Tópicos | Dia da Música

Na data de hoje (1), comemora-se o dia mundial da música, uma das formas de arte mais presentes na vida do ser humano e que, além de ser um entretenimento, também funciona como remédio para as angústias.

A música como modelo de arte transforma a vida das pessoas, seja por aqueles que consomem no decorrer de suas rotinas, como também pelos profissionais que produzem canções e expõem todos os tipos de sentimentos através de suas letras.

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“A música alivia a alma, carimba momentos, me faz voltar no tempo, desencadeia diferentes sentimentos”, comenta o vocalista da banda de hardcore CPM 22, Fernando Badauí. O cantor diz que não passa um dia sem ouvir música e diz ser movido por ela. “Ela dita o ritmo do meu dia a dia, devo tudo a ela”, declara Badauí.

Por meio da música, o vocalista homenageia o seu pai, José Badauí, que morreu em 2016, na canção “Honrar Teu Nome”, do disco “Suor e Sacrifício” (2017).

Fernando Badauí, vocalista da banda CPM22, tem uma conexão emocional com a música. Foto: Reprodução Instagram

Paixão antiga

O vocalista da banda de rock Detonautas, Tico Santa Cruz, também teve a sua vida impactada pela música, no momento em que começou a compreender as letras, sensações e sentimentos transmitidos pelas canções. “Eu escutava minha mãe tocando violão em casa, sempre gostei de ouvir música desde criancinha”, lembra o músico. Mas foi o rock nacional dos anos 1980 que fisgou Tico, e criou nele uma paixão pelo estilo.

“Eu fui o cara que decorou 'Faroeste Caboclo', que gostava de ouvir rock nas festinhas dos anos 80. Além disso, com 12 anos de idade eu comprava bandanas e tatuagens nas bancas de jornais para colocar no meu corpo e ficar igual ao Guns N' Roses”, recorda o vocalista do Detonautas.

Tico Santa Cruz, vocalista da banda Detonautas, se apaixonou pelo rock nacional nos anos 80. Foto: reprodução Instagram

Por volta de seus 15 anos, incentivado pela música, Tico aderiu ao movimento Grunge, do final dos anos 1980 e composto por letras angustiantes e sarcásticas, inspirado por subgêneros do rock como hardcore punk e heavy metal.

“A música sempre esteve presente na minha vida de maneira muito intensa, e eu decidi muito cedo que eu ia ser um artista”, salienta o músico. A princípio o vocalista tentou carreira no teatro, mas percebeu que não era o seu caminho. Depois, conseguiu se encontrar na música.

“Vi o caminho para poder seguir e realizar meus sonhos. A música para mim é uma maneira de me conectar com as energias superiores, além de canalizar para esclarecer algo, seja através de uma melodia, poesia, sentimento, indignação, protesto, questionamento, independente da sensação que ela trouxer”, finaliza.

Música como protesto

A banda Detonautas também utilizou a música como forma de protesto em seu último trabalho, “Micheque”, que questiona os depósitos que a primeira-dama Michelle Bolsonaro, recebeu em sua conta por Fabrício Queiroz. A canção foi fruto de uma discussão que ganhou força nas redes sociais há algumas semanas. 

Nesta terça-feira (1º) é comemorado o Dia Internacional da Música. As melodias são capazes de emocionar, alegrar e surpreender. Sempre despertando os sentimentos mais profundos, a música também serve como terapia para muitas pessoas.

Por meio da voz, as pessoas conseguem expressar os sentimentos e até mesmo a sua personalidade. A cantoterapia e a musicoterapia reúnem diversos benefícios como desenvolver a memória, aprimorar e ampliar a capacidade respiratória, controle da pressão arterial, entre outros. “A musicoterapia é indicada em diversos tratamentos como depressão e problemas respiratórios; o tratamento para pessoas com demência e Alzheimer, por exemplo, é muito eficaz”, explica a cantoterapeuta Priscila Lavorato.

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Mas há também quem ame a música, não consiga viver sem ela e hoje sobreviva fazendo o mais gosta. É o caso do músico e compositor Juan Gonzalez, 36 anos, conhecido como Juan De Las. “A música passou a ser meu ganha pão”, afirma. Ainda na adolescência, aos 14 anos, quis aprender a tocar violão, um instrumento que ele tinha em casa mas ninguém sabia tocar. “Há cinco anos trabalho só com a música. Não é fácil, mas com o tempo você aprende a se virar. É gratificante”, complementa.

Escrevendo, ouvindo ou cantando, De Las não consegue imaginar como seria um dia sem a música. “Quando toco com banda é muito especial. Posso me expressar por meio da música, causar sensações e despertar sentimentos no público, é o que me motiva. É felicidade”, afirma.

Juan De Las trabalha fazendo o que mais gosta, música | Foto: Divulgação/ Gabriela Macedo

Para o percussionista Paulo Ribeiro de Souza, 32 anos, a música também é uma inspiração diária. Depois de ver uma roda de samba aos 12 anos de idade, ele confessa que foi amor à primeira vista. “Meu irmão viu o quanto eu gostava e deu meu primeiro instrumento, um pandeiro, que hoje é meu instrumento predileto”, lembra.

Aos 15 anos, Souza começou a fazer seus primeiros trabalhos musicais, em seguida aprimorou o conhecimento com estudos sobre o instrumento e hoje ele não consegue imaginar como seria viver longe da música. “Seria a mesma coisa da noite sem a lua e do dia sem o sol”, compara.

Paulo Ribeiro começou a fazer os primeiros trabalhos musicais aos 15 anos | Foto: Acervo Pessoal 

O músico, compositor e produtor musical Will Barbosa, conhecido como Will Carbônica, 35 anos, também se apaixonou ainda criança pela música e pelo instrumento que hoje é uma das suas ferramentas de trabalho, a guitarra. Enquanto ele assistia ao show da banda de rock “Ira!”, ela só conseguia prestar atenção no instrumento, tanto é que Edgar Scandurra, guitarrista do “Ira!”, é uma de suas inspirações, além de inúmeros artistas brasileiros e internacionais. “A música é a maneira que eu encontrei para me expressar artisticamente e, é claro, é fonte de inspiração diária, ouço música o dia todo, é como respirar ou me alimentar”, afirma.

O baixista, produtor musical, compositor e consultor de tecnologia da informação Vinicius Feltrin, 37 anos, conhecido como Vini Carbônica, também  integra a banda Carbônica, assim como Will. A música é a sua válvula de escape diário. “É um veículo que me faz dar a volta ao mundo em três minutos”, conta.

Além da paixão pela música, ele precisa conciliar o tempo com as demais profissões. “Antigamente você escolhia uma profissão e ficava o resto da vida nela. Agora você toca, produz uma festa, faz bico de barman e um aplicativo para celular. Tudo no mesmo dia”, explica.

Vini e Will Carbônica em uma das apresentações nas ruas de São Paulo | Foto: Divulgação/ Isabelle Andrade

 

Uma arte milenar que demanda conhecimentos de matemática, geometria e física, além de paixão e curiosidade. Assim é a luthieria, ofício de construção e reparos de instrumentos musicais de corda, sopro e percussão. O profissional que se dedica a ele é chamado de luthier. Esse precisa dispor não só dos conhecimentos citados acima como também de muito amor pela música para confeccionar os instrumentos que estarão nos palcos ou nas mãos de músicos.  

Foi a curiosidade, inicialmente, que levou o paulista Jônatas Kerr a mexer em seus primeiros instrumentos. Ao ganhar uma guitarra, aos 12 anos, ele achou que o instrumento precisava ganhar personalidade e então, decidiu reformá-la. "Arranquei a tinta com caco de vidro, pintei com verniz, ficou toda grudenta, mas eu tava feliz, sempre gostei muito de mexer com as coisas. Eu não tinha essa relação com o instrumento de 'ah, a guitarra é mágica', eu olhava e achava 'isso aqui é um pedaço de madeira e eu preciso mexer nela'", relembra.

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A 'trela' de menino era só o embrião do que Jônatas viria a fazer no futuro. No ano de 2015, ele precisava de um banjo. Sem dinheiro para comprar um instrumento novo a solução foi construir um com o que ele tinha à mão. A empreitada deu tão certo que, além de gravar a música, ele abriu um canal no YouTube para compartilhar com outros interessados a arte da luthieria, mas com um diferencial: todos os instrumentos são construídos com materiais recicláveis a custo quase zero. "Em 2016 eu comecei o canal Luthieria de Pobre que o próprio nome já deixa claro, não sou um profissional, quero fazer pela brincadeira de fazer uma coisa mais amadora mesmo, de baixo custo, voltada pra quem tá começando".

De lá para cá, o músico paulista já ensinou a construção de inúmeros instrumentos. Muitos que ele nem sabia tocar e aprendeu depois da confecção, como o ukulele. "Se eu quero tocar um instrumento e eu não tenho, eu vou lá e construo", diz. O retorno do público tem vindo de todas as partes do mundo e alguns espectadores até entraram para a profissão de luthier após aprender com seu conteúdo. Para Jônatas, essa arte pode estar ao alcance de qualquer um. "Uns terão mais 'dom' que outros. Eu mesmo comecei sem nunca ter mexido nessa área, eu comecei tentando e ficou legal e eu segui fazendo. Quero sempre estar construindo um instrumento novo".

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Outro luthier que abraçou o ofício a partir da necessidade foi o pernambucano Cristiano Ferraz. Após entrar para o mundo da música e começar a tocar, a falta de dinheiro para a compra de instrumentos, somada ao interesse em aprender a confeccioná-los, o fez ganhar uma nova profissão que já desempenha há mais de 10 anos. 

Cristiano assina a grife de instrumentos percussivos Castanho, que produz 'bombos' de maracatu, caixa, ganzá, Ilu, atabaque, zabumba, triângulo, pandeiro, reco reco de bambu, tambor de boi do Maranhão e caxixi, entre outros. Ele conta que aprendeu inicialmente com um amigo de 'batuque', e depois passou por cursos e projetos multiculturais que aprimoraram seus conhecimentos de luthier.

O ofício também somou em sua vida como músico dando-lhe nova percepção acerca das sonoridades e ritmos: "Às vezes o som do instrumento não está legal e em  muitas situações só de ouvir você já sabe como resolver o problema pois seus sentidos acabam virando um radar para várias coisas. Ele vai procurar o melhor do instrumento porque somos um só".

Para Cristiano, poder tocar em um instrumento construído de maneira artesanal pode levar o músico a resultados ímpares. "A diferença está na qualidade do som que eu procuro. Cada instrumento é único e não tem como repetir peça e o tratamento no material para poder tirar o melhor dele". Essa dedicação na confecção de cada peça é recompensada no momento em que ele, o artesão, pode ver suas criações ecoando. "É uma realização, pois eu estou ali junto no tocar ou balançar. Os timbres me arrepiam e isso é massa".

Artista e operário

Para confeccionar um instrumento, o luthier precisa saber tocar ou, pelo menos, entender de música. Mas não só isso, ele também precisa ter noções de geometria, matemática, física e habilidade para usar ferramentas como serras, furadeiras e lixas, entre outras. O ofício manual e artesanal demanda esforço físico, mas também habilidades mais subjetivas que transformam esse operário em artista. 

Jônatas Kerr acredita que não há como separar um do outro porque ambos necessitam da mesma dedicação para conseguir aprimorar suas técnicas. "A música tem um lado de emoções mas tem também o lado técnico, o lado de aprimorar e fazer tudo várias vezes até ficar perfeito e acho que tem que ter as duas coisas. A pessoa tem que estar pronta pra se envolver em um trabalho que não gosta às vezes, repetindo até ficar bom e aí com a técnica dominada poder executar e botar pra fora seu lado artístico, então acho que não tem muito essa diferença".

Cristiano concorda. Envolvido com a arte da música desde pequeno por influência da mãe que era cantora de Pastoril, o luthier pernambucano se vê operário e artista e, da fusão dessas duas facetas, é que ele desenvolve o seu trabalho. "Sou as duas coisas pois somos múltiplos, a arte entranha no nosso corpo ao criar e explode na hora do fazer música, são inseparáveis".

Imagens: Reprodução/YouTubeLuthieriadePobre

Divulgação/Elysângela Freitas

Reprodução/InstagramCastanhoInstrumentos

Regravar uma canção parte da concepção de homenagem, fazendo com que ela seja apresentada ao público de forma "quase" autoral. Os covers podem intensificar ainda mais o trabalho original do artista ou até mesmo destruir as melodias que os fãs estão acostumados a ouvir.

Para celebrar o Dia do Cantor neste sábado (13), o LeiaJá listou algumas releituras da música popular brasileira que ganharam arranjos especiais.

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Luiza Possi - O Portão

Canção originalmente gravada pelo cantor Roberto Carlos

Ivete Sangalo - Você e Eu

Canção originalmente gravada por Tim Maia

Sandy e Junior - Planeta Água

Canção originalmente gravada por Guilherme Arantes

Banda Cheiro de Amor - Fácil de Entender

Canção originalmente gravada pelo cantor Jorge Vercilo

Fat Family - Lilás

Canção originalmente gravada pelo cantor Djavan

Alexandre Pires - À Francesa

Canção originalmente gravada pela cantora Marina Lima

Skank - Vamos Fugir

Canção originalmente gravada pelo cantor Gilberto Gil

Preta Gil - Cheiro de Amor

Canção originalmente gravada pela cantora Maria Bethânia

Pernambuco terá um representante no Dia da Música, festival que acontece simultaneamente em mais de 700 cidades de 100 países diferentes. A banda Pois Zé se apresenta na Virada Cultural, em São Paulo, neste sábado (20) e no domingo (21), no Estelita, no Recife. Os dois shows fazem parte da programação do festival.

O Pois Zé foi o único grupo do Estado a ficar entre os 16 mais votados na página oficial do Dia da Música, ocupando a terceira colocação no ranking nacional. Como resultado da votação expressiva, a banda faz show na capital paulista, no palco da Praça Alfredo Issa, durante a Virada Cultural, no sábado (20).

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Já no domingo (21), os pernambucanos se apresentam em casa, no palco do Estelita, também num evento referente ao Dia da Música. No show a banda lança seu EP recém gravado, com sete canções autorais. 

Serviço

Show da Pois Zé

Virada Cultural

Sábado (20) | 21h10

Praça Alfredo Issa (Centro - São Paulo)

Gratuito

 

Lançamento do EP

Domingo (21) | 17h

Estelita (Rua Saturnino de Brito - Cabanga)

R$ 25 (antecipado + EP)

A primeira edição do Dia da Música, em junho de 2015, realizará mais de 100 shows em dois dias nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, além de dezenas de outras apresentações em todo o Brasil através do circuito off. Bandas com produção autoral, locais e público podem participar se inscrevendo através do site do festival.  Os artistas e locais que abrigarem shows concorrem ainda a prêmios num total de R$ 20 mil. 

As bandas, ou artistas solo, interessados em participar podem se inscrever até esta terça (21). Haverá uma votação popular até 15 de maio assim como avaliação dos curadores do evento. Já os locais interessados em receber os shows têm até o dia 5 de maio para se inscrever. O público pode participar escolhendo suas bandas favoritas e dando nota aos locais inscritos para o circuito off. 

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Inspirado pelo festival francês Fête de la Musique, o Dia da Música é parte de um evento global realizado em mais de 700 cidades e 100 países simultaneamente para celebrar a música. O objetivo da versão brasileira é fomentar a produção autoral no país mostrando tendências e revelando os principais talentos do país.

A primeira edição do Dia da Música realizará mais de 100 shows nos dias 20 e 21 de junho em São Paulo e no Rio de Janeiro. O festival escolherá bandas e músicos independentes para  apresentações por todo o país, no dia 20 e nas capitais no dia 21. Os interessados podem se inscrever até o dia 20 de abril através do site do evento. 

Os músicos e bandas inscritos poderão ser selecionados de três formas, pelos locais conveniados ao circuito off (para se apreentar no dia 20 de junho), pelos curadores ou pelo público, que escolherá as atrações de um palco em cada cidade. Os espaços que queiram promover shows em parceria com o festival podem se inscrever até o dia 5 de maio. 

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Inspirado pelo festival francês Fête de la Musique, o Dia da Música é parte de um evento global realizado em mais de 700 cidades e 100 países simultaneamente para celebrar a música. O objetivo da versão brasileira é fomentar a produção autoral no país mostrando tendências e revelando os principais talentos do país. 

 

Estão abertas as inscrições para o Dia da Música. O festival, inspirado no francês Fête de La Musique, vai selecionar bandas e músicos independentes para  apresentações por todo o país. Os interessados podem se inscrever até o dia 20 de abril através do site do evento

Os selecionados se apresentarão no dia 20 de junho. O público poderá escolher tanto as melhores bandas quanto os estabelecimentos com a melhor programação. Ambos receberão prêmios em dinheiro. Já no dia 21, as bandas e os artistas selecionados por curadores se apresentaraõ em palcos nas ruas de São Paulo e Rio de Janeiro.

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O objetivo do Festival Dia da Música é fomentar a produção autoral no Brasil. A diferença da versão brasileira para a francesa é que o festival nacional contará apenas com músicos autorais, além de ser celebrado em dois dias consecutivos - o Féte de La Musique é realizado sempre no primeiro dia do verão, 21 de junho, e reúne artistas em mais de 110 países. 

Na data em que se comemora o Dia da Música, a cidade do Recife recebe opções diversificadas para quem pretende dar uma "esticadinha" no horário de trabalho, nesta terça-feira (21), e poder conferir e escutar um bom som.

Independente de qual seja o seu estilo musical, as opções são as mais variadas possíveis - o blues do grupo californiano Rick Estrin and The Nightcats, com um workshow na Estação Central de Metrô do Recife, às 18h, ao lado da Uptown Band e com acesso gratuito; as bandas Rock Rocket e a viagem sonora da Anjo Gabriel tocam, a partir das 21h, no UK Pub, com ladies free até às 22h e ingressos a R$10; a Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório Pernambucano, que toca músicas de Wagner e Mozart, às 20h, na Igreja Batista da Capunga, gratuitamente, e os DJs 440 e Murilo França tocam na conhecida baladinha de terça-feira em Olinda, a partir das 20h, no A Fábrica Bar, com ingressos a R$3.

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