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Os Estados Unidos sugeriram nesta quinta-feira (21) que o ex-presidente da Bolívia Evo Morales deve permanecer à margem nas próximas eleições no país andino, que Washington disse que devem ser "livres, justas e inclusivas".

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, prometeu o apoio dos Estados Unidos ao governo de transição liderado por Jeanine Áñez, que assumiu depois de Morales renunciar, pressionado após as eleições questionadas de 20 de outubro.

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"Admiramos o povo boliviano por defender sua Constituição, sua democracia e suas eleições livres, justas e transparentes", disse Pompeo em um comunicado.

"Aos que participaram das escandalosas irregularidades e da manipulação dos votos nas fracassadas eleições de 20 de outubro devem, pelo bem da Bolívia, se afastar e deixar que os bolivianos reconstruam suas instituições", afirmou Pompeo, em um comunicado.

Morales, o primeiro presidente indígena da Bolívia, que mantinha relações turbulentas com os Estados Unidos, buscava um quarto mandato. Acusado de manipular os resultados das eleições, o presidente renunciou em 10 de novembro sob pressão de seus oponentes e das forças de segurança, que pediram sua renúncia para permitir a "pacificação" e "estabilidade" do país.

Em entrevista publicada nesta quinta-feira no site da revista alemã Der Spiegel, Morales, refugiado no México desde 12 de novembro, disse que tem o "direito" de participar das novas eleições, mas que ficará de fora se participação impedir o fim da crise política.

A Assembleia Legislativa da Bolívia, onde o Movimento pelo Socialismo (MAS) liderado por Morales é majoritário, procura dar um sinal verde à convocação de eleições gerais para tentar parar a violenta crise que fraturou o país e deixa pelo menos 32 mortos em tumultos.

Pompeo pediu a todas as partes que se abstivessem de atos de violência.

"Os serviços de segurança devem respeitar os direitos dos manifestantes pacíficos, e as autoridades bolivianas devem garantir que sejam responsabilizados por qualquer violação dos direitos dos cidadãos", afirmou.

A polícia russa prendeu mais de 500 pessoas que estavam reunidas em Moscou neste sábado (27) para pedir eleições locais livres e justas, apesar do aumento da pressão contra a oposição nos últimos dias.

As forças de segurança fizeram enormes prisões entre os participantes que chegavam à principal avenida de Moscou aos gritos de "Vergonha" e "Queremos eleições livres", fazendo eles recuarem para ruas adjacentes.

Esta concentração não autorizada em frente à Prefeitura da capital ocorre menos de uma semana após uma manifestação sem precedentes desde o movimento quando Vladimir Putin voltou ao Kremlin.

A oposição denuncia a proibição de candidaturas independentes para as eleições locais, que aparentemente serão difíceis para os candidatos governistas.

A AFP viu dezenas de pessoas serem presas antes mesmo do protesto começar. A ONG OVD-Info, especializada no acompanhamento de manifestações, contabilizou 561 prisões na primeira hora de protesto.

"Tive medo minha vida toda, mas agora já chega. Se ficamos em casa, nada vai mudar", declarou à AFP Elena Rastovka, aposentada de 68 anos.

"A última vez que vi tanta pressão, prisões e registros, foi durante as manifestações de 2012", disse Alexei Sprojitski, de 42 anos.

Diversos opositores foram presos antes do protesto, como Ilia Yashin, Liubov Sobol e Dmitri Gudkov, que na noite de sexta afirmou que a questão ia além das eleições locais. "Trata-se de saber se, na Rússia atual, é possível fazer política legalmente", declarou.

As casas e gabinetes de vários candidatos impedidos foram alvo de operações de busca e apreensão e, na quarta-feira, o principal opositor do Kremlin, Alexei Navalni, foi condenado a 30 dias de prisão por violar "regras das manifestações".

- Repressão enorme -

Essas ações judiciais ocorrem após a abertura de uma investigação de "obstaculização do trabalho da Comissão Eleitoral" de Moscou, devido às manifestações de meados deste mês.

Elas podem gerar penas de até cinco anos de prisão, o que traz à memória as condenações pesadas durante o movimento de 2011-2012 contra a volta de Vladimir Putin à presidência.

A ONG Anistia Internacional, que teme uma "repressão enorme em breve", criticou uma "tentativa aberta e descarada das autoridades russas de intimidar a oposição".

Antes da manifestação no sábado, a polícia de Moscou emitiu uma advertência aos cidadãos e propôs que jornalistas cobrindo o evento se identificassem, um acontecimento inédito que antecipava as numerosas prisões.

O registro de cerca de 60 candidaturas às eleições do Parlamento de Moscou foi rejeitado, oficialmente por causa de erros na coleta das assinaturas de apoio necessárias.

Os candidatos independentes excluídos denunciaram irregularidades fraudulentas e acusaram o prefeito Sergey Sobianin, alinhado ao governo central, de querer sufocar a oposição.

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