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Vestidas de preto em sinal de luto, cerca de 300 mulheres marcharam nesta quinta-feira (25) em Tegucigalpa, a capital de Honduras, até o Congresso Nacional, no Dia da Mulher Hondurenha, em protesto contra o aumento dos feminicídios no país.

"Viemos exigir que a vida das mulheres hondurenhas seja respeitada, por isso viemos a este Congresso Nacional", disse no megafone uma ativista que cobria seu rosto e cabelo com lenços pretos.

A polícia colocou barreiras ao redor do Congresso, onde se iniciava uma nova legislatura com a participação da presidente Xiomara Castro, mas as manifestantes conseguiram superá-las e chegaram à parte baixa do edifício.

"Estamos marchando hoje contra toda a violência, desde a do lar até a feminicida. Exigimos a aprovação da Lei Integral Contra a Violência, prometida pela presidente. Não podemos esperar", declarou à AFP a manifestante Sandra Deras.

Segundo o Centro de Direitos das Mulheres, a violência contra a mulher vem crescendo em Honduras. Nos primeiros 15 dias de 2024, ao menos 15 mulheres foram assassinadas.

O Observatório da Violência da Universidade Nacional Autônoma de Honduras aponta que, em 2023, foram registrados 380 feminicídios, enquanto em 2022 foram 308.

De acordo com a ONU Mulheres, Honduras é o quinto país com a maior taxa de feminicídios do mundo, 6,47 para cada 100.000 habitantes, o que o coloca como o mais perigoso da América Latina para a mulher.

O estado do Rio de Janeiro registrou 110 feminicídios no ano passado, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), subordinado ao governo do estado. Esse é o maior número de ocorrências desde 2017, primeiro ano completo desde que o crime começou a ser registrado no estado.

Quando os números foram comparados com 2021, houve um aumento de 29,4% (ou 25 casos a mais). Em relação a 2017, a expansão é de 61,8% (42 casos a mais).

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O dossiê registra ainda a ocorrência de 293 tentativas de feminicídio em 2022, um aumento de 11% (29 casos) em relação ao ano anterior (264 registros).

O Dossiê Mulher 2023, estudo que reúne dados de crimes contra as mulheres no estado do Rio de Janeiro, será divulgado nesta quarta-feira (8).

O estado do Rio de Janeiro registrou 110 feminicídios no ano passado, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), subordinado ao governo do estado. Esse é o maior número de ocorrências desde 2017, primeiro ano completo desde que o crime começou a ser registrado no estado.

Quando os números foram comparados com 2021, houve um aumento de 29,4% (ou 25 casos a mais). Em relação a 2017, a expansão é de 61,8% (42 casos a mais).

O dossiê registra ainda a ocorrência de 293 tentativas de feminicídio em 2022, um aumento de 11% (29 casos) em relação ao ano anterior (264 registros).

O Dossiê Mulher 2023, estudo que reúne dados de crimes contra as mulheres no estado do Rio de Janeiro, será divulgado hoje (8).

O número de feminicídios registrado no primeiro semestre deste ano no País é 10,8% maior em relação ao mesmo período de 2019, que não sofreu interferência das dinâmicas impostas pela pandemia de Covid-19. Em média, quatro mulheres foram assassinadas por dia entre janeiro e junho, totalizando 699 vítimas (3,2% a mais do que o dado do ano passado).

Os dados fazem parte de um estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que reuniu as estatísticas criminais sobre violência de gênero e intrafamiliar dos primeiros semestres dos últimos quatro anos. Os números evoluíram de 631 feminicídios em 2019 para 664 em 2020, 677 em 2021 e 699 em 2022.

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A pesquisa também coletou dados sobre estupro, que apontaram 29.285 vítimas desse tipo de crime nos primeiros seis meses do ano. Desse total, 74,7% foram cometidos contra vulneráveis, vítimas incapazes de consentir com o ato sexual (crianças ou adolescentes, mulheres com deficiência mental ou sem condições físicas de resistir ao ataque).

No acumulado de quatro anos, considerando apenas os primeiros semestres, 112 mil mulheres foram estupradas no País.

De acordo com Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum, os dados mostram relação entre o aumento da violência contra a mulher e a redução dos investimentos em políticas públicas de combate a esses crimes.

"É importante observar que o aumento de 10,8% nos feminicídios contrasta com uma série de outros crimes, como os homicídios em geral, que caem ano a ano desde 2018?, afirmou. Para ela, está clara a necessidade de o novo governo apresentar alternativas para prevenção e enfrentamento à violência de gênero.

Desde 2015, a lei brasileira prevê penalidades mais graves para homicídios definidos como feminicídios, ou seja, que envolvem violência doméstica e familiar ou menosprezo à condição de mulher.

Os casos mais comuns são os de namorados, maridos ou companheiros que não aceitam a separação. "Infelizmente, tudo aponta para um crescimento da violência letal contra meninas e mulheres em decorrência do seu sexo, da sua condição de gênero. Se mantida a tendência de janeiro a junho deste ano, podemos ter um novo recorde de feminicídios quando fechar o ano de 2022", afirmou Samira.

Por região, as maiores altas em feminicídios nos últimos quatro anos aconteceram no Norte (75%), Centro-Oeste (8,6%) e Nordeste (1%). Apenas a região Sul teve queda de 1,7%.

Por Estado, as maiores elevações foram em Rondônia (225%), Tocantins (233,3%) e Amapá (200%). Outros 13 Estados tiveram aumento de casos, enquanto 11 apresentaram redução, as maiores delas em Roraima (-50%), Distrito Federal (-42,9%) e Rio Grande do Norte (-35,7%).

Estupros

Os dados coletados pelo Fórum apontam que os registros de casos de estupro, sobretudo de vulneráveis, estão em alta e já atingem os patamares de antes da pandemia de covid-19.

As medidas sanitárias adotadas no auge dos surtos da doença fizeram o registro de casos cair de 29.814 no primeiro semestre de 2019 para 25.169 estupros no mesmo período do ano seguinte. O número voltou a subir já em 2021, com 28.035 registros, e em 2022, com 29.285 casos.

O estudo aponta as variações dos casos de estupros nos Estados. Em quatro anos, houve aumento em 15 unidades da federação, com queda em 12.

Na comparação do primeiro semestre de 2021 e de 2022, houve aumentos mais relevantes nos casos de estupro na Paraíba, com variação de 110,3%, em Roraima, com aumento de 51,4%, e no Espírito Santo, onde variou 34,9% no período.

O levantamento destaca as quedas de 36,4% em Santa Catarina, de 19,7% no Mato Grosso do Sul e de 16,2% em Alagoas.

Para Isabela Sobral, supervisora do Núcleo de Dados do Fórum, a pandemia levou a um aumento na subnotificação desse crime, que exige necessariamente exame de corpo de delito nas vítimas.

"Durante o período mais intenso de isolamento social, a diminuição do acesso às delegacias e demais serviços de denúncia e proteção impactou negativamente no acesso às vítimas para o registro. Como agravante, foi limitado o acesso às instituições escolares, as quais tem papel fundamental na denúncia e no mapeamento de possíveis riscos que as crianças estão vivendo, principais vítimas da violência sexual no Brasil", explicou.

Menos recursos

O estudo apontou que, apesar do crescimento constante dos registros de feminicídios, os recursos investidos pelo governo federal para o enfrentamento dessa violência contra a mulher têm diminuído drasticamente.

Em 2022, apenas R$5 milhões foram destinados ao enfrentamento da violência contra mulheres, o menor repasse de recursos dos últimos quatro anos, conforme nota técnica produzida pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). Outros R$8,6 milhões foram destinados à Casa da Mulher Brasileira.

Para a diretora executiva do Fórum, o novo governo tem o desafio de implementar uma série de instrumentos criados nos últimos anos para o enfrentamento da violência de gênero, mas que nunca saíram do papel, como o Plano Nacional de Enfrentamento ao Feminicídio, o Plano Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra a Mulher na Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social e a Política Nacional de Dados e Informações relacionadas à violência contra as mulheres.

"O governo federal historicamente teve um papel importante no enfrentamento à violência contra a mulher e à desigualdade de gênero. É um tema que precisa ser enfrentado por diferentes pastas", disse.

A reportagem enviou cópia do estudo ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, pedindo manifestação da pasta a respeito dos dados e ainda aguarda o retorno.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) usou o Twitter, neste sábado (26), para afirmar que ser mulher no Brasil é um “risco permanente”. A ponderação da petista foi exposta enquanto ela comentava os feminicídios da juiza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, no Rio de Janeiro, e da jovem Thalia Ferraz, em Santa Catarina. 

“Os feminicídios da juiza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, no Rio de Janeiro, e da jovem Thalia Ferraz, em Santa Catarina, confirmam que no Brasil ser mulher é um risco permanente - e isto vale para qualquer idade e classe social”, escreveu Dilma Rousseff.

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“As mulheres estão ameaçadas por uma rotina trágica: assédio, agressão, estupro e assassinato. Basta de impunidade, de leniência das autoridades e de tolerância com a violência contra a mulher. As leis que criamos para punir agressores e feminicidas devem ser aplicadas com rigor”, emendou a ex-presidente.

Os suspeitos de terem matado Viviane Vieira e Thalia Ferraz são seus ex-companheiros. Além de Viviane e Thalia, outros dois casos, um em Pernambuco e outro no Ceará, durante o feriadão de Natal também foram noticiados.

p>A 15ª edição do Dossiê Mulher, pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) nesta quinta-feira (27), mostra que, em 2019, os homicídios dolosos de mulheres no estado do Rio de Janeiro apresentaram redução de 12% na comparação com o ano anterior.

Segundo o estudo, mais de um terço das mulheres vítimas desse crime no estado foram mortas dentro de uma residência e 43,8% delas morreram em decorrência do uso de arma de fogo.

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O documento analisou o perfil das 85 vítimas de feminicídio registradas no estado no ano passado. Destas, 49 tinham entre 30 anos e 59 anos e 58 eram negras (68,2%). A análise mostra que 82,4% das mortes foram cometidas por companheiros ou ex-companheiros das mulheres, 78,8% dos casos ocorreram dentro de uma residência e 32,9% dessas mulheres foram mortas com faca, facão ou canivete.

O estudo também destacou que, para 44% das vítimas, a motivação do autor foi o término do relacionamento. E, ainda, em 15 dos feminicídios, o filho ou a filha da vítima presenciou o crime.

Violência sexual

No período analisado, foram 6.662 vítimas de violência sexual. Do total de mulheres vítimas de todos os crimes relacionados à violência sexual registrados no estado em 2019, 58% tinham menos de 18 anos. Esse crescimento, no entanto, também pode significar uma maior confiança das mulheres nas instituições para denunciar os crimes, diminuindo a subnotificação, na avaliação do ISP.

As mulheres também foram a maior parte das vítimas de tentativa de estupro (91,8%) e estupro (86%). A cada dez vítimas de estupro, sete tinham até 17 anos de idade. O agravante desses casos é que 58,9% dos estupros aconteceram dentro da residência, o que evidencia a relação de proximidade entre a vítima e o agressor, de acordo com o dossiê.

As crianças de até 14 anos representaram 65,9% do total de mulheres estupradas no estado no ano passado. Mais de 44% dos estupros de vulneráveis (até 14 anos) foram praticados por pessoas conhecidas, sendo pais e padrastos os responsáveis por 18,5% dos casos.

Violência doméstica

Mais de 128 mil mulheres foram vítimas de violência no âmbito doméstico e familiar no estado do Rio em 2019, 6% a mais do que em 2018. Na prática, foram 10.694 vítimas por mês.

Com exceção dos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e calúnia, as mulheres representaram mais de 50% das vítimas dos crimes apresentados no dossiê. Os crimes mais registrados por mulheres no ano de 2019 foram lesão corporal dolosa, com 41.366 vítimas, ou seja, 32,2% do total de mulheres vítimas, e ameaça (32%).

Perfil

O Dossiê Mulher apresenta também o perfil de mulheres vítimas de acordo com as cinco formas de violência relacionadas ao âmbito doméstico e familiar conforme a Lei Maria da Penha: violência física (33% das vítimas), sexual (5,2%), psicológica (32,3%), moral (24,8%) e patrimonial (4,6%).

Quanto ao perfil geral das mulheres vítimas do ano de 2019, o Dossiê apresenta que enquanto os crimes contra a vida, ou seja, aqueles relacionados à violência física, foram registrados por maioria de mulheres negras, os crimes de natureza patrimonial, moral ou sexual foram registrados por maioria de mulheres brancas.

Em relação à idade, a maior parte das vítimas tinha entre 30 e 59 anos (54,6%), Ainda 59,3% delas registraram que foram vítimas de crimes ocorridos dentro de residência e 75,2% já tinha alguma relação com seus agressores.

Segundo o ISP, três novos delitos foram incluídos no levantamento deste ano: divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia; importunação sexual; e descumprimento de medidas protetivas de urgência, vigentes a partir de 2018.

Todos os dados foram compilados pelo instituto com base nos registros de ocorrência feitos nas delegacias da Secretaria de Estado de Polícia Civil. A diretora-presidente do ISP, Adriana Mendes, destacou a importância dessas estatísticas para a prevenção e enfrentamento a violência contra a mulher.

“A análise e divulgação dessas informações são essenciais para o entendimento do fenômeno da violência contra a mulher no nosso estado. Esses dados auxiliam na elaboração de políticas públicas que atendam as necessidades da sociedade, fortalecendo a confiança da população nas instituições”, disse Adriana, em nota.

Patrulha Maria da Penha

O Dossiê Mulher também aborda a criação e institucionalização da Patrulha Maria da Penha - Guardiões da Vida, em agosto de 2019, pela Secretaria de Estado de Polícia Militar. O programa tem o objetivo, entre outras ações, de reduzir a reincidência dos casos de violência doméstica e familiar; atuar na fiscalização e no acompanhamento das medidas protetivas; e realizar visitas periódicas às mulheres assistidas.

De agosto a dezembro de 2019, 1.439 mulheres foram inseridas na iniciativa e os policiais fizeram 984 visitas domiciliares. Mais de 3 mil fiscalizações de medidas protetivas de urgência foram feitas e 50 agressores foram presos, segundo o levantamento.

As 2.906 pessoas assassinadas em São Paulo em 2019 representam a menor quantidade de vítimas de homicídio registrada no Estado desde 2001, quando os dados começaram ser coletados de forma uniformizada. A taxa de 6,5 vítimas por 100 mil habitantes mantém as cidades paulistas como as menos violentas do País. Os dados divulgados ontem pela Secretaria da Segurança Pública mostram também queda nos roubos e latrocínios. Destoam da redução os números de feminicídio (alta de 34%), de estupro (3,5%) e de letalidade policial (alta de 1,8%).

A queda no número de homicídios repete a tendência de redução notada no Estado desde 2001, quando foram registrados 13.133 assassinatos. De lá para cá, os registros só não caíram em dois anos (2009 e 2012), períodos marcados por confrontos com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A redução de 2019 em relação a 2018 foi de 200 vítimas e, no ano passado, os casos continuaram concentrados na capital (23%) e em cidades da Grande São Paulo (20%), onde também há concentração de população.

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Para a secretaria, o que explica a queda consecutiva é um trabalho de inteligência associado à tecnologia. "Colocamos a polícia onde há maior probabilidade de o crime acontecer, as manchas criminais - hot spots, como são chamadas. Essa distribuição do efetivo gera pronta resposta com efeitos sobre a redução da criminalidade", diz o coronel Álvaro Camilo, secretário executivo da Polícia Militar.

A retirada de armas de fogo de circulação - foram apreendidas 12,8 mil em 2019 - e o combate ao crime organizado são fatores-chave para entender a redução, diz Camilo. O homicídio frequentemente tem relação com a disputa pelo mercado ilegal de drogas, explica o oficial.

Mulheres

Uma parte das mortes que atende a uma dinâmica distinta são os feminicídios, que de forma mais recorrente acontece dentro da casa da vítima e é cometido por pessoas do seu convívio. No Estado, foram 182 feminicídios no ano passado, alta de 34% em relação aos 136 casos registrados no ano anterior.

A classificação de homicídio ocorre quando o assassinato é cometido, por exemplo, em contexto de violência doméstica ou discriminação à condição de mulher. Essa classificação foi aplicada em 41% dos 444 casos de mortes de mulheres no ano passado.

A diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, pondera que, em parte, a alta nos feminicídios decorre da melhor classificação do crime por parte da polícia. Mas ela ressalta que as mortes de mulheres não têm acompanhado o ritmo de queda dos homicídios totais, o que pode indicar uma situação de agravamento da violência contra elas. Nos últimos quatro anos, conta Samira, os homicídios totais caíram 21% e os homicídios de mulheres, 6%.

A preocupação com o aumento da violência contra a mulher se dá pela observação de outros indicadores, como o estupro, que teve alta, e das agressões. "A política pública em geral e a política de segurança está falhando em preservar a vida da mulher e mantê-la em segurança. Atuar contra isso é hoje o maior desafio de São Paulo", diz Samira.

Ela diz que, para reverter o cenário, é necessária a participação de diferentes atores, como governo e prefeituras, com ação em frentes como assistência social, saúde e também na segurança. Para explicar o dado, Camilo diz que está havendo melhor classificação dos casos, mas ressalta a preocupação em relação aos dados. "Estamos melhorando o treinamento e atuando com mais delegacias especializadas."

O governo da Bolívia deve declarar alerta nacional nas próximas semanas devido ao aumento dos casos de violência contra as mulheres. A presidente interina do país, Jeanine Áñez, disse que vai aprovar um decreto para marcar 2020 como o "Ano de Combate à Violência contra a Mulher".

Seguno o ministro da Justiça, Álvaro Coimbra, o governo está consternado com as estatísticas do ano passado, que terminou com 117 feminicídios. Em 2018, o relatório da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) registrou 128 assassinatos de mulheres no país, colocando a Bolívia em 5º lugar entre os países que mais matam mulheres na região.

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A Bolívia, com 2,3 feminicídios a cada 100 mil habitantes, fica atrás apenas de El Salvador (6,8), Honduras (5,1), Santa Lucía (4,4) e Trinidad e Tobago (3,4).

A Procuradoria Geral da República alertou que, apenas em 2020, já foram registrados nove feminicídios, 685 casos de violência física e 163 casos de estupro. O número de mortes, até o momento, é mais do que o dobro do registrado em 2019 - quando foram registradas 4 mortes entre o dia 1º e 7 de janeiro, informou o procurador-geral da Bolívia, Juan Lanchipa.

“Isso chama nossa atenção, e esperamos que as autoridades possam tomar ações preventivas. Sabemos que o governo está assumindo a tarefa de realizar ações de emergência, porque os números nos convidam a tomar ações conjuntas entre instituições para impedir a escalada da violência de gênero e do feminicídio”, afirmou Lanchipa.

De acordo com o Ministério Público da Bolívia, a maioria das mortes ocorreu devido à asfixia causada por seus agressores. Uma morte foi por ferimentos de armas brancas e outra por espancamento.

Para o ministro da Justiça, o "alerta nacional" busca envolver todas as instituições estatais, não apenas do ponto de vista da logística, projetos e planos, mas também da mobilização de recursos econômicos.

Três casos brutais de feminicídio marcaram a noite de Natal no interior de São Paulo. Em Leme, uma mulher de 68 anos foi morta com golpes de marreta pelo companheiro, após uma discussão, na noite de terça-feira (24). Em Américo Brasiliense, um homem de 29 anos atacou a facadas a ex-companheira e matou a filha dela, de 18 anos, na madrugada desta quarta-feira (25). Em seguida, ele tentou se matar, mas não conseguiu. Em Casa Branca, um homem de 35 anos matou com 25 facadas a mulher, de 29 anos. Nos três casos, os suspeitos foram presos.

No caso de Américo Brasiliense, o crime aconteceu às 3h30 na casa das vítimas, no bairro Luís Ometto. O suspeito, Uemes de Almeida Lopes, havia procurado a ex e os dois acabaram tendo uma discussão. Quando o homem de 29 anos empurrou a mulher, a filha dela, a estudante Carolane Moreira Almeida, de 18 anos, interveio. O agressor se muniu de uma faca e a golpeou seis vezes, até a morte. Ele também deu quatro facadas na ex, Gileide de Souza Moreira, de 34 anos. Ela foi levada à Santa Casa e passou por cirurgia. Na tarde desta quarta-feira, seu estado era grave.

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Depois de cometer o crime, o suspeito tentou se matar cortando o pescoço com a mesma faca. Ele foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o pronto-socorro municipal e, após receber atendimento, foi autuado em flagrante. Conforme a Polícia Civil, o suspeito alegou ter cometido o crime porque não aceitava o fim do relacionamento. Ele foi indiciado por feminicídio e tentativa do mesmo crime. A arma usada no crime foi apreendida. O corpo da vítima passou por perícia no Instituto Médico Legal (IML) e seria sepultado na tarde desta quarta.

Em Leme, o corpo de Marlene Ruy Montanholi foi encontrado na cama da casa, desfigurado pelos golpes de marreta. O suspeito fugiu do local, mas foi localizado pela Polícia Militar e confessou o crime. Ele disse que teve uma discussão com a mulher e teria sido agredido por ela. Segundo sua narrativa, após tomar a marreta das mãos dela, a golpeou com a ferramenta. O instrumento foi apreendido para perícia. O suspeito, que não teve o nome divulgado, foi indiciado e preso.

Em Casa Branca, Luciano Júlio Dias, de 36 anos, foi acusado de ter matado com 25 golpes de faca a mulher, Luciene Carla de Lima, de 29, nessa madrugada. O corpo da vítima foi encontrado sobre a cama pela Polícia Militar, acionada por vizinhos. Preso em flagrante, o suspeito alegou legítima defesa, pois a mulher o teria agredido antes. O homem estava com ferimentos nos braços e no peito. Ele recebeu atendimento médico e foi preso. Até a tarde desta quarta-feira nenhum dos três acusados tinha constituído advogado.

Quatro casos de feminicídio mobilizaram a polícia, nos últimos quatro dias, no interior de São Paulo. Os crimes foram registrados em Araraquara, Mogi Mirim, Agudos e Pirajuí. Companheiros e ex-companheiros são acusados das mortes.

Na madrugada deste domingo, 24, Alessandra Cristina Florino, de 40 anos, foi morta a facadas na frente do filho de 13, em Pirajuí, noroeste paulista. Conforme a Polícia Civil, o adolescente apontou o companheiro da vítima como autor do crime. O suspeito, de 36 anos, está foragido.

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O crime aconteceu na casa da família, na Rua Luiz Wolf, no bairro Vila Esperança. Segundo o menor, o casal discutiu e, quando o homem pegou uma cadeira, a mulher armou-se de uma faca para se defender. Ele tomou a arma e a atingiu com vários golpes.

Após o ataque, o suspeito fugiu e o filho saiu em busca de socorro. A Polícia Militar encontrou a vítima caída em um quarto da casa, em meio às manchas de sangue. Até a tarde deste domingo, o suspeito não tinha sido localizado. A Polícia Civil registrou o caso como de homicídio qualificado pelo feminicídio.

Na noite de sábado, 23, em Mogi Mirim, região de Campinas, Mariana Mafei, de 30 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-namorado, Adenilson Soares do Prado, de 36 anos. Após praticar o crime, o acusado usou a mesma arma para tirar a própria vida. A tragédia aconteceu no Parque Novacoop, onde a vítima morava. Inconformado com a separação, Prado procurou a ex.

Depois da insistência dele, ela foi até o portão para atendê-lo. O homem sacou um rifle que estava no carro e apontou contra a mulher, que correu de volta à residência, gritando por socorro. Atingida por um tiro nas costas, Mariana caiu e Prado fez outros dois disparos, acertando o peito da vítima. Em seguida, ele atirou contra o próprio queixo. O agressor chegou a ser levado à Santa Casa, mas não resistiu à gravidade do ferimento. O caso foi registrado como feminicídio seguido de suicídio.

Na quinta-feira, 21, a garçonete Danielly Teles Baffa, de 25 anos, foi assassinada pelo ex-namorado quando tomava sorvete com um amigo em uma praça, em Araraquara, região norte do Estado. Ela tinha saído do trabalho e estava com o rapaz em um dos bancos da Praça São Geraldo quando o agressor chegou de moto e, armado com uma faca, investiu contra os dois. O amigo conseguiu escapar, mas o agressor, identificado como Dagner Ribas dos Santos Silva, de 33 anos, foi para cima da jovem e a esfaqueou quatro vezes. Ele fugiu, mas acabou preso no sábado, 25. Apesar de negar o crime, ele teve a prisão preventiva decretada.

Em Agudos, também no interior, um homem foi preso em flagrante, na quinta-feira, 21, acusado de matar a companheira e enterrar o corpo no quintal da casa em que o casal morava. Conforme a Polícia Militar, Luis Fernando Maroni Goehring, de 38 anos, cometeu o crime e teria ido para um bar, próximo de casa, comentando com outros frequentadores que "tinha feito uma besteira". Em vistoria na casa, os policiais encontraram manchas de sangue nos cômodos e uma espécie de cova no quintal, onde estava o corpo de Silvana Augusto Jesus, de 31 anos. Ela havia sido morta a facadas.

Tamara Soberanes, Carolina Aguilar e Itan são jovens de Ecatepec, uma das cidades mais perigosas para mulheres no México. Elas contaram à AFP suas histórias de coragem para sobreviver às tentativas de feminicídio, apesar do terror quase paralisante que sofreram e da eterna sensação de vulnerabilidade.

No México, 726 assassinatos de mulheres cometidos de janeiro a setembro deste ano são investigados como prováveis feminicídios e, no mesmo período, foram registradas mais de 50.000 denúncias por lesão corporal.

- "Vão me jogar por aí morta"

Em uma manhã, Carolina caminhava para o colégio com seu pai, quando uma caminhonete preta com vidro fumê fechou seu caminho. Um homem armado desceu e apontou a arma para os dois. "Ele gritou: 'sobe na caminhonete!'", lembra a jovem, hoje com 25 anos.

Primeiro, Carolina tentou resistir, mas após eternos minutos junto a seu pai preso nos braços do homem armado, pensou que a única saída era entrar na caminhonete. "Quando estive a ponto de fazer isso, a pessoa que estava com ele (ao volante) atirou dentro da caminhonete", diz com a respiração entrecortada.

Após o tiro, o motorista disse ao comparsa: "Deixa, não vale a pena", lembra Carolina. "Corremos, e o homem que estava na caminhonete ainda atirou para o alto, e nos escondemos em uma rua", conta.

Seu pai lhe contou que chegou a ver que, dentro da caminhonete, "havia mais pessoas, que não sabia se eram mulheres ou homens, porque estavam encapuzados e tinham correntes nos pés e nas mãos". Ela acredita que o primeiro tiro foi contra alguma das pessoas que talvez tenha tentado fugir, aproveitando os gritos de Carolina.

A última coisa que lembra é que, quando esteve a ponto de subir na caminhonete, pensou: "O que vai acontecer comigo? Vão me levar para outro país? Vão me sequestrar? Vão me estuprar? Vão me jogar por aí morta?".

- "Você não vai mais acordar" -

Tamara tem 28 anos e 12 deles foram vividos com seu marido, pai de seus três filhos. Até que um dia o ciúme dele se transformou em uma surra que quase a matou.

"Ele me dizia que eu não iria acordar, e eu lembro muito bem dos golpes. Chegava um momento em que perdia a força e dizia (mentalmente): 'Não, as crianças estão dormindo, você não pode adormecer também!'. E então abria os olhos e de novo sentia os golpes", diz Tamara, que tira sua renda vendendo bichos de pelúcia.

"Então, ele me deitou juntos dos meus filhos e me disse que me despedisse, porque seria a última vez que eu os veria (...) mas de repente minha filha menor saiu e começou a gritar para nos ajudarem", conta Tamara, com certo orgulho.

"Eu disse para ela 'vamos correr', e muita gente viu, mas foi ali que entendi que a indiferença também é um inimigo. Ele nos alcançou e pegou minha filha de volta. E eu corri para a casa dos meus pais". Seus pais conseguiram depois buscar seus filhos.

Apesar da forte dor de cabeça e da vontade de vomitar causada pelas contusões na cabeça, Tamara e sua irmã tiveram coragem e decidiram denunciar o abuso. Viveram, porém, a continuação do próprio inferno dentro de casa: a negligência e o abuso sexual das próprias autoridades, apesar de estar banhada em sangue e semiconsciente.

"Aqui não atendemos por caridade", Tamara diz que ouviu de uma médica da unidade da Cruz Vermelha de Ecatepec que exigia dinheiro.

- Gás de pimenta caseiro -

Itan é a mais tímida das três. Tem 24 anos e está sempre alerta. Prefere não ser identificada e não conta os detalhes de sua experiência, preferindo falar apenas da sensação de vulnerabilidade.

"Não conseguimos andar nas ruas sozinhas sem esse medo", desabafa Itan, com frustração, afirmando que sempre evita usar "roupas que chame a atenção" e tenta memorizar as roupas usadas pela irmã para o caso de ter de reconhecê-la no necrotério.

Diz que sempre usa um anel que acredita que poderia usar para se defender de uma agressão, gás de pimenta que ela mesmo faz e um dispositivo de descarga elétrica que conseguiu há pouco tempo.

Policiais civis de 21 estados e do Distrito Federal participam, nesta terça-feira (28), de mais uma Operação Cronos, deflagrada para combater os crimes de homicídio e feminicídio. Coordenada pelo Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil, a ação acontece de forma integrada e conta com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O objetivo da Operação Cronos II é cumprir mandados de prisão contra pessoas acusadas de feminicídio – ou seja, o homicídio de mulheres por violência doméstica ou discriminação de gênero – e homicídios.

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No Rio de Janeiro, até as 10h, policiais civis já haviam prendido 40 pessoas. Em Santa Catarina, onde ao menos 128 agentes participam da ação, 16 mandados judiciais foram cumpridos até o mesmo horário.

No Distrito Federal, mais de 100 policiais civis tentam cumprir parte dos mandados de prisão em aberto. A Polícia Civil não informou quantos mandados espera cumprir no Distrito Federal, mas mais detalhes da operação nacional serão apresentados as 11 horas, durante entrevista no Ministério da Justiça e Segurança Pública, em Brasília.

Participarão da conversa com jornalistas o secretário-executivo do ministério, Luiz Pontel; o secretário-adjunto da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), José Washington Luiz; o diretor de Operações Integradas da Seopi, Cesar Martinez e o presidente do Conselho de Chefes de Polícia Civil, Robson Cândido da Silva.

Primeira Fase

Deflagrada  em agosto de 2018, a primeira fase da Operação Cronos resultou na prisão de mais de 2,6 mil pessoas em todo o país. Além disso, foram apreendidos 341 adolescentes. Segundo o Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil divulgou à época, 42 pessoas foram presas por feminicídio; 404 por homicídio; 289 presos por crimes relacionados à Lei Maria da Penha; 640 foram autuadas em flagrante por posse ou porte irregular de arma de fogo, tráfico de drogas e outros crimes; e outras 1.252 pessoas foram detidas em decorrência de mandados de prisão expedidos por outros crimes.

Durante a primeira fase, foram apreendidas 146 armas de fogo e aproximadamente 383 quilos de entorpecentes, como maconha, cocaína e crack. Mais de 7,8 mil policiais civis de todo o país participaram das ações.

Embora os homens sejam maioria absoluta entre as vítimas de armas de fogo no País, o índice de mulheres mortas a tiros dentro de casa é quase o triplo do registrado em relação ao sexo masculino. É o que aponta levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, disponíveis no portal Datasus.

O balanço mostra que dos 46.881 homens mortos por armas de fogo em 2017, último dado disponível no sistema, 10,6% morreram dentro de casa. No caso das 2.796 mulheres mortas da mesma forma, 25% foram vitimadas em domicílio.

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A diferença de locais de ocorrência de mortes de homens e mulheres reafirma estatísticas criminais já conhecidas de que boa parte dos autores de violência contra a mulher são do seu núcleo de convivência, como marido, namorado, pais, tios e vizinhos, entre outros.

Para especialistas em segurança pública, a flexibilização do posse de arma no País, definido em decreto do presidente Jair Bolsonaro na última terça-feira, 15, pode agravar o cenário e aumentar o número de feminicídios no País.

"A flexibilização da posse de arma de fogo potencializa o risco de todas essas mortes por razões banais. Muitas mulheres morrem por força de conflitos corriqueiros e domésticos. Discussões que hoje terminam num empurrão ou num tapa podem terminar num feminicídio se o agressor tem fácil acesso a uma arma", diz Silvia Chakian, promotora de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (Gevid) do Ministério Público de São Paulo.

Fator de risco

Ela relata que a posse de uma arma de fogo por um homem com histórico de violência doméstica pode, inclusive, ser usada pela Justiça como critério para a concessão de medidas protetivas a uma mulher. "É um fator de risco que pode levar a Justiça a decretar até a prisão preventiva de um suspeito", explica a promotora.

Diretor executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques destaca que a análise de boletins de ocorrência de violência contra a mulher mostra que armas de fogo também são usadas por um parceiro agressor para intimidar a vítima. "Nesses casos, a mulher fica com mais medo e acaba se submetendo a um relacionamento violento", diz ele.

Foi na casa onde morava com a família, em Andradina, interior de São Paulo, que a jovem Danielle Batista Martins da Silva, de 25 anos, foi assassinada a tiros pelo marido após uma briga, há cerca de dois meses.

O crime foi cometido pelo técnico de futebol Max Alberto Martins da Silva, de 35 anos. Durante uma discussão, Danielle correu para a casa da mãe, que fica no mesmo terreno.

Descontrolado, Max teria ido à casa da sogra e, como não conseguiu se acertar com a companheira, voltou para a residência do casal e pegou um revólver calibre 32. Retornou então para o imóvel vizinho, atirou na testa da mulher e, depois, disparou contra a própria cabeça.

Antes, ainda teria procurado pelos três filhos do casal, que haviam fugido com a avó.

O crime aconteceu no dia 3 de novembro do ano passado e a mulher morreu no local, enquanto que o marido foi socorrido até a Santa Casa de Araçatuba, também no interior paulista, onde acabou morrendo três dias depois.

Ainda abalados pela tragédia, parentes de Danielle evitam fazer comentários. Já os amigos lamentam a tragédia. Alguns atribuem o ocorrido à facilidade do acesso ao revólver naquela ocasião. "É o exemplo do que uma arma pode fazer", diz Sérgio Luís Alves, que conhecia o casal. "Acho que, na hora da raiva, se você tem facilidade para se armar e não está com a cabeça boa, pode acabar fazendo uma besteira", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cinco mulheres foram vítimas de feminicídio nos três últimos dias no interior de São Paulo. Em um dos casos, o marido matou a mulher e a própria filha, alegando que ela havia o traído. No caso mais recente, na manhã desta sexta-feira, 12, um engenheiro de 45 anos matou a ex-mulher de 46 e se suicidou, em um condomínio de luxo, em Sumaré.

Segundo a polícia, ele tinha ido à casa buscar os dois filhos para passar com eles o Dia das Crianças. Antes de atirar na ex-esposa, ele pediu aos filhos de 10 e 6 anos que fossem brincar na casa de um vizinho, de acordo com o depoimento do mais velho.

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A polícia foi chamada por vizinhos, que ouviram o barulho dos tiros. Os policiais encontraram os corpos no quarto da casa. Os dois tinham tiros na cabeça e uma arma estava próxima do corpo do engenheiro.

As crianças foram colocadas sob o cuidado de familiares. De acordo com a polícia, o engenheiro não tinha histórico de violência e era descrito como pessoa calma. O casal havia se separado recentemente, mas não havia registro de agressão ou desentendimento mais grave. As mortes estão sendo investigadas.

Na noite da quinta-feira, 11, a balconista Thaís Fernanda Scaramussa, de 30 anos, foi morta com um tiro dentro de casa, no bairro Recreio São Judas Tadeu, em São Carlos. O suspeito de ter cometido o crime é o ex-marido da vítima, Assis Rocha, de 40 anos, que foi candidato a vereador na cidade em 2016 pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB). Ele foi visto saindo do local e está foragido.

O pai da vítima arrombou a porta e encontrou a filha já morta. O casal estava separado havia uma semana. Antes de ir à casa da ex, Rocha deixou a filha pequena do casal com um irmão. Segundo a Polícia Civil, ele é procurado e ainda não constituiu advogado.

Em Jundiaí, a jovem Alícia Jenielba Pereira dos Santos, de 22 anos, foi assassinada quando esperava o ônibus em um ponto, no bairro Jardim das Tulipas, na quinta-feira. Ela levou tiros nas costas e no rosto. Uma ex-namorada da jovem é suspeita de ter cometido o crime, na companhia de um amigo. Os dois estão foragidos.

Conforme a Polícia Civil, testemunhas relataram que a suspeita deixou o trabalho na companhia de um rapaz um pouco antes da hora do crime e retornou algum tempo depois. Antes de fugir, ela teria confessado a autoria do crime a uma conhecida. A arma possivelmente usada no crime foi achada na casa do rapaz.

Em São José dos Campos, um homem matou a mulher Liliane Silva Rodrigues, de 35 anos, e a própria filha Larisa Vitória, de 13, no prédio onde moravam, no Bosque dos Ipês, na madrugada de quarta-feira, 10.

O suspeito foi preso quando tentava se jogar de uma passarela, no Jardim Aquarius. Ele confessou os crimes e disse que atirou após discutir com a mulher, mas a filha entrou na frente da mãe e também acabou atingida.

A motivação teria sido uma suspeita de que a mulher o havia traído. Os dois eram casados havia 15 anos. A arma usada no crime foi encontrada em um bueiro. O homem está preso.

Mãe e filha foram mortas a facadas na manhã desta quarta-feira, 25, em um condomínio no bairro Humaitá, zona norte de Porto Alegre. De acordo com a Brigada Militar, o principal suspeito é o ex-companheiro da vítima Mariane da Silva Isbarrola, de 30 anos. A mãe Terezinha de Fátima Pereira da Silva, 56, também morreu no local.

Mariane estava saindo de casa por volta das 7 horas quando foi abordada de surpresa, na porta do apartamento, pelo ex-companheiro já com a faca na mão. Após esfaquear a mulher, ele foi em direção à sogra, que estava na sala. Mãe e filha morreram na sala do apartamento, localizado no 4º andar. No local, estavam ainda as duas filhas do casal, de 4 e 7 anos, que nada sofreram.

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"Estava descendo para caminhar com o meu cachorro e vi um monte de gente em frente ao prédio. Primeiro, achei que era algum incêndio ou algo assim, depois me dei conta do que estavam falando. Conhecia as vítimas apenas de vista. Muito triste a situação", diz uma vizinha.

Na fuga, o homem levou as crianças para o apartamento de um vizinho no andar inferior. O suspeito fugiu em um veículo branco HB20.

O Corpo de Bombeiros localizou, nesta sexta-feira, 9, os corpos das três mulheres que foram torturadas, mortas e decapitadas em Fortaleza, no Ceará. Por volta das 8 horas, a equipe de mergulhadores e de busca encontrou os corpos das jovens identificadas como Nara Alyne Mota de Lima, Darciele Anselmo de Alencar e Ingrid Teixeira Pereira. Os cadáveres estavam na área do mangue próximo ao Liceu da Vila Velha, na zona oeste de Fortaleza.

O crime, que ocorreu há uma semana, no dia 2, foi filmado pelos próprios executores e postado nas redes sociais. As buscas já duravam cinco dias.

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As três mulheres foram sequestradas na noite do dia 1º e levadas para o mangue do Rio Ceará, localizado entre os bairros Vila Velha e Barra do Ceará, local onde teriam sido torturadas pelos assassinos.

No vídeo, uma delas, sob ameaça, diz que "rasgou a camisa" da facção Comando Vermelho (CV) e passou para o lado da facção Guardiões do Estado (GDE). Familiares das vítimas negaram, em depoimento, qualquer envolvimento dela com o crime organizado.

Mesmo implorando para que poupassem a sua vida, a jovem é executada com um tiro no rosto. Em seguida, um dos assassinos corta a cabeça dela com um facão. Na mesma cena, outro bandido mostra as três cabeças já decapitadas e joga nas águas do mangue, comemorando as mortes.

A Polícia Civil do Ceará procura os corpos de três mulheres que foram torturadas, mortas e decapitadas por uma facção criminosa em Fortaleza. O crime, que aconteceu na sexta-feira, 2, foi filmado pelos próprios executores e postado nas redes sociais.

Policiais e bombeiros militares realizaram buscas no mangue e na foz do Rio Ceará, na zona oeste da capital cearense, mas, até a tarde desta quarta-feira, 7, os corpos ainda não haviam sido localizados.

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As três mulheres são apontadas como simpatizantes ou integrantes da facção Comando Vermelho (CV). Embora os familiares neguem qualquer envolvimento das vítimas com o crime organizado.

Ingrid Teixeira Pereira, Darciele Anselmo de Alencar e Nara Alyne Mota de Lima teriam sido sequestradas na noite de quinta-feira, 1º, em Maracanaú, e levadas para o mangue do Rio Ceará, localizado entre os bairros Vila Velha e Barra do Ceará, local onde teriam sido torturadas pelos assassinos.

No vídeo, uma das garotas aparece sendo ameaçada e obrigada a afirmar que "rasgou a camisa" do CV e passou para o lado da GDE. Mesmo implorando para que poupassem sua vida, a jovem é executada com um tiro no rosto. Em seguida, um dos assassinos corta a cabeça dela com um facão. Na mesma cena, outro bandido mostra as três cabeças já decapitadas e joga nas águas do mangue, comemorando as mortes.

O delegado adjunto do 7º Distrito Policial, Alexandre Sanders, informou que nesta terça-feira, 6, três homens e um adolescente foram capturados pela polícia no bairro Parque Leblon, em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza. Diego Alves Fernandes, de 21 anos, Antônio Honorato dos Santos, de 42, e Luís Alexandre Alves, de 23, são apontados pela Polícia Civil como suspeitos de envolvimento no triplo homicídio. Um menor foi apreendido, e um quinto suspeito segue foragido.

A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (22) quatro homens acusados pelos assassinatos de duas mulheres e pela tentativa de homicídio do filho de uma delas, na véspera do réveillon, em Cerquilho, cidade do interior de São Paulo. O mandante dos crimes era cunhado de uma das vítimas. Segundo a Polícia Civil, ele decidiu matar a cunhada após descobrir que ela havia contratado um detetive para investigá-lo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O coletivo Ni Una Menos, que nasceu na Argentina em 2015 como resposta a uma onda de feminicídios que mobilizou a sociedade, convocou nesta terça-feira uma paralisação internacional pelos direitos das mulheres, no próximo 8 de março.

A paralisação, que coincide com o Dia Internacional da Mulher, é produto de uma articulação do coletivo com mulheres de vários países em defesa de seus direitos, explicou a ativista e jornalista do Ni Una Menos Marta Dillon à rádio Télam.

A ação de rua quer denunciar em um "grito comum" que "o capital explora nossas economias informais, precárias e intermitentes. Que os Estados nacionais e o mercado nos exploram quando nos endividam", afirma a convocatória.

O protesto, cuja proposta é uma paralisação de cinco horas, também tem como alvo a diferença salarial entre homens e mulheres, que é de 27% em média, acrescenta o comunicado.

Dillon se referiu à dificuldade das mulheres de "conciliar o trabalho remunerado com o trabalho não remunerado", em referência às tarefas domésticas, que contribuem para trabalhos mais precários, de meia jornada, com salários mais baixos e levam a renunciar a carreiras profissionais.

O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de homicídios de mulheres. O feminicídio atinge uma média de 4,8 mulheres em cada 100 mil. El Salvador, Colômbia, Guatemala e Federação Russa são os países que estão à frente do Brasil na listagem. Mais de 106 mil brasileiras foram vítimas de assassinato entre 1980 e 2013, número que cresceu de forma mais expressiva entre 2003 e 2013, de 3.937 mortes para 4.762, representando um aumento de 21% em uma década. Os números são uma compilação da série histórica do Mapa da Violência, elaborado pela ONU Mulheres, em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os dados também apontam para o número de crimes cometidos no ambiente doméstico: 50,3% dos 4.762 homicídios de mulheres foram cometidos por familiares, em 33,2% do total dos casos, o crime foi praticado por cônjuge. Isso significa dizer que, dos 13 assassinatos de mulheres que acontecem diariamente, sete foram cometidos pelos próprios parceiros. “Apesar de conquistas no campo dos direitos das mulheres e do fomento às políticas de enfrentamento, ainda temos um quadro grave no Brasil, que é expressão da desigualdade de gênero, de mulheres que não podem se sentir seguras dentro de seu próprio lar”, afirma Aparecida Gonçalves, ex-secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres.

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A faixa etária dos feminicídios se concentra, principalmente, entre os 18 e 30 anos. As mulheres jovens correm mais risco de serem assassinadas e, em uma pesquisa de opinião de abrangência nacional elaborada pelo Instituto Patrícia Galvão em 2013, 54% dos entrevistados conhecem uma mulher que já foi agredida por seu parceiro. Entre os homens, 43% acreditam que a mulher provoca a agressão.

Um novo assassinato e outro caso de estupro comoveram a Argentina nesta quinta-feira, horas depois de uma mobilização cidadã para pedir o fim da violência machista, que em outubro acabou com a vida de ao menos 19 mulheres.

Na quarta-feira em Mendoza, no oeste do país, um homem matou a golpes sua irmã de 35 anos. Ao mesmo tempo, no centro da cidade, mais de 5.000 pessoas clamavam: "Nenhuma a menos!", confirmou a polícia.

Nessa cidade próxima à cordilheira dos Andes, a população se manifestou várias vezes este ano contra os feminicídios, incluindo os de duas mulheres de vinte e poucos anos, Marina Menegazzo e María José Coni, drogadas e assassinadas durante uma viagem de turismo no Equador, no início de 2016.

Em Mar del Plata, cidade balneária 400 km ao sul de Buenos Aires, onde em 8 de outubro Lucía Pérez foi brutalmente assassinada, outra estudante foi sequestrada e estuprada um dia antes da manifestação maciça de quarta-feira, informaram fontes da promotoria a meios locais.

Trata-se de uma jovem de 19 anos que foi abordada por dois homens com o rosto coberto quando caminhava para o colégio de manhã, em uma zona residencial. Os criminosos a botaram no carro à força e a estupraram.

Lucía Perez, de 16 anos, foi drogada, estuprada e empalada com uma estaca de madeira, o que lhe causou uma dor tão insuportável que ela teve uma parada cardíaca.

O detalhe aberrante do crime de Lucía inspirou uma resposta multitudinária nas ruas, com mulheres vestidas de preto e acompanhadas por muitos homens, conscientes de que a violência machista passou a ser um drama de toda a sociedade. O protesto teve réplicas em ao menos 22 cidades da América Latina e na Espanha.

De acordo com a imprensa argentina, neste outubro foram registrados 19 feminicídios, uma média de um por dia. A grande maioria é de mulheres mortas por seus companheiros ou ex-companheiros. Dados de organizações feministas como a Associação Civil La Casa del Encuentro revelam que entre 1 de junho de 2015 e 31 de maio de 2016 houve 275 feminicídios.

Outros dados mostraram que na Argentina há 50 agressões sexuais por dia, número que representa uma taxa de estupros de 8,7 para cada 100.000 habitantes.

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