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Deputados da oposição criticaram a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em live nesta terça-feira, 19. Ele queixou-se de que suas vitórias eleitorais são atribuídas à "sorte" e afirmou que, se isso fosse verdade, deveria ser mantido no mandato indefinidamente. "Se é verdade que eu tenho sorte, o povo deveria me eleger para sempre", afirmou.

"Típico de ditadores, permanecer no poder sem dar lado para a verdadeira democracia. Sabemos que no Brasil só podemos ter dois mandatos consecutivos, mas com essa fala, Lula deixa claro suas reais intenções", afirmou Rodolfo Nogueira (PL-MS).

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A edição da live semanal contou com a participação da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, que aproveitou a ocasião para criticar Elon Musk e pedir regulação das redes sociais após ataque hacker sofrido na semana passada.

Os parlamentares também criticaram a fala de Janja. "Estamos lidando com uma pessoa sedenta pelo poder", completou Messias Donato (Republicanos-ES). "Na mesma live, tanto ele quanto Janja bateram na tecla da censura das redes sociais. O povo precisa estar muito atento."

Para o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN), Lula deseja "perpetuar-se no poder". "Democracia precisa ter alternância de poder, o contrário disso é ditadura", afirmou. "Isso mostra o que eles carregam no DNA: um traço ditatorial e autoritário", comentou Rodrigo Valadares (União-SE).

Há uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata sobre o tema em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A matéria aguarda a designação de um relator desde março deste ano.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva queixou-se de que suas vitórias eleitorais são atribuídas à "sorte" e afirmou que, se isso fosse verdade, seu grupo deveria permanecer do governo do País. "Toda vez que eu ganho as eleições, é porque 'o Lula tem sorte'. Se é verdade que eu tenho sorte, o povo deveria me eleger para sempre", declarou Lula nesta terça-feira (19), na transmissão ao vivo nas redes sociais da sua live Conversa com o presidente.

No momento da declaração, Lula foi questionado sobre seu bem-estar físico e emocional e disse estar bem "com a vida, com a parceira e com o seu mundo". "Tenho consciência da importância que temos para este momento histórico do Brasil. Tenho consciência das falhas e das virtudes", acrescentou, e reclamou sobre o mérito da sua conduta ser creditado apenas ao fator sorte. "Esse País está precisando de tanta sorte que a gente não deveria sair mais", disse.

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A edição da live semanal nesta terça-feira contou com a participação da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, que aproveitou a ocasião para criticar Elon Musk e pedir regulação das redes sociais após ataque hacker sofrido na semana passada.

Mais de um ano após a eleição mais acirrada da história do País, a polarização política segue forte entre o eleitorado brasileiro. Pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira, 19, aponta que nove em cada dez entrevistados mantém convicção no voto que fizeram nas eleições de 2022, e apenas 8% afirmam não terem feito a melhor escolha. Os índices estão estáveis, dentro da margem de erro, em relação ao último levantamento do instituto sobre o tema, feito em setembro deste ano.

A pesquisa foi feita no dia 5 de dezembro com 2.004 pessoas em 135 cidades de todo o País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou menos. Quanto aos candidatos, 9% disseram ter se arrependido do voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enquanto 7% dizem o mesmo com relação a Jair Bolsonaro (PL).

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O governo Lula tem mostrado sinais de querer diminuir a polarização, tentando atrair o eleitorado de Bolsonaro. Acenos à oposição aparecem em vídeos da campanha publicitária "O Brasil é um só povo", como a propaganda da Farmácia Popular em que uma atriz veste a camisa verde e amarela, símbolo associado a apoiadores de Bolsonaro, e tem acesso aos medicamentos.

O presidente também prepara um discurso sobre união para ser transmitido próximo ao Natal, seguindo a mesma linha das peças publicitárias.

No entanto, ainda há estímulos à polarização da parte do presidente. Em reunião do diretório nacional do PT no último dia 8, Lula destacou a disputa entre ele e contra Bolsonaro e afirmou que na eleição, se os adversários latirem, os petistas devem latir de volta.

Eleitores seguem convictos

A confiabilidade dos eleitores para com as respectivas preferências eleitorais segue a mesma, com tendência de alta: 43% dos entrevistados dizem confiar hoje em seu candidato tanto quanto no dia da eleição; 38% afirmam que confiam ainda mais hoje em dia; 18%, por fim, dizem confiar menos no candidato do que em 2022.

Um ano depois da eleição, a convicção do eleitorado em relação aos seus candidatos segue praticamente intacta: 30% dos pesquisados se declaram petistas; 25%, bolsonaristas. Os índices são idênticos aos auferidos pelo instituto em dezembro do ano passado, logo após as eleições.

Eleição mais acirrada da história

Lula derrotou Bolsonaro, então candidato à reeleição, com margem de 2,1 milhões de votos, ou 1,8%. O placar final foi de 50,9% a 49,1% dos votos válidos. Foi a vitória eleitoral mais acirrada desde a redemocratização do País. Até então, o recorde havia sido na eleição de 2014, em que Dilma Rousseff (PT) derrotou Aécio Neves (PSDB) com uma margem de 3,28%.

Os municípios de Arcoverde, Garanhuns, Jupi, Jucati, Paranatama, Brejão, Itaíba, Tupanatinga, Bom Conselho e Terezinha, todas no Agreste e Sertão pernambucano, retomaram o serviço de coleta biométrica entre os dias 13 e 15 de dezembro. Com a inclusão das 10 cidades, Pernambuco chega 99 localidades que estão aptas a realizar o serviço.

A coleta biométrica é destinada a eleitoras e eleitores que vão tirar o primeiro título, bem como para quem solicitou o alistamento eleitoral (1º título) entre 2020 e 2022, durante a pandemia, mas não teve sua biometria coletada.

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Com o cadastro das impressões digitais e fotografia no banco de dados da Justiça Eleitoral, os eleitores conseguem, na hora da votação, agilizar o processo de identificação.

O atendimento ao público está disponível de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h, mediante agendamento no site do TRE-PE (www.tre-pe.jus.br) - clique aqui para agendar.

Caso seja o primeiro título, o eleitor deverá primeiramente acessar o Atendimento Remoto >> Autoatendimento ao Eleitor e preencher os dados.

Em caso de dúvidas, os eleitores podem acessar o Fale Conosco no site ou ligar para o Disque Eleitor no telefone (81) 3194-9400.

Serviço:
Cartório Eleitoral de Arcoverde - Rua Orlando Bispo de Queiroz, s/n (Fórum Eleitoral) - São Miguel
Cartório Eleitoral de Garanhuns (abrange Jupi, Jucati, Paranatama e Brejão) - Rua Barão de Nazaré, s/n (Fórum Eleitoral) - Magano
Cartório Eleitoral de Itaíba (abrange Tupanatinga) - Rua Constantino Lavrador, s/n (Fórum TJ) - Centro
Cartório Eleitoral de Bom Conselho (abrange Terezinha) - Av. Tenente Raul de Holanda Cavalcante, 112 e 116 - Centro

Confira os 99 municípios que retomaram a coleta biométrica no estado:

Região Metropolitana:
Abreu e Lima, Araçoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Ipojuca, Igarassu, Ilha de Itamaracá, Itapissuma, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Paulista, Recife, São Lourenço da Mata e Fernando de Noronha (distrito estadual).

Zona da Mata:
Chã de Alegria, Escada, Feira Nova, Glória do Goitá, Lagoa de Itaenga, Paudalho, Pombos e Vitória de Santo Antão.

Agreste:
Arcoverde, Águas Belas, Belo Jardim, Bezerros, Bom Conselho, Brejo da Madre de Deus, Brejão, Correntes, Buíque, Caetés, Capoeiras, Caruaru, Garanhuns, Iati, Itaíba, Jataúba, Jucati, Jupi, Lagoa do Ouro, Palmerina, Paranatama, Pesqueira, Poção, Riacho das Almas, Saloá, São Bento do Una, Taquaritinga do Norte, Terezinha, Toritama, Tupanatinga, Santa Cruz do Capibaribe e Gravatá.

São Francisco:
Afrânio, Belém de São Francisco, Cabrobó, Carnaubeira da Penha, Dormentes, Floresta, Jatobá, Lagoa Grande, Orocó, Petrolândia, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e Tacaratu.

Sertão:
Afogados da Ingazeira, Araripina, Betânia, Bodocó, Calumbi, Custódia, Cedro, Exu, Granito, Ibimirim, Iguaracy, Ingazeira, Inajá, Ipubi, Manari, Mirandiba, Moreilândia, Ouricuri, Parnamirim, Salgueiro, São José do Belmonte, Santa Cruz, Santa Cruz da Baixa Verde, Santa Filomena, Serra Talhada, Serrita, Sertânia, Tabira, Terra Nova, Trindade e Verdejante.

*Do TRE-PE

Os sérvios comparecem às urnas neste domingo (17) em eleições legislativas antecipadas que provavelmente verão o partido no poder, do presidente populista Aleksandar Vucic, estender seu governo, em um cenário de inflação recorde.

As seções eleitorais abriram às 7h (3h no horário de Brasília) e fecham às 20h (16h em Brasília). Os primeiros resultados são esperados à noite.

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De acordo com as últimas pesquisas, o Partido Progressista Sérvio (SNS), do presidente populista Aleksandar Vucic, mantém uma vantagem de dois dígitos sobre a principal coalizão da oposição.

Vucic tem aparecido quase diariamente na televisão nos últimos dias para pedir votos para o SNS, brandindo a ameaça de caos no país, caso a maioria não seja renovada.

"Não se trata de mim, do meu desejo de permanecer no poder. Trata-se de eles destruírem tudo. Levaríamos 20 anos para reparar tudo", disse ele durante um dos últimos comícios de campanha.

Vucic enfrenta uma nova coligação, nascida das manifestações multitudinárias contra a violência que abalaram o país em maio, após a morte de 19 pessoas em dois ataques a tiros - um deles, em uma escola primária. As manifestações rapidamente se transformaram em protestos contra o governo que duraram meses.

Unidos sob o lema "Sérvia contra a violência", os partidos da coalizão fizeram campanha, defendendo "uma vida sem medo dos poderosos", uma sociedade pacífica e uma melhoria da situação econômica.

- Inflação -

Apesar de seu nome não aparecer na cédula, Vucic permaneceu muito presente no período que antecedeu a votação, em "outdoors", em arranha-céus e em canais de notícias.

Assim como muitos países do mundo, a Sérvia, um dos países mais pobres do continente europeu, foi atingida por uma inflação galopante que atingiu os dois dígitos e que pesa, principalmente, sobre os alimentos. A taxa de inflação anual ultrapassou os 15% na primavera, antes de cair para 8% em novembro.

Vucic prometeu dobrar os salários médios mensais nos próximos anos, se permanecer no poder, e continuar a aumentar as aposentadorias.

A campanha também foi marcada pelo controle do lado presidencial sobre a imprensa. Segundo vários estudos, o presidente ocupou sozinho 40% do tempo de transmissão dedicado ao noticiário.

Também consagrou o retorno à política de figuras ultranacionalistas do passado, como Vojislav Seselj. Mentor político de Vucic quando este ainda era membro do Partido Radical Sérvio (extrema direita), Seselj foi condenado por crimes contra a humanidade pela Justiça internacional.

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta sexta-feira (8) que será candidato à reeleição nas eleições presidenciais de março de 2024 já que, segundo ele, "não havia outra opção", e pode permanecer no poder pelo menos até 2030.

Putin, de 71 anos, foi eleito presidente da Rússia pela primeira vez em 2000 e venceu quatro eleições presidenciais. Entre 2008 e 2012 foi primeiro-ministro em um sistema político em que a oposição é quase inexistente, após anos de repressão.

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O presidente fez o anúncio durante uma cerimônia de entrega de prêmios militares no Kremlin, que incluiu combatentes que participaram da ofensiva na Ucrânia, iniciada por Putin em fevereiro de 2022.

"Não escondo, tive posturas diferentes em momentos diferentes, mas este é um momento em que é preciso tomar uma decisão", disse à margem da cerimônia.

"Vou concorrer à presidência", disse Putin. "Hoje não havia outra opção", acrescentou.

Um participante na cerimônia, Artiom Zhoga, combatente e membro do Parlamento russo local em Donetsk (uma cidade ocupada no leste da Ucrânia), saudou a notícia.

"Estamos muito felizes que o presidente tenha ouvido o nosso pedido e se candidatado", disse Zhoga, citado pela agência de notícias estatal RIA Novosti. "A Rússia precisa disso".

- Sem adversários -

Nesta disputa, Putin não enfrenta nenhum adversário relevante e, segundo analistas, é provável que busque ampliar o seu poder para esconder as diferenças internas sobre a ofensiva na Ucrânia.

Cinco grandes partidos foram autorizados a apresentar um candidato para as eleições de 2024 sem recolher assinaturas, todos eles apoiadores do Kremlin e da operação na Ucrânia.

Vários grupos de direitos humanos afirmam que as eleições anteriores foram marcadas por irregularidades e que o trabalho dos observadores independentes provavelmente não será permitido.

A nova candidatura de Putin é possível graças a uma polêmica reforma constitucional aprovada em 2020.

Graças a esta emenda, Putin poderá concorrer em 2024 e, se vencer, poderá concorrer à reeleição em 2030, o que significa que pode permanecer no poder até 2036, quando completará 84 anos.

Depois de um 2022 difícil, marcado por reveses no front e por uma série de sanções ocidentais, a Rússia está em uma situação melhor devido ao fracasso da grande contraofensiva da Ucrânia, à erosão do apoio dos Estados Unidos e da Europa a Kiev e ao reajuste da economia nacional.

Quase todos os opositores de alto perfil, incluindo o ativista anticorrupção Alexei Navalny, foram presos ou forçados ao exílio. Além disso, qualquer crítica à operação contra a Ucrânia é duramente punida nos tribunais.

- "Uma paródia" -

Navalny cumpre atualmente uma pena de 19 anos de prisão por acusações que os seus apoiadores afirmam serem falsas.

Em um comunicado divulgado pela sua equipe na quinta-feira, Navalny encorajou os russos a votarem em "qualquer outro candidato" sem ser Putin e chamou a eleição de "farsa".

Putin é um ex-agente da KGB soviética e entrou na política como prefeito de São Petersburgo. Em 1999 foi nomeado primeiro-ministro durante o governo de Boris Yeltsin, a quem mais tarde substituiu como presidente interino até sua primeira eleição, em 2000.

Ele ficou no poder por dois mandatos até 2008 e depois, como estava proibido de concorrer novamente, assumiu o cargo de primeiro-ministro durante o governo de Dmitri Medvedev.

Depois concorreu à chefia de Estado em 2012 e 2018. Ele desmantelou os avanços democráticos da década de 1990 e defendeu a nostalgia da União Soviética, com uma guinada conservadora.

Desde que chegou ao poder, defendeu uma maior influência geopolítica com a segunda guerra da Chechênia (1999-2009), a invasão da Geórgia (2008), a intervenção na Síria (2015) e a anexação da península ucraniana da Crimeia, em 2014.

A ofensiva da Rússia na Ucrânia em 2022 fez de Putin um pária entre as potências ocidentais, que adotaram uma onda de sanções sem precedentes, destinadas a cortar o financiamento para sua operação militar.

Estas restrições alimentaram um êxodo de empresas ocidentais e criaram perturbações na indústria, mas a economia russa mostrou resiliência e os índices de aprovação de Putin permaneceram em níveis elevados.

A Universidade Rural Federal de Pernambuco (UFRPE) elegeu, na última terça-feira (5), nova reitoria para 2024. A chapa composta pelas professoras Maria José de Sena e Socorro Lima venceram as eleições. Com  isso, Marcelo Carneiro Leão deixa o cargo de reitor após quatro anos. O resultado do pleito foi anunciado pelo atual reitor nas redes sociais, nesta quarta-feira (6). 

Na publicação Marcelo Carneiro Leão parabenizou a reitora eleita, que assumirá a função em maio de 2024, e desejou "sucesso na futura gestão". No comunicado destinado à comunidade da UFRPE, ele relembrou a trajetória na universidade. "Dediquei toda minha vida profissional, tentando constribuir com a construção de uma UFRPE inclusiva, plural, democrática e humana. Em maio de 2024, encerro todo este ciclo definitivamente, com a consciência do dever cumprido, mesmo em tempos muito duros e obscuros como nos últimos quatro anos", frisou. 

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Confira a publicação:

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O presidente da Argentina, Alberto Fernández, se reuniu na manhã desta terça-feira (21) com o presidente eleito, Javier Milei, para iniciar a transição para a próxima gestão presidencial, que se inicia no próximo 10 de dezembro.

Milei, que partiu de um hotel em Buenos Aires sem dar declarações à imprensa, foi eleito no domingo (19) pelo La Libertad Avanza, e obteve 55,69% dos votos, mais de 11 pontos porcentuais acima do governista e atual ministro da Economia, Sergio Massa. Fonte: Associated Press.

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O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, confirmou nesta segunda-feira (20) seus planos de privatizar a petrolífera YPF, a TV pública, a Rádio Nacional, a agência de notícias Télam e de acabar com o Banco Central. Ele alertou, no entanto, que a inflação deve demorar dois anos para ceder. "Vamos começar primeiro pela reforma do Estado e pela resolução do problema dos 'Leliqs' (títulos emitidos pelo BC)", disse.

"Tudo o que puder estar nas mãos do setor privado, estará nas mãos do setor privado", disse Milei, em entrevista a rádios locais. Ele não definiu um prazo para as privatizações, eixo de uma campanha centrada em reduzir o tamanho do Estado argentino, que consome 42% de seu PIB, segundo estimativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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Um dos desafios de Milei para implementar sua agenda ultraliberal é que tanto as privatizações quanto o fim do Banco Central dependem de apoio legislativo, e seu partido La Libertad Avanza (LLA) não tem maioria - o presidente eleito terá 38 dos 257 deputados e 7 dos 72 senadores.

A aliança feita no segundo turno com Patricia Bullrich e Mauricio Macri pode render mais 93 deputados e 24 senadores, mas ainda é incerto se essa coalizão de centro-direita é capaz de atuar em bloco, já que uma facção, ligada a Horacio Rodríguez Larreta, governador de Buenos Aires, é refratária a Milei.

Uma alternativa seria tentar vender 51% das ações de estatais com base em um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), mas que, segundo especialistas, também precisaria da chancela posterior do Congresso, o que acarretaria um risco para os compradores.

Preparação

Um dos pontos mais sensíveis é a YPF, que emprega cerca de 100 mil argentinos. A estatal foi privatizada nos anos 90 e nacionalizada em 2012, durante o governo de Cristina Kirchner, quando Axel Kicillof era ministro da Economia. Por conta da expropriação, em setembro, um tribunal dos EUA determinou que a Argentina deve pagar US$ 16 bilhões em indenizações aos acionistas minoritários.

Ontem, as ações da estatal subiram mais de 40% em Wall Street, após as declarações do presidente eleito. Segundo Milei, é preciso primeiro reorganizar a YPF, antes de privatizá-la.

"Desde que Kicillof decidiu nacionalizá-la, promoveram uma deterioração da empresa, em termos de resultados, para que ela valha menos do que quando foi expropriada. Obviamente a primeira coisa a fazer é reconstruí-la", afirmou. "Temos de agregar valor para que ela possa ser vendida de uma forma muito benéfica para os argentinos."

Viagens

Milei também anunciou suas primeiras viagens antes da posse, em 10 de dezembro. À rádio Mitre, ele disse que visitará Miami e Nova York, nos EUA, e Tel-Aviv, em Israel - o Brasil, destino tradicional da primeira viagem dos eleitos, ficou de fora. Milei também deve desembarcar em breve no Uruguai, a convite do presidente conservador, Luis Lacalle Pou. O libertário disse que resolveria qualquer assunto com o vizinho em um churrasco, devido a afinidade entre eles.

Transição

O clima ontem chegou a ficar pesado entre Milei e o governo, principalmente após rumores de que Sergio Massa, candidato derrota, fosse renunciar ao cargo de ministro da Economia, o que poderia prejudicar a transição. O presidente eleito chamou o peronista de "irresponsável".

Um dos problemas da equipe de Milei é que o tempo é curto - faltam apenas duas semanas para a posse. O presidente, Alberto Fernández, permanece em silêncio e ainda não há uma data marcada para um encontro com o futuro inquilino da Casa Rosada. A vice, Cristina Kirchner, decidiu viajar para a Itália, para dar uma palestra em Nápoles, reforçando a impressão de que a Argentina está desgovernada.

Massa, no entanto, confirmou ontem que permanecerá no cargo até a posse e montou uma equipe de transição para trabalhar com Milei. A decisão foi confirmada pelo número dois do Ministério da Economia, Gabriel Rubinstein.

Gabinete

Entre os primeiros nomes do futuro governo estão o advogado Mariano Cúneo Libarona, que será ministro da Justiça, e Carolina Píparo, nova chefe da Anses, entidade que cuida da assistência social e esteve sob o guarda-chuva do La Cámpora, grupo de jovens de esquerda do kirchnerismo.

Outros nomes são aguardados nos próximos dias, principalmente o do próximo ministro da Economia. No domingo, Milei se reuniu com Macri e Bullrich, provavelmente para costurar nomes do futuro gabinete. Durante a campanha, o libertário prometeu reduzir o número de ministérios de 18 para 8.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta segunda-feira (20), que recebeu uma ligação do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, que o convidou para a sua posse. Os dois são ideologicamente próximos e um fez campanha para o outro em 2022 e 2023.

Neste domingo (19), Milei derrotou o peronista Sergio Massa, candidato do governo abertamente apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus correligionários.

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"Recebi agora telefonema de Javier Milei, onde o cumprimentei pela vitória, bem como fui convidado para sua posse. Hoje a Argentina representa muito para todos aqueles que amam a democracia e respiram liberdade", disse o ex-presidente nas suas redes sociais.

O libertário Milei venceu Sergio Massa por mais de dez pontos porcentuais: o candidato vitorioso fez 55,6% dos votos, enquanto o governista fez 44,3%.

O herdeiro do peronismo foi diretamente ajudado pelo governo brasileiro: além da cessão de marqueteiros que trabalharam na campanha de Lula, o Estadão revelou que um empréstimo concedido à Argentina teve o objetivo de favorecer Massa, que é ministro da Economia da atual gestão, encabeçada por Alberto Fernández, que é próximo ao PT.

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, anunciou na manhã desta segunda-feira, 20, suas primeiras medidas entre nomes do seu gabinete, viagens internacionais e empresas a serem privatizadas. O libertário foi eleito na noite de domingo, 19, o novo presidente da Argentina em um histórico resultado de 55,6% dos votos contra 44,3% do seu rival, o peronista Sergio Massa.

Já na noite de domingo, em seu discurso de vitória, o libertário disse que pretende manter suas promessas de campanha, mas não citou a controvertida dolarização. Hoje, porém, ele reiterou os planos de fechar o Banco Central, mas alertou que a inflação deve demorar até dois anos para retroceder. "Vamos começar primeiro pela reforma do Estado e pela resolução do problema dos Leliqs [liquidez do Banco Central]", disse.

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Em entrevista a rádios argentinas, Milei confirmou uma promessa de campanha ao anunciar a privatização dos meios de comunicação públicos do país, entre eles: TV Pública, Télam e Rádio Nacional. "Consideramos que a TV Pública se tornou um mecanismo de propaganda", disse em entrevista à rádio Mitre. Segundo ele, esses veículos teriam se transformado em propaganda peronista e parte da campanha de medo promovida contra ele na campanha.

Ele também confirmou a privatização da estatal de petróleo e gás YPF, que recentemente esteve no meio de uma crise de combustíveis no país. "Tudo o que pode estar nas mãos do setor privado, vai estar nas mãos do setor privado", disse. O presidente eleito, porém, não definiu uma data para as privatizações.

"Primeiro é preciso recompor a YPF. Desde que Kicillof decidiu nacionalizá-la, a deterioração que foi feita à empresa em termos de resultados para que ela valha menos do que quando foi expropriada... Obviamente a primeira coisa a fazer é reconstruí-la", afirmou, citando Axel Kicillof, o governador kirchnerista reeleito de Buenos Aires.

As privatizações são um projeto central de seu futuro governo, que visa reduzir o tamanho do Estado argentino, que atualmente consome 42% de seu Produto Interno Bruto e com baixa taxa de eficiência, segundo avaliações do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Áreas mais polêmicas, porém, ficaram de fora em um primeiro momento, como Saúde e Educação. Estudos mostram que os argentinos, embora estejam mais liberais, são contra a privatização dessas duas áreas.

"Nem a Educação nem a Saúde podem ser privatizadas, são responsabilidades das províncias. O melhor é sempre subsidiar a procura e não a oferta, mas isso ainda não vai acontecer no curto prazo", disse.

A dúvida, porém, é se poderá de fato realizar essas privatizações, já que necessita do apoio do Congresso, onde não tem maioria. Neste sentido, as alianças que deve construir, especialmente com o partido Proposta Republicana (PRO) de Mauricio Macri será essencial.

Outras medidas anunciadas pelo novo presidente são as primeiras viagens internacionais. Nesse sentido, o Brasil ficou de fora dos primeiros destinos, quebrando uma tradição de o presidente eleito da Argentina visitar primeiro Brasília e vice-versa.

Em entrevista à mesma rádio, Milei anunciou que sua primeira viagem será aos Estados Unidos e depois Israel, destinos que deve visitar antes mesmo da posse em 10 de dezembro. "A viagem tem uma conotação mais espiritual do que outras características", afirmou.

Entre os primeiros nomes de seu governo estão o advogado Mariano Cúneo Libarona para o Ministério da Justiça e Carolina Píparo será a nova chefe da Anses, entidade que cuida da assistência social do país e esteve sob o guarda-chuva do La Cámpora, grupo de jovens de esquerda do kirchnerismo.

Outros nomes ainda são aguardados, principalmente o do próximo ministro da Economia. Na noite de domingo, Milei se reuniu com Macri e Patricia Bullrich, candidata derrotada do PRO no primeiro turno, possivelmente para costurar nomes em seu governo. O libertário prometeu reduzir o número de ministérios de 18 para 8.

O libertário também deve se reunir nesta segunda com o presidente Alberto Fernández para tratar da transição presidencial, reunião que deve também definir o futuro de Sergio Massa em meio a rumores de demissão.

O ministro da Economia argentino, Sergio Massa, deve renunciar ao cargo após reunião entre o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, e o atual mandatário, Alberto Fernández, que deve ocorrer nesta segunda-feira (20), para iniciar o processo de transição. O presidente eleito assume o cargo no dia 10 de dezembro.

De acordo com a imprensa argentina, citando funcionários do ministério, Sergio Massa espera os resultados dessa reunião para decidir se segue no cargo até o fim do mandato de Fernández. A equipe econômica que participará da transição terá o presidente do Banco Central, Miguel Pesce, e o secretário da Fazenda, Raúl Rigo.

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Milei criticou em seu discurso da vitória a postura de Sergio Massa e pediu que ele "assumisse o comando" até o final do mandato. O candidato peronista se desvinculou dos próximos dias de governo em seu discurso assumindo a derrota. "A partir de amanhã (segunda-feira, 20), a tarefa de dar certeza e transmitir garantias sobre o funcionamento político, social e econômico é responsabilidade do presidente eleito. Esperamos que ele o faça", disse Massa durante o discurso. "A partir de amanhã, a responsabilidade pela economia é sua".

Pouco depois, Alberto Fernández se juntou ao apelo de Massa e propôs ao libertário uma reunião nesta segunda-feira. "Espero que amanhã possamos começar a trabalhar com Javier Milei para garantir uma transição ordenada", ele tuitou.

Mas Milei não aceitou a proposta e descartou a possibilidade de assumir o comando do curso econômico a partir de segunda-feira, colocando a transição em crise.

"Queremos pedir ao governo que seja responsável, que entenda que uma nova Argentina chegou e que aja de acordo. Que assumam sua responsabilidade até o final do mandato em 10/12", disse Milei.

O boato mais relevante é o de que Massa tiraria uma licença do Ministério da Economia, uma ideia surpreendente porque implicaria em sua demissão do cargo. Em resumo, a medida seria uma fuga do governo. A comitiva de Massa não confirmou nem negou a versão aos veículos argentinos.

Segundo o site argentino La Politica, o Ministério da Economia está considerando decretar um feriado cambial na terça-feira , 21, para ter uma "margem mínima para chegar a um acordo sobre algumas medidas com Milei". Dessa forma, tentariam adiar uma alta do dólar.

Por enquanto, o pouco que se sabe sobre o governo é que Massa designaria Miguel Pesce e Raúl Rigo como responsáveis pela transição. No La Libertad Avanza, o ativista Iñaki Gutiérrez, que é muito próximo do presidente eleito, disse que a equipe de transição seria liderada por Karina Milei, irmã de Javier.

O recém-eleito presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou em discurso da vitória realizado na noite desse domingo (19), que começará a realizar o processo de reconstrução da Argentina.

"Hoje começa o fim da decadência da Argentina. Hoje viramos a página da nossa história, acabamos com o modelo do Estado provedor, que só beneficia alguns. Termina a visão de que os agressores são as vítimas e as vítimas são os agressores", afirmou Milei.

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O novo mandatário agradeceu ao ex-presidente Mauricio Macri e à candidata de Macri, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, Patricia Bullrich, pelo apoio concedido no segundo turno contra o peronista Sergio Massa. Milei agradeceu também aos eleitores que realizaram a fiscalização dos votos impressos, em meio aos questionamentos que, até então, ele mesmo fez quanto à possibilidade de fraudes.

"Vamos mais uma vez abraçar a ideia da liberdade. As mudanças que o nosso país precisa são drásticas, não temos lugar para fraqueza. Se não avançarmos com as mudanças que a Argentina precisa, nos dirigiremos à maior crise da história", afirmou o presidente eleito. "Queremos fazer as coisas que, na história, se mostraram as corretas para a prosperidade do país", afirmou.

Javier Milei também afirmou, no discurso, que terá compromisso com a democracia, com o livre mercado e com a paz.

O novo representante do poder Executivo disse que todos que em algum momento foram contra as ideias da sua candidatura serão bem-vindos para contribuir com o novo governo, mas ressaltou que não irá tolerar ações violentas.

"Sabemos que haverá resistência e as pessoas vão querer manter esse sistema de privilégios. Mas na nova Argentina não há lugar para violência, seremos implacáveis contra quem utilizar a força. Quero dizer que o nosso compromisso é com a democracia, o livre mercado e a paz", afirmou o presidente eleito.

Milei acrescentou ainda que a situação política e econômica da Argentina é sombria, mas o novo mandatário vislumbra um futuro para o país, e que ele é liberal. Segundo Milei, o modelo do estado indutor da economia só beneficiava a alguns, e o país mais uma vez vai abraçar a ideia da liberdade.

Contas fiscais

Milei afirmou que terá a determinação para acertar as contas fiscais. Segundo o novo mandatário, a tarefa de ajuste do orçamento e dos gastos públicos não é uma tarefa para fracos, covardes e corruptos.

"Além da euforia e da tarefa gigantesca que temos pela frente, lembrem-se que o nosso modelo se baseia no respeito irrestrito ao próximo baseado na não agressão, no direito à vida, à liberdade e à propriedade", afirmou Milei.

O novo presidente acrescentou que os países que adotam o modelo de livre mercado são mais ricos, e que a Argentina voltará a ser uma grande potência, como o foi no século 19. "Os países que abraçam a ideia de liberdade são oito vezes mais ricos, as pessoas vivem 20% a mais", disse Milei. "Temos a determinação de colocar a Argentina de pé mais uma vez."

Ao final do discurso da vitória, Milei impulsionou o coro: "Viva a liberdade! Viva a liberdade!"

O ex-presidente Jair Bolsonaro parabenizou o povo argentino pela vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais do país vizinho. Com um comparecimento de 76%, dois pontos a mais que no primeiro turno, Milei derrotou o governista Sergio Massa. De acordo com a apuração, Milei teve 55,8% dos votos. Massa, 44,2%.

"A esperança volta a brilhar na América do Sul. Que esses bons ventos alcancem os Estados Unidos e o Brasil para que a honestidade, o progresso e a liberdade voltem para todos nós", escreveu Bolsonaro na rede social X (antigo Twitter).

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O senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, também já usou as redes sociais para comemorar a vitória de Milei sobre o candidato peronista Sergio Massa. Segundo ele, essa é "apenas a primeira de muitas mudanças para melhor no nosso continente".

O senador Ciro Nogueira, presidente do Partido Progressistas (PP), celebrou em suas redes sociais a vitória do libertário Javier Milei, eleito presidente da Argentina nas eleições desse domingo (19).

Segundo Nogueira, a vitória de Milei sobre o candidato peronista Sergio Massa foi uma recusa da população à legenda equivalente ao Partido dos Trabalhadores (PT) daquele país.

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"Hoje é dia de autocrítica para a esquerda sul-americana, leia-se PT. A vitória de Milei prova que desprezar o déficit público, cair no populismo, governar para um partido e não para o país tem limite. A Argentina disse não ao PT de lá, tão apoiado pelo PT daqui. A liberdade avança!", publicou o senador, em sua conta no X, o antigo Twitter.

Pela primeira vez desde a redemocratização, a Argentina não será governada por um peronista ou pela oposição tradicional de centro-direita. Com a promessa de realizar cortes radicais para reduzir o tamanho do Estado argentino, o libertário Javier Milei, um neófito na política local, rompeu a bolha e será o novo presidente do país a partir de 10 de dezembro.

Com um comparecimento de 76%, dois pontos a mais que no primeiro turno, Milei derrotou o governista Sergio Massa mesmo sem contar com a máquina do governo peronista, especialmente o apoio de prefeitos e governadores espalhados pelo interior da Argentina. De acordo com a apuração, Milei teve 55,8% dos votos. Massa, 44,2%.

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A sensação de vitória já era palpável bem cedo, assim que as urnas foram lacradas, antes da divulgação do resultado. No Hotel Libertador, na região central da capital argentina, o libertário acompanhou a apuração cercado de aliados e reconheceu que as eleições "foram transparentes" - um contraste com a véspera da votação, quando sua campanha havia questionado o resultado, mesmo sem apresentar evidências de fraude.

TELEFONEMA

No início da noite, Massa telefonou para Milei e reconheceu a derrota. O candidato peronista acompanhou a apuração no complexo Art Media, no bairro de Chacaritas, e discursou antes mesmo da chegada dos primeiros números oficiais.

"Hoje, acaba uma etapa da minha vida", disse. "Quero dizer que os resultados, obviamente, não são os que esperávamos e tenho me comunicado com Milei para felicitá-lo, porque ele é o presidente e é quem vai liderar a Argentina pelos próximos quatro anos."

O pronunciamento de Massa foi a senha para explodir o bunker de Milei, onde o clima de animação e otimismo descambou rapidamente para uma festa completa, com direito a troca de abraços e rock'n roll tocado por DJs. Apoiadores gritavam "Temos presidente" e se diziam orgulhosos do resultado.

Os mais animados eram os jovens, um segmento do eleitorado que apoiou em peso o libertário. Fermin Cabezas, de 14 anos, estava exultante, apesar de não ter idade para votar. "Estou emocionado. Era triste ver a Argentina que já se foi e a economia piorar a cada dia. Mas finalmente vem uma mudança."

FORÇA

Antes de a campanha começar, Milei era um candidato improvável. Para ocupar a Casa Rosada, primeiro ele teria de derrubar a oposição tradicional, a centro-direita capitaneada pelo ex-presidente Mauricio Macri, que sempre carregou a bandeira do antiperonismo.

Desde o início, Milei se apresentou como uma figura estranha, de fora do sistema, que minimizava o impacto da ditadura militar em um país traumatizado pelo regime autoritário. Com um cabelo cuidadosamente despenteado, com as costeletas de Elvis Presley, ele empunhava uma motosserra com a qual cortaria o Estado, exterminando ministérios. Em sua lista de promessas estão ainda a dolarização da economia e o fim do Banco Central.

Para a surpresa do establishment, ele deixou para trás Patricia Bullrich, candidata do macrismo, e foi para a disputa do segundo contra Massa, o ministro da Economia de um governo impopular, chefiado por Alberto Fernández, que deixa de herança uma inflação anual de 140% e uma taxa de pobreza que afeta cerca de 40% da população.

Para derrotar Massa, Milei moderou seu discurso e buscou apoio de Bullrich e Macri. Na reta final, tentou se esquivar das bombas que ele mesmo montou, desdizendo algumas ideias lançadas durante a campanha. Depois de sugerir a liberação da venda de armas, disse que o tema não fazia parte de sua plataforma. Propôs liberar a venda de órgãos, mas recuou no último debate presidencial.

INCÓGNITAS

Agora na Casa Rosada, Milei levanta uma série de dúvidas, que não se restringem apenas à viabilidade de sua agenda econômica ultraliberal. A principal delas é o futuro da relação com o Brasil. O libertário não esconde sua antipatia pelo Mercosul e pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chama de "comunista".

O Brasil, no entanto, é o maior parceiro comercial da Argentina, uma interdependência com impacto nos dois lados da fronteira. O próprio Milei já tratou de conter os rumores de que pretende romper relações com Brasília, afirmando que prefere que os laços sejam levados adiante por empresários.

Mas a simpatia do governo brasileiro por Massa - explícita durante a campanha - pode criar ruídos na relação. Por outro lado, o peronismo, historicamente protecionista e nacionalista, era muitas vezes um entrave à integração. O futuro agora está na habilidade de Milei governar sem olhar para o retrovisor.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As eleições na Argentina terminaram às 18h deste domingo, 19. A partir de agora, dá-se início ao processo de contagem dos votos a partir das cédulas depositadas, visto que a apuração no País ocorre de forma manual.

De acordo com o anúncio feito pela Câmara Eleitoral da Argentina, a participação do eleitorado no segundo turno foi de 62% até as 16h. De acordo com o jornal Clarín, fontes oficiais do governo apontaram, de forma não oficial, que a participação chegou a 76%.

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Uma mulher que se voluntariou para trabalhar na fiscalização da eleição na Argentina pelo partido La Libertad Avanza, do candidato libertário Javier Milei, foi expulsa na manhã deste domingo, 19, de uma escola na cidade de Quilmes, em Buenos Aires, depois de ser acusada de tentar roubar envelopes que continham cédulas da seção eleitoral.

A mulher foi revistada pela polícia e por agentes da Prefeitura na escola Chaparral. Posteriormente ela foi expulsa do local pela polícia federal argentina. O momento em que os agentes federais retiravam a fiscal eleitoral da instituição foi registrado em vídeos por várias testemunhas.

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“É um divisor de águas”, arrematou o pré-candidato a prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PT), após evento em que o Republicanos firmou apoio à campanha, neste domingo (19), no bairro de Piedade do município da Região Metropolitana do Recife (RMR). Filiado ao PT desde setembro deste ano, o apoio de partidos de direita e centro junto à Federação PT-PCdoB-PV é uma via utilizada para a chamada frente ampla em campanhas eleitorais. 

“Nós tínhamos inicialmente a Federação, PRTB, mas a pretensão nossa era fazer uma frente ampla, e o Republicanos sinaliza e concretiza esse nosso desejo, essa nossa estratégia de ter uma frente ampla, vindo da esquerda, passando para o centro, e incorporando novas tendências, do ponto de vista ideológico, e lideranças importantes, como é o caso do ministro Silvio Costa Filho”, declarou o ex-prefeito de Jaboatão Guararapes e do Cabo de Santo Agostinho. 

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A ideia proposta é de construir alianças com partidos relevantes no cenário de Pernambuco, como é o caso do PSB, cuja possível parceria de campanha foi mencionada por Gomes como “um namoro, que tá virando um noivado, e que breve vai virar casamento, mas tudo em seu tempo”. 

Republicanos inicia apoio em Jaboatão 

Jaboatão dos Guararapes é o segundo maior colégio eleitoral de Pernambuco, tendo sido essa umas das primeiras razões para que o Republicanos, atualmente sendo da base aliada do governo federal, decidisse apoiar a candidatura do petista. É o que confirmou o ministro dos Portos e Aeroportos Silvio Costa Filho (Republicanos), que esteve presente no evento partidário.

“A gente tá trabalhando para ampliar o palanque do presidente Lula. [Lula] tem muito apreço pelo prefeito Elias, e a gente vai ao lado de Elias, ao lado do PT, ao lado de muitas lideranças do nosso estado, fortalecer o time do presidente Lula em Pernambuco”, confirmou o ministro. 

 

Até o meio-dia deste domingo, cerca de 30% dos eleitores registrados nacionalmente haviam depositado seus votos para o segundo turno das eleições presidenciais da Argentina, segundo veículos da mídia local. O número reflete ritmo semelhante ao observado nas eleições primárias e no primeiro turno.

Candidatos ao pleito, o atual ministro da Economia, Sergio Massa, e o populista libertário Javier Milei já votaram em suas respectivas seções eleitorais.

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Massa afirmou que o processo ocorre "dentro da normalidade" e classificou as eleições como "muito importantes para decidir os próximos quatro anos" do país. "Convido todos os argentinos a passar este dia com reflexão, calma e esperança. Estamos iniciando uma nova etapa na Argentina, que requer, acima de tudo, o diálogo e o consenso necessários para seguir um caminho mais virtuoso no futuro", afirmou ele, durante coletiva de imprensa, conforme vídeo publicado pelo Clarín.

Milei também falou à imprensa, afirmando que realizou "todo o esforço possível", de acordo com o La Nacion. "Agora, que falem as urnas", disse, acrescentando que as cédulas estão funcionando sem problemas. Anteriormente, o candidato havia acusado o processo eleitoral de fraude e seu partido, La Libertad Avanza (LLA), reclamou de cédulas cortadas em algumas unidades eleitorais nesta manhã.

Órgãos públicos responsáveis pelas eleições - como a Junta Nacional Eleitoral e a Câmara Eleitoral - reiteraram diversas vezes a integridade e segurança do processo eleitoral argentino.

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