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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, registrou nesta terça-feira (20) a passagem do aniversário do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que completou 92 anos no último domingo (18).

Pacheco desejou “alegria, felicitações e muita saúde” a FHC. — Que continue a nos iluminar e orientar com seu exemplo, seus conhecimentos e sua sabedoria — disse. 

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Fernando Henrique Cardoso foi presidente entre 1995 e 2003. Antes disso, havia sido senador de 1983 a 1992, primeiro como suplente e depois eleito para mandato próprio. Foi líder do PMDB durante a Assembleia Constituinte (1987-88), depois participou da fundação do PSDB e foi o primeiro líder da legenda no Senado (1988-1992). Durante o governo de Itamar Franco, chefiou os Ministérios das Relações Exteriores (1992-1993) e da Fazenda (1993-1994). 

*Da Agência Senado

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) anunciou, na manhã desta quarta-feira (5), que apoiará o ex-presidente Lula no segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva", publicou FHC em sua conta oficial no Twitter. 

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Esse apoio era esperado pelo PT, principalmente depois do atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), declarar apoio a Bolsonaro e causar um racha no partido. Fernando Henrique não declarou voto em Lula no primeiro turno e também não esteve ao lado do petista no encontro de ex-presidentes do Brasil, promovido pelo PT no mês passado. 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou uma carta, nesta quinta-feira (22), em que orienta os eleitores a votarem em um candidato com capacidade para restabelecer o papel histórico do Brasil no cenário internacional e que tenha compromisso com os direitos fundamentais. O tucano comentou que a idade avançada o mantém afastado do debate político. 

O sociólogo antecipou seu posicionamento e soltou a carta "Voto Pró-Democracia nas Eleições" antes da 14h, como estava previsto. Em seu texto, FHC pediu que a escolha do futuro presidente se baseie no combate à pobreza e à desigualdade, e em defesa de direitos "independentemente da raça, gênero e orientação sexual".   

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O ex-presidente ressaltou que os eleitores devem optar por um gestor que se orgulhe da diversidade cultural do país e que esteja empenhado em valorizar a educação, a ciência e a preservação do patrimônio ambiental. FHC ainda destacou que o concorrente precisa ser um democrata, com apoio ao "fortalecimento das instituições que asseguram nossas liberdades". 

Sobre participação menos ativa em meio a um debate político tão intenso, Fernando Henrique Cardoso disse que, mesmo aos 91 anos, não apresenta problemas graves de saúde, mas a idade limita uma atuação mais presente. "Já não tenho mais energia para participar ativamente do debate político pré-eleitoral", compartilhou. 

Ele não citou nominalmente nenhum candidato, mas já se posicionou contra Jair Bolsonaro (PL), inclusive sugerindo que renunciasse após a saída de Sergio Moro do Governo.

A nota oficial também foi publicada no perfil usado pelo ex-presidente. Confira a carta "Voto Pró-Democracia nas Eleições"

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Em boletim divulgado hoje (19), o Hospital Albert Einstein informa que o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso recebeu alta neste sábado. 

O paciente encontra-se em condições clínicas estáveis e seguirá o tratamento em casa. O ex-presidente sofreu um acidente em casa e fraturou o fêmur.

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O boletim é assinado pelos médicos José Medina Pestana, nefrologista, e Miguel Cendoroglo Neto, Diretor-Superintendente Médico do hospital.

FHC foi presidente da República por dois mandatos, de 1994 a 2002, senador constituinte, ministro das Relações Exteriores e ministro da Fazenda. Atualmente, é presidente da Fundação Fernando Henrique Cardoso.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já acumula mais processos que a quantidade de ações movidas contra os dois ex-chefes do Executivo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ficaram oito anos no cargo. O levantamento realizado pelo jornal O Globo localizou 160 processos, distribuídos por tribunais de 17 Estados e do Distrito Federal, ao longo de dois anos e oito meses de gestão bolsonarista.

Em sua grande maioria, as ações nas quais Bolsonaro é defendido pela Advocacia-Geral da União (AGU) são registradas por pessoas da sociedade civil e questionam o trabalho feito pelo presidente durante a pandemia da Covid-19, bem como o envolvimento dos filhos do gestor nas decisões tomadas no Planalto. Além disso, o uso da máquina pública para fins pessoais é outro tema frequente nos embates judiciais.

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De acordo com O Globo, 27,5% dos processos pedem a revisão de ações do presidente durante a pandemia. Outros 16,25% buscam reverter indicações ou exonerações do governo, outros 8,75% querem frear o uso da máquina pública por parte de Bolsonaro. Na prática, as contestações questionam a validade de atos interpretados como “lesivos” ao patrimônio público, histórico e cultural, ao meio ambiente e à moralidade administrativa.

Embora as administrações anteriores também tenham enfrentado obstáculos processuais dessa natureza, no caso de Bolsonaro existe um fator incomum: as falas do presidente. Com relação ao novo coronavírus, por exemplo, os autores dos processos miram a defesa do gestor pelo “tratamento precoce” e o “isolamento vertical”.

Há, ainda, três ações pedindo a suspensão da campanha “O Brasil não pode parar”, da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). Os nomes escolhidos por Bolsonaro para as pastas do governo também são contrariados em 26 ações, a exemplo do recurso que pede o afastamento do então ministro da Educação Abraham Weintraub.

Conforme O Globo, o uso irregular da máquina pública também tem chamado a atenção do eleitorado. Recursos destinados a sites que propagam fake news, o uso de helicópteros das Forças Armadas para participar de manifestações contra o Supremo Tribunal Federal foram alguns dos principais pontos discutidos pelos processos movidos contra o atual presidente.

De maneira também inédita, a AGU atua na defesa da pessoa física de Bolsonaro, o que não era regra nas gestões anteriores. Entre os ex-presidentes do Brasil, Lula respondeu a 81 processos, FHC respondeu 108 e, Dilma Rousseff (PT), somou 100 ações.

O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi às redes sociais na manhã deste sábado (12) para se manifestar sobre a morte de Marco Maciel (DEM). Na publicação, chamou o amigo de “leal” e relembrou o período em que trabalharam juntos, afirmando sempre ter confiado no desempenho do democrata. Maciel foi vice-presidente no governo FHC entre os anos de 1995 e 2002, nos dois mandatos do tucano.

“Morreu hoje Marco Maciel. Exerceu a vice-presidência nas duas vezes em que fui Presidente. Se me pedirem uma palavra para caracterizá-lo diria: lealdade. Viajei muito, sem preocupações: Marco exercia com competência e discrição as funções que lhe correspondiam. Deixa saudades”, escreveu o ex-chefe do Executivo.

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Várias personalidades políticas também lamentaram a morte do pernambucano. O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT); Eduardo da Fonte, presidente do Progressistas em Pernambuco; o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e o presidente nacional do Democratas, ACM Neto: todos prestaram condolências e ressaltaram a saudosa carreira política de Maciel, que era popular por sua capacidade de diálogo.

Marco Maciel morreu na madrugada deste sábado (12), em decorrência de adversidades causadas pelo mal de Alzheimer, doença que o acometia desde 2014. O também ex-senador e ex-deputado deixa a esposa, Anna Maria Ferreira Maciel e três filhos.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que apoiaria Lula em um possível segundo turno contra Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, temendo as intenções das demais opções diante do pleito tão acirrado. A preferência foi revelada com ressalvas em entrevista ao Valor Econômico nesta segunda-feira (12). FHC também comentou questões relacionadas à pandemia e possíveis cenários para as próximas eleições presidenciais.

“No segundo turno, se ficar o Lula contra o Bolsonaro, não sei se o PSDB vai fazer isso… Se depender da minha inclinação, iria nessa direção, com muita dificuldade porque o Lula jogava pedra em mim. O jogo do poder é um jogo difícil e ganhar do Lula não é brincadeira, é difícil. Ele sabe. Lula segue a regra. Instintivamente, ele sempre faz isso. Isso não quer dizer que o outro lado não possa transformar o Lula num fantasma outra vez. Pode, independentemente do Lula. É claro que eu não vou contribuir para isso nunca”, respondeu o tucano.

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Mais uma vez, o ex-chefe de Estado comentou sobre o Brasil precisar de uma “novidade” que não pode ser, necessariamente, encontrada na disputa Lula vs. Bolsonaro. Para ele, a vitória do democrata Joe Biden nos Estados Unidos é uma influência positiva e que pode refletir no Brasil “de alguma forma” a possibilidade de se escolher “uma candidatura que seja equilibrada”.

O ex-presidente espera, mas não enxerga no momento o portador do perfil ideal para combater Lula e Bolsonaro em 2022: alguém que exerça liderança nacional, “atenda aos mais pobres” e seja popular.

“Estamos longe de ver alguém que simbolize essa diversidade, para ser um bom candidato de oposição”, diz. “Há governadores que têm peso. Dizem que são candidatos, mas eles não simbolizam nada nacionalmente”, acrescenta FHC, correligionário dos governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, pré-candidatos na corrida presidencial.

Para o tucano, “política não se faz com o passado, mas com o futuro” e ele volta a mencionar que o candidato petista pode aglutinar forças do centro, na falta de uma terceira via no pleito.

“Bolsonaro é mais extremo que o Lula. Se não aparecer uma [terceira] candidatura, o Lula vai somar essa gente [que hoje faz oposição ao governo] para enfrentá-lo”, diz o tucano, que tampouco é a favor do impeachment de Bolsonaro. “Estamos muito longe de uma situação de impeachment. Bolsonaro está governando. Então, acho que é insensato”, disse.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou, nesta terça-feira (6), que o Centrão precisa de um nome que tenha “ressonância popular” para conseguir competir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente Jair Bolsonaro em 2022.

Falando dos possíveis caminhos para as próximas eleições, FHC se mostrou descontente com a pré-candidatura do petista, alegando que Lula não representa “novidade” e que deveria “passar o bastão” para uma outra aposta, mais condizente com o que o eleitorado brasileiro espera. As declarações foram feitas durante entrevista à rádio CBN.

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"Chega uma hora que as pessoas devem passar o bastão. Me refiro ao presidente Lula. Que novidade ele vai trazer? É difícil. Para o Brasil seria melhor alguém novo no jogo. Bolsonaro dificilmente vai representar algo diferente do que ele representa. O que ele representou? Ele representou o não ao PT. Ou nos rompemos essa dicotomia ou o Brasil vai atrapalhar o futuro. Vamos voltar ao passado, para quê?", afirmou FHC.

O tucano também considera que será difícil para qualquer candidato conseguir criar uma frente contra Bolsonaro e Lula. Retomando o ponto sobre a “ressonância popular”, indaga, “Qual é o nome que vai ser capaz de fazer isso? (derrotar os dois maiores nomes) Aquele que tem apoio popular”.

Na conversa, FHC comentou o manifesto assinado por Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM), João Amoêdo (Novo) e Luciano Huck, em defesa da democracia.

“Eu estou disposto a me curvar a qualquer um deles que tenha apoio popular e seja capaz de apresentar um programa que leve ao crescimento, à distribuição de renda e à democracia, eu apoio. Não é fácil ganhar do Lula ou do Bolsonaro”, completou.

Sobre a gestão de Jair Bolsonaro, ele admite que vê falta de coordenação e atitudes impulsivas, mas não se mostra a favor do impeachment, pois afirma que, historicamente, a exoneração nessas circunstâncias deixou marcas ao povo brasileiro e poderia, inclusive, piorar a situação de crise já instaurada.

"Acho melhor para o Brasil que ele complete o mandato. O Brasil já passou por outros impeachments e isso deixa marcas. Agora, o presidente precisa governar. Às vezes dá a impressão que ele está perdendo tempo com coisas que não são essenciais. O presidente governa para o grupo, a família, os partidários e os amigos dele. Bolsonaro vê o outro lado como inimigo, e não adversário", finalizou.

Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usaram o Twitter, na noite da última segunda-feira (28), para prestar solidariedade à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) diante de ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O atual chefe do Executivo ironizou a tortura sofrida por Dilma no período em que foi presa durante a ditadura militar. A apoiadores, Bolsonaro cobrou que lhe mostrassem um raio X da adversária política para provar uma fratura na mandíbula.

E reação, o tucano que a atitude de Bolsonaro era inaceitável. "Minha solidariedade a ex Pr Dilma Rousseff. Brincar com a tortura dela — ou de qualquer pessoa — é inaceitável. Concorde-se ou não com as atitudes políticas das vítimas. Passa dos limites", escreveu o ex-presidente.

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Pouco depois do tucano, Lula disse que o Brasil perde quando Bolsonaro abre a boca. "O Brasil perde um pouco de sua humanidade a cada vez que Jair Bolsonaro abre a boca. Minha solidariedade a presidenta Dilma Rousseff, mulher detentora de uma coragem que Bolsonaro, um homem sem valor, jamais conhecerá", disparou.

Na manhã desta terça-feira (29), quem também usou a mesma rede social para se posicionar sobre o assunto foi o ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT). Ele chamou Bolsonaro de 'frouxo'.

"Bolsonaro ataca Dilma por ser frouxo, corrupto e incapaz. Enquanto ela defende suas convicções, ele vende o país ao estrangeiro e, por sua irresponsabilidade, quase 200 mil brasileiros já perderam suas vidas", escreveu. "Bolsonaro não trabalha para o Brasil. Trabalha contra o povo brasileiro e contra a nação!", emendou. 

Reação de Dilma

A ex-presidente divulgou uma nota rebatendo a postura de Bolsonaro. No texto, ela disse que era triste, mas "o ocupante do Palácio do Planalto se comporta como um fascista".

"A cada manifestação pública como esta, Bolsonaro se revela exatamente como é: um indivíduo que não sente qualquer empatia por seres humanos, a não ser aqueles que utiliza para seus propósitos. Bolsonaro não respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200 mil mortos causados pela Covid-19 que, aliás, se recusa a combater. A visão de mundo fascista está evidente na celebração da violência, na defesa da ditadura militar e da destruição dos que a ela se opuseram", observou a petista.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) usou o Twitter, nesta terça-feira (10), para lamentar o que classificou como "politização" da vacina contra o novo coronavírus. 

"É lamentável o que está acontecendo: politização da vacina que nos livrará do coronavírus. A decência e a saúde pública exigem pratos limpo: dado o que disse o Butantã, que a Anvisa se explique. E logo", escreveu na rede social.

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A cobrança de FHC foi exposta um dia depois que a Anvisa anunciou a suspensão dos testes da CoronaVac, vacina que vem sendo produzida pelo Instituto em São Paulo. O imunizante é oriundo da chinesa Sinovac. Segundo a Anvisa, suspensão foi necessária após um "evento adverso grave" envolvendo um voluntário.

Segundo o presidente do Instituto, Dimas Covas, esse "evento adverso grave" não tem ligação direta com a vacina. Em coletiva de imprensa, Dimas disse que não poderia dar detalhes sobre o assunto por questões éticas.

O pedido de demissão do ex-ministro Sergio Moro continua repercutindo nas redes sociais. Além de dezenas de personalidades políticas e não políticas, como Janaína Paschoal (PSL), Guilherme Boulos (PSOL) e Flávio Dino (PCdoB), o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB), usou sua conta no Twitter para sugerir o próximo passo do atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), na crise instaurada no Governo Federal, na manhã desta sexta-feira (24).

O ex-presidente tucano escreveu: "É hora de falar. Pr está cavando sua fossa. Que renuncie antes de ser renunciado. Poupe-nos de, além do coronavírus, termos um longo processo de impeachment. Que assuma logo o vice para voltarmos ao foco: a saúde e o emprego. Menos instabilidade, mais ação pelo Brasil".

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Na manhã desta sexta-feira, Moro anunciou seu pedido de demissão do cargo de ministro da Justiça, durante coletiva. Em sua fala, que durou cerca de 40 minutos, Moro disse que Bolsonaro afirmou expressamente que queria ter acesso a relatórios de inteligência da Polícia Federal (PF) e uma pessoa na direção de contato pessoal dele, que ele pudesse ligar e obter informações, inclusive ter acesso a relatórios de inteligência.

Cumprindo o isolamento social em seu apartamento em Higienópolis, região central da capital paulista, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem dividido o tempo entre o trabalho em novo livro sobre sua trajetória intelectual, releituras de Machado de Assis e reuniões e debates virtuais do seu instituto. Eventualmente, faz rápidas caminhadas pelo bairro, sempre de máscara. O cardápio de filmes e séries fica por conta de sua mulher, Patrícia. Mas FHC confessa que não é muito fã de "maratonar" em plataformas de streaming.

Nesta entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, FHC fez um uma análise do cenário político em tempos de covid-19 e disse que o presidencialismo de coalizão deu lugar a um sistema precário de governo compartilhado entre Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal. Na avaliação dele, o governador João Doria (PSDB) ganhou espaço durante a crise, enquanto o apresentador e possível presidenciável Luciano Huck, de quem é amigo, ficou politicamente menor.

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Alguns especialistas falam em ampliar o isolamento para combater a covid-19, enquanto empresários e a Fiesp defendem a abertura lenta e gradual da atividade econômica. O sr. acha que é o caso de abrir ou fechar mais?

Não sou médico, mas devemos ouvir os especialistas. O único remédio nesse momento é ficar em casa. Não há vacina nem medicamento específico. Qual a objeção de ficar em casa? É dizer que estão olhando mais para o sistema hospitalar, enquanto precisamos da economia funcionando. Vi uma entrevista de um general dizendo que há municípios onde não entrou a epidemia. Tudo bem, mas quem decide isso? Tem que ser uma coisa feita pelo governador e o município. Em tese eu sou mais favorável a manter por mais tempo o regime de ficar em casa.

O sr. concorda com a medida provisória que permite redução salarial durante a pandemia?

Essa MP foi precipitada. Vai chegar um momento que talvez seja necessário, mas por que começar a apertar quem mais precisa? Quem está empregado quer manter a renda. Vai se mexer nisso? Me parece provocação. Não acho adequado.

Por que não há um movimento articulado 'Fora, Bolsonaro'?

A oposição não sabe bem o que fazer. Pedir o impeachment agora com base em quê? O impeachment ocorre quando o governo perde maioria no Congresso e não passa mais nada. Quando perde a capacidade de governar. Segundo, quando há gente na rua e a situação econômica está ruim. Nesse momento, o governo não tem maioria sólida, nem nunca teve porque sempre desprezou a maioria no Congresso, mas continua governando. Não tem gente na rua. Está todo mundo em casa, com medo. O momento é de coesão, de apelar para unidade. E esse é o erro do governo. O impeachment é traumático, deixa marcas. Não vejo que se aplique ao caso atual. Se o presidente começar a errar muito, ele mesmo vai provocar seu autoimpedimento. Tirar o ministro da Saúde foi uma coisa insensata. Um erro grave. Isso vai acumulando e mostrando pouca capacidade de liderança.

Como o sr. avalia a atuação da oposição neste momento?

Não há oposição organizada. Estamos passando por uma situação curiosa politicamente no Brasil. Tínhamos um sistema baseado em coalizão, que não foi planejado pela Constituinte, mas foi acontecendo. É a coligação de vários partidos para poder governar. O presidente atual despreza os partidos, mas está acontecendo uma coisa curiosa, uma espécie de governo compartilhado. A Câmara e o Senado estão atuando mais efetivamente. O STF também. Não se sabe muito bem o que vai acontecer de tudo isso, mas há outro sistema em funcionamento que não é mais o de coalizão.

E que sistema é esse? Um parlamentarismo branco?

Isso (parlamentarismo branco) está acontecendo, mas a cultura no Brasil não é parlamentarista. Desde o Império as pessoas precisam ter alguém que conduza. Elas criticam quem conduz, mas precisam de alguém para conduzir. O problema mais grave que enfrentamos hoje é a falta de lideranças em vários setores.

O liberalismo radical entrou em xeque com essa crise?

É verdade. O Estado atuante e necessário, nem o mínimo nem o máximo. Na hora da crise todo mundo vira keynesiano (quem segue o economista inglês John Maynard Keynes) e quer que o governo gaste e dê dinheiro para quem não tem emprego. Aí se vê que o Estado tem uma função reparadora importante. Por que só na época das crises? Tem sempre. A intensidade aumenta ou diminui. A ideia de um liberalismo total é uma ilusão.

Por que, na opinião do sr., o PT não está conseguindo liderar um movimento consistente de oposição a Bolsonaro?

Qual era a proposta do PT? O Lula livre. O Lula está livre. Relativamente, mas está. A palavra do PT para a condução política desapareceu. Mas não foi só isso. A base social do PT, sindicatos, CUT, etc., ficou muito aquém da movimentação da sociedade. Os governadores hoje têm mais acesso aos meios de comunicação. O (João) Doria sabe usá-los. Mostrou que tem decisão. Decidiu enfrentar o presidente. Nesse momento quem está colhendo mais frutos é o Doria. O Doria tem mostrado capacidade de sobreviver na crise.

Doria ganha força como presidenciável e pode ocupar esse campo do centro?

É o que ele se propõe. Fora disso, quem tem? Um projeto, que é o Luciano Huck, que nasce de um movimento fora dos partidos. Mas na crise ele não tem instrumentos de aparecer e agir. Fica menor na crise. Doria fica maior. Os que detêm alavanca de poder, como o Doria, têm maior projeção. O Doria vem da rede social. Está tendo uma vantagem indiscutível.

O PSDB devia ir de vez para a oposição a Bolsonaro?

Acho que sim. Ficar nessa posição de que não é quente nem frio não é o melhor. Essa polarização que houve no Brasil é ruim para as pessoas que são razoáveis, e eu procuro ser razoável, mas ela existe. É um dado da realidade brasileira. O PSDB corre o perigo de não ficar nem cá, nem lá. Doria entendeu isso e avançou.

Que cicatrizes ficarão no Brasil após essa crise do coronavírus?

Meus pais falavam muito da gripe espanhola. O que aconteceu de mais próximo foi a crise econômica de 1929, que resultou, por um lado, no (Franklin) Roosevelt (presidente dos Estados Unidos) e, na Europa, no fascismo com (Benito) Mussolini e (Adolf) Hitler. Houve muita hesitação para combater esses males. Tomara que haja um Roosevelt daqui para frente.

Como o sr. avalia a influência da ala ideológica, que se baseia em Olavo de Carvalho, no governo? Já leu algo dele?

Nunca ouvi falar de Olavo de Carvalho. E olha que morei nos Estados Unidos em várias ocasiões, fui professor em várias universidades. Isso é um invento local, brasileiro. Ele ganhou prestígio porque o grupo que venceu a eleição se uniu ao redor de ideias nesse espírito reacionário, que não é de direita. É reacionário, atrasado. Infelizmente, embarcamos em uma canoa furada, a crença de que há um perigo ideológico que estaria contaminando o Brasil. Olavo representa uma linha de insensatez.

O sr. prezava a liturgia do cargo. Como avalia a relação de Bolsonaro com os filhos e os espaços deles no governo?

O presidente Bolsonaro não entendeu a cadeira que ocupa, que é simbólica. O presidente (José) Sarney falava que havia um ritual do cargo. É verdade. Nenhum filho meu entrava no gabinete ou entrava no meu carro. Eventualmente, minha mulher, que tinha uma função social grande. No helicóptero não ia família. Na Presidência você não é um homem comum. Você foi eleito. Tenho a impressão de que o presidente Bolsonaro ainda se acha uma pessoa comum. Não é. Tudo que ele faz tem repercussão internacional. Ele precisa se portar dentro de um figurino. É difícil? É. Desagradável? Pessoalmente, é duro, mas é assim que as coisas funcionam. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) declarou que não é a favor de um possível impeachment de Jair Bolsonaro. Apesar de já ter admitido publicamente que não é favor do chefe de Estado, FHC acredita que, mesmo com a crise na saúde por conta do novo coronavírus e a falta de estratégias confiáveis do atual presidente, pedir a saída do governante seria oportunismo.

"Não sou a favor do Bolsonaro, mas pedir impeachment agora, é oportunismo”, declarou em entrevista ao Jornal da Manhã. Fernando Henrique ressaltou que para depor um presidente democraticamente ele teria "que ter feito algo contra a Lei maior, tem que deixar de governar por pressão do Congresso e o povo precisa ir às ruas pedir". "Não é isso o que está acontecendo", afirma.

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Durante a entrevista, FHC chegou a chamar o desejo por um impeachment de “sonho de uma noite de verão” de quem é contra Bolsonaro e disse esperar que o presidente aprenda, no exercício do cargo, a tomar as decisões com mais atenção e falar com menor intolerância.

Ao mesmo tempo, Fernando Henrique parece esperançoso com a oposição. "Deve ter alguma reação de alguma liderança porque o que temos hoje não é conservador, é retrógrado", pontuou.

Por fim, o ex-presidente afirmou que defende uma liderança centro progressista. “Centro porque extremismo leva a discussão polarizada entre agentes que não entendem. E progressista porque o povo ainda é desigual, ainda tem miséria. Precisamos de mais igualdade, democracia, respeito a lei e ordem". 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) usou o Twitter, neste sábado (5), para incentivar a população a reagir diante das ações do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) fazendo protestos. FHC comparou atitudes da gestão Bolsonaro com a violência no país e a entrega de armas nas mãos de bandidos.

“A violência dos bandidos assim como as do governo preocupam. Armas nas mãos de bandidos ou de quem não sabe usá-las aumenta o medo. Demitir funcionários em áreas culturais por ideologia repete o desatino”, observou o ex-presidente. 

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“Sem reação as democracias morrem. Há liberdade para protestar. Usemo-la”, emendou, na publicação no microblog.

Esta não é a primeira vez que FHC usa o Twitter para criticar o governo de Bolsonaro. O tucano já disparou contra a falta de abertura do presidente para negociações com o Congresso Nacional e disse que o chefe do Executivo sofria de “incontinência verbal”

Em sessão especial para comemorar os 40 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Palestina no Senado, o embaixador da Palestina, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, relembrou o esforço do Brasil pela paz no Oriente Médio. Ele pediu que o atual governo reafirme o compromisso pela defesa do direito de autodeterminação do povo palestino.

“Reconhecemos as contribuições dos presidentes José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Michel Temer, dos chanceleres e diplomatas brasileiros e de funcionários do Itamaraty. E o que esperamos do senhor presidente Jair Bolsonaro? Juntar-se ao esforço tradicional deste grande Brasil. Viva a amizade entre Brasil e Palestina”, disse Alzeben durante a sessão.

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O representante da Palestina afirmou que o apoio do Brasil é fundamental pelo papel que desempenha no cenário mundial e destacou que “quase todos” os líderes mundiais apoiam o pleito palestino de criação de um Estado próprio.

“Todos acompanhamos a sessão atual da Assembleia Geral das Nações Unidas. Quase (insisto na palavra “quase”) todos os discursos de líderes mundiais coincidem em seu apoio à solução de dois Estados. Todos coincidem com a posição oficial palestina de que o conflito provocado pela ocupação é político e territorial, e não religioso, e de que a solução é política”, defendeu Alzeben, que agradeceu ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e ao senador Esperidião Amin (PP-SC) pela homenagem.

O histórico de amizade entre Brasil e Palestina também foi relembrado pelo presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil, Ualid Hussein Ali Mohd Rabah.

“Apostamos muito que o Brasil saberá seguir seu caminho inexorável de superpotência e contribuirá para que tenhamos um mundo mais justo para os povos, inclusive para o povo palestino. O Brasil e a Palestina devem seguir juntos, porque seus sonhos só se realizam num novo mundo. O Brasil será maior num mundo em que a Palestina seja livre”, defendeu.

Dois Estados

Representando o governo, o diretor do Departamento de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, Sidney Romero, disse que o Brasil quer uma solução “justa e abrangente” para o conflito Israel-Palestina.

“Em mais de uma ocasião neste ano, expressamos nosso apoio a uma solução de dois Estados. O Brasil apoia uma solução que, além de justa e abrangente, seja efetiva e definitiva. Esperamos que abordagens inovadoras tragam consigo a virtude de destravar as discussões em torno dos temas mais delicados do conflito”.

Segundo Romero, a visita de Jair Bolsonaro ao Oriente Médio em outubro demonstra a importância que o governo brasileiro confere ao relacionamento com todo o mundo árabe.

“Nossos laços culturais, econômicos e políticos com o mundo árabe são inquebrantáveis. A visita do presidente Jair Bolsonaro à Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Catar, em outubro próximo, a ser realizada ainda em seu primeiro ano de mandato, reforça, inequivocamente, a importância de nosso relacionamento com os países da região”, disse.

Esperidião Amin foi o autor do pedido de homenagem. Ele destacou que o Estado brasileiro sempre foi um defensor da autodeterminação e da soberania do povo palestino. Em 2010, o Brasil reconheceu oficialmente o Estado da Palestina, levando outros países da América Latina a fazer o mesmo, apontou o senador.

“Desejamos a paz entre palestinos e israelenses e uma vida melhor, cheia de prosperidade, para todos os povos do mundo e, especialmente, para os povos da região. Para isso, podem sempre contar com o Brasil”, afirmou.

*Da Agência Senado

 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que “foi um erro” o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, ter deixado a magistratura e aceitado ocupar um cargo no governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Em entrevista ao programa Conversa com Bial, FHC ponderou que Moro não tem características de líder político. 

O jornalista Pedro Bial, que comanda o programa, questionou ao tucano se o ministro estava desmoralizado no cargo e o que ele deveria fazer. 

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"Se eu estivesse lá, eu me demitiria", disse Fernando Henrique. E emendou: "Foi um erro dele aceitar, qualquer ministério seria erro também, porque ele é juiz e deveria ser independente. Um juiz não necessariamente está qualificado para a função política, ele não tem as características de um líder político."

Na avaliação de FHC, Moro poderia aspirar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) e não no governo. “Ele podia, com legitimidade, aspirar ser ministro do Supremo Tribunal Federal. O que está mais longe agora do que estava antes”, observou. 

Para o ex-presidente, Moro deve ter seus “motivos explicáveis” para ter ingressado na gestão de Bolsonaro. “Acredito que ele tenha aceito por motivos explicáveis, para evitar que alguém tentasse sufocar a Lava Jato, mas ele chegou lá e viu que a situação era diferente”, argumentou o tucano. 

O PSDB vai eleger, nesta sexta-feira (31), o seu novo presidente nacional e se tudo seguir como apontam as conversas de bastidores, o novo comandante do partido será o ex-deputado federal Bruno Araújo (PE). A incógnita maior, contudo, não é sobre quem vai liderar a sigla nos próximos anos, mas qual a linha política que seguirá, se mais alinhada ao centro-esquerda e a social-democracia - perfil de quando foi criado em 1988 - ou à direita - tendo como principal aliado o presidente Jair Bolsonaro (PSL), atual protagonista da extrema-direita no país.

Nos últimos tempos, o PSDB deixou de ser o terceiro maior partido com representação da Câmara, perdeu governos estaduais e a tradicional polarização eleitoral contra o PT nas disputas pela Presidência da República. Em 2018, o candidato do partido e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, recebeu 5,9 milhões votos e ficou em quarto lugar na disputa. Foi o pior resultado de um postulante tucano ao cargo.

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Após isso, Alckmin, que seguiu presidente nacional, perdeu espaço e a liderança-mor interna para o governador de São Paulo, João Doria; que até pouco tempo era neófito na política, mas hoje já tem o nome ventilado como eventual candidato à Presidência em 2022.

Apesar da projeção eleitoral de muitos, Doria hoje é aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro, vem comungando com algumas de suas posturas conservadoras, já avisou que pretende fazer uma "faxina ética" no PSDB e é quem chancela o nome de Bruno para capitanear o partido.

Entretanto, a visão Doria não é a única dentro do PSDB. A legenda, como já é sabido, tem nomes históricos, como o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), do ex-senador José Serra, do deputado federal Aécio Neves e do senador Tasso Jereissati, além do próprio Alckmin. Uma estafe chamada recentemente de "cabeças brancas". Essa porção partidária concorda com a visão de reestruturação interna, após uma série de perdas, mas aparentemente não comunga com a adoção de traços baseados no bolsonarismo.

A saída da social-democracria

Na ótica do cientista político e professor do Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB), Frederico Bertholini, apesar da discordância da ‘velha guarda’ tucana, o que deve predominar é a estratégia de João Doria, apontado como um dos atores políticos que percebeu, antes até das eleições, que eles seriam derrotados nas urnas.

Segundo Bertholini, o resultado da eleição presidencial de 2018 levou o PSDB a “uma reflexão sobre o papel que tem no sistema político” e as novas lideranças tucanas que surgiram perceberam que a recuperação do protagonismo majoritário federal vai passar por uma readequação da linha ideológica da sigla.

“O PSDB viu na eleição do Bolsonaro um espaço para se redirecionar no espectro político e caminhar um pouco mais para direita, com uma ideia conservadora e uma agenda mais de valores conservadores. Tudo isso atrelado com algo que o PSL não tem, que são quadros. O PSDB sempre teve quadros com uma forte interlocução com a academia e com essa boa interlocução com políticos. O que passa uma ideia de menos demonização da política e mais compreensão de como governar”, observou.

Esse redirecionamento, contudo, pode fazer com que o partido perca parte do tucanato mais antigo. “É uma espécie de encruzilhada, ao mesmo tempo que as novas lideranças querem levar o partido mais para direita, existe uma outra força que pode complicar o jogo, pois talvez essa guinada faça com que o PSDB perca esses quadros que são o diferencial diante do PSL”, destacou.

Indagado se Fernando Henrique Cardoso e outras lideranças deixariam de ser protagonistas internos do PSDB, com a estratégia do governador de São Paulo, o cientista político disse que não tanto.

“É evidente que eles têm muito poder no partido, não vão perder completamente espaço, mas a tendência é que as novas lideranças levem o partido a ser aquilo que não exatamente reflete as ideias deles. E essas novas lideranças fazem isso percebendo que o espaço da social-democracia esteja ocupado por partidos que estão mais ligados com a esquerda”, salientou Frederico Bertholini.

Tomar o espaço de Bolsonaro

Para o professor da UnB, João Doria parte da premissa que o PSDB perdeu voto do campo social-democrata e quer aproveitar os que elegeram Bolsonaro por repudiar o PT.

“Essa estratégia acorda o PSDB para o seguinte quadro: tem um monte de eleitor que odeia o PT e outros que odeiam as ideias que o PT defende. Esses eleitores foram os que abraçaram Bolsonaro, que é um quadro visivelmente despreparado para as funções que exerce, então porque nós, um grupo preparado para governar, não podemos ocupar esse espaço”, argumentou o estudioso.

Dentro do PSDB, essa estratégia do governador de São Paulo é vista, como por exemplo pelo ex-presidente nacional Alberto Goldman, como uma tentativa de  tomar conta do partido para disputar a Presidência em 2020. O cientista político vê como uma “sinalização importante para a sociedade”, mas o resultado disso também pode se dar na retomada de espaço no Legislativo federal.

*Foto dentro da matéria: Clauber Cleber Caetano/PR

A deputada estadual por São Paulo Janaina Paschoal (PSL) recorreu, nesta quarta-feira (15), à sua conta oficial no Twitter para afirmar que os protestos marcados para acontecer no país hoje não são para combater os cortes na educação ou a reforma da Previdência, mas têm a finalidade de derrubar o presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Baseando-se neste pensamento, a parlamentar, que foi autora do processo que resultou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), fez questão de aconselhar o presidente e seus aliados.

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“Peço a Bolsonaro que pare de ouvir Olavo. Ele tem uma obra incrível, mas a obra não se confunde com o autor. Peço a Bolsonaro que pare de ouvir os próprios filhos. Siga amando seus filhos, mas os afaste, por favor”, cravou, em publicação no microblog.

“Muitos querem derrubar Bolsonaro, mas não somos nós! Nós enfrentamos todos os riscos para dar uma chance ao país. Bolsonaro, reflita! Eu nunca menti para o Sr! O Sr sabe!”, acrescentou a deputada, que chegou a ser convidada, em 2018, para ser vice do atual presidente.

Aos aliados de Jair Bolsonaro, Janaina também foi direta. “Peço, encarecidamente, àqueles que ajudaram a elegê-lo que parem de brigar entre si. É isso que eles querem. É assim que se fortalecem. Parem de brigar internamente! A briga com os verdadeiros opositores (que estão unidos) está só começando!”, ressaltou.

“Afastem as teorias da conspiração da mente... Não houve um único grupo (ou pessoa) responsável pela vitória de Bolsonaro. Houve um povo cansado que se uniu e abraçou nossa única alternativa naquele momento. Caiam na real!”, complementou.

Crítica a Fernando Henrique Cardoso

Pouco antes de dar os conselhos, a deputada mais votada do país nas últimas eleições também desferiu críticas contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) por já ter ponderado diversas vezes a possibilidade de impeachment de Jair Bolsonaro.

“Muito curioso, quando eu pedi o impeachment de Dilma Rousseff, com base em crimes graves, fartamente demonstrados, FHC saiu em defesa da ex-Presidente, diminuiu minha denúncia, mesmo confessando não ter lido... depois, serviu como testemunha de defesa de Lula em vários processos”, contou.

“Agora, no nascedouro do governo Bolsonaro, ele diz aos sindicalistas, que o impeachment pode ser inevitável. E ainda tem quem diga que FHC era o líder da oposição ao PT!? FHC é o mais letrado dos petistas!”, emendou alfinetando.

A deputada federal e líder do PSL na Câmara Joice Hasselmann respondeu a um comentário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o projeto de reforma da Previdência.

Em seu perfil oficial no Twitter, FHC criticou o projeto proposto pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Ouvi depoimento do economista, que não conheço, Eduardo Moreira, sobre a reforma da Previdência: o ponto dele é correto, tiremos dos que mais ganham, não dos pobres”, opinou.

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 Fernando Henrique ainda complementou pontuando que o projeto deve ser repensado. “A reforma é necessária, mas o olhar tem que ser tanto fiscal quanto redistributivo. Eis a questão e a dificuldade”, disse.

Após o comentário do ex-presidente, Joice Hasselmann, também por meio do Twitter, alfinetou FHC. “Alô FHC! Seu governo tentou e fracassou. A nova Previdência é um sistema por idade e não por tempo de contribuição”, argumentou a deputada.

Hasselmann continuou explicando sobre a contribuição da população. “Os mais ricos e os mais pobres se aposentam com a mesma idade. E também diminuímos a contribuição dos mais pobres”, finalizou.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) mandou um novo recado para o presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre a articulação do governo com o Congresso Nacional. Em entrevista ao jornal O Globo, nesta terça-feira (2), o tucano disse que “negociar com o Congresso não é fazer mensalão” e alfinetou a tese de que Bolsonaro está trabalhando baseado na chamada nova política e, por isso, prefere não barganhar apoios entre senadores e deputados.

“O Brasil vai precisar fazer alguma reforma e o governo precisa entender que negociar com o Congresso não é fazer o mensalão. Ou tem um projeto e chama aqueles que vão decidir para participar ou fica sozinho. Não pode olhar a representação parlamentar, fechar o nariz e dizer: essa gente não tem nível”, disse o ex-presidente.

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FHC já chegou a alertar Bolsonaro, no ápice da briga dele com o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), que um presidente que não se entende com o Legislativo termina caindo. “Vi queda de muitos presidentes. Queria falar com o governo que do jeito que as coisas vão, [o país] está à deriva. Será que ele escutou? Não sei”, ponderou na entrevista.

Já sobre a questão de Bolsonaro resistir as articulações por acusar do Congresso de atuar vivenciando uma “velha política”, Fernando Henrique foi direto. “Ao rejeitar essa gente ele está rejeitando o Brasil. Não pode. Não tem como desprezar a maioria. Chega uma hora , ela vai dizer: 'Estou aqui e você não é nada'”, argumentou.

“Na democracia ou na ditadura você reparte o poder ou não tem como governar. Se você não tem competência para repartir o poder, você compra o poder. Isso não dá. Mas [Bolsonaro] não pode confundir dividir poder com comprá-lo”, acrescentou.

Alguns apontam que a postura de Jair Bolsonaro seja uma estratégia para enfraquecer o Congresso Nacional, FHC discorda. “Estratégia? Não é o estilo dele ter uma estratégia. É muito elaborado. Não creio que seja essa a ideia de jogar o povo contra o Congresso. Aliás acho difícil isso acontecer no Brasil porque a fragmentação partidária é muito grande. O povo se move quando tem coisas mais objetivas em jogo”, salientou.

Como outros ex-presidentes, o tucano também tentou aprovar uma reforma da Previdência, mas não obteve êxito. Questionado se agora acredita que mudanças da regra previdenciária seriam aprovadas, ele cravou: “é fácil falar e difícil fazer”.

“Eu só consegui fazer o fator previdenciário. Mas, em última análise, a reforma da Previdência agora vai dar liberdade para o governo governar. Nesse momento o governo está sob absoluta pressão e restrição orçamentária. Mas essa história de ajuste fiscal é para economista. Não é coisa de povo. É um assunto que mexe mais com as estruturas corporativas e daí é importante o poder de persuasão do presidente”, observou.

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