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O fotojornalista sul-africano Peter Magubane, que foi um dos grandes cronistas da violência racista do sistema do apartheid na África do Sul, morreu nesta segunda-feira (1º) aos 91 anos, anunciou sua família.

"Faleceu hoje em tranquilidade, rodeado por sua família", anunciou a SANEF, o órgão representativo da imprensa sul-africana.

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No início dos anos 1990, este fotógrafo negro trabalhou como retratista oficial de Nelson Mandela, após a saída da prisão do icônico personagem da luta contra o apartheid e que se tornou o primeiro presidente negro do país em 1994.

"A África do Sul perde um combatente pela liberdade, um cronista e fotógrafo sem igual", escreveu na rede social X o ministro da Cultura, Zizi Kodwa. "Ele documentou sem medo as injustiças do apartheid", acrescentou.

Uma das fotografias mais conhecidas de Magubane foi a feita em 1956. A imagem mostra uma menina branca sentada em um banco em que havia um cartaz que dizia "reservado aos europeus", e sua babá negra sentada no banco ao lado.

Magubane ficou preso durante períodos de vários anos por ter fotografado manifestações em frente a uma prisão e por ter desobedecido uma ordem judicial que o proibia de continuar exercendo seu ofício.

O fotojornalista publicou uma quinzena de livros, cuja maioria foi censurada durante o período do apartheid, que durou de 1948 até o início da década de 1990.

O livro Memórias Sangradas: vida e morte nos tempos do cangaço, do fotojornalista Ricardo Beliel, será lançado na próxima quinta-feira (30), às 18h, na Livraria da Praça (Praça de Casa Forte, 454, Casa Forte, Recife). A publicação foi finalista do Prêmio Jabuti 2022, nas categorias Biografia e Reportagem e Produção Gráfica.

Com textos e fotos do autor, o livro entrelaça as histórias de 43 personagens que vivenciaram o cangaço, o imaginário do movimento que dominou o interior do nordeste brasileiro entre os anos 1920 e 40, aspectos da vida sertaneja e a própria experiência de Beliel em busca dessas histórias por mais de uma década.

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Ricardo Beliel foi fotógrafo de O Globo, Manchete, Placar, Veja, IstoÉ, Jornal do Brasil, Lance e O Estado de São Paulo, vencedor do prêmio Abril de Jornalismo, e atualmente é professor de fotografia da ESPM/RJ.

Nesta quinta-feira (2) é celebrado o Dia Repórter Fotográfico, profissional responsável pelo registro de imagens que evidenciam as notícias dos veículos jornalísticos. Mais do que outras modalidades da fotografia, o fotojornalismo é focado em noticiar o mundo ao redor pelo relato visual. 

Para o repórter fotográfico Saulo Dias, o fotojornalismo é uma maneira de registrar a realidade que as pessoas não enxergam. “Cada dia é como caçar e matar um leão. Estar informado e ter responsabilidade”, comenta.

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Segundo Dias,  a pandemia do coronavírus (Covid-19) trouxe mudanças no cotidiano de quem trabalha com fotojornalismo. “Afetou muito quem cobria futebol, trouxe uma nova rotina de pautas como insumos, vacinas e o comércio no abre e fecha”, descreve. O fotojornalista lembra que durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, muitos de seus colegas se deslocaram a Brasília para realizar a cobertura.

O fotojornalista Paulo Pinto tem crítica ao momento atual para a profissão. Segundo ele, devido à acessibilidade oferecida pelas tecnologias, muitas pessoas acreditam que o simples fato de terem uma câmera na mão já os tornam aptos a serem  fotojornalistas. “Fica no quanto mais barato melhor, ou seja, a exigência é ter uma máquina fotográfica na mão, o resto não importa, esse é o mercado atual. Essa é a visão geral, sem retoques”, lamenta.

Os desafios do fotojornalista que estudou e trilhou um longo caminho para se profissionalizar são muitos. Pinto ressalta que, atualmente, o repórter fotográfico precisa “concorrer” com as câmeras de celulares, no que diz respeito à presença em um acontecimento ou notícia instantânea. 

Com mais de 30 anos de profissão, Paulo Pinto acompanhou toda a evolução da fotografia desde os anos 1980, em destaque, a transição do analógico para o digital. O fotojornalista define que o mais importante é entender as mudanças, se adaptar, ler, estudar e sempre se antecipar para resolver possíveis problemas.

Segundo ele,  o fotojornalista é como um historiador, que busca registrar os fatos de maneira eterna, seja pelo papel ou pixel. “Somos os principais divulgadores do que o mundo vê hoje em imagens, por isso, é necessário que sejamos responsáveis por aquilo que queremos mostrar com nossas imagens”, evidencia Pinto.

Na concepção do fotojornalista, o casamento entre o texto e a imagem podem fazer com que uma informação se torne única. “Uma foto vale por mil palavras, mas um texto bem elaborado, em perfeita união com uma imagem, é imbatível”, aponta Pinto. “Não precisa ser um expert em fotografia para entender uma foto nossa, basta identificar-se com o que o fotojornalista viu naquele instante para que o registro fique eternizado”, complementa.

Fotografar parece cada vez mais simples e fácil desde que a tecnologia das câmeras, sobretudo as embutidas em smartphones, começou a se expandir. Hoje em dia, registrar fatos, pessoas e acontecimentos é algo que pode estar ao alcance de qualquer um de nós, mas para contar verdadeiras histórias através das imagens é preciso um pouco mais que um bom equipamento.

É aí que entram os fotógrafos, profissionais que se dedicam a transformar em imagem as mais diversas histórias, acontecimentos e até sentimentos. A fotografia profissional demanda muitos anos de estudo, especializações, apuro técnico e sensibilidade. Através do seu olhar, o profissional da imagem constrói narrativas que podem atender a diferentes segmentos, indo da fotografia social ao fotojornalismo. 

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Esse último, considerado uma especialização do jornalismo, funciona como veículo de informação. O fotojornalista tem como objetivo noticiar os fatos através de suas imagens que vão somar informações a um texto escrito ou ainda, sintetizar a notícia em um único frame. 

Para comemorar o Dia do Fotógrafo, celebrado nesta sexta (8), o LeiaJá preparou uma pequena galeria com alguns registros de sua equipe fotográfica, o LeiaJáImagens. São profissionais que diariamente percorrem as ruas da cidade, de olhos e câmeras atentas, para levar ao leitor tudo que ele precisa saber. 

 

 

E no comando dessa equipe está Chico Peixoto, editor da Fotografia do LeiaJá. 

Fotos: LeiaJáImagens

 


 

O francês Marc Riboud, que morreu nesta terça-feira, aos 93 anos, fazia parte do grupo de fotógrafos cujas imagens são mundialmente conhecidas, como a "Fille à la fleur" (Menina com flor), que mostra uma militante contra a guerra do Vietnã enfrentando as baionetas dos soldados.

Mais fotógrafo do que fotojornalista, ele gostava de capturar, em preto e branco, imagens de momentos cruciais em um mundo em mudança.

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Seu olhar era capaz de captar instantes de graça e fotos como "Peintre de la Tour Eiffel" (Pintor da Torre Eiffel) viraram ícone no século XX.

"Não tenho qualquer mérito, a não ser ter subido a pé as escadas em caracol da Torre", comentou em 2009.

Foi depois de vender o negativo desta foto à revista americana "Life", em 1953, que o até então jovem engenheiro de 30 anos, procedente de uma família da burguesia de Lyon (leste), se tornaria fotógrafo e conheceria Henri Cartier-Bresson e Robert Capa, que o convidaram a fazer parte da prestigiosa agência Magnum.

Em 60 anos de carreira, suas fotos foram publicas em inúmeras revistas, como Life, Geo, National Geographic, Paris Match e Stern.

"A maior parte do tempo, passeio, eu passeio muito", comentou certa vez, explicando sua singularidade.

"Não sou um fotojornalista, tampouco um artista, sou fotógrafo, e isso é tudo. Não sou sempre bom, mas tento", insistia.

Nascido em 24 de junho de 1923 perto de Lyon, em uma família de 7 filhos, irmão de Antoine, futuro fundador e presidente do gigante do setor agroalimentício Danone, e de Jean, que presidiria a Schlumberger (empresa de serviços petroleiros), Marc Riboud começou a fotografar aos 14 anos com uma câmera Vest Pocket preta utilizada por seu pai nas trincheiras da guerra.

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