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Cumprindo agenda em Pernambuco para defender o mandato da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenou a forma com que o processo de impeachment foi acatado pela Câmara dos Deputados e o Senado, voltou a afirmar que deve ser candidato em 2018 e se defendeu das acusações que pesam contra ele na Justiça Federal. 

Pontuando que a gestão petista ampliou a possibilidade de investigação e punição dos políticos, Lula lembrou a condução coercitiva contra ele feita pela Polícia Federal e disse ter ficado “muito ofendido” quando tudo aconteceu. “Estão há dois anos investigando e duvido que se ache um empresário a quem eu pedi R$ 10”, cravou em entrevista concedida a uma rádio local, nesta terça-feira (12).

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“Parte da seriedade de investigação que acontece neste país é obra do PT. Já fui prestar depoimento sobre a minha viagem, sobre medida provisória, sobre o depoimento do Delcídio. Acho muitas das perguntas insólitas, mas de qualquer forma sou um cidadão igual a qualquer um, não estou acima da lei. Se eles acham que teve algum problema podem investigar”, acrescentou.

Sobre o processo de impeachment, o líder-mor petista pontuou, ao discursar em Petrolina na noite dessa segunda (11) durante o ato “Semiárido contra o Golpe - Nenhum direito a menos”, que precisa convencer mais seis senadores a votarem contra a deposição de Dilma. “A gente não troca de presidente como troca de roupa. Um presidente tem que ser julgado pelo mandato dele. Dilma tinha três anos de mandato ainda e os caras resolveram reunir uma maioria lá para dizer: vamos derrotar ela. E assaltaram o poder. É um assalto, feito por uma maioria perigosa dos deputados. Dependemos agora de 28 votos”, frisou. 

Ao mencionar o assunto, Lula lembrou que um dos senadores pernambucanos, Fernando Bezerra Coelho (PSB), é de Petrolina, e pediu para que a população vá a casa dele pressionar para que seja favorável à volta da presidente afastada. “Aqui vocês tem um senador, não precisa vocês gastarem muito dinheiro não. Vão na casa dele pedir para que vote contra o impeachment e dizer 'escuta ai companheiro, qual é a tua? Você quer derrubar a presidenta que nós elegemos?'”, salientou.

Diante da possibilidade latente do impeachment ser concretizado, o ex-presidente voltou a prometer que será candidato à Presidência em 2018. “Se o Brasil der certo não voltarei. Estou calejado e direto eu vejo um artigo dizendo que eles têm medo que o Lula volte. Se eles quiserem reduzir os direitos do povo brasileiro a pó, eu digo: não me provoquem, porque eu posso voltar a ser candidato em 2018”, garantiu. 

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Agenda

Nesta terça, quando estava agendada uma visita ao Ceará, Lula permanece em Pernambuco. Ele vai participar da plenária do 2° Conselho Deliberativo Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado Pernambuco (FETAPE) em Carpina, na Mata Norte, a partir das 14h30.  

Amanhã (13), o ex-presidente estará em Caruaru, no Agreste, onde acontecerá mais um ato da “Caravana da Democracia” da Frente Brasil Popular. O evento será na Praça Marco Zero às 10h. Em seguida, ainda em Caruaru, Lula visita e almoça no Assentamento Normandia, do MST.

Já à noite, o petista encerra a viagem a Pernambuco no Recife. Às 19h ele participa da cerimônia de conclusão da caravana, iniciada no último dia 4, na Avenida Rio Branco. No mesmo dia, o ex-presidente embarca para São Paulo.

De passagem pelo Recife neste sábado (18), o senador Álvaro Dias (PV-PR) avaliou o governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e pontuou que a equipe montada pelo peemedebista “não atende aos interesses do país”. Para o parlamentar, a modificação do sistema de governança, segundo ele almejada pelos brasileiros, só se dará caso a população faça uma “escolha feliz” nas eleições de 2018. 

“A composição [do governo] se deu em função da manutenção do impeachment e não atende aos interesses do país. Até imagino que ela deve ser provisória. O sistema adotado [por Temer] é o mesmo do balcão de negócios e isso puxa para baixo a qualidade administrativa do governo”, ressaltou o verde, em entrevista ao Portal LeiaJá

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Indagado sobre a solução para retomar a qualidade administrativa, Dias frisou a necessidade da “mudança deste sistema de governança”. “Isso só vai ocorrer com o voto nas eleições. Precisamos desejar que o governo transitório prepare o terreno para depois darmos um salto de qualidade. Isto, claro, se houver uma escolha feliz nas urnas”, destacou. 

Álvaro Dias é cotado para disputar a Presidência da República em 2018 pelo PV. Questionado se já está se articulando para endossar a candidatura, ele negou. “Defendo a tese de que precisamos superar etapas. É cedo, a população está focada ao impeachment da presidente e na Lava Jato. Depois desta etapa vamos discutir isso. O PV tem a tradição de ter candidato, apresentar o seu projeto ao país é uma responsabilidade que o PV tem repetido e seguramente se repetirá. Vamos deixar o processo chegar mais próximo para analisarmos os nomes”, detalhou.

Impeachments de Dilma e Janot

O verde também analisou a tramitação do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) em curso no Senado. Segundo Álvaro Dias, a comissão especial está apenas “cumprindo formalidades”, mas no Plenário ainda há incertezas. “Lá é fato consumado, estamos cumprindo formalidade. Serão cinco votos de um lado e quinze do outro. No Senado sempre é possível que sim [se reverta o quadro]. Há algumas inseguranças ainda, mas creio que a lógica venha prevalecer, que é a manutenção do voto da admissibilidade e, portanto, o impeachment. Como a diferença é apertada sempre fica a duvida do que possa ocorrer”, pontuou. 

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), também deve analisar esta semana se instaura ou não o processo de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Sob a ótica de Álvaro Dias, a atitude de Renan “é um equivoco”, já que, de acordo com ele, o pedido “foi formulado sem nenhuma base legal ou ética”. 

“Os argumentos são inconsistentes. Ele está procurando cumprir o seu dever. E num momento complexo, de grandes pressões de toda sorte, ele vem cumprindo, procurando ser parcial, independente e com muita ousadia. Devemos valorizar o trabalho do Ministério Público. As instituições assim devem ser valorizadas”, analisou. 

Delação de Pedro Corrêa

Nesta semana, foram revelados os autos da delação do ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP). Na documentação, o pernambucano apontou que Álvaro Dias teria recebido propina do então senador Sérgio Guerra (PSDB), já falecido, para impedir o andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras em 2009. Dias negou e disse que a citação era uma “visível vingança contra alguém que foi o primeiro a denunciar a corrupção” na estatal. 

“Quem faz isto, certamente, não aceitaria qualquer tipo de proposta. E depois, as duas últimas CPIs da Petrobras foram propostas da minha autoria. Isso soa como uma fraude. Isso não é sério. Ninguém teria coragem de me propor qualquer ação ilícita e desonesta, especialmente aquele que é usado para este achincalhe que está no cemitério. Sem desrespeitar a figura do morto, diria que se o falecido vendeu um produto não conseguiu entregar. As pessoas que me conhecem sabem, creio que jamais ele teria coragem de me propor algo ilícito”, afirmou. 

O PMDB oficializou na tarde desta terça-feira (29) o desembarque do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Conduzido pelo vice-presidente nacional e senador Romero Jucá, o encontro decidiu, em menos de 20 minutos, a “saída imediata” dos peemedebistas da gestão federal.  

Ao som de “fora PT” e “Brasil para frente, Temer presidente”, mais de cem membros do diretório nacional participaram da reunião e endossaram a moção que determinou a quebra da aliança entre os dois partidos. O documento foi assinado pelos diretórios do Acre, Bahia, Maranhão, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso, Rondônia, Pernambuco, Piauí, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e Tocantins. 

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O texto, segundo Jucá, requeria “a imediata saída do PMDB do governo, com a saída de todos os cargos e caso não se cumpra a medida a instauração de processos no Conselho Ética”. “A partir desta reunião histórica, o PMDB se retira da base do governo da presidenta Dilma Rousseff e ninguém no país está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do partido. A decisão está tomada”, cravou o vice-presidente nacional do partido.

A votação aconteceu por aclamação e, como esperado, o presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, não participou da reunião. Entusiastas do fim da aliança com o PT, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), o deputado federal Jarbas Vasconcelos e o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Wellington Moreira Franco, conduziram o ato ao lado de Jucá. 

Agora o PMDB que era dono de sete ministérios e mais de 600 cargos, ruma definitivamente para a oposição, contando ainda com o apoio do PSB, que seguiu recentemente para o campo oposicionista. 

A ex-senadora Marina Silva (Rede) aparece na frente em todos os cenários apurados por pesquisa de intenção de voto realizada pelo Datafolha nos dias 17 e 18 de março, para a eleição presidencial de 2018. Ela apresenta de 21% a 24% das preferências dos entrevistados, dependendo de quem seria o candidato do PSDB no pleito.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o político que mais perdeu em intenções de voto entre a pesquisa anterior realizada pelo Datafolha, em fevereiro, e o levantamento de março. Lula perdeu pontos acima do nível da margem de erro em todas as simulações, que consideravam também Marina Silva e um de três políticos do PSDB, no caso o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP).

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Numa das simulações, Lula ficaria em terceiro lugar com 17%, Aécio seria o segundo colocado, com 19%, e Marina lideraria, com 21%. Nesta pesquisa, ele foi quem perdeu mais intenções de voto em relação às anteriores, pois tinha 24% em fevereiro e 27% em dezembro.

A Justiça Federal disponibilizou, nesta segunda-feira (14), a transcrição do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Polícia Federal no último dia 4, quando foi deflagrada a 24ª fase da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. Na oitiva, o petista reafirma não ser dono do Triplex no Guarujá, em São Paulo; diz que será candidato a presidente da República em 2018 e pontua esperar um pedido de desculpas no fim do processo. 

A última fase da Lava Jato investiga a relação de Lula e familiares com empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da estatal. Segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), há indícios de que o petista teria recebido vantagens indevidas como reformas de imóveis, doações ao Instituto Lula e o pagamento por palestras a empresa LILS Palestras. 

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Durante o depoimento, que durou mais de três horas, Lula foi questionado sobre as doações de empresas, como a Odebrecht, ao Instituto. De acordo com o ex-presidente, as doações são a fonte de renda da instituição, mas elas são “sem contrapartidas”. Já sobre as despesas do Instituto, Lula disse que não sabe como funciona e negou intervir em qualquer decisão da coordenação desde a saída da presidência para assumir o comando do país. 

"No instituto hoje eu sou só presidente de honra e você sabe que se um dia você for presidente de honra da Polícia Federal aqui você não representa mais nada, ou seja, então o presidente de honra é um cargo de honra só, eu não participo das reuniões da diretoria, eu não participo das decisões, porque o instituto tem uma diretoria própria", afirmou o ex-presidente.

Sobre o tríplex do Guarujá, Lula disse que se sentia desrespeitado ao ter que reafirmar inúmeras vezes que o apartamento não é seu e pontuou que o Ministério Público de São Paulo terá que comprovar que o imóvel é dele. "Estou participando do caso mais complicado da história jurídica do Brasil, porque tenho um apartamento que não é meu, eu não paguei, estou querendo receber o dinheiro que eu paguei, um procurador disse que é meu, a revista Veja diz que é meu, a Folha diz que é meu, a Polícia Federal inventa a história do tríplex que foi uma sacanagem homérica, inventa história de tríplex, inventa a história de uma off­shore do Panamá que veio pra cá, que tinha vendido o prédio, toda uma história pra tentar me ligar à Lava Jato (...), porque foi essa a história do tríplex", observa.

Lula também conta que será candidato em 2018 para responder os “desaforos” dos que o acusam. “Eu que estou velhinho, estava querendo descansar, vou ser candidato à Presidência em 2018 porque acho que muita gente que fez desaforo pra mim, vai aguentar desaforo daqui pra frente. Vão ter que ter coragem de me tornar inelegível. Porque, é o seguinte, eu tenho uma história de vida, eu tenho uma história de vida”, disse, contando momentos da vida da esposa, Marisa Letícia. 

No fim do depoimento, que contém 109 páginas, o ex-presidente faz um desabafo quando o delegado da PF diz que encerrará a oitiva. “Está ótimo. Eu espero que quando terminar isso aqui alguém peça desculpas. Alguém fale: ‘Desculpa, pelo amor de Deus, foi um engano’”, afirma. Antes disso, ele pontuou que estava “muito p... da vida” com a “cretinice” com ele. 

“Ando muito p... da vida, muito, muito zangado porque a falta de respeito e a cretinice comigo extrapolou. E olha que eu tenho me comportado, tenho tentado manter a linha, vou cumprir tudo que eu acho que tem que ser cumprido, porque nesse país ninguém cuidou mais de fazer lei pra cobrir a corrupção do que nós, ninguém, ninguém. Ninguém”, observou. Depois deste depoimento, o Ministério Público de São Paulo já pediu a prisão preventiva do ex-presidente.

Veja o depoimento na íntegra:

O vice-presidente Michel Temer voltou a dizer nesta segunda-feira (15) que seu partido, o PMDB, “precisa ter” a Presidência da República em 2018, quando haverá eleição para escolher o sucessor da presidenta Dilma Rousseff.

“Nós temos novos prefeitos, vereadores, deputados estaduais, federais, senadores, a presidência da Câmara [dos Deputados], a presidência do Senado, modestamente a Vice-Presidência da República. Nós temos poder político. O que nós precisamos é ter a Presidência da República em 2018″, afirmou o vice-presidente em discurso a peemedebistas em Belo Horizonte.

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Após o discurso, Temer acrescentou, em entrevista coletiva, que “o tempo agora é do PMDB”, mas adiantou que não será o candidato do partido à Presidência da República em 2018.

A ida a Temer a Belo Horizonte é mais uma etapa de uma série de viagens que tem feito pelo país em busca de apoio para sua reeleição para o comando do PMDB. A escolha ocorrerá na Convenção Nacional da legenda, marcada para março.

No fim de janeiro, em Curitiba, na primeira etapa da chamada Caravana da Unidade, Temer já havia dito que o PMDB quer assumir “o poder em 2018, com candidatura própria à Presidência da República”. 

O presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, sinalizou, nesta sexta-feira (29), que seria favorável a uma possível candidatura do deputado Jarbas Vasconcelos à presidência da Câmara Federal. Com um processo pedindo a cassação do mandato do atual presidente da Casa, Eduardo Cunha (RJ), o partido já está procurando um substituto para o carioca. Segundo Temer, Jarbas é “um dos primeiros nomes” da legenda para ocupar o cargo. 

“Até conversei com ele, no passado, sobre isso [a presidência da Câmara]. É um dos primeiros nomes do PDMB, em primeiro lugar. Em segundo lugar, é um nome que sempre dignificou o PDMB de Pernambuco e nacional. Acho que ele daria uma estatura extraordinária para o partido, eu já cheguei a conversar com ele sobre isso”, frisou Temer, em entrevista a imprensa, após participar de um evento para angariar apoios a reeleição dele como presidente nacional do PMDB, na zona sul do Recife. 

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À frente de um partido com posturas divergentes em diversos estados do país – principalmente com relação a aliança com o PT e a postura de Cunha –, o vice-presidente reconheceu a fragmentação do PMDB, mas negou desunião entre os peemedebistas. “O PMDB teve muitas divergências ao longo do tempo e continua divergindo internamente. O que não significa desunião, porque nos momentos mais dramáticos do país, o PMDB sai da divergência para a convergência”, disse.

Apesar de se mostrar satisfeito com a menção de Temer, Jarbas Vasconcelos optou por não se posicionar sobre o assunto antes do desfecho do processo contra Cunha ou uma eventual renúncia. “Eu só discuto isso a partir da saída de Cunha, não vou disputar um cargo que não existe”, afirmou.

PMDB de Pernambuco alinhado com Temer 

Buscando a reeleição como presidente do partido, Temer tem visitado outros estados do país desde essa quinta-feira (28). Ele passou pelos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. Em Pernambuco, apesar das divergências políticas internas, o vice-presidente teve a garantia do apoio das lideranças locais pela recondução ao cargo. 

“Temos que apontar caminhos para o futuro e o PMDB teve a coragem de colocar no papel uma proposta para o país. Fora deste caminho teremos mais sofrimento... Vamos vencer a convenção do PMDB em março porque o senhor ainda terá um grande papel na história contemporânea do nosso partido”, cravou o presidente estadual do PMDB e vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, ao discursar no evento. 

O deputado federal Jarbas Vasconcelos também deixou claro seu apoio à reeleição de Temer. “Não temos porque de forma irresponsável e temerária mexer nesta questão de presidente do partido agora. Quem é do PMDB de verdade e queira se livrar daquilo que é um câncer nacional, que é o PT, deve deixar você na presidência”, pontuou, lembrando que a legenda fará 50 anos nos próximos meses. 

A convenção nacional que vai eleger a nova direção do PMDB acontece no dia 19 de março. O presidente da Fundação Ulysses Guimarães (FUG) e ex-ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, acompanha Temer na caravana do partido. Durante o evento, Michel Temer reforçou o discurso de que o partido precisa ter uma presença significativa nas eleições municipais de 2016 e apresentar uma “ideia ousada” para 2018.

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Caminhada pela Orla de Boa Viagem

Diante da situação caótica que a capital pernambucana estava desde a tarde desta sexta, o vice-presidente e sua comitiva se atrasaram para chegar ao local do evento, que estava marcado para as 17h30 e começou às 20h30. Além de um atraso para sair de Natal, o grupo enfrentou mais de duas horas de congestionamento do aeroporto até o bairro do Pina. A comitiva precisou caminhar um quilômetro, pela orla de Boa Viagem, para chegar ao empresarial na zona sul onde os peemedebistas esperavam.  

A crise do governo Dilma Rousseff e o desgaste do PT obrigaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a antecipar os movimentos em favor de sua candidatura para 2018. Ele ampliou a influência no Palácio do Planalto e a agenda de viagens pelo País - em especial na capital federal - e se expôs mais em entrevistas até sobre temas como as investigações envolvendo amigos e um de seus filhos.

Lula pretende ir a Brasília uma vez por semana, a fim de influenciar nas decisões do governo e preservar o bom relacionamento com lideranças de outros partidos. O ex-presidente não acreditaria que Dilma possa recuperar sua popularidade sozinha e, por isso, resolveu adotar uma estratégia de "redução de danos" para si e para o PT. Mas a tática oferece riscos: na sexta-feira, Lula foi vaiado em evento do movimento negro em Salvador e discursou por menos de 10 minutos.

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"Deixa a gente cuidar da política e da economia e bota ela (Dilma) para viajar", disse Lula a um congressista que goza da confiança do ex-presidente e da sucessora dele. Ainda segundo esse interlocutor, Lula teria deixado transparecer que vai querer tomar conta do governo, sobretudo por considerar que suas últimas ações deram certo.

Desde setembro, o ex-presidente participa das principais decisões do Planalto. A reforma ministerial foi a mais evidente: conseguiu emplacar Jaques Wagner na Casa Civil no lugar de Aloizio Mercadante e, ainda que negue publicamente, tem atuado pela substituição de Joaquim Levy na Fazenda. O ex-presidente também foi determinante para reconstruir a aliança com o PMDB.

Além de defender o aumento do espaço dos peemedebistas de cinco para sete ministérios, Lula costurou um pacto de não agressão com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que enterrou a possibilidade de abrir um processo de impeachment contra Dilma neste ano. Em troca, Cunha obteve a garantia de que o PT não vai atuar para tirá-lo do comando da Casa.

Comunicação

Desde que deixou o Planalto, em 2010, Lula buscou ambientes seguros para aparecer. Passou a discursar só para plateias amistosas em eventos partidários ou palestras contratadas. Deu pouquíssimas entrevistas, a maioria para blogueiros simpáticos ao PT e ao governo.

Nas duas últimas semanas, Lula mudou de estratégia e concedeu duas entrevistas na TV, para SBT e Globo News. Em ambas, tratou de temas espinhosos e abusou de metáforas. Reconheceu erros e admitiu que o PT disse na campanha que não mudaria a economia, mas o governo adotou um ajuste fiscal.

Ao falar das investigações envolvendo o filho caçula, Luís Cláudio, Lula disse que "ele tem de provar que fez a coisa certa." Em outubro, o Estado revelou que a Polícia Federal suspeita de compra de medidas provisórias em favor do setor automotivo editadas a partir de 2009. O advogado que teria intermediado a operação, Mauro Marcondes, conhece Lula desde os tempos de sindicalismo e, em 2014, contratou Luís Cláudio por R$ 2,4 milhões - segundo o caçula, para serviços de marketing esportivo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Secretário de Organização do PSB de Pernambuco e um dos filhos mais velho do ex-governador Eduardo Campos, João Campos tem desconversado quando o assunto é uma possível candidatura dele a vereador do Recife em 2016 ou a deputado federal em 2018. Segundo o socialista, a dedicação ao projeto de conclusão do curso de engenharia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) tem “consumido muito tempo”.

“Não se pode deixar passar cavalo selado, nem montar cavalo sem cela. Não dá tempo nem de pensar nisso [em eleição] agora”, afirmou. O estudante disse estar adiantando as cadeiras na universidade para estar disponível no segundo semestre de 2016.

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Apesar disso, ele não confirmou se o adiantamento seria para apenas contribuir na campanha de reeleição do prefeito ou encabeçar a primeira disputa por um cargo eletivo. “A prioridade do PSB é a campanha de Geraldo”, desconversou aos risos. 

João Campos é visto, nos bastidores socialistas, como o “herdeiro político” de Eduardo.

O senador Cristovam Buarque (PDT) pretende disputar a Presidência da República em 2018. Em entrevista ao site Congresso em Foco, divulgada nesta terça-feira (10), o pedetista confirmou o desejo e disse estar “pronto” para a corrida. Sob a ótica dele, “nenhum político tem o direito, neste momento, de dizer que fica de fora”.

“Nós temos duas crises muito profundas: uma crise circunstancial, conjuntural, momentânea, que é a inflação, o déficit fiscal, a desarrumação que o país vive, que é a recessão; e temos uma outra, que é a de arrumar a casa do Brasil e construir um país diferente”, avaliou. Para o senador, o “Brasil diferente” só será possível quando, por exemplo, existirem projetos no Governo Federal que comemorem quando uma família não precisar do Bolsa Família. 

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Apesar da certeza de que está pronto para o pleito, Buarque terá que disputar a indicação do PDT com o ex-ministro Ciro Gomes. Indagado sobre como pretendia se sobressair diante do cearense, o senador pontuou que não vai mudar seu estilo diplomático. “Preferia que perguntasse a ele como é que, com o espírito aguerrido dele, vai enfrentar um diplomático. Eu não vou mudar meu estilo. Não consigo, aliás, mudar meu estilo. E não vejo por que mudar. Eu vou continuar nesse estilo de composição, de compromisso, de diálogo. E falando manso, como dizem”, garantiu.

Na entrevista, Cristovam ainda avaliou a conjuntura nacional e disse não acreditar na possibilidade de extinção do PT. “Acho que o PT não vai desaparecer. O PT tem uma história, uma militância. Vai entrar, ao meu ver, em um período de diminuição de influência, mas vai voltar. E vai voltar melhor”, observou.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (9), em entrevista a uma rádio da Colômbia, que o grande medo da oposição brasileira atualmente é com a possibilidade de ele voltar à Presidência da República em 2018. Embora já tenha admitido na semana passada em Brasília que poderá ser candidato novamente, Lula evitou dizer na entrevista se será candidato. Ele destacou que estará "muito feliz apoiando um companheiro".

"Agora o grande medo deles é a possibilidade de Lula voltar em 2018. Uma coisa que eu acho loucura, porque ainda faltam três anos", afirmou. Na avaliação do ex-presidente, a oposição está inconformada com a derrota nas eleições de 2014 e, por isso, tem feito tudo para obstruir qualquer possibilidade de a presidente Dilma Rousseff governar com "tranquilidade" e de o PT conquistar a Presidência da República pela quinta vez consecutiva.

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Questionado se será candidato, Lula pregou cautela. "Vamos aguardar. Durante três anos, muitas coisas podem mudar. Sou um político muito prático, prefiro deixar que a sociedade se mova. Vai chegar o momento de ver quem poderá ser candidato", afirmou. "Te digo de coração: irei contra qualquer candidatura que signifique um retrocesso nas conquistas sociais do povo brasileiro. Estarei no campo de batalha de novo para manter as conquistas", acrescentou.

Corrupção

Na entrevista, o ex-presidente também reconheceu que a corrupção interfere na economia, mas é apenas um "ingrediente" da conjuntura atual. "Não é a coisa que pode atrapalhar a economia", disse. O petista destacou que "haverá um momento" em que os brasileiros vão entender que grande parte do processo de apuração da corrupção no Brasil atualmente se deve a mecanismos criados pelo próprio governo.

Lula defendeu que a presidente Dilma Rousseff, como outros presidentes, deve deixar a apuração dos escândalos com a polícia e a Justiça e se concentrar em cuidar da economia brasileira. "Não podemos pôr a culpa (da crise) apenas na corrupção. Ela realmente interfere, mas qualquer governo tem que deixar a corrupção para polícia e se preocupar com a economia", afirmou o petista.

Crise política e econômica

O ex-presidente avaliou que as dificuldades enfrentadas pelo Brasil são "conjunturais" e previu que, embora esteja durando mais que o governo esperava, a crise deve acabar em breve. Para ele, já está "consagrado" que o Brasil terá PIB negativo neste ano. "E necessitamos trabalhar muito para evitar um PIB negativo em 2016". Lula voltou a defender medidas para estimular o mercado interno, como a concessão de crédito para população, indústria e, sobretudo, pequenas empresas.

O petista avaliou ainda que a crise política deve ser solucionada em breve, após a presidente Dilma ter recomposto sua base aliada no Congresso. Ele se referia à reforma ministerial, na qual a petista deu mais espaço ao PMDB, partido com as maiores bancadas no Congresso e o comando das duas Casas. "Penso que ela vai conseguir agora aprovar as medidas importantes do cumprimento do ajuste fiscal para que o Brasil possa voltar a crescer em 2016", disse.

Nem bem foi deflagrado o processo para as eleições de 2016 que já tem quem vislumbre alguns cenários para as eleições de 2018, onde estarão em jogo, além da cadeira de governador, duas vagas no Senado, e neste processo, que aparenta estar distante, muita gente já se considera na fila para as duas vagas no Senado na chapa de reeleição de Paulo Câmara.

É impensável, por exemplo, que o governador Paulo Câmara, que diga-se de passagem, está tomando muito gosto pela política, abdique da reeleição. Portanto, com a cabeça de chapa mantida, surgem vários nomes para as duas vagas. Dentro da Frente Popular existem vários interessados, ainda que neguem de pés juntos que estejam de olho. São eles: os deputados Jarbas Vasconcelos, Mendonça Filho e Bruno Araújo, os secretários Felipe Carreras, André de Paula, Antonio Figueira e Danilo Cabral, os prefeitos Elias Gomes e Geraldo Julio, a ex-primeira-dama Renata Campos e correndo por fora os ministros do TCU Ana Arraes e José Múcio Monteiro.

Todos eles possuem uma importância significativa na engrenagem que sustenta o governador Paulo Câmara, e estariam igualmente aptos para representar Pernambuco no Senado Federal. Mas como existem apenas duas vagas, é prudente considerar alguns cenários para proferir qualquer prognóstico.

Num cenário de recuperação econômica do país, considerável aprovação do governador Paulo Câmara e mantida a aliança do PSB com o PSDB nacional visando 2018, ficaria mais plausível as candidaturas do secretário da Casa Civil Antonio Figueira pelo PSB, considerado hoje um dos principais auxiliares do governador sendo, inclusive, um dos seus maiores conselheiros e o PSDB indicando um segundo nome, que poderia ser o deputado federal Bruno Araújo, que possui grande interlocução com a cúpula do PSDB nacional, ou o prefeito de Jaboatão dos Guararapes Elias Gomes, que em 2016 assumirá a presidência estadual do PSDB, e caso eleja o sucessor, terá um forte capital político para reivindicar a vaga de senador.

Já num cenário mais complexo, com a política estadual em ebulição e um risco considerável para a reeleição de Paulo Câmara, o governador poderá ter que recorrer mais uma vez a força do eduardismo em Pernambuco, lançando para uma vaga de senador a ministra Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos, ou a viúva de Eduardo, Renata Campos. Na outra vaga, Paulo precisaria da liderança inquestionável do ex-governador Jarbas Vasconcelos pra dar a retaguarda necessária para pavimentar sua reeleição.

Vale salientar que para a tropa se manter unida em 2018, a Frente Popular precisa da vitória de Geraldo Julio no Recife em 2016. Geraldo poderia também ser um dos nomes ao Senado, caso seja reeleito, mas até por uma questão de respaldo político que o cargo executivo permite e também para facilitar a negociação da chapa majoritária de reeleição do governador, é provável que o prefeito socialista cumpra os quatro anos de mandato. Daqui até 2018 pode acontecer tudo, inclusive nada, mas não custa nada especular.

OAB - Em pesquisa realizada pelo Ipespe e divulgada ontem, o candidato Ronnie Preuss Duarte, apoiado pela situação, aparece disparado na liderança com 46% das intenções de voto, seguido por Jefferson Calaça com 25% e Emerson Leônidas 7%.  A eleição acontecerá no dia 19 deste mês, os advogados de Recife e Olinda votarão no Classic Hall.

São Paulo - O Datafolha divulgou ontem uma sondagem sobre a disputa pela prefeitura de São Paulo no ano que vem. O deputado Celso Russomanno (PRB) figura na liderança com 34% das intenções de voto, seguido pela senadora Marta Suplicy (PMDB) e pelo apresentador José Luiz Datena (PP), ambos com 13%. O prefeito Fernando Haddad (PT), que buscará a reeleição, tem apenas 12%.

Anchieta Patriota - Suplente de deputado estadual com 31.253 votos, o secretário executivo de Articulação Política Anchieta Patriota (PSB) pode não disputar a prefeitura de Carnaíba no ano que vem. Anchieta precisa que oito deputados se elejam prefeitos no ano que vem para assumir efetivamente o mandato. Nas contas da Alepe, existem mais de dez candidatos a prefeito, com chances de seis a oito se elegerem.

Cozido - O deputado federal Jarbas Vasconcelos oferecerá no próximo sábado o seu famoso cozido na sua casa de praia do Janga para toda a bancada federal. Dos 25 deputados federais, apenas quatro não confirmaram presença no evento, que deverá mais uma vez demonstrar o prestígio político do ex-governador de Pernambuco.

RÁPIDAS

Fernando Monteiro - O deputado federal Fernando Monteiro será uma das estrelas das inserções do PP que serão veiculadas até o dia 14 de novembro. Na peça publicitária Fernando destaca as ações de combate à seca realizadas ao longo do seu mandato na Câmara dos Deputados.

Eduardo Cunha - Foi aberto ontem o processo no conselho de ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar contra o presidente Eduardo Cunha. O relator deverá ser o deputado Fausto Pinato (PRB/SP). Fausto foi eleito com apenas 22 mil votos porque é do mesmo partido de Celso Russomanno, que obteve mais de 1,5 milhão de votos e acabou lhe puxando.

Inocente quer saber - Quando o deputado Jarbas Vasconcelos chamará o prefeito Geraldo Julio para selarem

As prováveis candidaturas para presidência em 2018 não estão sendo bem avaliadas pela população brasileira. De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Ibope, divulgado nesta segunda-feira (26), dos seis mais cotados, cinco foram rejeitados por mais de 50% da população. 

Indagados em quem não votariam de jeito nenhum, 55% dos eleitores apontaram o ex-presidente Lula (PT); 54% o senador José Serra (PSDB); 52% o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); 52% o ex-ministro Ciro Gomes (PDT); 50% a ex-senadora Marina Silva (Rede) e 47% o senador Aécio Neves (PSDB). 

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Apesar disso, ao responderem em quem os eleitores votariam com certeza, Lula também aparece como o mais citado, por 23%; depois Aécio, com 15%; Marina 11%; Serra 8%; Alckmin 7% e Ciro 4%. 

O levantamento foi realizado entre os dias 17 e 21 de outubro e tem o nível de confiança de 95%.

A três anos das eleições majoritárias de 2018, o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), disse nesta quarta-feira (9) que a legenda terá candidato próprio na disputa por cargos no Executivo. Durante café da manhã com jornalistas esta manhã, o deputado evitou citar nomes, mas admitiu que o ex-ministro Ciro Gomes é uma das apostas fortes do partido. O PDT anunciou, em agosto, independência em relação à base governista no Congresso.

“Temos ainda três anos e meio para o encerramento do governo. Se a gente migrar para uma oposição ferrenha a gente não vai contribuir para um Brasil administrável. Temos que continuar divergindo, por dentro, apresentando alternativas e ajudando o Brasil a não ficar no caos. Não apostamos no quanto pior melhor”, destacou.

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Ciro Gomes e o irmão Cid Gomes são os políticos que mais recentemente anunciaram a filiação ao partido, criado por Leonel Brizola. Figueiredo também citou o nome do senador Cristovam Buarque (DF). “É um nome que todos respeitamos. Além da fundamentação política em educação ele poderia fazer uma reflexão sobre a área econômica”.

André Figueiredo afirmou que o relacionamento com a presidenta Dilma Rousseff “é o melhor possível” e que o PDT não ingressará em um movimento pró-impeachment. “Não ingressaremos no movimento do impeachment. Consideramos um golpe. Não vemos fatos ou indícios para que justifique que se deflagre uma operação de crime de responsabilidade”.

Ministério do Trabalho

Ele disse que o partido ainda não deixou o Ministério do Trabalho, ocupado por Manoel Dias, em função de um pedido feito pela própria presidenta, mas que a saída de Dias poderá ocorrer quando o governo anunciar a próxima reforma ministerial.

Mesmo ao destacar as boas relações com o Planalto, o líder disse que o partido enfrenta dificuldade de relacionamento com a base na Câmara dos Deputados. Ele citou divergências em relação a matérias recentes, como a que elevou a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos para 20%. Durante votação em plenário, o PDT apresentou uma emenda para tentar aumentar a cobrança para 35%.

“Seria mais que justo os bancos, que estão auferindo lucros inéditos em termos de montantes, darem contribuição maior”, defendeu. Para o deputado, a medida indica um caminho alternativo para as previsões de déficit nas contas do próximo ano. “Quisemos na semana passada mostrar que existe um caminho para isso, que é tributar quem ganha muito”, acrescentou.

O PT vai propor "uma nova política de alianças", ancorada por uma frente de partidos e movimentos sociais, para disputar a sucessão da presidente Dilma Rousseff, em 2018. A proposta consta do documento intitulado "Declaração de Salvador", que será apresentado no 5º Congresso do PT, de quinta-feira, 11, a sábado, 13, na capital baiana.

"O programa de reformas estruturais pressupõe o estabelecimento de uma política de alianças voltada para a construção de uma frente democrática e popular, de partidos e movimentos sociais, do mundo da cultura e do trabalho, baseada na identidade com as mudanças propostas para o período histórico em curso", diz o texto, obtido pela reportagem.

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De autoria da chapa que abriga a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), grupo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, majoritário no PT, o documento ainda poderá receber emendas, mas o seu teor já foi negociado pelo presidente do partido, Rui Falcão, com várias tendências internas.

A ideia do PT é criar um fato político de impacto com a proposta, para desviar o foco do ajuste fiscal, da crise e dos escândalos de corrupção que abalam a imagem do partido. Provável candidato à sucessão de Dilma, Lula tem simpatia pela Frente Ampla do Uruguai. Mas, para adotar o modelo no Brasil, é necessário mudar o sistema político-eleitoral.

Dirigentes petistas negam que o objetivo da proposta seja encobrir a sigla PT, diante das dificuldades enfrentadas pelo partido.

"(...) Nossa proposta é a constituição de uma nova coalizão, orgânica e plural, que se enraíze nos bairros, locais de estudo e trabalho, centros de cultura e pesquisa, capaz de organizar a mobilização social, o enfrentamento político-ideológico, a disputa de hegemonia e a construção de uma nova maioria nacional", descreve a primeira versão do documento, que será apresentado no formato de resolução final do congresso petista.

O texto afirma que o PT "não economizará esforços" para ajudar a reunificar os movimentos que tornaram possível a reeleição de Dilma, em 2014. Faz, ainda, uma autocrítica, sob a alegação de que tanto o partido como o governo erraram ao não enfrentar a mídia "monopolizada" e o poder econômico, deixando-se contaminar pelo "primado aliancista", que "reforçou a tendência" de converter o partido em braço parlamentar do governo.

"A estratégia da frente é nosso caminho para firmar uma nova aliança social, que incorpore setores novos e tradicionais da classe trabalhadora, das camadas médias, da intelectualidade e do empresariado simpático ao nosso projeto nacional", diz um trecho da proposta de resolução, que passará pelo crivo do 5º Congresso.

Um parágrafo do texto, ainda em discussão por fazer uma referência indireta ao PMDB, diz que "setores dos partidos de centro, além de expressarem (...) o receito da intensificação do protagonismo popular, sinalizado pelo segundo turno da eleição presidencial de 2014, também se sentiram mais à vontade para recompor um bloco com as forças de direita em um momento de dificuldades para o PT e o governo da presidenta Dilma Rousseff".

Apesar das mudanças que ainda podem ser feitas, tudo indica que os principais pontos do texto serão aprovados, uma vez que a chapa de Falcão tem 429 (52,62%) dos 800 delegados do encontro.

No documento, não há críticas ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e muitos dos problemas enfrentados pelo governo na economia são debitados na conta da crise internacional. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta segunda, 8, Dilma considerou "injustas" as críticas a Levy e disse que ele não deveria ser transformado em "judas" no encontro do PT.

"(...) Diante do cenário atual, em que o mundo sofre as consequências do terremoto da crise global do capitalismo, o PT vem a público apresentar propostas de superação das dificuldades do momento, ao tempo em que nos fiamos na determinação e competência do governo da presidenta Dilma para nos liderar nessa travessia", destaca a proposta de resolução final.

A cúpula do PT convocou o 5º Congresso para corrigir rumos em meio à maior crise dos 35 anos do partido. Na "Declaração de Salvador", os petistas dirão que o País precisa de "um novo programa para um novo ciclo de desenvolvimento, cujo núcleo fundamental é a transformação do sistema tributário, regressivo, injusto, concentrador de renda e riqueza".

O PT defende o que chama de "reversão da política de juros" altos, a instituição do imposto sobre grandes fortunas, sobre grandes heranças e sobre lucros e dividendos, sob o argumento de que só assim é possível "alavancar o modelo de desenvolvimento sustentável com justiça social".

Além disso, o partido também vai propor a volta da CPMF, o imposto do cheque, como uma nova fonte de financiamento à saúde, e a mudança das alíquotas do Imposto de Renda, com elevação do atual teto (de 27,5% para quem ganha mais de R$ 4,463 mil mensais), a fim de aliviar "a carga tributária sobre a produção e a maioria dos assalariados e onerar os grandes patrimônios e a grande riqueza".

Seguindo a recomendação de Lula, o PT vai tentar substituir as críticas ao governo Dilma e ao ajuste fiscal pela "esperança"de dias melhores. "Cometemos erros, mas é fundamentalmente por nossas virtudes que as forças conservadoras nos atacam e almejam nossa destruição", afirma o texto da chapa de Falcão. "Não aceitam que a classe trabalhadora e seu principal partido estejam no comando do País, enfrentando o legado de opressão e desigualdade gerado em séculos de dominação, violência, privilégios e preconceitos".

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Armando Monteiro Neto nunca escondeu de ninguém o sonho que acalentava de ser governador de Pernambuco. Por duas vezes acabou adiando o sonho de disputar. Primeiro em 2006 para apoiar Humberto Costa, depois em 2010 para apoiar a reeleição de Eduardo Campos tendo sido um dos senadores na chapa. Acabou se elegendo como o senador mais votado daquele pleito.

Então desde que assumiu o mandato em 2011 que se movimentou visando à eleição de 2014 para o governo de Pernambuco. Certa vez, numa conversa com a imprensa cheguei a perguntar ao senador se ele conhecia o retrospecto das eleições no estado, e se ele tinha visto algum senador virar governador. Armando silenciou e disse que o projeto dele independia de retrospecto.

Nas eleições de 2014 começou liderando todas as pesquisas, chegando a abrir mais de 30 pontos de vantagem sobre o então candidato Paulo Câmara. Mas uma decisão equivocada começou a ruir a sua campanha, que foi retirar os cavaletes da região metropolitana no intuito de frear a avalanche de material do seu adversário Paulo Câmara.

A decisão, conforme havia alertado nesta coluna, se mostrou ineficaz e um verdadeiro tiro no pé. Veio a morte de Eduardo Campos e com ela o sepultamento das chances, que já eram remotas, de Armando Monteiro ser governador de Pernambuco.

Porém, mesmo perdendo a eleição por uma vantagem considerável, Armando assumiu um dos maiores ministérios do governo Dilma Rousseff. Mesmo num cenário de crise, teria condições de transformar o limão numa limonada, tal como fez Eduardo Campos em 2004 com o modesto ministério da Ciência e Tecnologia.

A verdade é que Armando Monteiro parece que perdeu o gosto para a política. Não aparece na mídia nacional, bem menos na local, tem evitado se movimentar politicamente e isso é muito ruim, porque mesmo tendo perdido a eleição, ainda lhe restam quatro anos como senador da República e ocupa um dos maiores ministérios do governo federal.

Além disso, ele precisa ser o grande líder da oposição ao PSB em Pernambuco caso ainda queira disputar o governo novamente ou até mesmo se reeleger para o Senado da República. Portanto, seria fundamental aparecer na mídia, retomar a agenda no interior e dialogar com a sua base política. A menos que ele não queira mais a prerrogativa de ser o antagonista do projeto hegemônico do PSB em Pernambuco. Caso seja esta a decisão de Armando, a oposição pernambucana fica órfã de líder no estado.

Cisape – O Consórcio Intermunicipal do Sertão do Araripe (Cisape) divulgou uma moção de apoio ao prefeito de Araripina Alexandre Arraes (PSB), que foi presidente da entidade. Para os integrantes do consórcio, o prefeito é um homem íntegro, probo, responsável e ético, e tudo será esclarecido da melhor maneira possível.

Reestruturação - Praticamente dizimado de Pernambuco nas eleições de 2014, o Partido dos Trabalhadores, liderado pelo senador Humberto Costa tenta juntar os cacos para começar uma reestruturação do partido no estado. Neste final de semana Humberto estará em Petrolina para se reunir com os militantes do partido e tentar traçar uma estratégia para 2016.

Jaboatão dos Guararapes - Com poucas chances de ganhar a eleição para prefeito do Recife porque tem como adversários os favoritos Geraldo Julio que busca a reeleição e Daniel Coelho, João Paulo estuda disputar a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes em 2016. Foi em Jaboatão que João Paulo disputou a sua primeira eleição majoritária em 1992, mas acabou não se elegendo.

Prorrogação - O relator da comissão especial de reforma política deputado Marcelo de Castro (PMDB/PI) apresentará uma proposta de prorrogação do mandato dos prefeitos e vereadores que serão eleitos em 2016 pra 2022, onde teríamos a unificação das eleições. Caso seja aprovada, os prefeitos e vereadores eleitos no ano que vem terão seis anos de mandato.

RÁPIDAS
10 anos - Caso a proposta de prorrogação dos mandatos passe e o prefeito Geraldo Julio seja reeleito, ele ficará dez anos no cargo de prefeito do Recife. Seria o primeiro prefeito a passar uma década comandando a capital pernambucana.

Roberto Jefferson - O ministro do STF Luis Roberto Barroso, relator do processo do Mensalão, autorizou o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) a cumprir a sua pena em regime domiciliar. A progressão da pena teve parecer favorável do procurador-geral da república Rodrigo Janot.

Inocente quer saber - O deputado Lucas Ramos vai tentar a indicação do PSB pra disputar a prefeitura de Petrolina?

Desde que bateu boca com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no plenário da Casa e acabou demitido pela presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro da Educação Cid Gomes (PROS) mantém-se recluso em seu apartamento em Fortaleza. Mas seus aliados avaliam que a repercussão do episódio, considerada positiva, especialmente nas redes sociais, para a imagem do ex-ministro, pode levá-lo a "voos maiores". Já existe em seu grupo quem acredite que Cid poderá repetir trajetória do irmão Ciro Gomes e ser candidato à Presidência da República em 2018.

"Cid se cacifou para voos políticos maiores", diz o deputado estadual Wellington Landim (PROS). "A sociedade pede mudança e renovação e o Cid pode falar para eles." Ciro Gomes foi candidato pelo PPS à Presidência em 1998 e em 2002.

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Para os aliados do ex-ministro, Cid saiu do ministério com a imagem de que tem coragem de falar a verdade e que não está disposto a qualquer atitude para ter cargos públicos. "Se a condução dele no ministério mostrou sua grandeza como gestor, a atitude o fez maior ainda, pois isso demonstrou desapego", defende o prefeito de Sobral, berço político da família Gomes, Clodoveu Arruda (PT).

Na quarta-feira passada, 18, Cid foi ao plenário da Câmara convocado pelos deputados para explicar declaração de que a Casa tinha "de 300 a 400 achacadores", feita há quase um mês num evento fechado em Belém. A sessão transformou-se em intenso bate-boca e o ex-ministro chegou a apontar Eduardo Cunha e dizer que preferia "ser acusado de mal educado do que ser como ele, acusado de achaque". Do Congresso, Cid foi diretamente ao Palácio do Planalto, de onde saiu já fora do cargo de ministro.

No dia seguinte, o ex-ministro da Secretaria dos Portos no primeiro governo Dilma Leônidas Cristino (PROS-CE), aliado dos Gomes, publicou artigo na imprensa local em que disse que a sociedade deveria "agradecer" a Cid: "As instituições republicanas e a própria democracia devem agradecê-lo pela atitude", escreveu. "Antes de ser interpretada como um ato de arrogância, afronta ou petulância, a forma como agiu na sessão representa muito mais um alerta ao Poder Legislativo."

Cid Gomes ganhou o apoio nas redes sociais após o bate-boca no Congresso. Simpatizantes se organizam para defender a renúncia do presidente da Câmara em protestos convocados pela internet para o dia 12 de abril. A convocação está sendo feita pela página "Eu exijo a renúncia do Eduardo Cunha", compartilhada por Ciro Gomes na última sexta-feira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A família Campos pode estar novamente na disputa pela Presidência da República em 2018. De acordo com informações divulgadas, nesta quinta-feira (12), pelo jornalista e colunista Cláudio Humberto a viúva do ex-governador Eduardo Campos, Renata Campos, pode ser a vice do ex-presidente Lula (PT) no seu eventual retorno ao Palácio do Planalto. 

A provável indicação de Renata, de acordo com a publicação, vem da alta cúpula PSB. A legenda aposta no poder de articulação da ex-primeira-dama para garantir o espaço socialista no comando do país. Auditora do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Renata Campos sempre foi conhecida como a principal conselheira do marido, durante os sete anos quatro meses em que esteve à frente da gestão estadual. 

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Amiga de Lula, por intermédio de Campos, Renata também é conhecida por seu perfil discreto e já foi apontada, em agosto de 2014, como um dos principais trunfos do PSB para o pleito presidencial após a morte do ex-governador. No entanto, a socialista optou por se dedicar a campanha local e a cuidar do filho mais novo do casal, Miguel, que é portador de síndrome de Down. 

Lula chegou a tratar sobre o cenário político local e nacional com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), na última quinta-feira (5). Até agora não se sabe se o assunto de Renata Campos para vice foi tratado durante o almoço entre os dois. A aproximação, segundo socialistas, seria um sinal de agradecimento pelo empenho do petista por Pernambuco. O próprio governador chegou a afirmar, nessa quarta (11), que o encontro dele com Lula tinha sido o primeiro de muitos que virão. “Fui conversar com Lula e pretendo conversar outras vezes. É um pernambucano que ajudou muito o Brasil e Pernambuco”, declarou. 

O polêmico deputado federal do Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro (PP), conseguiu se reeleger como o candidato mais votado, no pleito de 2014, e almeja algo maior em 2018. Ele pretende lançar sua candidatura à presidência da República, nem que para isso precise mudar de legenda. “Sou de direita mesmo e não tenho vergonha de dizer. Vou disputar o Planalto. Se meu partido não me apoiar, mudo de legenda para concorrer”, ressaltou o deputado.

Bolsonaro é conhecido por defender temas polêmicos, como redução da maioridade penal e defesa do trabalho forçado para os presidiários. Ele também é visto como portador da postura homofóbica e autoritária. O deputado promete ser uma pedra no sapato do próximo candidato do PT. “Podem me chamar de maluco, de homofóbico. Mas eu tenho propostas. Se tivesse sido candidato, não teria dado sossego para a presidente Dilma nos debates e não darei para o Lula se ele for o candidato em 2018”, pontuou.

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De acordo com o político ele pretende angariar os votos da população insatisfeita com a administração petista. “A maioria dos eleitores que votou no Aécio Neves fez isso por ser antipetista. Inclusive, eu. Quero ser essa alternativa”, concluiu Bolsonaro.

O primeiro-ministro russo Vladimir Putin - também candidato presidencial favorito a vencer as eleições de domingo - ainda não decidiu se irá concorrer a um novo mandato de seis anos de 2018, informou, nesta sexta-feira, a agência de notícias estatal RIA Novosti, citando o premiê.

"Eu não sei se eu quero ficar aqui por 20 anos", disse Putin na quinta-feira, durante reunião com editores de diversas publicações noticiosas estrangeiras. "Eu ainda não decidi sobre isso", completou. Putin chegou ao poder em 2000 e cumpriu dois mandatos de quatro anos como presidente. As informações são da Dow Jones.

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