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Com uma crise atrás da outra batendo à porta do Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer confidenciou, nos últimos dias, que não esperava enfrentar tantos percalços no caminho. "Estou cansado de apanhar injustamente", desabafou ele, em recente conversa com um auxiliar. O receio do PMDB, agora, é de que a "tempestade perfeita", composta por problemas tanto na política como na economia, ponha em risco o mandato de Temer.

A Operação Lava Jato abalou a República, deixou o governo na corda bamba e trouxe uma penca de incertezas para 2017, já que, das 77 delações de executivos e ex-diretores da Odebrecht, apenas quatro tiveram o conteúdo divulgado. Até agora, as investigações arrastaram a cúpula do governo e do PMDB para o centro da conflagração política.

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No Congresso, a oposição calcula que, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki homologar os depoimentos, por volta de março, o governo enfrentará mais sobressaltos.

Em público, Temer tenta contornar as dificuldades com palavras, muitas vezes entremeadas por mesóclises. Dono de um vocabulário rebuscado, ele disse que apreciaria não ser "vergastado" (chicoteado) nas redes sociais, mas até hoje não conseguiu reverter o desgaste e vê sua impopularidade aumentar dia após dia. "Dizem que eu ando abatido, mas isso não é verdade. Os desafios me estimulam. Não sou homem de cair de joelhos", afirmou o presidente a um amigo.

Temer começou a escrever um livro. Não é, no entanto, o romance inspirado em sua vida, como já anunciou. Desde o impeachment de Dilma Rousseff, ele tem anotado passagens sobre os seus dias no Planalto, tentando desmistificar a tão falada solidão do poder. Escreve tudo a mão. Até quarta-feira, contou 280 audiências. Supersticioso, não ocupa a cadeira em que Dilma costumava despachar, no gabinete do 3.º andar. Senta-se numa poltrona de couro preto.

Antes da enxurrada de denúncias, das ameaças veladas do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e da deterioração do cenário econômico, Temer revisitou as memórias de Getúlio Vargas, que comandou o País em duas ocasiões (de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954).

"Na política, o adversário nunca é tão adversário que não possa se tornar aliado depois. E o aliado nunca é tão aliado que não possa vir a ser seu adversário amanhã", disse ele, na madrugada de 11 de outubro, citando uma frase de Getúlio. Fez o comentário ao assistir pela TV, no Planalto, à primeira votação na Câmara da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos.

De lá para cá, porém, enfrentou o que define como roteiro "de fel" e a frase sobre a relação entre adversários e aliados ganhou contornos de batalha pela sobrevivência.

Travessia

Sete meses depois de assumir o governo - tratado como "uma pinguela" pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso -, Temer tem incontáveis desafios para completar a travessia até 2018. Um deles está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que nos próximos meses decidirá se houve abuso do poder político e econômico, em 2014, na campanha da chapa liderada por Dilma, da qual ele era candidato a vice. A ação foi movida pelo PSDB do senador Aécio Neves (MG), antes adversário e hoje aliado.

O sinal passou do amarelo ao vermelho com as delações da Odebrecht e preocupa o impacto que elas possam ter no andamento do processo. Se Temer for afastado, a escolha do sucessor será feita pela Câmara, de forma indireta. Uma nova eleição somente ocorreria se a saída fosse até 31 de dezembro.

Um ministro do TSE disse ao Estado que ninguém no tribunal quer "incendiar o País", mas ressalvou que, se o governo ficar insustentável, a cassação da chapa pode ser uma saída.emer repudia as acusações dos delatores. Costuma dizer que elas "não colam" e pede aspas nessa expressão, de tão formal que é. Diz que todas as doações da Odebrecht ao PMDB, partido do qual era presidente, foram declaradas ao TSE.

Corredor da morte

Desde maio, o presidente já perdeu seis ministros, além do amigo José Yunes, que era seu assessor especial. Foram tantas as quedas em tão pouco tempo que já se fala em um "corredor da morte" pós-escândalos no governo.

Temer admite ter errado ao permitir que o então chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, permanecesse "sangrando" no Planalto por uma semana. Avalia que a crise provocada após o então titular da Cultura Marcelo Calero dizer que Geddel o pressionou para atender a seus interesses imobiliários só chegou a seu gabinete porque o ministro resistia a sair.

Foi por isso que, quando o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho citou uma entrega de dinheiro no escritório de Yunes, em 2014, o governo agiu rápido e a carta de demissão não tardou. Agora, não se sabe quem resistirá na reforma ministerial, prevista para fevereiro. A possibilidade de Temer dar ao grupo de Aécio a articulação política causa divergências e tem sido interpretada, nos bastidores, como um gesto que fortalecerá essa ala tucana para a eleição de 2018.

Na tentativa de desviar o foco da agenda negativa, a equipe econômica lançou pacote de medidas para diminuir o desemprego - que atinge 12,1 milhões de pessoas - e melhorar o ambiente de negócios. Sob ameaça de empresários estrangeiros que cogitam desistir de investimentos no Brasil, Temer adotou uma operação de emergência para reduzir os danos da Lava Jato.

"O maior desafio do presidente Temer é a economia. Eu não maximizo tanto as turbulências políticas", disse ao Estado o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Um dos três pré-candidatos do PSDB à Presidência, Alckmin afirmou que o governo "não deve demorar muito" a promover uma queda consistente dos juros, sob pena de a situação se agravar ainda mais, com o aumento do desemprego.

"É preciso confiança para investir e o governo tem em mãos esse instrumento poderoso, que é a possibilidade de diminuir a taxa de juros. Se fosse eu, centraria muito nisso", insistiu o governador. Também citado pela Odebrecht como beneficiário de caixa 2, Alckmin declarou que qualquer conclusão com base em depoimentos não homologados é "prematura".

Impasses

Diante de um cenário nublado por impasses, com delações que podem envolver 200 políticos - entre ministros, governadores, senadores e deputados -, o Planalto já prevê nova leva de crises em 2017. Para evitar que um pedido de impeachment vá adiante contra Temer no Congresso, o Planalto quer a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) no comando da Câmara, mas não pode escancarar sua estratégia.

Maia é visto como homem de confiança do Planalto.O problema é que, além de pendências jurídicas sobre a candidatura de Maia, o Centrão - grupo que reúne 13 partidos - tem pelo menos outros dois concorrentes. Na prática, Temer depende desse bloco para aprovar projetos importantes, como a reforma da Previdência.

"Nós pedimos a renúncia dele por absoluta falta de condições de administrar o País. Esse governo derreteu, acabou", provocou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Os petistas vão insistir na mobilização por novas eleições diretas, embora seja necessário mudar a Constituição para que isso aconteça. "Esta será nossa principal bandeira em 2017. A política se sobrepõe a questões de ordem legal", emendou Costa.

Para o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), Temer atravessará um período de "sangue, suor e lágrimas" e terá de explicar à sociedade, "com mais ênfase", as consequências de não se fazer as reformas propostas. "Ele precisa ser mais líder e menos pacificador", resumiu Cristovam. "Tirar Henrique Meirellesdia 15, Temer ouviu do deputado Mauro Pereira (PMDB-RS) que era necessário ele recorrer a "uns cinco anjos da guarda" para enfrentar 2017. "Cinco? Acho que vou precisar de muito mais. Nem sei de quantos", respondeu o presidente.

O estilo cordial de Temer sempre chamou a atenção. Certa vez, ao visitar o então governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), ele foi logo cumprimentando os seis "convidados" altos sentados à mesa. "Mas Michel, esses são os bonecos de Olinda", interrompeu Jarbas. Foi uma gargalhada só. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As delações da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato e a ação contra a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tornam o cenário para a eleição presidencial de 2018 um dos mais imponderáveis desde a redemocratização do Brasil. Mas, apesar das incertezas e da crescente rejeição da população à classe política, sentimento evidenciado nas eleições municipais, os partidos já começaram o processo de construção de candidaturas que consideram viáveis - e deflagraram as inevitáveis disputas que antecedem o pleito.

Entre os líderes partidários há o temor de que um nome de fora da classe política surja com força e repita o "efeito Donald Trump". Para especialistas, esse cenário, que foi visto em 2016 em São Paulo, com João Doria (PSDB), e Belo Horizonte, com Alexandre Kalil (PHS), dependerá da economia.

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"O cenário atual favorece o surgimento de outsiders, como o apresentador do programa Aprendiz (o empresário Roberto Justus), que se colocou como candidato. Isso é um perigo para o País", disse o consultor Gaudêncio Torquato, um dos mais próximos conselheiros do presidente Michel Temer.

Segundo ele, a Lava Jato pode "sujar a ficha" e contaminar nomes do PSDB, DEM e PMDB. "A crise deixou os potenciais candidatos com o pé atrás. Nesse cenário, a Marina Silva é quem reúne as melhores condições de assepsia política. Ela é uma espécie de Madre Teresa de Calcutá", disse Torquato.

O problema de Marina é a falta de estrutura partidária. Seu partido, a Rede Sustentabilidade, conta com apenas 4 deputados federais, um tempo de TV irrisório, pouco dinheiro do Fundo Partidário e obteve um resultado inexpressivo nas eleições municipais de 2016.

Ele avalia, ainda, que a situação econômica não vai se recuperar até 2018, o que "implodiria" uma eventual reeleição de Temer.

Embora diga publicamente que não será candidato a reeleição, o presidente Michel Temer é tratado por aliados como um potencial candidato em 2018. O projeto depende da recuperação da economia e da disposição do PSDB de apoiá-lo.

Além da ação que corre no TSE, que pode abreviar seu mandato, Temer tem contra si um crescente índice de rejeição e a ameaça de ser implicado na Operação Lava Jato. O presidente foi citado na delação de Claudio Melo Filho, ex-executivo da Odebrecht, que descreveu uma reunião em que o peemedebista teria pedido R$ 10 milhões para a construtora.

Tucanos e petistas - Especialista em pesquisas de intenção de voto, o sociólogo Antonio Lavareda, que atuou em diversas campanhas do PSDB, avaliou que, entre os postulantes que já se apresentaram, o governador tucano Geraldo Alckmin é o que está mais bem posicionado para 2018.

"Ele foi o menos alvejado pela Lava Jato até agora. Além disso, saiu fortalecido da eleição municipal. Está com uma base muito sólida, enquanto (o senador) Aécio (Neves) sofreu uma derrota importante em Belo Horizonte", afirmou.

O governador de São Paulo, no entanto, encontra dificuldades dentro do próprio partido, que ficaram ainda maiores com a recondução de Aécio, seu principal concorrente interno, à presidência nacional da legenda.

Alckmin tem a possibilidade de mudar de partido caso não consiga viabilizar sua candidatura pelo PSDB. A opção é o PSB, sigla do vice-governador de São Paulo, Márcio França.

Oposição

No campo da atual oposição, o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é apontado como o único capaz de reunir a esquerda, mas a situação dele, réu em cinco ações penais, é incerta. "A candidatura do ex-presidente dependerá de questões judiciais. Nesse contexto de terra arrasada, o (ex-ministro) Ciro Gomes (PDT) entra preservado", disse o cientista político Aldo Fornazieri. Diretor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo (ESP), ele atuou em campanhas petistas.

Ciro já corre o País fazendo palestras, principalmente em universidades, onde seu discurso incisivo e crítico é bem recebido entre os estudantes. O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirmou que, após o recesso de fim de ano, as visitas ao circuito universitário serão intensificadas. Além disso, Ciro também deve buscar o setor produtivo, com foco no empresariado do agronegócio. "Já estamos elaborando plano de governo", disse Lupi. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Enquanto em Brasília o senador Aécio Neves e o chanceler José Serra atuam para ampliar o espaço dos tucanos no governo Michel Temer e influenciar a área econômica, em São Paulo o governador Geraldo Alckmin cada vez mais se afasta do Palácio do Planalto e da cúpula do PSDB. Ele adotou internamente independência e um discurso dissonante fora dos muros do partido.

Principal bandeira das bancadas tucanas no Congresso Nacional, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, que coloca um teto no crescimento dos gastos públicos pela inflação do ano anterior pelos próximos 20 anos, foi alvo de críticas do tucano.

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"Se nós vamos ter por 20 anos nada a aumentar acima da inflação, já começa que a saúde é dolarizada e aumenta acima da inflação. Ela tem custos dolarizados. A demanda cresce, a medicina fica mais sofisticada, a população, mais idosa. A conta não fecha", afirmou Alckmin na semana passada após uma cerimônia realizada na sede do Ministério Público Estadual, no centro da capital.

Em outro sinal de afastamento das teses defendidas pela cúpula nacional do PSDB, Alckmin não compactuou com a pressão exercida sobre Temer por mais espaço no governo federal. Ele avalia, segundo um interlocutor próximo, que a Secretaria de Governo, cargo que deve ser entregue ao deputado Antonio Imbassahy (BA), atual líder do partido na Câmara, só trará desgaste.

Para Alckmin, o partido não precisa de mais espaço, mas de mais independência em relação ao governo Temer. "O PSDB é que vai pagar a conta pelo desgaste do governo em 2018. O partido não devia buscar cargos", disse ao Estado o deputado estadual Pedro Tobias, presidente do PSDB paulista.

Durante o processo de formação do ministério de Temer, Alckmin foi convidado a indicar um nome, mas declinou da proposta. Para não deixar sua digital registrada na gestão do peemedebista, fez questão de dizer que a escolha do aliado Alexandre de Moraes para a pasta da Justiça foi uma escolha pessoal do presidente.

Estratégia

Citados por delatores da Operação Lava Jato, os três presidenciáveis tucanos trabalham com estratégias diferentes para chegar a 2018 com chance. Para Aécio e Serra, o futuro está atrelado a Temer.

Com o comando da máquina partidária, o senador mineiro mantém protagonismo e poder de fogo nas negociações com o governo. Serra, por sua vez, está afastado do varejo político, mas tem os holofotes do Ministério das Relações Exteriores. Correndo por fora, Alckmin tem as máquinas paulistana, com seu afilhado João Doria (prefeito eleito), e paulista nas mãos.

Sua postura de apoio crítico deixa uma rota de desembarque desobstruída para 2018. "Disputa interna agora é uma palhaçada. Alckmin está pensando em 2018. Infelizmente não é só ele. O cidadão não está nem aí para isso", diz o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB.

Na cúpula do partido, porém, a ordem unida é pacificar o trio e adiar a inevitável disputa fratricida. "Não haverá cerceamento na disputa. O governador tem grande chance de ser nosso candidato à Presidência", disse o senador José Aníbal (SP), presidente do Instituto Teotônio Vilela, braço de formulação teórica do PSDB.

Mandato

Conhecido pelo perfil discreto, o paulista evitou criticar abertamente o acordo entre seus dois adversários internos que estendeu por mais um ano o mandato de Aécio à frente do PSDB. Aos aliados, porém, disse que seria melhor adiar essa decisão para 2017 e o ideal seria eleger o novo presidente do partido no máximo em janeiro de 2018, e não em maio, como ficou decidido.

Entre os correligionários mais próximos, a avaliação é de que o movimento visou bloquear o plano B do governador, que seria disputar à Presidência da República pelo PSB caso o PSDB lhe fechasse as portas. Pelo calendário original, o segundo mandato de Aécio terminaria em maio de 2017 e ele não poderia se reeleger. Essa seria a oportunidade de Alckmin, fortalecido pelo resultado das eleições municipais, ampliar a influência na máquina partidária.

"Se (a Executiva) fosse em janeiro (de 2018), o novo presidente do PSDB teria mais tempo de articular a campanha presidencial. É mais difícil fazer a sucessão partidária em maio de 2018, às vésperas da eleição", disse o deputado Silvio Torres (SP), secretário-geral do partido, na reunião do Diretório que definiu, na quinta-feira, a prorrogação do mandato de Aécio.

Aliado de Alckmin, apenas ele e o deputado Eduardo Cury, também afinado com o Palácio dos Bandeirantes, votaram contra em um colégio eleitoral formado por 31 tucanos.

"A prorrogação não foi uma coisa boa. Esse era o momento de democratizar essa decisão", disse o deputado Vanderlei Macris (SP), que é ligado ao governador paulista.

Alckmin também diverge de Aécio no formato do processo de escolha do candidato tucano em 2018. Ele quer a realização de prévias entre todos os filiados, enquanto o mineiro prefere um modelo mais restrito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em reunião realizada na tarde desta quinta-feira (15) a direção executiva nacional do PSDB decidiu prorrogar até maio de 2018 o mandato do senador Aécio Neves (MG) na presidência da legenda. Foram 29 votos a favor, dois contra e uma abstenção, do próprio senador mineiro.

A decisão foi tomada após um acordo entre Aécio e o chanceler José Serra e desagradou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Os três tucanos disputam a vaga de candidato ao Palácio do Planalto em 2018.

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Os dois votos contrários foram dos deputados Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB, e Eduardo Cury (SP). Ambos são aliados de Alckmin. Em sua intervenção, Torres tentou reduzir o prazo da extensão do mandato e propôs que Aécio comandasse a sigla até janeiro de 2018, mas foi derrotado.

'Complicado'

Para Aécio, o ano de 2017 será "complicado". "É algo (prorrogação de cargo) absolutamente convergente e que vem retirar da pauta, da agenda de 2017, ano que sabemos que será extremamente complicado, qualquer tipo de disputa e desentendimento dentro do partido."

A reunião, realizada na sede da legenda em Brasília, foi comandada pelo próprio senador. A decisão também contou com a consentimento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que enviou carta à Executiva.

A extensão do mandato consta no estatuto da legenda que prevê, após vencidos os dois primeiros anos, a prorrogação por mais um. Essa não será a primeira vez que um tucano terá a permanência no comando da legenda prorrogada. De 1991 para cá, também recorreram ao estatuto para se manter no cargo os atuais senadores José Anibal (SP) e Tasso Jereissati (CE), o ex-governador Teotonio Vilela Filho e Sérgio Guerra, falecido em 2014.

Com a decisão desta quinta, a escolha da nova cúpula do PSDB deverá ocorrer apenas cinco meses antes da próxima disputa presidencial de 2018. Apesar do calendário apertado, Aécio minimizou qualquer possibilidade de um racha nos meses que antecedem a próxima eleição. "Por mais que haja uma torcida por divisões, nós em todas as eleições presidenciais, sem exceção, caminhamos juntos. Não houve sequer disputa em convenção. Não acredito que isso ocorrerá. A partir do ano de 2017, acho que vai amadurecer dentro do PSDB o sentimento de quem é aquele companheiro que tem as melhores condições de disputar e vencer as eleições", ressaltou senador.

Integrantes da Executiva Nacional do PSDB se reúnem na tarde desta quinta-feira, 15, em Brasília para discutir proposta de recondução do senador Aécio Neves (MG) ao comando da legenda por mais um ano. O mandato do tucano à frente da legenda expira no próximo mês de abril.

Segundo integrantes da Executiva consultados pela reportagem, a proposta é encabeçada por pelos menos 20 diretórios estaduais que defendem a permanência de Aécio no posto até 2018, ano em que deverão ocorrer as próximas eleições presidenciais.

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Além de Aécio, todos os integrantes da Executiva Nacional e dos diretórios estaduais também deverão ter mandatos renovados. Segundo tucanos envolvidos nas negociações, a renovação do comando dos diretórios municipais ainda está em análise.

A permanência de Aécio no comando da legenda é estratégica para que ele consiga obter a indicação do PSDB para disputar a próxima eleição presidencial. Também são citados como potenciais candidatos tucanos para 2018 o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ministro de Relações Exteriores, José Serra. O ministro, no entanto, tem sinalizado apoio à manobra da Executiva.

Na pauta distribuída aos integrantes da Executiva do partido não consta o tema da recondução. O texto cita apenas que será discutida a fixação do calendário eleitoral partidário. Além disso, consta no documento, assinado por Aécio Neves, que será feita a análise da conjuntura nacional e definida as prioridades da ação legislativa/comunicação para 2017.

Integrantes da cúpula do PSDB, principal partido da base aliada, minimizaram ontem os impactos da nova crise política que atingiu o Palácio do Planalto com a queda do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), mas aproveitaram o episódio para reforçar o discurso que tem como horizonte a disputa presidencial de 2018.

"Diante da circunstância brasileira, depois do impeachment precisamos atravessar o rio. Isso é uma ponte, pode ser uma frágil, uma pinguela, mas é o que tem", afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em outro momento, após participar de almoço com Temer, o ex-presidente disse: "Temos de chegar até uma eleição em 2018 e temos de nos unir pelo Brasil".

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O ministro José Serra (Relações Exteriores) evitou dar declarações à imprensa sobre a demissão de Geddel, mas adotou a mesma linha do ex-presidente ao discursar no evento do partido. "Assumimos essa responsabilidade e agora temos de ir até o final. Isso não significa deixar de ter opinião própria. Temos de trabalhar para que linhas corretas sejam adotadas."

Apesar de o partido manter uma atitude "amigável" neste momento com o atual governo, integrantes da cúpula do PSDB, contudo, insistiram no recado eleitoral, afirmando que a legenda precisa estar pronta para a próxima disputa presidencial.

Data

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), chegou a estabelecer uma data para a legenda intensificar a pré-campanha pelo comando do País. "Estamos a partir do 1.º de janeiro, com a posse dos novos prefeitos e atuação no Congresso Nacional, nos preparando para fazer aquilo que é necessário para o Brasil, vencer as eleições e governar o Brasil com decência, com ética, e com eficiência", ressaltou o senador.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tratou a nova crise do governo Temer como uma questão restrita ao âmbito "federal", mas também aproveitou a ocasião para ressaltar que chegou o "tempo do PSDB". "Vitor Hugo (escritor francês do século 19) dizia que nada é mais poderoso do que uma ideia que chega no momento certo. E eu vejo que volta de novo o tempo, o tempo do trabalho, da honestidade, da competência, o tempo do PSDB", afirmou.

Apesar do clima de campanha que tomou o evento em razão da instabilidade do atual governo, Fernando Henrique Cardoso aproveitou a presença de Alckmin, Serra e Aécio, potenciais candidatos presidenciais em 2018, e lembrou da necessidade de união do partido para se chegar à vitória na próxima eleição. "Esses vários líderes têm de ter capacidade de se unir e, aí sim, o PSDB vai dar o próximo presidente da República e vai sustentar essa transição até que em 2018 possamos com tranquilidade dizer: o povo venceu."

Após o encontro, parte da cúpula do PSDB foi recebida para um almoço por Temer, no Palácio do Alvorada. Segundo relatos, percebia-se um clima de tensão no evento."E eu vejo que volta de novo o tempo, o tempo do trabalho, da honestidade, da competência, o tempo do PSDB."

O empresário Roberto Justus não descarta uma possível candidatura à presidência da República em 2018.  Em entrevista a um jornal de circulação nacional nesta segunda-feira (21), o publicitário disse que com a situação atual do país “pode pensar no assunto”. Ele tem sido flertado por algumas legendas. 

“Nunca pensei nessa coisa da política na minha vida. Nunca combinava muito com o um estilo, eu sou uma pessoa um pouco diferente desse mundo político. (sic) Mas, ajudar o país, ajudar a tua nação, se isso for a uma possibilidade, eu posso até pensar no assunto”, afirmou, após participar da primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) com o presidente Michel Temer (PMDB). 

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Roberto Justus afirmou ter mudado de opinião pelo desejo de querer contribuir com a retomada do crescimento do país. “Antigamente, eu nunca admitiria a possibilidade de pensar em alguma coisa nesse sentido, mas ultimamente eu tenho pensado sobre isso. Quem sabe, não sei, porque é uma mudança de vida. É você dedicar a sua vida ao país”, ponderou.

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Em périplo pelo país, após ser derrotado nas eleições municipais em Olinda, Antônio Campos (PSB) vai ao Ceará, no próximo sábado (19), para discutir a conjuntura nacional e as eleições de 2018 com Ciro Gomes (PDT), cotado para disputar a Presidência da República. 

A conversa acontece uma semana após Tonca, como é conhecido no meio político, ir ao encontro do vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), que tenta atrair o apoio do partido a uma possível candidatura do governador Geraldo Alckmin (PSDB) a presidente.   

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O ex-governador do Ceará e irmão de Ciro, Cid Gomes, também deve participar do encontro. Os dois eram do PSB até 2013 quando, por divergências internas, deixaram a legenda e migraram inicialmente para o Pros e depois para o PDT. 

O irmão de Eduardo Campos também já conversou sobre a disputa eleitoral de 2018 com o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB). Antônio Campos é da ala que defende uma aliança do PSB com outro partido para a corrida. Outro grupo, composto pelo prefeito do Recife Geraldo Julio e o deputado federal Danilo Cabral, defendem uma candidatura própria do partido. 

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Iniciando pelo Nordeste as articulações para ser candidato a presidente em 2018, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou, nesta quinta-feira (10), que o Brasil precisa de "disciplina" para se recuperar da atual conjuntura de crise política e econômica. Após ser recebido como ídolo por simpatizantes e militares no início da tarde de hoje, no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife, o deputado faz um discurso reafirmando o desejo de ser conduzido ao Palácio do Planalto e destacou que "quer o bem do Brasil".

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"Quem coloca esta turma em Brasília são vocês. Como pode um país tão rico estar nesta situação? Temos como tirar o Brasil deste ‘Estado de Coisa’. Começamos hoje, aqui no Nordeste, não uma campanha, mas uma movimentação de conscientização. O Brasil precisa de qualidade e disciplina", argumentou, sendo ovacionado pelos seus adeptos durante uma tentativa de discurso.

O presidenciável chega ao estado um dia depois da vitória de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, conquista que segundo Bolsonaro ajuda na difusão da tese de política conservadora no Brasil e a eleger “pessoas boas” em 2018. "Somos cristãos, conservadores, defendemos a posse de arma de fogo para o cidadão de bem, defendemos a família e que o futuro presidente deste país seja de todos", salientou.

Apesar da expectativa positiva, o parlamentar reconheceu a falta de apoio político para disputar o cargo de presidente e disse que será "atacado" por setores da sociedade. "Não tenho governadores, prefeitos, deputados, mas tenho vocês e em 2018, eles perderão. Não adianta drama ou me chamar de fascista, racista e xenófobo só não podem me chamar de corrupto", salientou. "Nós sofreremos ataques, a grande mídia estará contra nós, mas não vencerão a verdade", acrescentou.

Jair Bolsonaro chegou ao estado por volta das 13h30 e assim que apareceu no saguão do aeroporto, as grades de proteção colocadas pela polícia para fazer um corredor montado para a sua passagem foi destruída pela força dos presentes. Membros da Direita Pernambuco, de grupos que defendem o retorno do regime militar e estudantes alinhados a postura política do deputado participaram da recepção. Bolsonaro foi tratado como “popstar” e carregado nos braços ao som de “salvador da pátria”. 

O deputado vem a Pernambuco para participar do encontro anual da Academia Militar das Agulhas Negras que acontece no fim de semana em Porto de Galinhas, Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Antes de seguir para o litoral, ele palestra na tarde de hoje para a Associação dos Cabos e Soldados de Pernambuco e se reúne com o deputado estadual Joel da Harpa (PTN).  

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) desembarca em Pernambuco, nesta quinta-feira (10), para participar do encontro anual da Academia Militar das Agulhas Negras que acontece no fim de semana em Porto de Galinhas, Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Antes de seguir para o litoral, entretanto, o parlamentar se reúne com o deputado estadual Joel da Harpa (PTN) e grupos simpatizantes para articular possíveis estratégias que assegurem sua candidatura à Presidência da República em 2018. 

“Vamos iniciar um debate mais intenso sobre as eleições de 2018. Com a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, Bolsonaro sai fortalecido aqui no Brasil. Eles têm uma aparência igual nos discursos e isso ajuda a endossar uma candidatura de Bolsonaro no Brasil”, salientou Harpa. 

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O deputado federal desembarca no Aeroporto Internacional dos Guararapes – Gilberto Freyre, às 13h30. Segundo Joel da Harpa, grupos simpatizantes a Bolsonaro vão recepcioná-lo no saguão. A expectativa é de que opositores ao militar também compareçam ao local. 

Nessa quarta-feira (9), quando foi divulgada a vitória de Trump nos EUA, Jair Bolsonaro comemorou no Twitter sugerindo que o país seguiria o mesmo caminho no próximo pleito. “Parabéns ao povo dos EUA pela eleição de Donald Trump.Vence aquele que lutou contra ‘tudo e todos’. Em 2018 será o Brasil no mesmo caminho”, disse. 

Conhecido por uma postura favorável ao regime militar, Bolsonaro também admitiu ontem que será candidato em 2018 “gostem ou não gostem”. 

Passado o pleito eleitoral deste ano, cresce a articulação interna dos partidos para as eleições gerais em 2018 e a defesa de candidaturas próprias à Presidência da República. Membros do PSB levantaram a possibilidade nesta semana, colocando a sigla como “uma alternativa de esquerda diante da crise político-econômica” do país. 

Apesar da direção nacional do partido argumentar que é cedo para definir a postura, para o prefeito reeleito do Recife, Geraldo Julio (PSB), eles têm “a possibilidade de lançar uma candidatura própria em 2018, já que é uma eleição muito aberta”. Ele, inclusive, negou que estejam articulando o seu nome para vice numa chapa liderada pelo atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). 

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"A gente deve repetir o que fez em 2014 e apresentar um projeto para o país, apresentar uma candidatura à Presidência... Antes de discutir o nome, precisamos discutir a possibilidade, unificar a posição no partido. Vou levar a ideia de que a gente deve ter candidatura [em 2018]”, defendeu. 

Corroborando, o deputado federal Danilo Cabral argumentou que o PSB ter concluído o pleito municipal como o terceiro partido mais bem votado do país, com 418 prefeitos, endossa a participação da disputa. “A defesa da candidatura própria, além da afirmação política do partido e de uma alternativa para o Brasil, nos protege de ‘ataques políticos especulativos’ que nos diminui”, afirmou. 

Para o deputado, ou o PSB se impõe como uma força política ou será tratado como “puxadinho” político de forças conservadoras.  “Rejeitamos ser e nunca fomos puxadinho do PT. Não é admissível sermos agora puxadinho do PSDB/PMDB”, acrescentou.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, considerou nesta terça-feira, 1, como "irreversível" a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República em 2018. "No quadro político do centro-esquerda no Brasil só sobrou o Ciro. Eu acho que isso vai nos favorecer muito em 2018. O partido não aceitará outra condição, a candidatura do Ciro é irreversível", afirmou Lupi à reportagem.

Segundo ele, entre os partidos que deverão ser procurados para a montagem de uma futura chapa presidencial estão o PT, PTB, PPS e o Solidariedade. "Temos de buscar aliança e aliados que façam um governo popular com compromissos de centro-esquerda", ressaltou o dirigente.

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A defesa de Lupi pela candidatura presidencial ocorre em meio às movimentações de Ciro para atrair alguns governadores do PT, após a derrocada dos petistas nesta eleição municipal. Conforme publicou o jornal O Estado de S. Paulo, o grupo de Ciro tenta convencer governadores do PT a migrarem para outros partidos, que integram seu projeto de 2018. Atualmente, o PT comanda os Estados do Ceará, Bahia, Piauí, Minas Gerais e Acre.

"O Brasil precisa de um projeto nacional de desenvolvimento, com começo, meio e fim, e que, audaciosamente, busque construir um grande entendimento entre quem produz e trabalha. Esse é o projeto que estou montando", afirmou Ciro logo após vitória de seu candidato Roberto Cláudio (PDT) à prefeitura de Fortaleza, ocorrida no domingo.

A 132ª Pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta quarta-feira (19) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), mostra a liderança do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na intenção de voto para eleição presidencial de 2018, tanto na intenção espontânea quanto na intenção de voto estimulada nos cenários para o primeiro turno.

Na intenção de voto espontânea, Lula é favorito para 11,4% dos entrevistados, seguido por Jair Bolsonaro (PSC), com 3,3%, e Aécio Neves, com 3,1%. O presidente da República, Michel Temer, aparece em quarto lugar, com 3% das intenções espontâneas de voto; e Marina Silva (Rede), em quinto, com 2,4%.

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No cenário 1, em que a pesquisa apresentou aos entrevistados como candidatos Lula, Aécio, Marina Silva, Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro e Temer, Lula aparece em primeiro, com 24,8% das intenções de voto, seguido por Aécio Neves, com 15,7% e Marina Silva, com 13,3%.

Em um cenário 2, com Lula, Marina, Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes, Jair Bolsonaro e Temer, novamente Lula aparece em primeiro, com 25,3% das intenções de voto, seguido por Marina, com 14% e Alckmin, com 13,4%.

No terceiro cenário, que teria como candidatos Lula, Aécio, Marina, Bolsonaro, o petista, mais uma vez, ficou na liderança. O ex-presidente da República teria 27,6%, seguido por Aécio, com 18,9%, Marina com 16,5% e Bolsonaro com 7,9%.

2º turno

O levantamento aponta, porém, desvantagem para Lula nas disputas de segundo turno com Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (Rede). A pesquisa trabalhou com vários cenários. Num primeiro que teria Aécio e Lula na disputa, a eleição seria vencida por Aécio, com 37,1% dos votos, contra 33,8% de Lula. Outros 23,7% seriam votos brancos e nulos e a pesquisa ainda aponta 5,4% de indecisos.

Numa disputa entre Aécio e Temer, o tucano venceria o segundo turno, com 38,2% dos votos contra 16,4%. Se o segundo turno tivesse como candidatos Aécio e Marina Silva, o senador do PSDB também seria vitorioso, com 35,4%, e Marina ficaria com 29,5% dos votos. Numa disputa entre Lula e Temer, o petista ganharia o segundo turno, com 37,3%, ante 28,5% de Temer.

O levantamento ainda ouviu os entrevistados sobre a possibilidade de um segundo turno disputado entre Marina e Temer, onde Marina seria vitoriosa com 38,1% dos votos, ante 23,7% de Temer. No cenário disputado entre Marina e Lula, Marina teria 35,8% dos votos e Lula ficaria com 33,2%.

Para 80,3% dos entrevistados, não faz diferença se o presidente da República é homem ou mulher. Já 13% preferem um presidente homem e 5,7%, uma mulher.

A pesquisa CNT/MDA foi realizada de 13 a 16 de outubro. Foram ouvidas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 Unidades Federativas, das cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança.

Sem acordo com a ala majoritária sobre a forma de escolha da nova direção e, principalmente, sobre o rumo que o PT deve seguir para tentar uma reconstrução, dirigentes da esquerda petista já admitem um racha no partido.

A crise na legenda ficou exposta na sexta-feira (14) quando o Muda PT, grupo que reúne as cinco maiores correntes de esquerda do partido, divulgou um documento no qual anuncia a realização de uma série de plenárias em algumas das principais cidades do País.

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O objetivo dos encontros é mobilizar militantes descontentes com o rumo do partido para pressionar a corrente majoritária, Construindo um Novo Brasil (CNB), a não adiar para 2017 a renovação da direção petista.

A primeira plenária será nesta segunda-feira (17), em Brasília, e a segunda no dia 27, em Porto Alegre. Na pauta do Muda PT estão o início, ainda neste ano, dos debates para um congresso nacional que teria plenos poderes para decidir, por meio do voto de delegados, a nova direção, mudanças no programa partidário e a adoção de padrões de conduta ética para todos os filiados.

A CNB tenta protelar a data do congresso para abril do ano que vem e defende a escolha da nova direção por meio de um Processo de Eleições Diretas (PED), conforme determina o estatuto do PT. Em resposta ao Muda PT, a CNB divulgou um texto no sábado (15), no qual reitera a defesa da manutenção do PED.

A divergência pode levar a um racha, admitem dirigentes. "É possível que o grupo que quer PED faça um PED e o grupo que quer um congresso faça um congresso? Não sei. Pode ser. Acho que estão se anunciando rumos diferentes. A outra via pode estar pensando 'vamos nos livrar dessa grande minoria'", disse o secretário nacional de Formação do PT, Carlos Árabe, integrante da corrente Mensagem ao Partido. Para ele, a crise é diferente de outras disputas internas que marcaram a história do PT. "Os melhores momentos do PT foram quando a luta interna dava alguma síntese. Agora não é isso", afirmou Árabe.

Integrantes da CNB estão irredutíveis quanto ao calendário e à forma de escolha da nova direção. "Está tendo um açodamento. (As plenárias da esquerda) Têm como objetivo somente ganhar a direção do PT", disse um dos vice-presidentes do partido, Jorge Coelho. Segundo ele, "uma parte (da esquerda) está se preparando para sair" do PT.

Debandada

Diante da pior crise da história do partido - que perdeu a Presidência após 13 anos, sofreu uma das mais significativas derrotas nas eleições municipais e tem alguns de seus principais líderes presos ou na mira da Justiça por acusações de corrupção -, dirigentes admitem reservadamente que o PT deve sofrer uma nova debandada, agora de parlamentares que temem não se reeleger por causa do desgaste da imagem do partido. Alguns dirigentes calculam que até a metade da bancada petista na Câmara pode deixar o partido.

Em reunião da Executiva Nacional, neste segundo semestre, um dirigente questionou: "Não seria o caso de mudarmos o nome e o símbolo do PT?"

Líderes defendem a criação de uma frente de esquerda com PCdoB, PSOL, PDT e Rede. Em reunião de integrantes da Frente Brasil Popular - formada por partidos progressistas e movimentos sociais - um influente petista sugeriu que a frente passasse a aceitar filiações individuais, para disputar eleições.

Uma das poucas esperanças de manutenção da unidade do PT é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceite presidir o partido por um ano e comande uma reconstrução. Semana passada, no entanto, Lula iniciou uma rodada de conversas com as principais forças do partido. O primeiro grupo a ser recebido foi a CNB. Na ocasião, Lula rejeitou categoricamente a possibilidade de presidir o PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diante do enfraquecimento do PT, aliados históricos da sigla que obtiveram bons resultados nas eleições municipais já falam em lançar candidatos à Presidência em 2018. É o caso do PCdoB e o PDT.

A avaliação de dirigentes das duas siglas é de que hoje o PT tem apenas um nome natural para 2018, que é o ex-presidente Lula, e que essa candidatura poderá ser inviabilizada com o avanço da Operação Lava Jato.

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"Eu, pessoalmente, defendo que o PCdoB tenha um candidato a presidente", disse o deputado Orlando Silva (SP). Ele sugeriu nomes como o governador do Maranhão, Flávio Dino, e do ex-ministro Aldo Rebelo. "Temos de repensar o projeto da esquerda e, para isso, é preciso colocar novos nomes para a sociedade brasileira", defendeu.

O PCdoB conquistou 80 prefeituras este ano frente as 54 de 2012. O crescimento se deve à influência de Dino, que conseguiu eleger 46 prefeitos do partido somente no Maranhão.

Para o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, o crescimento do partido foi o primeiro movimento para consolidar a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes em 2018. "Esse é um cenário irreversível", disse. Para Lupi, chegou a vez de o PT apoiar uma candidato que represente o campo da centro-esquerda.

O PSOL também considera "impossível" apoiar um candidato do PT em 2018, ou mesmo fazer parte de uma frente mais ampla de esquerda para a sucessão. "A frente tem de ser da sociedade, não dos partidos", disse deputada Luiza Erundina, candidata derrotada em São Paulo.

Segundo o deputado Chico Alencar (RJ), a tendência hoje é que o PSOL lance candidato próprio em 2018. O partido comemorou o desempenho nas eleições municipais, apesar de ter eleito apenas dois prefeitos no domingo. A aposta da sigla, no entanto, é que Marcelo Freixo consiga vencer no segundo turno no Rio.

Para o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), a derrota se deve ao momento político e pode ser revertida no futuro. Ele, porém, diz que o partido estará aberto a analisar opções de outras legendas para 2018. "Se surgir alguém com densidade eleitoral, com articulação política para liderar, o PT vai ter que sentar e discutir ", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Triunfo político do governador Geraldo Alckmin, a vitória de João Doria no primeiro turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo trouxe à tona a rivalidade no PSDB. Na legenda tucana, o resultado na maior cidade do País, que fortaleceu Alckmin como possível candidato à Presidência em 2018, precipitou nos bastidores uma disputa que, a princípio, ocorreria somente no ano que vem. Em maio de 2017, o partido vai eleger uma nova direção Executiva Nacional.

O comando do partido é considerado um grande trunfo para a definição do próximo presidenciável tucano.

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Além do governador paulista, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, e o senador Aécio Neves (MG) postulam a indicação do partido como candidato em 2018. Logo após o resultado em São Paulo, Alckmin introduziu o tema sucessão presidencial ao defender as prévias partidárias.

Aécio, que é o atual presidente nacional do PSDB, foi na segunda-feira, 3, na mesma linha. "No nosso estatuto estão previstas as prévias. A prévia pressupõe uma questão para que exista mais de uma candidatura colocada formalmente. Se isso ocorrer, dentro do que estabelece o estatuto do partido, ela deve ser vista como uma oportunidade de um debate democrático", disse o senador em Belo Horizonte.

"Tanto eu, Geraldo (Alckmin), (José) Serra, todos nós estimulamos esse debate, e a prévia pode ser um bom caminho. Mas, neste momento, não é correto nem é justo com as nossas lideranças anteciparmos 2018."

Com o patrocínio do governador de São Paulo, Doria foi eleito com 53% dos votos válidos, na primeira vez que a eleição na capital paulista foi decidida na primeira fase. O empresário não teve apoio do grupo de Serra e somente na reta final recebeu manifestações de outros caciques tucanos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Aníbal (SP). Serra não entrou na campanha.

À coluna Direto da Fonte, do jornal O Estado de S. Paulo, FHC classificou na segunda-feira, 3, o triunfo no primeiro turno mais como "uma vitória pessoal" de Doria, embora beneficie o partido.

Doria fez um discurso conciliador após confirmada sua eleição. Na segunda-feira, 3, o prefeito eleito disse ter estima pessoal por Serra, mas afirmou que não recebeu dele um telefonema de cumprimentos pela vitória.

O ministro, que estava em viagem oficial à Argentina e ao Paraguai, integrando a comitiva do presidente Michel Temer, evitou comentar o assunto. "Eu não tenho interesse (em falar de eleição). Eu sou ministro do governo e estou preocupado com questões de Argentina e Paraguai", afirmou. Questionado se pretendia ligar para Doria, Serra evitou responder diretamente e disse que " muita gente do PSDB deve ter ido para o segundo turno ou ganhado".

Repercussão

Para o vice governador Márcio França, presidente do PSB paulista e operador político de Alckmin no plano nacional, a vitória no primeiro turno "exportou" o governador paulista para o Brasil como o responsável pela maior vitória contra o PT. "Alckmin já é o grande vitorioso de 2016. A eleição de Doria foi a única que teve repercussão nacional", disse.

Doria concorda com a tese. "Não quero nacionalizar, mas não vou negar que a vitória no primeiro turno contribui para o PSDB nacionalmente. A capital do País é a cidade mais importante. É uma reafirmação do PSDB em território do PT. O berço do PT é aqui", disse ao jornal O Estado de S. Paulo na véspera da votação.

Na Executiva Nacional do PSDB, a ideia de antecipar a discussão sobre 2018, porém, é tratada por alguns como "intempestiva" e "inapropriada". "É evidente que o Geraldo se fortalece com a vitória em São Paulo. O Aécio também porque teve resultados bons em Minas, mas a disputa de 2018 está muito longe. Temos que pensar em outubro de 2016. Temos um enorme rio para atravessarmos", disse o vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman, do grupo de Serra.

Cotado para substituir Aécio no comando do PSDB em 2017, o senador Cássio Cunha Lima (PB) também considerou que o partido deve se concentrar, neste momento, nas disputas de segundo turno. "É preciso esperar que se encerre o processo eleitoral. A eleição acabou na principal cidade, mas ainda acontece em várias outras. Não tem lógica fazer uma discussão interna, quando se está num embate externo. É preciso manter a tropa alinhada", disse o senador.

O PSDB ainda disputa o segundo turno em oito capitais: Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Manaus, Porto Alegre, Belém e Porto Velho.

Para se contrapor ao triunfalismo dos aliados de Alckmin, Aécio tentou capitalizar o bom resultado do PSDB nacional. "Essa foi a mais consagradora vitória que o PSDB teve desde 2004, quando já não estávamos no governo federal", afirmou.

Critérios

Além da resistência de alguns líderes em avançar neste momento na discussão sobre a realização de prévias, integrantes da cúpula do PSDB lembram que, até o momento, não há nenhum critério ou modelo definido para a sua realização.

"Se fizermos prévias, vamos ter que estabelecer peso e valor para cada um dos Estados. Não precisamos disso. Aqui o Aécio ganhou na última eleição presidencial por 51% e no segundo turno com 70% do votos. Qual seria o peso de Santa Catarina numa prévia? O peso dos filiados ou eleitoral? Não concordo que seja o critério dos filiados porque aqui o PT nunca ganhou eleição para presidente", disse o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dia depois de o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), lançar o governador do Estado Geraldo Alckmin para a disputa pelo Palácio do Planalto em 2018, o presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves, defendeu, em Belo Horizonte, a realização de prévias para a escolha do candidato do partido ao governo federal no pleito de daqui a dois anos. O parlamentar afirmou que a consulta às bases, tratada pelo tucano como "um belo caminho", deve ser feita caso não haja consenso em torno de algum nome, mesmo sob o risco de racha na legenda.

Aécio, cujo candidato, deputado estadual João Leite (PSDB), disputará o segundo turno na capital mineira, fez nesta segunda-feira, 3, um balanço dos resultados dos tucanos nas eleições de 2016. O senador disse que a vitória em São Paulo foi "extraordinária", mas disse que ocorreram performances "extraordinárias" da legenda também no interior de São Paulo e em Minas. Para o senador, o ideal seria que o candidato a ser lançado fosse o que "chegasse em melhores condições em 2018".

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Para Aécio, "ninguém é candidato de si mesmo". "Há vários nomes qualificados no PSDB. Disputas internas, debates internos, são saudáveis. Na hora da eleição, vamos estar unidos em torno daquele que apresentar as melhores condições de vitória." "No passado, não tive a menor dificuldade em apoiar Geraldo Alckmin, José Serra, e tive o apoio deles". Conforme o senador, além dele, os dois colegas paulistas poderão estar na disputa pelo Planalto em 2018.

Aécio lembrou que as prévias estão previstas no estatuto do partido e devem ser vistas como uma "oportunidade democrática". "Mas, neste momento, não seria justo com nossas lideranças anteciparmos 2018", afirmou o tucano.

Sobre a possibilidade de racha na legenda por conta da consulta ao partido, o senador afirmou haver situação pior do que isso. "Não devemos temer as prévias. Por mais que isso possa gerar uma disputa interna, pior é o cerceamento da oportunidade entre os nomes que possam concorrer."

O tucano disse ainda que o partido vai continuar a apoiar o governo de Michel Temer (PMDB), mas que vai "chegar forte" em 2018. Para Aécio, o presidente tem que governar "sem se preocupar com curvas de popularidade".

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, em publicação nas redes sociais, que a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “lamentável” e “sem provas”.

“É lamentável que uma denúncia sem provas seja feita contra o presidente Lula e sua família. É evidente que esta denúncia atende ao objetivo daqueles que pretendem impedir sua candidatura em 2018”, cravou, em publicação no Twitter.

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Observando a denominação de “comandante máximo” do esquema investigado pela Operação Lava Jato como eleitoral, Dilma também disse que a democracia foi ferida mais uma vez, lembrando do impeachment sofrido por ela em agosto.

“Mais uma vez, a democracia é ferida. Mais uma vez, grave injustiça é cometida sem fundamentos reais. Agora, o alvo é o ex-presidente Lula. Certamente, o ex-presidente saberá se defender e as pessoas de bem saberão reagir”, observou. 

O PSDB iniciou um distanciamento paulatino da gestão do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciar que o peemedebista seria candidato à reeleição em 2018. A informação é da coluna Painel. Segundo o periódico, a ideia é se diferenciar do governo interino para endossar uma nova candidatura do senador Aécio Neves à Presidência.

Conversas de bastidores dão conta de que é preciso fazer desde já “um contraponto ao Michel”. O distanciamento tucano tem preocupado a base aliada do presidente em exercício. O PSDB tem o comando do Ministério das Cidades, com Bruno Araújo, e de Relações Exteriores, com José Serra.

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Ainda de acordo com a coluna, há quem diga que as articulações de Rodrigo Maia para que Temer vá a disputa tem haver com o desejo dele de ser candidato a vice na chapa. Desde que assumiu a interinidade, Michel Temer tem reforçado o discurso de que não pretende disputar em 2018, caso o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) seja concretizado. 

O ato que oficializou a aliança entre PT, PTdoB, PTN, PRB e PTB para endossar a chapa liderada por João Paulo e Silvio Costa Filho, pré-candidatos a prefeito e vice, respectivamente, também serviu para a sinalização de que o senador Armando Monteiro Neto (PTB) voltará a disputa pelo governo de Pernambuco nas eleições em 2018. 

Ao discursar, o deputado federal Silvio Costa (PTdoB), afirmou que o jogo protagonizado pelo grupo de siglas tem “dois tempos”. “Este é um jogo de dois tempos, 2016 é o primeiro tempo, quando o nosso centroavante está de vermelho e preto”, disse referindo-se a roupa de João Paulo, “mas o nosso centroavante de 2018 está de preto e branco”, apontou para Armando. “Perdemos em 2014, mas quem tem talento e faz política com respeito às pessoas sabe que ao final a verdade sempre vence”, completou.

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Apesar disso, Armando Monteiro negou que o acordo já sirva para 2018. Para o petebista, “não existe preço de reciprocidade” na aliança para as eleições municipais. “Esse nosso acordo nada tem a ver com 2018. Aqui não tem preço político. Nós temos absoluta liberdade para caminhar porque o nosso compromisso é oferecer o melhor à cidade do Recife. Hoje é pelo Recife”, destacou. 

Mesmo sem o pressuposto de reciprocidade, o PT, antes de se alinhar ao PTB este ano, havia cobrado uma postura favorável da legenda petebista à candidatura de João Paulo como resposta a participação do partido na disputa de 2014, quando Armando disputou a vaga de governador e João a de senador. 

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