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A segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, por unanimidade, dois recursos contra decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que aplicou multa de R$ 20 mil ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro por propaganda eleitoral antecipada nas eleições do ano passado.

O recurso havia sido manejado pelo próprio Bolsonaro e pela sua legenda, o Partido Liberal (PL) e rejeitado inicialmente pelo ministro Dias Toffoli, relator do caso. O julgamento se refere ao encontro organizado no Palácio da Alvorada pelo ex-chefe do Executivo federal com embaixadores para falar sobre o sistema eleitoral brasileiro.

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Assim como Toffoli, os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Nunes Marques, e André Mendonça concluíram que Bolsonaro divulgou fatos "sabidamente inverídicos e descontextualizados" sobre o processo eletrônico de votação e apuração eleitoral.

No texto do recurso, o ex-presidente e o PL afirmaram que o caso não deveria ter tramitado no TSE, porque, segundo eles, o discurso proferido tratava de dúvidas acerca do sistema eletrônico de votação e estaria no nível de exercício regular da liberdade de expressão e dos direitos do então chefe de Estado. E ainda, ambos argumentaram que a prática não foi relevante.

Ainda de acordo com o relator, Dias Toffoli, para chegar a uma conclusão diferente da decidida pelo TSE e acolher a tese da defesa era preciso examinar fatos e provas. Porém a jurisprudência do STF não permite este tipo de inquirição em fase de recurso.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que o governo quer acelerar votações no Congresso de projetos que modernizam a legislação de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e concessões, além de matérias de licenças ambientais, sem perder a preservação do meio ambiente. "Mas aquilo que é possível e, como for possível, que seja analisado e liberado rapidamente", disse.

"Está na pauta do Senado desta semana o novo marco de debêntures de infraestrutura para ser uma nova ferramenta de captação de fundos de investimentos que não querem, necessariamente, participar da gestão desse ou daquele projeto, mas que querem participar do investimento de infraestrutura", comentou Costa, em evento de apresentação do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a embaixadores, no Palácio do Itamaraty, nesta segunda-feira (18). "Essa semana pretendemos fazer essa votação. Com isso, teremos um novo marco legal, mais moderno, para disponibilizar a investidores que queiram, através das debêntures, participar desses projetos", acrescentou.

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Na fala, o ministro também citou as conversas que mantém com o Ministério da Fazenda, sob Fernando Haddad, para a criação do Fundo Verde. "É importantíssimo principalmente às nações que querem reafirmar seu compromisso com meio ambiente e sustentabilidade", pontuou.

Segundo Costa, o Fundo Verde teria como objetivo "captar recursos de fundos de investimentos, fundos financeiros, que queiram oferecer, a taxas menores e queiram ajudar a viabilizar projetos de retirada da emissão de carbono". Por exemplo, a substituição de ônibus a diesel por elétricos. A ideia, conforme disse, é o governo lançar títulos para Fundo Verde, captando recursos com taxa menor.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030, publicou em uma rede social o trecho de uma matéria da Folha de São Paulo que fala sobre uma reunião da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, no Palácio do Planalto, junto a embaixadores estrangeiros que teriam vindo ao Brasil para abordar o impeachment. Apesar de não ter feito outros comentários, se entende que a publicação do conservador volta a argumentar injustiça na decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela sua inelegibilidade.

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Bolsonaro foi condenado pelo TSE por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação no último dia 30 de junho. A decisão da Corte, apesar de poder ser alvo de recursos, já está válida pelos próximos oito anos. Na ação vencedora contra o ex-presidente, um dos principais questionamentos se fez a partir de uma reunião de Jair com embaixadores, no Palácio da Alvorada, em julho de 2022. Na ocasião, ele utilizou suspeitas falsas e já verificadas por órgãos oficiais, de que o TSE possui um sistema facilmente corruptível e que as urnas eletrônicas não são seguras.

A reunião de Dilma, em 2016, convidou cerca de 150 embaixadores para o "Encontro com Juristas  pela Legalidade da Democracia"; aproximadamente 70 convidados compareceram. Entre eles, embaixadores ou encarregados de negócios da Itália, Reino Unido, Bolívia, Equador, Cuba e Rússia. Israel, que à época vivia um impasse diplomático com o Brasil, compareceu através de um encarregado.

Na legislação eleitoral brasileira, não há contrariedade à reunião ou ao tema abordado nela - o impeachment de Dilma. O intuito era emular algo como a Campanha da Legalidade, no pré-ditadura militar, e alcançar apoios diplomáticos para Dilma, que estava prestes a ser exonerada do cargo presidencial.

O discurso de Bolsonaro aos embaixadores

A fala do ex-presidente que motivou a ação foi feita em 18 de julho de 2022, em reunião com embaixadores de países estrangeiros residentes no Brasil. No encontro, o chefe do Executivo disse que o TSE atenta contra as eleições e a democracia. “Atentar contra as eleições e a democracia, quem faz isso é o próprio TSE ao tentar esconder o inquérito de 2018”, disse o presidente, em referência suposto inquérito da Polícia Federal sobre uma invasão hacker à rede do TSE em 2018. Bolsonaro não apresentou provas.

Em seu discurso, Bolsonaro também relacionou os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Roberto Barroso ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e insinuou que houve favoritismo e parcialidade diante dos processos do petista.

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse na manhã desta sexta-feira, 23, que acredita na possibilidade de o ministro Raul Araújo Filho, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedir vista no processo que pode torná-lo inelegível por oito anos. Bolsonaro afirmou que o magistrado é conhecido por ter "apego à lei". Por outro lado, o ex-mandatário voltou a colocar sob suspeição a atuação dos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, atual presidente da Corte eleitoral. O julgamento começou nesta quinta-feira, 22, e continuará na terça, 27.

"O primeiro ministro a votar depois do relator, o ministro Benedito, é o ministro Raul. Ele é conhecido por ser um jurista com bastante apego à lei. Apesar de estar em um tribunal político eleitoral, há uma possibilidade de ele pedir vista. Isso é bom porque ajuda a gente a ir clareando os fatos", afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha.

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Araújo Filho será o segundo ministro a votar no julgamento de Bolsonaro no TSE. O ministro Benedito Gonçalves, relator da ação, será o primeiro, seguido por Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e os membros do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes.

Na entrevista, Bolsonaro voltou a afirmar que não atacou o sistema eleitoral em reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado. No encontro, o então presidente repetiu aos diplomatas sua tese nunca comprovada de que o sistema eleitoral brasileiro é passível de fraudes.

"Estão me acusando de uma reunião com embaixadores. Eu só fiz a reunião com os embaixadores, em julho do ano passado, depois que, dois meses antes, o ministro Fachin, que é do TSE também, fez uma reunião com os embaixadores e falou sobre o sistema eleitoral. Eu convidei os embaixadores a ir na minha casa, apesar de ser uma casa pública, uma obra pública, é a minha casa. Conversei sobre o sistema eleitoral. Não ataquei. Eu mostrei a verdade sobre o sistema eleitoral", afirmou.

Bolsonaro lançou dúvidas sobre a postura de Fachin em uma reunião do ministro com embaixadores em maio. Na encontro, Fachin teria pedido para que os chefes de Estado reconhecessem o resultado rapidamente, uma prática comum da diplomacia mundial. Com uma série de perguntas retóricas, o ex-chefe do Executivo disse que os presidentes estrangeiros não deveriam agir rápido.

"Ora, pra quê isso? Será que ele agiu corretamente? Por que reconhecer imediatamente? Será que ele sabia algum resultado? Estou botando uma dúvida aqui. A Justiça eleitoral, pelo que estou vendo, porque quem presidente o TSE é o senhor Alexandre de Moraes, tenta me culpar pelo que aconteceu no 8 de janeiro. É muito ruim quando se aparelha o Judiciário para atingir fins políticos", afirmou.

Ministro proibiu manifestação política no Lollapalooza à pedido do PL

Ministro efetivo do TSE desde setembro passado, Raul Araújo integra a classe de juízes vindos do segundo Tribunal mais importante do país, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde está desde 2010. Foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então no segundo mandato.

No início do ano passado, Araújo acolheu um pedido do PL, partido de Bolsonaro, e proibiu manifestações políticas no festival de música Lollapalooza. Decisão considerada por especialistas em direito eleitoral ouvidos à época pelo Estadão como contrária à jurisprudência da Corte.

A decisão do ministro gerou uma série de críticas de artistas, políticos e juristas. Após a decisão se tornar pública, a banda Fresno exibiu um telão com a frase "Fora Bolsonaro" no palco principal do festival. Durante participação no show, cantando Toda Forma de Amor, Lulu Santos subiu ao palco e afirmou: "Censura nunca mais!".

No dia seguinte à decisão de proibir manifestações políticas no Lollapalooza, o TSE condecorou o ministro Raul Araújo com o "Grau Grande Oficial".

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou, em um vídeo publicado nas redes sociais, que o objetivo do partido é "reeleger" Jair Bolsonaro (PL) e que não acredita que o ex-presidente "fique inelegível pelo que ele falou". As declarações do dirigente foram feitas após a o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciar o julgamento que pode cassar os direitos políticos do ex-presidente por oito anos - a sessão será retomada na terça-feira (27).

"Não vamos admitir injustiças contra o nosso capitão. Não acredito que um presidente da República fique inelegível pelo que ele falou. Isso não existe em nenhum lugar do mundo. Bolsonaro vai seguir firme e tenho convicção que será o nosso candidato", disse Valdemar nesta quinta-feira (22). O próprio ex-presidente, no entanto, ao avaliar a possibilidade de condenação pela Corte disse que "os indicativos não são bons" e que é "quase unanimidade" que ele vai perder a ação.

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No vídeo, Valdemar afirmou que, para o partido ganhar a eleição presidencial de 2026, é preciso fortalecer a legenda. Segundo ele, o objetivo da bancada é "reeleger" Bolsonaro.

"Nós elegemos 99 deputados federais e, por mais que cada um seja único na sua história, todos nós temos um objetivo em comum, que é reeleger Bolsonaro e fazer valer os valores da direita, pois são esses os objetivos que nos unem. E para que a gente possa ganhar as eleições em 2026, nós precisamos internamente fortalecer o partido", disse.

A ação a qual Bolsonaro é alvo foi movida pelo PDT e tem como base uma reunião convocada pelo então presidente com embaixadores, em julho do ano passado. Na ocasião, o presidente, sem apresentar provas, colocou em dúvida a lisura sistema eleitoral e atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE.

O ex-presidente é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, e, se for condenado, ficará impedido de participar das eleições de 2024, 2026 e 2028, podendo voltar em 2030 - a pena acabaria quatro dias antes da disputa.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insinuou, nesta quinta-feira (22), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem ligação com uma facção criminosa, sem apresentar provas, para rebater as acusações das quais é alvo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte começou a julgar a ação que pode torná-lo inelegível por oito anos por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação. O ministro da Justiça, Flávio Dino, reagiu.

"Não estou aqui atacando o TSE, longe disso. Mas a fundamentação é uma coisa inacreditável: reuniu-se com embaixadores. O outro cara, no ano passado, se reuniu com a nata do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. E vai se reunir, agora, com a nata do Foro de São Paulo também. Não há comparação entre nós", disse o ex-presidente, em Porto Alegre, sem citar o nome de Lula.

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Bolsonaro já se referiu ao petista em outras ocasiões como "o cara". Em outubro de 2022, durante culto evangélico na Igreja Mundial do Poder de Deus, em São Paulo, na campanha eleitoral, ele citou o adversário como "aquele cara de 9 dedos".

Nesta quinta, o ex-presidente questionava a ação em julgamento na Corte Eleitoral, que trata da reunião que ele fez com cerca de 70 embaixadores, em junho de 2022. O então chefe do Executivo apresentou uma tese nunca comprovada de que o sistema eleitoral brasileiro é falho. O tribunal analisa se houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação no encontro.

Em outubro do ano passado, durante a campanha eleitoral, Lula visitou influenciadores e representantes de movimentos sociais do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Um boné que Lula utilizou no evento com as siglas "CPX" - que significa "complexo" - se transformou em "cupinxa" nas retóricas divulgadas pelos bolsonaristas. O termo não está ligado ao tráfico.

Dino contesta declaração

Em uma coletiva realizada no Ministério da Justiça, Dino confrontou as acusações de Bolsonaro, afirmando que o ex-mandatário tenta relacionar o governo do presidente Lula com organizações criminosas como estratégia de escapar de punições jurídicas.

"Nós achamos que o ex-presidente da República deve manter a serenidade, deve manter a decência possível e prestar contas à polícia e ao Poder Judiciário. Mas não tente, mais uma vez, recorrer a esse ardil baixo e vil de vincular o governo do presidente Lula ao PCC, ao Comando Vermelho e a qualquer outra quadrilha", disse Dino.

O ministro Flávio Dino também foi alvo de desinformações semelhantes por parte dos apoiadores do ex-presidente. Em março deste ano, quando o ministro estava no Complexo da Maré, também no Rio, para participar do lançamento de um boletim sobre dados de segurança, o titular da Justiça foi relacionado a teorias da conspiração de bolsonaristas que tentam relacioná-lo com o crime organizado.

Na época, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) questionou, em suas redes sociais, que Dino conseguia entrar na comunidade "com apenas dois carros e sem trocar tiros". Na postagem, o parlamentar sugeriu o envolvimento de Dino e Lula "com o crime organizado carioca".

Último a falar antes de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspender o julgamento que pode deixar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível, o vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gustavo Gonet, reiterou o pedido de condenação por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A sessão será retomada na próxima terça-feira, 27, com os votos dos ministros.

O discurso foi duro e atribuiu ao ex-presidente uma tentativa de "degradar ardilosamente" a democracia.

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"Relançar aos cidadãos proposições que abalam a legitimidade do pelito eleitoral às vésperas da sua realização, que já haviam sido desmentidas, sem a exposição de novas bases que as fundamente, não é contribuir para o progresso das estruturas da democracia, mas é degradá-la ardilosamente", criticou.

Bolsonaro está sendo julgado por uma reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022. No encontro, sem apresentar provas, o então presidente atacou o sistema de votação brasileiro, as urnas eletrônicas e levantou suspeitas sobre o processo eleitoral. As falas foram transmitidas pela TV Brasil.

A leitura do Ministério Público Eleitoral é a de que o evento foi usado para promover a narrativa falsa, explorada na campanha bolsonarista, de fraude nas urnas. Gonet afirmou que a reunião foi "deformada" em uma "manobra eleitoreira" e ganhou repercussão nas redes sociais.

"A reunião aconteceu exclusivamente para que fossem ouvidas palavras de desconfiança e descrédito com relação ao sistema eleitoral com sugestões desmerecedoras a integrantes da Corte", defendeu.

O vice-procurador-geral Eleitoral deixou claro que, em sua avaliação, o discurso do ex-presidente ultrapassou a liberdade de expressão e tentou "manipular" eleitores.

Gonet também associou as declarações de Bolsonaro que colocaram em dúvida a segurança do processo eleitoral bloqueios em rodovias, acampamentos em frente aos QGs do Exército e aos atos do dia 8 de janeiro.

"O chamado à desconfiança das eleições não rendeu a maioria dos votos mas provocou reações de desconfiança de parcela da população sobre a legitimidade das urnas, como jamais se viu desde constituição de 1988?, disparou.

O advogado Tarcísio Vieira de Carvalho teve 30 minutos para falar em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro no julgamento histórico que pode deixá-lo inelegível. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu o julgamento de ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. A sessão será retomada na próxima terça-feira, dia 27, às 19h, quando os votos começarão a ser proferidos.

Diante dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na manhã desta quarta-feira, 22, Carvalho tentou "despolitizar" o julgamento. "Não está em julgamento, como quer se fazer crer, o bolsonarismo. Não se está a arbitrar uma disputa sangrenta entre a civilização e a barbárie", iniciou.

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O advogado acusou o PDT, autor do pedido para suspender os direitos políticos do ex-presidente, de tentar instrumentalizar a Justiça Eleitoral. Ele chamou a ação de "impostora" e defendeu que o processo não pode ser usado para "varrer do mapa político um projeto de direita para o Brasil".

"É totalmente inverossímil essa narrativa de golpe de estado. O que houve foi sim um debate, lá na reunião de julho, legítimo, salutar, em torno da necessidade de aprimoramentos constantes do sistema eletrônico de votação. Talvez com verve imprópria, sim, mas substancialmente é isso que ocorreu", afirmou.

O pano de fundo da ação é a reunião convocada por Bolsonaro, então presidente, com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022. No encontro, sem apresentar provas, o então presidente atacou o sistema de votação brasileiro, as urnas eletrônicas e levantou suspeitas sobre o processo eleitoral. As falas foram transmitidas pela TV Brasil.

O advogado defendeu que Bolsonaro pode ter usado um "tom inadequado, ácido, excesivamente contundente" no discurso, mas que o debate sobre o sistema de votação é "legítimo".

"A questão do voto impresso não pode ser tabu, foi objeto de uma proposta de emenda, que alcançou maioria simples", argumentou. "O discurso de Bolsonaro vai de encontro com o que pensam milhões de brasileiros que, certos ou errados, não tem nada de golpistas. E mesmo entre os que não gostam do discurso, há brasileiros leais que dizem que o discurso pode evoluir."

A defesa também tenta salvar o vice, general Walter Braga Netto, ao defender que uma eventual punição no caso só pode ser "personalíssima" e não poderia passar de multa.

Em manifestação escrita enviada ao TSE antes do julgamento, a defesa de Bolsonaro já havia afirmado que a reunião não teve cunho eleitoral, porque foi organizada na condição de chefe do Poder Executivo federal e se inseriu no contexto de "diálogo institucional". Os advogados argumentam ainda que as declarações fizeram parte de um "debate de ideias" para aprimorar o sistema de votação e foram pautadas pela "convicção pessoal" do ex-presidente.

O argumento foi retomado na tribuna. Tarcísio Vieira de Carvalho alegou que o encontro teve "caráter diplomático" e não passou de uma reunião "franciscana".

"Numa nova narrativa, muito inventiva, falaciosa, a simples reunião passou a ser tida como o acender de um rastilho de pólvora que lamentou na explosão lamentável dos atos do 8 de janeiro", rebateu.

O advogado Tarcísio Vieira Carvalho, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro em ação contra no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que a acusação contra o general Braga Netto é uma "injustiça ainda maior". Braga Netto foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.

"A acusação não se preocupou em produzir uma linha (contra Braga Netto)", afirmou Carvalho. Ele sustentou que "não faz nenhum sentido" declarar a inelegibilidade do candidato a vice quando a acusação é "personalíssima" em relação a Bolsonaro.

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A absolvição de Braga Netto já foi defendida quando o procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, lia seu parecer pouco depois das 12h desta quinta-feira (22).

A defesa de Bolsonaro afirmou também que o ex-presidente adotou "silêncio sepulcral e prolongado" após as eleições de 2022, que deram vitória ao agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma "prova cabal da aceitação do resultado eleitoral". Na avaliação do advogado, isso mostra a desvinculação de Bolsonaro com os atos golpistas de 8 de janeiro.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu o julgamento de ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. A sessão será retomada na próxima terça-feira (27), às 19h, quando os votos começarão a ser proferidos.

A maior parte da sessão desta quinta-feira foi ocupada pela leitura do relatório do corregedor-geral eleitoral, Benedito Gonçalves. Ele será o primeiro a votar quando a sessão for retomada.

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A sessão também teve as sustentações orais das partes e leitura do parecer do vice-procurador geral eleitoral, Paulo Gonet, que reforçou a defesa da inelegibilidade de Bolsonaro e da absolvição de Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.

Os brasileiros estão divididos sobre o resultado do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), iniciado nesta quinta-feira (22), que poderá tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos. Segundo levantamento da Genial/Quaest, de junho, 47% dos brasileiros defendem a condenação do ex-chefe do Executivo, enquanto 43% desaprovam.

A pesquisa ainda questionou quem Bolsonaro deveria apoiar nas urnas, caso seja impedido de disputar as eleições. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece no topo da lista com 21% dos votos; seguido da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), com 15% e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), com 11%.

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho e articulador político do ex-presidente, aparece na quarta posição, com 4%. Uma parcela de 27% diz que nenhum deles deve ter o apoio de Bolsonaro. Outros 21% não souberam responder e 1% defendeu que o ex-chefe do Executivo deveria apoiar outros nomes.

A pesquisa da Genial/Quaest entrevistou 2.029 pessoas com idade de 16 anos ou mais, de forma presencial, entre os dias 15 e 18 de junho, em 120 municípios. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais, para mais ou para menos.

O advogado Tarcísio Vieira Carvalho, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro em ação contra ele no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que a reunião com embaixadores em que o ex-mandatário desferiu ataques ao sistema eletrônico de votação foi "franciscana" e não tinha objetivo eleitoral ou golpista.

Carvalho buscou dissociar o evento de julho de 2022 com os atos golpistas de 8 de janeiro. "A reunião, nem de longe, ostenta caráter eleitoral, ostenta caráter diplomático", sustentou.

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"O ato foi eminentemente de Estado, foi realizado não na presença de eleitores, não na presença de candidatos, não na presença de atores eleitorais no plano geral das eleições de 2022. Foi publicizado, foram encaminhados convites ao TSE, ao Supremo, ao TSE, ao TCU. O ministro Fachin chegou à época a responder, dizendo que não iria", afirmou Carvalho.

O advogado admitiu que Bolsonaro usou "tom inadequado" na reunião com embaixadores, mas defendeu a mera aplicação de multa ao invés da imposição de inelegibilidade. "Se o presidente queimou largada em matéria de propaganda, aplique multa", defendeu.

Carvalho chamou a ação ajuizada pelo PDT de "fantasiosa", "impostora" e "eivada de falsidade ideológica" e acusou o partido de entrar no TSE para "catapultar candidatura cambaleante". Ele ressaltou, ainda, que o que está em julgamento não é o bolsonarismo. "Não se está a arbitrar disputa sangrenta entre civilização e barbárie", afirmou, em resposta à sustentação oral do PDT. "O TSE é um tribunal, não é um parlamento, é um colégio eleitoral".

O TSE julga uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) proposta pelo PDT que pode tornar Bolsonaro inelegível devido a uma reunião com embaixadores realizada no Palácio do Alvorada em julho de 2022, em que ele levantou, sem provas, suspeitas sobre o sistema eleitoral. O evento foi transmitido pela TV Brasil e pelas redes sociais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), onde alcançou quase 600 mil visualizações.

O Partido Liberal (PL) divulgou um vídeo de Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (22), em que o ex-presidente tira fotos com apoiadores dentro de um avião rumo a Porto Alegre. O ex-chefe do Executivo realiza a viagem no mesmo momento em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inicia o julgamento que pode torná-lo inelegível por oito anos.

O vídeo divulgado pelas redes sociais do PL com o intuito de mostrar um Bolsonaro sorridente e tranquilo, sem sinais de preocupação com o julgamento. O ex-presidente, no entanto, afirmou no último sábado (17), que "os indicativos não são bons", ao comentar o resultado da análise do TSE.

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Como mostrou o Estadão, o partido traçou a estratégia de "vitimização" do ex-presidente, que passará a fazer uma espécie de "road show" pelo País para dizer que está sendo "perseguido". A tática definida pelo ex-presidente, de agora em diante, será partir para o "tudo ou nada".

Na sua rede social, Bolsonaro também apareceu na manhã desta quinta-feira. Ele publicou uma foto com um recado escrito à mão atribuído a funcionários do avião, apoiando-o. Na legenda, o ex-presidente informou sobre a sua viagem e o horário de chegada previsto no aeroporto.

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A agenda de Bolsonaro na capital gaúcha começa na sexta-feira (23), quando deve comparecer a um ato de filiações ao PL, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, e, logo depois, será o homenageado de um almoço promovido por correligionários em uma churrascaria. Enquanto isso, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) estará em Rondônia. No sábado (24), ela vai participar de um ato do PL Mulher, no qual vai convocar a população a se manifestar em defesa do marido. Os maiores índices de rejeição de Bolsonaro, até hoje, estão concentrados no público feminino.

O ex-presidente Jair Bolsonaro(PL) pode perder os direitos políticos e ficar inelegível por oito anos caso seja condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (22) em razão de uma ajuizada pelo PDT, do ex-candidato a presidente Ciro Gomes. A Corte vai decidir se o ex-mandatário usou o cargo e a estrutura do governo para espalhar notícias falsas sobre o processo eleitoral e para fazer campanha em reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022, enquanto ainda era presidente.

O PDT sustenta que Bolsonaro espalhou um "arsenal de inverdades" com o objetivo de se beneficiar eleitoralmente durante o encontro. A ação cita três motivos para a condenação do ex-presidente: abuso de poder político, abuso de poder no uso dos meios de comunicação e conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais.

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"É inegável que o senhor Jair Messias Bolsonaro aproveitou-se do evento para difundir a gravação do discurso com finalidade eleitoral, indissociável ao pleito de 2022. Isso porque o ataque à Justiça Eleitoral e ao sistema eletrônico de votação faz parte da sua estratégia de campanha eleitoral, de modo que há nítida veiculação de atos abusivos em desfavor da integridade do sistema eleitoral, por meio de fake news, o que se consubstancia em um fato de extrema gravidade, apto a ser apurado na ambiência desta ação de investigação judicial eleitoral", argumenta o PDT.

Segundo o advogado Walber de Moura Agra, um dos autores da ação, as declarações do então presidente na reunião com os embaixadores não consistem em um episódio isolado. Para ele, Bolsonaro manteve uma conduta reiterada de descredibilização do sistema eleitoral durante o período na Presidência da República.

"Ficou claro que houve utilização da TV Brasil, a pressão em funcionários públicos, a disseminação de desordem informacional e utilização de patrimônio público. Além da reunião, uma série de eventos corroboram tudo o que o processo está dizendo. Era algo sistemático, estrutural e reiterado para minar as instituições e a democracia", disse Agra ao Estadão.

O partido lista onze afirmações e ataques à Justiça Eleitoral e ao sistema eletrônico de votação do presidente durante a reunião que configuram, segundo a ação, discurso eleitoral:

- As urnas completaram automaticamente o voto no PT na eleição de 2018

- As urnas brasileiras não possuem sistemas que permitem auditoria

- Não é possível acompanhar a apuração dos votos

- O inquérito que investiga uma invasão ao sistema do TSE, em 2018, não estava sob sigilo

- A apuração dos votos é realizada por uma empresa terceirizada

- O TSE não aceitou sugestões das Forças Armadas para melhorar a segurança do processo eleitoral

- O TSE divulgou que os resultados de 2018 podem ter sido alterados

- As urnas eletrônicas sem impressão do voto são usadas apenas em dois países além do Brasil

- Os observadores internacionais não têm o que fazer no Brasil porque a contagem de votos não é pública

- Um hacker teve acesso a sistemas do TSE, inclusive a milhares de códigos-fontes e a uma senha de um ministro do TSE

- A Polícia Federal pediu os registros cronológicos de acesso ao sistema computacional do TSE, mas sete meses depois a Corte asseverou que eles foram apagados

Aos embaixadores, Bolsonaro alegou que tudo o que foi apresentado estava documentado. Porém, ele apresentou apenas um compilado de declarações de ministros e trechos fora do contexto da apuração da PF. "O que eu mais quero por ocasião das eleições é a transparência. Queremos que o ganhador das eleições seja aquele que foi votado", disse Bolsonaro.

Os advogados de Bolsonaro afirmam que o evento constou de agenda oficial do então presidente da República, previamente informada ao público, e que a má-fé de determinados setores da imprensa levou a cobertura da reunião a tratar "uma proposta de aprimoramento do processo democrático como se se tratasse de ataque direto à democracia". Segundo a defesa, o evento, na verdade, foi "um convite ao diálogo público continuado para o aprimoramento permanente e progressivo do sistema eleitoral e das instituições republicanas".

A legislação eleitoral proíbe o uso da máquina pública e da estrutura do governo em benefício dos candidatos que buscam a reeleição. O abuso de poder político ocorre justamente quando um candidato usa o cargo para tentar influenciar indevidamente a preferência dos eleitores.

"O senhor Jair Messias Bolsonaro, valendo-se de sua condição funcional realizou reunião com os embaixadores de países estrangeiros residentes no Brasil para falar sobre as eleições deste ano, especificamente para atacar a integridade do processo eleitoral com fake news", diz o PDT.

A reunião de Bolsonaro com os embaixadores foi amplamente divulgada à época, inclusive pelos meios de comunicação oficiais do governo federal. O encontro foi transmitido pela TV Brasil e disponibilizado no site da estatal.

O PDT argumenta que o então presidente cometeu abuso de poder no uso indevido dos veículos de comunicação ao promover "um desequilíbrio de forças decorrente da exposição massiva de um candidato nos meios de comunicação em detrimento de outros, de modo apto a comprometer a normalidade e a legitimidade do pleito".

Inclusão de minuta golpista

Durante o processo, o PDT pediu ainda a inclusão da minuta golpista apreendida pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que foi preso na investigação sobre os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O rascunho previa uma intervenção no TSE, liderada por Bolsonaro com apoio do Ministério da Defesa, para anular o resultado da eleição.

"Não significa uma modificação do processo. Não se está colocando um fato novo. A minuta do golpe não é uma tese, é um documento. Não é apócrifo. Consiste em uma prova e o próprio tribunal entendeu desta forma", explicou Agra, advogado do PDT.

Na véspera de ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob risco de ficar inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma reunião no gabinete de Flávio Bolsonaro (PL), no Senado, com aliados, para debater o voto na sabatina do advogado Cristiano Zanin Martins, indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF), e também para traçar estratégias para o julgamento que pode cassar seus direitos políticos. Na saída, Bolsonaro alegou em entrevista que não vê motivo para ficar inelegível se for considerada a decisão do TSE no julgamento de abuso de poder político da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, concluído em 2017.

Com esse discurso, Bolsonaro admitiu o risco que corre pela gravidade das novas provas obtidas na investigação dos responsáveis pelos ataques golpistas em Brasília no dia 8 de janeiro. No sábado, 17, Bolsonaro tinha admitido a aliados que "os indicativos não são bons para o julgamento do TSE". Por isso, a estratégia jurídica do ex-presidente é que seja descartada a análise de provas como o minuto do decreto de golpe, achado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

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"A ação contra mim é exatamente igual à chapa Dilma-Temer. Novos fatos foram apensados à minha ação. A partir do momento em que o TSE aplicar a jurisprudência para o meu caso, por coerência, no meu entender, tem que ser assim, a acusação contra mim, por se reunir com embaixadores, se torna frágil", alegou Bolsonaro a jornalistas.

Bolsonaro usa esse argumento, porque em 2017, ao julgar se houve abuso de poder político na campanha de Dilma e Temer nas eleições de 2014, o TSE decidiu, por 4 votos a 3, que não poderiam ser consideradas no julgamento novas provas que foram anexadas depois que a ação foi protocolada na Corte, ainda que reforçassem a acusação inicial e tratassem dos mesmos eventos.

O TSE começa a julgar nesta quinta-feira, 22, uma ação iniciada pelo PDT, em que o partido acusou Bolsonaro de cometer abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, quando convocou e fez reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada em 18 de julho de 2022. Na reunião, Bolsonaro repetiu ataques que vinha fazendo ao sistema eleitoral e alegou aos diplomatas que não seria confiável o resultado das urnas eletrônicas nas eleições. Houve transmissão ao vivo do evento pela TV Brasil e por redes sociais.

Só que, depois dessa acusação inicial pelo PDT, novas provas de ataque ao sistema eleitoral foram anexadas ao processo do TSE, obtidas em investigações de inquéritos em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que investigam ataques à democracia de Bolsonaro e de seus apoiadores. Também foram incluídas no processo eleitoral novas provas obtidas nas investigações sobre os ataques golpistas aos três poderes da República em 8 de janeiro, como a minuta do decreto de golpe encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

"Não tem por que cassar meus direitos políticos por uma reunião com embaixadores. É só julgar com a mesma jurisprudência de 2017 que essa ação será arquivada", alegou Bolsonaro.

Ao falar do julgamento da chapa Dilma-Temer, Bolsonaro também ironizou que se Temer não tivesse sido absolvido e mantido no cargo, o ministro Alexandre De Moraes, atual presidente do TSE, não teria sido nomeado por Temer.

"Se não fosse julgamento dessa forma, jogando provas fora, Moraes não seria ministro do STF porque Temer seria cassado também. Por ironia do destino Moraes é presidente do TSE. Espero que ele aja com imparcialidade, assim como o tribunal como um todo", afirmou o ex-presidente.

Bolsonaro evita falar sobre futuro inelegível

Indagado sobre quais seriam seus planos caso seja declarado inelegível pelo TSE, Bolsonaro alegou que não falaria sobre seu futuro. "Não sei se vou estar vivo quando virar a esquina aqui. Então não falo sobre ‘se’. Não gostaria de perder meus direitos políticos. Não sei se vou ser candidato no ano que vem a prefeito ou vereador, não sei. Ou no futuro a presidente ou senador, não sei. Isso não é motivo para perder meus direitos políticos. Não houve ataque ao sistema eleitoral", alegou Bolsonaro.

Sabatina de Zanin

O ex-presidente admitiu que também discutiu como seria o voto do PL na sabatina de Zanin, mas não quis externar a posição do partido e comparou a indicação do advogado de Lula à nomeação, feita por ele, do ministro André Mendonça. "Indicação do Zanin é competência privativa do presidente. Muita gente reclamou que indiquei ministro terrivelmente evangélico", afirmou Bolsonaro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou ao Senado Federal, para apreciação, nome de quatro diplomatas para cargos de representação do Brasil no exterior, conforme mensagens publicadas no Diário Oficial da União (DOU).

Foram indicados: Sidney Leon Romeiro, para exercer o cargo de embaixador do Brasil nos Emirados Árabes Unidos; Silvana Polich, para embaixadora do Brasil na República da Croácia; Claudia Vieira Santos, para Representante Permanente do Brasil junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Organismos Internacionais Conexos; e Alexandre Guido Lopes Parola, para embaixador do Brasil no Reino do Marrocos.

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O ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou o pedido feito pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro nesta quinta, 13, para derrubar o sigilo das alegações finais apresentadas na ação que pode torná-lo inelegível.

O sigilo provisório foi colocado a pedido da própria defesa de Bolsonaro, que depois voltou atrás e pediu sua derrubada.

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A defesa de Bolsonaro alegou "direito social à livre e legítima informação" e pediu a "a ampla divulgação das razões finais para conhecimento e escrutínio públicos. Os advogados argumentaram que, apesar do sigilo, as alegações finais formuladas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) foram vazadas na imprensa.

No despacho, Gonçalves destacou que as matérias jornalísticas apenas mencionam que o MPE opinou pela inelegibilidade de Bolsonaro. "Não se demonstrou ter havido ampla, cabal e irrestrita divulgação da peça opinativa do Ministério Público ou, tampouco, qualquer remissão ao teor de elementos probatórios protegidos por sigilo".

O ministro ainda ressaltou que os próprios investigados pode adotar providências para que divulgação pública de suas alegações finais proteja informações sigilosas, como por meio de tarjamento.

As alegações finais do MPE foram apresentadas na última quarta-feira, 12, na ação que investiga Bolsonaro devido à reunião com embaixadores em julho do ano passado. No encontro, transmitido pela TV Brasil, o então presidente desferiu ataques sem provas ao sistema eleitoral. O PDT acusou Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Esta ação é a mais avançada entre as 16 Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) que tramitam na Corte e podem tornar Bolsonaro inelegível por oito anos. A expectativa é que a ação vá ao plenário da Corte até maio.

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) celebrou pelas suas redes sociais, na noite desta quarta-feira (12), as agendas com embaixadores e lideranças internacionais que cumpriu nos seus primeiros 100 dias de governo.

A líder do executivo estadual recebeu no Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, na área central do Recife, lideranças políticas de países como Reino Unido, Portugal, Países Baixos e Canadá. 

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De acordo com a governadora, as reuniões foram marcadas por troca de experiências e articulações de parcerias de interesse de Pernambuco. "É Pernambuco falando para o mundo! Nesses pouco mais de 100 dias como governadora de Pernambuco, já me reuni com vários embaixadores e representantes de outros países, a exemplo de Reino Unido, Portugal, Países Baixos e Canadá (na ordem das fotos). Sempre dialogando, trocando experiências e articulando parcerias de interesse do nosso Estado".

Raquel também pontuou que nos encontros, as lideranças políticas "sempre" teceram elogios ao potencial do Estado. "E posso garantir a vocês: em todos esses encontros, somos sempre elogiados por nossa força, potencial e capacidade de encontrar boas soluções para problemas complexos. A nossa caminhada à frente do Estado está só começando e essa troca de experiências e cooperação será de extrema importância para o nosso futuro. Por isso, estaremos sempre de portas abertas por aqui; prontos também para mostrar para o mundo o que Pernambuco tem pra falar", escreveu a governadora. 

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O corregedor-geral da Justiça Eleitoral ministro Benedito Gonçalves encerrou a fase de instrução da ação de investigação eleitoral que mira o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo ataque às urnas eletrônicas em reunião com embaixadores, em julho do ano passado, às vésperas do período eleitoral. Cumprida a fase inicial do processo, por meio da coleta de documentos e outras provas, o caso fica mais perto do desfecho - embora ainda não tenha sido marcada data para que o colegiado submeta o tema a julgamento.

Agora, as partes do processo apresentam suas alegações finais antes de o ministro Gonçalves analisar todas as provas juntadas aos autos e formar um entendimento sobre a ação. No caso, vão se pronunciar o Bolsonaro e seu candidato a vice nas eleições 2022, o general Walter Souza Braga Neto, e o PDT, autor da ação. Depois, o Ministério Público Eleitoral vai apresentar seu parecer sobre o processo.

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A ação em questão imputa a Bolsonaro e Braga Neto 'abuso de poder político tendente promover descrédito a esta Justiça Eleitoral e ao processo eleitoral, com vistas a alterar o resultado do pleito'. Uma eventual condenação pode levar à inelegibilidade do ex-chefe do Executivo.

Em despacho assinado na sexta-feira (31), Benedito Gonçalves listou todas as provas coletadas ao longo da investigação eleitoral, entre depoimentos, perícias e documentos compartilhados de outras investigações. O ministro anotou que 'foi possível conjugar contraditório e celeridade, conduzindo-se o procedimento com estrita observância ao diálogo processual, à boa-fé objetiva, ao princípio da não surpresa e ao dever de fundamentação'.

"Em pouco mais de 3 meses, foram realizadas cinco audiências e requisitados todos os documentos, inclusive procedimentos sigilosos, relacionados aos fatos relevantes para deslinde do feito. Saliente-se que foi deferida a oitiva de nove testemunhas da defesa e, em razão da desistência dos investigados, ouvidas seis delas. Foram ouvidas ainda 3 testemunhas por determinação do juízo, sempre com a necessária delimitação dos fatos que seriam objeto do depoimento", indicou.

Veja a seguir a lista do que foi juntado aos autos do processo que pode tornar Bolsonaro inelegível:

Minuta do Golpe e perícia

Peça que gerou grande movimentação na ação de investigação eleitoral, a cópia da minuta de decreto de Estado de Defesa apreendida pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres foi juntada aos autos no dia 16 de janeiro. O documento citava suposta intervenção no TSE em uma tentativa de anular as eleições 2022.

Segundo o despacho de Benedito Gonçalves, também já consta nos autos do processo a perícia feita pela Polícia Federal no documento. O procedimento se deu no bojo da investigação sobre a suposta omissão de Anderson Torres e outras autoridades públicas ante os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

Depoimentos

Ao longo da fase de colheita de provas da ação de investigação eleitoral em trâmite no TSE, foram colhidos depoimentos de: Carlos Alberto França, ex-ministro das Relações Exteriores (abril de 2021 e dezembro de 2022); o senador Ciro Nogueira; o almirante Flávio Augusto Viana Rocha, ex-secretário de Assuntos Estratégicos do Palácio do Planalto; os deputados federais Filipe Barros e Major Vitor Hugo; o jornalista Augusto Nunes. Todos foram ouvidos a pedido de Bolsonaro e Braga Neto

Também foram ouvidos os peritos Ivo de Carvalho Peixinho, que já foi responsável pela unidade de tecnologia e capacitação da Divisão de Repressão de Crimes Cibernéticos, e Mateus de Castro Polastro. Ambos participaram de uma reunião realizada às vésperas da live que Bolsonaro fez em julho de 2021, também para atacar o sistema eletrônico de votação.

Ainda depôs ao TSE o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso por suposta conivência com os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Como mostrou o Estadão, o aliado de Bolsonaro reiterou que desconhece a autoria da 'minuta do golpe' e ainda contrapôs a versão da Procuradoria-Geral da República (PGR), que afirmou que o documento não parecia que seria descartado e estava 'muito bem guardado' em uma pasta oficial do governo federal, junto a pertences pessoais.

Compartilhamento de inquéritos

A ação de investigação eleitoral contra Bolsonaro e Braga Neto ainda foi abastecida pelas cópias de dois inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Uma investigação se debruçou sobre o vazamento, por Bolsonaro, de dados sigilosos de uma apuração da PF sobre um ataque hacker aos sistemas internos do TSE - o qual foi usado por Bolsonaro, com informações distorcidas, para atacar as urnas eletrônicas.

Em tal inquérito, a conclusão da Polícia Federal foi a de que, o então chefe do Executivo 'agiu deliberadamente' para promover desinformação sobre as urnas eletrônicas em um evento 'previamente estruturado com o escopo de defender uma teoria conspiratória'.

A outra investigação compartilhada com o TSE é a que apura a ofensiva golpista que invadiu e destruiu as dependências do Planalto, Supremo e Congresso no dia 8 de janeiro. Já são mais de mil denunciados pelos atos antidemocráticos e as investigações sobre o caso seguem em diferentes frentes.

Foi ainda juntada aos autos da investigação eleitoral a cópia integral de um pedido de investigação em trâmite no STF sob relatoria do ministro Luiz Fux. Trata-se da notícia crime em que deputados federais alegam que Bolsonaro teria praticado crime contra o Estado Democrático de Direito, crime de responsabilidade e eleitoral e atos de improbidade administrativa na reunião com embaixadores do dia 18 de julho de 20221.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encerrou a fase de coleta de provas em uma ação que acusa o ex-presidente da República Jair Bolsonaro de abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação por convocar, em julho de 2022, uma reunião com embaixadores estrangeiros para disseminar suspeitas infundadas sobre a urna eletrônica e atacar o Supremo Tribunal Federal (STF).

Se condenado, Bolsonaro pode perder seus direitos políticos por oito anos e ficar fora de eleições no período.

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Movido pelo PDT, este é o processo mais avançado que pode tornar o ex-presidente inelegível.

Com o fim da fase de instrução, as partes têm um prazo para fazer suas alegações finais. O julgamento em plenário da ação deve ocorrer após o Ministério Público Eleitoral emitir seu parecer final, mas ainda não há data prevista para o início.

Nesta ação está anexada a minuta de um decreto golpista apreendido pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres em investigação sobre os atos extremistas nas sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro. Inquéritos que correm no STF sobre ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral também foram incluídos.

O ex-chanceler Carlos Alberto França, o ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira Lima Filho, Anderson Torres e o ex-secretário Especial de Assuntos Estratégicos Flávio Augusto Viana Rocha estão entre as testemunhas de defesa já ouvidas.

Uma das testemunhas apresentadas pela defesa não chegou a prestar depoimento, o coronel de Artilharia da reserva do Exército Eduardo Gomes da Silva. Apresentado por Bolsonaro como "analista de inteligência", ele foi peça-chave em uma live em que o ex-presidente também atacou as urnas eletrônicas.

Na reunião com 70 diplomatas no Palácio da Alvorada, Bolsonaro alegou, sem provas, que o TSE teria admitido à Polícia Federal que hackers poderiam alterar nomes de candidatos e migrar votos de um postulante para outro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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