínas do Senado estão sumindo, como denunciam os moradores do Sítio Histórico da cidade. Já não existe muito do monumento, que é um pedaço de parede externa da fachada do antigo Prédio do Senado. Mas pessoas estariam diminuindo ainda mais a construção e retirando pedaços de pedras na calada da noite.

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Olinda celebra o fato de que, naquele local, em 10 de novembro de 1710, Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito de República no Brasil, que eclodiu na Guerra dos Mascates. Em Olinda, o dia 10 de novembro é o feriado do 1º Grito de República no Brasil.

O Seu Genésio Reis, 75 anos, é artista plástico e trabalha bem em frente às ruínas. Ele conta que o caso, a retirada de pedras da estrutura, já foi relatada às autoridades. “Já procuramos a prefeitura e nada. Dia desses é que vieram aqui de um órgão e tiraram algumas pedras que estavam no chão. Estava cheio de pedras aqui”, conta, apontando pra lateral da estrutura.

A esposa de Genésio e também artista plástica Rose de Presbítero conta que viu o vandalismo pela primeira vez há cerca de dois meses. “Vi três homens no local, dois tirando e um levando. Eles saíram com um saco e achei aquilo muito estranho. Aí, há mais ou menos duas semanas, vi dois homens fazendo aquilo de novo”, ela lembra. 

Mesmo com a tal limpeza que Genésio viu, é possível observar muitos pedaços de pedra ao chão e areias entre as pedras do monumento, revelando uma mudança recente no concreto. Essa deterioração é percebida apenas de um dos lados, enquanto o outro ainda não foi avariado. As ruínas também estão pichadas.

Além disso, plantas também crescem e preocuparam os olindenses. “A árvore criou raiz, a raiz já está bem profunda nas ruínas e está abrindo no meio. E está saindo ramificações na frente também, de dentro da parede”, denuncia Rose.

A reportagem do Portal LeiaJá entrou em contato com a Prefeitura de Olinda para obter informações sobre que medidas serão tomadas, mas até a edição desta matéria não houve retorno.

A insatisfação de fãs pelo comportamento da cantora Anitta não é novidade. Desta vez, a revolta é da cover da artista, Larissa Andjara, que inclusive publicou, nesta quinta-feira (7), em sua rede social, que desistiu da carreira. Recentemente, ele havia confirmado nova cirurgia para ficar ainda mais parecida com a diva.

Em entrevista ao site Ego, Larissa revelou que na noite dessa quarta-feira (6), a artista teria a tratado com descaso, em São Paulo. A sósia ainda revela que Anitta parece ter 'birra' pela sua atuação e até medo da sua projeção. A cover justifica o seu desencantamento porque, em vários momentos, a cantora teria agido sem dar atenção, tanto nas redes sociais, quanto em apresentações musicais.

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Em seu Facebook, Larissa afirma que manterá a agenda de shows, que deve seguir até o mês de setembro. Ao todo, são 20 apresentações. Confira a postagem de Larissa:

Ainda conforme a cover, é mais difícil ser sósia de alguém já que é necessário mudar por completo e seguir a imagem do artista. Ela ainda falou que já gastou muito em procedimentos cirúrgicos. Com a decisão, Larissa afirmou que vai abrir um brechó da Anitta, com todos os figurinos que utiliza nos shows.

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O Parque do Caiara é um dos mais claros exemplos de descaso da Prefeitura do Recife com alguns espaços públicos da cidade. Com obras iniciadas em 2011, a área localizada no bairro da Iputinga, Zona Oeste recifense, há vários meses segue com obras paradas e sem previsão de finalização. A situação fez com que moradores da localidade resolvessem usufruir do Parque sem a inauguração oficial, utilizando quadras e brinquedos inacabados. Neste sábado (16), até a pista de skate - mais uma construção sem manutenção - virou piscina por causa da forte chuva.

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Uma imagem compartilhada na página Skate Park Caiara, no Facebook, mostra vários jovens e crianças se divertindo no espaço que seria dedicado aos skatistas. Apesar da alegria dos populares em mergulhar na piscina improvisada, o registro é mais uma prova de que o parque continua sem os devidos cuidados por parte da Prefeitura do Recife. “É lamentável. E pensar que fui encarregado dessa obra por mais de um ano. Só faltava 20% da obra para ser entregue e a Prefeitura cancelou toda a verba”, declarou um internauta ao ver a imagem no Facebook.

Já outro internauta culpou os próprios moradores pelo mau uso do espaço. “Aí não adianta colocar culpa na Prefeitura se a galera também não colabora, não é? Reclamar de poluição, rua imunda, ônibus depredado, praças pichadas é fácil; difícil é conservar e ter educação”, reclamou uma usuária do Facebook. A própria página Skate Park Caiara reprovou a improvisação da pista como piscina. “Lamentável a situação da pista de skate. Dói na alma de um skatista em saber que estão colocando pedras pra entupir o bowl e fazer literalmente de piscina Pista abandonada dá nisso... Precisamos manter a pista conservada, mas é difícil, isso é um trabalho sem fim”, postou a fanpage. Veja a seguir o vídeo registrado pelo internauta Veron Julio

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Em julho do passado, a Prefeitura do Recife informou ao LeiaJá que, em outubro de 2012, as obras estavam 70% concluídas. Agora, a paralisação é total. Segundo o órgão, mais de R$ 12 milhões foram investidos no Parque do Caiara. O LeiaJá também registrou que a placa com a previsão de conclusão da reforma apontava para dezembro de 2014.  

A Empresa de Urbanização do Recife (URB) é ligada a PCR e tem a responsabilidade sobre as obras do Parque do Caiara. A assessoria de imprensa do órgão prometeu divulgar um posicionamento sobre a reforma do espaço até a próxima segunda-feira (18).    

Desde 2009, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE) almejava ter uma máquina de Exame PET-CT (Tomografia por Emissão de Pósitrons). Em 2012, a unidade conseguiu o caro equipamento - que na época custava R$ 3 milhões e hoje possui preço de mercado em torno de R$ 6 milhões -, mas ele ainda não está em uso.

O equipamento de PET-CT serve para diagnosticar o câncer e classificar em que estágio a doença está, ajudando no direcionamento do tratamento. O aparelho consegue detectar lesões pequenas que tomografias e ressonâncias comuns não conseguem.

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Apesar de estar dentro da unidade e fora das caixas, a máquina ainda não está operante por falta de estrutura. O aparelho precisa funcionar em uma sala com condições adequadas de refrigeração e eletricidade. 

A professora de Medicina Nuclear da UFPE e chefe do setor de medicina nuclear do Hospital das Clínicas, Simone Brandão, diz que todo o processo de compra da máquina de PET-CT está repleto de infortúnios 

Simone é responsável pelo projeto de compra da máquina, iniciado em 2009. Segundo ela, as empresas Phillips, Genereal Electric (GE) e Siemens, que disputavam a venda, não avançavam no envio dos documentos solicitados. “O sistema burocrático é muito complicado. As empresas ficam brigando entre elas e não mandam o que a gente precisa”, lamenta a professora. 

Quando o Hospital das Clínicas conseguiu as propostas já era 2012 e o equipamento que a unidade pretendia adquirir já estava ultrapassado. “Abortamos a licitação 15 dias antes do pregão. Ficamos super apreensivos mas decidimos que íamos pedir uma máquina mais nova e melhor”, lembra Brandão. 

Junto a um edital do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, Brandão conseguiu um processo de licitação mais acelerado. Em maio de 2012, fecharam o contrato com a GE. Em setembro, a máquina chegou. O equipamento passou um ano e dez meses encaixotado, por não ter local para ficar. “A sala da máquina tem que ter refrigeração e eletricidade adequada, mas o prédio do HC tem 30 anos que foi inaugurado, de construção é muito mais, e não tem as manutenções. O hospital começa a inflar e vão se criando gambiarras, começam a criar salas sem nenhum planejamento”, justifica a chefe do setor de medicina nuclear.

Brandão lembra que quando finalmente o aparelho foi tirado da caixa, perceberam que era o modelo anterior, ultrapassado. “Falamos com a GE, que queria deixar a máquina com a gente e dar uma de tomografia de brinde. Eu disse que não quero, que não vou utilizar uma máquina antiga”.

Daí, recorda Brandão, foi quase um ano para desinstalar a máquina, botar de novo na caixa, levar ao porto, para levar aos Estados Unidos e trazer a nova. Mais um ano desperdiçado. 

Só em janeiro de 2016, a nova máquina foi instalada. Logo depois houve uma infiltração no hospital que queimou a parte elétrica do local, atrasando mais uma vez o processo de ativação do aparelho. 

Não há previsão para o funcionamento da máquina de tomografia. Mesmo quando ela for finalmente utilizada, não será em uma sala com estrutura ideal. Brandão não sabe precisar quem é o grande responsável por toda a demora, mas tece algumas críticas. “Quando conseguimos os R$ 3 milhões, havíamos solicitado R$ 5,5 milhões ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, para poder construir uma sala ideal, comprar mobília, equipamentos de radioproteção, mas eles só deram os R$ 3 milhões e acabou. Não existe uma seriedade”.

A chefe do departamento também critica a lerdeza na construção da sala, que, de acordo com ela, já está sendo feita às gambiarras. “Você não vê vontade nos funcionários públicos de engenharia. Eles ficam travados e as obras não andam. Eu vou lá, digo que a diretoria está mandando fazer e não fazem. Funcionários públicos não estão obedecendo, sabem que não vão ser punidos, eles não veem aquilo como ‘meu’”, acusa. “Eu já peguei três diretorias neste hospital. Às vezes tem um diretor mais persistente, mais ágil, mas ele cansa. Quando ele pega um monte de problema, ele pensa ‘oxe, quero isso para mim não’ e vai levando”. 

O relato da máquina parada partiu de uma denúncia da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), que relata o mesmo problema no Hospital de Base do Distrito Federal e no Rio Imagem, no Rio de Janeiro. Após a denúncia, Brandão percebe que a diretoria da unidade hospitalar está mais comprometida, convocando reuniões para saber do andamento das obras. 

A Tomografia por Emissão de Pósitrons foi incluída no Sistema Único de Saúde (SUS) desde abril de 2014 para diagnóstico de câncer de pulmão, colorretal e de linfomas. A SBMN considera que o acesso à ferramenta é deficitário no país. O Brasil possui atualmente 135 equipamentos, entre esfera pública e privada, sendo 15% no Nordeste.  Pernambuco possui 5 aparelhos de PET-CT. 

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) vai cobrar da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) a retomada das obras de restauração do Teatro do Parque. O promotor de Justiça Ricardo Coelho entrará com uma Ação Civil Pública na Justiça Estadual, na próxima sexta-feira (1º), solicitando que os trabalhos no prédio histórico sejam reinicados de imediato. O Teatro do Parque está fechado desde 2010 para restauro e sua reforma está suspensa desde julho de 2015.

Segundo o promotor, a reforma do equipamento cultural foi interrompida devido a falta de repasse de verba por parte da PCR, em meados de 2015, à empresa então responsável pelo serviço. Desde então, o prédio - "tombado pelo município e um imóvel especial de preservação com todo valor hitórico comprovado" - está fechado e em estado de completo abandono. "A Prefeitura não nos apresentou um prazo para reinício desta restauração e a gente, sabendo da precariedade da situação, vai impôr à Prefeitura a obrigação de começar imediatamente esta reforma, através da ação judicial", explicou Ricardo. O magistrado disse ainda que na ação está proposta uma liminar que, sendo aprovada, dará celeridade ao processo: "A vantagem da ação judicial é que, de posse dela, a Prefeitura poderá dispensar licitações e burocracias maiores. A gente entende que se for o caso de aguardar licitação isso pode demorar anos. A gente quer impôr isso antes que o bem se perca". 

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Fechado há mais de cinco anos, o prédio que abrigava o Cine-Teatro do Parque está abandonado e entregue às intempéries do tempo e falta de manutenção: "A situação é a pior possível. O imóvel está muito deteriorado e num estado de abandono que não se justifica, já que é um patrimônio que pertence à cidade do Recife e um prédio histórico.", lamenta o promotor. Há ainda uma denúncia de que parte do acervo de filmes e alguns objetos do cine-teatro teriam sido furtados: "A gente pediu que a Polícia Civil instaurasse um inquérito para verificar esta denúncia. Vamos incluir isso na nossa ação para que a Prefeitura também se responsabilize por isso", afirmou Ricardo. 

O promotor explicou também que, após ser dada a entrada na Ação Civil Pública, que passará por análise de uma juíza, a previsão é de que no prazo de sete dias uma liminar deva determinar a retomada das obras: "Na segunda (4) estarei com a juíza pessoalmente pedindo que ela dê a liminar de imediato. Imagino que na semana seguinte deveremos ter essa liminar determinando o início das obras". 

PCR

Por meio de nota oficial, a Prefitura da Cidade do Recife informou ainda não ter sido oficialmente notificada pelo MPPE. A nota esclarece ainda que deverá ser realizada nova licitação, dentro de 60 dias, para a realização da segunda etapa do processo de restauro do equipamento cultural. Confira, na íntegra, o posicionamento da prefeitura.

O Teatro do Parque vem ao longo de muitos anos sofrendo um processo sério de degradação. Por isso, a primeira etapa já realizada diz respeito ao trabalho que sanou os problemas encontrados na estrutura da edificação a partir da substituição de toda a cobertura do teatro. Essa etapa sanou os problemas de infiltrações que comprometia a estrutura da edificação. Esse trabalho também revelou características do equipamento até então desconhecidas e encobertas por outras reformas. A partir daí, foi necessário realizar uma investigação mais aprofundada sobre as características originais do teatro, que contemplou a segunda fase das obras de reforma do Teatro do Parque.

Para realizar a obra de maneira a contemplar as especificidades de restauro, a Prefeitura do Recife fará novo processo de licitação que deverá acontecer dentro de aproximadamente 60 dias. A obra está orçada em cerca de R$ 13 milhões.   

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