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Em discurso proferido na cerimônia de abertura da 26ª Conferência da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), nesta quarta-feira (08), em Fortaleza (CE), o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto (PSDB), destacou o trabalho que tem sido desenvolvido em favor da independência da Alepe.

Falando em nome dos presidentes de legislativos estaduais de todo o país, para uma plateia que contava também com parlamentares do Canadá, Estados Unidos, México, Argentina e Paraguai, Porto afirmou que, desde que assumiu os trabalhos, a atual Mesa Diretora da Alepe instituiu o diálogo como o “motor” da Casa, seja entre os deputados e servidores, seja em relação aos demais poderes. 

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“Nesta construção, todos os atores têm tido liberdade para externar seus posicionamentos e todas as vozes são igualmente consideradas. Como resultado deste entendimento, a soberania da Assembleia, ganhou corpo e a independência da Casa, algo sempre buscado, foi fortalecida e vem sendo consolidada cotidianamente”, disse.

Álvaro Porto observou que foi exatamente a partir da construção de consensos que a Alepe aprovou, ainda no primeiro semestre, a PEC que autoriza deputadas e deputados a legislarem sobre matérias financeiras e tributárias. Com isso, a Casa deixou a incômoda condição que dividia com a Assembleia do Acre, de ser impedida de propor leis sobre o tema. “A afirmação da autonomia que temos hoje na Alepe é, portanto, resultado da soma de esforços de cada um dos deputados e deputadas. Em última instância, trata-se de uma conquista coletiva”, frisou.

Porto salientou que, paralelamente, a Casa não descuidou das prerrogativas de legislar e fiscalizar, mantendo-se mobilizada para analisar e votar todos os textos voltados para os interesses dos pernambucanos.

“Foi assim em relação ao Projeto de Lei em que o Governo do Estado solicitou a autorização para contratar empréstimos de mais R$ 3,4 bilhões. Foi assim também na aprovação do pacote fiscal do Executivo, que estabeleceu o aumento de 18% para 20,5% no valor do ICMS”.

Com o trabalho, afirmou o presidente, a Alepe assegurou ao Governo do Estado recursos capazes de solucionar problemas sociais e estruturais considerados estratégicos para destravar o desenvolvimento que o povo de Pernambuco espera.

No discurso, Porto observou ainda, que ao longo deste ano, a Alepe intensificou também ações sociais, promovendo dignidade e cidadania. O programa Alepe Acolhe, que oferece qualificação e estágio remunerado a jovens aptos a adoção, cadastrados nas Varas de Infância e Adolescência do Judiciário de Pernambuco, foi destacado como exemplo. Importante lembrar que o programa foi por, duas vezes, reconhecido e premiado pela Unale, feito, que, segundo o deputado, orgulha e reforça o compromisso da Casa em seguir trabalhando para garantir direitos e criar oportunidades para pernambucanos e pernambucanas.

“Podemos afirmar que a Alepe vive hoje um momento de reafirmação de suas prerrogativas, tema desta 26ª Conferência da Unale. Mas também, é importante enfatizar, vivemos um período de grande aprendizado. Fiscalizar, criar leis, propor debates e promover cidadania exige empenho, mas também capacidade de ouvir e negociar com firmeza”, prosseguiu.

Neste sentido o presidente reiterou que, embora o diálogo tenha sido adotado como norte, a Alepe jamais deixou de lado a luta pela autonomia.

“E seguimos neste caminho, vigilantes ao compromisso de contribuir para uma sociedade justa, igualitária e solidária. A Alepe continua e continuará sendo uma instituição que, além de legislar e fiscalizar, acolhe anseios, assegura direitos e, acima de tudo, garante conquistas à população pernambucana, sem abrir mão das prerrogativas parlamentares”, finalizou.

A conferência da Unale se estende até amanhã, até sexta-feira (10), sob o comando do deputado estadual pernambucano Diogo Morais (PSB), presidente da entidade. 

*Da assessoria 

A Itália recebeu nesta quarta-feira (8) a presidência do G7 das mãos do Japão e disse que pretende envolver o Brasil como interlocutor durante sua gestão no grupo.

Em 2024, o maior país da América do Sul presidirá o G20, que também tem Roma como um de seus membros.

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"Durante a presidência italiana [no G7], temos a intenção de envolver o Brasil como interlocutor para falar com o G20, visto que terá o comando do grupo", afirmou o ministro das Relações Exteriores e vice-premiê da Itália, Antonio Tajani, após uma reunião ministerial do G7 em Tóquio.

"Queremos reforçar as relações em nível global, principalmente com a África, o Mediterrâneo e o G20", reforçou.

Em 2024, um dos quatro encontros programados dos ministros das Relações Exteriores do G7 será realizado na ilha de Capri, entre 17 e 19 de abril, e a Itália também pretende convidar Austrália e Nova Zelândia.

As outras três reuniões serão sediadas nas regiões de Abruzzo, Calábria e Lazio, mas ainda sem datas e cidades definidas. Segundo Tajani, as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia serão temas centrais da presidência italiana no G7.

"Continuaremos a trabalhar pela segurança e o crescimento sustentável da economia global, ameaçada pelas autocracias", garantiu o vice-premiê.

*Da Ansa

Com os desdobramentos da Operação Dark Room – que prendeu acusados de utilizar o aplicativo Discord para a prática de crimes relacionados a violência sexual e psicológica, como estupro e estímulo à automutilação e ao suicídio –, a questão da segurança de crianças e adolescente na internet voltou a ganhar destaque.

Segundo a psicóloga e diretora da Organização não Governamental (ONG) Safernet, Juliana Cunha, é um grande desafio para as famílias mediar a relação dos filhos com a tecnologia. Ela pondera que alguns pais preferem ter mais controle com algum programa que monitore a navegação dos filhos pela internet. “As próprias redes sociais oferecem ferramentas de controle parental”, lembra.

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“Outros pais adotam a abordagem de dar mais autonomia e liberdade para os filhos para construir confiança. Esses pais adotam o diálogo o que também é importante. Mas não adianta a gente usar as ferramentas de controle e não ter o diálogo, e também deixar só no diálogo e não ter algum tipo de acompanhamento dos filhos na internet”, diz Juliana.

Para a psicóloga, o diálogo é fundamental para preparar as crianças a responder aos riscos. “As famílias também precisam conversar sobre sexualidade. É importante entender que a adolescência é o momento de florescimento da sexualidade. Os pais precisam lidar com isso e muitas vezes não estão preparados para ver os filhos crescerem. É um grande obstáculo os filhos terem medo de conversar com os pais por temerem ser punidos com a retirada do celular”.

A diretora da Safernet destaca que a escola pode ser uma importante aliada para as famílias que ficam perdidas nesse trabalho de mediação parental dos filhos com a internet e pode ser esse espaço de conscientizar as famílias para os problemas.

O delegado responsável pela Operação Dark Room no Rio, Luiz Henrique Marques, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, ressalta que os pais precisam observar eventual mudança de comportamento, porque os filhos podem ser vítimas mas também abusadores.

“O quarto do seu filho é um ambiente com portas abertas para o mundo. Dali, com a internet, você tem acesso a tudo de bom que a internet trouxe, mas a tudo de ruim que também se apresenta ali. A investigação mostrou que os menores de idade não podem ter acesso livre à internet, têm que ser monitorados. Também é preciso conversar muito com seus filhos”, diz o delegado.

Ele destaca que, na Operação Dark Room, abusadores e vítimas têm 15 e 16 anos e que a maioria dos pais não sabia que seu filho era abusador ou vítima.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira (2), em São Bernardo do Campo (SP), que o governo vai trabalhar para melhorar a articulação com o Congresso Nacional. 

“Vamos sempre trabalhar para melhorar [a articulação]. O que não muda é a disposição do diálogo”, garantiu. “Esse é um governo que não cria conflito e que não cria guerras desnecessárias, como era feito pelo governo anterior [de Jair Bolsonaro]”, acrescentou.

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Segundo o ministro, a meta é trabalhar para “continuar montando o governo e a base política”. Isso será feito, segundo ele, com diálogo, “inclusive com partidos que se declaram de oposição, mas que têm contribuído muito para as votações do governo”. 

“O governo sempre ouve as críticas e as demandas que possam aparecer, sempre com muita humildade. Esse é um governo que ouve, busca trabalhar e aprimorar o que tiver que ser aprimorado”, explicou. “E é com essa postura que vamos buscar trabalhar e continuar aprovando projetos que são prioritários ao governo”, acrescentou ele.

Nesta semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou a falta de articulação e disse que havia uma “insatisfação generalizada” dos deputados federais com o governo.

“Não há achaque, não há pedidos, não há novas ações, o que há é uma insatisfação generalizada dos deputados e, talvez, dos senadores com a falta de articulação do governo, e não de um ou outro ministro”, disse Lira. 

Disposição para o diálogo

Em resposta a essa fala de Lira, o ministro reforçou que o governo está sempre disposto a dialogar.

“Sempre digo que aqui não tem marinheiro de primeira viagem. Mar tranquilo não faz bom marinheiro. Nós sempre ouvimos todos os posicionamentos dos presidentes das duas Casas [Câmara e Senado] e dos parlamentares com muita humildade, e o governo precisa sempre dialogar, ouvir os líderes da base e da oposição”, disse Padilha, ao participar de um evento no Sindicato dos Metalúrgicos.

Apesar das críticas que o governo vem recebendo, o ministro disse que a semana se encerrou bem. Para ele, foram positivos os resultados que o país obteve sobre emprego, sobre crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano e sobre a Medida Provisória que reestrutura a Esplanada dos Ministérios, que foi aprovada pelo Congresso. “Foi uma semana positiva para o Brasil”, disse Padilha.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a Câmara e o Senado estão em sintonia com o governo federal para a aprovação do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária. Lira se reuniu nesta terça-feira (23) com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os relatores das duas matérias na Câmara, os deputados Claudio Cajado (PP-BA), do novo regime fiscal, e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), da  reforma tributária. 

Lira ressaltou a importância do diálogo entre governo, Congresso e setor produtivo sobre os dois temas para melhorar o ambiente de negócios no País e que trarão consequências importantes para o desenvolvimento do Brasil. 

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“Todos deem se envolver na defesa de uma reforma tributária que é necessária. Essa discussão está mais presente na Câmara e nossa obrigação é fazer de forma mais transparece e ter a reforma que o Brasil merece”, afirmou Lira.

Lira afirmou ainda que a ideia do governo de rever pautas já aprovados pelo Congresso nos últimos anos, como mudanças no marco do saneamento, a privatização da Eletrobras ou a autonomia do Banco Central, não terão respaldo no Parlamento.

“Vamos focar nisso, a revisitação de temas que o Congresso votou há um tempo vão acontecer no âmbito do Congresso, que se acalmem os ânimos dessas pautas. Elas não terão ecos nos plenários das duas Casas, o governo tem sido informado disso”, disse.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu a necessidade de criar um ambiente de responsabilidade com as reformas. Ele ressaltou o espírito colaborativo do Congresso com o governo nessas duas pautas. “Estamos no mesmo barco e queremos que esse barco chamado Brasil navegue em compromisso com a sociedade. É um momento de harmonia e de diálogo”, afirmou.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou o consenso entre as duas Casas sobre o marco fiscal e a reforma tributária. Segundo ele, os dois relatores têm a confiança da sociedade, do empresariado e dos trabalhadores. 

“Isso me dá tranquilidade de que vamos concluir este semestre com a Câmara se manifestando em relação às duas matérias, e o Senado em realação ao marco fiscal. Isso vai dar uma tranquilidade muito grande para os investidores e para os ministros do governo”, disse Haddad.

*Da Agência Câmara de Notícias

Em mensagem de início do ano legislativo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a importância de diálogo entre as instituições e a defesa à democracia. De acordo com a mensagem, todos os avanços conquistados dependeram de profundo diálogo com o Congresso.

A mensagem foi entregue pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, e quem o leu foi o primeiro-secretário da Câmara, deputado federal Luciano Bivar (União Brasil-PE). Sob uma proposta de relação "harmônica, embora independente", a presidência da República destacou que a confiança mútua será o "norte" de relação com o Congresso.

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A aprovação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição, com o fim do teto de gastos, foi classificada por uma "colaboração sem precedentes". "Teto de gastos teve efeito destrutivo sobre políticas sociais", declarou. Já a reação dos Poderes contra os atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília contou com uma reação "célere, firme e determinada" das Casas. "Câmara e Senado se levantaram contra a barbárie da tentativa de golpe", declara a nota.

"Os três Poderes da República jamais permitirão que aventura autoritária vingue", reafirmando o compromisso de defender a democracia em resposta ao terror. "O povo brasileiro rejeita a violência, quer paz."

A mensagem também dá destaque ao que chama de "gravidade do processo de desmonte do Estado e desorganização das políticas públicas nos últimos anos". Ao citar a necessidade de se enfrentar a fome e as desigualdades e uma defesa em prol de políticas de biodiversidade para tornar o País uma potência ambiental, a presidência ressalta ser preciso "olhar com atenção especial para populações mais fragilizadas".

"Desde o início do governo estamos dialogando com parlamentares", disse, e emenda: "temos um País para reconstruir, só será possível com diferentes forças políticas".

"A busca pelo consenso no Congresso começa pelas medidas provisórias", afirmou. De acordo com a mensagem, espera-se que medidas de recuperação das contas públicas sejam aprovadas.

A relação entre Raquel Lyra (PSDB) e a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) ainda é distante. Apesar de aprovar sua reforma administrativa - que criou novos cargos comissionados e aumento salários de servidores -, a falta de diálogo com a governadora é criticada pelos deputados estaduais, que esperavam da nova composição um início de mandato com mais abertura. Nesse contexto, João Campos (PSB) pode ser uma peça-chave na busca por essa articulação. 

O distanciamento de Raquel com o legislativo é tido como uma característica herdada do pai João Lyra. Em seu primeiro mandato de prefeita, a Câmara Municipal de Caruaru já reclamava da falta de interesse no diálogo. "Frequentemente atores diferentes reclamavam de ausência total de escuta por parte da gestão municipal. Como governadora, creio que será muito difícil manter o mesmo tipo de postura", observou o professor doutor em Ciência Política, Gustavo Rocha.

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Na realidade de uma Câmara do interior, a gestora rapidamente conseguiu reverter a oposição e formou maioria logo no início do mandato. Porém, a pequena oposição que se preservou em Caruaru continuou a criticar a falta de debate e acompanhou esse afastamento contagiar os demais vereadores. "Sobre as aprovações, depois de conquistar uma ampla maioria, era na base do ‘rolo compressor’. Pouco debate, aprovações rápidas, e os poucos vereadores dissidentes geralmente denunciavam a falta de debate e os problemas dos projetos", apontou Rocha, que citou o acordo com a Caixa pela continuidade da obra da Via Parque. Nessa votação houve apenas um voto contra. 

Busca por prefeitos

Nesta semana, Raquel convidou prefeitos do Grande Recife e da Zona da Mata para ouvir suas demandas, e deve receber os representantes do Sertão já na próxima segunda (30). Como ex-gestora municipal, ela entende os benefícios desse contato direto para sua governabilidade, entretanto, esses encontros não dispensam o peso de atender à expectativa dos deputados estaduais para os próximos passos da sua gestão. 

"Ela já deveria ter iniciado os diálogos para não ser pega no contrapé no início da legislatura. Mas é de se esperar que haja uma composição. Afinal, ela foi deputada estadual e a vice tem uma grande experiência na Alepe. Sabem o que pode dificultar a vida delas", alertou o cientista político.

João Campos pode ser o caminho

Ainda sem movimentos claros para atrair o PSB, até o momento, o partido que carrega a maior base na Alepe também não se mostrou disposto a se bandear para o lado da governadora. A estratégia para começar a articular com o legislativo estadual pode passar pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB). 

Considerado um dos principais interlocutores do partido a nível nacional, principalmente após participar da campanha de Lula (PT), João já afirmou que pretende criar uma relação tranquila com Raquel e deixar o clima eleitoreiro no passado.

Na medida em que ele e a governadora desemparedam essa relação, o PSB pode adotar uma posição mais independente da Frente Popular, o que seria melhor que uma oposição aberta pela condição de negociar cada pauta conforme os interesses do partido, avaliou Rocha. 

“Não sei qual a extensão de influência dele sobre os demais partidos. Mas o PSB sozinho já seria suficiente para ter uma maioria. Isso pode ser definido por posições na mesa diretora da Alepe, com acordos com as prefeituras, que daria uma disposição ao partido de manter uma posição, ainda que crítica, de apoio. O que tenderia a mudar em momentos em possa haver capitalização eleitoral. Em outras palavras, ainda que aconteça, tende a ser um apoio meio instável", complementou o estudioso.

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou, nesta segunda-feira (2), durante sua solenidade de posse no cargo, que o governo vai buscar diálogo com o Judiciário para destravar obras judicializadas.

A cerimônia, no Palácio do Planalto, foi acompanhada pelo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e pela presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Maria Thereza de Assis Moura, mencionados no discurso de Costa.

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"Vamos buscar muito diálogo com o Judiciário federal e estadual, para a gente poder destravar todas aquelas obras que estão judicializadas", declarou Costa.

O ministro disse que, com isso, o governo quer gerar emprego.

A governadora eleita de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), afirmou que vai trabalhar pela conexão com o novo governo federal eleito para garantir  investimentos para Pernambuco. “Temos feito diálogo com alguns membros que estão abrindo as portas do novo governo, e espaço para que a gente possa fazer pontes. É disso que o povo precisa”, ressaltou Raquel, durante entrevista à Rádio CBN de São Paulo, nesta quinta (15).

“Já tive contato com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que está coordenando a transição, e tem aberto diálogo com os governadores. Também estive conversando com o futuro ministro da Defesa, José Múcio, que já se colocou à disposição do nosso estado”, complementou.

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A governadora eleita disse que a principal tarefa do início do seu governo será combater a fome. “Vamos criar um programa de auxílio, de transferência de renda direta para colocar comida na mesa, ao mesmo tempo em que nós vamos estruturar o estado para a construção das 60 mil vagas de creches”, ressaltou.

“Voltar a gerar emprego e renda e combater a violência são temas que serão alvos já no primeiro dia de governo, da nossa preocupação, e, sobretudo, da nossa ocupação”, reiterou.

Raquel também destacou que vai buscar apoio do Governo Federal para superar os problemas de Pernambuco. “No estado, que hoje é vice-líder de desemprego e campeão de miséria no Brasil, que possamos ter os investimentos necessários do Governo Federal em Pernambuco, destravando áreas prioritárias para que o estado volte a crescer sem deixar ninguém para trás”, finalizou.

Segurança jurídica no campo, não tolerância às invasões de terra, proteção da produção nacional, incentivo às exportações e suprimento de fertilizantes estão entre as principais demandas de entidades do agronegócio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. As cadeias produtivas que compõem o agronegócio respondem por um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e por quase 50% das exportações, segundo dados do governo federal. O setor, o que mais apoiou a candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), espera manter "um bom diálogo" com o novo governo de Lula.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que reúne as federações da agricultura de todos os Estados, disse esperar que o novo governo aja para ampliar os destinos das exportações "e proteger a produção nacional das barreiras ao comércio abertas ou disfarçadas de preocupações com a saúde e o meio ambiente".

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O presidente da entidade, João Martins de Silva Junior, disse, em nota, que a CNA sempre acreditou que a liberdade e a democracia são os fatores essenciais para o desenvolvimento da produção rural. "Para que a produção rural possa continuar sendo a segurança do abastecimento para o mercado interno e a principal fonte de nossas exportações, precisamos que o governo do País, acima de tudo, proporcione segurança jurídica para o produtor, defendendo-o das invasões de terra, da taxação confiscatória ou desestabilizadora, ou dos excessos da regulação estatal", afirmou.

A CNA disse esperar que o governo Lula adote uma gestão fiscal equilibrada para que a economia possa crescer com estabilidade. "Na busca do crescimento da economia e da justiça social, somos um só povo, e a política não pode nos separar."

A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) disse esperar que o presidente eleito reconheça a importância da cadeia do café para a economia brasileira e mantenha o diálogo com o setor. Há 150 anos o Brasil é o maior produtor mundial de café e nesse período se tornou o maior exportador deste produto.

O Brasil produz 53 milhões de sacas de café (3,1 milhões de toneladas), mas o consumo brasileiro de 4,84 quilos per capita ao ano é considerado baixo. A maior parte da produção é exportada. Questionada sobre as demandas ao presidente eleito, a entidade disse ter confiança de que o presidente eleito reconhecerá essa importância e apoiará um setor tão vital. "Seguimos confiantes na expansão do consumo do nosso produto, um alimento presente nos lares de 98% que sustenta uma cadeia responsável por gerar 8,4 milhões de empregos diretos e indiretos", disse, em nota.

Otimismo

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, disse que a vitória do candidato do PT não abala o otimismo da entidade em relação aos próximos anos. "Vejo a vitória de Lula com uma certa tranquilidade porque tenho muita esperança no novo Congresso e nos novos governadores eleitos. Muitos são políticos jovens."

Ele disse que a relação das entidades do agronegócio com o governo Lula será de diálogo, mas com ressalvas. "Tenho receio de que algumas coisas possam acontecer e impeçam um bom diálogo. Uma delas, que sempre nos preocupou, é a insegurança jurídica quanto a esses movimentos ditos sociais, mas que não são, como o MST (Movimento dos Sem Terra). O mercado é soberano sobre o que acontece com a produção agropecuária. Se radicalizar nesse ponto, obviamente vai ter uma radicalização do contrário", pontuou.

Abag defende avanço das reformas

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), que integra as cadeias produtivas do setor, considera importante que o novo governo implemente as reformas administrativa e tributária, de forma a reduzir o Custo Brasil. "Fundamental também será a manutenção de uma política de recursos para continuidade do desenvolvimento tecnológico para o setor, apoio a mecanismos de financiamentos para custeio e investimento destinados ao produtor rural."

Ainda segundo a entidade, será preciso empenho para aumento significativo dos recursos a serem empregados na infraestrutura de transporte da safra e na armazenagem de estoques reguladores, além de suprimento sustentável de fertilizantes e outros insumos necessários à maior produção e produtividade agrícola.

A Abag ressaltou ainda esperar que o governo eleito se preocupe com a segurança jurídica no campo, o combate à criminalidade dentro do meio rural e realize campanhas de combate às críticas recebidas pelo agronegócio brasileiro, interna e externamente.

Um dos principais nomes da bancada evangélica no Congresso, o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi procurado por emissários do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e está disposto a trabalhar pautas em comum com o novo governo.

Porta-voz do bispo Samuel Ferreira e expoente da Assembleia de Deus de Madureira, uma das maiores denominações evangélicas do País, o pastor diz que o interesse em sentar à mesa com os petistas não significa incoerência nem traição a Bolsonaro.

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O fogo-amigo, no entendimento do líder evangélico, partiu de outra parte da base de Bolsonaro, às vésperas do segundo turno. E ele responsabiliza especialmente a deputada Carla Zambelli (PL-SP).

"Traição foi a punhalada que o presidente recebeu nas costas com a deputada correndo na rua com arma na mão, talvez por um deslize mental. Cuidar do povo não é traição", disse ele ao Estadão.

Cezinha avalia que a ação de Zambelli e os tiros que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) deu em policiais federais foram decisivos para a derrota de Bolsonaro.

Ele alega que os acontecimentos também derrubaram em cerca de 3 milhões de votos a previsão que o grupo fazia para a vitória de Tarcísio de Freitas (Republicanos), eleito governador de São Paulo com 13 milhões de votos. Cezinha atuou próximo à campanha de Tarcísio e é cotado para participar da administração.

"A Zambelli cometeu a pior bobeira, é gente despreparada. Nossa eleição estava ganha. Para o Tarcísio, nossa previsão era de 16 milhões de votos. Eu digo que Lula não ganhou, nós que perdemos", afirmou.

Cezinha também acredita que a denúncia sem lastro de suposto prejuízo a Bolsonaro na propaganda eleitoral nas rádios prejudicou a reeleição. A alegação, apresentada pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria (PP), na semana do pleito, foi classificada como tentativa de tumultuar o processo eleitoral e acabou rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O deputado se reuniu com o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), na segunda-feira, 31, um dia antes de o presidente Jair Bolsonaro se pronunciar pela primeira vez sobre o resultado das eleições. Ambos manifestaram interesse em manter relação republicana com o novo governo.

Cezinha destaca que os evangélicos têm interesse em pautas econômicas. "Bolsonaro terá nosso respeito, admiração e lealdade. Mas não significa que vamos votar contra o aumento de salário, contra o combate à fome", declarou. "Com o crescimento da bancada evangélica, óbvio que nenhuma pauta aberrante vai passar, como liberação de drogas e aborto. Mas estamos dispostos a trabalhar para pautas que ajudem o Brasil. Vamos conversar sobre o que for importante para o País."

Apesar da sinalização do rival, Lula não deve contar com o apoio oficial da bancada evangélica. O presidente da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso, Sóstenes Cavalcante (PL), já anunciou oposição ao petista.

Com a dificuldade de transitar entre uma parte da bancada evangélica, emissários de Lula já procuraram Cezinha. "Sabem que o que pauta a minha vida é o diálogo. Quando é bom para os brasileiros, temos de conversar", disse.

O tom é semelhante ao adotado pelo governador eleito de São Paulo. Após concretizada sua vitória sobre Fernando Haddad (PT), Tarcísio afirmou que "o resultado das urnas é soberano" e que buscará "manter o melhor diálogo possível, de maneira republicana".

Como mostrou o Estadão, a bancada evangélica, a partir de 2023, estará reforçada por campeões de voto e pelo aumento do poder das grandes igrejas. Dos 203 integrantes da Frente Parlamentar Evangélica na Câmara, 177 foram candidatos a novo mandato. Deste total, 109 tiveram sucesso, uma taxa superior a 60%.

O candidato do PSDB ao Rio Grande do Sul, o ex-governador Eduardo Leite, após quase ficar de fora do segundo turno, afirmou que há uma possibilidade de diálogo com o PT para uma aliança no Estado. Apesar do posicionamento a nível estadual, Leite preferiu não se manifestar sobre a corrida presidencial antes de dialogar com seu grupo político.

"Temos muitas diferenças com o PT no ponto de vista de programa de governo, a forma de governar, especialmente no que diz respeito ao entendimento como é que o Estado deve agir em determinados políticas públicas, mas sempre dialogamos, nunca tratamos como inimigos a serem exterminados", declarou o ex-governador, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (3), um dia depois da eleição de primeiro turno. "Diálogo é algo que exige duas partes, senão é monólogo. Da nossa parte, haverá disposição de conversas, espero que haja da parte deles também. O que não significa necessariamente algum tipo de acordo político ou de apoio político."

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Leite, contudo, declarou estar "menos preocupado" com os apoios políticos que, segundo ele, em outros tempos, tinham mais relevância. Para ele, diante da intensa polarização, o foco é o diálogo e a construção de capacidade de entendimento. "Podemos vencê-las eleições no segundo turno pelos nossos méritos, pela discussão do Rio Grande do Sul", disse.

Incomodado com as perguntas dos jornalistas sobre um posicionamento nacional, o tucano declarou que as eleições presidenciais são importantes e que não haverá omissão. Ele citou a candidata ao Executivo nacional Simone Tebet (MDB), que no domingo (2) cobrou um posicionamento dos partidos de sua coligação sobre o segundo turno antes de expor uma decisão individual. "Tomaremos posição, mas vamos conversar a partir de agora. Não tomarei posição individual antes de conversar com o grupo político", afirmou.

Para o segundo turno, o tucano afirmou que irá apostar na biografia política de sua equipe, trabalho e projetos. "Não preciso ser medido por essa régua estreita que se tornou a política nacional entre Lula e Bolsonaro."

Leite irá disputar o segundo turno com Onyx Lorenzoni (PL), ex-ministro do atual governo de Jair Bolsonaro (PL). No primeiro turno, Onyx recebeu 37,5% dos votos válidos, enquanto o tucano teve 26,81%.

Alinhada a Jair Bolsonaro na eleição de 2018, uma parte dos representantes dos caminhoneiros abriu diálogo com adversários do atual presidente na disputa deste ano pelo Palácio do Planalto. Porta-vozes dos trabalhadores que há quatro anos pararam o País durante uma greve têm agora conversado com articuladores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e André Janones (Avante).

A categoria, que ganhou protagonismo eleitoral, se estrutura de forma difusa e usa o WhatsApp como instrumento de mobilização. Dessa forma, possui lideranças pulverizadas e com representações regionais.

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A relação do presidente com os caminhoneiros se deteriorou após sucessivos aumentos do diesel. Alguns líderes chegaram a acusar Bolsonaro de traição. Há queixas em relação à política de preços da Petrobras, que hoje segue a cotação internacional do petróleo, e cobranças por fiscalização pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) da tabela do frete, instituída na gestão Michel Temer (MDB) para pôr fim ao movimento de 2018.

O governo tenta aplacar a insatisfação com uma "bolsa-caminhoneiro" de R$ 1 mil. Para a próxima terça-feira (12), está prevista a votação na Câmara da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que eleva gastos com benefícios às vésperas do pleito. O auxílio de R$ 1 mil, porém, já foi chamado de "esmola" por representante dos caminhoneiros.

Em meio ao desgaste de Bolsonaro, líderes da categoria promoveram encontros com outros pré-candidatos. Na semana passada, se reuniram com Ciro. Em nota, o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, classificou o encontro como "produtivo".

"Ciro se comprometeu com 100% das nossas pautas e nos passou a certeza de que nossas demandas estarão incluídas no plano de governo", afirmou Dahmer. Também em nota, o pré-candidato disse que há um "encarecimento criminoso do combustível" e afirmou ter "uma proposta detalhada de como recuperar a Petrobras para os brasileiros e mudar sua política de preços".

Articulação

Pré-candidata do MDB, em coligação com o Cidadania e o PSDB, Simone Tebet também tem conversado com parte dos líderes da categoria. Ela se reuniu com o deputado Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, para tratar de pautas e agendará um novo encontro para aprofundar as discussões.

A senadora, no entanto, já se posicionou contra a ideia de intervir na Petrobras. "A gente tem de respeitar a Petrobras como ela é: uma sociedade de economia mista com uma função social estratégica para o Brasil", disse a pré-candidata, em entrevista ao Estadão.

Projetado nacionalmente durante a greve dos caminhoneiros, quando se apresentou como um dos representantes da categoria, Janones mantém interlocução com os motoristas. Assim como Ciro, Bolsonaro e Lula, o deputado ataca os custos dos combustíveis. Em uma rede social, ele afirmou que o governo "não tem coragem para atuar na política de preços, vende nosso petróleo cru sem impostos, não gera interesse para investimento em refinarias no País e praticamente doa o nosso etanol".

Frustração

Parte dos líderes tem criticado abertamente o presidente e suas propostas. "Bolsonaro apareceu com a categoria em 2018, foi eleito com a promessa de fazer o que precisava e agora está acabando com empresas e tudo", afirmou o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Goiás (Sinditac), Vantuir Rodrigues.

Um dos líderes dos caminhoneiros na greve de 2018, o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o "Chorão", manifestou frustração. "Ganhamos, mas não levamos", disse. Ele ajudou a articular o apoio a Bolsonaro na época e hoje é pré-candidato a deputado federal pelo PSD em São Paulo.

Segundo Chorão, a categoria está "mais esperta" e, para ele, a pauta dos caminhoneiros tem de ser apresentada a todos que se colocam na disputa. "Nem entro nessa questão de apoio a candidato A ou B. A categoria não vai cair em falsas promessas. Estamos buscando conversar com todos os presidenciáveis, levando as pautas da categoria, vamos ver se eles colocam no programa de governo", disse.

Polarização

De acordo com líderes ouvidos pelo Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), por ora, a categoria reflete a polarização do País, com mais motoristas apoiando Lula ou Bolsonaro. O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Guarulhos (Sinditac), Luís Fernando Ribeiro, disse que Lula tem avançado entre os caminhoneiros.

"Estamos migrando para o PT na esperança de que mude alguma coisa", afirmou. Os discursos do petista contra a política de preços da Petrobras animam parcela da categoria, disseram líderes ouvidos pela reportagem. "A briga vai ser entre Bolsonaro e Lula, então os caminhoneiros já querem apoiar alguém com maior chance", afirmou Ribeiro.

A interlocução entre o PT e parte dos líderes dos caminhoneiros tem sido feita pela Frente Única dos Petroleiros (FUP) e pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, bases de Lula. Uma agenda com petroleiros e o petista está em planejamento, mas ainda não há uma data definida.

Será nesta quarta-feira (15), às 19 horas, no Museu de Arte da UNAMA - Galeria Graça Landeira, na avenida Alcindo Cacela, em Belém, a primeira série das Rodas de Conversa do Grupo de Estudos e Pesquisa Arte, Imagem e Cultura do PPGCLC (Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura da UNAMA - Univesidade da Amazônia). Na pauta, a história e as identidades que caracterizam os acervos da UNAMA e Universidade Federal do Pará (UFPA) postos em diálogo na Mostra Contemporâneos Modernos vol.1.

Esse é o primeiro encontro de uma série que vai até setembro. A abertura das Rodas de Conversa terá a participação da profesosra Jussara Derenji, diretora do Museu da UFPA, e do artista e professor Emanuel Franco, atual diretor do Museu de Arte Sacra e antigo diretor da Galeria Graça Landeira e Curador do Salão Pequenos Formatos, que sedimentou a criação do acervo artístico da UNAMA. 

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O evento será em formato de entrevista conduzida pelos professores curadores Jorge Eiró e Mariano Klautau Filho (Grupo Arte, Imagem e Cultura).

Da Redação do LeiaJá Pará.

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira, 8, que as empresas precisam sentar à mesa com os sindicatos de trabalhadores antes da dispensa em massa de funcionários. O placar foi de 6 votos a 3.

Os ministros concluíram que os trabalhadores têm direito ao diálogo com os empregadores. A decisão não obriga as empresas a firmarem convenção ou acordo coletivo com os funcionários. Também não significa que as companhias precisam de autorização das entidades de classe para efetivar as demissões.

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"A medida trará vantagens também ao empregador, que poderá encontrar soluções alternativas ao rigor das dispensas coletivas, evitar a incidência de multas, contribuir para a recuperação e crescimento da economia do País", defendeu o ministro Dias Toffoli.

O julgamento chegou a ser iniciado duas vezes. Em fevereiro do ano passado, a votação foi aberta no plenário virtual, mas Toffoli pediu para transferir a discussão para o colegiado. Quando o processo foi pautado no plenário físico, em maio de 2021, Toffoli pediu vista (mais tempo para análise) e suspendeu mais uma vez o debate.

A tese firmada pelos ministros foi a seguinte: "Intervenção sindical prévia é exigência procedimental imprescindível para dispensa em massa de trabalhadores, que não se confunde com autorização prévia por parte da entidade sindical ou celebração de convenção ou acordo coletivo."

O debate foi aberto em um processo movido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, na Grande São Paulo, na esteira da demissão de cerca de quatro mil trabalhadores da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) em 2009. Ao analisar o caso, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) fixou o entendimento de que é "inválida a dispensa coletiva enquanto não negociada com o sindicato de trabalhadores, espontaneamente ou no plano do processo judicial coletivo". A Embraer recorreu e o STF analisou o processo com repercussão geral – ou seja, o entendimento fixado pelos ministros serve como diretriz para todas as instâncias da Justiça julgarem casos semelhantes.

"O diálogo é ínsito à noção própria de democracia", defendeu a ministra Rosa Weber, vice-presidente do tribunal, em seu voto.

Os ministros levaram em consideração que as demissões em massa têm impacto não só na vida dos trabalhadores envolvidos, mas em toda a sua comunidade.

Além de Dias Toffoli e Rosa Weber, também foram a favor da exigência de diálogo prévio com os sindicatos os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes, que já tinha votado e mudou de posicionamento na sessão desta quarta. O presidente do STF, ministro Luiz Fux, estava ausente e não votou.

O ministro Marco Aurélio Mello, hoje aposentado, foi o relator do processo e defendeu a tese de que não há necessidade da negociação. Ele foi acompanhado por Nunes Marques e Gilmar Mendes.

O pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) afirmou, nesta terça-feira (26), que recebeu um convite para participar de uma conversa sobre a construção da terceira via, como vem sendo chamado o candidato fora da polarização entre o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT) para a disputa das eleições em outubro. 

Ciro contou, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que o deputado federal e presidente do União Brasil, Luciano Bivar, foi quem fez o convite. 

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“O Bivar, que assumiu a presidência do União Brasil, me perguntou se eu aceitava participar de um diálogo. Ora, diálogo é diálogo, eu aceito participar. Evidente que eu aceito participar”, afirmou Ciro, sem detalhar se já existe uma data fechada para o encontro. Nesta semana estava marcado um jantar na casa do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), mas o evento foi cancelado. 

Ciro deixou claro que se colocou disponível para a conversa porque está “com vontade de apresentar minhas ideias, o que está acontecendo com o Brasil, porque tanto desemprego, porque tanta inflação de volta. Eu tenho muita experiência e o que eu achava que devia ser colocado no lugar".

“Dialogar sim, mas eu gostaria que minha presença no diálogo fosse ao redor de uma discussão sobre as causas do problema brasileiro. Porque nosso povo tá sofrendo tanto, desemprego, inflação, custo de vida e o que nós pretendemos colocar no lugar”, emendou.

O Kremlin concordou em realizar conversas com a Ucrânia, dizendo que a Rússia está disposta a enviar uma delegação à capital de Belarus, Minsk.

"Em resposta à oferta do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Vladimir Putin está pronto para enviar a Minsk uma delegação russa", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres, segundo agências de notícias russas. Ele disse que os representantes incluiriam funcionários da defesa e dos ministérios das Relações Exteriores, assim como do gabinete presidencial.

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Em uma declaração em vídeo nesta sexta-feira, Zelensky pediu ao presidente russo, Putin, que se reunisse para conversas. "Gostaria de me dirigir ao presidente da Federação Russa mais uma vez. A luta está acontecendo em toda a Ucrânia. Vamos sentar à mesa de negociações para impedir a morte de pessoas", disse ele em russo em um vídeo publicado em seu canal no Telegram.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Motivadas por acreditarem na necessidade de um espaço para diálogo, reflexão e experimentação de novas práticas pedagógicas, as professoras Lília Melo e Débora Ferreira criaram e estão lançando a obra “Letramentos no Ensino Médio: prática docente, resistência e sobrevivência na periferia da Amazônia”. O lançamento oficial vai ser nesta sexta-feira (14), às 19 horas, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Brigadeiro Fontenelle, na Terra Firme, em Belém.

Lília Melo afirma que é importante entender o novo processo de ensino-aprendizagem e ter novas perspectivas acerca da educação. “Foi a partir da tese de doutorado defendida pela professora Débora Ferreira, na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, que decidimos transformar em uma linguagem mais didática, mais acessível no livro”, explica.

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A educadora diz que a produção do livro se deu a partir da pesquisa que acompanha a prática pedagógica dela desde o início do projeto “Juventude preta periférica – do extermínio ao protagonismo”, e traz a perspectiva de uma narrativa contra-hegemônica dentro de um processo dialógico que considera saberes ancestrais e populares como saberes científicos, e que ao serem reconhecidos dessa forma devem ser levados à escola para serem aprendidos e respeitados.

Lília Melo acrescenta que as concepções pedagógicas de educadores como Paulo Freire, Lélia Gonzalez e de outras referências são importantes para despertar o protagonismo do aluno. “Os fazeres culturais, os dons artísticos de uma comunidade precisam estar presentes no cotidiano da escola”, ressalta.

O principal objetivo da obra, segundo a professora, é a desconstrução da ideia distanciada que existe de conhecimento acadêmico. Lília Melo afirma que é importante perceber que há uma prática pedagógica científica atuante dentro das periferias e das escolas públicas, e que ela precisa ser considerada dentro das academias.

“Ela precisa ser estudada, ser percebida e respeitada, e ao ser respeitada, reverberada por vários outros territórios. Nós estamos falando especificamente de um território da Amazônia, que pode se comunicar com outros territórios, tanto no Brasil, quanto fora dele. Então, esse é o principal objetivo: estabelecer diálogo e socializar experiências que já deram certo, e o que os resultados comprovam de que realmente deram certo”, reitera.

A educadora afirma que a obra tem muito a contribuir para a educação brasileira, considerando que estamos vivendo o retorno presencial das aulas em um contexto cheio de receios. A partir disso é possível perceber as necessidades da comunidade e da escola como um todo, especificamente da pública, com a finalidade de acolher essas demandas e trazer soluções para o enfrentamento desse contexto.

Lília Melo destaca que agora é necessário cuidar também da saúde mental, não somente dos alunos, mas dos responsáveis por eles, e das pessoas que se relacionam diretamente com eles. “Isso já deveria ter sido tratado, e isso já teria sido cuidado muito antes do momento pandêmico. Muito antes desse momento nós já deveríamos ter essa preocupação”, aponta.

Ela ressalta que o aluno que está dentro de sala de aula é um sujeito construído socialmente e essa comunidade com quem ele se relaciona diretamente precisa ser compreendida também. “Para que ela seja compreendida, é necessário perceber a identidade sócio-histórico e político-social de um território ao qual ele pertence”, afirma.

Para adquirir um exemplar, entrar em contato com Lília Melo:

Instagram: @liliamelotf

WhatsApp: (91) 99217-6292

Por Isabella Cordeiro.

Na véspera das prévias que escolherão o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que, se escolhido para representar o partido na corrida eleitoral, deverá buscar diálogo com outros nomes da chamada "terceira via". Ele citou nominalmente o ex-juiz da Operação Lava Jato Sergio Moro (Podemos), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Doria disputa a indicação do PSDB para concorrer ao Palácio do Planalto com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite - chamado pelo paulista de "jovem" - e com o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, tido como menos competitivo. A votação das prévias tucanas será realizada neste domingo.

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"Se eu vencer as prévias do PSDB, essa será a nossa conduta de isenção, humildade e desentendimento, sem prerrogativa de nenhuma parte", afirmou o governador paulista em coletiva de imprensa neste sábado, em Brasília.

Na avaliação do tucano, os nomes citados da terceira via são pessoas "muito qualificadas" e "experientes na vida política". "Terceira via, se não for fragmentada, será a melhor via. E terá toda a chance de disputar segundo turno das eleições presidenciais e vencer", declarou.

Questionado se aceitaria ceder a cabeça de chapa a uma outra figura política, Doria afirmou que "nada pode ser descartado". "Não se pode iniciar conversa já estabelecendo condições para conversa. Democracia deve ser entendida de outra maneira".

O governador paulista ainda voltou a defender a realização de prévias no PSDB. "Sairemos fortalecidos, todos serão vitoriosos, não teremos derrotados amanhã", disse Doria. "Considero que será muito difícil para o PSDB futuramente não seguir mesmo procedimento de escolha de candidato para a Presidência da República e até governos estaduais", acrescentou.

Após a coletiva de imprensa, o governador seguiu para um jantar com prefeitos e lideranças tucanas no hotel Royal Tulip Brasília, um dos mais luxuosos da cidade. A reportagem acompanhou os ajustes finais da estrutura de som e de grandes painéis de LED exibindo fotos do governador e a mensagem "Para o PSDB voltar a vencer. João Doria".

Depois do evento, Doria encerrará a agenda do dia na residência do líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF).

Além de Doria, estiveram na coletiva de imprensa tucana o vice-governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB); o secretário do Desenvolvimento Regional de São Paulo, Marco Vinholi; o coordenador da campanha de Doria nas prévias, Wilson Pedro; os deputados federais Alexandre Frota (SP), Beto Pereira (MS) e Ruy Carneiro (PB); e a deputada estadual Carla Morando (SP). Tomas Covas, filho de Bruno Covas, prefeito de São Paulo falecido em 16 de maio, no exercício do mandato, também marcou presença.

A votação

As prévias do PSDB ocorrem neste domingo. Os filiados poderão votar das 7 horas às 15 horas por meio de um aplicativo. Haverá uma cerimônia no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, onde o vencedor será anunciado às 17 horas.

Doria é apontado por lideranças políticas e analistas como favorito na disputa com uma margem estreita em relação a seu principal adversário, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio também é candidato.

Após o anúncio de que Doria daria uma entrevista coletiva de imprensa neste sábado, Leite também resolveu atender aos jornalistas. O gaúcho falará com jornalistas no restaurante brasiliense Galeteria Beira Lago, antes de jantar com apoiadores, marcado para começar às 20 horas.

O presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, deputado Nereu Crispim (PSL-RS), pediu mais diálogo e entendimento do governo em relação à pauta desses trabalhadores.

A categoria se organiza para uma nova paralisação em 1º de novembro como forma de chamar atenção para suas reivindicações, que incluem uma nova política de preços dos combustíveis, a volta da aposentadoria especial – concedida depois de 25 anos de contribuições previdenciárias – e o piso mínimo de frete, que tem sido alvo de ações na Justiça.

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Em videoconferência promovida pela frente parlamentar nesta quinta-feira (28), mais de 70 lideranças do setor trouxeram suas demandas aos parlamentares. Segundo Crispim, a frente já mandou ofícios ao governo sobre o assunto e também levou a pauta aos presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

A expectativa de Nereu Crispim é que o governo, que não participou da reunião, ouça os caminhoneiros e não haja a paralisação. “Precisamos de entendimento, de conversação e de dar dignidade para essas pessoas, que não representam só a categoria, mas representam as famílias que estão pagando R$ 100 em um gás de cozinha”, afirmou.

Preço do diesel

Um dos pontos do debate foram os constantes aumentos do preço do diesel. Deputados e caminhoneiros criticaram a atual política de preços de combustíveis, que se baseia no valor do barril de petróleo no mercado internacional e do dólar. É a chamada Política de Paridade Internacional (PPI), em vigor desde o governo de Michel Temer (2016-2018).

De janeiro a setembro deste ano, os preços de revenda registraram aumentos de 28% no diesel, 32% na gasolina e 27% no GLP, segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). A perspectiva é de manutenção dessa tendência de alta devido às flutuações no preço internacional do barril de petróleo.

Em audiência pública na Câmara dos Deputados no último dia 13, a Petrobras defendeu as regras atuais. Segundo a empresa, a PPI garante o pleno abastecimento ao País.

Especialistas presentes na reunião desta quinta, porém, criticaram o modelo e defenderam a aprovação do Projeto de Lei 750/21, do deputado Nereu Crispim, que tributa a exportação do petróleo bruto, a fim de gerar investimentos em novas refinarias e permitir a redução dos tributos pagos pela população.

“Os consumidores, os caminhoneiros pagam altos impostos. As empresas têm alto lucro e exportam o petróleo bruto e não pagam impostos”, criticou o consultor legislativo aposentado da Câmara Paulo Cesar Lima.

Segundo ele, o modelo de exportar petróleo bruto faz com que o Brasil não invista em refinarias e que se criem monopólios regionais que, se privatizados, podem significar um aumento ainda maior de preços.

O secretário de Políticas Sociais e Acessibilidade da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, acredita que o preço do combustível no Brasil pode ser balizado pelo custo do barril de petróleo produzido internamente, que gira em torno de 30 dólares.

Segundo Dahmer, investir em refinarias pode ser uma saída para aliviar os custos. “Hoje 70% da capacidade de refino não estão sendo feitas, para que esse nosso petróleo seja largado cru para fora do País e retorne no preço internacional de 84 dólares o barril.”

Problema mundial

O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), por outro lado, observou que a alta de preço de combustíveis e de alimentos “não é um privilégio do Brasil”. Todos os países do mundo, disse, lutam para sair o mais rápido possível da recessão.

“O que o governo federal podia fazer e já fez é reduzir o valor dos impostos federais. Resta agora que governadores façam a sua parte e abaixem a parte estadual de imposto que incorre no preço dos combustíveis”, declarou. “Aqui em São Paulo, por exemplo, temos 25% de alíquota sobre o preço dos combustíveis. Isso poderia significar uma redução de até R$ 1,50”, acrescentou Coronel Tadeu.

*Da Agência Câmara de Notícias

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