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Após o reitor da Universidade Nacional de Rosário negar que Carlos Decotelli tenha obtido doutorado na instituição, o novo ministro da Educação está sendo acusado de plágio em sua dissertação de mestrado.

No Twitter, o professor Thomas Conti, do Insper, afirmou ter identificado longos trechos na dissertação de mestrado de Decotelli na FGV idênticos a um relatório do Banrisul para a Comissão de Valores Imobiliários (CVM).

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"Como são muitos trechos idênticos, busquei se ele poderia ter trabalhado na elaboração do relatório que consta na CVM. Mas aparentemente não. Segundo CV do Decotelli, ele foi professor no Banrisul de 2004 a 2005. O registro na CVM é de 13/02/2008 e não há menção a ele", diz o professor.

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O site Copyleaks, que rastreia plágios, identificou que cerca de 12,6% das duas obras possuem textos correspondentes. O levantamento aponta que 11,9% são trechos idênticos, 0,6% apresenta alguma mudança e 0,1% tem conteúdo relacionado.

Outra página da dissertação tem partes copiadas de forma literal sem aspa e sem citação do artigo "A Abordagem Institucional na Administração", de Alexandre Rosa e Cláuda Coser, de 2004. Em comparação com o artigo, o Copyleaks aponta que 8,4% da dissertação tem trechos idênticos.

Sobre o doutorado, o Ministério da Educação contestou o reitor e destacou que o ministro concluiu em fevereiro de 2009 "todos os créditos do doutorado em Administração pela Faculdade de Ciências Econômicas e Estatística da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina". O documento, entretanto, não compra a entrega de tese. Sobre as acusações de plágio, o ministro não se manifestou.

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O trecho "A sua voz não está mais escondida" de música "Ouro", de Pabllo Vittar, foi o título da dissertação de mestrado do estudante Danillo Pedrazza. O mestrando apresentou seu trabalho em Portugal e obteve a nota 19 - máxima no curso.

Em publicação em seu perfil no Instagram, Danillo relata que o processo para conseguir apresentar seu trabalho de conclusão do mestrado foi difícil. "Minha dissertação se chama "a sua voz não está mais escondida", parte de uma música da Pabllo que me ajudou nos piores momentos da minha vida, quando perdi toda minha dissertação ao roubarem meu computador e pensei em me matar", disse, na postagem. 

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A foto em que aparece ao lado de Pabllo, o agora mestre em Comunicação, Arte e Cultura pela Universidade do Minho, Danillo ainda relata que começou a apresentar o trabalho de terno e o terminou com um body com as cores do arco-íris (marca de defesa LGBTQ+). "Planejei por quase dois anos", complementou.

Ao final da publicação, Danilo garante: "Acabo o mestrado mais orgulhoso do que nunca por ter feito um estudo com todo meu coração, dedicação e amor em um país ainda muito conservador e homofóbico, que agora tem a minha dissertação como a primeira sobre drag queen da história recente".

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 Conquistar a pontuação máxima na redação com certeza é um dos maiores objetivos de muitos estudantes que vão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano. A redação tem um peso importante na prova, pois, ela sozinha vale metade na nota total do exame, ou seja, 1.000 pontos.

Certamente, uma das maiores preocupações sobre á redação é o tema que será proposto. Durante os meses que antecedem a prova, as especulações que envolvem o assunto são inúmeras, o que exige da participante atenção as temáticas atuais.

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Atrelado ao tema, a abordagem de uma dissertação argumentativa deve estar dentro dos padrões de correção. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), o aluno precisa atender as cinco competências da redação para não zerar no texto.

Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa.

Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.

Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado que respeite os direitos humanos.

O Enem será aplicado nos domingos 3 e 10 de novembro em todo o país. A redação estará presente junto as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias no primeiro domingo.

Nessa reta final para a prova, o professor de língua portuguesa e redação, Diogo Didier, dá cinco dicas simples para serem seguidas a pouco mais de quatro semanas para o Enem.

Foco na leitura

É importante tentar fazer leituras sobre temas de todas as áreas do conhecimento. Pequenos fichamentos, resumos podem ajudar as pessoas que não têm um repertório de redações em casa, mas que querem ter ideias guardadas nesta fase final que antecede a prova

Escrita como prática

Ao praticar, peça para um professor corrigir

O professor pode ajudar dando feedbacks para que o aluno consiga corrigir possíveis falhas e construir textos melhores, mais concisos.  

Ler outras redações

Outra dica é ler não só as redações nota mil do Enem, mas acompanhar os textos dos colegas da própria sala de aula. É uma maneira de evoluir coletivamente para que o aluno tenha durante esses últimos meses, uma perspectiva melhor de como tirar mil na redação

Sondar os temas mais prováveis no Enem

É importante ler de tudo um pouco, mas a essa altura do campeonato, deve-se priorizar os possíveis assuntos que podem ser tema da redação, haja vista de que estamos a poucas semanas para o Enem.

Confira redações que tiraram 1.000 nas edições de 2016 e 2017, nos quais os temas foram "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil" e  "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil", respectivamente.

Redação de Vinícius Oliveira de Lima

Tolerância na prática

A Constituição Federal de 1988 – norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro – assegura a todos a liberdade de crença. Entretanto, os frequentes casos de intolerância religiosa mostram que os indivíduos ainda não experimentam esse direito na prática. Com efeito, um diálogo entre sociedade e Estado sobre os caminhos para combater a intolerância religiosa é medida que se impõe.

Em primeiro plano, é necessário que a sociedade não seja uma reprodução da casa colonial, como disserta Gilberto Freyre em “Casa-grande e Senzala”. O autor ensina que a realidade do Brasil até o século XIX estava compactada no interior da casa-grande, cuja religião oficial era católica, e as demais crenças – sobretudo africanas – eram marginalizadas e se mantiveram vivas porque os negros lhes deram aparência cristã, conhecida hoje por sincretismo religioso. No entanto, não é razoável que ainda haja uma religião que subjugue as outras, o que deve, pois, ser repudiado em um Estado laico, a fim de que se combata a intolerância de crença.

De outra parte, o sociólogo Zygmunt Bauman defende, na obra “Modernidade Líquida”, que o individualismo é uma das principais características – e o maior conflito – da pós modernidade, e , consequentemente , parcela da população tende a ser incapaz de tolerar diferenças. Esse problema assume contornos específicos no Brasil, onde , apesar do multiculturalismo, há quem exija do outro a mesma postura religiosa e seja intolerante àqueles que dela divergem. Nesse sentido, um caminho possível para combater a rejeição à diversidade de crença é desconstruir o principal problema da pós-modernidade, segundo Zygmunt Bauman: o individualismo.

 Urge, portanto, que indivíduos e instituições públicas cooperem para mitigar a intolerância religiosa. Cabe aos cidadãos repudiar a inferiorização das crenças e dos costumes presentes no território brasileiro, por meio de debates nas mídias sociais capazes de desconstruir a prevalência de uma religião sobre as demais. Ao Ministério Público, por sua vez, compete promover as ações judiciais pertinentes contra atitudes individualistas ofensivas à diversidade de crença. Assim, observada a ação conjunta entre população e poder público, alçará o país a verdadeira posição de Estado Democrático de Direito.

Reprodução/Inep

 

Redação de Jordana Bottin Ecco

Prática religiosa um direito de todos

A curiosidade humana acerca do desconhecido e a sua incapacidade de explicá-lo através da razão fez com que, desde os primórdios, o homem atribuísse acontecimentos do seu cotidiano à vontade de seres sobrenaturais. Apesar dos avanços científicos e de suas respostas lógicas para fatos da realidade, as crenças em divindades perpassaram a história e continuam muito presentes nas sociedades, talvez por suprirem a necessidade humana de reconforto, talvez por levarem à transcendência espiritual. Atualmente, a grande diversidade religiosa existente traz a possibilidade de escolha a cada cidadão e essa liberdade é , ou deveria ser, garantida a todos os membros de uma população. Contudo, práticas de intolerância religiosa vêm impedindo um número cada vez maior de pessoas de exercitarem tal direito, ferindo sua dignidade e devendo, portanto, serem combatidas veementemente.

O contexto histórico brasileiro indubitavelmente influencia essa questão. A colonização portuguesa buscou catequizar os nativos de acordo com a religião europeia da época: a católica. Com a chegada dos negros africanos, décadas depois, houve repressão cultural e, consequentemente, religiosa que, infelizmente, perpetua até os dias de hoje. Prova disso é o caso de uma menina carioca praticante do candomblé que, em junho de 2015, foi ferida com pedradas, e seus acompanhantes, alvos de provocações e xingamentos. Ainda que a violência verbal, assim como a física, vá contra a Constituição Federal, os agressores fugiram e, como em outras ocorrências, não foram punidos.

Além disso, é importante destacar que intolerância religiosa é crime de ódio: não é sobre ter a liberdade de expressar um descontentamento ou criticar certa crença , mas sim sobre a tentativa de imposição, a partir da agressão, de entendimentos pessoais acerca do assunto em detrimento dos julgamentos individuais do outro sobre o que ele acredita ser certo ou errado para sua própria vida. Tal visão etnocêntrica tem por consequência a falta de respeito para com o próximo, acarretando episódios imprescritíveis e humilhantes para aqueles que os vivenciam.

Conclui-se, então, que o combate à discriminação religiosa é de suma importância para que se assegure um dos direitos mais antigos a todas as pessoas e, por conseguinte, seu bem-estar. Para isso, é preciso que os órgãos especializados, em parceria às delegacias de denúncia, ajam de acordo com a lei, investigando e punindo os agressores de forma adequada. Ademais, o governo deve promover campanhas contra condutas de intolerância e as escolas devem gerar debates, informando seus alunos sobre o tema e desconstruindo preconceitos desde cedo. Por fim, a mídia pode abordar a intolerância religiosa como assunto de suas novelas, visto que causa forte impacto na vida social. Assim, o respeito será base para a construção de um Brasil mais tolerante e preocupado com a garantia dos direitos humanos de sua população.

Reprodução/Inep

 

Redação de Mariana Camelier Mascarenhas

Na antiga Esparta, crianças com deficiência eram assassinadas, pois não poderiam ser guerreiras, profissão mais valorizada na época. Na contemporaneidade, tal barbárie não ocorre mais, porém há grandes dificuldades para garantir aos deficientes – em especial os surdos – o acesso à educação, devido ao preconceito ainda existente na sociedade e à falta de atenção do Estado à questão.

Inicialmente, um entrave é a mentalidade retrógrada de parte da população, que age como se os deficientes auditivos fossem incapazes de estudar e, posteriormente, exercer uma profissão. De fato, tal atitude se relaciona ao conceito de banalidade do mal, trazido pela socióloga Hannah Arendt: quando uma atitude agressiva ocorre constantemente, as pessoas param de vê-la como errada. Um exemplo disso é a discriminação contra os surdos nas escolas e faculdades – seja por olhares maldosos ou pela falta de recursos para garantir seu aprendizado. Nessa situação, o medo do preconceito, que pode ser praticado mesmo pelos educadores, possivelmente leva à desistência do estudo, mantendo o deficiente à margem dos seus direitos – fato que é tão grave e excludente quanto os homicídios praticados em Esparta, apenas mais dissimulado.

Outro desafio enfrentado pelos portadores de deficiência auditiva é a inobservância estatal, uma vez que o governo nem sempre cobra das instituições de ensino a existência de aulas especializadas para esse grupo – ministradas em Libras – além da avaliação do português escrito como segunda língua. De acordo com Habermas, incluir não é só trazer para perto, mas também respeitar e crescer junto com o outro. A frase do filósofo alemão mostra que, enquanto o Estado e a escola não garantirem direitos iguais na educação dos surdos – com respeito por parte dos professores e colegas – tal minoria ainda estará sofrendo práticas discriminatórias.

Destarte , para que as pessoas com deficiência na audição consigam o acesso pleno ao sistema educacional , é preciso que o Ministério da Educação, em parceria com as instituições de ensino, promova cursos de Libras para os professores, por meio de oficinas de especialização à noite – horário livre para a maioria dos profissionais – de maneira a garantir que as escolas e universidades possam ter turmas para surdos, facilitando o acesso desse grupo ao estudo. Em adição, o Estado deve divulgar propagandas institucionais ratificando a importância do respeito aos deficientes auditivos, com postagens nas redes sociais, para que a discriminação dessa minoria seja reduzida, levando à maior inclusão.

Reprodução/Inep

 

Redação de Ursula Gramiscelli Hasparyk

A plena formação acadêmica dos deficientes auditivos, uma parcela das chamadas Pessoas com Deficiência (PCD), é um direito assegurado no recém aprovado Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2015, também conhecido como Lei da Acessibilidade. Além de um direito legalmente garantido, a educação para esse grupo social é sociologicamente analisada como essencial para uma sociedade tolerante e inclusiva. Entretanto, observa-se o desrespeito a essa garantia devido ao preconceito, muitas vezes manifestado pela violência simbólica, e à insuficiência estrutural educacional brasileira.

Nessa conjuntura, é necessário destacar as principais relevâncias de se garantir aos surdos a plena formação acadêmica. Segundo Hannah Arendt, em sua teoria sobre o Espaço Público, os ambientes e as instituições públicas – inclusive as escolas e as faculdades – têm que ser completamente inclusivas a todos do espectro social para exercer sua total funcionalidade e genuinidade. Analogamente, para atuarem como aparato democrático, tais instituições devem ser preparadas e devem garantir o espaço e a educação para os deficientes auditivos, constituindo, assim, uma sociedade diversificada, tolerante e genuína. Além disso, outra importância é o cumprimento dos direitos à educação e ao desenvolvimento intelectual, assegurados no Estatuto da PCD e na Constituição Federal de 1988, que não discrimina o acesso à cidadania a nenhum grupo social, sendo, dessa forma, uma obrigação constitucional.

Contudo, observam-se algumas distorções para essa garantia educacional. Infelizmente, os surdos são alvo de preconceito e são vistos erroneamente como incapazes. Isso é frequentemente manifestado na forma de violência simbólica, termo do sociólogo Pierre Bordieu, que inclui os comportamentos, não necessariamente agressivos f ísica ou verbalmente, que excluiriam moralmente grupos minoritários, como a PCD, exemplificados na colocação desses indivíduos em postos de trabalho menos valorizados e menos remunerados. Adicionalmente, nota-se que outra manifestação dessa violência é a falta de uma infraestrutura escolar de qualidade com professores capacitados e com material adequado para garantir a devida formação educacional. Consequentemente, as vítimas dessa agressão simbólica tenderiam a se isolar, gerando, por exemplo, evasão escolar e redução da procura pela qualificação profissional e acadêmica por esses deficientes.

Dessa forma, é necessário que, para garantir o ensino de qualidade e estruturado, o Ministério da Educação leve profissionais educadores especialistas em Libras para capacitar os professores já atuantes acerca do ensino aos deficientes auditivos e da adaptação às suas necessidades particulares na sala de aula. Isso deve ser feito com palestras instrucionais para os docentes de toda a hierarquia pedagógica. Complementarmente, o Ministério da Saúde deve disponibilizar profissionais, como psicólogos, que dêem o apoio e o estímulo para a continuidade educacional dos deficientes e desconstruam, com atividades lúdicas e interativas com todos os alunos, como simulações da surdez, os preconceitos acerca desse grupo social .

Reprodução/Inep

 

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Dentre muitos dos recursos que podem ser utlizados na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a citação pode contribuir para enriquecer as ideias e dar mais sentido ao texto. Contudo, é preciso saber como e quando usá-la. O principal ponto a ser lembrado, segundo o professor de redação e atualidades Felipe Rodrigues, é o de sempre referenciar o autor ou a autora da citação. 

O professor explica ainda que há dois tipos de citação, uma direta e outra indireta. É necessário que o participante atente a cada uma delas. A citação direta ocorre quando o redator sabe exatamente e integralmente os escritos de algum autor, podendo assim, transcrevê-los. Nesse caso, deve-se usar das aspas e creditar o autor da citação.

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A indireta é quando o escritor faz uma interpretação dos escritos de outrem, sem modificar o contexto e forma escrita - diga-se de passagem - conceituação geral. Não é necessário fazer uso das aspas, mas é preciso colocar o nome do autor.

Confira os exemplos do professor:

Direta:

Segundo a filósofa Simone de Beauvoir: “cada um de nós é responsável por tudo e por todos os seres humanos”.

Indireta:

Nota-se, a partir da filósofa Simone de Beauvoir, que todo ser humano é responsável por tudo, assim como, dos seus semelhantes.

De acordo com a cartilha do participante do Enem de 2018, alguns dos critérios avaliados são o domínio da língua portuguesa, propor uma solução ao problema apresentado, além da argumentação que se dá com a inserção de informações, opiniões e fatos que ajudem o redator a defender um ponto de vista. A citação, mesmo não sendo um item obrigatório, faz parte das estratégias para a defesa de ideias, assim como dados estatísticos, alusões históricas, pesquisas e fatos comprováveis.

A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve ter um texto dissertativo-argumentativo e estruturado em introdução, desenvolvimento e conclusão. As três etapas são fundamentais para a criação de uma harmonia que dê sentido ao texto e facilite a leitura.

A estrutura de uma redação é o ponto determinante na classificação. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é atribuída nota zero à redação que não atenda a proposta solicitada e que fuja do modelo da exigido no exame. Por isso, é necessário ter atenção redobrada.

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No momento da redação, é comum que participantes fiquem nervosos a ponto de se perderem na base da dissertação. Com a ajuda da professora de redação Mariana Pestana, listamos dicas de como construir seu texto e deixá-lo o mais coerente possível para você tirar uma boa nota na redação.

Organize seu texto em parágrafos

Deve-se dividir o texto em basicamente quatro parágrafos. No geral, é sugerido que tenha o primeiro voltado para a introdução, o segundo e terceiro para os desenvolvimentos e o último para a conclusão.

Conecte os parágrafos de forma a facilitar a compreensão

Os parágrafos mesmo “separados” fisicamente precisam estar ligados ideologicamente, e isso vai ser feito através da escrita coerente de acordo com o tema.

Deixe claro no primeiro parágrafo o assunto relacionado ao tema

É necessário que deixe evidente a ideologia que vai ser seguida desde o primeiro parágrafo. Afinal, a redação não é um texto de suspense para que o leitor fique apreensivo em saber qual o “lado” pretendido na história.

Siga a mesma posição no decorrer do texto

Para não correr o risco de deixar o texto ambíguio, deve-se seguir a mesma linha de pensamento acerca daquele tema.

Enriqueça seus argumentos

Escreva sobre as causas, consequências, exemplificações e comparações, articulando sempre um trecho a outro, sem esquecer dos cognitivos para dar linearidade ao texto.

Na conclusão, relembre a sua tese

No encerramento da argumentação, não esquecer de retomar a tese antes de expor sua proposta de intervenção que prove seu posicionamento que pode resolver a problemática apresentada.

 

A redação é considerada o ponto alto do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Dissertativo, o texto aborda sempre um tema nacional: um problema para exigir do candidato uma proposta de solução, a chamada intervenção. "O Enem promove uma prova de cidadania, e a redação é como um fórum anual de debates em que os alunos são convocados", compara Maria Aparecida Custódio, professora do Laboratório de Redação do Curso e Colégio Objetivo.

A proposta de intervenção é, dos cinco critérios de análise dos corretores, aquele em que a maioria mais escorrega. Os outros, cada um valendo até 200 pontos, são norma culta, conhecimento do assunto, juízo de valor e coerência e coesão.

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É nessa parte que o exame nacional requer um segundo posicionamento do estudante. "Além de apresentar seu ponto de vista com base na discussão do tema e de defendê-lo por argumentos coerentes, será preciso apontar um caminho que atenue aspectos negativos e que promova melhoria social", explica Davi Fazzolari, professor e coordenador de Língua Portuguesa e de Produção de Texto do ensino médio no Colégio Visconde de Porto Seguro.

Outras redações de provas que são referência entre os estudantes, como a dissertação da Fuvest, não exigem esse posicionamento. Nos demais exames, o texto se atém mais à reflexão, como indicativo do espírito crítico.

Foco

Apesar de temida, a intervenção não tem segredo, de acordo com os professores ouvidos pelo jornal O Estado de S.Paulo. O importante é focar no tema, que já carrega um problema para discussão, indica Simone Ferreira Gonçalves da Motta, professora e coordenadora de Português do Grupo Etapa. "O tema, sempre ligado a questões sociais e de direitos humanos, já favorece a proposta de intervenção."

A ideia de solução deve vir no fim do texto, diz Simone, porque depende da organização do raciocínio e dos problemas levantados ao longo da dissertação. E deve ser factível, envolvendo ao menos três agentes. "A solução nunca deve partir só do governo. Também deve passar pela sociedade e pela família, ou por outras instituições, como a escola e ONGs, dependendo do assunto", esclarece Maria Aparecida, do Objetivo.

Banco de apostas

Com viés nacional e social, a redação do Enem também possui seu banco de apostas sobre possíveis assuntos que poderão estar em foco na prova. "O tema é definido entre maio e junho, quando a prova é elaborada", comenta Simone. "E sempre será um tema bem divulgado na sociedade", destaca Maria Aparecida.

O programa Mais Médicos, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) das Domésticas, a lei do feminicídio, a desigualdade de gênero, o bullying nas escolas, a intolerância religiosa, a violência nas redes sociais e a mobilidade urbana são passíveis de dar cara à prova, avalia a professora do Objetivo.

"Em mobilidade não entram apenas as ciclovias de São Paulo, mas as questões que envolvem as grandes cidades no País, como estrangulamento de trânsito e excesso de carros", exemplifica Simone, do Etapa.

Para a professora, ainda cabem como tema da redação assuntos como matriz energética e meio ambiente (com energias eólica e solar), crise hídrica no abastecimento de água e na geração de energia, novos formatos de família, jovens e o abuso de bebidas cada vez mais cedo e o uso da maconha para fins medicinais (por exemplo, no combate de epilepsias e outras síndromes.

Além de ler jornais e pesquisar em fontes fidedignas sobre esses temas, Fazzolari aconselha exercitar a escrita opinativa, produzindo alguns parágrafos logo após a leitura de editoriais e reportagens. "Se possível, leia aos amigos, pais e irmãos para verificar se o ponto de vista ficou claro. A clareza é um dos aspectos mais importantes nas redações", diz o professor do Porto Seguro. "Seja qual for o tema da redação, ele estará vinculado ao nosso modo de vida, à nossa cultura."

Dicas para uma boa redação

Editorial de jornal:Leia ao menos um por dia. Ajuda a se familiarizar com dissertações e a se manter atualizado.

Tempo de prova: Se você gasta uma hora e meia com a redação, vá reduzindo esse tempo até 70 ou 50 minutos. A prova inteira (redação mais 90 questões) dura cinco horas e meia.

Tema: Na prova, abra na redação e leia os textos de apoio. Sublinhe as palavras-chave e identifique a ideia central. Já pense na intervenção enquanto fizer a leitura dos textos motivadores.

Rascunho: Os professores indicam fazer a redação no rascunho e passar a limpo após resolver as questões. Se for escrever o texto depois, anote ideias que surgirem ao longo da prova.

Letra legível: Se sua cursiva for ilegível, opte pela letra de forma. O texto é escaneado para ser corrigido em computador. Se a letra não for legível, isso pode dificultar o entendimento.

Respeito à norma culta: Não use coloquialismo, abreviações e gírias. Valorize gramática, ortografia e pontuação.

Título da redação: O título não é obrigatório na redação do Enem, mas ajuda o autor a consolidar seu ponto de vista

Estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores contam com mais uma ferramenta online de apoio à produção de textos científicos. Trata-se do Escrita Científica, um site desenvolvido para disseminação de conhecimentos sobre monografias, dissertações e teses. 

O site foi criado pelo Professor Doutor Valtencir Zucolotto, autor de minicursos sobre Escrita Científica e diversos artigos e publicações. O curso é dividido em 8 módulos e conta com vídeoaulas (em português) que explicam cada etapa do trabalho acadêmico, além de apostilas (em inglês). Todo material está disponível para download gratuito no site do Escrita Científica. 

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