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Cercado por investigações da Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro costumava dizer durante o mandato que jamais vai ser preso. Foram várias as declarações públicas nesse sentido. Em conversas reservadas, repetiu a mesma ameaça: não aceitaria ser detido.

Em setembro de 2021, durante discurso no 7 de Setembro já tinha avisado: "Quero dizer aos canalhas que nunca serei preso". Na época, Bolsonaro não era alvo das investigações que hoje pode selar o seu destino.

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Segundo o site Metrópoles, em agosto do ano passado, ele chegou a ameaçar em conversas reservadas: "eu atiro para matar, mas ninguém me leva preso. Prefiro morrer."

"Eu tenho três alternativas para o meu futuro: estar preso, ser morto ou a vitória. Pode ter certeza: a 1ª alternativa, estar preso, não existe. Nenhum homem aqui na terra vai me amedrontar", disse para líderes com líderes evangélicos em Goiânia em 28 de agosto do ano passado.

Um de seus principais aliados, o ex-ajudante de Ordens da Presidência da República tenente-coronel Mauro Cid, promete confessar ter recebido ordens de Bolsonaro para vender joias recebidas em agendas oficiais. Os valores eram repassados ao então presidente em dinheiro vivo.

Paralelo ao escândalo das joias, revelado pelo Estadão, Bolsonaro também está no centro de acusações envolvendo fraude ao sistema eleitoral.

Nesta quinta-feira (17), o hacker Walter Delgatti Neto disse à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro que o ex-presidente lhe pediu para invadir as urnas eletrônicas e assumir um suposto grampo para comprometer o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. "Inclusive, a ideia ali era que eu receberia um indulto do presidente", relatou Delgatti sem apresentar provas.

Mas o discurso de valentia sobre a prisão foi perdendo força após Bolsonaro deixar a Presidência. Ao jornal norte-americano The Wall Street Journal, Bolsonaro afirmou, em fevereiro deste ano, que uma ordem de prisão contra ele pode "surgir do nada".

"Vira e mexe me fazem a pergunta: 'está com medo de ser preso?'. Tudo pode acontecer", afirmou em 30 de junho. "Qualquer um pode ser preso e não se diz o motivo e ponto final."

Nessa situação, a fala do ex-chefe do Executivo Federal foi feita em referência à operação que prendeu Mauro Cid, seu agora possível delator, por falsificar cartões de vacinação da covid-19. Bolsonaro era contra a vacinação na pandemia.

Em razão de uma publicação em que ironiza o salário de professores no Brasil, a cantora MC Pipokinha teve sua apresentação cancelada na festa de estudantes da Universidade Estadual Paulista (Unesp) que será realizada em Araraquara, no interior de São Paulo, no mês de abril. O anúncio foi feito pelo O Inter, comissão organizadora do evento. Logo após o vídeo ser publicado, no dia 6 de março, outras organizações ligadas ao ambiente acadêmico no País também suspenderam apresentações da artista.

"Em virtude dos últimos acontecimentos e falas da MC Pipokinha, a comissão organizadora do evento decidiu cancelar sua participação no Integra Inter 2023, marcado para 29 e 30 de abril. Nosso evento tem como objetivo ser um espaço plural e diverso, oriundo de uma instituição que representa a universidade pública e sua necessidade de valorização junto à educação no Brasil. Por isso, não compactuamos com tais ações e decidimos não seguir com ela em nossa line-up", afirmou em publicação nas redes sociais.

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Entenda a polêmica

Em resposta a uma seguidora no Instagram, que relatava ter discutido com uma professora por causa da cantora, MC Pipokinha postou um vídeo no qual compara os cachês dos show com os salários de professores.

"Ela pode descontar a raiva em você mandando você fazer vários trabalhos e te reprovando na prova. Coitada, deixa ela. Meu baile está R$ 70 mil. 30 minutinhos em cima de um palco, eu ganho R$ 70 mil. Ela não ganha nem R$ 5 mil sendo professora. Precisa estudar muito. Discute com ela não", disse MC Pipokinha.

"Ser professora, olha, tem que amar muito a profissão, porque ouve desaforo dos filhos dos outros, tem que não ter nada para fazer em casa mesmo, tem que ser professora", afirmou ainda a artista.

Em nota, a assessoria jurídica da cantora Doroth Helena de Sousa Alves, nacionalmente conhecida como MC Pipokinha, representada pela advogada Adélia de Jesus Soares, comunica que, durante a última semana, tomada pela emoção, em um comunicado em sua rede social, a artista que acabou sendo interpretada por alguns nichos de maneira equivocada. "Neste sentido, cumpre esclarecer que a MC Pipokinha, sob nenhuma hipótese, agiu com a pretensão de ofender uma classe tão importante para o crescimento de nosso País", diz em comunicado.

"Por meio da presente nota, a cantora vem formalizar a sua intenção de enfatizar a importância da classe de profissionais da educação que, em sua opinião, merece ser melhor vista e, consequentemente, melhor remunerada."

Outros show cancelados

No dia 9, a organização do Spotted Fest, que está à frente de um evento a ser realizado no dia 5 de agosto na Arena das Dunas, em Natal, no Rio Grande do Norte, anunciou o cancelamento da apresentação da MC Pipokinha, diante das declarações polêmicas da artista sobre a atuação de professores. MC Danny foi confirmada como nova atração do festival.

Conforme a organização, o festival nasceu em um ambiente acadêmico, foi acolhido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e seus estudantes e ganhou projeção nacional. "Tomamos ciência de suas novas declarações com comportamento desnecessário de ataque a professores", disse em publicação nas redes sociais.

Um show agendado para 31 de março, em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, também foi cancelado no dia 10, em decorrência das falas polêmicas da artista sobre professores, conforme divulgou a casa de shows The Grand.

"A The Grand preza pelo bem-estar e faz um entretenimento do jeito que deve ser e não seria justo com vocês deixar esse show continuar. Em breve, lançaremos mais informações sobre a festa Under The Sea Edição Open Bar que acontecerá no dia 31?, disse em publicação, que também orienta sobre a possibilidade de usar o ingresso na festa Open Bar ou pedir estorno do ingresso.

Em Pouso Alegre, Minas Gerais, o Lemonade Festival também anunciou o cancelamento do show da MC Pipokinha, na segunda-feira, 13, do evento marcado para o próximo domingo, 19.

"Pedimos a compreensão de todos e contamos com a presença de vocês nos próximos eventos. Estaremos sempre em busca de entregar o melhor evento, sempre baseados na ética e profissionalismo", publicou a organização.

Calada vence? Parece que para Kanye West é assim que as coisas vão funcionar no próximo mês. O rapper recuperou as contas nas redes sociais na noite da última quinta-feira (4) e já encheu a timeline dos seguidores com postagens. Após alguns tweets com fotos e vídeos, Kanye publicou uma nota em preto e branco.

"Eu estou tirando 30 dias de limpeza. Um jejum verbal. Sem álcool. Nada de filmes adultos. Sem relações sexuais. Em Deus nós louvamos. Amém. Mas o meu Twitter ainda está funcionando", disse.

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Relembre

Kanye West parece que quis montar um portfólio recheado de polêmicas e se empenhou nas últimas semanas para tal feito. O rapper proferiu uma sequência de falas e atitudes polêmicas que fizeram a web ir à loucura.

Tudo começou ainda na Semana de Moda em Paris, quando o ex de Kim Kardashian expôs a sua coleção de roupas, a Yeezy em parceria com a Adidas, e usou o slogan White Lives Matter [Vidas Brancas Importam], que é um movimento contrário ao Black Lives Matter [Vidas Negras Importam], fundado em 2013 após a morte de Tayvon Martin e tomou ainda mais força e notoriedade após o assassinato de George Floyd nos Estados Unidos. Kanye também teria chamado o movimento da população negra de farsa.

Logo depois, no dia 10 de outubro, o artista teria mostrado um vídeo pornográfico durante reunião com os executivos da Adidas. Segundo o Page Six, West compartilhou os bastidores da produção da Yeezy no YouTube, que era a única plataforma que ainda não o tinha banido, e no meio do registro é possível ver o momento em que o rapper deixa os colegas de trabalho bem desconfortáveis com o conteúdo adulto.

Kanye decidiu que ainda não era o suficiente e fez escolhas erradas. Além de ter supostamente dito que George Floyd não foi assassinado pela força bruta de um policial nos Estados Unidos, o rapper foi acusado por um ex-funcionário de elogiar atitudes de Adolf Hitler, representante principal do nazismo.

Após pouco tempo das publicações serem feitas na internet, o cantor já começou a ver sua fortuna se esvair, além de ter perdido oficialmente seu contrato exclusivo com a Balenciaga e Adidas.

Em mais uma tentativa de se aproximar do agronegócio, próximo ao presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou em entrevista ao Canal Rural que o setor "não é uma coisa só". A declaração é tentativa de consertar fala no Jornal Nacional em que associou os empresários do agro ao fascismo - e acabou por estremecer as pontes entre o PT e o setor.

"Dentro do agronegócio tem dezenas de pensamentos políticos, econômicos, ideológicos. Agro não é uma coisa só, como PT não é uma coisa só, como Centro não é uma coisa", declarou Lula na entrevista. "Tem gente que tem discurso fascista e tem gente que tem discurso altamente democrático."

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Lula defendeu que sempre teve relação "muito civilizada" com o agro e que o PT "tratou bem" o setor. "Tem gente que quer desmatar de qualquer jeito e tem gente que sabe responsabilidade de agricultura de baixo carbono. Eu não consigo generalizar nada, tem diferença até dentro das famílias", afirmou, ao dissociar, mais uma vez, empresários do agro responsáveis e irresponsáveis.

Dois dias após declarar que discursou para "gente preparada" em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e dizer que abordar os mesmos temas em uma favela seria um "serviço pesado", o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou que a repercussão negativa de sua fala é uma "hipocrisia demagógica" que pretende "aviltar o debate" e "fazer a gente pedir desculpa porque estuda".

"Querem agora estabelecer para mim, alguma distinção hipócrita como se eu, ao falar a um conjunto de ilustres juristas, tivesse a mesma facilidade que eu tenho quando sistematicamente abordo a questão dos pobres. É uma hipocrisia demagógica que pretende aviltar o debate. Fazer a gente pedir desculpa porque estuda, porque aborda a complexidade dos problemas, embora traduzi-los seja tarefa nossa", afirmou em evento da OAB/SP, nesta sexta-feira (2).

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A jornalistas, Ciro disse que é o único candidato que tem uma programa de mudança de modelo econômico que vai proteger os brasileiros pobres da "manipulação politiqueira". Ele criticou os dois líderes nas pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), por estarem "puramente copiando" propostas suas, como o imposto sobre grandes fortunas, no caso do presidente, e reestruturação das dívidas, por parte da campanha do petista. "Coisa que em 2018 eles diziam que era mentira, demagogia", afirmou.

Ciro também voltou a criticar a tentativa de homicídio contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Segundo o candidato, o caso "enche os brasileiros de vergonha por ter sido um compatriota nosso que fez esse ato criminoso".

Ele também vinculou o atentado no país vizinho ao assassinato do guarda municipal petista Marcelo Arruda, no Paraná, em julho. "Se recusam, querem simplificar de uma forma grosseira, incitando paixões e ódios que estão produzindo esse tipo de episódio", disse, sobre os líderes da disputa. Para ele, a polarização arma "radicais enlouquecidos".

Pesquisas

Perguntado sobre a possibilidade de a senadora Simone Tebet (MDB) ultrapassá-lo nas pesquisas, o candidato disse que "ela tem que aspirar ganhar a eleição": "Pode acontecer, perfeitamente".

Na última rodada da pesquisa Datafolha, divulgada ontem, Ciro oscilou positivamente. O ex-governador passou de 7% para 9%, e Tebet foi de 2% para 5% - acima da margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

A advogados, Ciro voltou a criticar os governos anteriores por reproduzirem o mesmo modelo econômico. "Ficam zangadíssimos, falam que é falsa simetria. Não, qualquer imbecil sabe que o Lula é diferente do Bolsonaro. Eu estou falando é do modelo. É rigorosamente o mesmo", afirmou .

Um estudo inédito no Brasil desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP) faz o mapeamento genético de 100 crianças com apraxia de fala na infância (AFI) para identificar as alterações genéticas que levam ao transtorno, que ainda passa por muito desconhecimento no Brasil. A intenção é auxiliar em novas opções de tratamento no futuro. A AFI é um transtorno que interfere na reprodução dos sons da fala. Segundo a fonoaudióloga e consultora técnica da Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância (Abrapraxia), Elizabeth Giusti, a criança sabe o que quer dizer, mas o cérebro não envia os comandos adequados para movimentar os articuladores, a língua, os lábios e a mandíbula.

A pesquisa é uma iniciativa da Abrapraxia, entidade criada a partir da união de três mães que têm filhos diagnosticados com o transtorno e criaram uma rede de apoio, em 2016. Desde lá, a entidade já capacitou mais de 15 mil pessoas, entre fonoaudiólogos, terapeutas, pais e familiares, além de oferecer cursos regulares. Dados da entidade indicam que o transtorno, pouco debatido no Brasil, atinge duas a cada mil crianças.

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O financiamento do estudo é da Abrapraxia, mas tem contrapartida da USP, que presta os atendimentos gratuitos. A professora titular de genética do Instituto de Biociências da USP, Maria Rita Passos Bueno, que coordena a área de genética do projeto, disse que na fase atual os resultados já são positivos.

“Os resultados estão muito promissores onde a gente está encontrando a caracterização genética em praticamente 50% da amostra. O estudo, além de confirmar alguns genes já sugestivos associados à apraxia de fala, também está possibilitando a identificação de novos genes candidatos para a apraxia de fala”, contou, informando que entre os 50% somente dois casos só tem apraxia de fala, nos outros casos há alguma outra alteração clínica como espectro autista, deficiência intelectual e convulsões.

A previsão é encerrar esta fase do estudo até o fim deste ano, mas conforme a coordenadora, a intenção é continuar a avançar com o projeto, que ainda precisa de financiamento para uma nova etapa. “A gente não vai conseguir resolver todas as perguntas com este projeto, que é inicial. No primeiro momento é caracterizar as alterações genéticas de apraxia de fala nesta casuística de crianças brasileiras. A segunda fase é resolver os casos que a gente não conseguir achar a causa genética”, afirmou.

Bruna Ribeiro é mãe de Gabriel, de 10 anos, uma das crianças que participam do estudo. Além da Apraxia, o filho foi diagnosticado com espectro autista, o que ocorre também com outras crianças com transtorno de fala. Bruna contou que Gabriel nasceu prematuro extremo com 29 semanas e até os três anos não tinha o diagnóstico de apraxia. “Como teve atraso global motor, demorou a se sentar, a andar, ele não fazia as transições, eu sempre pensava que a fala viria. Mesmo ele balbuciando pouco, meu foco era sempre no atraso motor global. Eu nem imaginava, nem sabia que existia apraxia de fala”, revelou.

O diagnóstico veio quando a fonoaudióloga que trabalhava com o menino fez um curso realizado pela Abrapraxia em Goiânia, Goiás, e identificou o transtorno da fala no Gabriel. “Até os quatro anos ele foi não verbal. Com quatro anos falou a primeira palavra. Falou Ana, que é o nome da minha sobrinha e afilhada. Hoje o Gabriel fala bem, não tem alguns sons, por exemplo, o r, o g, mas se faz entender”, comentou.

Capacitação

A doutora Elizabeth Giusti, chamou atenção para a necessidade de capacitar os profissionais da área, diante do desconhecimento sobre o transtorno no Brasil, que pode levar a um erro no diagnóstico e prejudicar o desenvolvimento da criança. Segundo a fonoaudióloga, esse é um tipo de transtorno que se precisa manejar vários tipos de componentes para que a terapia dê resultado. Para isso, é fundamental ter uma criança muito motivada, porque é necessário transformar em prazeroso algo difícil para ela.

“Se está exigindo da criança algo que é uma ferida dela, muito difícil, então, as terapias precisam ser motivadoras e criativas. Os profissionais precisam ser resilientes, porque não é um transtorno que em um mês já vai ver resultado. Não é só a técnica em si, mas tem toda uma questão de manejo da criança, do ambiente, de conseguir dar o desafio na medida certa. Se dá pouco não tira a criança do lugar, mas se dá demais frustra a criança, porque o que se está pedindo foi muito. Encontrar esse ponto de equilíbrio para dar à criança o desafio na medida certa, é algo que vai muito além de só a aplicação das técnicas. Esse olhar empático de entender o quanto aquele momento é difícil para a família e o quanto é desafiador para a criança”, pontuou.

Elizabeth Giusti recomendou ainda a estrutura de uma equipe multidisciplinar, incluindo terapeuta ocupacional e fisioterapeuta. “Com as dificuldades da fala (a criança) pode não conseguir interagir com os amigos e pode gerar comportamentos inadequados, ser, por um lado, uma criança inibida ou, por outro, querer morder os amiguinhos. É importante ter o olhar para a criança como um todo”, comentou, completando que é importante também que a equipe tenha contato com a professora porque é ela quem está lá em contato com a criança na escola todos os dias.

Apesar de a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizar tratamentos completos com fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, a mãe de Gabriel contou, que mesmo tendo uma liminar permitindo o tratamento, não consegue ter acesso a todos os profissionais por causa do seu tipo de plano de saúde. “Tem uma liminar pelo plano mas não consigo fazer valer esse meu atendimento por conta da rede dos profissionais e pela disponibilidade que eles têm de horário. A rede credenciada deles é pequena e não consegue atender à demanda”, disse.

Diagnóstico precoce

A fonoaudióloga alertou ainda para a importância do diagnóstico precoce para que a criança possa ter acesso ao tratamento adequado para o transtorno. De acordo com ela, diferentemente do que ocorre com uma criança com desenvolvimento típico em que o aprender a falar é algo que acontece naturalmente pelos estímulos ao ter o contato das pessoas que estão ao redor, na criança com apraxia o aprendizado da fala não é algo natural.

“Precisa ser ensinado à criança como movimentar os articuladores para que ocorra essa produção de fala. O diagnóstico precoce significa acesso a tratamento adequado e suporte adequado para a família. Eu vejo que muitas crianças quando não têm acesso a esse diagnóstico precoce, muitas vezes acabam até sendo encaminhadas para outros tipos de tratamento, que não são os mais adequados para essa condição, o que acaba gerando frustração para a criança que vai crescendo. A percepção dela da dificuldade vai ficar cada vez maior. O que começa, por exemplo, com uma dificuldade para desenvolver a fala acaba gerando outras consequências no desenvolvimento, como baixa autoestima, dificuldade para se socializar com outras crianças”, concluiu.

Rede pública

Elizabeth Giusti diz que a Abrapraxia desenvolve cursos para profissionais e famílias de crianças com o transtorno e as informações podem ser obtidas no site.

A especialista acrescentou que desde a criação, em 2016, a associação tem um trabalho para atender famílias que não têm condição financeira para pagar o tratamento. A fonoaudióloga disse ainda que a associação oferece também cursos de formação para fonoaudiólogos e parte das vagas é destinada aos profissionais que trabalham no SUS.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, deu o prazo de cinco dias para o presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestar sobre as novas acusações de fraude nas urnas eletrônicas que fizeram parte do seu discurso a embaixadores estrangeiros e diplomatas na segunda-feira (18). 

O chefe do Executivo também voltou a criticar ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF), durante o encontro diplomático no Palácio da Alvorada. O teor das novas declarações provocou, ainda, o protocolo de ações em desfavor, registradas pelos partidos Rede e PCdoB (de forma conjunta), PT e PDT. 

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As legendas pediram a remoção do conteúdo do canal da TV Brasil do Youtube, mas esta plataforma não consta como parte nas ações. Sobre os pedidos, Fachin disse ser preciso ouvir as partes envolvidas nos processos para analisar os pedidos. 

“Antes, porém, de poder analisar o pedido formulado em caráter de urgência, faz-se necessária a aferição da regularidade do meio processual adotado. Isso porque embora a demanda tenha sido identificada como Representação, da leitura da petição inicial extrai-se da causa de pedir que os fatos retratados indicam que a aludida prática de desinformação volta-se contra a lisura e confiabilidade do processo eleitoral, marcadamente, das urnas eletrônicas”, declarou. 

Segundo o PDT, a apresentação é “nítida” propaganda negativa “em desfavor da integridade do sistema eleitoral, através de fake news”. Além da remoção do conteúdo, o PT sugeriu também que Bolsonaro seja multado em R$ 25 mil por propaganda irregular. 

No despacho, Fachin afirmou que o enquadramento do caso no TSE é de supostos atos de abuso de poder político ou de uso indevido dos meios de comunicação. O ministro ressaltou a posição da Corte de que ações contra esses tipos de práticas só podem ser ajuizadas depois do registro de candidatura. 

A Coreia do Norte disparou um projétil não identificado nesta quarta-feira (16) que, ao que parece, falhou logo após o lançamento, anunciou o exército da Coreia do Sul, ao mesmo tempo que analistas advertem que o país pode ter testado um míssil intercontinental.

O lançamento, o 10º da Coreia do Norte desde o início do ano, aconteceu depois que o governo dos Estados Unidos alertou que Pyongyang se prepara para disparar um míssil balístico intercontinental (ICBM) "a pleno alcance" pela primeira vez desde 2017.

"A Coreia do Norte disparou um projétil não identificado da área de Sunan por volta das 9h30 de hoje (21h30 de terça-feira no horário de Brasília), mas presume-se que tenha falhado imediatamente após o lançamento", afirmou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em comunicado.

A imprensa japonesa também informou que a Coreia do Norte lançou um possível míssil balístico, citando uma fonte anônima do ministério da Defesa.

O canal nipônico NHK afirmou que funcionários de alto escalão do governo se reuniram no gabinete do primeiro-ministro Fumio Kishid para discutir a situação.

Este seria o 10º teste de armas de Pyongyang em 2022, após o lançamento de sete mísseis e dois dispositivos que a Coreia do Norte descreveu como "satélites de reconhecimento".

Seul e Washington afirmaram na semana passada que os disparos eram parte de um novo sistema de mísseis balísticos intercontinentais que nunca havia sido testado.

A Coreia do Norte já está sob sanções internacionais por seus programas de mísseis e armas nucleares, mas o governo dos Estados Unidos ameaçou adotar punições adicionais por estes novos testes.

Pyongyang deseja ter um ICBM capaz de transportar múltiplas ogivas e Washington advertiu na semana passada que os testes dos últimos meses representam uma "grave escalada" do programa armamentista.

- Míssil monstro? -

O Norte executou três testes de ICBM, o mais recente em novembro de 2017 com um Hwasong-15, considerado potente o suficiente para atingir o território norte-americano.

Mas o país acatou uma moratória autoimposta sobre testes de armas nucleares e de longo alcance desde 2017, quando o dirigente Kim Jong Un iniciou movimentos diplomáticos, incluindo um diálogo fracassado com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Os sinais indicam que o Norte disparou hoje (quarta-feira) um Hwasong-17", declarou à AFP Cheong Seong-chang, pesquisador do Sejong Institute.

O projétil foi apresentado pela primeira vez em um desfile militar em outubro de 2020 e foi chamado por analistas de "míssil monstro".

De acordo com Cheong, a tensão política internacional torna "pouco provável que a Rússia aceite sanções adicionais contra o Norte caso o país execute tal teste, devido à invasão da Ucrânia, então Pyongyang parece ter considerado o momento propício para prosseguir".

A falha no lançamento será examinada por Pyongyang e o regime norte-coreano pode precisar de mais três testes para garantir o funcionamento do míssil, disse o pesquisador.

"Acredito que o Norte fará um ou dois lançamentos de testes até 15 de abril", acrescentou.

A Coreia do Norte celebrará em abril o 110º aniversário do nascimento de Kim Il Sung, fundador do país, e o atual líder geralmente comemora as datas importantes com desfiles militares ou testes de armas.

O professor Ahn Chan-il, especialista em Coreia do Norte, declarou à AFP que o fracasso do lançamento de quarta-feira é um indício de que "não era um míssil comum".

Ele acrescentou que o momento é importante porque coincide com a transição presidencial na Coreia do Sul e com a guerra na Ucrânia.

Geovane aceitou receber a reportagem sob a condição de não mostrar o rosto. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

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Na manhã desta sexta-feira (18), toda a comunidade do Engenho Roncadorzinho, no município de Barreiros, se reuniu para receber as comissões de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. As visitas acontecem uma semana depois do assassinato de Jonatas de Oliveira dos Santos, de 9 anos, filho presidente da Associação local de camponeses, Geovane da Silva Santos. Abalado, Geovane não fez qualquer aparição pública durante o evento, mas resolveu quebrar o silêncio sobre o caso, em entrevista concedida ao LeiaJá.

Na noite do dia 10 de fevereiro, o camponês teve a casa invadida por sete homens encapuzados. De acordo com ele, sua família acordou com um estrondo oriundo dos fundos da casa. "A mulher disse que estava cansada e tinha se deitado. Eu também. O menino ficou assistindo televisão no sofá e também dormiu. Aí foi quando ouvi um estalo e pensei 'oxente, a parede caiu', pulei da cama e vi só a poeira. Dois homens já vieram na minha direção, gritando 'é polícia' e atirando", lembra.

Geovane cobra rigor na análise do depoimento dos suspeitos. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Geovane, então, foi atingido no ombro. "Quando ele deu o tiro em mim, vi logo o sangue pegando na sandália. Eu digo: 'meu Deus, agora eu vou ter que sair daqui'. Consegui fugir e fui pedir socorro na casa do meu cunhado. Minha filha de menor disse que outros cinco homens entraram pela frente", relata. Em cerca de 15 minutos, o camponês retornou para sua residência, em busca da família. "Voltei e já me deparei com minha esposa chorando e a criança 'estirada'", completa.

Quando foi alvejado, o pequeno Jonatas estava escondido debaixo da cama, ao lado da mãe. "Ela pediu aos homens que não atirassem, que só estava o menino e a mulher lá, mas não tiveram nem dó nem piedade", lamenta.

Motivação do crime

Na última quarta-feira (17), a Polícia Civil prendeu dois suspeitos e apreendeu um menor pelo homicídio de Jonatas. Os investigadores acreditam que a ordem de execução do homicídio partiu de um quarto homem, preso desde 2018 por outros crimes. O grupo atuaria com tráfico de drogas na região. Durante o inquérito, os suspeitos alegaram que a motivação do crime seria a suposta negativa de Geovane de vender suas terras para o grupo. Segundo eles, um dos  integrantes da quadrilha tinha interesse em criar cavalos na área, mas diversas propostas de compra foram recusadas.

Geovane nega esta versão dos fatos. "Eu não tenho terra para vender. Ainda vai ser julgado na Justiça. Como vou vender um negócio que eu não tenho? E não chegou ninguém me procurando para vender terra. Peço que examinem com mais rigor o que eles falaram para a polícia. Não faz sentido nenhum", afirma.

A casa onde ocorreu o atentado. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

A Polícia Civil não descarta a possibilidade de motivação do crime ligada ao conflito agrário existente no local. "Hoje temos essa motivação, essa relação com esse grupo criminoso. Porém, outras linhas de investigação estão sendo percorridas. Nós temos 60 dias para concluir esse inquérito e esperamos destrinchar todas as linhas até a conclusão do procedimento. Nós não descartamos nenhuma linha", afirmou o delegado Marcelo Queiroz, da DHP-Palmares, em coletiva de imprensa realizada pela Polícia Civil na última quinta (17).

Novas rotinas

Nascido e criado no Engenho Roncadorzinho, Geovane está afastado da casa em que morava. Embora as rondas policiais tenham passado a fazer parte da rotina da comunidade, o clima geral é de tensão e medo de que novos atentados ocorram. "Digo que a gente mora numa casa de cupim. São casas sem segurança nenhuma, se dá uma chuva, elas ficam logo cheias de rombos [boa parte das moradias são feitas de pau a pique]", comenta.

O tranquilo cenário do arruado, envolto por pequenas plantações e cursos d'água, contrasta com a desconfiança dos moradores à mais despretenciosa abordagem de forasteiros. A ampla circulação de jornalistas no local na última semana explica a mudança. Poucos querem dar entrevista, na tentativa de evitar riscos maiores. "Eu vou e volto do engenho a trabalho todos os dias. Estou com medo. De noite não consigo dormir, ninguém aqui consegue. A gente fica se comunicando uns com os outros em grupos, monitorando qualquer desconhecido que apareça", comentou uma moradora, que prefere não se identificar. 

Comunidade se mobiliza por segurança e justiça para Jonatas. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Com se não bastassem as perdas do filho e da rotina no campo, Geovane também precisou se afastar da esposa e dos filhos. Tamborilando os dedos no braço do sofá ou sacudindo as pontas dos pés contra o chão, ele vem sendo acolhido por parentes, amigos e vizinhos, com os quais conta para vencer a passagem dos minutos, horas e dias. "Eu espero que a polícia desvende o caso, depois eu penso no que vou fazer da minha vida. Isso não vai trazer a vida do meu filho de volta, mas precisa ser feito, para evitar de acontecer com outras pessoas do lugar onde vivemos", apela. 

Tragédia anunciada

Para os moradores o Engenho Roncadorzinho, a brutal morte do pequeno Jonatas era uma tragédia anunciada. No ano passado, a casa da família já havia sido alvo de invasões seguidas de roubos, sempre durante a madrugada. O Engenho foi propriedade da Usina Central Barreiros, atualmente uma Massa Falida sob administração do Poder Judiciário, que o arrendou. A comunidade existe há 40 anos, desde que faliram as usinas nas quais os agricultores trabalhavam ou eram credores.

No local, vivem 400 trabalhadores rurais posseiros, dentre os quais estão cerca de 150 crianças. Nos últimos anos, a escalada da violência contra a comunidade envolve ameaças e violências que, segundo os agricultores, são promovidas por empresas que exploram economicamente a área. De acordo com a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape), que acompanha a comunidade, há denúncias de intimidações, destruição de lavouras e contaminação de cacimbas e fontes de água com aplicação intencional de agrotóxicos.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) também oferece apoio aos trabalhadores e vem expondo os abusos contra a comunidade de Roncadorzinho. Segundo a instituição, o Estado de Pernambuco não vem tomando qualquer medida efetiva no sentido de solucionar o conflito existente no local. 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais, nesta segunda-feira (14), para divulgar um vídeo em que, segundo ele, aparece acordando após a facada que sofreu em 2018, durante a campanha presidencial.

Bolsonaro disse que não sabia da existência da gravação e não lembrava do que falou no momento. São mais de três minutos de vídeo, onde ele agradece a equipe médica e fala do que sente.

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"Estava muito preocupado, parecia uma pancada na boca do estômago. Já levou uma bolada no futebol? A dor era insuportável, parecia que tinha algo mais grave acontecendo", diz. E logo em seguida acrescenta: "Adianto a todos que me preparava para um momento como esse, porque você corre riscos."

Veja o vídeo:

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O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) compareceu ao depoimento do ex-chanceler Ernesto Araújo à CPI da Covid para tentar fazer uma defesa do pai, Jair Bolsonaro, na condução do enfrentamento à pandemia. Prestando solidariedade a famílias enlutadas e destacando o número de recuperados, Flávio buscou contornar a declaração polêmica de Bolsonaro, que classificou a covid-19 como uma "gripezinha", e afirmou que a CPI tenta "antecipar" 2022, em alusão a disputa eleitoral do próximo ano.

"Não leve a mal (Ernesto Araújo), algumas pessoas que vem se manifestar, porque alguns ainda não aceitaram resultados das urnas", disse Flávio, o último senador a falar na CPI nesta terça-feira (18) antes de a sessão ser encerrada. "Bolsonaro foi eleito para redirecionar sim a política externa do País", disse o senador, que utilizou uma característica frequentemente empregada para descrever o presidente, a atribuindo aos colegas da oposição.

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"O que vejo aqui é um negacionismo do óbvio. Fatos estão colocados. Temos internet e meios alternativos que inviabilizam o monopólio da narrativa dos grandes veículos. Brasil já dispõe de mecanismos para checar o que é fake news", afirmou Flávio, para quem as relações internacionais não foram comprometidas por questões ideológicas que envolvem o governo Bolsonaro.

Sobre as declarações do presidente, chamando a covid-19 de gripezinha, Flávio afirmou que Bolsonaro se referia a experiência própria com a doença. "Sempre disse que no caso dele especificamente as consequências seriam gripezinha", disse. Uma das ocasiões em que Bolsonaro usou o termo, minimizando os efeitos da doença, foi durante pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, em 24 de março. Na ocasião, vinculou os sintomas à sua capacidade física.

"Discussão sobre origem do vírus tem muita água para rolar embaixo dessa ponte. Há investigações em todo o mundo. Nada está descartado ainda. Ai se demoniza quem fala que é vírus chinês, mas são as mesmas pessoas que não se incomodam em dizer que quando houve cepa imputada ao Brasil, não tem pudor em dizer que é a cepa brasileira", concluiu Flávio.

O isolamento social – medida adotada para combater a propagação do novo coronavírus – pode trazer alguns prejuízos no desenvolvimento da fala e linguagem das crianças obrigadas a ficar em casa devido à pandemia, alertam especialistas. “Principalmente pela falta de estímulos ambientais e sociais que estavam anteriormente expostas, como por exemplo, na escola, saída com amigos e passeios em família”, explica a fonoaudióloga e especialista em linguagem Lilian Papis. 

Mesmo com a reabertura das escolas, muitos pequenos mantiveram sua rotina em casa com os pais trabalhando em home office ou sob os cuidados de outros adultos. Agora, com as férias escolares e o aumento do número de casos de covid-19, muitos pequenos voltarão a ficar exclusivamente em casa o que deve aumentar o uso de aparelhos eletrônicos como tablets, celulares ou computadores para distrair e entreter as crianças que acabam ficando privadas da comunicação verbal.

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“Pode começar a haver atrasos no desenvolvimento oral, como também gráfico, dificuldades auditivas, tanto periféricas, pelo alto volume ou uso excessivo de fones de ouvido, como também de atenção e concentração e processamento auditivo central”, aponta a fonoaudióloga.

Os meses de quarentena em casa provocaram mudanças nos hábitos até mesmo das crianças que não tinha uma rotina escolar, pois os parques, clubes, praças e áreas de lazer foram fechados para evitar aglomerações.

É o caso do filho da zootecnista Paula Amano Yoshisato, Roberto, de 2 anos e meio. Ela conta que os planos eram que Roberto começasse a frequentar a escola este ano, mas, com a pandemia, ele continuou em casa, aos cuidados da mãe, em tempo integral. “Tínhamos mais contato com outras pessoas e área externa. Agora, ele quer ficar mais tempo em eletrônicos.”

Paula conta que, com a falta de convívio com outras pessoas e crianças, o filho deixou de falar as poucas palavras que já conhecia. Segundo os médicos e fonoaudiólogos, é um processo comum a crianças nessa idade que precisam de estímulos corretos para voltar a falar.

A mãe tem se esforçado para diminuir os efeitos negativos do isolamento no garoto. “Tenho estudado mais sobre atividades, como brincar com tinta, piscina, areia, hortinha”, conta Paula.

Na avaliação da fonoaudióloga Lilian Papis, crianças que estão começando a falar, por volta de 1 ano ou que estão em pleno desenvolvimento de fala e linguagem, entre os 2 ou 3 anos, devem ser diariamente estimuladas através dos cinco sentidos, audição, visão, tato, olfato e paladar. 

“É primordial cantar músicas, brincar com miniaturas, fantoches, contar histórias, nomear figuras ou pedir para que as repita, falar frases relacionadas ao que estão comendo, apresentar diferentes sabores ao seu paladar e estimular o olfato através do cheiro da comida, frutas; imitar sons de animais, meios de transporte, objetos eletrodomésticos, brincar de fazer caretas, mandar beijos, estalar a língua também ajudam muito”, enumera Lilian.

Retrocessos

A supervisora de vendas Leandra Paula Lago diz que percebeu que o filho Raul, de 3 anos, ficou muito ansioso nos primeiros meses da pandemia. “Ele ficou irritado e com necessidade de chamar a atenção dos pais, pedindo para ficar no colo enquanto trabalhávamos, tentava desligar nossos computadores, gritava. Na fala houve alterações, pois o estímulo escolar foi interrompido, então percebi que ele ficou com várias dificuldades, até mesmo no desfralde que foi interrompido”, relata. 

“Já tinha percebido, antes mesmo da pandemia, que os colegas da escola [estavam] sempre na frente e ele com muitas dificuldades em se comunicar. Com a pandemia e encerramento das aulas, piorou muito.”

Raul começou a fazer tratamento com a fonoaudióloga em abril e a mãe logo percebeu uma evolução. “Hoje ele ainda não se comunica como uma criança da idade dele, mas já melhorou muito. Retornei o processo de desfralde com isso. Fazíamos [o tratamento com a fonoaudióloga] on-line e agora estamos presencial”, relata. 

Atualmente ela está oferecendo outros estímulos para a criança. “Estou lendo bastante com ele, brincando mais junto e evitando celular. Claro que, no horário de trabalho, fica complicado não dar o celular para ele, senão ele nos atrapalha, mas com novos brinquedos estamos conseguindo mantê-lo mais calmo”, completa Leandra.

Mesmo sem o convívio escolar, as brincadeiras em casa devem estimular a fala, recomenda a fonoaudióloga Lilian Papis. “Em casa as crianças precisam ser estimuladas todos os dias, pelo menos uma hora, com os pais ou responsáveis a brincar, cantar músicas, falar, estabelecer diálogos, conversar”, destaca a especialista.

“Para as crianças em fase de alfabetização, incentivar também brincadeiras que envolvam reconhecimento e nomeação das letras, relacionando-as com seus sons, brincar com rimas, memória auditiva, memória visual, quebra-cabeças, dama, xadrez, jogos que requeiram a atenção, como também a escrita das letras, sílabas e palavras. Para os maiores, além de tudo isso, acrescentar leitura de textos, livros, gibis, escrita de pequenos textos, jogos como forca, stop, caça-palavras, palavras cruzadas, dentre outros”, elenca Lilian.

Avanços

Já com Samuel, 4 anos, o processo de isolamento não trouxe retrocessos na fala, ao contrário, o vocabulário aumentou, surpreendendo a mãe, Danielle Pereira Mateus.

Antes mesmo da pandemia, o menino já fazia acompanhamento com fonoaudióloga e psicóloga porque, na escola, batia nos amigos. “Procuramos uma psicóloga e ela notou que ele tinha um atraso de linguagem, como não conseguia se comunicar direito, batia nos amigos, era a maneira dele se comunicar. Começamos um trabalho com a fonoaudióloga em julho do ano passado, quando a gente ainda nem pensava em pandemia! Fizemos esse trabalho até março, quando veio o isolamento e as sessões pararam”.

Danielle disse que temia o retrocesso no processo de fala do pequeno o que acabou não se confirmando. “Tinha muito medo que ele regredisse, mas não, por incrível que pareça, o vocabulário dele aumentou, como o tempo dele em tela era muito maior, ele começou a ver vários vídeos diferentes, mudou o vocabulário, eu confesso que me surpreendi, porque para mim a quarentena ia ser um caos! Hoje ele já fala tudo certo e já está em processo de alta com a fonoaudióloga. No caso dele, o que me deixou feliz foi que não houve nenhum tipo de regressão”. 

A especialista em linguagem Lilian Papis explica que a estimulação - tanto auditiva quanto visual - é benéfica para o desenvolvimento da fala e da linguagem infantil e que, nos aparelhos eletrônicos, os vídeos e desenhos são bem coloridos e estimulantes. “A criança aprende através de estímulos repetitivos e imitação, portanto em alguns casos isso pode ajudar, ou em outros prejudicar este desenvolvimento, pois existe a privação da necessidade de comunicação, de diálogo com a família, o que pode atrasar ou interferir neste processo, além de poder prejudicar o desenvolvimento da atenção e gráfico”. 

Lilian enfatiza que é importante saber dosar a quantidade de horas diárias que as crianças passam na frente das telas e estimular a brincadeira infantil, contação de histórias, rodas de conversas e jogos entre os familiares.

“Oriento ainda a estimular a criança sempre de frente para ela, na altura dos seus olhos para ter um adequado contato visual; não falar infantilizado; dar sempre um correto modelo de fala, não repetir o erro da criança, pois ela aprende a falar através da audição, repetição e imitação, mesmo que ela não consiga pronunciar a palavra corretamente, fale o certo. Ela deve ainda comer alimentos adequados para sua idade, pois a mastigação também é de extrema importância para o desenvolvimento da fala e linguagem”, acrescenta a especialista.

Mudanças de comportamento

Durante a infância, o cérebro da criança se desenvolve com muita rapidez gerando grandes aprendizados. Com a chegada da pandemia e o isolamento dos pequenos em casa, muitos estímulos necessários para a ampliação do desenvolvimento cognitivo infantil podem ter diminuído. 

Para especialistas, essa falta de contato com outras pessoas e de vivência fora de casa pode ter prejudicado não só a fala, mas trazido alterações no sono, no humor e no apetite das crianças.

“Não podemos desconsiderar os possíveis estressores ambientais que impactam nas crianças, sobre isso podemos pensar em mudança de rotina e novos papéis atribuídos aos pais, perda de familiares pela covid-19, mudanças estruturais como perda de emprego e pais com pouco manejo emocional”, destaca a psicóloga especialista em terapia cognitivo comportamental e neuropsicologia Roberta Alonso.

“As crianças têm apresentando humor mais irritado, alterações do sono e comportamentos de impaciência, assim como regressão em sua autonomia, sobrecarregando os pais”, completa a especialista.

A psicóloga sugere aos pais trabalhar as próprias emoções e expectativas. “As crianças estão em desenvolvimento e têm condições de retomar e melhorar suas habilidades quando começarmos a retomar a rotina em segurança. É importante pensar que a frustração também faz parte do desenvolvimento e esse período também está a ensinar isso”, afirma.

No teatro, o corpo se expressa por meio da fala, dos movimentos e da dança, o que exige maior exposição de quem pratica. As técnicas trabalhadas pelas artes cênicas podem levar a caminhos além dos palcos e resultar em uma melhora na comunicação e nas relações interpessoais.

"Para que uma comunicação eficaz exista, precisamos estar atentos a nós mesmos, ao que sentimos, à situação ou o contexto, e ao outro. Tudo isso para aprender a se expressar e se posicionar diante do outro. Isso é uma construção da vida inteira, desenvolvendo diversas habilidades, como assertividade e empatia", explica a psicóloga clínica Daniela de Oliveira.

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Giovana Viana, que é atriz, dançarina e professora da Companhia Múltiplas, afirma que saber se expressar oralmente é muito importante para qualquer pessoa, e que a capacidade de se comunicar não tem relação direta com o fato de ser introspectivo ou extrovertido, mas sim com a habilidade de transmitir a informação da melhor maneira possível, vagando entre aquilo que se pensa e sente. "As pessoas são condicionadas a falarem muito, mas isso não quer dizer que serão boas comunicadoras", afirma.

A atriz percebeu benefícios em sua comunicação quando se interessou pelo teatro. "O aumento e conservação da autoestima, melhoria na dicção, capacidade de desenvolver um maior jogo de cintura para algumas situações específicas e aumento do vocabulário são alguns pontos que ganharam evolução", comenta.

"O teatro trabalha a expressão, a desinibição ao falar em público. Isso pode ajudar bastante. Entretanto, sozinho, não trabalha tudo que é necessário. O autoconhecimento parte de uma necessidade que vai além", diz a psicóloga Daniela, que afirma não haver divisão entre as áreas da vida e uma boa comunicação, pois tudo está conectado e os praticantes são capazes de aperfeiçoar qualquer prática que seja aprendida.

"A boa comunicação não é inerente ao ser humano, a comunicação é uma habilidade. Nem a fala em si é inerente, nós herdamos biologicamente todo o potencial da fala, mas precisamos de outros seres humanos para aprendê-la, temos que desenvolvê-la. Assim também é com a comunicação. É uma habilidade desenvolvida e trabalhada a cada conversa, a cada diálogo", finaliza Daniela.

 

O ator Fábio Assunção enfrenta uma batalha na luta contra a dependência química. Vivendo sozinho durante a quarentena do coronavírus, Fábio tem dedicado o tempo para cuidar de si. Em uma entrevista à revista Veja, ele contou como tem levado sua recuperação na batalha contra o álcool e as drogas.

Sem o consumo de bebidas desde o início do ano, Fábio comentou durante sua entrevista que considera seu vício em drogas sob controle e a compulsão “bem acolhida - só fumo cigarro”.

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Fábio perdeu quase 30 quilos e ganhou músculos, mudando radicalmente a aparência. Estuda o Ifá, sistema religioso de origem nigeriana e está aprendendo o dialeto iorubá, entre outros idiomas. Além de estudar a teoria dos direitos humanos em um grupo de estudos.

“Pela primeira vez estou tendo tempo para me dedicar mais ao conhecimento, em encontros virtuais com meu grupo de teoria crítica de direitos humanos, e também para estudar línguas. Tenho aulas de italiano, inglês e iorubá. Além disso, treino pelo menos cinco vezes por semana”, disse o artista.

Durante a entrevista, Fábio revelou que considerou “muito ruim” encarar toda a exposição pública de seus vícios. Ao ser questionado se teve medo de ter uma recaída na quarentena, o ator comentou que essa questão é a pauta da vida de qualquer pessoa que tem um vício. “O medo me acompanha. Não posso dar brechas”, comentou ele.

Em vídeo publicado em suas redes sociais na tarde desta quarta (20), o ex-presidente Lula se desculpou por sua fala em entrevista à Carta Capital, concedida na última terça, em que afirmou que “ainda bem que a natureza criou o monstro coronavírus”, argumentando que a Covid-19 estava mostrando ao mundo a importância do estado. Agora, Lula falou que reconhece o sofrimento causado pela pandemia da doença e classificou sua fala anterior como “totalmente infeliz”.

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“Usei uma frase totalmente infeliz. E a palavra desculpa foi feita pra gente usar com muita humildade. Se algum dos 200 milhões de brasileiros ficou ofendido, peço desculpas. Sei o sofrimento que causa a pandemia, a dor de ter os parentes enterrados sem poder acompanhar", reconheceu o ex-presidente.

Na entrevista, Lula também havia criticado os problemas envolvendo o auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal, que parte da população cadastrada ainda não conseguiu retirar. “Eles prometeram e sequer eles cumpriram com a tarefa de dar R$ 600 e as pessoas ficarem em casa e se protegerem do coronavírus”, comentou.

As microgotas de saliva gerados durante a fala podem permanecer suspensos no ar em um espaço fechado por mais de dez minutos, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (13), que destaca o provável papel desse mecanismo na propagação do novo coronavírus.

A disseminação do Sars-Cov-2 por tosse e espirros é amplamente conhecida, mas quando falamos, também projetamos gotículas invisíveis de saliva que podem conter partículas virais.

Quanto menores, mais permanecem suspensos no ar, enquanto os mais pesados, devido ao efeito da gravidade, caem mais rápido no chão.

A transmissão pelo ar expirado é bem estudada para vírus como o sarampo, que é um dos mais contagiosos e conhecidos e capaz de apresentar gotas microscópicas, mas os pesquisadores ainda estão tentando quantificar esse tipo de transmissão para o vírus que causa a COVID-19.

Pesquisadores do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais (NIDDK) fizeram uma pessoa repetir a frase "permanecer saudável" em voz alta por 25 segundos em uma caixa fechada.

No experimento, um laser projetado na caixa iluminou as gotas, permitindo que fossem vistas e contadas. As gotas permaneceram no ar por uma média de 12 minutos.

Considerando a concentração conhecida de coronavírus na saliva, os cientistas estimam que falar em voz alta pode gerar o equivalente por minuto de mais de 1.000 gotas contaminadas, capazes de permanecer no ar por 8 minutos ou mais em um espaço fechado.

"Essa visualização direta demonstra como a fala normal gera gotículas no ar que podem permanecer suspensas por dezenas de minutos ou mais e são capazes de transmitir doenças em espaços confinados", concluíram os pesquisadores.

Em um artigo publicado na revista NEJM de abril, a mesma equipe descobriu que falar menos alto produzia menos gotas.

A confirmação do nível de contágio do Sars-Cov-2 falando e não apenas pelas gotas de saliva que caem nos interruptores, rampas ou maçanetas ajudará a justificar cientificamente o uso da máscara, agora recomendada em muitos países, e a explicar a alto contágio do vírus.

 Nesta quarta (1º), o prefeito da cidade de Limeira, no interior de São Paulo, Mário Botion, viralizou nas redes sociais por tentar “tranquilizar” a população a respeito da covid-19 a partir de uma linha de raciocínio inusitada. Botion alardeou que, em algum momento, “todos nós seremos” acometidos pela doença. Sem embasamento algum em dados factíveis, a informação divulgada pelo gestor pode ser considerada falsa.

“Todos nós seremos contaminados. Todos. É uma questão de tempo. Uns apresentarão sintomas, outros terão agravamentos, outros terão que ser internados numa UTI e outros perderão a vida. Então tenham calma, tranquilidade, que todos serão contaminados”, afirmou Botion. De acordo com os dados em tempo real da Universidade Johns Hopkins, até o fechamento desta matéria, a China havia registrado 82.361 casos do novo coronavírus. Isso quer dizer que o país de quase 1, 4 bilhão de habitantes, já tendo passado pelo “pico” do número de casos, mal chegou a registrar a contaminação de 0,005% de sua população.

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Em entrevista ao LeiaJá, a infectologista Marcela Vieira disse que recebeu o pronunciamento de Botion com espanto. “Muito catastrófico. Ao invés de tranquilizar a população, acaba gerando alarde. Acredito que não é a melhor abordagem para uma autoridade. A melhor forma de combater a pandemia é o isolamento social e não a banalização da infecção”, comenta.

A médica reforçou ainda que não existe base científica que embase as colocações do prefeito. “Não contamos com essa possibilidade, inclusive espelhados em alguns exemplos do mundo, mesmo onde existe alta transmissibilidade. Nos países onde houve alta contenção, como o Brasil está fazendo, ocorreu uma drástica redução dos casos”, conclui.

Desde o dia 9 de junho, o site The Intercept Brasil já publicou oito reportagens a partir do suposto conteúdo vazado das contas no Telegram do ex-juiz e atual ministro Sérgio Moro, do coordenador da operação lava-jato Deltan Dallagnol e de outros procuradores da república. O conteúdo levou Moro a ser sabatinado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal e abalou a confiança de parte dos brasileiros na imparcialidade do processo que condenou o ex-presidente Lula da Silva a oito anos, dez meses e vinte dias de reclusão, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

O LeiaJá foi às ruas conferir a opinião da população sobre o caso. Confira:

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 Rafaella Santos, irmã de Neymar, falou na noite desta segunda-feira (3), no Instagram, sobre a acusação de estupro feito contra o jogar. Via stories, a jovem disse que a situação está sendo difícil para ela e para a família, além de deixar uma ‘mensagem’ para mulher que acusa Neymar.

“Eu espero de coração que você consiga dormir, que você tenha consciência de tudo o que você fez, que você consiga dormir tranquila. E é isso, eu não desejo seu mal, não desejo mesmo… Desejo que Deus te perdoe, de coração. Que você consiga seguir em paz depois de tudo que você fez”, disse.

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Em outro momento do vídeo, Rafaella se emociona e sai em defesa Neymar. “Todo mundo que conhece meu irmão sabe que ele nunca faria uma coisa dessa”, afirma. A acusação contra Neymar veio à tona no último sábado (1º).

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje (1º) que conversará com parlamentares e líderes partidários para conseguir apoio em favor da reforma da Previdência, que tramita no Congresso Nacional. Ele disse esperar que a proposta não seja "muito desidratada" pelos parlamentares.

"Não é uma proposta minha nem do governo. É do Brasil. Nós não temos outra alternativa. Chegou a esse ponto de a Previdência estar deficitária realmente e temos que fazer essa reforma. Espero que o Congresso aprove sem que ela seja muito desidratada", afirmou o presidente em rápida entrevista a jornalistas no hotel em que está hospedado, em Jerusalém. Bolsonaro cumpre visita oficial de quatro dias a Israel.

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Na semana passada, líderes de 13 partidos (PR, SD, PPS, DEM, MDB, PRB, PSD, PTB, PP, PSDB, Patriota, Pros e Podemos) divulgaram nota em apoio à reforma da Previdência, mas exigindo a exclusão da proposta das mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na regras da aposentadoria rural. Somadas, essas legendas têm 291 dos 513 deputados federais na atual legislatura. Para que a reforma da Previdência seja aprovada na Câmara, precisa de pelo menos 308 votos em dois turnos de votação.

Jair Bolsonaro confirmou que deve se reunir com líderes partidários já na quinta-feira (4), após seu retorno de Israel, com o objetivo de convencê-los sobre a necessidade das mudanças nas regras de aposentadoria. A expectativa do presidente é que a reforma seja votada no plenário da Câmara até junho.

"A decisão está com o Parlamento, no que depender de mim, farei gestões, eu conheço mais da metade dos parlamentares, fiquei 28 anos lá dentro, sei como funciona aquilo. Poderia até dar sugestões, mas não quero me meter porque agora eu estou em outra Casa", afirmou.

Carreiras

Perguntado se a mudança na carreira dos militares poderia dificultar a aprovação da reforma da Previdência, o presidente defendeu as características diferenciadas do trabalho nas Forças Armadas. “Eu sou suspeito para falar porque sou capitão do Exército, mas é uma vida completamente diferente. (...) Militar trabalha 24 horas por dia, em situações extraordinárias da tropa, tem GLO [Garantia da Lei da Ordem], as nossas missões são as mais variadas possíveis, em todos os momentos somos os primeiros a ser chamados, estamos na fronteira. É uma vida complicada”, disse.

A proposta de reestruturação das carreiras nas Forças Armadas foi enviada junto com a reforma no sistema de pensões e aposentadoria da categoria. A reestruturação não envolve aumento de salários (soldos), mas prevê o reajuste e a criação de adicionais. Segundo os ministérios da Defesa e da Economia, a economia líquida com as mudanças nas carreiras dos militares corresponderá a R$ 10,45 bilhões nos próximos 10 anos 

O valor é resultante da economia de R$ 97,3 bilhões com a reforma da Previdência dos militares, menos o custo de R$ 86,85 bilhões decorrente da reestruturação. Em 20 anos, informaram os dois ministérios, a economia com as novas regras para os militares saltará de R$ 10,45 bilhões para R$ 33,65 bilhões.

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