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A média de economia, quando se utiliza a energia solar em substituição à elétrica, chega a até 90%. A estimativa é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

O setor, que vem crescendo muito no Brasil, já ocupa o 3º lugar em geração de energia, perdendo apenas para eólica e elétrica.

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O país ultrapassou a marca de 19 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica. Desse total, 13 são de potência instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos. O restante corresponde às usinas de grande porte.

O número é considerado histórico pelo setor e, com base neles, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que a capacidade instalada poderá dobrar até o início do ano que vem.

O presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, disse que os crescentes reajustes nas contas de luz e a redução dos custos para instalação das placas fotovoltaicas explicam o crescimento desse tipo de energia no país.

A energia solar é considerada uma fonte limpa, que não produz resíduo ou poluição. Segundo a Absolar, essa  energia evitou a emissão de quase 28 milhões de toneladas de CO2 (dióxido de carbono) na geração de eletricidade.

O custo de instalação, no entanto, não é baixo. Para residências, o preço médio é de R$ 25 mil e para indústrias, de até R$ 200 mil. Sauaia afirmou ainda que esses valores devem cair. Como a redução nas contas mensais é alta, o investimento é recuperado em poucos anos.

Desde 2012, de acordo com dados da Absolar, a energia solar garantiu R$ 10 bilhões em novos investimentos no Brasil, além de 640 mil empregos. A arrecadação aos cofres públicos foi de quase R$ 40 bilhões.

A Elgin, fabricante e distribuidora de equipamentos fotovoltaicos e provedora de soluções nas áreas de climatização, refrigeração, iluminação, automação e costura, lançou uma série de treinamentos gratuitos para profissionais e empresas que atuam com geração própria de energia solar no Brasil.
Os conteúdos serão oferecidos mensalmente e realizados de forma on-line. Toda cadeia de profissionais no País, que abrange hoje cerca de 25 mil empresas e empreendedores no segmento de geração solar fotovoltaica, pode se beneficiar e adquirir novos conhecimentos durante as sessões de treinamentos. Cada treinamento conta com quatro dias de conteúdos, das 8h às 12h, totalizando 16 horas. 
 Entre os conteúdos apresentados pela equipe de engenharia da Elgin, destacam-se aplicação técnica e comercial para sistemas fotovoltaicos, tecnologias e inovações no setor e boas práticas de instalação.
Os inscritos que cumprirem toda a carga horária receberão o certificado de participação oficial da fabricante. 
Os participantes terão acesso à teoria completa de como funciona um sistema fotovoltaico, tipos de sistemas, principais componentes, geometria solar e dimensionamento. Também serão apresentados ao portifólio de produtos da Elgin, sendo abordado a função, modelo e benefícios de cada produto. E, por fim, receberão informações sobre cuidados e procedimentos de instalação, incluindo vistoria técnica, normas de segurança e particularidades de instalação dos produtos Elgin.

A previsão da Elgin é capacitar e qualificar cerca de mil empresas e profissionais até o fim deste ano. Para o mês de outubro, os treinamentos srão realizados entre os dias 4 e 7. O cadastro pode ser feito através do site até o próximo dia 3 de outubro. A cada mês, a empresa divulgará as datas dos próximos treinamentos em suas redes sociais e canais digitais.

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“A nossa missão é disseminar conhecimento aos nossos parceiros atuais e se aproximar cada vez mais de profissionais do setor, através do compartilhamento de conteúdos relevantes. Temos o compromisso de contribuir para o desenvolvimento de um mercado cada vez mais profissionalizado e com condições de entregar qualidade e segurança aos consumidores de energia solar no Brasil" comenta o diretor da divisão de energia solar da Elgin, Glauco Santos.

O curso técnico em Sistema de Energia Renovável, ministrado na Escola Técnica Estadual Pedro Muniz Falcão, em Araripina, município de Pernambuco, se tornou referência nacional para o desenvolvimento de novos cursos da área. 

O destaque se deve à grade curricular do curso, desenvolvido com o apoio da Auren Energia, Instituto Votorantim, Itaú Educação e Trabalho e o Governo do Estado de Pernambuco, que juntos projetaram modelos de atividades de interação entre o mundo do trabalho e a escola.

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O projeto é resultado de um levantamento elaborado pela empresa, que identificou as potencialidades e demandas do mercado para o segmento de energia na macrorregião. O objetivo da companhia é contribuir para evidenciar uma das vocações da região Nordeste: a geração de energia renovável.

A capacitação é totalmente alinhada às recomendações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para fomentar a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) no Brasil, assim, o curso se sobressai por ser moderno e atento às oportunidades sustentáveis atuais. 

Além da construção de um currículo de referência, a escola técnica também ganhou espaços modernos e preparados para a prática profissional. Foram instalados por meio das doações de empresas parceiras da ETE, os Laboratórios de Eletrônica e o de Mecânica, que foram equipados com protótipos de turbina eólica e células fotovoltaicas para geração de energia solar, oferecendo mais qualidade para o desenvolvimento dos alunos do curso. 

O currículo foi elaborado visando desenvolver competências gerais exigidas no mercado de trabalho, como capacidade de resolver problemas, iniciativa, criatividade, raciocínio lógico e flexibilidade. Outra preocupação foi criar um currículo abrangente, que abordasse além de energia eólica e solar, já bastante consolidada na região, outras fontes, como hidroelétrica e biomassa, por exemplo, ampliando o campo de atuação e empregabilidade desses profissionais. Entre as disciplinas oferecidas pela profissionalização, estão: Eletricidade Básica, Fundamentos de Energia Solar e Eólica, Eletrônica Básica, Energia Solar Térmica, Energia Hidráulica e Biomassa, entre outros. 

Esses cursos oferecem uma certificação profissional de qualidade aos jovens da região, aumentando as chances de inserção no mundo profissional. Além disso, o Ensino Técnico possibilita a inclusão em serviços mais especializados, como a área de tecnologia.

A Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação reabriu inscrições para o curso de qualificação socioprofissional do programa Novos Talentos de Energia Fotovoltaica. Serão ofertadas 25 vagas remanescentes. 

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas a partir de terça-feira (10), às 8h, e seguem até às 23h59, do dia 12 de maio. O cadastro para o curso deve ser feito no site da SETEQ

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As aulas são presenciais e terão início no dia 16 de maio, às 18h. Segundo a SETEQ, os alunos devem comparecer no primeiro dia de aula para confirmação de matrícula e entrega de documentação (RG, CPF e comprovante de residência), a partir das 17h, na Faculdade de Administração e Direito de Pernambuco (FCAP), no bloco C, 3° andar, na Madalena, bairro do Recife.

As aulas são do turno da noite, das 18h às 22h.  

 

“Nós abrimos este curso porque o mercado de energia solar em Pernambuco vem crescendo bastante, porque nosso Estado possui enorme potencial de geração em todas as regiões. A energia fotovoltaica é a capacidade de transformar energia captada dos raios solares em energia elétrica por meio de um fenômeno físico. Os alunos vão aprender, inclusive, como trabalhar com essa energia limpa, renovável e a instalar as placas que valorizam as casas”, disse o secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação, Alberes Lopes. 

 

A Secretária de Trabalho, Emprego e Qualificação de Pernambuco (Seteq-PE) abriu um curso para todos os profissionais que queiram se qualificar em energia solar. Os interessados poderão se inscrever entre os dias 3 e 14 de março. A capacitação começará com quatro turmas no período da noite, nas cidades de Recife, Paulista, Caruaru e Flores. As aulas irão iniciar no dia 28 de maço, com carga horária de 60 horas.

Durante o curso, os alunos e alunas vão aprender sobre instalações de sistemas de energia solar, com seis módulos que abordam, por exemplo, arquitetura bioclimática, energia solar fototérmica, energia solar fotovoltaica, radiação solar e efeito fotovoltaico, geometria solar, radiação solar ao nível do solo 1.4.3, medindo o potencial solar, horas de sol pico e efeito fotovoltaico.

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Também haverá módulo de trabalho em alturas, com temas como normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura, análise de risco e condições impeditivas, riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção e controle, entre outros. O módulo três contará com assuntos sobre células fotovoltaicas, características elétricas, condições de teste e operação, painel e arranjo fotovoltaico, entre outros.

Confira os locais em que serão realizadas as aulas do curso:

Recife 

Turma 1 

Convocação para confirmação de matrícula e entrega de kit do aluno: 16 de março 

Início das aulas: 21 de março 

Conclusão do curso: 8 de abril

Turma 2 

Convocação para confirmação de matrícula e entrega de kit do aluno: 11 de abril 

Início das aulas: 18 de abril 

Conclusão do curso: 6 de maio

Turma 3 

Convocação para confirmação de matrícula e entrega de kit do aluno: 2 de maio 

Início das aulas: 9 de maio 

Conclusão do curso: 27 de maio

Informações sobre as turmas de Recife 

Local de aula: Faculdade de Ciências da Administração e Direito-FCAP/UPE - Av. Sport Clube do Recife, nº 252 – Madalena – Recife/PE – CEP nº 50.720-635 

Vagas: 75 vagas (25 vagas por turma)

Paulista  

Turma 1 



Convocação para confirmação de matrícula e entrega de kit do aluno: 16 de março 



Início das aulas: 21 de março 



Conclusão do curso: 8 de abril 

Turma 2 



Convocação para confirmação de matrícula e entrega de kit do aluno: 11 de abril 



Início das aulas: 18 de abril 



Conclusão do curso: 6 de maio 

Turma 3 



Convocação para confirmação de matrícula e entrega de kit do aluno: 2 de maio 



Início das aulas: 9 de maio 



Conclusão do curso: 27 de maio

Informações sobre as turmas de Paulista 



Horário: 18h às 22h 



Carga horária: 60 horas aulas 



Local de aula: Agência do Trabalho de Paulista - Praça Frederico Lunddgren s/nº, Centro, Paulista/PE – CEP nº 53.401-250 



Vagas: 75 vagas (25 vagas por turma)

Caruaru 

Convocação para confirmação de matrícula e entrega de kit do aluno: 16 de março 



Início das aulas: 21 de março 



Conclusão do curso: 8 de abril 



Horário: 18h às 22h 



Carga horária: 60 horas aulas 



Local de aula: ETE Nelson Barbalho - Av. Dom Bosco 6, Caruaru/PE  – CEP nº 55014-400  



Vagas: 25 vagas

Flores 

Convocação para confirmação de matrícula e entrega de kit do aluno: 16 de março 



Início das aulas: 21 de março 



Conclusão do curso: 8 de abril 



Horário: 18h às 22h 



Carga horária: 60 horas aulas 



Local de aula: ETE 11 de Setembro - Rua Pedro Santos Estima nº 20, Centro, Flores/PE – CEP nº 56.850-000 



Vagas: 25 vagas

O alto custo da energia elétrica no Brasil tem levado muitas pessoas a buscar soluções que diminuam o valor da conta de luz. Uma alternativa interessante para as residências pode ser a energia solar que, segundo especialista consultado pela Agência Brasil, é “boa para o bolso, para o país e para o mundo”.

O potencial de geração de energia solar no Brasil é imenso, mas ainda subaproveitado, principalmente em residências. Isso se explica pelo fato de muitas pessoas não terem noção do que é necessário para transformar tetos ou áreas abertas em pequenas geradoras de energia por meio de placas solares. Algo que, de acordo com o professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB) Rafael Amaral Shayani, é mais simples do que parece, e cujos benefícios vão além de uma conta de luz menos onerosa.

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“A energia solar de uso residencial, que é chamada de geração de distribuída, é boa para o bolso do consumidor. Mas também é boa para o país porque o Brasil é um país em desenvolvimento que vai precisar de muita energia para crescer; e para o mundo, porque protege o meio ambiente, já que não emite gases de efeito estufa”, destaca o engenheiro eletricista em entrevista à Agência Brasil.

Boa para o bolso

A energia solar pode resultar em diminuição significativa dos gastos com a conta de luz. Segundo Shayani , um investimento entre R$ 12 mil e 15 mil pode reduzir em até 90% a conta de energia.

“A pessoa, então, passa a pagar apenas a parcela mínima, que é o consumo mínimo, uma tarifa de disponibilidade do serviço”. O engenheiro diz diz que o investimento é recuperado em cerca de cinco anos e que o sistema dura de 20 a 25 anos.

Boa para o país

A energia solar é também boa para o país, para lidar com a expectativa de crescimento da demanda de energia, conforme o aumento do número de fábricas e indústrias previsto para os próximos anos.

“A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê que até 2050 o Brasil vá triplicar o consumo de eletricidade, até em função do aumento populacional e das consequências disso para o setor produtivo, já que acarretará em mais uso de eletrodomésticos”, afirma Shayani.

Boa para o planeta

“Quando a energia é gerada no telhado da sua casa, você não está queimando gás natural para gerar eletricidade. Você reduz a necessidade de hidrelétricas, que alagam florestas, ou de carvão ou gás queimados para a geração de energia por usinas térmicas. Portanto, é uma forma muito boa de contribuir para proteger o meio ambiente”, complementa o professor.

Para Shayani, um dos grandes desafios mundiais é gerar mais eletricidade e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. “Nesse sentido, a energia solar vem como solução. Quanto mais pessoas a adotarem, mais energia o país produzirá, e menos energias fosseis precisarão ser usadas”, enfatiza o professor, que indica também o uso de aquecimento solar por meio de tubos de plástico para, com o calor do Sol, esquentar a água do chuveiro.

Placas fotovoltaicas

A grande vantagem do uso de placas fotovoltaicas, segundo Shayani, é a possibilidade de “devolver” parte da energia consumida para a rede de energia fornecida pela distribuidora local.

Para “devolver” energia à rede fornecedora, é necessário ter, além do painel solar, um inversor, já que a energia solar gera tensão contínua, e as tomadas das residências usam energia alternada.

“Você liga seu sistema de energia solar a uma rede elétrica da distribuidora que atende à cidade. Ou seja, instala o sistema no telhado e ligao no mesmo disjuntor que a companhia elétrica tem na sua casa. É o sistema mais barato porque não depende de baterias que armazenem a energia”.

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) há, no Brasil, 775.972 sistemas solares desse tipo já instalados.

Chuvas e tempo nublado

Interligar as placas à rede distribuidora de energia é também solução para evitar falta de energia em dias de chuva, tempo nublado, ou mesmo à noite, quando não há sol. “É como se o relógio medidor de energia rodasse para trás quando é dia e o consumo é menor. À noite, então, quando não há sol, você vai pegar de volta essa energia, usando a energia das hidrelétricas brasileiras. Aí o relógio vai para a frente”.

No fim do mês, se a energia fornecida de dia for igual à recebida nos períodos sem luz solar, é como se o relógio que marca o consumo ficasse no zero. “O nome oficial disso é Sistema de Compensação de Energia. Gera-se mais energia de dia para compensar o uso à noite, quando não tem energia solar. É uma coisa interessante porque não precisa de baterias para armazenamento, que são muito caras e altamente poluentes.”

Baterias

Em geral esse equipamento com baterias é usado em regiões isoladas, onde não há fornecimento de energia por companhias elétricas. É o caso de algumas comunidades do interior da Amazônia, na floresta.

"Além de caras e danosas ao meio ambiente, essas baterias são como as de carro: estragam-se muito rápido e precisam ser trocadas a cada três ou quatro anos. O custo adicional delas faz o sistema [de captação e geração de energia] quase dobrar de preço”, estima o professor.

Como funcionam

A energia solar é´uma inovação tecnológica que difere das outras formas de geração de eletricidade porque é um sistema eletrônico. É feita a partir de uma pedra de silício, substância que, depois do oxigênio, é a mais abundante na Terra.

“A crosta terrestre é feita de silício, material usado nos painéis solares. Quando a luz solar incide sobre ele, pula um elétron, o que acaba gerando energia. Essa corrente elétrica sai do telhado e entra nos equipamentos, energizando a casa”, detalha o especialista.

Legislação

A legislação da Aneel permite quatro modalidades de geração distribuída de energia. A primeira é a geração na própria unidade consumidora, quando a pessoa a instala no telhado da própria casa. A segunda é chamada autoconsumo remoto, que é quando a pessoa tem, por exemplo, duas residências em um mesmo estado. Ela pode colocar energia solar no telhado da casa e a energia que é gerada lá compensa o consumo da outra residência.

“Existe, ainda, a modalidade de múltiplas unidades consumidoras. É o caso dos condomínios, que podem colocar placas nos telhados para abastecer a área comum. Há também a possibilidade de moradores dos apartamentos colocarem o equipamento em telhados, e a energia ser rateada entre as unidades que fizeram o investimento.”

A quarta modalidade é a de geração compartilhada que, segundo o especialista, abrange “uma usina maior à qual as pessoas podem se associar para serem beneficiadas com abatimento na conta de energia”.

Custo dos equipamentos

O preço do sistema depende de dois fatores principais. O primeiro é saber quanto de energia a residência consome. “Para saber isso, basta olhar a fatura enviada pela concessionaria de energia todo mês. O consumo é calculado a partir da média mensal. No verão, gera-se mais eletricidade e, no inverno menos. Mas, na média do ano, a pessoa pode gerar toda energia da casa”, explica Rafael Shayani.

“Depende também de quanto sol tem na região. O Brasil em geral é muito ensolarado. O local com menos sol no Brasil tem mais sol do que a Alemanha inteira, que é um dos líderes no uso de energia solar. Então, se você mora em um local com muito sol, seu sistema de geração pode ser menor, não sendo necessárias tantas placas”, acrescenta.

Segundo o professor, o consumo típico de uma residência brasileira fica em torno de 10 quilowatts-hora por dia. “Normalmente, temos cinco horas de sol forte por dia. Considerando essa média como referência, precisamos então de um sistema de energia solar de mais ou menos 2 kw instalado no telhado da casa. Ele vai ocupar área pequena do telhado e gerar energia para, na média do ano, atender tudo.”

O custo do equipamento varia de acordo com a cotação do dólar, que está na faixa de R$ 5,50. “Atualmente, esse equipamento deve custar entre R$ 12 mil e 15 mil, mas, com ele instalado, a conta de luz pode cair para o valor mínimo cobrado pela concessionária. O investimento é recuperado nos primeiros três ou cinco anos. Depois, fica 20 anos pagando só a tarifa mínima de energia elétrica, que é cobrada para a manutenção da rede.”

O equipamento deve ser instalado por uma empresa específica, porque é necessário registro no Conselho de Engenharia, de forma a comprovar que a instalação é segura e atende às regras de segurança da distribuidora de energia.

“O primeiro passo é contatar, na sua cidade, uma empresa de equipamentos para geração de energia solar, um ramo que cresceu muito nos últimos anos. Tem milhares de empresas no Brasil. Peça a eles um orçamento. Eles instalam o equipamento, entram em contato com a distribuidora que, depois, fiscaliza a instalação para ver se tudo está adequado para, enfim, ligar o sistema. Isso tudo pode ser feito em até 30 dias”, afirma o engenheiro.

A última Tese de Impacto em Energia da Artemisia, lançada em 2018, acertou em cheio nas previsões, até agora. O estudo mostrou que a demanda por energia elétrica deve triplicar no Brasil até 2050, conforme projeções da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE).

"Para atender à demanda futura é preciso considerar ações de expansão da oferta e repensar a eficiência de toda a cadeia, incluindo a avaliação e o incentivo a formas alternativas de gerar e distribuir energia", diz Maure Pessanha, presidente do Conselho da Artemisia, que, a pedido do Estadão, analisou os principais pontos da tese.

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Essa expansão deve levar em conta o poder aquisitivo da população, a "pobreza energética" - conceito criado na Inglaterra para definir a incapacidade das pessoas de adquirir os serviços de energia para satisfazer necessidades básicas.

Esse cenário, agravado pela crise hídrica, já levou instituições financeiras a criar linhas de crédito especiais para democratizar o acesso à energia solar, mais barata e limpa. É o caso da Caixa Econômica Federal, que lançou uma linha para financiar projetos fotovoltaicos para pessoas físicas, e do Santander, que criou a linha Giro Sustentável PJ, destinada a projetos sustentáveis em condomínios residenciais.

FACILIDADES

Nascidos para solucionar as dores desse mercado, pequenos e médios negócios de energia solar também focam na democratização. "Os financiamentos possibilitam aos clientes de classes mais baixas pagar parcelas com valor semelhante à conta de energia sem o sistema fotovoltaico", diz Artur Bernardo, diretor comercial da Dinâmica Energia Solar, que já financiou mais de 700 projetos, de fazendas solares a instalações de pequeno porte.

A Meu Financiamento Solar, fintech de crédito para energia solar que nasceu do Portal Solar e virou uma joint-venture com o Banco BV, completou um ano em outubro com mais de 40 mil propostas pagas - 70% delas voltadas a instalações residenciais.

A startup cobre 100% do valor em projetos de até R$ 500 mil para pessoas físicas e R$ 3 milhões para jurídicas, oferecendo parcelamento de até 84 vezes e 120 dias para começar a pagar. Entre os clientes que buscam o financiamento, 48% têm renda mensal abaixo de R$ 5 mil, e outros 22% ganham de R$ 5 mil a R$ 10 mil.

Já a plataforma Solfácil, que une soluções de financiamento e marketplace de equipamento solar, acaba de captar R$ 1,28 bilhão para financiar sistemas fotovoltaicos. Os recursos estão sendo usados nas linhas de crédito para pessoas físicas, pequenos comércios e produtores rurais.

Além da atuação financeira, a startup criou um marketplace solar, que conecta distribuidores a integradores. A plataforma oferece mais de 1,5 mil kits para instalação, facilitando a cotação e a busca por parte do integrador solar para cada projeto, seja residencial, comercial ou do agronegócio. "Ofertamos uma experiência digital, portfólio de diversas marcas e opções a preços competitivos e pronta entrega", destaca Fabio Carrara, CEO e cofundador da Solfácil.

Com mais de 400 unidades franqueadas e presente em todos os Estados, a Energy Brasil criou um sistema de pagamento que possui maquininha própria e permite que o cliente parcele o kit solar em vários cartões e em até 12 vezes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O aumento na conta de luz dos brasileiros este ano - que já chega a 25%, principalmente por causa da crise hídrica - deu um impulso extra à energia solar residencial. A capacidade de geração de painéis instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos saltou de 4,7 gigawatts (GW) em janeiro para 7,3 GW no início de novembro, uma alta de 53%. Essa potência equivale a pouco mais da metade da capacidade de geração da usina de Itaipu (14 GW).

No total, a capacidade de geração solar no Brasil atingiu 12 GW na semana passada, incluindo tanto os projetos residenciais quanto as usinas de grande porte. Isso equivale a pouco menos de 7% de toda a capacidade de geração de energia brasileira, de 180 GW. "A evolução confirma que os consumidores tomam consciência da necessidade de buscar soluções sustentáveis para enfrentar as elevadas tarifas de energia e as mudanças climáticas", diz Rodolfo Meyer, presidente do Portal Solar, empresa parte do Grupo Votorantim e responsável pelo levantamento.

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As estimativas são de que a adoção da energia solar reduza as contas de luz em ao menos 50%, podendo chegar a 90% em alguns casos. Apesar de o investimento nas placas não ser baixo (um projeto básico completo sai por volta de R$ 15 mil), ele acaba se pagando em cinco anos, em média.

Por isso mesmo, a expectativa é de que o crescimento desse segmento siga em aceleração, já que as tarifas de energia devem continuar subindo no ano que vem. A projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), conforme informou o Estadão, é que as contas tenham um aumento médio de 21,04% em 2022. "Estamos em crescimento acelerado. Para 2022, nem mesmo a elevação dos preços dos equipamentos deverá parar a energia solar no Brasil", diz Meyer.

INVESTIMENTOS

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), essa fonte de energia já trouxe ao Brasil mais de R$ 60 bilhões em novos investimentos desde 2012. "As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços de até 10% ao das termelétricas ou da energia elétrica importada de países vizinhos", diz o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia.

Segundo a associação, desde 2012 a geração solar evitou a emissão de 13,6 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. Atualmente, as usinas solares de grande porte são a sexta maior fonte de geração do Brasil.

Sauaia destaca que, além de reduzir a conta de luz, a energia solar pode ser instalada com mais rapidez. "Basta um dia de instalação para transformar uma residência ou empresa em uma pequena usina geradora de eletricidade limpa, renovável e acessível."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo um estudo realizado por pesquisadores do Big Bear Solar Observatory, centro de pesquisa dos Estados Unidos, o planeta Terra está com menor incidência de luz. O resultado foi coletado levando em consideração os últimos 20 anos, e o nível de luz que o planeta reflete quando está de frente para o lado mais escuro da lua.

De acordo com o pesquisador Phillip Goode, um dos autores do estudo, é importante lembrar que o planeta não possui luz própria, e assim, o fenômeno se trata dos raios que o sol dispara em direção a Terra. Assim, em comparação com o cenário de 2 décadas atrás, o planeta absorve cerca de 0,5% mais energia solar.

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O principal fator responsável no acontecimento, é a diminuição da cobertura de nuvens, que recebe os raios solares e reflete para o espaço, e quanto menos cobertura, menor a incidência de luz, que também traz como consequência um aumento da temperatura na superfície dos mares, processo chamado de “Oscilação Decadal do Pacífico” (ODP).

Vale lembrar que, apesar da Terra ser palco desse fenômeno, isso não significa que uma maior absorção de energia pode estar diretamente ligada ao aquecimento global, já que a taxa de 0,5% ainda é pequena, mas as consequências podem afetar condições meteorológicas a longo prazo.

Durante o Encontro Estratégico Inovações Sustentáveis, nesta terça-feira (28), os governadores do Nordeste relataram as dificuldades para aumentar a produção de energia limpa na região, e citaram, com unanimidade, a falta de financiamento. A iniciativa reuniu, através da plataforma Zoom, além de governadores do Nordeste, especialistas em Meio Ambiente, sustentabilidade e energia renovável. O objetivo do webinar, promovido pelo programa HidroSinergia, foi discutir o potencial de geração de energia limpa da região, com foco nas formas de energia eólica e solar, e possibilidades da redução da emissão de carbono através dessas produções, com a geração do hidrogênio verde.  

A coordenadora do Programa de Hidrogênio Verde (H2) da GIZ, Kristina Kramer, integrou o debate pontuando características do H2, do Nordeste brasileiro e como o governo alemão pretende trabalhar conjuntamente ao Brasil e outros países interessados na iniciativa sustentável. A Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit, conhecida como GIZ, é uma empresa é especializada em projetos de cooperação técnicos e de desenvolvimento sustentável em escala mundial e tem hoje como principal acionista o governo federal alemão. 

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Participaram do encontro, também, o senador Jacques Wagner (PT-BA), presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado; o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), de forma assíncrona; o governador da Bahia, Rui Costa (PT); o Embaixador da União Europeia, Ignacio Ybáñez; o coordenador de Energia do Instituto Clima e Sociedade, Roberto Kishinami; o diretor executivo do Centro Brasil no Clima (CBC), Guilherme Syrkis; e dos secretários de Meio Ambiente de Pernambuco, José Bertotti, da Bahia, Marcia Telles, do Ceará, Artur Bruno e do Espírito Santo, Fabricio Machado. 

O aspecto econômico foi amplamente reproduzido pelos representantes, que concordaram sobre a falta de coordenação nos projetos existentes no Nordeste. A conversa evidenciou interesses conjuntos à empresa alemã, que admitiu limitações na produção do hidrogênio verde no país europeu que, por outro lado, tem mais iniciativas de investimento do que o Brasil. 

“O hidrogênio verde entra como um portador de energia extremamente versátil. O hidrogênio em si não é novo, é um gás produzido principalmente a partir de combustíveis fósseis, o que chamamos de carbono cinza. Para descarbonizar a economia, precisamos do hidrogênio verde, que é o mesmo gás produzido de forma limpa. Ele está sendo produzido com água e eletricidade obtida por energias renováveis, como a eólica e a solar”, explica Kramer. 

A representante da Giz também destacou que um dos desafios é igualar e diminuir os custos da produção do hidrogênio verde em comparação à produção do hidrogênio cinza, com alta emissão de carbono, mais utilizado até hoje. Segundo a coordenadora, o potencial de produção próximo aos 100% facilitaria a redução de custos, e essa capacidade pode ser encontrada no Nordeste. 

“O fator de capacidade do Nordeste ajuda a baixar os custos de produção. A região tem capacidade de deixar os eletrolisadores trabalhando 24 horas por dia. Do ponto da exportação, o Nordeste tem uma infraestrutura portuária e os portos são próximos dos portos europeus. A distância geográfica é importante para diminuir os custos do transporte do hidrogênio caso a região queira exportar. O Brasil também tem uma excelente estrutura empresarial, 95% das empresas-membro já estão no Brasil”, continuou a alemã. 

O Ministério de Economia e Energia da Alemanha pretende imputar dois bilhões de euros para parcerias internacionais com foco no hidrogênio verde, informou a coordenadora. O país europeu tem em vista dois instrumentos de fortalecimento desse mercado, com destaque à linha de financiamento de projetos internacionais, o que inclui o Brasil, com edital para ser lançado em outubro, ideal para empresas dispostas a fazer um consórcio internacional e que tenham condições de sediar também na Alemanha. 

O segundo instrumento seria o “H2 Global”, ainda em fase elaboração, e que visa incentivar o mercado de produção e importação do hidrogênio verde, através de leilões dupla face. A diferença entre o preço ofertado e o da demanda seria compensada pelo governo alemão. 

O HidroSinergia, que é projeto do ICS e do CBC, também destacou seus eixos de trabalho e o interesse de projetos sustentáveis que estejam alinhados ao Acordo de Paris. Os eixos são a regeneração hidroambiental do Rio São Francisco; a produção de hidrogênio verde para substituir combustíveis fósseis; a expansão das energias renováveis (eólica e solar) em áreas secas e pobres do semiárido; e a capacitação profissional com geração de empregos verdes para reduzir desigualdade. 

“Aumenta a segurança hídrica, com mais energia solar e eólica. As hidrelétricas ficam em reserva, acumulando água na bacia e esse acúmulo não só garante mais segurança para os usos múltiplos, mas também permite a regeneração ambiental da bacia. A Lei do Saneamento permite colocar nas metas dos objetivos das licitações o reflorestamento de bacias, isso interessa às empresas de água”, explica Sergio Xavier, coordenador e articulador do CBC. 

De acordo com Roberto Kishinami, coordenador do portfólio de energia do iCS, “o Nordeste brasileiro tem potencial de assumir um papel central no processo de descarbonização mundial e, como consequência, prover mais oportunidades de autonomia e mais qualidade de vida para sua população. A região já possui a geração eólica mais barata do mundo e tem tudo para se tornar um polo global de produção de hidrogênio verde, permitindo que esse insumo se torne competitivo mais rapidamente”. 

O representante do iCS também pontuou que falta “um esforço da região para harmonizar a regulação local em torno desses empreendimentos”. “Temos percebido que em algumas situações, a implantação do parque atrapalha ou impede melhor aproveitamento de recursos que estão lá, como terra e solo, que dinamizam a economia existente. Isso não ocorre por uma falta de regulação que possa orientar e disciplinar a implantação desses parques eólicos e solares. Houve um estudo, financiado pela GIZ, sobre a integração de fontes variáveis ao sistema elétrico, e ali está bem clara a possibilidade de aumentar bastante ou dobrar a participação das fontes variáveis na matriz desde que haja uma mudança na maneira como se aproveita o parque existente de hidroeletricidade”, prosseguiu. 

O HidroSinergia soma-se à iniciativa “Governadores Pelo Clima”, coalizão que conta com a união de 25 governadores brasileiros comprometidos com o enfrentamento à crise climática e o desenvolvimento de um pacto para a construção de uma nova economia focada na descarbonização do planeta. Fazem parte as principais instituições ambientais do Brasil e dos estados que compõem o Semiárido brasileiro e/ou se relacionam com a Bacia do São Francisco - Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Presente na reunião, o governador Rui Costa mencionou diretamente a maior dificuldade da Bahia na expansão dos parques de energia limpa. 

“O desafio é transformar as tecnologias disponíveis, as boas intenções e ideias em materialidade. A primeira dificuldade é o financiamento. Nós (Bahia) temos transporte movido a energia elétrica, o metrô vlt monotrilho e estamos buscando implantar os ônibus elétricos na região metropolitana. O gargalo hoje é financiamento. O ônibus elétrico é mais caro que o ônibus de combustão a diesel. Não temos fontes de financiamento que compensem essa diferença de custo. O custo maior implica no preço da passagem e isso afeta pessoas de baixa renda. Há um ano o projeto do VLT espera o financiamento do Banco do Nordeste. temos um problema de redes de transmissão que conectam locais com potencial à rede que integre o país, principalmente para o Sudeste. O Governo Federal peca na ausência de leilões para projetos que viabilizem a transmissão e conectividade a esses projetos de energia. É assim com outros estados do Nordeste”, declarou o governador. 

 

O valor da energia elétrica, que neste mês atingiu o patamar mais alto da história através da bandeira de “escassez hídrica”, tem reacendido o debate sobre formas mais sustentáveis e limpas de alimentar as redes domésticas e industriais no Brasil. Em um país onde o sol é presença quase unânime, a instalação de painéis solares aparece como um grande aliado para aqueles que buscam, a longo prazo, economizar.

Só até agosto deste ano, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o setor entregou 10.429 megawatts (MW) de capacidade instalada, ou seja, quantidade de energia gerada nos sistemas existentes. O número representa um crescimento de mais de 39% em relação a 2020. Entre os estados que mais aderiram à tecnologia, estão Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, respectivamente.

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Com relação às condições ambientais do país, as perspectivas também são animadoras. Em comparação com países como Alemanha, considerado uma referência quando o assunto é incentivo à geração solar, o Brasil ainda fica em vantagem: o país europeu tem índice de irradiação equivalente a 900 e 1.250 quilowatts-hora (KWh) por metro quadrado (m²) ao ano, enquanto que aqui este número fica entre 1.500 e 2.400 KWh m²/ano. 

O custo de instalação dos sistemas, no entanto, resulta na lenta adesão da alternativa, que representa apenas 2,1% da matriz nacional. Para a engenheira eletricista Carol Silveira, o sistema oferece “inúmeras as vantagens, desde a economia de energia, uma vez que você gera sua própria energia e utiliza, acaba gerando economia em sua fatura e contribuindo para o meio ambiente, sendo uma fonte de energia renovável e sustentável. A única desvantagem ainda são os preços”.

A instalação dos painéis solares pode chegar até R$ 30.000.

“O investimento de início pode ser muito caro, mas compensa ao longo do tempo”, complementa Silveira. Em contrapartida, o valor da conta de energia pode apresentar reduções que variam entre 90% e 95%, a depender da taxa mínima estabelecida pela concessionária. Além disso, a energia solar é considerada “limpa”, ou seja, não deixa gases como o CO2 (dióxido de carbono) ou CH4 (metano) no meio ambiente.

As diferenças entre modelos “on-grid” e “off-grid”

Para aqueles que estão cogitando investir nos sistemas fotovoltaicos, é importante entender as diferenças entre os modelos disponíveis no mercado, chamados de “off-grid” e o “on-grid”. Os termos são utilizados para nomear estruturas autônomas, isto é, que não estão interligadas às redes de energia, ou aqueles conectados às distribuidoras. Em ambos os casos, utilizam-se placas feitas à base de silício para captar a luz do sol e convertê-la em energia elétrica.

Mais raro no mercado, “o modelo off-grid é o modelo de armazenamento, que funciona independente da rede da concessionária de energia. “É indicado e tem sua maior parte instalada nos interiores [dos estados], onde a falta de energia estável é predominante e o acesso à rede é precário”, explicou a engenheira.

Já o modelo “on-grid” é aquele conectado à rede, com intuito de gerar créditos na conta de energia, mais comuns em casas e apartamentos de áreas urbanas. “Ao gerar mais energia do que consome, acaba acumulando créditos e eles podem ser usados por um período de 60 meses (você acumula na própria conta de energia, e são atrelados ao seu CPF)”, acrescenta Carol Silveira. De acordo com ela, o tempo de retorno do investimento inicial fica em torno de 3 a 5 anos, no máximo.

Investimento público pode salvar o bolso dos brasileiros

Com o novo patamar alcançado pela energia elétrica, considerado crítico em decorrência da falta de chuvas, os brasileiros estão prestes a pagar R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos, uma determinação válida até 30 de abril de 2022. O fenômeno ocorre pois com o nível baixo nos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, que respondem por 70% da geração de energia do país, o governo precisa acionar as termelétricas, mais caras e poluentes.

Sendo assim, o investimento em usinas solares de grande porte, que hoje são a sétima maior fonte de geração do Brasil, pode ser uma alternativa capaz de aliviar o bolso das gerações futuras, além de promover o desenvolvimento sustentável do País. Atualmente, os empreendimentos já estão em operação em nove estados, nas regiões Nordeste (Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo) e Centro-Oeste (Tocantins).

Segundo último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta na energia de luz foi uma das principais responsáveis pela maior inflação registrada no mês de julho desde 2002. Em 12 meses, a energia elétrica acumula reajuste de 20,09%.

O atual cenário da falta de água nos reservatórios hidrelétricos e uso intenso das termelétricas fósseis fez com que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumentasse o valor da bandeira tarifária vermelha para o patamar dois. Com o reajuste, a taxa extra passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100KWh consumidos. 

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Com a conta de luz no vermelho, a energia solar é uma alternativa para os consumidores que pensam em economizar. Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostram que este tipo de geração de energia pode proporcionar uma economia de mais de 90% na conta de luz residencial. 

Créditos para o consumidor

A geração da energia depende da radiação solar e, havendo excessos de geração, são proporcionados créditos para o dono do imóvel. Também haverá momentos nos quais será utilizada a energia fornecida pela concessionária, devido a ausência ou redução da radiação. 

Ao final de cada mês, um medidor calcula automaticamente quanto de energia foi injetada na rede e quanto foi consumido, gerando a fatura. 

Se por acaso a geração mensal for maior que o consumo, serão fornecidos créditos para o consumidor, que pode usá-los para fazer o pagamento de próximas faturas da residência responsável pela geração da energia solar, no prazo de até 60 meses, ou fazer o abatimento em outras unidades consumidoras, desde que os contratos estejam no nome do proprietário da casa geradora.

Ao LeiaJá, Ricardo Chalegre, 30 anos, consultor em Eficiência Energética do SENAI, explica como ocorre a instalação da energia solar e outros detalhes importantes para quem pensa nesta alternativa. 

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Possibilidade de financiamento

Segundo Chalegre, atualmente existem muitos bancos que estão oferecendo linhas de crédito para que as pessoas consigam comprar e instalar os equipamentos necessários para a geração da energia solar. "O valor da parcela do financiamento ficaria muito próximo do valor da conta de energia - isso não alteraria em nada o fluxo de caixa do consumidor. Qualquer pessoa, teoricamente, nestas condições, teriam como instalar”, assegura. 

Vale destacar que o consumidor continua pagando a Celpe uma taxa mínima, que se refere praticamente a iluminação pública. Não consegue zerar a conta, mas chega ao patamar de R$ 25 ou R$ 30. 

De acordo com os dados apurados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, os reservatórios de hidrelétricas de todo o país estão com nível de água abaixo de 50%, sendo que o pior desempenho é da região Sudeste/Centro-Oeste com 20%, Sul e Norte com cerca de 29%. Um dos motivos que acarretam tal situação é a escassez de chuvas, que desde outubro de 2020 registra o menor volume de água já registrado dos últimos 91 anos. 

Para Nelson Tinoco, engenheiro civil e especialista em projetos de Geração Distribuída Mercado Livre de Energia (CCEE) e Regulação Aneel, o fator inicial deste problema está relacionado ao aumento do consumo da água, que gera uma diminuição dos recursos hídricos, uma vez que a demanda é maior que a reposição natural. “As causas são várias: crescimento populacional, desenvolvimento econômico, aumento da produção em economias emergentes, aumento das atividades produtivas, elevação do consumo de produtos que utilizam muita água na sua produção, entre outras”, cita. 

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Aliadas a estes fatores, Tinoco aponta que existem práticas humanas que desequilibram o processo natural do meio ambiente e geram consequências que afetam a vida do homem. “A destruição das florestas com as queimadas e o desmatamento também constituem um problema nessa questão. Muitas atividades antrópicas contribuem para a diminuição dessa água, principalmente com a poluição de rios e mananciais, que se tornam inutilizáveis em um curto período de tempo”, explica ele. 

Estes fatores fazem parte de um processo cujas causas estarão interligadas a outras consequências. Desta forma, o especialista afirma que a poluição dos rios e mananciais acontece pela contaminação gerada pela deposição de esgoto ou pela poluição excessiva das cidades que, por sua vez, afetam as reservas subterrâneas e superficiais, gerando a intoxicação do lençol freático. 

 Tinoco afirma que a população se torna refém dessa situação, já que a falta de água nas usinas hidrelétricas diminui a geração de energia e o país precisa recorrer às usinas térmicas para abastecer todo o setor elétrico brasileiro. Assim,  o consumidor final recebe a tarifa de energia elétrica mais cara. 

Diante dos problemas citados, Tinoco apresenta formas de contornar os problemas de escassez de água. “A melhor maneira é utilizar energias sustentáveis combinadas entre elas, diversificando a matriz energética. Com o aumento de investimento em energia solar e eólica, podemos aproveitar os períodos de secas, que interferem na geração de energia hídrica, para gerar a própria energia com o sol ou vento e economizar água”. Ele  complementa, destacando que desta forma é possível equilibrar a balança de energia no Brasil, minimizar o problema das secas nos reservatórios e até possíveis apagões.

Tinoco lembra ainda que o crescente desmatamento da Amazônia e o aquecimento global alteraram os padrões de chuva no Brasil para sempre. Portanto,  a única solução a curto prazo é diversificar as fontes de energia elétrica do país. “Administrar melhor as reservas de água e investir em tratamento de água, despoluindo rios e reaproveitando a água consumida. Vários países já mostraram que investir em novas fontes de energia e controlar o desperdício é a solução”. O especialista finaliza, reforçando que  é incoerente investir tanto em hidrelétricas quando se tem à disposição a maior fonte de energia do universo, a energia solar.

O Magazine Luiza fechou acordo com a GreenYellow para o fornecimento de energia solar para 214 das suas mais de 1.100 lojas. O contrato, que funciona no modelo de aluguel, prevê a entrega de 9307,1 MWh por ano. O acordo foi firmado ainda no primeiro trimestre deste ano, mas a expectativa é de que a energia seja entregue a partir de 2021. As 214 lojas da rede passarão, então, a funcionar 100% a base da energia sustentável.

A iniciativa da varejista não é inédita, segundo dados de junho da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), 39,5% da energia solar consumida no País já fica com o setor de comércio e serviços. Recentemente, inclusive, a Nike anunciou que sua principal central logística passou a gerar 80% da própria demanda por energia. Em operação desde o primeiro trimestre, a usina solar do centro de distribuição em Louveira (SP) gera, em média, 100 mil kWh por mês. Esse é o maior potencial em um empreendimento logístico no País.

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No caso do Magalu, porém, o modelo escolhido foi o de aluguel, o que significa que a empresa não vai instalar placas fotovoltaicas em seu parque de lojas e, sim, usar a energia comprada de um parceiro, no caso, a GreenYellow, subsidiária do grupo francês Casino. A empresa investiu mais de R$ 18 milhões nas usinas que devem fornecer energia para o novo contrato. Farão parte do projeto as fotovoltaicas de Coroados e Riolândia, no Estado de São Paulo, e de Florestópolis, no Paraná. Juntas, elas têm 4.861 de KW de potência instalada, suficiente para abastecer, por ano, 4,2 mil casas ou 23.825 TVs, por exemplo.

Tendência

A decisão da varejista segue tendências de gestão sustentável do ponto de vista financeiro e do meio ambiente. "O modelo de aluguel de energia é interessante para empresas que tenham outra atividade fim. Assim, elas podem centralizar seus esforços no que é mais importante para o negócio, enquanto fazem até mesmo economia com energia", diz o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia. Ele explica que esse tipo de energia tem ficado mais barata com o passar do tempo.

O avanço da tecnologia, o aumento da escala de produção e a maior competitividade entre as geradoras são algumas das razões que levam esse segmento a ficar mais interessante do ponto de vista financeiro.

"Desde 2010 até agora, energia solar viu seu preço cair 86%, segundo dados da Bloomberg", diz Sauaia. Sendo assim, para além do ganho de imagem que as empresas têm ao fazer anúncios do tipo, há perspectivas de que o investimento em energia limpa proporcione melhores resultados nas contas das varejistas. "Enquanto a solar fica mais barata ano após ano, a elétrica tem reajustes acima da inflação. Em 2021, podemos ainda ver aumento da tarifa afim de compensar o reajuste que não foi feito neste ano", afirma o presidente da Absolar.

Para o coordenador do MBA em gestão empresarial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, a busca por energia limpa é uma tendência global. Ele acredita que o Brasil tem, inclusive, a chance de se tornar um dos grandes fornecedores desse bem no mundo. Isso porque o País tem sol o ano todo, além de bons ventos e espaço para parque eólicos. Ele explica que criar uma imagem de quem se preocupa com o planeta é positivo para as companhias, pois isso fideliza os clientes.

O mês de fevereiro iniciou com uma boa notícia para quem busca iniciar uma carreira profissional. De acordo com a empresa Projeções da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o país deve gerar mais de 120 mil novos empregos aos brasileiros neste ano de 2020 no setor. A avaliação realizada pela entidade revela que os investimentos privados na área poderão ultrapassar R$ 19,7 bilhões no mesmo ano.

As oportunidades ofertadas serão tanto para níveis superiores, como engenheiros e administradores, quanto de nível médio e técnico para atuar como instaladores de painéis fotovoltaicos e eletricistas, além de profissionais da área de logística, por exemplo.

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Em relação a geração distribuída solar fotovoltaica, a Absolar projeta um crescimento do segmento de 170% frente ao total acumulado até 2019, passando de 2,0 GW para 5,4 GW. Já no segmento de usinas solares de grande porte, o crescimento previsto será de 25%, saindo dos atuais 2,4 GW para 3,0 GW.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), se posicionou nesta segunda-feira, 6, contra a taxação da energia solar. O discurso do parlamentar sobre o assunto é alinhado ao do presidente da República, Jair Bolsonaro, que conversou com Alcolumbre e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para fechar um acordo por "imposto zero" para o segmento.

"Meu compromisso como presidente do Senado Federal é em defesa do Meio Ambiente e do cidadão brasileiro. Sou contra a taxação da energia solar, setor importante da energia limpa, que está em potencial crescimento. Reafirmo que sou contra à criação de novos impostos aos brasileiros", diz a nota de Alcolumbre.

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O presidente Jair Bolsonaro repetiu, nesta segunda-feira (6), que é contra taxar a energia solar. "Está uma comoção nacional sobre taxar energia solar. Resolvi ontem a questão. A decisão é minha. Nenhum ministro, nenhum secretário, ninguém mais fala no assunto", afirmou.

Bolsonaro disse que a posição do governo "é tarifa zero". Ele afirmou que os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), concordam com essa política.

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Maia se comprometeu a colocar em votação, em regime de urgência, projeto de lei para zerar taxa sobre energia solar, disse Bolsonaro.

"Talvez nem precise de nada, a própria Aneel se conscientiza de que esta fonte de energia tem que ser estimulada pelo governo, não grupos lobistas que trabalham na questão de transmissão de energia trabalharem dentro da Aneel para taxar", disse ele.

O presidente já havia dito ser contra taxar este tipo de geração de energia em vídeo publicado no domingo (5), nas redes sociais.

Combustível

Sem deixar claro sobre qual estrutura pública se referia, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo deseja "privatizar" para reduzir o preço do combustível.

"Deixa o Bento e o Paulo Guedes falarem sobre isso. Nós queremos privatizar, e vai por partes. É mais ou menos o seguinte: o combustível custa X na refinaria e na bomba, pro povo, 3X. É um absurdo. São monopólios que vêm de décadas", disse.

Bolsonaro afirmou que não pode quebrar contratos já estabelecidos. "Vamos quebrando devagar esses monopólios usando a lei. Abrindo, realmente. O que nós pudermos abrir, a gente vai abrir. Tem de haver concorrência, o máximo possível, para quebrar monopólio", declarou.

O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para informar que a decisão sobre a taxação da energia solar é de responsabilidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ainda que a posição do governo seja contrária. Bolsonaro diz ainda que posição similar têm os presidentes da Câmara e do Senado.

“No que depender de nós, não haverá taxação da energia solar. E ponto final. Ninguém fala no governo, a não ser eu, sobre essa questão. Não me interessam pareceres de secretários ou de quem for. A intenção do governo é não taxar”, disse Bolsonaro pouco antes de responsabilizar a Aneel caso a taxa venha a ser cobrada.

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“Que fique bem claro que quem decide esta questão é a Aneel, uma agência autônoma na qual seus integrantes têm mandato. Não tenho qualquer ingerência sobre eles. A decisão é deles. Nós do governo não discutiremos mais esse assunto, e ponto final”, acrescentou.

Em um outro post, Bolsonaro diz que tanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quanto o do Senado, Davi Alcolumbre, manifestaram interesse em definir regime de urgência para o projeto de lei que proíbe a taxação.

“Acabei de conversar com Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre sobre a taxação da energia solar proposta pela Aneel. O presidente da Câmara porá em votação projeto de lei, em regime de urgência, proibindo a taxação da energia gerada por radiação solar. O mesmo fará o presidente do Senado. Caso encerrado”, afirma.

Desde fevereiro, 4 mil painéis solares instalados numa fazenda em Vassouras, no interior do Rio de Janeiro, geram energia para quatro lojas da Renner, na capital fluminense. O projeto, erguido a 120 quilômetros do local de consumo, tem reduzido em 13% a conta de luz das unidades e ajudado a varejista a alcançar a meta de chegar a 75% da energia consumida vinda de fontes renováveis.

Até o fim do ano, duas novas usinas vão abastecer as lojas do Distrito Federal e Rio Grande do Sul.

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A iniciativa da Renner faz parte de um movimento de popularização da energia solar no Brasil, que alcança igrejas, redes de varejo, shopping center e até hidrelétrica. De 2016 para cá, o número de sistemas de energia solar saltou de 8,7 mil para 111 mil no País, um avanço de 1.181%.

A potência instalada cresceu ainda mais, de 91,84 megawatts (MW) para 1,34 mil MW - salto de 1.359%. Essa capacidade equivale a quase uma Hidrelétrica de Porto Primavera, que demorou 19 anos para ficar pronta.

O apelo dos painéis solares começou com as mudanças nas regras do setor de energia, em 2012, que deram um pouco mais de liberdade ao consumidor para escolher de onde vem a sua eletricidade. Além disso, as regras permitiram ao microgerador jogar a energia não consumida no sistema elétrico e obter um crédito para abater na conta de luz.

Com o forte crescimento das tarifas de energia elétrica nos últimos anos - de 2013 para cá, a tarifa residencial subiu quase 90%, mais que o dobro da inflação no período -, os clientes residenciais foram os primeiros a descobrir as vantagens da microgeração ou minigeração de energia - no jargão do setor, a geração distribuída.

Mas, nos últimos três anos, foram as empresas (comércio, indústria e serviços) que deram impulso a esse segmento. Hoje, elas são responsáveis por mais da metade da capacidade instalada de "miniusinas" solares no País, apesar de representar apenas 20% do número de sistemas, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Do total de 3,6 mil MW de energia solar gerados no Brasil, 62% vêm de grandes parques, que vendem energia para o mercado livre e para o mercado cativo, das distribuidoras - como é o caso do Complexo Guaimbé, da AES Tietê, de 150 MW. O restante vem da geração distribuída. "Conforme a energia solar foi se tornando mais competitiva, com diferentes modelos de negócios, os setores de comércio e de serviços passaram a investir mais", diz o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), Rodrigo Sauaia.

Desde 2015, além de instalar painéis no telhado de seus estabelecimentos, as empresas também podem gerar energia em um local e consumir em outro, como fez a Renner. A rede de varejo firmou parceria com uma empresa que construiu a fazenda solar a 120 km das lojas localizadas em Ipanema, Copacabana, Largo do Machado e no Shopping Madureira, no Rio.

"Com essa usina, conseguimos chegar a 38% do nosso consumo atendido com energia renovável (solar, eólica, biomassa e PCH)", diz a diretora de Operações da Lojas Renner, Fabiana Taccola. Segundo ela, nas novas usinas que vão abastecer as lojas do Distrito Federal e Rio Grande do Sul, a economia deve ficar entre 18% e 20%.

O investimento da Renner só foi possível porque, nos últimos anos, os equipamentos ficaram mais baratos. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entre 2014 e 2019, houve queda de 43% no preço médio dos painéis solares, o que provocou um recuo no tempo de retorno do capital aplicado, de 7 anos, em 2015, para 4,5 anos, agora.

Para as empresas, no entanto, a questão não é apenas financeira. Além da redução na conta de luz, o apelo sustentável traz retornos importantes para a marca - e ajuda até na hora de conseguir um empréstimo. "O investimento será recuperado pelo desconto que temos no custo em relação à tarifa tradicional, mas também pela atração de pessoas que se identificam com nossa ideologia", diz o vice-presidente do grupo de shopping centers Multiplan, Vander Giordano.

Em parceria com a empresa de energia portuguesa EDP, o grupo investiu em uma área equivalente a 24 campos de futebol para gerar energia para o Shopping Village Mall, no Rio. A fazenda solar fica em Itacarambi (MG), a mais de mil km de distância do shopping, tem 25.440 painéis e reduziu em 20% o gasto da empresa com energia. No ano, isso significa uma economia de R$ 5 milhões.

Hoje para instalar um sistema de cerca de 300 kWp (quilowatt-pico, quanto o painel gera quando o sol está mais forte), uma empresa vai gastar cerca de R$ 1,1 milhão, segundo o Portal Solar - site que inclui a cadeia de geração solar. Mas, em grandes companhias, esse valor é proporcionalmente maior.

Na Usina Capim Branco, de 5 MWp, construída pela CPFL Soluções para atender à Algar Telecom, o investimento foi de R$ 21,7 milhões. A unidade representa 18% do seu consumo total, com economia de 10% na conta. No grupo, as primeiras iniciativas com energia solar começaram em 2013, com a instalação de 28 painéis na sede em Uberlândia (MG).

De lá para cá, a companhia não só investiu na usina como também comprou uma startup de energia fotovoltaica. "Temos planos de aumentar a participação da energia solar na empresa. A temática da sustentabilidade é muito importante", diz o diretor da Algar Telecom, Luis Lima.

Revés

A onda de investimentos, no entanto, pode sofrer um retrocesso, avalia a Absolar. Isso porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu rever as regras de microgeração solar. Em meados do mês passado, a agência colocou em consulta pública uma proposta pela qual o dono de um sistema fotovoltaico passaria a pagar encargos e custo da rede de distribuição, o que não ocorre hoje.

Para a Absolar, a proposta poderá reduzir em mais de 60% a economia de quem investe em geração. O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, discorda. Para ele, as medidas tentam equilibrar a expansão de forma a não onerar os demais consumidores da rede.

Fonte vai abastecer escritório de Furnas

A estatal Furnas, uma das maiores geradoras hidrelétricas do País, está construindo três unidades fotovoltaicas na área da Hidrelétrica Anta (RJ/MG). Com capacidade de 3 MW, as unidades vão abastecer 40% do consumo do escritório central da empresa.

 

Residencial responde por mais de dois terços das instalações no País

Responsáveis por 75% dos sistemas instalados no Brasil, os consumidores residenciais ganharam independência com a energia solar. Além do apelo ambiental, muitos investiram na fonte de energia como uma forma de reduzir a escalada da conta de luz, que nos últimos anos não deu trégua para o consumidor brasileiro.

Hoje, para instalar um sistema solar numa residência média, com quatro pessoas, o consumidor vai gastar cerca de R$ 20 mil.

Ainda não é um custo que esteja ao alcance da maioria dos brasileiros, mas os prognósticos para o futuro são positivos uma vez que a tecnologia tem barateado os equipamentos. Na verdade, já houve uma redução dos preços, mas anulada em parte pela alta do dólar.

Para o aposentado Abel Tavares, a instalação de um sistema solar em sua casa sempre fez parte de um sonho. Na primeira oportunidade que teve, não titubeou e contratou uma empresa para fazer sua "miniusina" solar. Comprou 12 placas e as instalou no telhado de casa, no Planalto Paulista, em São Paulo. Investiu R$ 30 mil e há um ano consegue gerar um terço do que consome.

Mas ele tem planos de comprar mais 18 placas e aumentar essa geração. "Minha ideia é zerar a conta." O investimento, no entanto, vai depender das mudanças que a Aneel pretende fazer nas regras para microgeração de energia solar. "Se for incluir todos os encargos, pode ser que o retorno do investimento demore muito e o projeto fique inviável", diz Tavares.

O médico Luís Salvoni corre para ter a homologação de sua conexão antes das mudanças regulatórias. O sistema de geração solar foi um dos requisitos na construção de sua nova casa em Santana de Parnaíba, a 41 quilômetros de São Paulo. Os 15 painéis instalados no telhado da residência deverão abastecer quase 100% do consumo da casa, quando a distribuidora fizer a conexão do sistema.

A opção pela energia solar teve motivos financeiros e ambientais. "É uma energia mais limpa, mas também evita as variações das bandeiras tarifárias, que encarecem a conta." O investimento total do sistema foi de R$ 40 mil, que deve se pagar em cerca de cinco anos; a expectativa é que as placas produzam 600 kW por mês. Em toda a residência, priorizou a aparelhagem elétrica - do forno ao aquecimento do chuveiro.

Potencial

Para o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, o apelo da sustentabilidade, aliado à redução da conta de luz, tem potencial para turbinar a capacidade instalada no Brasil em pouco tempo. Hoje, o País está distante dos maiores geradores solares do mundo. Mas, em 2018, ficou próximo dos dez maiores investidores em solar, com 1,2 mil MW instalado - a Holanda, 10.º maior investidor em 2018, instalou 1,3 mil MW. O maior produtor é a China, com 176,1 mil MW - mais que toda a potência instalada no País, em todas as fontes de energia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vereador pelo Rio de Janeiro e filho do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), afirmou, em sua conta no Twitter, neste domingo (6), que o governo está estudando o barateamento da energia solar. Em setembro, Carlos se licenciou da Câmara do Rio para "tratar de assuntos particulares".

"O Presidente Bolsonaro pediu aos técnicos do governo estudos e números para viabilizar barateamento da energia solar e suas aplicabilidades para o consumidor", disse hoje no Twitter.

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Na publicação, Carlos fez menção a uma conversa de Bolsonaro com um seguidor pelas redes sociais. No diálogo, o seguidor pede ao presidente para baixar o imposto que incide sobre as placas solares, e Bolsonaro responde que encomendou estudos.

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