Tópicos | Dia do Escritor

Celebrado nacionalmente, o Dia do Escritor (25 de julho) originou-se em 1960 com o I Festival do Escritor Brasileiro, realizado no Rio de Janeiro e promovido pela União Brasileira de Escritores – UBE, presidida por João Peregrino Júnior e Jorge Amado. A data foi escolhida pelo ex-ministro da Educação e Cultura Pedro Paulo Penido, durante o governo de Juscelino Kubitschek.

Como forma de exaltar os profissionais da escrita e seus trabalhos, a comemoração é uma oportunidade para relembrar a importância da literatura nacional e a necessidade de valorizá-la.

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A escritora e estrategista digital Emanuelle Estumano, 21, começou a escrever poemas e músicas na infância e encontrou na escrita um refúgio durante a adolescência, quando migrou para as narrativas. “Apaixonei-me completamente pela escrita de ficções, especialmente os romances”, conta.

Emanuelle lançou o livro “Borboletas” em março deste ano. O romance infanto-juvenil apresenta a vida e os conflitos de Samanta, uma adolescente de 14 anos que passa a isolar-se de tudo quando é diagnosticada com esclerose múltipla. Sobre a obra, a autora afirma que foi um dos processos mais intensos vividos por ela.

Emanuelle começou a escrever Borboletas em janeiro de 2020 e terminou em maio, no auge da pandemia da covid-19. A escritora diz que foi terapêutico porque escrever a fazia manter a sanidade, mas também foi desafiador por se tratar de um tema que a tirava da zona de conforto. “Guardei essa ideia desde 2016; porém, demorei 4 anos para me sentir preparada para escrever algo sobre isso com um bom embasamento”, explica.

Gratidão define o sentimento de Emanuelle ao ter a sua primeira obra publicada. A escritora revela que se escondia dentro do próprio casulo, mas agora está se aventurando, conhecendo novos ares e avistando novas possibilidades. “Gosto muito também de receber o carinho das pessoas; ouvir alguém comentar algo positivo sobre o livro traz a sensação de dever cumprido”, relata.

Em relação à escrita, Emanuelle revela que a sua parte favorita do processo é a criação dos diálogos. “Quando se cria um diálogo, não se pensa somente no que a personagem fala, mas no que sente, veste, pensa e até nos movimentos que reproduz. É um processo detalhista e divertido”, descreve.

Ao falar de inspirações, a escritora conta que, no caso de Borboletas, a ideia central do livro surgiu a partir de uma aula de Biologia. Mas pequenos detalhes do cotidiano lhe proporcionam boas ideias e até sonhos já se transformaram em histórias para Emanuelle.

Além dos romances, Emanuelle escreve canções e cantos e já explorou dentro dos gêneros de ficção como drama, young adult, new adult e até ficção policial. Ela revela que pretende fazer coisas novas, conhecer mais as pessoas que se identificam com a sua literatura e levar Borboletas aos que ainda não conhecem a obra.

“Futuramente, penso em lançar novos livros. Tenho alguns prontos e vou aguardar uma nova oportunidade para os desengavetar. Acredito que é possível trabalhar com literatura no Brasil e quero colaborar com o nosso acervo nacional com o meu trabalho”, afirma.

Conhecida pelo seu perfil no Instagram “Leitura Anônima” Mariana Lucioli começou a escrever histórias ainda criança, por volta dos 10 anos, mas apenas em 2021, aos 20, iniciou profissionalmente na área. A escritora diz que suas duas grandes influências foram sua família e o seu perfil literário.

Sua primeira publicação foi “Avyssos – O Reino dos Três”, obra fantástica que conta a história de Ieko, uma jovem que precisou aliar-se aos humanos para manter sua aldeia viva, mesmo temendo-os. No início desse ano, outra obra sua foi publicada: “Olhos de Lua”, conto sobre Luna, uma menina que ganhou a Morte como madrinha ao nascer.

Mariana é escritora independente – isto é, ela se autopublica e é responsável por todas as etapas do processo – e afirma que os escritores não devem se manter reféns de editoras, especialmente pela dificuldade que há em publicar o primeiro livro de forma tradicional.

“Por mais que seja mais trabalhoso, você pode ver um lançamento independente como um passo a se tomar para conseguir, posteriormente, uma editora tradicional, já que dessa forma você vai construindo seu público e ganhando mais apelo comercial. É difícil? Demais! Mas tem muitas vantagens, principalmente o total controle sobre tudo”, destaca.

Quando se trata de inspirações, Mariana tem duas autoras como exemplo: Leigh Bardugo, escritora israelita/norte-americana de grande referência na literatura fantástica e de obras young adult, e Malu Costacurta, amiga e jovem autora independente brasileira.

A escritora explica que seu processo de criação inicia com planejamento e que gosta de fazer um resumo da obra para ser seu guia. Com a ajuda de Malu em um momento de brainstorming (técnica de troca de ideias para encontrar soluções), Mariana organiza a história corrigindo furos e contradições e, após essa etapa, a divide em capítulos e aprofunda-se na trama. “É uma sensação incrível desbravar um mundo imaginário em sua própria mente, e acho que isso é o que mais me fascina sobre a escrita”, pondera.

Orgulho é o que Mariana sente em poder ler e divulgar obras nacionais. A escritora considera o Brasil um país extremamente rico culturalmente e acredita que consumir a arte daqui é um ato de patriotismo em primeira instância, resultando em conhecimento e aprendizado acerca do país e sua cultura.

“Em setembro, se tudo der certo, lanço Entre Naipes pela editora Caligari. No começo de 2023, a continuação de Avyssos finalmente vai ganhar o mundo. E, para finalizar com um spoiler exclusivo, vou publicar um conto no fim deste ano no mesmo universo de Olhos de Lua”, conclui.

Alguns livros surgem de outros projetos, o que foi o caso do “Modus Operandi: Guia de True Crime”, escrito pelas podcasters Carol Moreira e Mabê Bonafé. A ideia veio a partir de um convite e, assim, Carol e Mabê gostaram da possibilidade conversar sobre a temática em um formato diferente.

Entre o início do podcast e o lançamento do livro, as autoras tiveram dois anos de muito estudo e aprofundamento no gênero true crime. Carol e Mabê não consideram que houve uma transição entre os meios, já que, em cada um, o assunto é abordado de maneiras diferentes. “No podcast o nosso foco é contar um caso por episódio, a ideia do livro foi criar um guia pros fãs de séries investigativas de true crime em geral que vão ter uma experiência mais legal depois de ler o nosso livro, ou pelo menos é o que desejamos”, declaram.

Conteúdos relacionados a crimes reais podem ser considerados desnecessários e, até mesmo, assustadores, mas Moreira e Bonafé – junto com seus milhares de ouvintes e leitores – afirmam que o consumo é importante para ajudar a buscar melhorias nas pessoas. “O crime é um reflexo da sociedade, todo crime mostra alguma faceta da sociedade, então estudar os crimes reais também é estudar sobre os contextos daquela época. Seja para conhecimento ou reflexão, consideramos o gênero importante para ampliar debates muitas vezes enterrados em forma de tabu”, destacam.

Para as autoras, o processo de criação do livro foi intenso, visto que, durante a escrita, conversas com diversos profissionais e leituras de outras obras foram recorrentes. As escritoras focaram em levar ao público um texto didático e com linguagem simples. “Nos divertimos muito em trazer curiosidades, fazer um glossário, dar boas indicações durante o livro que fossem interessantes também”, salientam.

Carol e Mabê reiteram que a melhor parte foi quando pegaram o livro pela primeira vez e não deixam de relembrar que, devido ao livro ser repleto de informações da vida real, a checagem constante de dados era cansativa. Atualmente, as escritoras estão se dedicando ao podcast, mas sempre em busca de novidades.

Escritoras estimulam a exploração de potenciais

Emanuelle, Mariana, Carol e Mabê iniciaram agora no mundo da escrita, cada uma com seu gênero e suas preferências. Apesar disso, um ponto as une: o incentivo a novos escritores brasileiros.

Emanuelle Estumano – Persista! Não se escala uma escadaria com um único passo, é preciso subir um degrau de cada vez. Essa carreira requer constância, dedicação, paciência e comprometimento. Una seu talento à pesquisa; escrita também é estudo. Aperfeiçoe sua competência, fazendo algum curso, se possível. Separe pelo menos 30 minutos do seu dia para escrever, sem distrações e interrupções; a prática leva à evolução. Acredite em Deus e no seu potencial. O impossível é uma questão de perspectiva.

Mariana Lucioli – Siga outros escritores! Acompanhe suas jornadas e não tenha medo de tirar suas dúvidas ou perguntar algo que o aflige. Ouvir os mais experientes é chave! Boa sorte.

Carol Moreira e Mabê Bonafé – Crie um planejamento de quais capítulos e o que você quer que esteja em cada um deles. Escreva, porque você vai mudar de ideia enquanto estiver escrevendo, e tudo bem. Não tem um jeito certo de escrever o livro, só não pode passar muito tempo sem escrever. Tenha metas e se force a escrever mesmo que não se sinta inspirado. E leia direitinho o contrato antes de assinar!

Por Isabella Cordeiro e Lívia Ximenes

A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), por meio da Biblioteca Blanche Knopf, vinculada à  Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), preparou uma programação especial para celebrar o Dia Nacional do Escritor. Comemorado no dia 25 de julho, a data contará com mesas de debate, performances, recitais e concursos. Neste ano, o tema abordado será A arte da escrita. As atividades da manhã acontecem virtualmente, pelo YouTube da Fundaj. À tarde, será presencial na Sala de Leitura Nilo Pereira, no Campus Derby.

Na abertura, marcada às 9h, o presidente da Fundaj e escritor, Antônio Campos, anuncia junto ao diretor da Dimeca, Mario Helio, o lançamento dos concursos literários Novos Escritores e Redação para Jovens Leitores/Escritores. "É um momento para valorizar os sonhos e vocações dos escritores juvenis, que sempre serão leitores, e dos leitores, cuja paixão dá razão à escrita. Neste dia 25, celebramos mais uma vez estes que entenderam a arte de narrar, a arte da escrita e, com elas, a arte de viver", declarou Antônio Campos.

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Coordenadora da Biblioteca Blanche Knopf, Nadja Tenório Pernambucano explica as considerações para a formatação deste evento. "Poderíamos homenagear um escritor já renomado. Debruçarmo-nos sobre a sua obra, a sua forma. Mas preferimos voltar esta iniciativa para novos e potenciais escritores. Quantas obras de qualidade aguardam uma oportunidade apenas para serem publicadas? Também é preciso provocar as novas gerações sobre a força e contemporaneidade da escrita, diz a coordenadora. Às 10h, ela media a mesa Desafios e caminhos da escrita.

Mestranda em Teoria Literária e revisora de textos Giovana Lasalvia integra o debate. Ela promete refletir sobre as inseguranças e alcance da escrita literária. "Desde criança gostava de contar histórias aos amiguinhos. Quando fiquei um pouco mais velha, resolvi escrevê-las. Já a relação com a leitura foi aflorada pelo amor à disciplina de Literatura. Quanto mais eu estudava sobre isso, mais sentia interesse", relembra. "Às vezes brinco quando me perguntam: o que é literatura? Porque, para mim, a pergunta mais coerente seria: o que não é?", brinca.

A jornalista Ju Almeida Carneiro também integra a mesa. Ela é preparadora de texto, como atuou para as coletâneas Sobre a Escrita Criativa III da Editora Raio de Sol, e Contos de Natal, pela We Coletivo Editorial. Representando os jovens escritores, o graduando em Políticas Públicas no Centro Universitário Tiradentes, Alysson Gabriel Pereira Reis partilhará suas recentes experiências e percepções. Ele é autor de contos, poesias e outros escritos. O diretor da Dimeca integra a mesa, que será mediada pela coordenadora da Biblioteca Blanche Knopf, Nadja Tenório Pernambucano.

Às 11h, a Literatrupe brinda a celebração com a Tertúlia Poética - Poetas do Brasil. "São encontros litero-poéticos por trovadores e poetas, com música. Faremos um painel desde Machado de Assis, passando por Austro Costa, que foi um dos primeiros nomes da poesia pernambucana, autor do poema Capibaribe, meu rio. Depois, é claro, entrarmos nos cânones: Ascenso [Ferreira], [Manuel] Bandeira, Joaquim [Cardozo], Carlos Pena [Filho]", adianta o diretor artístico Carlos Mesquita. Já às 16h, na Sala Nilo Pereira, no Campus Derby, o grupo apresenta presencialmente o espetáculo infanto-juvenil Água: planeta vida.

Programação:

9h30 - Abertura  - Lançamento dos Concursos Literários Novos Escritores e Redação para Jovens Leitores /Escritores

10h - Desafios e caminhos da escrita

Mario Helio, diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundaj Giovana Lasalvia, mestranda em Teoria da Literatura pela UFPE, revisora de textos.

Ju Almeida Cordeiro, jornalista, preparadora de texto nas coletâneas Sobre a Escrita Criativa III, Editora Raio de Sol, e Contos de Natal, pela We Coletivo Editorial.

Alysson Gabriel Pereira Reis, graduando em Políticas Públicas no Centro Universitário Tiradentes, autor de contos, poesias e outros escritos.

Mediação: Nadja Tenório, coordenadora da Biblioteca Blanche Knopf

11h -  Recital de poesia Tertúlia Poética - Poetas do Brasil Carlos Mesquita, da Literatrupe

16h - Performance teatral Água, planeta, vida Com a Literatrupe (evento presencial)

*Da assessoria

 

Em homenagem ao Dia Nacional do Escritor, comemorado nesta segunda-feira (25), a Academia Pernambucana de Letras (APL) realiza uma ação voltada para o público em geral. Na ocasião, a instituição irá doar mil livros para as bibliotecas públicas, escolares e culturais, além do público em geral presente, que também será contemplado com um kit leitura.

Também acontece no evento o “Projeto Pasárgada - Sarau Poético”, que é uma parceria da Escola Técnica Estadual José de Alencar Gomes da Silva – com 20 alunos que irão recitar versos de escritores como Cecília Meireles, Manuel Bandeira e Solano Trindade – com a acadêmica e socióloga Fátima Quintas, que também fará o lançamento do livro “Perfis Acadêmicos – Academia Pernambucana de Letras”, no qual propõe preservar a memória dos integrantes da Academia.

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Serviço

Segunda (25) | 16h

Dia Nacional do Escritor na APL

Academia Pernambucana de Letras (Av. Rui Barbosa, 1596, Graças)

Gratuito

Dia 25 de julho é comemorado o Dia Nacional do Escritor e no Recife não poderia ser diferente. Para celebrar a data, eventos e atividades estão sendo realizadas nesta quarta-feira (25) na cidade. Os 25 Poemas da Triste Alegria, considerado o "livro desconhecido" do poeta Carlos Drummond de Andrade, que escreveu a obra em 1924, ganha representação literária na biblioteca do Sesc Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. O texto será apresentado pelo ator Almir Martinas às 15h. A publicação tem lançamento ainda este mês.

O Sesc Santa Rita também entra no clima de comemoração com a realização do projeto Intervenções Poéticas, que recebe os artistas pernambucanos Chico Pedrosa e Kerlle Magalhães para apresentações de recitais, performances e outras atividades ligadas à poesia. Os dois eventos tem acesso gratuito.

Já a União Brasileira do Escritores (UBE) festeja a passagem da data nesta quinta-feira (26). Na ocasião, será lançada a nona edição da revista União pelas Letras, além da admissão do escritor Olímpio Bonald Neto na Ordem do Mérito Literário Jorge de Albuquerque Coelho. O evento acontece na sede da UBE, na Casa Rosada da Rua Santana, em Casa Forte. O local está sendo restaurado e terá espaço destinado ao Parque de Esculturas Abelardo da Hora, que já tem inauguração na ocasião. O acervo do parque abriga esculturas como O beijo, de Abelardo da Hora, Pássaro, de Francisco Brennand, Vaqueiro de Couro, de Sávio Araújo, além de outras peças esculpidas por Corbiniano Lins e Tina Cunha.

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