Tópicos | exercícios cerebrais

A pandemia ocasionada pelo novo coronavírus fez com que as pessoas tivessem que mudar seus hábitos, uma vez que é preciso evitar a circulação desnecessária para combater a propagação do vírus. E diante dessa realidade, profissionais tiveram que começar a trabalhar em home office para seguir as recomendações de distanciamento social.

Para melhorar esse processo de trabalho em home office, a prática de treinos cerebrais pode ser uma boa aliada. A especialista em ginástica do cérebro do Método SUPERA Olinda, Gizella dos Anjos, conta que manter o foco e a disciplina é o desafio para quem está trabalhando no formato home office. Segundo ela, intensificar a atenção é o primeiro passo.

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“Potencializar a atenção é primordial, pois ela é a porta para uma memória ativa e um bom aprendizado. É importante condicionar o cérebro através de atitudes simples, como aprender algo novo - a quebra da rotina com a inserção de uma nova atividade ou fazê-la de uma forma diferente, fortalece as conexões neurais - ; manter os horários bem definidos, dividindo-os entre os afazeres e lazer – é importante realizar pequenas pausas entre uma atividade e outra, pois o nosso cérebro mantém-se concentrado em uma determinada tarefa no período de 50 a 60 minutos – ; praticar atividades relaxantes favorece a atividade cerebral; dormir e se alimentar bem mantém o bom funcionamento do órgão; realizar jogos de tabuleiro estimula habilidades cognitivas; fortalecer a memória, buscando memorizar coisas simples do dia-a-dia , exemplo: lista de compras”, alega a especialista.

Segundo Gizella, fazer o treino constantemente gerará uma maior produtividade e uma melhor performance. Para isso, é preciso que o cérebro receba estímulos diferentes e de qualidade. “O que não implica em uma carga horária alta. A consistência e a qualidade são mais relevantes”, acrescenta.

De acordo com a especialista, ginástica para o cérebro “é a prática de exercícios que estimulam e potencializam habilidades cognitivas e socioemocionais, tais como: atenção, memória, raciocínio lógico, coordenação motora, autoconhecimento". Ela traz mais detalhes: "Utilizamos ferramentas pedagógicas, tendo como base a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade que o cérebro tem de se adaptar de acordo com estímulos recebidos”.

Gizella conta que o intuito da ginástica é manter o cérebro em atividade contínua, melhorando a capacidade de aprendizado, memorização e raciocínio, o que gera um melhor desempenho nas mais diferentes funções do cotidiano, assegurando maior reserva cognitiva. Sobre os recursos utilizados na ginástica para o cérebro, a especialista conta que são os seguintes: “Ábaco – principal ferramenta utilizada no Método SUPERA -, exercícios variados com níveis de desafio crescente, jogos, dinâmicas, Supera Online (plataforma de jogos on-line com jogos que estimulam raciocínio lógico, visão espacial, memória, atenção e linguagem) e neuróbicas”.

A diretora acadêmica do Método SUPERA, Solange Jacob, diz que o principal objetivo do processo é proporcionar às pessoas a emoção de pensar e agir de maneira inovadora. “E para isso, a ginástica para o cérebro se faz importante em todas as idades e nas mais diferentes áreas da vida. Primeiro precisamos entender o que é ter um cérebro bem exercitado, estimulado e funcional. Existe um conceito científico que sustenta a importância de se exercitar o cérebro por toda a vida. É o conceito científico de neuroplasticidade, que mostra que todo mundo pode se modificar, ou seja, estimular o cérebro com atividades novas, variadas e cada vez mais desafiadoras", complementa a especialista.

De acordo com Solange, a organização é peça fundamental durante a realização de exercícios cerebrais. Há, também, a necessidade de um trabalho em cojunto com o corpo. "Atividades para o cérebro são traduzidas como estímulos, então é por meio dos estímulos de qualidade organizados é que ele é capaz de criar novas conexões, restabelecer conexões neurais e melhorar seu desempenho. Exercitar nosso cérebro sistematicamente de diversas maneiras é tão importante quanto o exercício para o nosso corpo. Esta ‘malhação’ para o cérebro acontece quando nos dedicamos a aprender algo, quando criamos o hábito de nutrir e exigir mais do cérebro com experiências variadas de qualidade. 

Sobre como devem ser feitos os treinos cerebrais para ajudar as pessoas que estão trabalhando em home office, Solange Jacob conta que as evidências indicam que o treinamento cognitivo pode ajudar alguns aspectos da memória e do pensamento e inclui exercícios para desafiar o cérebro. “As evidências sugerem que o treinamento cognitivo pode melhorar alguns aspectos da memória e do pensamento e inclui atividades para desafiar o cérebro, como palavras cruzadas, situações para tomada de decisão, memória, criatividade, raciocínio lógico, quebra-cabeças de Sudoku e jogos digitais sob medida. Eles fornecem exercícios mentais direcionados a diferentes domínios cognitivos e, portanto, podem fornecer uma 'dieta equilibrada' de atividades cognitivas", exemplifica.

O trabalho remoto ou o trabalho em home office, em que o uso excessivo do computador pode causar fadiga ocular, ansiedade e insônia, exige que o treino cerebral seja feito de maneira constante, uma vez que deve ser considerada a premissa de que ‘quanto mais você usa o seu cérebro, mais cérebro você tem’. "A maioria das atividades que realizamos em nossas vidas diárias depende de várias funções cerebrais ou cognitivas, incluindo memória, linguagem, planejamento e velocidade de processamento. Uma diversidade de atividades oferece a oportunidade máxima de praticar muitas habilidades importantes de pensamento", acrescenta a diretora acadêmica. 

Dicas importantes 

O psicólogo Dino Rangel diz que, em casa, no home office, a pessoa terá que ter uma prática maior do autocontrole e da autodisciplina, por isso o treino cerebral é importante, pois vai ajudá-la no exercício dessas capacidades cognitivas. “As pessoas que trabalham em home office, elas, de alguma forma, precisam ter maior autodisciplina, elas precisam ter um maior autocontrole do tempo. Por quê? Porque diferente do ambiente do trabalho, que elas já terão o tempo pré-determinado, pré-estabelecido, em casa elas terão que ter uma autodisciplina maior, porque elas terão que lidar com a não-quebra da não-interrupção desse trabalho. Ou seja, a pessoa que trabalha em casa, ela tem que ter um cuidado com o perigo da distração permanente", alerta Rangel.

"O indivíduo pode se distrair facilmente, o tempo todo. Olha a geladeira, uma televisão, um jogo, um filme. Por quê? Porque ali ele não está sendo supervisionado, e por não ter uma supervisão superior, pode boicotá-la, pode conduzi-lo a uma distração maior.

O psicólogo conta também que os treinos cerebrais podem gerar um maior aperfeiçoamento dos aspectos cognitivos do indivíduo. “Os treinos cerebrais podem trazer um maior aperfeiçoamento exatamente dos aspectos cognitivos da pessoa. Podem desempenhar um maior autocontrole, uma maior autodisciplina, pode desempenhar um maior foco, uma maior auto concentração, uma maior capacidade de desenvolvimento melhor da atividade, maiores habilidades, aptidões, capacidade de desenvolvimento melhor de compreensão, de leitura, de interpretação, de foco, de compreensão e inteligência emocional de você lidar com o tempo”, explica.

Para o psicólogo Dino Rangel, esses exercícios precisam ajudar e elevar o bem estar das pessoas. No entanto, caso as dificuldades permaneçam, os treinos, sozinhos, não resolverão os problemas.

"O treino cerebral pode ajudar, mas é preciso entender que se há aspectos negativos, neurobiológicos ou psicológicos, a pessoa precisa de uma ajuda especializada com um psicólogo. Se a pessoa não está conseguindo desempenhar bem a sua atividade no trabalho em home office nesse momento de pandemia, ela deve procurar um profissional da área psicológica", alerta Dino Rangel.

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