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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou o compromisso de apoiar a reindustrialização do País durante participação em evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que celebrou o Dia da Indústria.

"Queremos apoiar a indústria, sabemos o papel da indústria no desenvolvimento", declarou Haddad em discurso no encerramento do evento, que também contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin.

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Dirigindo-se ao presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, o ministro assinalou que o plano apresentado pela entidade para adensar o setor industrial também é o plano de governo.

Na mesma linha, Alckmin disse que fortalecer o setor é "fundamental", já que a indústria paga os melhores salários e agrega valor aos produtos nacionais. O vice-presidente, que também é ministro da Indústria, salientou aos empresários da indústria paulista que a Lei de Garantias pode derrubar custo do crédito, agradecendo, nesse ponto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por ter designado um relator ao projeto.

Arcabouço fiscal

O ministro Fernando Haddad também fez na Fiesp comentários sobre a aprovação com folga na Câmara do novo marco fiscal. Em relação à votação na noite de terça-feira, o titular da Fazenda fez um afago ao presidente da Câmara, Arthur Lira, pela "liderança" na aprovação da regra substituta do teto de gastos. Segundo ele, o marco fiscal garante reposição de 100% de verbas da educação desviadas para outros fins.

Em mais um apelo pela harmonização nas políticas fiscal e monetária, Haddad citou também a "exigência" de seu ministério e o Banco Central (BC) andarem "de mãos dadas" para o Brasil voltar a crescer.

 

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Com a reforma tributária no topo da lista de reivindicações do setor, o Dia da Indústria, celebrado nesta quinta-feira, 25, terminou com manifestações de otimismo do governo sobre mudanças no modelo de recolhimento de impostos, considerado anacrônico e disfuncional, além de um pedido público do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de pressa na votação das matérias encaminhadas ao Legislativo.

O apelo foi feito por Lula ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no encerramento de evento na sede da Fiesp que reuniu especialistas, representantes do setor público e empresários para discutir os caminhos da reindustrialização do País. "O Brasil precisa de tudo. E nós voltamos para fazer esse quase tudo. E só temos 1200 dias de governo. Pacheco, por favor, apressa as votações porque o trem está apitando", declarou o chefe do Executivo ao presidente do Senado.

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Antes de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia considerado o Congresso "maduro" para votar a reforma tributária, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, falou de uma "construção coletiva" que já permitiu uma votação expressiva a favor do arcabouço fiscal e deve, agora, atuar na reforma dos impostos que recaem sobre o consumo.

A plateia era formada por empresários da indústria, mas Lula aproveitou a oportunidade para aliviar tensões com setores do agronegócio. "A gente quer que a indústria cresça, mas a gente também quer que o agronegócio continue crescendo ... O Brasil precisa cada vez mais ser exportador de grãos e de carnes", disse Lula, acrescentando que o crescimento do agronegócio não atrapalha a indústria, até porque, para ser mais produtivo, o campo precisa investir em máquinas e equipamentos.

Primeiro a discursar no encerramento, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, já tinha reforçado a urgência de aprovação da reforma tributária para corrigir as distorções de um sistema que "pune a indústria e o crescimento nacional". A solução para desonerar investimentos e exportações, defendeu, está na criação de um imposto sobre valor agregado, em substituição a cinco tributos atuais.

O empresário da indústria têxtil, herdeiro da Coteminas, distribuiu elogios a Pacheco, a quem parabenizou pelo encontro com empresários na terça-feira que "deixou todos otimistas", ao BNDES, que pela manhã lançou linhas de financiamento que demonstram o compromisso do banco de voltar a ser uma instituição de desenvolvimento e industrialização, e ao próprio Lula, pelo artigo, em parceria com Alckmin, sobre neoindustrialização publicado hoje pelo Estadão.

Os ataques do presidente ao Banco Central também tiveram ressonância nas declarações de Josué. "Em 30 anos, o juro real do Brasil sempre esteve acima de seus pares ... Resolvido arcabouço fiscal, reforma tributária e juros, parte do trabalho para recuperar a indústria estará feito", assinalou o presidente da Fiesp, para quem a reindustrialização é "fundamental" para fortalecer a classe média e a democracia.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, chamou de “pornográficas” as taxas de juros no Brasil. Em discurso nesta segunda-feira (20), no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ele disse que os atuais valores são inconcebíveis e precisam ser reduzidos.

“É inconcebível a atual taxa de juros no Brasil. Muitos querem associá-la a um problema fiscal. A tese é que há um abismo fiscal. Abismo fiscal num país que tem 73% do PIB de dívida bruta. Tirando as reservas [cambiais] são mais ou menos 54% de dívida. Tirando o caixa do Tesouro Nacional, são menos de 45% do PIB de dívida líquida, num país com a riqueza do Brasil. Então esta não é uma boa explicação para as pornográficas taxas de juros que praticamos no Brasil”, disse.

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Segundo ele, altas taxas de juros prejudicam os investimentos da indústria brasileira.

No mesmo evento, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também criticou o valor da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% desde agosto do ano passado.

“Não há nada que justifique ter 8% de taxa de juros real, acima da inflação, quando não há demanda explodindo e, de outro lado, no mundo inteiro, há praticamente juros negativos. Nós acreditamos no bom senso e que a gente vá, com a nova ancoragem fiscal, superar essa dificuldade”, disse.

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, se reúne a partir desta terça-feira (21), para definir a nova taxa Selic.

Estudo divulgado nesta segunda-feira (6) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre a mão de obra feminina na indústria mostra que o caminho para sanar a disparidade de gênero no setor ainda é longo. De acordo com o levantamento, mulheres da indústria recebem 14,7% a menos do que os homens e, com um avanço paulatino registrado, a paridade salarial só deve ocorrer em 2035.

O estudo aponta que as trabalhadoras na indústria recebem, em média, R$ 3.294,75 por mês, enquanto a média dos homens no setor é de R$ 3.863,68 por mês, uma diferença de 14,7%. Apesar de uma diminuição gradativa que vendo sendo observada desde o início da série, em 2006 (quando a diferença era de 30,5%), a entidade afirma que a paridade salarial no Estado deve ocorrer apenas na próxima década.

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Em conversa nesta segunda-feira (30) com diretores da sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Congresso Nacional deve voltar a "abraçar” o tema da reforma tributária depois das eleições para as presidências do Senado e da Câmara Federal. Para o ministro, a reforma tributária só não foi aprovada no ano passado pela insistência em se retomar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Segundo o ministro, os governadores também já se manifestaram favoráveis à votação da reforma. “Todos os governadores se manifestaram, inclusive formalmente e publicamente, a favor da votação da reforma, que só não foi votada no ano passado porque ainda se insistia na agenda da contribuição. Isso aí acabou criando obstáculos para aprovação da reforma”, afirmou.

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De acordo com Haddad, a reforma tributária será discutida em duas etapas. A primeira delas deverá ser feita ainda no primeiro semestre deste ano. “Não queremos mexer com o Simples nessa primeira etapa. Imagino que, no segundo semestre, em tudo dando certo no primeiro, a gente vai poder endereçar outros assuntos.”

Haddad destacou também que o novo governo será de “alta intensidade” e que vai priorizar as agendas fiscal, regulatória e de crédito nos próximos meses. “Vejo uma enorme oportunidade. Primeiro, na agenda fiscal, que vem a ser a aprovação da reforma tributária e do novo arcabouço fiscal que já vai pacificar o Brasil em front delicado. Temos que sair da agenda de curtíssimo prazo”, disse.

Agenda de crédito Sobre a agenda de crédito, o ministro disse ter conversado, na manhã de hoje, com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e que eles pretendem “desengavetar ações”. “Temos muito o que fazer em relação ao crédito no Brasil. Vamos desengavetar todas as iniciativas do Banco Central que estavam paralisadas dentro do Executivo.” 

A jornalistas, o ministro disse ainda não saber que ações seriam essas. “O que me comprometi com ele [presidente do BC] é que em 15 dias vamos ter todas as medidas na mão e vamos encaminhar ao Congresso Nacional, depois de uma avaliação interna no Ministério da Fazenda. São medidas que vão melhorar o ambiente de negócios no Brasil. A ideia é que, em março, a gente já encaminhe isso para a Casa Civil.” 

Na questão regulatória, o ministro destacou que o Brasil tem uma oportunidade de se reindustrializar a partir de uma energia limpa. “Temos a oportunidade de sermos um dos maiores produtores de energia limpa do mundo. Temos a oportunidade de nos reindustrializar a partir dessa matriz. O mundo inteiro está em busca de energia limpa. As indústrias estão escolhendo locais para se instalar com base em energia limpa. E o Brasil é o país que está mais bem posicionado para produzir energia eólica, solar, biomassa, tudo o que está disponível. E isso pode ser um forte componente de atração de investimentos estrangeiros no Brasil e de reindustrialização do capital nacional. Acredito que a mudança climática, a crise climática, pode nos oferecer um caminho de desenvolvimento muito interessante”, destacou.

Pix

Durante a reunião com a diretoria da Fiesp, que durou cerca de duas horas, o ministro disse ainda que o Banco Central estuda oferecer uma nova função ao Pix. “Em meados deste ano, o Pix vai virar instrumento de crédito. Isso vai baratear muito o crédito no Brasil. Isso está na agenda do BC e vai ser lançado ainda neste ano.”  Mercosul Aos diretores da Fiesp, o ministro também defendeu o fortalecimento do Mercosul como forma de melhorar a capacidade de negociação da região com outros países e blocos do mundo. Para o ministro, seria importante integrar outros países ao bloco, como a Bolívia, e também avançar para uma zona de livre comércio.

“O que defendo é o fortalecimento do Mercosul. Acho que, dentro do Mercosul, devemos ter uma zona de livre comércio. Devemos transformá-lo em um bloco econômico e negociar em bloco com China, União Europeia, Estados Unidos e com quem for. Quanto mais a gente adensar o bloco, maior vai ser nossa capacidade de negociar bons acordos comerciais com o mundo", disse Haddad.

O ministro foi convidado a participar da reunião com a diretoria da Fiesp em um momento em que a federação paulista enfrenta um problema interno, que quase provocou a saída de seu presidente Josué Gomes.  Gomes assumiu a presidência da Fiesp no ano passado, substituindo Paulo Skaf, que estava há 17 anos no cargo. Apesar de a eleição do atual presidente da Fiesp ter sido apoiada por Skaf, os dois manifestaram posições divergentes nas eleições presidenciais de 2022.

Em agosto, a Fiesp, já sob o comando de Josué Gomes, articulou uma carta em defesa da democracia, junto a outras representações empresariais, intelectuais e organizações da sociedade civil. Skaf foi apoiador de Jair Bolsonaro.

Na semana passada, no entanto, eles lançaram uma nota conjunta afirmando terem contornado as divergências. Hoje mesmo, Skaf foi convidado a sentar na mesa ao lado de Josué Gomes e do ministro Fernando Haddad.  Questionado sobre esse problema por jornalistas, o ministro respondeu apenas que não tem “detalhes sobre o problema interno que a Fiesp viveu”.

Diante de empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nesta terça-feira (9), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou o Auxílio Brasil aprovado no governo de Jair Bolsonaro (PL), defendeu que o País "retorne à normalidade" e enalteceu sua parceria com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Ele também fez defesa enfática das urnas e do processo eleitoral.

"Como a gente pode viver em um país em que o presidente conta sete mentiras por dia? Que chama uma carta que defende a democracia de cartinha? Quem sabe a carta que ele gostaria de ter é um feita por milicianos no Rio de Janeiro. E não uma carta feita por empresários, intelectuais defendendo o regime democrático, defendendo a urna eletrônica", disse Lula, que fez uma defesa enfática do atual processo eleitoral. "Que negócio é esse de as Forças Armadas fiscalizarem as urnas? Os militares têm de fiscalizar nossas fronteiras", afirmou. Lula disse que o País vive uma crise de governabilidade e uma crise de "falta de sintonia" entre o estado e instituições que são a garantia do próprio estado.

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Sobre o Auxílio Brasil, Lula afirmou que o País está assistindo à "maior distribuição de dinheiro que uma campanha política já viu desde o fim do Império". "Me preocupa se o povo aceitará pacificamente a retirada desses benefícios depois das eleições", disse.

Defesa de Alckmin

Ao tratar de sua parceria com Alckmin, disse que a aliança é "uma das grandes novidades políticas desse país". "Já fomos adversários. Esse jeitão dele bonzinho não foi tão bom na campanha. Eu tô com as canelas até agora machucadas", disse Lula, arrancando risos da plateia. "E eu e ele resolvemos relegar a segundo plano e compor uma chapa", afirmou o petista.

"Caneladas passam, é preciso olhar para o futuro", disse Alckmin, que voltou a repetir que o "hit" agora é "lula com chuchu".

"Essa junção só pode fazer as pessoas entenderem que não aconteceria se nós não tivéssemos convicção da nossa responsabilidade. Até porque estamos pegando um Brasil um pouco pior do que o que eu peguei em 2003, com um agravante, que é a falta de credibilidade internacional", disse Lula.

O ex-presidente lembrou de seu relacionamento com José Alencar, que foi seu vice-presidente em dois mandatos e é o pai de Josué, presidente da Fiesp. O petista disse que Alencar era tratado como presidente, e não como vice, e prometeu a Alckmin "você também vai ser tratado assim".

O economista e ex-presidente do BNDES André Lara Resende chegou à Fiesp acompanhando a comitiva do PT. Lula estava com o coordenador de seu plano de governo, Aloizio Mercadante, o candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo, Fernando Haddad, o ex-chanceler Celso Amorim, o ex-governador do Piauí Wellington Dias e o ex-ministro Luiz Dulci.

Lula tem ampliado o diálogo com o empresariado de diferentes setores, para tentar desfazer o mal-estar entre atores econômicos com o PT. A ida da comitiva petista à Fiesp é um sinal desse novo momento. Antes, sob o comando de Paulo Skaf, a Fiesp patrocinou uma campanha contra medidas adotadas no governo Dilma Rousseff. O "pato da Fiesp", mascote da ação da entidade, tornou-se um símbolo dos protestos contra Dilma, que foram cruciais para o caldo político e social que culminou no impeachment da petista.

O bom relacionamento de Lula com Josué Gomes da Silva já fez com que ele fosse cotado para ser vice do petista na eleição de 2018. Na época, o empresário era filiado ao então PMDB. No ano passado, a Fiesp recuou da ideia de divulgar um manifesto em defesa das instituições - e oposição aos atos de 7 de setembro contra o Supremo Tribunal Federal que vinham sendo convocados por bolsonaristas. Neste ano, por outro lado, a entidade está na liderança de um movimento pela defesa da democracia e do processo eleitoral articulado por empresários e sociedade civil, que deve culminar com um ato no dia 11 de setembro na Faculdade de Direito da USP.

Aliados

Alckmin agradeceu "a posição da Fiesp na defesa da democracia". "As pessoas passam, as instituições ficam. O que precisamos é ter boas instituições. A nação é mais importante que o governo. O governo é o braço político do estado. A nação é nossa língua, nossa cultura, nossa religião. A luta dos que já morreram. A nação assinou a carta aos brasileiros", disse Alckmin.

Alckmin afirmou ser necessário acompanhar os empresários em "preocupações" expostas pelo presidente da Fiesp, como a "competitividade", o combate à inflação, e o crescimento com sustentabilidade. "E, aqui, bem colocado, os acordos internacionais. O presidente Lula é um homem reconhecido no mundo inteiro e vai recolocar o Brasil na economia mundial", disse o ex-governador.

Lula passou a palavra a Mercadante e a Alckmin antes de discursar. Ao iniciar seu pronunciamento, Mercadante, que foi derrotado por Alckmin na disputa pelo governo de São Paulo em 2010, também elogiou a união do ex-tucano com Lula. A aliança, disse ele, é "improvável, imprescindível nesse momento do país e complementar".

Engrossando o coro de Lula, Mercadante também criticou o modelo do auxílio emergencial. "Uma das nossas elaborações é o novo Bolsa Família, que é muito melhor do que essa compra de voto que estamos vendo", afirmou. Em seu discurso, Mercadante ainda afirmou ser inegociável a presença de políticas sociais de combate à fome e à pobreza no governo. "Precisamos de um programa de renda exitoso como foi o Bolsa Família", disse.

O ex-ministro também pregou que o País volte a investir em infraestrutura, amplie investimentos na área de tecnologia e falou sobre a necessidade de ter uma agenda econômica sustentável. Mercadante voltou a defender o papel do BNDES para que a indústria retome seus investimentos.

O ex-ministro ainda disse que o BNDES deve aumentar sua presença nos investimentos para micro e pequenas empresas, e também no fomento de concessões. E ressaltou que o PT é favorável às concessões à iniciativa privada, e às Parcerias Público Privadas. "Nós fizemos dez vezes mais concessões do que o governo FHC e três vezes mais que Bolsonaro e ele pegou o modelo pronto que nós fizemos", disse.

Lula já esteve na Fiesp em julho, para um almoço organizado por Josué Gomes da Silva. Na ocasião, o encontro foi reservado com nomes do empresariado de diversos setores - não apenas do industrial. A reunião desta terça-feira faz parte das rodadas de conversas que a Fiesp tem organizado com todos os candidatos à Presidência. Bolsonaro havia confirmado participação no dia 11, mas cancelou a presença e não remarcou nova data.

O manifesto articulado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em defesa da democracia pede a estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento como o "sentido maior" do 7 de Setembro deste ano. O texto também reitera um compromisso com "a soberania do povo brasileiro expressa pelo voto", a independência dos Poderes e a importância do Supremo Tribunal Federal (STF).

A carta tem adesão de mais de cem entidades, segundo lista preliminar obtida pelo Estadão. Entre os signatários estão a Câmara Americana de Comércio (Amcham) e a Fundação Fernando Henrique Cardoso. Centrais sindicais também assinam o texto, como a CUT, além de entidades ligadas à proteção ambiental, como Greenpeace e WWF.

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De acordo com o manifestou, a democracia brasileira tem dado "provas seguidas de robustez". "As entidades da sociedade civil e os cidadãos que subscrevem este ato destacam o papel do Judiciário brasileiro, em especial do Supremo Tribunal Federal, guardião último da Constituição, e do Tribunal Superior Eleitoral, que tem conduzido com plena segurança, eficiência e integridade nossas eleições respeitadas internacionalmente."

Na quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro cancelou ida à Fiesp como candidato à reeleição. O chefe do Executivo havia marcado uma visita a entidade dia 11 de agosto. Dois eventos estão programados para ocorrer na mesma data, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), para manifestar a defesa do STF, do TSE e do respeito ao estado de direito.

A data marca o aniversário de 195 anos de criação dos primeiros cursos jurídicos do País. O movimento foi iniciado após o presidente Jair Bolsonaro (PL) colocar sob suspeita o processo eleitoral brasileiro, sem provas, a diplomatas estrangeiros.

A USP redigiu uma carta em defesa da democracia, em reedição ao documento de 1977, lido no pátio das arcadas, contra a ditadura. Neste ano, outros manifestos foram elaborados, ontem um deles de delegados de polícia. Ao menos 5 cartas já foram lançadas.

Leia a íntegra do manifesto da Fiesp, que será publicado nos principais jornais do País nesta sexta-feira, 5:

No ano do bicentenário da Independência, reiteramos nosso compromisso inarredável com a soberania do povo brasileiro expressa pelo voto e exercida em conformidade com a Constituição.

Quando do transcurso do centenário, os modernistas lançaram, com a Semana de 22, um movimento cultural que, apontando caminhos para uma arte com características brasileiras, ajudou a moldar uma identidade genuinamente nacional.

Hoje, mais uma vez, somos instigados a identificar caminhos que consolidem nossa jornada em direção à vontade de nossa gente, que é a independência suprema que uma nação pode alcançar. A estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios. Esse é o sentido maior do Sete de Setembro neste ano.

Nossa democracia tem dado provas seguidas de robustez. Em menos de quatro décadas, enfrentou crises profundas, tanto econômicas, com períodos de recessão e hiperinflação, quanto políticas, superando essas mazelas pela força de nossas instituições.

Elas foram sólidas o suficiente para garantir a execução de governos de diferentes espectros políticos. Sem se abalarem com as litanias dos que ultrapassam os limites razoáveis das críticas construtivas, são as nossas instituições que continuam garantindo o avanço civilizatório da sociedade brasileira.

É importante que os Poderes da República - Executivo, Legislativo e Judiciário - promovam, de forma independente e harmônica, as mudanças essenciais para o desenvolvimento do Brasil.

As entidades da sociedade civil e os cidadãos que subscrevem este ato destacam o papel do Judiciário brasileiro, em especial do Supremo Tribunal Federal, guardião último da Constituição, e do Tribunal Superior Eleitoral, que tem conduzido com plena segurança, eficiência e integridade nossas eleições respeitadas internacionalmente, e a todos os magistrados, reconhecendo o seu inestimável papel, ao longo de nossa história, como poder pacificador de desacordos e instância de proteção dos direitos fundamentais.

A todos que exercem a nobre função jurisdicional no país, prestamos nossas homenagens neste momento em que o destino nos cobra equilíbrio, tolerância, civilidade e visão de futuro.

Queremos um país próspero, justo e solidário, guiado pelos princípios republicanos expressos na Constituição, à qual todos nos curvarmos, confiantes na vontade superior da democracia. Ela se fortalece com união, reformando o que exige reparos, não destruindo; somando as esperanças por um Brasil altivo e pacífico, não subtraindo-as com slogans e divisionismos que ameaçam a paz e o desenvolvimento almejados.

Todos os que subscrevem este ato reiteram seu compromisso inabalável com as instituições e as regras basilares do Estado Democrático de Direito, constitutivas da própria soberania do povo brasileiro que, na data simbólica da fundação dos cursos jurídicos no Brasil, estamos a celebrar.

Brasil, 11 de agosto de 2022

Em debate com empresários promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) comparou o "sistema de cooptação de apoio" do governo federal, por meio do Orçamento Secreto, com "o trabalho de cooptação" realizado pelo Executivo paulista.

"O orçamento secreto foi o maior sistema de cooptação de apoio da história do Brasil. O País não tem a menor estrutura de planejamento para saber qual a coerência dos investimentos públicos que estão sendo feitos", disse. Por meio do Orçamento Secreto, o governo Bolsonaro e seus aliados destinam emendas a parlamentares, sem transparência e critérios, em troca de apoio no Congresso.

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O ex-prefeito comparou a gestão federal com os governos tucanos em São Paulo. "Aqui em São Paulo a situação não é melhor. O trabalho de cooptação que foi feito não foi em relação à Assembleia Legislativa [...] mas em relação às prefeituras", explicou. De acordo com ele, houve um "sistema de cooptação de prefeitos", no qual o gestor usa dinheiro público "para sentar com prefeito e fazer acordo político".

Haddad criticou o aumento de impostos e o não enfrentamento à guerra fiscal das gestões anteriores. O ex-prefeito afirmou ainda que os indicadores de investimento do governador Rodrigo Garcia (PSDB), seu adversário na corrida estadual, não significam que os recursos foram investidos.

"Não se iludam com indicadores de investimentos do governo do Garcia. São convênios e repasses para estatais, não significa que o dinheiro foi investido", disse. "O investimento foi feito porque o repasse foi feito, mas isso não significa nada", continuou.

Os encontros da Fiesp vão reunir outros candidatos ao governo de São Paulo, além dos presidenciáveis.

Vice

Cotada para vice na chapa de Fernando Haddad, a ex-secretária da Pessoa com Deficiência na Prefeitura de São Paulo Marianne Pinotti (PSB) marca presença no debate promovido pela Fiesp. Haddad participa de sabatina nesta manhã para discutir propostas de governo.

Na terça-feira (2), Haddad confirmou que a ex-ministra Marina Silva (Rede) recusou o convite para ser vice na chapa petista. Marina vai concorrer à Câmara dos Deputados e é vista como uma boa puxadora de votos pela sua legenda.

"O lugar dela em virtude do compromisso com a Amazônia é Brasília", disse o candidato, ao explicar a justificativa dada por Marina.

O presidente Jair Bolsonaro marcou para o dia 11 de agosto sua ida à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) como candidato à reeleição. A data escolhida por Bolsonaro é a mesma para a qual estão marcados dois atos em São Paulo em defesa da justiça eleitoral, da democracia e contra as investidas do presidente sobre o processo eleitoral brasileiro. Um desses atos tem a Fiesp como uma das principais articuladoras.

Diante de dirigentes da federação industrial, Bolsonaro deve ser convidado a assinar o manifesto preparado pela entidade em defesa da democracia, que tem apoio de outras entidades como a FecomercioSP e a Febraban. A informação foi revelada pelo jornal Folha de São Paulo e confirmada pelo Estadão.

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A Fiesp tem realizado debates com os candidatos à presidência para entregar as diretrizes propostas pelo setor industrial para o País e ouvir os planos de governo de cada presidenciável. Bolsonaro estará na sede da Fiesp, na Avenida Paulista, às 16h do dia 11, após, portanto, a realização das manifestações que ocorrerão na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

No Largo de São Francisco, durante a manhã, juristas, empresários, banqueiros, ex-ministros do Supremo Tribunal Federal e representantes de diversas entidades da sociedade civil planejam se reunir para um evento de resposta aos ataques de Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral. Dois atos são organizados para o mesmo período. Por meio do presidente da instituição, Josué Gomes da Silva, a Fiesp tem capitaneado a articulação de apoio ao movimento entre o ramo empresarial.

A possibilidade de convidar Bolsonaro a assinar o manifesto que trata do respeito às eleições é visto como algo "natural" dentro da Fiesp. Todos os presidenciáveis que estiveram na entidade até agora foram convidados por Josué a fazê-lo. É o caso de Luiz Felipe d'Avila (Novo), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

Ao receber Tebet nesta segunda-feira, 1º, Josué afirmou que o texto é "absolutamente apartidário" e disse que a Fiesp entende que é preciso ter democracia e o estado direito "fortalecidos e não ameaçados".

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá à Fiesp antes de Bolsonaro, no dia 9. O petista tem dito que não assinou o manifesto pela democracia até agora para não partidarizar o movimento, embora aliados do ex-presidente considerem que o ato pró-democracia é benéfico para a campanha do PT, pois retrata Bolsonaro como uma ameaça. O ex-presidente já esteve na Fiesp no mês de julho, para um almoço reservado com empresários.

Em seu primeiro evento oficial como candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT) afirmou a empresários paulistas que a "sede" da crise econômica do País passa pelo Estado de São Paulo e que a saída dela também.

"A sede da crise brasileira é São Paulo, e a saída para a crise brasileira, necessariamente, passa por São Paulo. Se a liderança paulista não compreender isso, o Brasil fica órfão. Não será o meu Ceará que vai liderar a revolução ideológica que nós precisamos estabelecer no País", disse.

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A declaração foi dada durante evento da Fiesp com diretores, conselheiros, sindicatos e associados das entidades sobre propostas para o Brasil.

Esses encontros vão reunir outros candidatos à Presidência. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participará da rodada de debates no dia 9 de agosto. Simone Tebet (MDB), no dia 1.º de agosto. Jair Bolsonaro (PL) e André Janones (Avante) não confirmaram presença.

A guerra Rússia-Ucrânia deve ainda impactar em abril no reajuste de preços de matérias-primas para um terço das empresas entrevistadas em pesquisa conduzida pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Para 43% das empresas, a eclosão da guerra agravou o reajuste de preços.

A guerra começou em 24 de fevereiro. Os preços internacionais recuaram, mas ainda estão, em alguns casos, maiores do que antes do conflito.

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A Fiesp entrevistou 131 empresas do Estado de São Paulo, entre os dias 14 e 17 de março para ter um termômetro da percepção das empresas sobre os efeitos da guerra tanto pelo lado da alta de preços quanto pelas dificuldades em encontrar os insumos.

O resultado da pesquisa, obtido pelo Estadão, mostrou também que 29% das empresas verificaram impacto na oferta de insumos para produção em março e 36,6% esperam efeitos em abril.

FALTA

A dificuldade para encontrar as matérias-primas aumentou, mas não é um quadro de falta de produtos. Somente 3,1% das empresas relataram que não encontraram insumos em março.

Para o economista-chefe da Fiesp, Igor Rocha, a situação requer monitoramento, mas aparentemente o quadro está longe de um cenário similar ao da pandemia da covid-19 em 2020, quando houve desabastecimento e aumento de preços: "A guerra afetou a cadeia de suprimentos numa proporção menor do que a pandemia, mas faz com que o processo de normalização dessa fase agora tenha um retardo."

Rocha lembrou que a economia já caminha para uma perspectiva de normalização das cadeias produtivas num processo lento e paulatino, o que pode agora demorar mais um pouco.

O novo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, disse, nesta quinta-feira (17), que a entidade se manterá apartidária em relação às próximas eleições. Segundo ele, a entidade "não tomará posições que são mais típicas de partidos políticos".

Apesar dessa posição, ele fez críticas duras ao governo Jair Bolsonaro, em um café da manhã com jornalistas. Disse que os livros de história contarão que o governo Bolsonaro foi o que mais atacou as instituições.

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Afirmou também torcer para que, caso seja reeleito, o atual presidente da República, passe a agir de forma diferente. E ressaltou que, seja quem for o candidato que ganhar as eleições presidenciais, o Brasil não vai acabar.

Dinamismo industrial e reflexos para o PIB

O empresário falou de suas preocupações com as questões sociais, ambientais e, do ponto de vista da economia, com o baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e a perda de dinamismo da indústria da transformação, principalmente por conta da estrutura tributária do País. Segundo ele, o baixo crescimento da economia brasileira tem uma relação estreita com a perda de dinamismo da indústria, especialmente a da transformação, nas últimas quatro décadas.

"Nas últimas quatro décadas, a indústria perdeu três", lamentou o presidente da Fiesp, para quem o setor, que emprega mão de obra de qualidade e com uma média de salários superior à de outros segmentos, tem por obrigação ajudar a reverter a crise social que se abate sobre o País.

"Meu escritório é aqui perto (da Fiesp). Deixo meu carro lá e venho a pé e vejo famílias morando na rua da cidade mais rica do Estado mais rico em plena Avenida Paulista. Não podemos achar que isso é normal", disse ele, acrescentando que uma das metas dos quatro anos de sua gestão é liderar a indústria a investir em educação e geração de empregos com bons salários para as pessoas.

Estrutura tributária

Gomes disse também que a perda de dinamismo da indústria está estreitamente ligada à estrutura tributária do País, que viu no setor facilidade para tributar. Disse que a alíquota de imposto incidente sobre a indústria é de 27% e que a Fiesp vai apoiar e trabalhar pela aprovação de uma reforma tributária.

O empresário disse ainda que o Brasil e seus governantes precisam entender que redução de impostos não quer dizer que haverá perda de arrecadação. Parafraseou o economista americano Arthur Laffer, que dizia que a instituição de alíquotas de imposto zero geram zero de arrecadação e que alíquotas de imposto de 100% também geram arrecadação zero na medida que as pessoas deixam de pagar seus impostos.

"Reduzir impostos para a indústria não implica em aumentar impostos para outros setores da economia. Mas temos que desatar o nó górdio da nossa estrutura tributária", ponderou Josué Gomes.

Por outro lado, segundo ele, o momento da indústria chegou e o mundo inteiro está debatendo o papel do setor no crescimento econômico. E o Brasil, segundo Josué, tem de debater a "reindustrialização" do País.

Após adiar a divulgação de um documento em que cobrava harmonia entre os Poderes, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) decidiu publicar, nesta sexta-feira (10), o manifesto "A Praça é dos Três Poderes". O texto não cita o nome do presidente Jair Bolsonaro e afirma que a mensagem "não se dirige a nenhum dos Poderes especificamente".

"A representação arquitetônica da Praça dos Três Poderes expressa a independência e a harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Essa é a essência da República. O espaço foi construído formando um equilátero. Essa disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais", diz o texto da Fiesp.

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O documento foi publicado sem a assinatura da Federação Brasileira de Banco (Febraban). A entidade, que havia referendado primeira versão do manifesto, havia dito que iria se desvincular de decisões da Fiesp - o Banco do Brasil e a Caixa Econômica ameaçaram deixar de integrar a federação dos bancos.

O manifesto da Fiesp é divulgado após o presidente Jair Bolsonaro recuar do tom adotado nos discursos nos atos de 7 de Setembro e publicar nota em que chegou até mesmo a elogiar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

"Esta mensagem não se dirige a nenhum dos Poderes especificamente, mas a todos simultaneamente, pois a responsabilidade é conjunta. Mais do que nunca o momento exige aproximação e cooperação entre Legislativo, Executivo e Judiciário. É preciso que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Esse é o anseio da Nação brasileira", diz o texto.

Na semana retrasada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), entrou em campo para atenuar o impacto político do manifesto da Fiesp e conversou por telefone no fim de semana com Paulo Skaf, presidente da entidade. Após a investida, a divulgação do documento foi adiada.

Após o recuo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), entidades do agronegócio brasileiro divulgaram um manifesto ontem em que defendem o estado democrático de direito garantidor da "liberdade empreendedora", o inverso de "qualquer politização ou partidarização nociva" que agrava os problemas do País. O texto é assinado por entidades do setor agroexportador brasileiro. A exemplo do documento produzido na Fiesp, o manifesto das entidades do agronegócio não cita o presidente Jair Bolsonaro.

Porém, opta por uma mensagem mais incisiva, ao descrever a sociedade brasileira como "permanentemente tensionada em crises intermináveis ou em risco de retrocessos e rupturas institucionais".

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O texto das entidades do agronegócio foi divulgado após a Fiesp decidir adiar a publicação de um manifesto que pediria a pacificação entre os três Poderes. A decisão surpreendeu signatários do documento e foi considerada unilateral. Skaf tomou a decisão depois de conversar por telefone com o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), aliado de Bolsonaro.

Empresários e representantes de entidades também se surpreenderam com a reação do governo federal - na medida mais dura, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal decidiram deixar a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) caso o manifesto seja publicado. Desde o início, a preocupação era de que o texto não assumisse um caráter antigoverno. Em nota, a Fiesp, afirmou que o adiamento atende ao interesse de dezenas de entidades que manifestaram apoio à causa.

Manifestações neste sentido estão sendo produzidas às vésperas do 7 de Setembro, que terá atos convocados por Bolsonaro e seus apoiadores. "Diante da decisão da Fiesp, essas entidades acharam melhor se manifestarem de forma conjunta e independente", disse Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). "Entendemos que se manifestar faz parte do espírito republicano."

O Estadão apurou que a nota das entidades do agronegócio foi produzida ao longo das últimas duas semanas. Embora evite "fulanizar" o recado, como disse um dos responsáveis pelo documento, a mensagem é endereçada ao governo.

As entidades dizem que estão preocupadas com os atuais desafios à harmonia político-institucional e à estabilidade econômica e social do País. "Em nome de nossos setores, cumprimos o dever de nos juntar a muitas outras vozes, num chamamento a que nossas lideranças se mostrem à altura do Brasil e de sua história", diz o documento. "Somos uma das maiores economias do planeta, um dos países mais importantes do mundo, sob qualquer aspecto, e não nos podemos apresentar à comunidade das Nações como uma sociedade permanentemente tensionada em crises intermináveis ou em risco de retrocessos e rupturas institucionais."

O manifesto tem como signatários a Abag, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), a Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma), a Croplife Brasil (que representa empresas de defensivos químicos, biológicos, mudas, sementes e biotecnologia), a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).

Setores representativos da agroindústria manifestam desde o início do atual governo preocupação com o crescente desmatamento florestal no País, o que ocasiona perda de mercados importantes na Europa e Estados Unidos. A crise institucional agravou a situação, segundo o representante de uma associação. "O Brasil é muito maior e melhor do que a imagem que temos projetado ao mundo. Isto está nos custando caro e levará tempo para reverter", alertam as entidades. "Somos força do progresso, do avanço, da estabilidade indispensável e não de crises evitáveis"

O texto lembra que, sob a Constituição Federal de 1988, a sociedade escolheu viver e construir o País por meio do estado democrático de direito. "Mais de três décadas de trajetória democrática, não sem percalços ou frustrações, porém também repleta de conquistas e avanços dos quais podemos nos orgulhar. Mais de três décadas de liberdade e pluralismo, com alternância de poder em eleições legítimas e frequentes", citam as entidades.

Segundo elas, o desenvolvimento econômico e social do País, para ser efetivo e sustentável, requer paz e tranquilidade, reconhecendo as minorias, a diversidade e o confronto respeitoso de ideias. "Acima de tudo, uma sociedade que não mais tolere a miséria e a desigualdade, que tanto nos envergonham."

O ministro da saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira (3) que o Brasil está "na iminência" de fechar um novo contrato de 100 milhões de doses da vacina contra covid-19 da farmacêutica Pfizer.

De acordo com o ministro, com o novo acordo, "o Brasil terá à disposição de sua sociedade 200 milhões de doses da vacina da Pfizer. Isso equivale a imunizar cerca da metade de sua população ainda neste ano, porque esse segundo contrato prevê para o mês de outubro já 35 milhões de doses", afirmou o ministro, durante evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

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Durante o encontro o ministro voltou a destacar que o Brasil "é o quinto país que mais distribui doses de vacinas", aproveitando para ressaltar o trabalho do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), reforçando que a Fiocruz começara a produzir vacinas com IFA totalmente nacional a partir do terceiro trimestre deste ano "o que é uma notícia muito alvissareira" afirmou, destacando o investimento do governo na área.

Em meio a quedas generalizadas das bolsas mundiais por causa do choque negativo no barril do petróleo, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, diz que há motivos para otimismo. Em nota divulgada nesta quarta-feira (11), ele afirma ver na queda do preço da commodity "uma oportunidade para vários setores industriais, uma vez que o petróleo está em quase todos os segmentos produtivos".

"Esta redução no preço do petróleo irá baratear o custo de transporte em geral, cargas, ônibus urbano, carro de passeio e companhias aéreas", pontuou Skaf, que preside a Fiesp há 16 anos.

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Na nota, Skaf também destaca indicadores positivos da atividade industrial de janeiro (crescimento de 0,9% na margem) e diz que os indicadores confirmam "previsões de um bom começo de ano para a economia brasileira".

O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, estão reunidos desde as 10h30 (de Brasília) com empresários em encontro promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na sede da entidade, na capital paulista. Há a expectativa de que uma fala do presidente aos empresários seja transmitida a jornalistas, que poderão acompanhá-la por telões instalados em outra sala. Não há previsão de horário para a transmissão.

Esta é a segunda visita de Bolsonaro à Fiesp em um intervalo de um mês, em mais um gesto de aproximação ao empresário Paulo Skaf, que preside a entidade.

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O movimento ocorre ao mesmo tempo em que o presidente se distancia cada vez mais do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que fez campanha para Bolsonaro na disputa presidencial de 2018 e foi adversário de Skaf na disputa para o governo do Estado.

Além de Guedes, outros representantes do primeiro escalão do governo acompanham Bolsonaro. São eles: o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Ramos, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, o secretário-especial de Comunicação Fábio Wajngarten, o advogado-geral da União, André Mendonça e o presidente da Embratur, Gilson Machado.

O encontro, chamado pela Fiesp como a primeira reunião do Conselho Superior Diálogo pelo Brasil, tem a participação de 34 empresários e executivos, entre eles André Bier Gerdau Johannpeter (Gerdau), Luiz Carlos Trabuco Cappi (Bradesco), Flavio Rocha (Riachuelo) e Carlos Alberto de Oliveira Andrade (Caoa).

Em viagem a São Paulo nesta segunda-feira (3) o presidente Jair Bolsonaro selou publicamente o alinhamento político com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. O empresário, que fez oposição sistemática ao governo Dilma Rousseff, pode deixar o MDB e migrar para o Aliança pelo Brasil, partido que o presidente pretende criar.

Pela manhã, Skaf esteve ao lado de Bolsonaro durante a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Colégio Militar de São Paulo, que será construído em um terreno ao lado do Campo de Marte, na zona norte da capital. O projeto arquitetônico do empreendimento foi doado pela Fiesp. Em seguida, eles visitaram a primeira turma de alunos do colégio, que está tendo aulas em uma unidade de treinamento do Exército, e, depois, almoçaram com empresários na sede da Fiesp, na Avenida Paulista.

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"Essa casa está apoiando o governo Jair Bolsonaro. Vamos estar juntos para derrubar todos os obstáculos. Estamos apoiando seu governo não por razão política e partidária, mas por enxergarmos com clareza que o rumo está certo", afirmou Skaf. Bolsonaro retribuiu. "Paulo Skaf conseguiu emprego no meu governo, o de porta-voz."

Bolsonaro também fez elogios ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por seu apoio às reformas do governo. "O Maia, como presidente de um dos Poderes, tem se mostrado mais que simpático (às reformas). Ele quer ser protagonista nessa questão." O presidente do Legislativo é Davi Alcolumbre (DEM-AP), e não Maia.

Com o MDB cada vez mais próximo do governador João Doria (PSDB), que não participou de nenhuma das agendas desta segunda, Skaf passou a ventilar a possibilidade de disputar o Bandeirantes em 2022 pelo Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro pretende criar.

Os bolsonaristas abriram o caminho para que o presidente da Fiesp assuma o comando da legenda no Estado. O movimento é consenso entre os filhos do presidente e o núcleo ideológico da futura legenda. As conversas entre Skaf e Bolsonaro estão avançadas e a cúpula do MDB já foi informada. O presidente e o empresário estudam apoiar, juntos, a candidatura do apresentador José Luiz Datena para a Prefeitura da capital.

Acompanharam Bolsonaro em São Paulo os ministros da Educação, Abraham Weintraub, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, além do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e da secretária da Cultura, Regina Duarte.

Desde que Bolsonaro tomou posse, a Fiesp se tornou uma "base" da Esplanada em São Paulo. Em 2019, dez ministros e 14 secretários estiveram 40 vezes na entidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo federal incluiu R$ 60 milhões em seu orçamento para a construção de um colégio militar no Campo de Marte, em São Paulo, neste ano. O projeto arquitetônico será patrocinado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e deve ficar pronto ainda em 2020, enquanto o prazo para concluir a obra é até 2023. 

O colégio não faz parte do projeto da criação de escolas cívico-militares, para inserir uma equipe de militares da reserva no papel de tutores em 108 unidades de ensino do país até o ano de 2023. A instituição será a 14ª escola militar do país, que tem colégios militares em Manaus, Belém, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Santa Maria, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. 

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A implantação de um colégio militar na área é um projeto antigo: no ano de 1995, o Exército demoliu prédios no Parque do Ibirapuera para iniciar a construção quando Paulo Maluf estava à frente da Prefeitura de São Paulo, mas o projeto não saiu do papel.

O chefe do estado-maior do Comando Militar do Sudeste, general Ricardo Piai Carmona, declarou à coluna da jornalista Mônica Bergamo que o presidente Jair Bolsonaro tem a construção do colégio como uma de suas prioridades. “O sonho é antigo. E quem realmente deu esse grande impulso foi o presidente da República”, disse o general à Folha de São Paulo. 

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