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Antes que sanitaristas como Vital Brazil e Oswaldo Cruz liderassem mudanças no cenário da saúde pública no Brasil, no final do século 19 e início do século 20, o país tinha uma fama assustadora no exterior: “Túmulo de estrangeiros”. O motivo era a enorme quantidade de doenças infecciosas que incidiam de forma epidêmica sobre sua população, causando milhares de vítimas.

Entre elas, uma das mais temidas era a febre amarela urbana, arbovirose cuja letalidade ainda hoje pode beirar os 50% em casos graves. Somente na capital federal da época, o Rio de Janeiro, a doença matava mais de mil pessoas por ano no início do século 20.

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Os esforços para combater essa doença incluíram uma caça aos mosquitos e fizeram com que ela fosse eliminada em 1942. O que trouxe maior resultado para manter essa conquista, porém, foi a vacinação, desenvolvida em 1937 e disponível no calendário infantil do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que completa 50 anos em 18 de setembro. A indicação para as aplicações é aos 9 meses e aos 4 anos de idade. Acima dos 5 anos, a recomendação é de apenas uma dose.

A vacina contra a febre amarela utilizada pela rede pública é produzida pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e também pela farmacêutica Sanofi Pasteur, que fornece tanto para o PNI quanto para as clínicas privadas. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações, as duas têm perfis de segurança e eficácia semelhantes, estimados em mais de 95% para maiores de 2 anos.

Doença não vai desaparecer

Apesar do sucesso no caso da febre amarela urbana, a doença em sua forma silvestre não pode ser erradicada. O vírus causador da febre amarela não depende dos seres humanos para continuar existindo - ele infecta primatas e outros mamíferos em florestas, onde é transmitido pelo mosquito Haemagogus sabethes. Esses mosquitos também picam humanos que entram nas matas, e o risco é que, com o retorno dessas pessoas às cidades, elas sejam picadas por mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, que podem fazer o vírus voltar a circular em áreas urbanas.

A coordenadora da Assessoria Clínica de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Lurdinha Maia, ressalta que, por esse motivo, é preciso que a cobertura vacinal contra a doença seja mantida em todo o país, uma vez que o ecoturismo, a pesca, o desmatamento e outros fatores têm aumentado o contato entre o ser humano e os mosquitos que transmitem a febre amarela silvestre.

“O Brasil é um país endêmico. Isso significa que a gente não vai acabar com a febre amarela. Ela está nas matas. Em 1942, a gente acabou com a febre amarela urbana, mas ainda é um risco, principalmente porque hoje há muitas entradas nas matas”, afirma.

“Anteriormente, o Programa Nacional de Imunizações preconizava a vacinação em vários estados e dizia que não era obrigatório no Nordeste. Mas, o PNI já atualizou o calendário de vacinação e todo o Brasil tem a recomendação de ser vacinado contra a febre amarela.”

Ser um país endêmico faz com que alguns países só permitam a entrada de viajantes brasileiros que apresentem o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP), com registro de dose aplicada no mínimo dez dias antes da viagem.

Hemorragias

O vírus da febre amarela demora de três a seis dias incubado no corpo. Quando a infecção gera sintomas, os mais comuns são febre, dores musculares com dor lombar proeminente, dor de cabeça, perda de apetite, náusea ou vômito. A maioria das pessoas melhora em até quatro dias.

Uma pequena parte dos pacientes, porém, evolui para um segundo estágio da doença, 24 horas após essa melhora. A febre alta retorna, e a infecção afeta o fígado e os rins. Por isso, um sintoma comum nessa fase é a icterícia (“amarelamento” da pele e dos olhos), urina escura e dores abdominais com vômitos.

A letalidade entre esses pacientes é elevada, e metade dos que apresentam essas complicações morre em até dez dias. A doença evolui até causar hemorragias graves, com sangramentos a partir da boca, nariz, olhos ou estômago.

Uma dificuldade para os serviços de saúde é diagnosticar a febre amarela em seus estágios iniciais. É comum que seja confundida com malária, leptospirose, hepatite viral, ou outras febres hemorrágicas, como a dengue.

Por todos esses motivos, a infectologista Eliana Bicudo destaca que a doença é uma ameaça de saúde pública grave, e que a vacinação precisa ser objeto de atenção da população.

“Qualquer pessoa não imunizada está ameaçada pela febre amarela, porque ela tem alta letalidade. Um número bem grande de pacientes vem a óbito.”

Contraindicações

A vacina da febre amarela é eficaz e segura, mas utiliza a tecnologia do vírus atenuado, o que significa que restringe seu uso às pessoas com boa capacidade imunológica. O Ministério da Saúde contraindica essa vacina para: crianças menores de 9 meses de idade; mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade; pessoas com alergia grave ao ovo; pessoas que vivem com HIV e que têm contagem de células CD4 menor que 350; pessoas em tratamento com quimioterapia/ radioterapia; e pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa do corpo).

Caso essas pessoas vivam ou precisem se deslocar para áreas de maior risco de transmissão, é necessário que profissionais de saúde façam uma avaliação de risco-benefício, uma vez que as complicações ao adoecer podem ser ainda mais graves. Essa avaliação também deve ser feita para a vacinação de pessoas com 60 anos ou mais contra a doença.

“A vacina de febre amarela é um exemplo clássico de como uma vacina pode controlar uma doença. Esse é um dado histórico. Até 2017, a gente entendia que a febre amarela no Brasil estava restrita a algumas regiões. Mas tivemos alguns surtos relacionados à febre amarela silvestre associados a parques na periferia de São Paulo. Ao entrarem naqueles parques, os homens contraíram a febre amarela”, descreve a infectologista.

“A partir desse evento, a gente entende que o Brasil é um país endêmico e que a imunização não deve ser só em áreas como o Centro-Oeste ou a região amazônica. O Programa Nacional de Imunizações incluiu para todo o Brasil a vacina da febre amarela no primeiro ano de vida.”

Além da vacinação, a prevenção da febre amarela deve contar com os esforços para conter outras arboviroses, como a dengue e a zika. Deve-se evitar que água parada fique exposta em lugares públicos, casas e estabelecimentos empresariais, para que os mosquitos vetores desses vírus não a utilizem como criadouro.

Depois de três anos sem casos, o Estado de São Paulo já registrou duas mortes por febre amarela desde janeiro. São quatro casos confirmados e, em dois, os pacientes se recuperaram, segundo a Secretaria de Saúde do Estado. Em todo o Brasil, foram cinco casos e três mortes por febre amarela até agora. Os registros deste ano já superam todas as notificações de 2022, quando houve quatro casos e dois óbitos.

A doença é transmitida pela picada de mosquitos. Grave e muitas vezes letal, a febre amarela pode ser prevenida pela vacinação. A pasta estadual recomendou que todos municípios intensifiquem a vacinação para evitar o avanço da doença. Segundo a secretaria, as duas vítimas não haviam sido imunizadas. O Estado não registrava casos desde o início de 2020, quando um caso, com provável infecção em Santa Catarina, foi confirmado.

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O surto ocorre na região de São Carlos, no centro-leste do Estado, e atinge quatro municípios paulistas, dois deles na divisa com Minas. O óbito mais recente aconteceu em 30 de abril e vitimou um homem de 44 anos, morador de São João da Boa Vista. O caso só foi confirmado na última sexta-feira, 26, após exames. Embora residente na Vila Valentin, na área urbana, ele esteve na zona rural antes de apresentar sintomas.

A prefeitura informou ter feito mutirões para vacinar toda a zona rural. Além disso, o Departamento de Saúde de São João da Boa Vista realiza há uma semana a nebulização contra os mosquitos transmissores da febre amarela em bairros periféricos da área urbana. A cidade não tinha casos de havia sete anos.

Outro óbito foi registrado em São Sebastião da Grama, em fevereiro, mas só foi confirmado na semana passada. Na quinta-feira, 25, a prefeitura usou sua página no Facebook para comunicar a ocorrência. "A Gerência de Saúde alerta toda população que houve um óbito causado por febre amarela. A única maneira de prevenção é com a vacina", postou, pedindo aos não vacinados para se dirigirem ao Centro de Saúde.

A vítima era moradora de Monte Santo de Minas, na divisa com São Paulo, mas foi internada e morreu na cidade paulista. Em fevereiro, outro paciente pegou a doença em São Sebastião da Grama, mas se recuperou. Ele era morador de Mococa, cidade vizinha.

Em 29 de março, depois de encontrar um macaco-prego morto com o vírus da doença na zona rural, a prefeitura de Mococa realizou mutirão de vacinação em 31 propriedades rurais, entre sítios e fazendas.

O primeiro caso paulista de febre amarela deste ano aconteceu em janeiro, em Vargem Grande do Sul, na divisa com Minas. O paciente, de 73 anos, foi internado em estado grave, mas se recuperou. A prefeitura mobilizou equipes e vacinou 113 moradores da zona rural, vizinhos da vítima. No lado mineiro, a Secretaria de Saúde registrou a morte, em março, de um trabalhador rural de 41 anos, morador de Monte Santo de Minas. O paciente havia se deslocado para o interior de São Paulo antes de apresentar os sintomas.

Vacina pode ser tomada gratuitamente

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que, desde o primeiro caso confirmado em janeiro, a pasta, junto com os municípios, reforçou a vacinação nas regiões, realizando investigação epidemiológica e ambiental dos locais prováveis de infecção, além da investigação da presença dos insetos e coleta de material biológico de material de macacos para exames. Todos os municípios do Estado foram alertados para detectar precocemente casos suspeitos.

A vacina contra a febre amarela faz parte do calendário de imunização e as doses estão disponíveis, gratuitamente, em todos os postos de saúde do Estado. A 1ª dose deve ser aplicada aos 9 meses de idade e a segunda aos 4 anos. A partir dos 5 anos, para aqueles que não estão com a vacina em dia, é recomendada dose única.

Ainda segundo a pasta, a cobertura vacinal foi de 82% no Estado nos três primeiros meses deste ano. Em 2022, o índice ficou em 64,4%. Para quem mora no interior, a imunização é imprescindível, diz a secretaria. "A vacina da febre amarela tem um período de 10 dias para criar anticorpos. Desta forma, para quem frequenta zona de mata, acampamentos, trilhas e cachoeiras é de suma importância a imunização o quanto antes", disse, em nota.

No Estado de São Paulo, desde que a doença reemergiu em 2016 e avançou pelo interior, todo o Estado é considerado área de risco, com recomendação de vacina. Naquele ano, foram 648 casos e 230 óbitos.

Conforme o Ministério da Saúde, a vacinação contra a febre amarela está indicada para todo território nacional no calendário de rotina dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). O público-alvo do imunizante é todo cidadão residente no Brasil ou estrangeiro em visita, com idades entre 9 meses e 59 anos. A indicação é de ao menos uma dose de vacina após os cinco anos de idade - crianças que receberam a dose aos 9 meses devem receber um reforço aos 4 anos de idade.

A cobertura vacinal este ano no País está em 48,7%, ante 60,6% no ano anterior. Ainda segundo o ministério, o Programa de Vigilância da Febre Amarela Silvestre atua com diferentes áreas para impedir a transmissão urbana e detectar oportunamente a circulação viral para orientar as medidas de controle. Desde 2019, houve 31 óbitos no País pela doença.

Tire suas dúvidas

1. Como é transmitida? Pela picada de mosquitos portadores do vírus de febre amarela. Em regiões de campo e floresta, o principal mosquito transmissor é o Haemagogus. O vírus também pode ser transmitido pelo Aedes aegypti, na forma urbana da doença. Casos de transmissão urbana, no entanto, não são registrados no País desde 1942.

2. A febre amarela é transmitida de pessoa para pessoa?

Não.

3. Qual é o papel dos macacos na transmissão?

Primatas podem se contaminar com o vírus, exercendo também o papel de hospedeiros. Se picados, os animais transmitem o vírus para o mosquito, aumentando, assim, as chances de propagação da doença.

4. Quais sintomas provocados pela febre amarela?

A febre amarela é classificada como doença infecciosa grave. Provoca calafrios, dor de cabeça, dores nas costas e no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Os primeiros sintomas aparecem entre 3 a 6 dias depois da infecção.

5. Qual é a evolução da doença?

Para maior parte dos pacientes, os sintomas perdem a intensidade a partir do 3º ou 4º dia da infecção. Em alguns casos, porém, a doença entra em sua fase considerada tóxica.

6. O que ocorre nos casos graves?

Cerca de 10% dos pacientes desenvolvem a forma grave da doença. Ela geralmente ocorre após um período breve de melhora dos primeiros sintomas. A febre reaparece, há hemorragias, insuficiência hepática, insuficiência renal. Um dos sintomas é a coloração amarelada da pele e do branco dos olhos. Também não é incomum pacientes apresentarem vômito com sangue, sintoma da hemorragia. Cerca de 50% dos pacientes que desenvolvem a forma grave morrem num período entre 10 e 14 dias.

7. Qual é o tratamento? Não há tratamento específico.

A medida mais eficaz é a vacinação, para evitar a contaminação da doença.

8. Posso me vacinar a qualquer hora?

Sim, a imunização é oferecida na rede pública de saúde e pode ser procurada a qualquer momento do ano.

9. Quais são as reações possíveis à vacina?

Os efeitos colaterais graves são raros. Mas 5% da população pode desenvolver sintomas como febre, dor de cabeça e dor muscular de 5 a 10 dias. É infrequente a ocorrência de reações no local da aplicação.

10. A vacina deve ser tomada por toda a população?

A vacina é contraindicada para crianças menores de seis meses, pessoas imunossuprimidas e com reação alérgica a ovo. Idosos acima dos 60 anos, gestantes, pessoas portadoras do vírus HIV ou com doenças hematológicas devem consultar um médico antes de se vacinar.

11. Já sou vacinado. Preciso repetir a dose?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, estudos mostram que uma só aplicação é capaz de dar imunidade por toda a vida. O Brasil era o único país a adotar ainda o esquema vacinal em duas doses. Em caso de dose fracionada, uma nova vacina deve ser tomada após nove anos.

12. Quem tomou a vacina em dose integral há mais de dez anos deve tomar de novo?

Desde 2017, o Ministério da Saúde adota a resolução da OMS: apenas uma dose é suficiente para proteger durante a vida toda. Sobre a possibilidade de contaminação mesmo tendo tomado a vacina, o Ministério da Saúde diz que "algumas pessoas podem não desenvolver anticorpos suficientes para proteger contra a doença, essa é uma situação rara, mas pode acontecer, por isso destacamos que a imunidade é entre 95% a 99%, ou seja, essa variação de 5% significa que não vai proteger entre 1% a 5% da população mesmo sendo vacinada." Apesar da polêmica em torno do número de doses, do ponto de vista burocrático e internacional, os viajantes precisam ter tomado apenas uma dose integral na vida para obter o certificado.

13. Quando o viajante deve tomar a vacina contra a febre amarela?

A vacina é essencial para quem viaja a áreas endêmicas dentro do País. Segundo o Ministério da Saúde, hoje são: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. Algumas delas, porém, apresentam mais riscos do que outras. E também para alguns países que exigem o certificado internacional de vacinação - Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) - como forma de se protegerem da disseminação da doença.

Diante da confirmação de um caso de febre amarela no município de Vargem Grande do Sul, na divisa do Estado de São Paulo com Minas Gerais, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo decidiu intensificar as ações de vigilância e a vacinação contra a doença na capital paulista.

No dia 27 de janeiro, o governo estadual alertou o município sobre o primeiro caso confirmado de febre amarela desde 2020. Tratava-se de um homem de 73 anos, não vacinado, que precisou ser internado para sua recuperação clínica.

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A intensificação da vacina na cidade de São Paulo será feita por etapas. Inicialmente, conforme a Prefeitura, a vacinação contra a febre amarela será reforçada na zona norte da cidade, considerada importante área de risco caso o vírus realize migração pelos chamados corredores ecológicos previamente estudados no surto de 2017 e 2018.

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, será feita também nesta região a busca ativa do público elegível que ainda não recebeu as doses previstas. "A secretaria reforça a necessidade de atualizar a situação vacinal para o público elegível, a partir dos 6 meses até 59 anos, e alerta sobre a importância de procurar uma unidade assistencial do município para avaliação e tratamento se a pessoa apresentar alguns dos sintomas da doença", disse em nota.

O imunizante está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e nas AMAs/UBSs Integradas aos sábados, também das 7h às 19h.

Esquema vacinal

A vacina contra a febre amarela é a principal forma de prevenção. Conforme o calendário infantil, uma dose deve ser aplicada aos 9 meses e outra aos 4 anos, além de todos os indivíduos com mais de 5 anos, que recebem uma dose única, válida por toda a vida.

Para as crianças que até os 4 anos não tomaram a vacina, a aplicação pode ser feita em qualquer idade.

O município alerta ainda que as pessoas que pretendem viajar para áreas de matas neste feriado de carnaval devem ser vacinadas. Lembrando que ela deve ser tomada com ao menos dez dias de antecedência ao dia da viagem. Ou seja, a pessoa deve se imunizar imediatamente.

Em 2022, a cobertura da vacina contra a febre amarela em público elegível no município de São Paulo atingiu 91,63%. Em 2021, chegou a 87,72%.

Após um caso confirmado de febre amarela no município de Vargem Grande do Sul, no interior de São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) deu início a ações de intensificação em vigilância e vacinação contra a doença na capital. 

A SMS recebeu alerta epidemiológico do governo de São Paulo em 27 de janeiro, que informou sobre o diagnóstico da doença em um adulto de 73 anos, não vacinado, que evoluiu com internação hospitalar sendo curado em sua evolução clínica. 

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Segundo a pasta, na primeira etapa, a vacinação contra a febre amarela será reforçada na zona norte, local considerado importante área de risco, caso o vírus faça migração pelos “corredores ecológicos”. Esses corredores, estudados durante o surto de 2017 e 2018, são áreas urbanas fronteiriças a matas. Na região, agentes comunitários das unidades básicas de saúde (UBSs) farão busca ativa do público que ainda não recebeu as doses previstas.

Esquema vacinal

O esquema vacinal inclui crianças menores de 5 anos de idade, com uma dose aos 9 meses e outra aos 4 anos, além de todos os indivíduos com mais de 5 anos, que recebem uma dose única, válida por toda a vida. No caso de crianças que não receberam a segunda dose até os quatro anos, a vacina pode ser aplicada em qualquer idade. 

A imunização é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença, que é transmitida por vetores e tem ocasionado casos em distintas regiões do país em seu ciclo silvestre. É importante que pessoas que se deslocam para regiões de mata, considerando também o feriado de carnaval, estejam vacinadas.

A vacina da febre amarela tem um período de 10 dias para criar anticorpos, desta forma, quem irá viajar no carnaval para zona de mata, e ainda não tomou o imunizante, deve tomar o mais breve possível. 

Sintomas 

A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de rápida evolução e elevada letalidade nas suas formas mais graves. Apresenta sintomas como febre súbita, calafrios, dor de cabeça, dor no corpo, náuseas, vômitos e fraqueza. Tem padrão sazonal, com a maior parte dos casos incidindo entre os meses de dezembro e maio.

A prevenção é a vacina. Os imunizantes estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e nas AMAs/UBSs Integradas aos sábados, também das 7h às 19h.

Histórico da doença

Após aproximadamente meio século de silêncio epidemiológico, o vírus da febre amarela voltou a ser detectado no ano 2000, no Estado de São Paulo. Desde a sua reintrodução, foram reportados quatro surtos, com mais de 600 casos confirmados. Eventos epidêmicos da doença também foram registrados, a partir de 2014, em Goiás e Tocantins, e seguiram no sentido dos estados do Sudeste e Sul. 

No município de São Paulo, em 2018, foram confirmados 121 casos da doença, sendo que, destes, 107 foram casos importados e 14 autóctones. Já em 2019 e 2020, a cidade teve, respectivamente, três e um caso confirmados. Em 2021 e 2022, a cidade não registrou nenhum caso da doença.

Em meio a um surto de dengue, o Brasil registrou um aumento de 113,7% nos casos prováveis da doença até abril deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo boletim do Ministério da Saúde, divulgado nesta segunda-feira (2), foram 542.038 casos prováveis, entre a primeira e a décima sexta semana epidemiológica, período compreendido entre 2 de janeiro e 23 de abril de 2022. Esse número já é praticamente o mesmo que foi registrado em todo o ano de 2021, quando foram contabilizados 544 mil casos prováveis de dengue. 

A doença, causada por um vírus, é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Os principais sintomas são febre alta, erupções cutâneas e dores musculares e nas articulações. Nas formas mais graves, a dengue pode causar hemorragia interna em órgãos e tecidos, e levar à morte. 

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A Região Centro-Oeste apresentou a maior taxa de incidência de dengue, com 920,4 casos por 100 mil habitantes, seguida das regiões Sul (427,2 casos/100 mil habitantes), Sudeste (188,3 casos/100 mil habitantes), Norte (154 casos/100 mil habitantes) e Nordeste (105 casos/100 mil habitantes). O estado de Goiás tem sido um dos mais afetados, liderando a incidência da doença no país, com 1.366 casos para cada 100 mil habitantes.  

Os municípios que apresentaram os maiores registros de casos prováveis de dengue até 23 de abril respectiva semana foram Goiânia/GO, com 31.189 casos (2.004,9 casos/100 mil habitantes), Brasília, com 29.928 casos (967,2/100 mil habitantes), Palmas, com 9.080 casos (2.897,7 casos/100 mil habitantes), São José do Rio Preto (SP), com 7.466 casos (1.591,3 casos/100 mil habitantes) e Votuporanga (SP), com 6.836 casos (7.113/100 mil habitantes). 

Desde o início do ano, já foram confirmados 160 óbitos por dengue no país, sendo 147 por critério laboratorial e outros 13 por análise clínica. Os estados com mais registro de mortes pela doença até agora são: São Paulo (56), Goiás (19), Santa Catarina (19) e Bahia (16). Outros 228 óbitos ainda estão em investigação. 

Até o dia 23 de abril, foram notificados 378 casos de dengue grave (DG) e 4.741 casos de dengue com sinais de alarme (DSA). Outros 368 casos de dengue grave e dengue com sinais de alarme seguem em investigação. 

Chikungunya

Em relação à febre chikungunya, o Ministério da Saúde informou que, até o último dia 23 de abril, foram registrados 47.281 casos prováveis, uma taxa de incidência de 22,2 casos por 100 mil habitantes no país. Esses números correspondem a um aumento de 40% dos casos em relação ao mesmo período do ano passado.

A região Nordeste foi a que apresentou a maior incidência, com 65,9 casos por 100 mil habitantes, seguida das regiões Centro-Oeste (15,6 casos/100 mil habitantes) e Norte (8,4 casos/100 mil habitantes).

Os municípios que apresentaram os maiores registros de casos prováveis de chikungunya até abril foram: Juazeiro do Norte (CE), com 3.539 casos (1.271,8 casos/100 mil habitantes); Crato (CE), com 2.068 casos (1.544,3 casos/100 mil habitantes); Salgueiro (PE), com 1.883 casos (3.058,8 casos/100 mil habitantes); Brumado (BA), com 1.744 casos (2.584,9 casos/100 mil habitantes) e Fortaleza, com 1.563 casos (57,8 casos/100 mil habitantes).

Desde o início do ano, a chikungunya foi a causa de morte de oito pessoas no país, sendo seis apenas no Ceará. Maranhão e Mato Grosso do Sul foram os dois outros registros. No entanto, ao menos 12 óbitos seguem em investigação nos estados do Ceará, Bahia, São Paulo, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.  

A chikungunya também é uma infecção viral, como a dengue, e que pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, os mesmos insetos que transmitem a dengue e a febre amarela, respectivamente. Os sintomas podem incluir febre, dor nas articulações, dor muscular, dor de cabeça, dor nos olhos, dor na garganta e fadiga. Em mais de 50% dos casos, a dor nas articulações (artralgia) torna-se crônica, podendo persistir por anos.

Zika

O Ministério da Saúde também atualizou o balanço dos casos de zika no país, com 2.118 casos prováveis até o dia 14 de abril. A taxa de incidência ficou em 0,99 caso por 100 mil habitantes no país. Em relação a 2021, os dados representam um aumento de 53,9% no número de casos. Até a semana analisada, não foi notificado nenhum óbito causado por zika no Brasil. 

Também transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, o vírus da zika foi identificado pela primeira vez no Brasil em 2015 e tem essa denominação por ter sido descoberto na floresta Zika, em Uganda, na África. Segundo as o Ministério da Saúde, cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. Em geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. 

Febre amarela

Entre julho de 2021 até meados de abril de 2022, o Ministério da Saúde registrou 1.093 epizootias suspeitas de febre amarela, dos quais 25 (2,3%) foram confirmadas por critério laboratorial. As epizootias são as mortes de animais não humanos em decorrência da doença e podem indicar a presença do vírus em uma determinada região e, com isso, o risco de contaminação de humanos. Os macacos, de diferentes espécies, são os principais hospedeiros do vírus da febre amarela. No mesmo período, foram notificados 485 casos humanos suspeitos de febre amarela, dos quais 4 (0,8%) foram confirmados.

A transmissão do vírus entre primatas não humanos (PNH) foi registrada no Pará, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sinalizando a circulação ativa do vírus nesses estados e o aumento do risco de transmissão às populações humanas durante o período sazonal, que vai de dezembro a maio. Os casos humanos confirmados tiveram local provável de infecção no Pará (municípios de Afuá e Oeiras do Pará) e em Tocantins (município de São Salvador do Tocantins).

A febre amarela é uma doença viral transmitida por diferentes espécies de mosquitos infectados. Os sintomas mais comuns são febre, dores musculares com dor lombar proeminente, dor de cabeça, perda de apetite, náusea ou vômito. Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem depois de 3 ou 4 dias. De acordo com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), de 15% a 25% dos pacientes entram em uma segunda fase mais grave, na qual o risco de morte é maior e as pessoas podem ficar com a pele e os olhos amarelados, sangramentos, urina escura (problemas renais), além de dores abdominais com vômitos.

Em 1850, Pernambuco e, principalmente, o Recife foram devastados pela febre amarela. Há quem afirme que a moléstia foi trazida ao estado por um marinheiro chamado Mário Icard, vindo já doente a bordo do brigue Alcyon, da Bahia, mas na época ninguém sabia exatamente como ocorria a transmissão. Com a doença se espalhando rapidamente, e entre todas as classes sociais, o Estado foi urgido a agir. Assim, o Conselho Geral de Salubridade Pública, atuando no governo de Francisco do Rego Barros, ordenou expurgos, quarentenas e o recolhimento de doentes a um hospital provisório na Ilha do Nogueira, atual bairro de Brasília Teimosa, zona sul da cidade e que, na época, não passava de um coqueiral pontilhado por choupanas de pescadores.

Com gente adoecendo e morrendo aos montes, passaram a se organizar Procissões de Penitência. É que o povo, desacreditado da ciência e dos médicos, começou a ir às ruas pedir a Deus e aos santos que fossem perdoados de faltas diversas, umas confessadas, outras tantas secretas, além de várias outras que ninguém sabia definir bem quais seriam, ainda mais que morriam da mesma forma adultos e crianças, justos e ímpios, ricos e pobres, nobres e plebeus, culpados e inocentes. Assim, tomavam as vias públicas os flagelados, homens arrastando pesadas cruzes e grossas correntes, aos prantos e pedindo aos céus pelo livramento daquela praga.

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Da Revista do Nordeste, 1945:

“O desfile realizou-se à meia-noite em ponto. Hora morta, hora pressaga, hora de súplicas pelas almas penadas na Terra. E, para aumentar o horror destes atos de mistério, em que os indivíduos se imprecavam mutuamente e mutuamente se torturavam, as irmandades avisavam que tais desfiles não podiam ser acompanhados de mulheres e crianças e, ainda mais, não deviam ser observados das varandas, como ‘infeliz e abusivamente se tem praticado’. E a febre ia devastando sem cessar. Até o Presidente da Província fora atacado. Até o Bispo Diocesano entrara para o rol dos amarelentos”.

Havia quem se aproveitasse do desespero das pessoas para comercializar imagens de santos e outros objetos, “advogados da peste”, como se dizia, que supostamente protegiam os crentes da doença. A epidemia ainda provocou uma curiosa guerra entre os curandeiros do Recife, com homeopatas e alopatas reivindicando para si os restabelecimentos que iam acontecendo. E havia até mesmo figuras públicas locais servindo como uma espécie de garotos-propaganda de um ou outro tratamento, garantindo sua eficácia. Uns defendiam tinturas milagrosas, outros vomitórios e clisteres. Este último procedimento era também conhecido como “chá de bico”, “cristel” ou “enema”.

Era uma espécie de lavagem intestinal caseira, receitada em casos de prisões de ventre persistentes, quando chás purgativos e outros laxantes não davam jeito. Fazia-se uso de um aparelho comum – ainda que, por motivos óbvios, pouco comentado - em algumas casas oitocentistas e mesmo de início do século XX. Consistia geralmente em um conjunto formado por penico, mangueira de borracha e um tipo de torneira. De uma ponta entrava a água, enquanto a outra era introduzida no reto do paciente, e assim se procedia à lavagem interna do enfermo. Para se curar, de constipação ou mais improvavelmente, de febre amarela, valia tudo mesmo.

O surto de febre amarela desorganizou a vida dos recifenses, em praticamente todas as suas esferas: as aulas foram suspensas e as escolas fecharam as portas. O tradicional desfile comemorando o aniversário da constituição do Império do Brasil precisou ser adiado. As igrejas já não tinham mais espaço para tantos mortos. E os jornais se enchiam de notícias de falecimento, notas de pesar ou sonetos fúnebres, estes não apenas escritos, mas também recitados às lágrimas junto às sepulturas que eram abertas e fechadas diariamente.

Foi aí, aliás, que o Estado, aliado às noções mais modernas e científicas de sanitarismo, venceu não só a poderosa Igreja, mas a indignação popular também. Passava-se enfim a proibir os sepultamentos dentro dos templos católicos ou qualquer outro, sob os protestos do povo, que não aceitava que seus mortos fossem enterrados fora da terra consagrada das igrejas. Apesar da gritaria, autorizou-se a construção do Cemitério de Santo Amaro, ao custo de 10 contos de réis à Câmara Municipal do Recife, com projeto do engenheiro José Mamede Alves Ferreira. O terreno foi abençoado em 25 de março de 1850 e, ao fim das obras no ano seguinte, era entregue à população, sob a égide do Senhor Bom Jesus da Redenção. As medidas ajudaram a debelar os novos casos, e a doença, aos poucos e a custo de muito sofrimento, foi afinal desaparecendo do Recife e do resto da província.

Assim, o surto de 1850 transformou a sociedade pernambucana, forçando medidas sanitárias que interrompiam o cotidiano e testavam a fé das pessoas, afetando até a cultura funerária que se praticava até então. E deixou – ou deveria ter deixado – lições preciosas acerca do papel do Estado na manutenção da saúde pública e da importância da ciência no enfrentamento de epidemias, em oposição a crendices e tratamentos infundados. Hoje, em tempos de covid-19 e exatos 170 anos desde que a febre amarela arrasou o Recife, esses ensinamentos precisam urgentemente ser postos em prática.

Por Frederico Toscano

Mestre em História Social do Nordeste pela UFPE, doutor em História Social pela USP

Especial para o LeiaJá

Nesta sexta-feira (22), o LeiaJá publica a última das três reportagens produzidas na ocupação Miguel Lobato, localizada no município de Paulista, Região Metropolitana do Recife, à beira da PE-022. O conteúdo traz um retrato que para muitos cidadãos da localidade não é novidade. Na ocupação, muito antes da Covid-19, outras doenças preocupavam os moradores da comunidade. 

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Sem o mínimo de saneamento, os moradores enfrentam um espaço lamacento, onde vivem dividindo o local com cavalos que defecam em torno das casas. "Aqui tem muito piolho de cobra, quando chove fica infestado", diz morador da região, enquanto observa a reportagem. Lacraias, muriçoca, água correndo a céu aberto. Ambiente perfeito para a proliferação de um mosquito causador de doenças já conhecido no Brasil, o Aedes Aegypti.

O mosquito é responsável pela contaminação da febre amarela, chikungunya, zika vírus e a dengue. "Minha filha e meu marido pegaram dengue aqui. Aqui não é lugar de uma pessoa ficar!", indaga Dona Marli Oliveira. “Já peguei a dengue, meus três filhos também, meu esposo também está com a dengue. Estamos aqui a mercê de tudo", nos conta Josélia Maria, que mora na comunidade com seu marido e três filhos. 

Os cavalos são usados por catadores de reciclavéis que moram na ocupação. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Na ocupação, a água não passa por nenhum tipo de tratamento. "Não é muito boa", sinaliza Josélia. Segundo ela, os três filhos estão com desinteria. Débora Brás, mãe de quatro filhos, tem sofrido dos mesmos problemas. Ela ainda reclama que não tem condições de sempre comprar água e medicamentos. Além de todas essas outras preocupações, agora a perigoso Covid-19 assusta. 

"Está aí essa doença no mundo e eu tenho muito medo de pegar, não só eu como meus filhos. Uma doença desta pegar, uma criança não resiste. Um adulto não está resistindo, imagine uma criança", afirma Débora, com dois dos quatros filhos ao lado. 

No período em que a reportagem esteve na comunidade, foi possível notar que o isolamento social não existe. A necessidade faz com que a casa do vizinho esteja sempre de portas abertas. Josélia, irmã de Débora, cozinhava na casa da irmã enquanto gravamos. 

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Alguns moradores usam máscara, mas a maioria não tem condições de adquirir o material de proteção. Álcool em gel apenas os que estavam com a equipe do LeiaJá: "A gente está aqui precisando de máscara, quem quiser que compre, a gente não tem um álcool gel, não tem nada. Ele não está nem olhando para gente", reclama Adelma Maria, em referência ao prefeito de Paulista, Júnior Matuto. 

"A gente está morando na rua bem dizer, de baixo de lona, de taipa, tem verme, o que será da gente, Junior Matuto? O que seria da gente, Paulo Câmara?", questiona Adelma.

Poucas pessoas têm acesso ao álcool gel na comunidade. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Na ocupação, existem pessoas que estão com sintomas do novo coronavírus. Uma delas é Juliete Gomes. "Estou sentindo cansaço, febre, dor no corpo todinho, dor de cabeça (...) não sei se é dengue, não sei o que é", diz a moradora, com vários remédios nas mãos. Perguntada se procurou atendimento médico, ela relata que ligou para o 136 do Ministério da Saúde. Foram passadas algumas medicações, mas nenhum teste foi realizado. Sua mãe, que vive com ela, tossiu diversas vezes durante a entrevista e relatou cansaço. 

"Não hora da saúde do povo, todo mundo se resguarda, por quê? Eles são melhores do que a gente? A gente também é ser humano", desabafa Juliete.

As doações que chegam à comunidade são de comida. Materiais para limpeza, como água sanitária, sabão e álcool, só poucos moradores conseguem comprar. Dentro da comunidade, a convivência segue normal, às vezes por falta de instrução, em outros momentos por necessidade. De acordo com os moradores, nos sete meses de ocupação, nenhum órgão de Saúde ou de vigilância sanitária passou pela comunidade.

Mãe de Juliete afirma que tosse frenquentemente desde março, mas nenhum profissional de saúde esteve na comunidade. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

O Ministério da Saúde alerta quem ainda não se vacinou contra a febre amarela a buscar a imunização contra a doença. O alerta é dirigido especialmente à população das regiões Sul e Sudeste, que estão no centro da atenção dos especialistas depois que 38 macacos contaminados morreram nos estados do Paraná, de Santa Catarina e São Paulo.

Ao todo, 1.087 notificações de mortes suspeitas de macacos foram registradas no país. Os dados são do boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (15) pelo Ministério da Saúde, que apresenta o monitoramento da doença de julho de 2019 a 8 de janeiro deste ano.

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O alerta se dá porque o Sul e o Sudeste são regiões de grande contingente populacional e baixo número de pessoas vacinadas, o que contribui diretamente para os casos da doença.

 

A Secretaria da Saúde de Sorocaba, no interior de São Paulo, investiga duas suspeitas de febre amarela. De acordo com a prefeitura, um homem de 52 anos e uma mulher de 45 anos estão internados com sintomas compatíveis com a doença, que abrangem febre súbita, calafrios, dores no corpo, fadiga e náuseas, entre outros. 

Em nota encaminhada à Agência Brasil, a pasta informou que a Vigilância Epidemiológica acompanha ambos os casos, a fim de descartar ou confirmar o diagnóstico apontado, por meio de exames.

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A febre amarela tem dois ciclos epidemiológicos, o silvestre e o urbano. Nas duas circunstâncias, quem transmite o vírus ao ser humano são mosquitos. Na América Latina, as espécies presentes no primeiro ambiente são o Haemagogus e o Sabethes. Já na zona urbana, o vetor é o Aedes aegypti.

A prefeitura de Sorocaba comunicou ter destacado equipes da Divisão de Zoonoses para realizar vistorias residenciais, com o objetivo de refrear a proliferação de Aedes aegypti, por meio da eliminação de criadouros.

A prefeitura alerta que a imunização é a melhor forma de se prevenir contra a doença. A vacina está disponível nas 32 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que compõem a rede de atendimento.

Notificações

Há um mês, a Secretaria de Saúde de Sorocaba recebeu 15 notificações da doença no município, mas apenas um caso foi confirmado e classificado como importado. O paciente havia sido infectado no município paulista de Cajati, a cerca de 200 quilômetros de Sorocaba. Em informe, a pasta destacou que, na época, 12 casos foram descartados e outros dois estavam sendo averiguados.

Em boletim epidemiológico, que complementa as informações da prefeitura, a Secretaria de Saúde do estado de São Paulo informa que, de janeiro a novembro de 2019, confirmou 67 casos autóctones na região, dos quais 13 resultaram em óbito. No período, descartaram-se 644 suspeitas.

De 2010 a 2015, nenhum caso foi registrado no estado. Em 2016, a doença reapareceu, com três episódios, todos terminando em morte. No ano seguinte, contabilizaram-se 75 casos, número que subiu quase sete vezes em 2018, quando chegaram a 503.

"Desde 2016, a febre amarela reemergiu e avançou em sua área de ocorrência e detecção no Estado de São Paulo. Atualmente, todo o território paulista é considerado área de risco e, portanto, área com recomendação de vacina", disse a secretaria estadual em boletim.

A Prefeitura de Camaragibe, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), realizou, neste sábado (11), uma ação específica de imunização contra a febre amarela dos condôminos e funcionários do Clube Alvorada, localizado no KM 13,5 da Estrada de Aldeia. Ao todo, foram disponibilizadas duas mil doses da vacina, como medida preventiva, tendo em vista o aparecimento de 14 macacos mortos naquela área.

A partir desta segunda (13), a Prefeitura de Camaragibe está antecipando a vacinação de febre amarela para os moradores de Aldeia. As equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Araçá, Vila Rica e Asa Branca, todas lotadas em Aldeia, estarão com vacinas disponíveis para aplicação nos munícipes daquela região. Para se vacinar, é necessário que o munícipe leve o Cartão SUS, Caderneta de Vacinação ou Cartão de Vacina. 

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“Após estes locais, em seguida, partiremos para Estrada do Borralho e Oitenta, localidades também em Aldeia, em área de mata”, disse Ana Pérez, diretora de Atenção primária do município.

Vacinação Febre Amarela

Locais: UBS Araçá - Rua Luiz Gonzaga do Nascimento. Em frente à Escola Rita Neiva km 12 Aldeia 

UBS Vila Rica - Rua Lauro Miller s/n ao lado do CRAS Vera Cruz

UBS Asa Branca - Rua Cristo Redentor n 10 - Vera Cruz. Após a igreja Católica, segunda rua à direita

Horários de atendimento: 8h às 12h e 13h às 16h

Documentos necessários: Cartão SUS, Caderneta de Vacinação ou Cartão de Vacina

*Da assessoria

No próximo sábado (11), a Prefeitura de Camaragibe vai vacinar funcionários e moradores do condomínio onde foram encontrados, pelo menos, 14 macacos mortos. A ação é preventiva visa conter a suspeita de um surto de febre amarela entre os saguis. A causa das mortes ainda será investigada.

O Condomínio Alvorada, próximo ao quilômetro 3 da estrada de Aldeia, terá a imunização antecipada em decorrência do risco da doença infecciosa, além da possibilidade de transmissão da raiva. A prefeitura reforça que a vacinação para todo o Estado será a partir de março.

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Equipes do Programa Nacional de Imunização foram ao residencial e orientaram sobre os cuidados para recolher os saguis, que também são vítimas da doença. Caso algum animal seja encontrado morto no município, a administração disponibilizou o telefone 3458-0723 para o recolhimento.

Com a circulação do vírus detectado nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, a vacinação contra febre amarela está sendo intensificada na Região Sul. As ações de vacinação começaram no mês de agosto e seguem até dezembro, meses que antecedem o período sazonal da doença nos três estados, que ocorre de dezembro a maio.

Durante videoconferência do Ministério da Saúde autoridades de saúde do estado de Santa Catarina apresentaram um plano de ação para o enfrentamento da doença antecedendo o período sazonal. O objetivo é que os municípios façam busca ativa de pessoas não vacinadas.

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A detecção da circulação do vírus na Região Sul ocorreu no início deste ano, no Paraná, no mês de janeiro; em Santa Catarina, em março. Em 2019, até o dia 31 de maio, foram confirmados 85 casos e 15 mortes causadas pela doença no país, sendo 14 casos e três óbitos no Sul. A maior parte das pessoas infectados é de jovens adultos do sexo masculino, que residem ou trabalham em áreas rurais.

A medida é preventiva e busca sensibilizar as equipes de vigilância, e vacinar a população a partir dos nove meses de idade. Também integra o cronograma de ações a organização da rede assistencial, os protocolos de manejo clínico e a investigação epidemiológica em áreas estratégicas.

A estratégia de vacinação nos estados do Sul, também terá ampliada a faixa etária do público-alvo. A recomendação é estendê-la às pessoas acima de 60 anos de idade, "pois está em consonância com a avaliação de risco que definiu as áreas prioritárias para as ações de vacinação". Para as pessoas que viajam para áreas onde a vacina é recomendada, a orientação é tomar a dose pelo menos 10 dias antes da viagem.

“Precisamos melhorar nossas coberturas vacinais. O estado de Santa Catarina passou a integrar recentemente área de recomendação da vacina, por isso é necessária uma sensibilização ainda maior dos gestores e dos profissionais de saúde para juntos atingirmos a meta preconizada de 95%, e assim, evitarmos surtos e casos da doença”, informou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fantinato.  Ela destacou ainda a eficácia da vacina e alertou para a população não acreditar em notícias falsas: “A vacina da febre amarela é segura e salva vidas”.

De acordo com a coordenadora substituta de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Noely Moura, estudos mostram as possíveis rotas de dispersão do vírus da febre amarela, o que acende um sinal de alerta para a intensificação das ações de vigilância e vacinação, especialmente nessas áreas. “Modelos preditivos apontam para onde o vírus está se deslocando, e é com base nessas informações que precisamos centrar nossos esforços para nos anteciparmos nas ações, especialmente antes do período sazonal da doença. Esse é um momento muito importante, pois a vigilância está atuando antecipadamente, o que nos dá margem para mais sucesso em nossas ações de prevenção”, disse.

*Com informações da Agência Saúde

 

Entre janeiro e maio, 14 pessoas morreram devido à febre amarela em São Paulo, Santa Catarina e no Paraná. Neste período, foram confirmados 82 casos da doença no país, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (17).

Nos cinco primeiros meses de 2019, foram contabilizadas 286 suspeitas da doença, ainda sob investigação. Além dos três estados onde as mortes foram registradas, outros 12 estão com casos ainda sob análise para possível confirmação: Pará, Rondônia, Bahia, Ceará, Sergipe, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

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Desde março de 2018 o governo federal passou a recomendar a vacina da febre amarela. A dose é única, fornecida gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e é válida para toda a vida.

 

Ao menos 12 pessoas morreram após contrair febre amarela, este ano, no Estado de São Paulo. Outras nove mortes suspeitas estão sendo investigadas. A proximidade da Semana Santa aumenta a preocupação com a doença. De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica (CEV), da Secretaria da Saúde do Estado, nesse período, muitas pessoas viajam para regiões que são endêmicas para a doença, como todo o litoral paulista e o Vale do Ribeira.

Segundo o CEV, como são regiões com muita mata, o risco de contrair a febre amarela silvestre é maior devido à presença dos mosquitos transmissores. O Vale do Ribeira concentra a quase totalidade das mortes confirmadas por febre amarela. Houve cinco óbitos em Eldorado e três em Iporanga, cidades da região. Ribeira, Cananeia e Sete Barras tiveram uma morte cada. Outra morte aconteceu em Serra Negra, já na região de Bragança Paulista. Este ano, houve 62 casos da doença, número ainda distantes dos registrados em todo o ano de 2018, quando houve 504 casos confirmados e 176 óbitos.

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O Vale do Ribeira tem como atrações vários parque estaduais com grande concentração de cavernas, que atraem turistas na Semana Santa. Como as temperaturas continuam elevadas, o litoral também deve receber muitos visitantes. Conforme a CEV, as pessoas que vão se deslocar para essas regiões precisam estar vacinadas com pelo menos dez dias de antecedência. Desde 2017, o Brasil adota o esquema de apenas uma dose de vacina para toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os usuários que passarem por algumas estações da CPTM esta semana, terão a oportunidade de receber gratuitamente a vacina contra a febre amarela. Os interessados devem apresentar um documento de identificação e, se houver, a carteira de vacinação atualizada. A iniciativa da Prefeitura de São Paulo conta com o apoio da CPTM, que abre espaços nas estações para realização de atividades ligadas a saúde e bem estar dos usuários.

A febre amarela é uma doença infecciosa e, é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue, chikungunya e zika. Dentre os sintomas estão febre com calafrios, dores de cabeça intensa, dores nas costas e no corpo, náuseas e fadiga. Em casos mais graves, a pessoa pode ter hemorragia e insuficiência de múltiplos órgãos.

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A ação acontece na próxima terça (2) e quinta-feira (4), nas estações Dom Bosco, José Bonifácio, São Miguel Paulista, Itaim Paulista, Jardim Helena-Vila Mara e Jardim Romano, das 16h às 20h30. Na estação Guaianases também será aplicada a vacina, nos mesmos dias, das 10h às 20h.

Na quarta-feira (3), a imunização acontece nas estações Piqueri das 10h às 15h30, e Pirituba, das 9h às 16h.

A vacina é contra indicada para crianças menores de seis meses, gestantes, mulheres durante o período de amamentação, portadores de HIV, pessoas que estão em tratamento de quimioterapia ou radioterapia e alérgicos a proteína do ovo.

 

As estações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) vacinarão contra febre amarela esta semana. As estações são: Brás, Tatuapé, Corinthians-Itaquera, Dom Bosco e José Bonifácio, Guaianases, São Miguel, Jardim Helena-Vila Mara, Itaim Paulista e Jardim Romano, Pirituba, Piqueri e Tamanduateí.

As pessoas que pretendem viajar no carnaval deverão se vacinar dez dias antes da viagem, já que a imunização demora dez dias para fazer efeito. A vacina é indicada para pessoas a partir de nove meses de idade. Portadores de HVI ou  transplantados deverão consultar o médico para saber se é seguro tomar a vacina.

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Gestantes, mulheres amamentando crianças com até seis meses de idade e imunodeprimidos como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas não poderão se vacinar.

 

 

Veja onde e quando se vacinar

 

Estação Brás (linhas 10-Turquesa, 11-Coral e 12-Safira)

Data: de segunda (18/2) a sexta-feira (22/2)

Horário: das 11h às 16h

 

Estação Tatuapé (Linha 12-Safira)

Data: de segunda (18/2) a sexta-feira (22/2)

Horário: das 11h às 16h

 

Estações Corinthians-Itaquera, Dom Bosco e José Bonifácio (Linha 11-Coral)

Data: segunda (18/2), quarta (20/2) e sexta-feira (22/2)

Horário: das 16h às 20h30

 

Estação Guaianases (Linha 11-Coral)

Data: segunda (18/2), quarta (20/2) e sexta-feira (22/2)

Horário: das 10h às 15h

 

Estações São Miguel Paulista, Jardim Helena-Vila Mara, Itaim Paulista e Jardim Romano (Linha 12-Safira)

Data: segunda (18/2), quarta (20/2) e sexta-feira (22/2)

Horário: das 16h às 20h30

 

Estação Pirituba (Linha 7-Rubi)

Data: terça-feira (19/2)

Horário: das 10h às 15h

 

Estação Piqueri (Linha 7-Rubi)

Data: terça-feira (19/2)

Horário: das 10h às 15h30

 

Estação Tamanduateí (Linha 10-Turquesa) 

Data: quarta-feira (20/2)

Horário: das 11h às 16h

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma nota para recomendar que estrangeiros se vacinem contra a febre amarela antes de ir para áreas consideradas de risco pelo vírus, como os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Tocantins, Santa Catarina e São Paulo.

A vacina deverá ser aplicada dez dias antes da viagem. Segundo a OMS, os turistas deverão portar os certificados internacionais de vacinação. Foram registrados 36 casos de febre amarela no estado de São Paulo e dois no Paraná, entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019.

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"Embora seja muito cedo para determinar se este ano mostrará os altos números de casos humanos observados nos dois últimos grandes picos sazonais, há indicações de que a transmissão do vírus continua a se espalhar em direção ao sul e em áreas com baixa imunidade populacional", informa o comunicado.

 

A estação Brás, da Linha 3-Vermelha, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), oferecerá vacina contra a febre amarela até esta sexta-feira (15), das 11h às 16h.

Para ser vacinado, é necessário apresentar documento de identificação, e se houver, a caderneta de vacinação atualizada. A febre amarela é uma doença infecciosa e pode matar. Ela é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti contaminado.

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Dentre os sintomas estão: início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas e no corpo, náuseas e vômito, fadiga e fraqueza. Nos casos mais graves, a pessoa pode desenvolver hemorragia e insuficiência de múltiplos órgãos.

 

Um macaco foi diagnosticado com febre amarela no Zoológico de São Paulo na noite da última sexta-feira (8) e está sendo monitorado em uma área isolada, de acordo com informações da Secretaria Estadual de Saúde.

Com a ocorrência, a Prefeitura afirmou que vai reforçar a campanha de imunização contra a doença nos arredores do zoológico, que fica na região sudoeste da capital. A vacina também está disponível em postos de saúde da rede pública, e leva dez dias para garantir a proteção contra a febre amarela.

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Além disso, o zoológico aconselhou que apenas pessoas imunizadas contra a doença visitem o local. "Aos que tomarem a vacina em período inferior a dez dias, recomendamos que evitem adentrar áreas verdes e usem repelente, roupas compridas e de cor clara para reforçar a prevenção", disse, em nota, a diretora de imunização da Secretaria de Estado da Saúde, Helena Sato.

Segundo balanço divulgado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica, foram confirmados 32 casos de febre amarela no Estado de São Paulo desde o dia 1º de janeiro de 2019. Nove pessoas morreram por causa da doença no período.

Entre janeiro e agosto de 2018, os casos de febre amarela em território paulista cresceram mais de 400%, na comparação com igual período de 2017. Também no ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou o Estado de São Paulo no mapa de risco para o contágio da doença.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde ressaltou que a vacina contra a febre amarela é indicada a partir dos 9 meses de idade. Nos últimos dois anos, mais de 15 milhões de pessoas foram imunizadas em São Paulo.

A Secretaria de Saúde do Paraná confirmou o primeiro caso de febre amarela do Estado. O paciente, um jovem de 21 anos que nunca havia sido vacinado, está internado no Hospital Regional do Litoral e passa bem. A identificação do caso ocorreu três dias depois de três macacos terem sido encontrados mortos na região da Mata Atlântica do Estado e comprova a circulação na região do vírus que provoca a doença. "O jovem havia passado alguns dias no litoral, onde provavelmente foi contaminado", afirmou o diretor-geral da Secretaria de Saúde do Paraná, Nestor Werner Júnior.

O Paraná foi considerado área de risco para febre amarela em julho do ano passado. A decisão havia sido tomada pela proximidade com São Paulo, Estado que já havia identificado a circulação do vírus em seu litoral.

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Werner Júnior informou que o reforço da vacinação foi determinado, sobretudo em duas regiões de saúde, que compreendem 36 municípios do Estado. Não há estimativas sobre a cobertura vacinal contra febre amarela entre a população adulta do Estado. Entre menores de um ano, a cobertura está em 85%.

O diretor-geral afirmou que a população da região, sobretudo do município de Antonina, tem procurado os postos de saúde para tomar vacina contra a doença.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou ter sido comunicado do caso provável e que aguarda a notificação formal do registro. A pasta disse ainda que o Estado está abastecido com vacina.

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