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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciará nesta quinta-feira (2) uma campanha contra a Covid-19, com novas exigências para os viajantes e um aumento nos esforços de vacinação.

Apesar de Biden ter conquistado a presidência com a promessa de lutar contra a pandemia, as mutações do coronavírus representam um enorme desafio, o que contribui para a queda de sua popularidade.

Da sede dos Institutos Nacionais de Saúde, na região de Washington, Biden pronunciará um discurso em que pretende enumerar uma série de ações projetadas para lutar contra a Covid-19 durante o inverno (hemisfério norte, verão no Brasil), no momento em que a variante ômicron se propaga pelo mundo, gerando novas preocupações e restrições.

Na quarta-feira foi detectado o primeiro caso de contágio com esta variante nos Estados Unidos.

A Casa Branca já anunciou que a partir "do início da próxima semana", todos os viajantes deverão, além de vacinados, apresentar um teste negativo feito um dia antes do deslocamento. A medida será aplicada a americanos e estrangeiros.

Para os deslocamentos internos, Biden anunciará uma prorrogação da obrigatoriedade do uso de máscaras em aviões, trens e outros transportes públicos até meados de março, afirmou uma fonte do governo.

As novas medidas pretendem tranquilizar os americanos e mostrar que Biden está fazendo tudo a seu alcance para evitar que a pandemia afete a recuperação econômica dos Estados Unidos e as festas de fim de ano.

O presidente e seus assessores reiteraram nos últimos dias que não acontecerá um retorno aos grandes confinamentos.

Mas o governo enfrenta um cenário em que muitos americanos não são receptivos aos apelos de Biden por uma ação coletiva para derrotar a pandemia. De fato, quase 40% da população ainda não está completamente imunizada, apesar das tentativas criativas de estimular vacinação.

E quase 100 milhões de pessoas que já podem receber doses de reforço das vacinas anticovid ainda não aproveitaram a oportunidade.

- Campana nacional -

Uma campanha nacional direcionada aos beneficiários do sistema de saúde pública Medicare tentará ampliar vacinação e as doses de reforço: em sua estratégia, o governo estabeleceu uma associação com a AARP, um importante grupo que representa os interesses das pessoas com mais de 50 anos.

No outro extremo da faixa etária, a administração Biden tentará assegurar que as escolas não retornem aos fechamentos.

"Quando o presidente assumiu o cargo, mais da metade das escolas do país estavam fechadas", disse a mesma fonte do governo.

"Hoje temos uma vacina para as crianças a partir de cinco anos e mais de 99% das escolas em todo o país estão completamente abertas", disse, antes de destacar que "o presidente anunciará os passos que garantirão que isto continue assim".

O governo também pretende estimular o uso de kits de teste domiciliar com o anúncio de que "o seguro médico deve cobrir 100% do seu custo".

Para aqueles sem seguro médico, a disponibilidade de kits gratuitos deve aumentar nos próximos meses. "Nosso fornecimento de testes caseiros é, atualmente, quatro vezes maior que no fim do verão", disse a fonte do Executivo.

Um vasto estudo internacional, que será desenvolvido durante vários anos, se propõe a individualizar a detecção do câncer de mama de acordo com o risco de cada pessoa.

O estudo, chamado MyPeBS ("My personal breast screening", "Minha detecção mamária personalizada" em tradução livre) e iniciado em 2019 na Bélgica, Espanha, França, Israel, Itália e Reino Unido, tem como objetivo avaliar o interesse de uma detecção diferenciada de acordo com a situação de cada mulher.

"Queremos que haja um uso razoável das mamografias: que sejam usadas mais quando for necessário e menos quando não for", resume à AFP a radiologista Corinne Balleyguier, encarregada da parte francesa do estudo.

Atualmente, o mesmo procedimento é usado nos programas de detecção mamária para todas as mulheres dentro da faixa etária de risco que, segundo os países, costuma ir dos 50 aos 74 anos.

"Mas sabemos que o risco não é o mesmo para todas", lembra Balleyguier.

De fato, já existem protocolos diferentes em países como a França para as mulheres que tenham pré-disposição hereditária a sofrer este tipo de câncer, embora sejam minoritários.

As mulheres que participam do MyPeBS são divididas em dois grupos: um que seguirá o programa habitual de detecção do país em questão e o outro um programa individualizado.

Para este segundo grupo serão considerados vários fatores de risco: densidade do seio (os mais densos têm mais riscos), antecedentes familiares, biópsias anteriores e, a partir do teste de saliva, a presença de marcadores genéticos não hereditários.

Depois, serão classificadas em quatro categorias, nas quais realizarão exames com variações de tempo: mamografias a cada quatro anos para as que apresentam menos riscos; mamografias a cada dois anos para as de risco médio; e uma ao ano para as de risco alto, além de uma detecção por IRM (Imagens de Ressonância Magnética) se o risco for muito alto.

Os resultados dessa estratégia diferenciada podem ter considerações muito importantes em questão de saúde pública.

A detecção em massa recebe críticas, já que não diferencia entre as pacientes, o que faz com que sejam realizados tratamentos geralmente inúteis.

No entanto, o estudo da MyPeBS só conseguiu reunir menos de 20.000 pacientes das 85.000 necessárias.

"É uma organização muito complicada de administrar, é muito mais complicado incluir (pacientes) do que parece", afirma Balleyguier.

A pandemia de covid-19 desacelerou o desenvolvimento do estudo. Por conta disso, as conclusões só estarão prontas a partir de 2026. As pacientes interessadas têm até 2023 para se apresentarem como voluntárias.

Para se inscreverem, as mulheres de entre 40 e 70 anos precisam acessar o site https://www.mypebs.eu/es/participe-en-el-estudio-mypebs/

O monitoramento da circulação de novas variantes do coronavírus pelo País esbarra na falta de centros especializados em análise genômica e na dificuldade de obter financiamento e insumos para as análises. Não à toa, a nova variante brasileira do coronavírus foi identificada em outro Estado somente ontem, após ao menos quatro países já terem detectado a cepa em seus territórios: Estados Unidos, Japão, Alemanha e Reino Unido, países com mais centros de pesquisa na área.

Desde o início da pandemia, o Brasil depositou cerca de 2,5 mil genomas sequenciados no site Gisaid, banco online de sequenciamentos que traz dados do mundo inteiro. Em comparação, o Reino Unido, que no mês passado identificou uma nova variante no sudeste da Inglaterra, já submeteu ao banco mais de 150 mil genomas.

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"Desde o início da pandemia, eles organizaram todos os polos e universidades para fazer sequenciamento de SARS-CoV-2, conseguiram financiamento e montaram essa estrutura. Além disso, eles têm fabricantes locais de reagentes. A gente depende da importação de insumos", explica Paola Cristina Resende, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e membro da Rede Genômica Fiocruz, responsável por receber amostras de todos os Estados para sequenciamento.

"São dez amostras por mês de cada Estado, mas, com a emergência das novas variantes, pedimos o envio de 30 a 40 amostras de dezembro e janeiro para verificar se a cepa está circulando em algum outro local", diz. Parte dos Estados não tem estrutura própria para sequenciamento genético e depende de parcerias com centros de excelência como a Fiocruz para ter amostras analisadas.

Essa desigualdade regional fica clara na análise dos genomas submetidos ao Gisaid. A maioria é de amostras do Sul e Sudeste. Estados do Centro-Oeste, por exemplo, têm menos de dez genomas sequenciados cada.

Além da rede da Fiocruz, referência para o País, o sequenciamento genético de amostras do SARS-CoV-2 é feito principalmente pelas redes Coronaômica, coordenada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), e pela rede do Ministério da Saúde da qual o Instituto Adolfo Lutz faz parte.

"As redes em si são relativamente bem estruturadas, muitas universidades têm equipamentos, mas a maioria dos reagentes e equipamentos é importada, ou seja, cotada em dólar. Com essa situação cambial terrível, temos dificuldades na compra desses insumos", diz o virologista Fernando Spilki, coordenador da Rede Coronaômica e professor da Universidade Feevale.

"O aparelho que usamos para o sequenciamento completo custa R$ 400 mil, mas mesmo se formos usar outra técnica mais simples, a de MinION, o aparelho sai muito mais caro no Brasil. Fora, sai por U$ 900. Se formos importar, fica por R$ 17 mil", conta Adriano Abbud, diretor de Respostas Rápidas do Instituto Adolfo Lutz.

Os pesquisadores ressaltam que, mesmo sem uma estrutura mais ampla de sequenciamento, a emergência de novas variantes preocupa e deve motivar medidas restritivas mais rígidas. "Deveríamos ter um controle maior de deslocamento entre Estados, dentro das cidades. As variantes são resultado de deixar o vírus se disseminar livremente", diz Spilki.

Governo

A reportagem procurou os Ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia para falar sobre os investimentos feitos na rede genômica, mas não recebeu resposta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Hong Kong lançou nesta terça-feira (1°) uma campanha de detecção do novo coronavírus gratuita e voluntária, na qual meio milhão de residentes já se cadastraram, apesar da desconfiança gerada pela participação de médicos e empresas da China continental.

Desde a abertura das inscrições, no último sábado (29), mais de 510 mil pessoas se registraram, o que representa 7% dos 7,5 milhões de habitantes de Hong Kong.

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Mais da metade dos 141 locais de testes distribuídos pelo território, principalmente em escolas e centros esportivos, estão com a agenda completa para esta terça-feira, primeiro dia da ação. Mas alguns residentes desconfiam do governo local e de Pequim e temem o uso dos dados colhidos.

O magnata dos meios de comunicação Jimmy Lai, preso recentemente devido à polêmica lei de segurança nacional, tuitou que não ir fazer o teste é um ato de "resistência passiva".

Em Hong Kong, território densamente povoado, a população adota medidas de distanciamento social desde o começo da pandemia, mas, desde julho, é registrado um forte aumento do número de infectados, relacionado, principalmente, a profissões isentas das medidas de quarentena.

Uma cientista brasileira de 33 anos desenvolveu uma espécie de caneta capaz de detectar células tumorais em poucos segundos. Livia Schiavinato Eberlin é formada em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e, apesar da pouca idade, já é chefe de um laboratório de pesquisa da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos.

Foi lá que, há quatro anos, ela iniciou os estudos de um dispositivo capaz de extrair moléculas de tecido humano e apontar, no material analisado, a presença de células cancerosas. A tecnologia está em estudo, mas já teve resultados promissores ao ser usada na análise de 800 amostras de tecido humano.

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A pesquisadora, que já mora há dez anos nos EUA, para onde se mudou para fazer doutorado, está no Brasil nesta semana para apresentar os achados de sua pesquisa no congresso Next Frontiers to Cure Cancer, promovido anualmente pelo A.C. Camargo Cancer Center na cidade de São Paulo.

Nos Estados Unidos, Livia ganhou destaque na comunidade científica ao ser uma das personalidades selecionadas em 2018 para receber a renomada bolsa da Fundação MacArthur, conhecida como "bolsa dos gênios" e destinada a profissionais com atuação destacada e criativa em sua área. O prêmio, no valor de U$ 625 mil (cerca de R$ 2,5 milhões), é de uso livre pelo bolsista.

Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, a pesquisadora explicou que a caneta, batizada de MacSpec Pen, tem como principal objetivo certificar, durante uma cirurgia oncológica, que todo o tecido tumoral foi removido do corpo do paciente. Isso porque nem sempre é possível visualizar a olho nu o limite entre a lesão cancerosa e o tecido saudável. "Muitas vezes o tecido é retirado e analisado por um patologista ainda durante a cirurgia para confirmar se todo o tumor está sendo retirado, mas esse processo leva de 30 a 40 minutos e, enquanto isso, o paciente fica lá, exposto à anestesia e a outros riscos cirúrgicos", explica Livia.

A caneta desenvolvida por ela e sua equipe de pesquisadores usa uma técnica de análise química para dar essa mesma resposta que um patologista daria. "A caneta tem um reservatório preenchido com água. Quando a ponta dela toca o tecido, capta moléculas que se dissolvem em água e são transportadas para um espectrômetro de massa, equipamento que caracteriza a amostra como cancerosa ou não", explica a cientista.

Essa caracterização da amostra em maligna ou não pode ser feita porque a tecnologia usa, além dos equipamentos de análise química, técnicas de inteligência artificial para que a máquina "responda" se as células são tumorais.

Para isso, foram usadas, na criação do modelo, centenas de amostras de tecidos cancerosos que, por meio de suas características, "ensinam" a máquina a identificar tecido tumoral.

"Na primeira fase da pesquisa analisamos mais de 200 amostras de tecido humano e verificamos uma precisão de identificação do câncer de 97%", conta Livia.

Próximos passos

O resultado dessa etapa do estudo foi publicado na prestigiosa revista científica Science Translational Medicine em 2017. Depois, o grupo de pesquisa da brasileira nos EUA ampliou a investigação para 800 amostras de tecido e, mais recentemente, obteve autorização de comitês de ética de instituições americanas para testar a técnica em humanos, durante cirurgias reais.

"Apesar dos bons resultados em amostras de tecido, o modelo ainda precisa ser validado em testes clínicos. Se os resultados forem confirmados, ainda deve demorar de dois a três anos para a caneta ser lançada como produto", opina Livia. O dispositivo já foi testado para câncer de cérebro, ovário, tireoide, mama e pulmão, e está começando a ser usado também nas pesquisas de tumor de pele.

Caso a técnica se mostre eficaz também para esse tipo de câncer, ela poderia ser usada para identificar se pintas ou outras lesões de pele são malignas sem a necessidade de remoção de uma parte do tecido, o que pode trazer danos estéticos.

Para Fabiana Baroni Makdissi, cirurgiã oncológica e diretora do Centro de Referência da Mama do A. C. Camargo Cancer Center, caso confirmada a eficácia do método em todas as fases da pesquisa, ele trará ganhos nos tratamentos contra o câncer por permitir maior precisão na retirada dos tumores. "Uma das coisas mais importantes quando a gente fala de tratamento cirúrgico é que o cirurgião consiga retirar completamente o tumor. As taxas de cura vão estar relacionadas a isso, mas temos limitações em garantir que toda a circunferência do tecido retirado esteja livre de células tumorais. Então, uma tecnologia como essa, se validada, tem muito a agregar."

Ela explica que a técnica seria importante porque nem todos os hospitais contam com um patologista na equipe cirúrgica para analisar o tecido removido ainda durante a operação. "Nesses casos em que não há essa análise das margens durante a cirurgia, a taxa de reoperação é maior", diz.

Fabiana destaca ainda que a rapidez do novo método pode ter outras vantagens para o paciente. "A redução do tempo cirúrgico seria um benefício agregado da técnica, principalmente em pacientes mais idosos, com doenças crônicas, que têm maiores riscos durante um procedimento cirúrgico", diz a especialista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O setor de oftalmologia do Hospital das Clínicas (HC) vai realizar, neste sábado (11), um mutirão para identificar pessoas com glaucoma. O atendimento será a partir das 7h30 e se estende até às 11h na ala sul do sexto andar da unidade, localizado na Cidade Universitária, zona oeste do Recife. É necessário ter acima de 40 anos para fazer o procedimento médico.

Será feita aferição de pressão ocular e exame de fundo de olho com testes que detectam a existência da doença, além da realização de ações educativas.Antes de realizar estes procedimentos, o paciente terá que fazer um cadastro na Portaria 1 do hospital. 

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O glaucoma é uma doença hereditária caracterizada por uma lesão no nervo óptico, crônica, progressiva, que leva à perda da visão, sendo o principal motivo da elevação da pressão ocular. O estágio crônico simples da doença, de ângulo aberto, atinge 2% da população mundial acima dos 40 anos de idade e é a principal causa de cegueira irreversível. Segundo o setor de oftalmologia do HC, o glaucoma é uma doença assintomática, por isso é importante consultar regularmente o especialista para realização dos exames. 

Quem for diagnosticado com a doença será encaminhado para o Ambulatório de Oftalmologia do HC para início do tratamento. O mutirão faz parte das ações do Serviço de Oftalmologia de combate e prevenção à cegueira. Ao todo, serão 12 médicos, entre oftalmologistas e residentes do Hospital das Clínicas disponíveis para a realização dos exames, além de acadêmicos de medicina da Liga de Oftalmologia e voluntários do Lions Club.

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