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Audino Vilão, pseudônimo de Marcelo Marques, 18 anos, morador de Paulínia (SP) e estudante de História, tem tomado a internet com vídeos onde, de maneira simples e com linguagem da periferia, tem desmistificado representantes da Filosofia clássica, como Platão, Sócrates e René Descartes.

Com títulos criativos, como "Nietzsche: o famoso roba brisa" e "Traduzindo Karl Marx para gírias paulistas", ambos com mais de 140 mil visualizações, o estudante apresenta conteúdos complexos de maneira despretensiosa e didática.

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 "Eu sempre fui muito de ajudar o pessoal na escola", contou Audino (cujo nome vêm de um dos personagens do anime "Pokémon") em entrevista ao Hypeness, e completou, citando o pedagogo Paulo Freire (1921-1997): "Quando você tem uma docência horizontal, onde o aluno e o docente estão no mesmo patamar, dá certo, porque o aluno vai se sentir valorizado".

O estudante do quinto semestre foca em pensamentos e conteúdos filosóficos que são mais abordados nos vestibulares, além de disponibilizar os conteúdos de seus vídeos em escrito, para auxiliar na assimilação dos vestibulandos.

 

Deputado federal mais bem votado do país, Eduardo Bolsonaro (PSL) criticou, nesta segunda-feira (5), a construção de uma das questões de linguagem do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que teve a primeira fase aplicado nesse domingo (4). A pergunta tratava sobre dialeto e reproduzia um texto comentando a existência do pajubá, utilizado por gays e travestis.

A indagação levou Eduardo a dar um recado, no Twitter, sobre a construção da equipe ministerial do pai e presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL): "Aviso que não é requisito para ser ministro da Educação saber sobre dicionário dos travestis ou feminismo".

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Em seguida, ele publicou que os estudantes precisam aprender o que os deixarão aptos para a vida e não sexualidade ou feminismo, por exemplo.

"Prezados estudantes, quando vocês forem ser entrevistados para um emprego ou estiverem abrindo um empreendimento aviso: sexualidade, feminismo, linguagem travesti, machismo e etc terão pouca ou nenhuma importância. Portanto, estude também o que lhe deixará apto para a vida", ressaltou na publicação.

O filho do presidente eleito também compartilhou, na rede social, argumentos de que a prova do Enem deste ano corroborava a necessidade de se aprovar o projeto polêmico da escola sem partido. 

Ao contrário da análise de Eduardo Bolsonaro, ao comentar a questão para o Vai Cair no Enem, do LeiaJá, o professor Diogo Didier considerou como pertinente a questão, principalmente como forma de inclusão das minorias nas temáticas abordadas pela prova.

“Foi super pertinente porque temos uma linguagem que vai além dos gêneros textuais mais comuns e usados no dia a dia, não é apenas inclusão da minoria, mas para provar que há possibilidade sim de se conhecer outros dialetos de fala”, salientou.

Os morcegos bebês aprendem a linguagem de seus colegas em sua colônia, e adotam o dialeto ou sotaque do grupo, em vez do de sua mãe, disseram pesquisadores nesta terça-feira. A diferença pode ser comparada à que existe entre falar com um sotaque de Londres ou com um sotaque escocês, afirmou o estudo publicado na revista científia PLOS Biology.

Os resultados lançaram nova luz sobre o aprendizado da linguagem em grupo, uma habilidade que se acredita pertencer principalmente aos humanos e a outros poucos mamíferos. O estudo também mostra que os morcegos são diferentes dos passeris, que tendem a aprender músicas imitando um de seus pais.

"A capacidade de aprender vocalizações de outros é extremamente importante para a aquisição da fala em humanos, mas acredita-se que é rara entre os animais", disse o autor principal, Yossi Yovel, da Universidade de Tel Aviv. "Os morcegos jovens adotam o dialeto vocalizado por seus companheiros de poleiro".

Para o estudo, os pesquisadores capturaram 14 morcegos grávidas da espécie Rousettus aegyptiacus, e os separaram em três colônias, onde criaram os jovens morcegos com suas mães. Cada colônia foi exposta a uma gravação diferente de vocalizações de morcego. Todos os jovens adotaram a maneira de vocalizar do grupo que ouviram, e não das suas mães.

"A diferença entre as vocalizações da mãe do morcego e as da colônia são semelhantes às de um sotaque de Londres e, digamos, um sotaque escocês", declarou Yovel. "Os filhotes ouviram o dialeto 'londrino' de suas mães, mas também ouviram o dialeto 'escocês' imitado por dezenas de morcegos 'escoceses'", acrescentou. "Eventualmente, adotaram um dialeto que era mais parecido com o dialeto 'escocês' local do que com o sotaque 'londrino' de suas mães".

Os pesquisadores esperam realizar outros estudos para analisar como os dialetos dos morcegos mudam quando eles deixam suas colônias, e se sua vocalização afeta a forma como se integram com os outros exemplares. "Eles adotarão o dialeto local ou serão rejeitados pelo grupo? Ou talvez a colônia local alterará seu dialeto para adotar o dos nossos morcegos", disse Yovel. "Há muitos caminhos interessantes ainda a se explorar".

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