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O empresário e delator da operação Lava Jato, Tony Garcia, relatou em entrevista a Joaquim de Carvalho, na última sexta-feira (2), que desembargadores do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4-RS) participaram de uma noite chamada “festa da cueca”, em um hotel de Curitiba, com a presença de prostitutas. Imagens foram gravadas no local e usadas pelo então juiz da Lava Jato, Sergio Moro, para ameaçar e chantagear os envolvidos, segundo o ex-delator.

Os desembargadores ameaçados eram os mesmos que tomavam as decisões da operação, como a sentença que condenou o então ex- presidente Lula à prisão em 2018.

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Durante a entrevista, Garcia explicou que chegou a gravar conversas com colegas a mando do magistrado. Ele disse que foi ameaçado pelo juiz, e que a sede da Polícia Federal em Curitiba era considerada a “Guantánamo brasileira”.

Tony Garcia afirma ainda que chegou a denunciar os atos para a sucessora de Moro na operação, a juiza Gabriela Hardt, mas o caso foi engavetado. No final de maio passado, Hardt pediu para sair da operação, e deve ser transferida para outra vara.

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou, nesta terça-feira (4), a entrega do terceiro kit de joias que ele recebeu em 2019 pelo governo da Arábia Saudita, quando ainda presidia o Brasil. A informação foi confirmada pelo ex-secretário executivo de Comunicação, Fabio Wajngarten, por meio de uma publicação na sua conta no Twitter.

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O prazo dado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) foi de cinco dias úteis, para que as joias fossem entregues à Caixa Econômica Federal. O mesmo prazo se aplicou para as armas que ele também teria recebido do governo saudita, mas a entrega foi feita na sede da Polícia Federal, em Brasília.

Nesta quarta-feira (5), Bolsonaro deverá se apresentar à Polícia Federal para depor sobre o escândalo das joias recebidas. Ele é acusado de ter tentado articular a entrada das mercadorias no Brasil sem declarar à Receita Federal. Um dos presentes é avaliado em R$ 16 milhões.

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP) abriu um inquérito para investigar e cobrar explicações de ex-assessores do então presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre as joias presenteadas pela Arábia Saudita em 2021. O órgão pretende encontrar os responsáveis envolvidos no escândalo revelado por reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, quando uma comitiva do ex-presidente tentou entrar no Brasil portando as joias de maneira ilegal, sem declarar os valores à Receita Federal, no dia 28 de outubro daquele ano.

Segundo informações do portal UOL, a CEP vai investigar o ex-ministro Bento Albuquerque, que portava o estojo com as joias. Também estão na lista alguns ex-assessores do então presidente, como o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid e o primeiro-sargento Jairo Moreira da Silva. Eles haviam recebido ordens de Bolsonaro, no final do seu mandato, em 2022, para resgatar as joias, que ficaram presas na Receita Federal. O ex-oficial da Marinha do Brasil, Julio Vieira Gomes, também está na fila para ser questionado. À época, ele era o secretário que chefiava a Receita Federal, e foi orientado a pressionar os servidores do órgão para liberar o material.

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O presente dado pelo governo saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é avaliado em R$ 16,5 milhões, e ficou preso na alfândega. Quando tentaram reaver o material, ele já havia se tornado parte do patrimônio do Ministério da Economia. O caso repercutiu antes de as joias irem para leilão, quando a Receita notificou a perda dos bens.

Há especulações de que a lista de investigados pela CEP aumente nos próximos dias.

O adiamento das viagens da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pelo Brasil e do evento do PL Mulher em celebração ao Dia Internacional da Mulher foi atrelado ao escândalo das joias que Michelle Bolsonaro recebeu de presente da Arábia Saudita e foram apreendidas no aeroporto de São Paulo.

No entanto, de acordo com a avaliação do cientista político da Universidade Federal de Pernambuco Arthur Leandro, não deve-se esperar “tanta prudência” do Partido Liberal, de Valdemar da Costa Neto, em tentar preservar, de alguma forma, a imagem da família Bolsonaro. 

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A afirmação foi feita porque o evento do PL Mulher, por exemplo, poderia servir de defesa para Michelle Bolsonaro ante o eleitorado bolsonarista. “O evento seria restrito às mulheres que são ligadas ao PL. Então, Michelle falaria em ambiente seguro e poderia, inclusive, usar a oportunidade para subir o tom, dizer que as mulheres estão sendo perseguidas e que são caluniadas, sofrem todo tipo de violência e que o PL seria a agremiação que dá espaço e permite que as mulheres participem e se expressem”, disse. 

Para o especialista, o evento seria um palanque para Michelle Bolsonaro, sobretudo para “tentar reverter esse episódio das joias em seu favor, dizendo que é uma armação da grande imprensa junto com o governo do PT”. “Pode parecer uma afirmação alucinada, desligada da realidade, mas é um tipo de afirmação que ela ressoa e conforta parte da militância e dos apoiadores de Michelle e da família Bolsonaro”, complementou. 

Um outro ponto observado por Arthur Leandro é de que algumas pessoas defendem o episódio como uma “cortina de fumaça para tirar o foco dos eventuais desmandos do governo Lula e da sua dificuldade em entregar o que se comprometeu a fazer”. 

Ademais, o bolsonarismo ainda tem uma base eleitoral expressiva e muito forte no Brasil, que espera ser mobilizada. “O bolsonarismo ainda é muito forte nas redes sociais e os atos do ex-presidente Jair Bolsonaro e das pessoas próximas a ele vão ser inevitáveis daqui para a frente. Vão ser evidenciados e trazidos à tona. Então, o grupo dessa figura da Michelle não deve, por razão prática, silenciar enquanto esses episódios estão sendo mobilizados”, afirmou o cientista político. 

Segundo ele, a decisão de esconder Michelle Bolsonaro neste momento, além de não fazer sentido com o perfil do líder partidário, seria uma estratégia equivocada. “Acho que é um momento de se fazer presente, dizer que é calúnia [a história das joias], que está sendo perseguida porque sempre pensou na família, nas crianças brasileiras, que é contra a mentira. Então, se for uma razão de prudência [o cancelamento do evento], de buscar preservar uma liderança emergente. Primeiro, é extravagante em relação à figura do partido que não costuma ter esse tipo de cautela. Depois, me parece uma decisão equivocada do ponto de vista estratégico”, pontuou. 

“Michelle não vai ser presa sem ser acusada formalmente e processada. Ela não corre o risco que o marido corre e não vai ser presa preventivamente. Ela tem que ocupar o espaço político que está aberto. Essa lacuna foi deixada com o afastamento do casal Jair e Michelle do Palácio do Planalto e que ela tem condições, sim, de vocalizar a expressão e as ideias que esse casal e esse movimento representa”, afirmou Arthur Leandro. 

O senador Flávio Bolsonaro chegou a publicar no Twitter que o pai estaria retornando ao Brasil no dia 15 de março, mas apagou a publicação e depois afirmou que a volta estava próxima, mas ainda sem data. Isso também fez com que fosse cogitado o possível adiamento do retorno de Bolsonaro ao Brasil por conta do escândalo. Sobre isso, o cientista político pontuou que não há ambiente seguro para o retorno do ex-presidente ao Brasil por enquanto, pois “provavelmente ele pode ser preso”.

“A sua prisão preventiva pode ser decretada porque, objetivamente, ele pode sim interferir no curso das investigações, usar seu poder de influência para pressionar investigador, juiz, promotor. A leitura de que o momento não foi propício é correta, e eu acho que vai continuar sem ser propício por muito tempo, já que ele corre efetivamente o risco de sofrer algum tipo de revés no Brasil e precisa encontrar meios de se colocar fora do alcance da Justiça Nacional”. 

 

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sob pressão intensa depois de perder o apoio do Partido Conservador, está cada vez mais perto da renúncia.

A BBC informou que Johnson renunciará nesta quinta-feira como líder do partido, o que significa que também deixará o posto de chefe de Governo. E Downing Street anunciou que ele fará um discurso aos britânicos durante o dia.

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O novo ministro das Finanças, Nadhim Zahawi, nomeado na terça-feira depois que Rishi Sunak anunciou sua demissão e provocou o início da pior crise do mandato de Johnson, se uniu nesta quinta-feira aos pedidos de renúncia do primeiro-ministro, depois que o chefe de Governo perdeu o apoio do Partido Conservador em meio a vários escândalos.

"Sabe em seu coração o que é o correto, saia agora", escreveu em uma carta publicada no Twitter.

Michelle Donelan, nomeada na terça-feira para o ministério da Educação para substituir Zahawi, apresentou o pedido de demissão apenas 48 horas depois de assumir a pasta.

Outro pedido de demissão veio do ministro para a Irlanda do Norte, o até agora leal Brandon Lewis, o que eleva a mais de 50 o número de renúncias no Executivo desde as saídas de Sunak e do ministro de Saúde, Sajid Javid, na tarde de terça-feira.

"Um governo decente e responsável se baseia na honestidade, integridade respeito mútuo", afirmou Lewis. "Lamento profundamente ter que deixar o governo porque acredito que estes valores não são mais respeitados", acrescentou.

Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, principal força da oposição britânica, afirmou que a perspectiva de renúncia do primeiro-ministro é uma "boa notícia".

Ele considerou, no entanto, que não basta mudar o líder do Partido Conservador. "Precisamos de uma verdadeira mudança de governo", disse Starmer.

Johnson resistia

Para demonstra que não pretendia sair sem lutar, Johnson demitiu na quarta-feira à noite o ministro da Habitação e Governo Local, Michael Gove, seu braço direito na campanha de 2016 a favor do Brexit, que pediu sua renúncia pelo bem do partido e do país.

No fim da tarde de quarta-feira, um grupo de colaboradores próximos de Johnson, incluindo a ministra do Interior Priti Patel, compareceu a Downing Street para pedir que ele aceitasse que, sem o apoio do partido, não tinha condições de prosseguir no cargo.

De acordo com o jornal The Sun, Johnson disse a seus colegas que eles precisariam ter "sangue nas mãos" para removê-lo do cargo.

Mas na manhã desta quinta-feira, as manchetes da imprensa britânica destacam a situação insustentável do chefe de Governo.

O Daily Express, jornal favorável aos conservadores, cita a "última batalha" de Johnson e o Daily Telegraph afirmou que o primeiro-ministro estava "mortalmente ferido".

Sem governo funcional

As renúncias de Javid e Sunak aconteceram poucas horas depois de Johnson apresentar desculpas pela enésima vez, ao admitir que cometeu um "erro" por ter nomeado para um cargo parlamentar importante Chris Pincher, um conservador que renunciou na semana passada e reconheceu ter apalpado, quando estava embriagado, dois homens, incluindo um deputado, em um clube privado do centro de Londres.

Depois de afirmar o contrário em um primeiro momento, Downing Street reconheceu na terça-feira que o primeiro-ministro havia sido informado em 2019 sobre acusações anteriores contra Pincher, mas havia "esquecido".

Os britânicos esperam que o governo se comporte de maneira "competente e séria, e é por isto que peço demissão", escreveu Sunak em sua mensagem a Johnson. Javid afirmou que os britânicos precisam de "integridade por parte de seu governo".

Manobra contra Johnson

O primeiro-ministro sobreviveu no início de junho a um voto de desconfiança, uma iniciativa de rebeldes do partido para tentar afastá-lo do poder.

Apoiado por 211 dos 359 deputados conservadores, Johnson conseguiu permanecer no cargo, mas os 148 votos contra ele deixaram evidente o descontentamento interno.

As regras do partido estabelecem que este procedimento não pode ser repetido durante 12 meses, mas muitos conservadores querem uma mudança para voltar a tentar outra manobra contra Johnson.

Johnson está envolvido em polêmicas que vão do "partygate", o escândalo das festas em Downing Street durante as restrições sanitárias, ao financiamento irregular da reforma da residência oficial, passando por acusações de clientelismo.

Grande vencedor das legislativas de dezembro de 2019, quando conseguiu a maioria conservadora mais importante em décadas com a promessa de concretizar o Brexit, o primeiro-ministro perdeu grande parte da popularidade.

As pesquisas mostram que a maioria dos britânicos o considera um "mentiroso".

Johnson será investigado por uma comissão parlamentar para determinar se enganou de maneira consciente os deputados quando, em dezembro, negou as festas que violaram as regras anticovid.

E o fato de ter afirmado que não sabia das acusações contra Pincher quando muitos alegaram o contrário e de ter reconhecido o "esquecimento" reforça as acusações de que o primeiro-ministro brinca com a verdade.

Derrotas eleitorais recentes, como a de 23 de junho em duas legislativas parciais, convenceram um número crescente de rebeldes dentro do Partido Conservador de que Johnson não pode mais liderar o partido nas eleições gerais previstas para 2024.

Uma investigação internacional que levou à acusação do ex-diretor do museu do Louvre revelou a magnitude do contrabando internacional de arte, que há anos se beneficia da instabilidade no Oriente Médio, segundo especialistas consultados pela AFP.

Líbia, Síria, Iraque, Egito: a lista de países saqueados cresceu à medida que a Primavera Árabe se espalhava.

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Os sítios arqueológicos desses países são "verdadeiros supermercados a céu aberto", um fenômeno que também pode ser encontrado em alguns lugares da América Latina e da África, segundo Vincent Michel, professor de Arqueologia da Universidade de Poitiers (centro da França) e especialista na luta contra o tráfico ilícito de bens culturais.

"Esse tráfico, que surgiu com escavações clandestinas e foi agravado pela pobreza, vem crescendo desde a Primavera Árabe de 2011. Não pode ser escondido. E alimenta tanto os pequenos criminosos quanto a grande criminalidade internacional", explica o especialista.

"O contrabando de obras de arte está ligado ao narcotráfico e ao tráfico de armas" e serve, como eles, para a lavagem de dinheiro, acrescenta.

O valor total é "impossível de avaliar", mas pode chegar a "dezenas, senão centenas de milhões" de dólares.

"O mercado de arte legal representa um faturamento anual de cerca de 63 bilhões de dólares, e os traficantes estão convencidos de que há muito dinheiro em jogo", acrescenta Michel, que há anos treina especialistas policiais e peritos judiciais.

"É necessária uma consciência geral e uma luta interdisciplinar coordenada", acrescenta.

Egito

A epidemia de Covid-19, que desacelerou brutalmente a economia na grande maioria dos países, agravou a situação.

No Egito, onde "circula um grande número de falsificações, passamos de 1.500 depósitos clandestinos por ano para 8.960 em 2020", coincidindo com o primeiro confinamento, indica Vincent Michel.

"Assim como no México, as obras saqueadas são encontradas em tumbas, onde a conversação é perfeita, graças ao clima árido", explica.

Segundo Xavier Delestre, curador regional de Arqueologia no sudeste da França, "agravou-se a pilhagem de sítios arqueológicos a nível local" e também aumentou a chegada de "bens culturais vindos do exterior (África e América Latina em particular)".

Trata-se, sobretudo, de "obras de arte de grande valor que chegam aos portos franceses e depois ressurgem com uma história falsa para irem para o mercado legal", indica.

Há também casos de "objetos de valor inferior que circulam massivamente, das redes sociais, para os sites de vendas online".

Uma exposição e um colóquio internacional sobre o assunto serão organizados na cidade francesa de Marselha (sudeste) antes do final deste ano.

Internet 

Os contrabandistas demonstram "incrível engenhosidade na lavagem de objetos roubados, misturando informações falsas e verdadeiras" ou "inventando um pedigree (histórico), ou fabricando documentos falsos ou faturas de origem ilícita. Alguns estabelecimentos até emitem certificados falsos da Unesco", explica Michel.

Uma vez no mercado legal, "um objeto saqueado é quase indetectável".

A internet também agravou o fenômeno devido ao "anonimato" e à "multiplicação de sites de vendas", que mostram "as inúmeras formas de lavagem de dinheiro" e "a capacidade de adaptação" dos traficantes, segundo este especialista.

Um projeto americano, Athar (tráfico de antiguidades e pesquisa em antropologia do patrimônio), permitiu identificar "cerca de 95 grupos do Facebook especializados em tráfico ilícito, envolvendo cerca de dois milhões de pessoas no Oriente Médio, 36% das quais provenientes de zonas de conflito e 44% de áreas vizinhas".

Após reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, requer que o TCU verifique a prática de um possível crime de responsabilidade do Governo Bolsonaro. A denúncia é de que o Ministério da Cidadania transferiu dinheiro do Bolsa Família/Auxílio Brasil para a compra de tratores. O recurso só poderia ser utilizado para combate aos efeitos da Pandemia de Covid-19.

Segundo o Sub-Procurador Geral Lucas Rocha Furtado, que assina o pedido, o atual governo utilizou, novamente, a aquisição de maquinária agrícola para manter o apoio de aliados, assim como no escândalo que ficou conhecido como “Tratoraço”, denunciado em reportagens do jornal Estado de S. Paulo.

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“Desta forma, a meu ver, o governo novamente age em desacordo com os princípios de deveriam nortear a atuação do administrador público, em especial, confronta os princípios da impessoalidade e da legalidade”, diz trecho do documento.

Para Furtado, a situação requer a atuação do Tribunal de Contas da União no cumprimento de suas competências constitucionais de controle externo de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da Administração Pública Federal.

“Para que sejam apurados os atos do Poder Executivo que porventura tenham contrariado recomendação contida no relatório referente ao Acórdão 2026/2020-TCU-Plenário e os princípios que regem a administração pública, favorecendo determinados parlamentares aliados ao governo”,

O acórdão citado permitiu que o Ministério da Cidadania utilizasse de dinheiro a partir de sobra do Bolsa Família, “exclusivamente para ações de custeio para enfrentamento pandemia e seus reflexos”, o que não inclui as aquisições dos tratores.

Crime de responsabilidade

Ainda de acordo com Furtado, a prática do Governo Bolsonaro pode ser caracterizada como crime de responsabilidade, por atentar contra a lei orçamentária, nos termos da Constituição Federal.

“Ante o exposto, este representante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, requer ao Tribunal, que adote medidas tendentes a verificar se houve suposto descumprimento de decisão do Tribunal”, completa o Sub-procurador Geral.

Todo 19 de abril é comemorado o Dia do Exército, que completa 374 anos neste ano de 2022 em meio a vários escândalos envolvendo as Forças Armadas e o governo federal do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é capitão da reserva e deveria preservar a imagem da Força. Recentemente, foi divulgado a compra de mais de 35 mil unidades de comprimidos de Viagra e para comprimidos calvície pelas Forças Armadas, além da licitação em R$ 37 mil em bisnagas de gel lubrificante íntimo e R$ 3,5 milhões em próteses penianas. Os escândalos potencializam a descredibilização do Exército com a sociedade, que exercia um maior patriotismo e respeitava a Força.

A mais recente pesquisa feita sobre a popularidade dos militares, em 2021, mostrou que a popularidade caiu de 62%, em 2018, primeiro ano de gestão do atual presidente, para 58% no ano passado. 

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De acordo com o professor de Relações Internacionais na UnB (Universidade de Brasília) e professor visitante na Universidade da Virgínia, Juliano Cortinhas, as Forças Armadas, de modo geral, não deveriam ter a pauta da popularidade, tendo em vista que não é esse o objetivo delas. "As Forças Armadas sequer deveriam estar tão presentes como estão", observou. 

-> Forças Armadas licitaram R$ 37 mil em gel lubrificante

Para ele, Bolsonaro deslocou o Exército para o ambiente interno, "erro" ocasionado também pelo Partido dos Trabalhadores. "Houve uma militarização do Ministério da Defesa entre os anos de 2003 e 2016, foi um erro grave do PT não ter estabelecido um controle civil sobre as Forças Armadas, e o Bolsonaro se aproveita desse equívoco bastante importante para militarizar ainda mais, politizar as Forças Armadas e promover esse desastre em termos de quebra institucional que a gente vem acompanhando".

No entanto, a exposição não acaba sendo de culpa exclusiva do governo federal, mas também da Força, que se propôs a fazer parte do governo para se beneficiar. "Quanto mais as Forças Armadas se expuseram politicamente, o que foi um erro grave delas ter aceitado também, porque elas estão institucionalmente comprometidas com o governo atual, isso é inegável. Bolsonaro usa isso mas as Forças também utilizam isso para se promover, montar o seu orçamento, seus salários e seus benefícios individuais, então ganham os dois, o Bolsonaro porque se protege institucionalmente pelas Forças Armadas, e ganham as Forças Armadas porque a troca que eles recebem de vários benefícios", afirmou Cortinhas. 

-> Políticos criticam compra de viagra: 'é um deboche'

O especialista classifica toda a atuação como indevida: "Tudo isso para mim é indevido, muito problemática essa atuação do Exército, que ficam mais expostos na mídia e, consequentemente, todo o seu problema de corrupção, de má gestão, de desastres na gestão da pandemia, por exemplo, ficou bastante exposto", criticou. 

Função doméstica

De acordo com o professor, o Exército vem cumprindo uma função doméstica e política no País, que não faz parte do seu dever. "Idealmente, as Forças Armadas servem para defesa nacional, ou seja, para proteger o Brasil contra ameaças externas e elas se voltam para a atuação internacional. Forças Armadas não são componentes políticos de um país e nem componentes que devem estar relacionados a serviços públicos, como a construção de rodovias, levar água para o Nordeste, atuar nas favelas. Isso é tudo função que as nossas Forças Armadas ocupam porque estão mal posicionadas no ambiente político nacional", disse. 

-> Exército gasta R$ 3,5 mi em próteses penianas,diz deputado

Ele alertou que a "mudança de função" pode prejudicar os brasileiros numa possível guerra. "Os brasileiros não percebem o risco de entrar numa guerra ou num momento próximo ou até num futuro mais distante e aí voltam instituições que deveriam estar voltadas para a proteção do Estado, e não estou falando das instituições do Estado, porque a proteção das instituições cabem a outras instituições como a Polícia Federal, os órgãos de controle, como o equilíbrio de poder entre Executivo, legislativo e Judiciário, mas nunca as Forças Armadas". 

Inclusive, ele destacou que o artigo 142 da Constituição Federal, que coloca o Exército, Marinha e Aeronáutica como " instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem", deveria ser reformulado. "Não cabe às Forças Armadas, na democracia madura - e vê-se que o Brasil não é uma democracia madura -, a atuação doméstica, a não ser em questões muito emergenciais, como uma catástrofe, uma pandemia, um momento de exceção, aí sim, num momento de muita exceção, as Forças Armadas poderiam ser designadas para atuação doméstica. Mas quanto mais atuam domesticamente, mais risco elas trazem à nossa democracia e a qualquer democracia".

"A democracia madura parte de um princípio chamado controle civil sobre as Forças Armadas, ou seja, os civis eleitos é que exercem o Poder Público, a política, que são os responsáveis pela política, e não os militares", ressaltou. 

Seguindo a sequência de polêmicas das Forças Armadas, o Exército, Marinha e Aeronáutica licitaram a compra de R$ 37 mil em bisnagas de gel lubrificante íntimo, segundo informações encontradas no Portal da Transparência e divulgados pela Revista Fórum. As compras são referentes aos anos de 2019 e 2020. 

O gel lubrificante íntimo é utilizado em alguns procedimentos, mas a grande quantidade do produto e a destinação é para unidades que não possuem ligação com hospitais militares e divisões de saúde, segundo a Fórum. 

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A 15ª Companhia de Infantaria Motorizada do Exército, localizada em Guaíra (PR), solicitou 10 tubos de bisnagas de 50g em lubrificantes íntimos. Já o Centro de Aquisições Específicas da Aeronáutica da Ilha do Governador, solicitou mil unidades pelo valor de R$ 19.990, enquanto o Centro de Intendência da Marinha, em Manaus, pediu a mesma quantidade em produtos, num custo de R$ 13.490.

Pelo tamanho dos pedidos não é possível determinar se as compras foram finalizadas como previsto, ou se tratavam apenas de pretensões de aquisição pelos órgãos subordinados ao Ministério da Defesa, segundo a Fórum. Os editais envolviam um grande número de produtor e fornecedores na mesma licitação.

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), informou, no seu Twitter nesta sexta-feira (8), que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos escândalos no âmbito do Ministério da Educação alcançou 27 assinaturas e será instaurada. 

“Alcançamos, no Senado, a 27ª assinatura, número constitucional exigido para instalarmos a Comissão Parlamentar de Inquérito dos escândalos no âmbito do Ministério da Educação”, afirmou o senador. 

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Randolfe disse que ficará vigilante até o início da próxima semana para que nenhuma assinatura seja retirada. “Agora, durante o fim de semana e o início da próxima, continuaremos vigilantes para que não ocorra a retirada de assinaturas e para ampliarmos o número de assinaturas exigidas”. 

De acordo com o líder da oposição, pode haver alguma operação de cortina de fumaça sobre a CPI. “Já sentimos aqui o desespero emanado do Palácio do Planalto, sobretudo da Casa Civil, em uma operação desesperada, retirar assinaturas; em uma outra, fazer cortinas de fumaça para os fatos reais. Tem que ter CPI para esclarecer este esquema escabroso de corrupção”.

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As digitais do pastor Arilton Moura Correia estão no Palácio do Planalto. Ou vice-versa. Os registros do prédio de trabalho do presidente Jair Bolsonaro marcam 19 datas com entradas do religioso nos primeiros nove meses do governo.

Entre janeiro e setembro de 2019, logo no primeiro ano de mandato, o líder evangélico, integrante de um gabinete paralelo no Ministério da Educação (MEC) através do qual intermediava liberação de verbas, só não aparece em visita ao palácio presidencial em março.

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Das 19 datas com registros de entrada, via “Lei de Acesso à Informação”, em 4 ocasiões estão registradas entradas múltiplas em um mesmo dia, somando 23 registros de entrada no Planalto no período citado (ver abaixo). Além do gabinete presidencial, no Palácio do Planalto funcionam a Casa Civil, a Secretaria-Geral e o GSI.

REGISTROS DE ENTRADA DE ARILTON MOURA CORREIA NO PALÁCIO DO PLANALTO ENTRE JANEIRO E SETEMBRO DE 2019

Janeiro:

ARILTON MOURA CORREIA 16/1/2019 17:50

Fevereiro:

ARILTON MOURA CORREIA 20/2/2019 14:44

Março:

Sem entradas

Abril de 2019:

ARILTON MOURA CORREIA 24/4/2019 17:23

ARILTON MOURA CORREIA 25/4/2019 09:35

ARILTON MOURA CORREIA 25/4/2019 15:47

ARILTON MOURA CORREIA 29/4/2019 08:51

Maio:

ARILTON MOURA CORREIA 16/5/2019 17:16

ARILTON MOURA CORREIA 22/5/2019 17:35

ARILTON MOURA CORREIA 23/5/2019 15:48

Junho:

ARILTON MOURA CORREIA 5/6/2019 15:19

ARILTON MOURA CORREIA 6/6/2019 16:32

ARILTON MOURA CORREIA 7/6/2019 15:14

Julho:

ARILTON MOURA CORREIA 4/7/2019 14:24

ARILTON MOURA CORREIA 4/7/2019 16:50

ARILTON MOURA CORREIA 10/7/2019 16:52

ARILTON MOURA CORREIA 31/7/2019 15:27

Agosto:

ARILTON MOURA CORREIA 8/8/2019 11:34

ARILTON MOURA CORREIA 8/8/2019 13:33

ARILTON MOURA CORREIA 21/8/2019 14:07

ARILTON MOURA CORREIA 22/8/2019 13:56

ARILTON MOURA CORREIA 28/8/2019 14:51

ARILTON MOURA CORREIA 28/8/2019 16:14

Setembro:

ARILTON MOURA CORREIA 5/9/2019 14:54

Reportagens do Estado de São Paulo (Breno Pires, André Shalders e Júlia Affonso) ao longo desta semana mostraram que os pastores evangélicos Arilton Moura e Gilmar Santos formam um gabinete paralelo no Ministério da Educação (MEC), através do qual conseguiram pagamentos e reservas de valores (os chamados “empenhos”) em torno de R$ 9,7 milhões num tempo recorde depois de participarem de agenda com a pasta.

Ontem, a Folha de São Paulo (Paulo Saldaña), revelou áudio de conversa gravada onde o ministro Milton Ribeiro afirma que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados pelos dois pastores. O ministro disse ainda nas conversas que isso atende a uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Depois que o escândalo explodiu, o ministro tentou voltar atrás contrariando o próprio áudio na tentativa de isentar o presidente, afirmando que Bolsonaro não teria “pedido atendimento preferencial a ninguém”. Contrariando também a proximidade expressa nos registros de entrada do Palácio do Planalto

Entradas de pastor no Palácio do Planalto mostram muito mais visitas do que o vice Hamilton Mourão

Existem registros fotográficos da presença dos pastores reunidos no Palácio com Jair Bolsonaro mas até aqui não se sabia da dimensão dessa presença. As 19 datas e 23 registros de entrada do pastor que intermediava verbas são um número muito mais expressivo do que as visitas do próprio vice-presidente, Hamilton Mourão, que no mesmo período só tem 5 entradas registradas no palácio presidencial.

Outro lado:

A reportagem enviou pedido de resposta para a presidência da república mas não obteve resposta. E não obteve o contato do pastor Arilton Moura Correia. Caso venham a se manifestar, será publicado aqui.

Nota da reportagem:

O período dos registros de entrada no Palácio do Planalto entre janeiro e setembro de 2019 é apenas a mostra de um pequeno recorte temporal, possível por ser de um pedido de LAI anterior. Sendo assim possível que as visitas do pastor Arilton Moura Correia ao Palácio do Planalto tenham prosseguido e estejam em número ainda mais elevado.

Por Lúcio de Castro, da Agência SportLight

O papa Francisco expressou nesta quarta-feira (6) "vergonha" após a publicação de um relatório detalhado e devastador sobre os abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica francesa durante décadas.

"Desejo expressar às vítimas a minha tristeza e minha dor pelos traumas sofridos, e também minha vergonha, nossa vergonha, pela incapacidade da Igreja durante muito tempo para colocá-las no centro de suas preocupações", disse Francisco durante uma audiência geral.

"Rezo e rezamos todos juntos. Tua é glória, Senhor, e nossa a vergonha. É o momento da vergonha", insistiu o pontífice.

Francisco pediu a todos os líderes religiosos que "sigam adiante com os esforços para que tragédias semelhantes não voltem a acontecer".

Também pediu aos católicos franceses a "assumir suas responsabilidades para que a Igreja seja uma casa segura para todos".

Um relatório independente publicado na terça-feira na França afirma que mais de 216.000 menores de idade foram vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica do país desde 1950.

Padres e religiosos abusaram de 216.000 menores entre 1950 e 2020, mas o número alcançaria 330.000 se levados em consideração os crimes cometidos por laicos que trabalharam em instituições religiosas, afirmou a Comissão Independente sobre os Abusos Sexuais na Igreja (Ciase) na França.

Na terça-feira, em um comunicado divulgado pelo Vaticano, o papa já havia expressado "imensa dor", assim como "gratidão" às vítimas "por sua coragem para denunciar.

O pontífice argentino transformou a luta contra as agressões sexuais em uma de suas prioridades e publicou um manual em 2020 para a gestão de denúncias na Igreja.

A Precisa Medicamentos, investigada pela CPI da Covid no caso da venda da vacina indiana Covaxin ao Ministério da Saúde, recebeu pelo menos R$ 9,5 milhões vendendo o imunizante a 59 clínicas privadas no início de 2021, segundo documentos obtidos pela CPI da Covid e reportados em matéria do jornal O Globo nesta quarta-feira (21). De acordo com a reportagem, as empresas interessadas na vacina adiantaram 10% do valor da compra, mas nunca receberam as doses, que tinham prazo limite de entrega até abril. Agora, as compradoras buscam por ressarcimento.

A oferta foi feita entre o fim do ano passado e fevereiro deste ano, antes do contrato com o Ministério da Saúde, também investigado pela CPI e pelo Ministério Público Federal (MPF). Em 25 de fevereiro, o governo comprou 20 milhões de doses de Covaxin por R$ 1,6 bilhão, contrato suspenso após descumprimento de seus prazos pela Precisa Medicamentos. A Covaxin não foi aprovada pela Anvisa e nem liberada para uso contra a Covid-19 em clínicas privadas, dois dos motivos dos negócios com o Brasil não terem sido levados adiante.

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O menor preço oferecido pela Precisa às empresas privadas era de US$ 32,71 (R$ 172,18 na cotação atual) para quem comprasse mais de 100 mil doses. O valor é mais que o dobro dos US$ 15 (R$ 78,96 na cotação atual) pagos pelo ministério. Na época, havia a expectativa de que o Congresso aprovasse um projeto que previa a doação de 50% das vacinas adquiridas pelo setor privado pelo SUS, o que duplicaria os valores, segundo fontes que participaram do negócio.

Na faixa mínima de doses oferecidas, de 2 mil até 7,2 mil doses, o valor praticado era de US$ 40,78 (R$ 214,66 na cotação atual). Por volta de 30 empresas optaram por essa modalidade, segundo documentos em mãos da CPI.

Pedidos de devolução

O contrato padrão, a que a reportagem teve acesso, previa que as clínicas deveriam pagar 10% de adiantamento e, depois, 20% do valor do contrato em dois dias úteis após a publicação do registro da vacina pela Anvisa. Os demais 70% viriam no momento da importação.

Em comunicação com o Ministério da Saúde, a Precisa demonstrou preocupação em obter logo a aprovação da agência para importar a vacina. O funcionário do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda relatou à CPI ter sido pressionado por superiores a enviar logo a documentação da Covaxin para a Anvisa, mesmo incompleta.

Os contratos previam a devolução do valor antecipado caso as vacinas não fossem entregues até 30 de abril. Uma empresária, que não quis se identificar, conta que após o fim de abril, a Precisa fez diversas reuniões prometendo entregar as doses adquiridas por sua clínica, pelas quais ela já havia desembolsado cerca de R$ 120 mil.

A clínica então “chegou num limite de espera” e pediu o dinheiro de volta. Segundo a empresária, a Precisa não respondeu a nenhum e-mail ou telefone até receber uma notificação da advogada da clínica. A empresa então concordou em devolver os 10% do “sinal”.

Nas contas bancárias da Precisa Medicamentos, enviadas à CPI, a reportagem localizou apenas três devoluções de valores para clínicas privadas no período analisado, até junho, totalizando R$ 147 mil. As empresas receberam exatamente o mesmo valor que pagaram. A Precisa foi processada por pelo menos duas clínicas que pediram seu dinheiro de volta no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a Clínica de Vacinas MDC e a Alliar. Nos dois casos, a empresa se recusou a devolver os valores como era determinado em contrato.

Christoph Metzelder, ex-zagueiro alemão do Real Madrid, confessou nesta quinta-feira (29), durante julgamento na Corte de Duesseldorf, na Alemanha, a posse e divulgação de imagens de pornografia infantil. O jogador foi acusado em setembro de 2019, chegando a ser levado pela polícia para prestar depoimento. Ele pode pegar de dez a 12 meses em liberdade condicional.

O ex-jogador, vice campeão da Copa do Mundo de 2002, foi acusado de ter enviado 297 arquivos contendo pornografia infantil para três mulheres. Uma delas, chamada Rafaela Jahn, o denunciou, por ter recebido os arquivos pelo WhatsApp. Segundo o portal Bild, primeiro a divulgar o escândalo em 2019, no julgamento, Metzelder confessou chorando: “Eu obtive imagens e fiz print de telas em sites de acesso gratuito. Troquei o conteúdo em chats”.

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O ex-jogador também pediu perdão durante sua declaração, "nessas conversas troquei fantasias extremas. Nunca estive em fóruns ou na “deepweb”, mas minha culpa continua. Eu conheço o sofrimento indescritível por trás de cada uma dessas fotos. Aceito a punição e peço perdão em nome de todas as vítimas de violência sexual. Eu sei que estou deixando uma ferida que pode nunca cicatrizar", disse no tribunal.

Após se aposentar em 2014, trabalhava como comentarista na Sky Sport, da Alemanha, mas foi demitido a partir do momento em que começou a investigação.

Um dos responsáveis pela operação clandestina que provocou o escândalo Watergate e levou à renúncia do presidente Richard Nixon morreu na terça-feira (30) aos 90 anos.

Gordon Liddy faleceu na casa de sua filha no estado da Virginia, de acordo com a imprensa. A família afirmou que a morte não está relacionada com a Covid-19.

Liddy, ex-agente do FBI, orquestrou ao lado de um ex-agente da CIA, Howard Hunt, a operação de 1972 em que dois homens se fizeram passar por encanadores para entrar na sede nacional do Partido Democrata, localizada no edifício Watergate, principalmente para instalar microfones.

Após a revelação pelo jornal Washington Post, Nixon enfrentou um processo de destituição e renunciou antes do fim do processo.

Liddy e Hunt foram condenados à prisão.

A sentença original era de entre 6 e 20 anos de prisão, mas Liddy passou apenas 52 meses atrás das grades. Ele teve a pena comutada pelo presidente democrata Jimmy Carter.

Depois se tornou um apresentador de rádio de sucesso.

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, acusado de assédio sexual, nesta sexta-feira (12) mais uma vez se recusou a renunciar, apesar de um número crescente de legisladores democratas influentes pedindo sua renúncia.

"Não vou renunciar", insistiu Cuomo em uma entrevista coletiva, e pediu para aguardar o resultado da investigação do promotor estadual sobre as alegações. "Eu não fiz" as coisas das quais me acusam, acrescentou.

Seis mulheres acusam o governador democrata de 63 anos de assédio sexual ou má conduta. Ele está no cargo há uma década e foi considerado um herói da pandemia em 2020.

A última denúncia, que veio à tona na quarta-feira, parece a mais grave: uma funcionária o acusa de ter colocado a mão sob a blusa dela no final de 2020.

Os últimos parlamentares democratas a pedir a renúncia de Cuomo nesta sexta-feira foram a jovem estrela da ala mais à esquerda do Congresso dos Estados Unidos, Alexandria Ocasio-Cortez, e o experiente Jerry Nadler.

A denúncia "é preocupante para a segurança e bem-estar imediatos da equipe do governador", disse Ocasio-Cortez, conhecida como "AOC", que representa os bairros Queens e Bronx, em uma declaração conjunta com outro colega de Nova York, Jamaal Bowman.

Ambos lembraram que Cuomo e seus assessores também foram acusados, após investigação do procurador-geral do estado, de ocultar informações sobre o número de vítimas da covid-19 em asilos estaduais.

“Acreditamos nessas mulheres, nas notícias, acreditamos no promotor e nos 55 legisladores de Nova York que chegaram à conclusão de que o governador Cuomo não pode mais liderar efetivamente diante de todos esses desafios”, concluem em seu comunicado.

Outro legislador nova-iorquino na Câmara dos Representantes, o veterano Jerry Nadler, também considerou que "as repetidas acusações contra o governador e a maneira como ele respondeu a elas tornam impossível que ele continue governando". Ele "perdeu a confiança dos nova-iorquinos" e "deve renunciar", declarou.

Os dois representantes de Nova York no Senado - o líder democrata Chuck Schumer e a senadora Kirsten Gillibrand - se abstiveram de pedir sua renúncia, enquanto aguardam os resultados da investigação sobre as acusações do procurador.

Até agora, o governador descartou a renúncia, mas a situação parece cada vez mais insustentável para ele.

O Legislativo do Estado de Nova York deu o primeiro passo em direção ao processo de impeachment na quinta-feira: o Comitê Judiciário da Câmara recebeu luz verde para lançar uma investigação que decidirá se o processo deve ser iniciado.

Este procedimento, sem precedentes desde 1913, requer maioria simples na câmara baixa e dois terços na câmara alta.

Na semana passada, o noticiário nacional foi tomado por um novo escândalo de corrupção. Dessa vez, envolvendo um Senador da República, Vice-Líder do Governo. Pela sua gravidade - já que se tratava de recursos desviados do combate à pandemia, e pela sua feição tragicômica – já queo dinheiro estava escondido na cueca, o caso foi amplamente comentado pela grande imprensa e “viralizou” nas redes sociais, causando extrema perplexidadee muito deboche. Um caso eloquente quando se reflete sobre a natureza humana. Um exemplo do quanto um homo sapiens pode ser pequeno, desprezível, ridículo.

Pois bem. Na mesma semana, aqui, no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, uma adolescente transplantada de fígado há sete anos, foi internada com complicações sistêmicas e recebeu o diagnóstico clínico de Covid. O caso era grave. Já no início do seu atendimento, apresentou parada respiratória sem que houvesse nas proximidades equipamentos de ventilação manual ou mecânica. Então, um jovem cirurgião da minha equipe de transplante, sem vacilar um minuto sequer, iniciou imediatamente as manobras de ressuscitação por meio de respiração boca a boca. Os procedimentos surtiram efeito, a menina foi levada à UTI, se recuperou e recebeu alta três dias depois. Um exemplo também eloquente. Do quanto um homo sapiens pode ser grande, destemido, heroico.

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O médico, que prefere o anonimato, não tinha tido infecção pelo Covid ainda. Portanto, sabia que não estava imunizado e que a severidade da doença tende a ser proporcional à carga infectante, provavelmente altíssima nessa forma de contágio. Aguarda o final do período habitual de incubação do vírus para saber se terá ou não a doença e, caso tenha, com que nível de gravidade. Mas está tranquilo. Sentindo muita paz interior. Paz divina. Transcendental. Um sentimento certamente desconhecido por parte de Sua Excelência o Senador.

Cláudio Lacerda – cmlacerda1@hotmail.com

Cirurgião. Professor da UPE e da Uninassau.

O índice de popularidade de Boris Johnson sofreu a maior queda em uma década para um primeiro-ministro conservador, devido ao escândalo sobre seu influente e polêmico assessor Dominic Cummings, indica uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (27).

Enquanto o primeiro-ministro se prepara para enfrentar os ataques da oposição na sessão semanal de perguntas na Câmara dos Comuns, uma pesquisa do instituto YouGov para o jornal The Times mostra que a vantagem dos conservadores sobre os trabalhistas caiu nove pontos em uma semana.

A pesquisa mostra o apoio de 44% dos entrevistados ao partido de Johnson, quatro pontos a menos que na semana passada, e de 38% ao Partido Trabalhista, cinco pontos a mais.

O último líder conservador que viu uma queda tão rápida de sua vantagem foi David Cameron durante a campanha para as legislativas de 2010.

Uma pesquisa do jornal Daily Mail mostra ainda que o índice de aprovação de Johnson caiu de 19% para menos de 1% em apenas alguns dias.

A queda do apoio da opinião pública se soma a uma sensação crescente de rebelião interna a respeito da gestão do escândalo de Cummings: quase 40 deputados conservadores exigiram ele deixe o cargo de "assessor especial" e um secretário de Estado pediu demissão na terça-feira como forma de protesto.

O Executivo defende há vários dias o braço direito do primeiro-ministro. Nesta quarta-feira, o apoio veio do ministro de Governo Local, Robert Jenrick.

"É o momento para que sigamos avançando", declarou à BBC, insistindo que Cummings não infringiu, como é acusado, as regras de confinamento impostas pelo governo em 23 de março.

Cummings fez uma viagem de 425 quilômetros de carro, de Londres a Durham, nordeste da Inglaterra, no momento mais grave da crise do coronavírus, com a esposa e o filho de quatro anos.

Sob forte pressão durante o fim de semana, Cummings explicou na segunda-feira que, temendo estar infectado pela Covid-19, os três seguiram para a casa de seus pais em Durham porque precisavam de pessoas para cuidar do filho.

As viagens estavam proibidas naquele momento e os britânicos ainda não têm autorização para visitar suas famílias.

Cummings, que recebeu o apoio de Johnson, não disse que se arrependeu nem pediu desculpas. Ele também afirmou que não considera pedir demissão.

A atriz americana Lori Loughlin se prepara para ser presa após se declarar culpada nesta sexta-feira (22) de pagar subornos para que suas duas filhas fossem admitidas na renomada Universidade do Sul da Califórnia.

Como dezenas de outros pais ricos, Loughlin, de 55 anos, atriz da série de TV "Full House" (Três é Demais) e seu marido, o designer de moda Mossimo Giannulli, 56 anos, foram acusados de conspiração por fraude bancária, conspiração para pagar subornos em programas federais e conspiração de lavagem de dinheiro em meio ao escândalo sobre subornos universitários.

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Os dois, vestidos em cores escuras e com atitude conformada, trocaram suas declarações de inocência pela de "culpados" em uma audiência virtual com um juiz federal de Massachusetts, aceitando um acordo com os promotores que poderia aliviar significativamente suas sentenças.

A audiência foi feita pelo Zoom devido à pandemia de coronavírus que fechou os tribunais de todo o país.

Loughlin e seu marido foram acusados de pagar US$ 500.000 para garantir que suas filhas entrassem na USC como membros da equipe de competição de remo, um esporte que nunca praticaram.

O acordo é favorável aos acusados, já que se tivessem ido à julgamento e fossem declarados culpados de todos os crimes, enfrentariam uma pena máxima de 45 anos de prisão cada um.

Se o juiz federal Nathaniel Gorton aceitar suas declarações de culpa, os promotores irão arquivar algumas das acusações e recomendarão uma pena de dois meses de prisão para Loughlin e cinco para Giannulli.

O acordo também diz que Loughlin deverá pagar uma multa de US$ 150.000 e fazer 100 horas de trabalho comunitário. A sentença de seu marido será mais dura: passará cinco meses na prisão, pagará uma multa de US$ 250.000 e deverá cumprir 250 horas de serviço comunitário.

Ambos passarão dois anos em liberdade condicional após cumprirem a pena.

A sentença foi marcada para 21 de agosto.

O organizador do esquema de subornos, William "Rick" Singer, recebeu mais de US$ 25 milhões por subornar treinadores e funcionários responsáveis pelas admissões universitárias, de acordo com a promotoria. Ele se declarou culpado e coopera com as autoridades.

A atriz de "Desperate Housewives", Felicity Huffman, acusada no mesmo escândalo, se declarou culpada por pagar US$ 15.000 para que o resultado do teste de admissão universitária de sua filha fosse melhorado e passou duas semanas em um presídio da Califórnia. Foi liberada em outubro passado.

Novos registros de telefonemas revelados ontem pelo jornal paraguaio ABC Color apontam que o vice-presidente do Paraguai, Hugo Velázquez, falou diretamente com o ex-presidente da estatal responsável por Itaipu, a Administração Nacional de Eletricidade (Ande), Pedro Ferreira, sobre a reunião com a comitiva brasileira para tratar do acordo de venda de energia excedente da usina.

Em um telefonema de cinco minutos, no dia 9 de maio, Velázquez telefonou para o número de Ferreira, por volta das 16 horas. Nesse mesmo dia, estava agendada a reunião na sede da Ande em Ciudad del Este.

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Com a transferência do encontro do dia 9 para o dia 10, a presença de Velázquez teria ficado comprometida. Horas depois do telefonema, na noite do dia 9, o representante jurídico de Velázquez, José "Joselo" Rodríguez, escreveu a Ferreira "em nome do vice-presidente da República" e confirmou sua presença na reunião da manhã do dia 10.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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