Tópicos | esporte em casa

Entre as atividades cotidianas alteradas no período de isolamento social está a prática esportiva. A rotina dos adeptos do condicionamento físico foi atingida de maneira direta com a disseminação do novo coronavírus (Covid-19) pelo mundo. Além do fechamento obrigatório das academias para evitar aglomerações, os parques públicos também permanecem com os portões fechados.

Apesar da pandemia, o corpo de quem já está acostumado a se movimentar com exercícios físicos não consegue ficar parado. A saída é fazer exercícios em casa, como a gerente de contas Mariana de Paula, 36 anos. Adepta da prática nas academias há pouco mais de 12 meses, ela afirma que a adaptação ao novo ambiente de treinos foi fácil, mas teve que improvisar. "Acabo usando 'pesos', como garrafas de água cheias, a maleta de ferramentas do meu marido e até minha filha caçula no colo, para os agachamentos, mas não se compara aos pesos reais", comenta.

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A gerente Mariana de Paula improvisa equipamentos durante os treinos | Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Mariana, as atividades são realizadas três vezes por semana e com monitoramento de um personal trainner. "Me concentro e levo a sério, meu professor brinca que não vale roubar na quantidade de repetições ou na intensidade do exercício, mas faço direitinho o que ele manda e como ele manda", ressalta. Para a gerente de contas, os treinos no lar são positivos pelo fato de não precisar se locomover até a academia. Ela ainda aponta fatores pelos quais acredita que a prática em casa possa ser absorvida por mais adeptos em um futuro próximo. "É uma saída aos que querem gastar menos, a quem tem vergonha de fazer exercícios com outras pessoas perto e aos que não têm com quem deixar os filhos para irem a academia", complementa.

Esteira x rua

O engenheiro civil Ginaldo de Vasconcelos Filho, 50 anos, teve que abandonar os treinos nas ruas e parques públicos. Entusiasta da corrida há seis anos, Filho fez um investimento para dar sequência à prática de atividades físicas. "Acabei comprando uma esteira e o treinador adaptou meus treinos para correr em casa mantendo o condicionamento físcio sem baixar a imunidade", conta. Acostumado com o esporte em espaços externos, o engenheiro não reclama do exercício em um novo local, mas sente falta do ambiente mais adequado. "Avalio que fazer corrida na esteira em casa é melhor até que fazer na academia, pois consigo me concentrar mais, porém nada se compara ao exercício ao ar livre".

Filho ainda cita um exemplo do exterior para o incentivo à atividade física. "A Alemanha é o país que está lidando melhor com o Covid-19 na Europa e lá, entre os serviços essenciais abertos, estão incluídas as bicicletarias. A recomendação é que não se use o metrô e vá de bicicleta ao trabalho", destaca. Para o engenheiro, a opção por se exercitar durante o período de isolamento social poderia melhorar a vida das pessoas. "Fazer exercício é fundamental dentro e fora de casa, mas as pessoas só irão fazer se tiver uma campanha esclarecedora na grande mídia", complementa.

O engenheiro Ginaldo de Vasconcelos e o filho Vinicius, quando podiam correr ao ar livre | Foto: Arquivo Pessoal

Para a professora de educação física Sheila Hipólito dos Santos, os efeitos da atividade atlética são benéficos para a saúde do corpo e da mente. "O exercício aumenta os níveis de endorfina, melhora o humor e pode nos ajudar a passar por esses dias de uma forma um pouco mais tranquila", considera. Ela também avalia como positiva a improvisação de equipamentos para a execução das atividades em casa. "Com um pouco de criatividade é possível sair do sedentarismo, usar objetos que já estão ao alcance da mão, como garrafas cheias de água e mochilas ou malas com roupas".

A especialista ainda dá dicas para quem não está movimentando o corpo no isolamento social. "A pessoa sedentária deve procurar uma atividade que goste, para assim trazer o benefício do exercício com algum nível de prazer e diversão", ressalta. Segundo Sheila, para que um corpo seja considerado fisicamente ativo, são recomendados ao menos 150 minutos semanais de atividade física", complementa.

A professora também observa que é preciso investigar fatores de risco, como histórico familiar de hipertensão, diabetes, problemas cardíacos ou de coluna, entre outros, antes de fazer exercícios. "A correção da execução do movimento é fundamental para reduzir o risco de possíveis lesões, então antes de começar as atividades, é preciso consultar um profissional que, antes de começar qualquer programa de treinamento, realizará uma entrevista e exames para conhecer o histórico de saúde do aluno", orienta.

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