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Duas ativistas jogaram sopa contra o vidro blindado que protege a "Mona Lisa" no Museu do Louvre de Paris neste domingo (28), em uma manifestação para exigir o "direito a uma alimentação saudável e sustentável".

O quadro mais famoso do mundo, também conhecido como "La Gioconda" e que é exposto atrás de um vidro de proteção desde 2005, já foi vítima de atos de vandalismo em diversas ocasiões. Em maio de 2022, por exemplo, foi alvo de uma torta de creme, que não afetou a obra.

O Louvre acionou uma unidade de crise e a sala de exibição do quadro de Leonardo da Vinci foi evacuada e passa por uma operação de limpeza.

A ação foi reivindicada, em um comunicado enviado à imprensa, por um grupo francês denominado "riposte alimentaire" (resposta alimentar).

"O que é mais importante? A arte ou o direito a uma alimentação saudável e sustentável?", perguntaram as duas ativistas diante do quadro.

O grupo descreveu o lançamento da sopa como "a largada (de uma) campanha de resistência civil, com uma reivindicação clara que beneficia a todas e todos: a segurança social de uma alimentação sustentável".

Nos últimos meses, diversos ativistas executaram ações contra obras de vários museus em diversos países.

Em outubro de 2022, dois jovens com camisas do movimento "Just Stop Oil" jogaram sopa de tomate na direção da obra "Girassóis" de Van Gogh, também protegido por um vidro, na National Gallery de Londres.

O filme Jurassic Park (1993) fez o ser humano sonhar com a possibilidade de ressuscitar espécies. Quase três décadas depois, desenvolve-se a biologia sintética: não para trazer dinossauros extintos de volta, mas para exterminar animais nocivos.

O filme de sucesso de Steven Spielberg se passa em uma ilha imaginária na região da Costa Rica.

E será em uma ilha que sua primeira experiência científica poderá ser desenvolvida, talvez na próxima década, afirmam especialistas e ativistas do Congresso Mundial da Natureza.

Um mesmo problema afeta 80% das ilhas do mundo: ratos. Eles infestam plantações, comem ovos de pássaros e colocam os ecossistemas locais em perigo.

Há mais de 25 anos, a organização Island Conservation se dedica à erradicação de espécies invasoras, conta à AFP Royden Saah, representante da organização no congresso de Marselha.

A atividade foi realizada com sucesso em duas das Ilhas Galápagos, North Seymour e a ilhota de Mosquera, usando drones e iscas. A tarefa é, no entanto, cara e incerta, e o uso de raticidas pode causar danos colaterais.

"Deveríamos criar um camundongo geneticamente modificado para que suas futuras gerações sejam exclusivamente masculinas (ou femininas)?", questiona a Island Conservation em sua página na Internet.

Saah coordena uma equipe de pesquisadores - GBIRd(Biocontrole Genético de Roedores Invasivos) - com instituições nos Estados Unidos, na Austrália e na Nova Zelândia.

"Ainda não temos o rato", afirma o cientista conservacionista. Mas, "se não investigarmos, não seremos capazes de conhecer o potencial desta tecnologia?", explica.

Saah destaca que apenas os países interessados poderiam eventualmente aceitar uma experiência em campo.

Há quatro anos, os mais de 1.400 membros da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) pediram à organização que criasse um grupo de trabalho sobre o assunto.

O resultado é uma Carta de Princípios sobre o uso da biologia sintética (que inclui a engenharia genética). Discutido em Marselha, o projeto da Carta reafirma o direito de qualquer Estado de proibir atividades, recorrendo ao "princípio da precaução".

- Incertezas consideráveis -

Todos os participantes dos debates no congresso de Marselha reconheceram, sem exceção, que as incertezas são consideráveis.

"Também tenho medo das aplicações potenciais da biologia sintética", declarou o chefe do grupo de trabalho, Kent Redford, ao apresentar as conclusões do grupo em Marselha.

"Existem riscos ecológicos óbvios e preocupações com as modificações genéticas de espécies silvestres", alerta a geneticista e assessora científica da ONG ProNatura, Ricarda Steinbrecher.

ProNatura e Amigos da Terra são algumas das ONGs que soaram o alarme em Marselha. Para estas instituições, a Carta de Princípios não foi suficientemente debatida.

Entre outras razões, os cientistas nem mesmo concordam com os limites exatos da biologia sintética. Um rato modificado ainda pertence à sua espécie, ou é uma nova criação?

Um dos exemplos propostos pelos cientistas a favor da experimentação é recriar o material de um chifre de rinoceronte, para que esse animal escape da extinção.

Mas "as pessoas querem o produto real. São fantasias", diz Ricarda Steinbrecher.

"Não encontrei nada que impeça uma pesquisa mais aprofundada", insiste Saah.

- Mosquitos com malária no Havaí -

O debate é intenso, mas a situação em alguns lugares é igualmente urgente.

Samuel Gon, consultor científico da Nature Conservancy no Havaí, diz que mal pode esperar. A biologia sintética "não é uma opção. Não chegará a tempo de salvar os pássaros" das ilhas, explicou à AFP.

Das mais de 50 espécies de aves de mel conhecidas no Havaí, há apenas cerca de 15, cinco delas em estado crítico de extinção.

O Havaí não tinha mosquitos, mas, entre os que apareceram, no início do século XIX, alguns carregavam malária.

As autoridades conservacionistas havaianas estão prestes a usar uma técnica conhecida para esterilizar os mosquitos, inoculando-os com uma bactéria, a Wolbachia.

- Sonhos com mamutes -

Além da urgência ecológica, alguns cientistas parecem irresistivelmente atraídos por sonhos maiores.

Há alguns meses, um grupo de pesquisadores afirmou ter alcançado a sequência completa do genoma de um mamute de um milhão de anos.

"Os desafios técnicos para conseguir a sequência confiável do genoma das espécies extintas são imensos", adverte o relatório dos especialistas da UICN.

Steinbrecher é ainda mais assertivo. "Temos que aceitar que algumas espécies foram extintas, por mais difícil que seja. O objetivo principal é preservar o que ainda temos", frisou.

Os ecologistas austríacos aprovaram em plebiscito neste sábado, em Salzburgo, o projeto de coalizão com o conservador Sebastian Kurz, levantando o último obstáculo à posse, na terça-feira, de um governo inédito que, segundo eles, deveria “servir de modelo” na Europa.

Reunidos em congresso extraordinário, 275 delegados dos Verdes (Die Grünen) votaram em um ambiente eufórico, com 93,18% a favor do acordo assinado em 2 de janeiro por sua direção com o partido conservador OVP de Kurz, que lhes abre pela primeira vez a porta dos ministérios.

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“A Europa olha para nós, e o que fazemos é importante em escala continental”, declarou seu líder Werner Kogler, que estava satisfeito em poder “enterrar a energia fóssil” e alcançar “a neutralidade do carbono”.

Estas medidas, que conseguiram obter de Kurz e foram saudadas por ONGs de defesa do meio ambiente, “justificam”, segundo os Verdes, as concessões feitas a conservadores em outros campos, como a questão da migração.

Antes de buscar uma coalizão com os social-democratas (SPOE), que alcançaram o segundo lugar nas eleições, Kurz preferiu negociar com os ambientalistas.

Kurz havia formado uma coalizão com o Partido da Liberdade (FPO), de extrema direita (FPO), em dezembro de 2017. Dezoito meses depois, sua aliança eclodiu em um escândalo de corrupção que atingiu o vice-chanceler nacionalista Heinz-Christian Strache.

As legislativas antecipas convocadas em setembro foram amplamente vencidas pelo OVP (37,5%). O FPO, que sofreu um declínio em seus resultados, vai para a oposição.

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