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Um terremoto de magnitude 7 sacudiu na madrugada desta terça-feira (tarde de segunda, 22, no Brasil) a fronteira entre China e Quirguistão, onde três pessoas ficaram feridas.

Autoridades locais enviaram uma equipe ao local do epicentro e cerca de 800 pessoas estavam prontas para atuar nos trabalhos de resgate, informou a agência de notícias estatal Xinhua.

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O sismo foi registrado pouco depois das 2h locais, a 13 km de profundidade, na região chinesa de Xinjiang, segundo dados revisados.

Duas casas residenciais e galpões de gado desabaram na área próxima ao epicentro, no condado rural de Wushi, que ficou sem eletricidade, segundo a imprensa estatal. Canais de TV de Nova Délhi noticiaram tremores fortes naquela cidade indiana, localizada a 1.400 km de distância.

- Réplicas -

Cao Yanglong, que estava em Aksu a negócios, disse à Xinhua que estava no 21º andar de um hotel e sentiu como se o estivessem sacudindo para tirá-lo da cama.

Após o primeiro tremor em Xinjiang, foram registradas três réplicas na região, com magnitudes entre 5 e 5,5.

Em Almaty, maior cidade do Cazaquistão, moradores foram para as ruas após o tremor, segundo imagens divulgadas pela imprensa e em redes sociais. Autoridades não relataram vítimas nem danos importantes.

Em Bishkek, capital do vizinho Quirguistão, pessoas também se refugiaram nas ruas. Bohobek Ashikeev, do Ministério de Situações de Emergência do Quirguistão, disse em mensagem de vídeo que não foram registrados danos nem baixas na cidade.

O tremor aconteceu um dia depois de um deslizamento de terra que soterrou dezenas de pessoas e causou pelo menos oito mortes no sudoeste da China.

Em dezembro, um terremoto no noroeste do país causou 148 mortes e obrigou milhares de pessoas a deixarem suas casas na província de Gansu. Foi o tremor mais letal registrado na China desde 2014, quando mais de 600 pessoas perderam suas vidas na província de Yunnan, no sudoeste do país.

No tremor de dezembro, as temperaturas abaixo de zero tornaram a operação de resgate ainda mais difícil.

Uma operação da polícia paraguaia e da Polícia Federal brasileira contra uma organização criminosa ligada ao tráfico internacional de drogas e armas deixou ao menos 9 suspeitos mortos, na manhã desta terça-feira, 19, na fronteira do Paraguai com o Mato Grosso do Sul. Um arsenal com armas de guerra foi apreendido. O alvo era Felipe Santiago Acosta Riveros, o "Macho", suspeito de fornecer armas para a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). O brasileiro Ricardo Luis Picolotto, o "R7", apontado como braço direito de "Macho", foi preso na operação.

A Operação Ignis, deflagrada pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), com apoio da força-tarefa conjunta com a PF do Brasil e o Ministério Público do Paraguai, atacou o quartel-general de "Macho" em uma fazenda nos arredores de Salto del Guairá, cidade paraguaia do departamento de Canindeyú que faz fronteira com a brasileira Guaíra, no Paraná, e Sete Quedas, em Mato Grosso do Sul.

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O ataque aconteceu por terra e pelo ar, com helicópteros. Quando as equipes chegaram, foram recebidas a tiros pelos seguranças do criminoso. Houve confronto e nove suspeitos morreram. Não houve baixa entre os policiais.

Ao menos dez suspeitos foram presos, entre eles o "R7". Na fazenda, foram encontrados fuzis automáticos, pistolas, grande quantidade de munição e uma metralhadora .50, capaz de abater helicópteros. Outras armas foram encontradas na casa do brasileiro, em Salto del Guairá. Outros dois brasileiros estão entre os presos. A Senad informou que "Macho" não está entre os suspeitos mortos.

De acordo com o porta-voz da Senad, Francisco Ayala, a quadrilha chefiada por "Macho" atuava no tráfico de drogas e promovia assassinatos de policiais paraguaios e brasileiros, além de rivais no comércio de drogas. Nos últimos anos, dizem as autoridades, a organização passou a fornecer armas para grupos brasileiros, entre eles o PCC e o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro . Em setembro, seis policiais faziam buscas na propriedade de "Macho" quando foram atacados. Um policial foi baleado, mas sobreviveu.

Depois de entrar na organização, o brasileiro Picolotto, o "R7", é suspeito de ter se tornado o elo do grupo com o PCC para o fornecimento de armas. O advogado de Picolotto, Lucas Carvalho, disse, em nota, que seu cliente é réu primário e não possui ligações com crime organizado nem morte de policiais.

Segundo a defesa, Picolotto "foi absolvido em sentença que já transitou em julgado e teve "pedido de prisão revogado em junho de 2023". O advogado também diz que o cliente está colaborando com as autoridades.

Conforme Ayalla, a operação paraguaia foi compartilhada com a PF do Brasil devido à cooperação entre os dois países para o combate aos crimes de fronteira. Os presos brasileiros deverão ser extraditados para o Brasil.

A Polícia Nacional do Paraguai tenta há anos desbaratar a quadrilha de "Macho". O criminoso foi condenado a 25 anos de prisão depois de assassinar e enterrar o corpo de seu patrão, em 2015. No sexto ano de cumprimento da pena ele fugiu. Em 2016, "Macho" foi capturado, mas voltou a escapar um ano depois.

No Brasil, segundo a PF, ele é considerado foragido pela Justiça Federal pelo envolvimento no assassinato de um militar do Exército brasileiro, em 2020, ao resistir uma abordagem. Seu grupo navegava pelo Rio Paraná com uma embarcação carregada com mais de 500 quilos de maconha e reagiu à abordagem, matando um militar. Por esse motivo, seu nome foi incluído na Difusão Vermelha da Interpol.

No Paraguai, Acosta Riveros, o "Macho", é acusado ainda pelo assassinato de um policial e por promover diversos ataques a tiros a delegacias, além de operações de resgate de presos. Segundo a Senad, ele se movimenta em comboios de veículos blindados, com homens fortemente armados, muitas vezes ostentando armas, ao estilo dos cartéis mexicanos.

Até a publicação deste texto, o Estadão não havia localizado a defesa de Felipe Santiago Acosta Riveros. Este espaço está aberto.

Dois militares do Exército brasileiro ficaram feridos nesta quinta-feira, 7, após um caminhão das Forças Armadas que eles conduziam tombar e explodir na BR-401, rodovia que dá acesso à fronteira entre o Brasil e a Guiana. Eles foram socorridos com ferimentos leves e encaminhados para um hospital em Boa Vista, capital de Roraima. De acordo com o Exército, as causas do acidente ainda estão sendo apuradas.

Os militares seguiam de Boa Vista para a cidade de Bonfim, no Norte do Estado.

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O Corpo de Bombeiros de Roraima foi acionado por volta das 15h para atender a ocorrência. A corporação enviou um caminhão de combate a incêndio e uma equipe de salvamento, resgate e comandante de operações para o local.

O Exército enviou 20 blindados para Pacaraima, diante da situação na fronteira com a Venezuela que pode se agravar, principalmente depois do plebiscito que aprovou a anexação da região de Essequibo que hoje pertence à Guiana. Militares brasileiros temem que, se Nicolás Maduro levar adiante a invasão do território vizinho, obrigatoriamente teria que passar por Roraima. Sem a autorização brasileira, Maduro estaria se indispondo com o Brasil, seu principal aliado no continente, para entrar em um conflito que ninguém sabe as consequências, ainda que pareça exagerada esse tipo de previsão.

Os blindados, do modelo Guaicuru, vão sair de unidades no Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, onde estão localizados, e se somarão ao aumento do número de homens em Roraima - que já estava previsto em portaria - com a mudança do Esquadrão que atua na região para o 18º Regimento de Cavalaria Mecanizada. O tempo estimado de transporte é de cerca de um mês. Só de Manaus a Boa Vista, um dos trechos que é possível percorrer por terra, são 700 quilômetros. De Belém a Manaus, por exemplo, os equipamentos vão de barco.

Embora seja duvidosa a invasão venezuelana, os blindados, assim como o aumento do número de homens, atuarão como força de dissuasão.

O Brasil aumentou a presença militar na fronteira norte do país em meio ao aumento das tensões entre a Venezuela e a Guiana. Os venezuelanos vão às urnas neste domingo (3) para votar em um referendo sobre os direitos da Venezuela sobre a região de Essequibo, que representa cerca de dois terços do atual território da antiga colônia inglesa.

O Ministério da Defesa disse, em nota, que tem acompanhado a situação e que “ações de defesa têm sido intensificadas na região da fronteira ao Norte do país, promovendo maior presença militar”.

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O território de 160 mil km² com uma população de 120 mil pessoas é alvo de disputa pelo menos desde 1899, quando esse espaço foi entregue à Grã-Bretanha, que controlava a Guiana na época. A Venezuela, no entanto, não reconhece essa decisão e sempre considerou a região "em disputa".

Em 1966, as Nações Unidas intermediaram o Acordo de Genebra – logo após a independência da Guiana –, segundo o qual a região ainda está "por negociar". Existem estimativas que a região dispõe de bilhões de barris de petróleo.

A secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Maria Figueiredo Padovan, disse nesta quinta-feira (30) que o governo acompanha com preocupação a disputa na região.

“Nós valorizamos muito o fato de que, no momento em que várias regiões do mundo estão com conflitos militares, a América do Sul permaneça um ambiente de paz e cooperação e, nesse sentido, nós vemos com preocupação esse ambiente tensionado entre dois países vizinhos e amigos. Temos acompanhado com muita atenção e conversado em altíssimo nível”, destacou a diplomata, lembrando que o assessor da Presidência, o embaixador Celso Amorim, foi à Venezuela para discutir o tema.

Padovan acrescentou que o interesse do Brasil é não ter nenhuma questão militar e bélica na região e que entende que o referendo que a Venezuela vai realizar é uma questão interna do país. Disse ainda que a diplomacia brasileira defende uma solução pelo diálogo, seja por meio de negociações bilaterais ou por meio da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que alegou, em abril deste ano, que tem jurisdição sobre o caso.

Guiana entrou com uma liminar na CIJ para suspender o referendo deste domingo (3). Porém, a Venezuela não reconhece a jurisdição da Corte Internacional nesse caso e evoca o Acordo de Genebra de 1966 como único instrumento válido para resolver a controvérsia.

Em setembro deste ano, segundo a Reuters, a Venezuela protestou contra uma rodada de licitações de petróleo realizada pela Guiana, dizendo que as áreas marítimas que devem ser exploradas por multinacionais como Exxon Mobil (Estados Unidos e TotalEnergies (França) são objeto da disputa entre os países.

A fronteira de Rafah, na Faixa de Gaza, fechou novamente, na manhã desta sexta-feira (10), e o grupo de brasileiros autorizados a deixar a Palestina em segurança não conseguiu realizar a travessia. São 34 pessoas, que já haviam se deslocado em direção ao Egito na quinta-feira (9). De acordo com o ministro-chefe Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Especial da Presidência do Brasil, é comum que a passagem fique aberta por apenas algumas horas por dia e que as autoridades egípcias e israelenses deem prioridade aos feridos. 

A saída ainda deve acontecer e não há possibilidade de os brasileiros serem "desautorizados", mas não é mais esperada uma travessia nesta sexta-feira. “Estamos em contato com as partes e esperamos que os nomes sejam autorizados a cruzar. Todos os nomes foram autorizados e entregues”, informou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. 

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Segundo o Itamaraty, o grupo "já se encontra no posto fronteiriço de Rafah, desde as 7h, hora local (2h no horário de Brasília), à espera de chamada para os trâmites necessários para a entrada no Egito, e posterior repatriação para o Brasil". 

A expectativa é de que o grupo do Brasil, que inclui nativos e parentes estrangeiros, consiga atravessar para o Egito no sábado (11), após mais de 30 dias de espera. Entre os 34, 22 têm dupla nacionalidade brasileira-palestina, nove são palestinos e dois de outros países. Há 15 menores de idade - três bebês e seis crianças -, e uma idosa na lista. Assim que chegarem no território egípcio, eles farão um trajeto 55 km por via terrestre até chegar ao aeroporto de Al-Arish. 

"O ministro das relações exteriores de Israel, na última sexta-feira, por telefone, me garantiu que os brasileiros estariam na lista de estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza na quarta-feira última, o que não se confirmou; estavam na lista, mas não houve, durante três dias seguidos, abertura para a saída de indivíduos de diversas nacionalidades. Ontem, ele me informou que, novamente, os nomes estavam sob poder das autoridades na fronteira e que sairiam hoje de manhã, mas que novamente não saíram, apesar de terem sido mobilizados até a região do posto de controle, porque o posto não foi aberto”, completou Mauro Vieira. 

Em meio a temores de uma incursão de Israel contra o Hamas em Gaza, estrangeiros aguardam há dias a movimentação diplomática para que o Egito abra a passagem fronteiriça de Rafah, no sul do enclave palestino, para deixar o local, que é alvo de um cerco das Forças Armadas israelenses.

Pelo menos 28 brasileiros sofrem há dias para deixar Gaza em segurança. O grupo conseguiu chegar ao sul e está concentrado entre as cidades de Rafah e Khan Younis, perto do Egito, mas se deparou com a fronteira fechada. Junto com eles, o governo tenta resgatar mais seis palestinos que têm residência no Brasil, mas ainda não conseguiu embarcá-los.

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Hasan Rabee está na lista de resgate e conta que a situação é dramática. Em vídeo nas redes sociais, ele relatou que saiu para procurar pão e carregar o celular quando se deparou com uma explosão. "Atacaram uma casa de civis, tem bastante gente ferida, o resgate ainda não está funcionando, os hospitais colapsaram, pessoas feridas estão correndo na rua. Está muito difícil."

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) aguarda em Roma, na Itália, a abertura da fronteira para buscar os 28 brasileiros. O grupo tem 14 crianças, 8 mulheres e 6 homens - 22 deles nasceram no Brasil, 3 são imigrantes palestinos e 3 são palestinos que possuem cidadania brasileira.

Apoio

Assim que autorizada a passagem dos brasileiros, o avião da FAB deve se deslocar até o Egito para fazer o resgate, informou ontem o Itamaraty. Enquanto isso, os brasileiros têm recebido apoio psicológico da embaixada. Uma profissional foi contratada em Gaza para fazer o acompanhamento das famílias. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O movimento libanês Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, disse neste domingo que lançou “um grande número de granadas de artilharia e mísseis guiados” contra posições israelenses em uma zona fronteiriça disputada, após a ofensiva lançada pelo grupo palestino Hamas contra Israel.

O Hezbollah garantiu que o ataque foi uma demonstração de “solidariedade” com a operação terrestre, marítima e aérea lançada no sábado pelo grupo islâmico palestino Hamas a partir da Faixa de Gaza contra Israel, que deixou centenas de mortos em ambos os lados.

“A Resistência Islâmica (...) atacou três posições do inimigo sionista na área ocupada das Fazendas Shebaa (...) com um grande número de projéteis de artilharia e mísseis guiados”, informou o grupo xiita libanês em comunicado.

O exército israelense informou que atingiu uma “infraestrutura terrorista do Hezbollah” na área fronteiriça, com um drone. Anteriormente, indicou que lançou a sua artilharia no sul do Líbano em resposta aos disparos na área.

"Aconselhamos o Hezbollah a não intervir. Se o fizer, estamos prontos", alertou o porta-voz do exército israelense, Richard Hecht.

O Hezbollah, um dos maiores inimigos de Israel, tem laços estreitos com o Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

Israel e o Hezbollah travaram uma guerra devastadora em 2006 que deixou mais de 1.200 mortos no Líbano, a maioria deles civis, e 160 mortos no lado israelense, em grande parte militares.

A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) apelou neste domingo à “contenção” e pediu para “evitar uma escalada mais grave”.

O filho de um juiz aposentado foi executado com tiros de fuzil, neste domingo (16), em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai. Segundo a polícia, Gilberto Emmanuel Fernandes Abelha, de 41 anos, foi emboscado e morto quando entrava em um veículo com a namorada paraguaia Analiz Figueiredo López, de 30, que não foi ferida.

Ele é filho do juiz aposentado Mário Eduardo Fernandes Abelha, que atuou no Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul. A polícia apura crime passional, mas não descarta outras linhas de investigação.

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O ataque, em frente a uma padaria, no bairro Santa Izabel, região norte da cidade, foi registrado por câmeras de segurança. A vítima, que residia no bairro San Blas, em Pedro Juan Caballero, lado paraguaio da fronteira, entrava com a namorada em um Jeep Compass branco, quando um automóvel de cor escura parou no meio da rua e dois homens desceram atirando.

Após a sequência de tiros, um dos criminosos recarregou a arma e foi até a vítima caída, fazendo novos disparos em direção à cabeça.

Gilberto estava armado com uma pistola 9 mm e também chegou a atirar, mas não atingiu ninguém. Os dois pistoleiros entraram no carro, dirigido por um terceiro suspeito, e fugiram. O veículo que o casal usava, com placas do Paraguai e registrado em nome de Analiz, passou por perícia. A mulher nãp sofreu ferimentos. O atirador chegou a passar por ela, que se deitou no chão durante o tiroteio, mas a ignorou, indicando que o alvo seria apenas o homem.

No local, a polícia recolheu cápsulas de fuzil calibre 7,62. Em choque após o assassinato, Analiz chegou a ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e ainda será ouvida oficialmente pela polícia. Ela é irmã do prefeito da cidade paraguaia de Cerro Corá, Wilfrido Figueiredo López.

Ex-marido de paraguaia é suspeito, diz secretário

Segundo o secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antonio Carlos Videira, embora tenha sido em região de frequentes conflitos entre narcotraficantes, as investigações preliminares apontam para crime passional. "O que nossa polícia já apurou é que o ex-marido da mulher paraguaia não aceitava o novo relacionamento, mas as investigações ainda serão aprofundadas", diz. Logo após a execução, Analiz teria dito aos policiais que seu ex seria o mandante.

Conforme o secretário, a polícia vai usar as imagens de câmeras na tentativa de identificar os bandidos. As testemunhas que presenciaram o ataque já foram ouvidas. Em novembro de 2022, Gilberto foi acusado de atirar contra o apartamento de sua ex-companheira, Keila Ortiz Leal, de 25 anos, em Ciudad del Este, também no Paraguai. Os tiros quebraram os vidros. A mulher estava no apartamento, mas não foi atingida.

O pai de Gilberto nasceu na capital paulista e ingressou na magistratura em junho de 1988, em Mato Grosso do Sul, iniciando a carreira como juiz em Costa Rica. Ele atuou em várias comarcas como magistrado e se aposentou em outubro de 2013, quando era titular da 9ª Vara do Juizado Especial de Trânsito, em Campo Grande.

Hoje, o ex-juiz exerce a advocacia. A reportagem entrou em contato com Mário Eduardo Abelha e ainda aguarda retorno.

Alegando aumento das violências, entidades empresariais do Paraguai, como a Câmara de Comércio e Serviços de Ciudad del Este, o Centro de Despachantes do Alto Paraná e a Câmara de Eletrônica e Eletrodomésticos de Ciudad del Este, enviaram uma nota ao governo paraguaio, solicitando segurança na fronteira. 

As entidades pedem o combate à insegurança na região, que vem sendo palco de assaltos a turistas que circulam pela área central de Ciudad del Este. Há registros também de ataques contra veículos que transportam mercadorias pertencentes a lojistas da capital do Alto Paraná.

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  “Participamos de várias reuniões em busca de respostas às nossas reclamações, tanto para casos de assaltos como de sequestros-relâmpago e extorsões com ameaças de morte a turistas, situações que prejudicam enormemente o comércio de Ciudad del Este, em plena etapa de recuperação econômica pós-pandemia”, descreve o documento. 

“Entretanto, como única resposta, só conseguimos promessas, falas evasivas e justificativas, o que tem produzido um aumento na insegurança e um fortalecimento da delinquência, que atua com cada vez mais agressividade”, complementa a nota. 

Vale ressaltar que, o grupo de empresários também pede a presença de policiais em pontos das rodovias que dão acesso à fronteira. 

Desde o início do ano, órgãos como a prefeitura de Ciudad del Este e o Ministério do Interior apresentaram planos de ampliação do policiamento e instalação de câmeras de segurança nas quadras próximas à Ponte da Amizade. 

Um "coiote" soltou uma criança de 4 anos de idade do alto do muro de 9 metros de altura que delimita a fronteira entre México e os Estados Unidos. Imagens divulgadas por um porta-voz do Customs and Border Protection (CBP), agência dos EUA responsável pela alfândega e pela proteção de fronteiras, na segunda-feira (22), mostram a criança e outros três adultos atravessando a fronteira.

"Uma criança de 4 anos caiu da barreira da fronteira solta por um sujeito desconhecido em San Diego, na segunda-feira. Os agentes de resposta e o EMS (serviços médicos de emergência) que prestaram os primeiros socorros à criança também relataram tiros perto de sua posição enquanto cuidavam da criança. Surpreendentemente, a criança está bem! Não confie em contrabandistas!", escreveu Raúl Ortiz, chefe da patrulha de fronteira.

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A criança veio com dois adultos, que estão sob custódia da Patrulha de Fronteira, disse o porta-voz da agência, Michael Scappechio, na terça-feira (23). Não foi confirmado se os adultos eram os pais da criança, nem a nacionalidade deles. Também não ficou claro se eles seriam libertados nos Estados Unidos para prosseguir com casos de imigração ou deportados. As imagens capturadas por uma câmera de vigilância no dia 15 de maio, aproximadamente às 21h05, mostram o grupo sobre o muro, entre Tijuana, no México, e San Diego, na Califórnia.

Agentes prestavam socorro à criança enquanto um tiroteio começou. "Os agentes relataram ter ouvido o impacto e o ricochete de tiros na barreira secundária da fronteira ao norte de sua localização", escreveu o CBP em comunicado. Helicópteros foram acionados para revidar a troca de tiros. Autoridades americanas e mexicanas abriram investigações e tentam localizar o "coiote".

Pesquisadores descobriram aumentos acentuados de mortes e ferimentos graves associados à tentativa de superar o muro de San Diego desde que o mesmo foi aumentado durante o governo Trump. Um estudo publicado no ano passado no Jama Surgery encontrou 16 mortes de 2019 a 2021, em comparação com zero de 2016 a 2018 e 375 lesões graves de 2019 a 2021, em comparação com 67 de 2016 a 2018. Fonte: Associated Press.

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Os legisladores republicanos aprovaram, nesta quinta-feira (11), um projeto de lei na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos que aumenta o muro na divisa com o México e restringe o acesso ao asilo, coincidindo com fim da restrição fronteiriça vinculada à pandemia.

O Partido Republicano acusa os democratas de terem perdido o "controle operacional" da fronteira e acredita que a situação vai piorar quando deixar de vigorar o Título 42, uma regra implementada durante a emergência de saúde para frear a transmissão de Covid-19, mas que foi utilizada quase 2,8 milhões de vezes para expulsar imigrantes ao impedi-los de pedir asilo.

Com 219 votos a favor e 213 contrários, os republicanos aprovaram a chamada Lei de Segurança da Fronteira de 2023. O projeto prevê retomar a construção do muro fronteiriço iniciado pelo ex-presidente Donald Trump, mas tem poucas chances de prosperar no Senado, onde os democratas têm maioria, e o próprio presidente Joe Biden já adiantou que vai vetá-lo se um dia ele chegar à sua mesa.

Os republicanos "tomam medidas para lidar com o caos nas fronteiras [...] apresentando uma legislação que apoiará nossos agentes [...] e colocará fim à crise fronteiriça de Biden", afirmou o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy.

O projeto de lei também cria obstáculos para o acesso ao asilo e às permissões humanitárias temporárias nos Estados Unidos, estabelecendo uma série de condições para a tramitação dos pedidos.

Além disso, ele endurece os requisitos para as chamadas entrevistas de "elegibilidade", nas quais é avaliada a possibilidade de a pessoa ser perseguida ou torturada caso retorne a seu país.

Também autoriza a retenção das famílias de imigrantes em centros de detenção até que um juiz decida sobre seus casos, e aprova a deportação para um país que não seja o de sua nacionalidade nem o último onde tenham residido.

Apesar da grande chance de o projeto se tornar letra morta, o texto poderia ser usado como ponto de partida para eventuais negociações entre os partidos sobre a reforma migratória.

Na semana passada, um grupo de senadores apresentou um projeto de lei - apoiado por republicanos e democratas moderados - que prolongaria o Título 42, reformulado, por dois anos, independentemente de qualquer emergência de saúde pública.

A norma sanitária que permite expulsar a maioria dos migrantes que chegam à fronteira entre Estados Unidos e México expira nesta quinta-feira (11), mas solicitar asilo pode ser tão difícil quanto antes para muitos deles a partir de sexta-feira (12).

Às 23H59 horário de Washington (0H59 de Brasília, sexta-feira) o governo suspenderá a norma conhecida como "Título 42" , uma política ativada durante a pandemia para supostamente impedir a propagação da Covid-19, mas que na prática bloqueou a possibilidade de solicitação de asilo.

As autoridades americanas utilizavam esta norma para impedir a presença de centenas de milhares de migrantes que tentam entrar nos Estados Unidos com a esperança de escapar da miséria ou fugir da violência e corrupção.

"Título 42" chega ao fim depois das idas e vindas nos tribunais, onde os republicanos, que acusam o presidente democrata Joe Biden de ser negligente, fizeram o possível para que a norma continuasse em vigor.

O governo americano se prepara há mais de um ano para o momento, com uma série de medidas que incluem recompensas para os migrantes que iniciam os trâmites de seus pedidos antes de chegar à fronteira por meio do aplicativo CBP One, dos programas de reencontro familiar ou das permissões humanitárias para cotas de venezuelanos, haitianos, nicaraguenses e cubanos.

- "Atravessar não é uma opção" -

Mas também há punições, como a maior dificuldade de acesso ao asilo para os que não adotam as "vias legais" ou não iniciam os pedidos em um país de trânsito na viagem para os Estados Unidos. Uma decisão que rendeu a Biden comparações com o antecessor, o republicano Donald Trump, partidário de uma política migratória rígida.

Em duas cidades fronteiriças do lado mexicano, Ciudad Juárez e Matamoros, as travessias de migrantes aumentaram esta semana.

Mas alguns venezuelanos que viajam em grupo preferem aguardar para marcar uma consulta pelo aplicativo CBP One. O horário será ampliado na sexta-feira e passará a funcionar 23 horas por dia.

"Atravessar o rio não é uma opção porque vamos perder todos os direitos de um processo legal caso nos concedam a oportunidade de entrar nos Estados Unidos. Podemos entrar, mas eles podem nos expulsar automaticamente porque entramos ilegalmente", disse o venezuelano Andrés Sanchez.

Ele faz referência ao aplicativo do 'Título 8', que já está sendo utilizado e permite expulsar qualquer pessoa que entrar no país sem visto ou a documentação necessária.

O secretário de Segurança Nacional, Alejandro Mayorkas, insistiu na quarta-feira: "Aqueles que não usam vias legais para entrar nos Estados Unidos não são elegíveis para asilo".

Com poucas exceções, os migrantes serão expulsos para seus países de origem e, no caso de cubanos, nicaraguenses, haitianos e venezuelanos, para o México.

Um ativista, que pediu para não ser identificado, declarou à AFP que muitos migrantes que conseguiram entrar nos últimos dias foram expulsos para o México pela fronteira da Califórnia, a quase 1.000 quilômetros de distância.

Mayorkas repete há vários meses que "a fronteira não está aberta", mas as autoridades preveem um aumento do fluxo durante os próximos dias.

- "Eu tive sorte" -

"Será caótico por algum tempo", admitiu Biden. O governo mantém mais de 24.000 policiais na fronteira, ao lado de outros 1.100 novos coordenadores de patrulha fronteiriça.

O prefeito de El Paso, cidade americana na fronteira, concorda com o presidente.

"Vai ser algo difícil, muito difícil todos os dias. Temos que seguir nos preparando para o desconhecido", declarou Oscar Leeser.

Nem todos revelam nervosismo. Alguns migrantes estão felizes.

"Foi uma viagem com muitos problemas, tivemos que dormir no chão, passamos fome, mas não perdemos a fé em Deus e estamos aqui (...) Na primeira vez me devolveram (deportaram) e não perdi a fé e tentei novamente", declarou à AFP o venezuelano Cleiber Colmenares, 26 anos, pai de dois filhos, em Brownsville.

Eibor Tovar recebeu a intimação para comparecer a uma audiência com um juiz da imigração em novembro.

"Eu tive sorte, recebi a intimação antes dos outros, Algumas pessoas foram convocadas para 2026. Estou feliz porque agora posso continuar, o que eu quero é trabalhar", declarou à AFP em El Paso.

"Uma luz no fim do túnel", conclui.

"Não venham à fronteira" sem iniciar um processo legal, pediu, nesta quinta-feira (5), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aos migrantes que chegam ao país em número recorde, prometendo uma nova estratégia migratória "segura e humana".

Em discurso na Casa Branca, Biden admitiu falhas no sistema de imigração americano, ao revelar um plano para aliviar a pressão na concorrida fronteira com o México.

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"Eu enviei para o Congresso uma proposta de legislação abrangente que reformularia completamente o que há muito tempo tem sido um sistema de imigração falho", disse Biden em um discurso da Casa Branca.

O presidente americano também reforçou que a nova estratégia seria o que ele denominou de organizada. "É segura, é humana e funciona", afirmou.

Este sistema abrirá as portas a cada mês para até 30.000 migrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, mas endurecerá as restrições na fronteira com o México.

A cota de migrantes se limitará aos que tiverem um patrocinador em solo americano. Já os que tentarem entrar ilegalmente serão expulsos com base na norma sanitária conhecida como "Título 42" e com a intervenção da polícia, em coordenação com as autoridades mexicanas.

Biden disse ter enviado anteriormente ao Congresso a legislação para revisar o sistema migratório americano.

"Mas os republicanos do Congresso se negaram a considerar meu plano integral", acrescentou, culpando os "republicanos extremistas" pelo fato de o projeto não avançar.

O tema migratório será um dos principais de seu encontro com o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, na próxima semana no México.

"Temos uma agenda apertada" para esta cúpula de líderes da América do Norte, que acontecerá na segunda e na terça-feira e também contará com a participação do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse Biden.

E acrescentou: "Parte importante dessa agenda é reforçar a fronteira entre nossos países".

Os funcionários da polícia de fronteira iniciaram uma greve de oito dias em seis dos maiores aeroportos do Reino Unido nesta sexta-feira (23) para exigir aumentos salariais, levantando temores de interrupções durante o período de férias de Natal.

Membros do sindicato de Serviços Públicos e Comerciais (PCS), funcionários do ministério do Interior, começaram a greve na manhã desta sexta-feira nos aeroportos de Heathrow e Gatwick, em Londres; Birmingham, Cardiff, Glasgow e Manchester e também no porto de Newhaven, no sul da Inglaterra.

O aeroporto de Heathrow garantiu que os controles estavam sendo realizados sem esperas incomuns na madrugada graças à mobilização dos militares e que nenhum voo havia sido cancelado.

A greve vai durar até o final do ano, segundo as previsões, com suspensão no dia 27 de dezembro. Os grevistas exigem aumentos salariais, já que a inflação no Reino Unido atinge quase 11%.

O país enfrenta uma onda de protestos sociais de uma magnitude que não era registrada há décadas. O governo, porém, é inflexível diante das reivindicações dos grevistas.

O secretário-geral do sindicato PCS, Marck Serwotka, alertou que haverá uma "escalada" nas greves dos servidores em janeiro caso o governo se recuse a negociar.

"Acreditamos que as ações nas fronteiras vão ser muito eficazes. Esperamos que o governo faça o que deve ser feito, que se sente à mesa das negociações e que coloque o dinheiro", disse à BBC.

"Se não (...) vamos apoiar esta ação até maio e faremos uma nova votação se for necessário", ameaçou.

A paralisação dos guardas fronteiriços "faz parte da greve do serviço público que represento. O salário médio anual é de 23.000 libras (26.150 euros). Cerca de 40.000 sindicalistas têm de ir aos bancos de alimentos. São trabalhadores pobres", disse o sindicalista. "Mas a resposta do governo aos seus funcionários (...) é uma oferta de aumento salarial de 2%", denunciou.

Os funcionários do correio (Royal Mail) também aderiram à greve, causando atrasos. Outras greves também ocorrerão no transporte ferroviário. Na terça e quarta-feira, o setor de saúde também foi duramente afetado por uma greve de enfermeiros e ambulâncias.

Pelo menos nove imigrantes morreram afogados e dezenas foram resgatados da água depois de tentarem cruzar o Rio Grande do México para os Estados Unidos, disseram autoridades na sexta-feira.

O Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) dos Estados Unidos disse em comunicado à AFP que os afogamentos ocorreram na quinta-feira (1º), quando um grande grupo tentou atravessar o Rio Grande perto de Eagle Pass, no estado do Texas.

O CBP confirmou 37 pessoas resgatadas, mas encontraram os corpos de nove migrantes, três pelas autoridades mexicanas e seis pelos agentes americanos.

Um total de 53 migrantes foram detidos no lado americano e 39 no lado mexicano do rio.

Nenhuma informação foi fornecida sobre as idades ou nacionalidades dos migrantes.

"A busca continua por outras vítimas em potencial", alertou o escritório.

Um funcionário do CBP disse ao The Washington Post que o afogamento em massa parecia ser o pior em anos no Rio Grande.

Quase 50.000 imigrantes foram presos em Eagle Pass no mês passado, segundo dados do governo.

O chefe dos bombeiros da cidade, Manuel Mello, disse ao The New York Times que os migrantes foram arrastados por fortes correntes a 1,6 km ao sul da Ponte Internacional que liga Eagle Pass a Piedras Negras, no México.

Mello indicou que os afogamentos se tornaram frequentes na região, chegando a ocorrer um por dia.

As recentes mortes em massa de migrantes colocaram em evidência as perigosas jornadas que centenas de milhares fazem todos os anos tentando chegar aos Estados Unidos a partir do México.

Em junho, mais de 50 pessoas morreram sufocadas após serem deixadas em um caminhão em San Antonio, Texas.

Com o alto preço dos combustíveis no Brasil, aumentou na tríplice fronteira a busca por uma opção clandestina e perigosa. Milhares de litros de gasolina saem todos os dias da Colômbia e do Peru em transportes precários para serem vendidos livremente em cidades brasileiras como Benjamin Constant, Atalaia do Norte e Tabatinga, no extremo oeste do Amazonas. O produto estrangeiro, comercializado de forma improvisada em garrafas de refrigerante, chamadas ali de "cocão", custa até R$ 3,39 mais barato do que o nacional e entra no País sem qualquer controle tributário ou de qualidade.

Se antes já era atrativo apelar ao fornecimento informal em razão da dificuldade de acesso a postos tradicionais, com os sucessivos reajustes no preço nas bombas os negócios do mercado paralelo ganharam impulso adicional. Valdeci Barbosa Nunes, de 53 anos, opera um dos pontos clandestinos na esquina da praça central de Atalaia do Norte. Hoje, chega a vender 100 litros por dia. Ele conta que está vendendo bem mais desde que o preço nacional começou a disparar. Somente neste ano, a Petrobras aprovou quatro aumentos.

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"A (gasolina) brasileira está muito cara. Aqui só tem um que vende da brasileira. O resto é peruana mesmo e também colombiana", disse o comerciante. Com a alta na procura nos últimos meses, ele afirma que o "cocão peruano" já é sua principal fonte de renda, complementada com uma pequena plantação de melancia no fundo do quintal de casa.

O abastecimento dos tanques de carros e motos do lado brasileiro da fronteira é feito com a ajuda de garrafas de refrigerante e um funil. Os dois litros de um "cocão peruano" valem de R$ 10 a R$ 12. Os do colombiano custam entre R$ 13 e R$ 15, o que deixa o preço do litro do combustível extraoficial oscilando entre R$ 5 e R$ 7,50 o litro. A variação depende da distância entre o porto e o ponto de venda. Também há diferença de preços conforme o volume de combustível na garrafa. Custa um pouco menos o cocão que não é entregue cheio até o limite da garrafa.

Já nas bombas oficiais de gasolina em Benjamin Constant, o preço cobrado é de R$ 8,39 o litro, o que faz a versão do combustível nacional, quando vendido em pontos informais em recipientes tipo PET, alcançar os R$ 18 a unidade de dois litros.

ROTINA

A modalidade de abastecimento improvisado faz parte da rotina dos municípios da fronteira há anos porque poupa o deslocamento até os postos. Com a alta descontrolada do preço da gasolina do Brasil, moradores e comerciantes contam que a opção se consolidou como a preferida e a demanda cresceu. Dos cerca de 40 pontos de venda em Atalaia do Norte, só um insiste em vender o "cocão brasileiro".

Os vendedores dizem que o negócio com combustível contrabandeado dos países vizinhos compensa e eles não são alcançados por fiscalizações. Parte do material clandestino vem em balsas com os demais produtos que abastecem o comércio das cidades da fronteira. Nada tem nota fiscal ou controle alfandegário. A movimentação dos portos de Tabatinga e Benjamin Constant, segundo investigadores federais, é crucial para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas na região. Também por lá saem os peixes raros retirados ilegalmente do Vale do Javari, na Amazônia, região onde foram assassinados o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips.

ATIVIDADE DE RISCO

O produto inflamável fica armazenado dentro das casas em recipientes de plástico. Crianças e adolescentes manuseiam o combustível e trabalham na venda direta aos motoristas. No contexto de extrema pobreza da fronteira, a gasolina ilegal surge como fonte de renda para pessoas muito simples e, ainda, permite que o crime organizado conquiste o respaldo das comunidades locais e dê aparência de ilegalidade a negócios escusos.

A reportagem flagrou a chegada de um distribuidor de gasolina peruana em Atalaia do Norte. A distribuição ocorre sempre pela manhã. O homem, que não quis dar declarações, transporta galões repletos de combustível em uma pequena carroceria, sem nenhuma proteção, e os entrega em casas e em bancas de madeira montadas nas ruas. O distribuidor compra cada litro a cerca de R$ 5 e revende para as bancas na cidade por R$ 6,25. Ao consumidor final, o preço fica por até R$ 7,50.

Em 12 de abril, a prefeitura local publicou um aviso geral à população. Disse que a partir daquela data a fiscalização estaria na rua. "As forças de segurança aumentarão o rigor na fiscalização sobre venda ilegal de combustível nas ruas de Tabatinga. A medida será adotada em razão da constatação de uso de mão de obra em condição análoga à de escravidão e exploração de crianças e adolescentes na venda de forma irregular e sem as devidas precauções de segurança".

O alerta não mudou muito a rotina clandestina na cidade. Cruzar a fronteira para a Colômbia a partir de Tabatinga é tarefa fácil. Uma rua une as duas cidades. Há um posto formal que separa os dois países, mas é possível usar ruas vicinais para chegar a Letícia, do lado colombiano, e comprar a gasolina pagando com a moeda brasileira.

Em Atalaia do Norte, Valdeci Nunes diz também não é importunado. "A Polícia Federal já veio aqui porque essa gasolina peruana é proibida de vender assim. Mas foi há muito tempo atrás, na época que tinha um delegado valente lá em Tabatinga."

LOTAÇÕES

Nos municípios da fronteira com a Colômbia e o Peru, as motos são os principais meios de transporte, sejam particulares ou de moto taxistas. Os deslocamentos de uma cidade a outra, de Atalaia a Benjamin, são feitos de táxis que só partem quando alcançam a lotação. Uma distância de 30 quilômetros pela esburacada estrada Pedro Teixeira separa as duas cidades.

Juliano Galate Júnior, de 30 anos, é um dos motoristas que faz o trajeto. No carro modelo Renault Kwid, ele também abre mão do combustível nacional por causa do preço. "Com a peruana o carro fica mais fraco. Eu coloco sempre a colombiana, porque é mais barata que a brasileira e melhor que a peruana", contou.

Galate Júnior vive a 2,7 mil km de Brasília, de onde o presidente Jair Bolsonaro declarou guerra a Petrobras por conta da alta dos preços dos combustíveis. Nos últimos dias, o presidente passou a falar em CPI para investigar a estatal, enquanto planeja alterar a legislação para conseguir interferir na definição dos preços.

Lá em Benjamin Constant, Galate Júnior prefere ignorar a disputa política e, mesmo sabendo que a gasolina contrabandeada do estrangeiro pode não fazer bem ao motor do seu Kwid. "A diferença é que a (gasolina) brasileira é mais forte." Ele, porém, prefere não pagar mais caro por isso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fraturas expostas, órgãos perfurados e aborto espontâneo: esse é o triste balanço das tentativas desesperadas dos migrantes de escalar o muro na fronteira entre o México e a cidade californiana de San Diego, fechado pelas autoridades americanas com o pretexto do coronavírus.

"Você e eu não pularíamos um muro de nove metros, mas eles pulam. É o desespero", explica o médico Jay Doucet, chefe de traumatologia do Hospital da Universidade da Califórnia, em San Diego.

Sem surpresa, o número de mortos e feridos aumentou proporcionalmente à altura do muro.

Um estudo publicado por Doucet e colegas em abril contabiliza 67 pacientes em San Diego entre 2016 e 2018 ligados ao muro. Mas desde 2019, quando vários trechos foram aumentados de 5,4 para 9,1 metros, por ordem do ex-presidente Donald Trump, 375 pessoas foram hospitalizadas e 16 morreram.

"Temos evidências empíricas claras que esses muros mais altos não param nem desviam os fluxos migratórios, mas causam ferimentos cada vez mais graves", lamenta Carlos González Gutiérrez, cônsul mexicano em San Diego, que acompanhou a hospitalização de centenas de mexicanos.

O muro, que em sua maior parte é uma cerca de barras muito grossas, impossíveis de segurar com as mãos, margeia o país por meio de morros e dunas, entrando até nas águas do Pacífico.

Se de longe é imponente, de perto parece intransponível.

"Não sei como subi, foi tudo muito rápido, quando vi, já estava do outro lado", diz M., imigrante que deixou a Colômbia com sua família que estava sob ameaça. Sua filha quebrou o tornozelo e esteve hospitalizada por várias semanas.

Em busca de asilo, a família não procurou as autoridades por medo de que seu caso fosse ignorado sob o Título 42, a política de saúde que os Estados Unidos implementaram na fronteira durante a pandemia com base em uma lei de 1893 e que permite a expulsão de qualquer pessoa sem visto, incluindo os requerentes de asilo.

O muro assustou, mas não os impediu: "Não podíamos voltar".

"Durante a pandemia, muitos migrantes em busca de asilo se desesperaram porque não podem se apresentar legalmente. Isso os leva a seguir rotas perigosas pelo deserto, montanhas ou oceano", diz Pedro Ríos, da ONG Comité de Servicio de los Amigos de Estados Unidos.

Washington anunciou que anularia a medida em 23 de maio, mas com a oposição de vários governadores, a justiça tem a palavra final.

"O título 42 gera enorme sofrimento humano", explica Aaron Reichlin-Melnick, consultor de políticas da organização sem fins lucrativos American Council for Migration.

"2021 e 2022 serão os anos mais mortais para as pessoas que cruzam a fronteira", acredita.

As autoridades registraram 557 mortes na fronteira sudoeste dos Estados Unidos em 2021, mais que o dobro das 283 mortes em 2018, antes do Título 42 e da construção do muro.

"Os números continuam aumentando", aponta o Dr. Doucet, que atualmente trata sete pacientes, um em estado crítico com múltiplas fraturas e lesões no cólon e nos pulmões.

- "Desesperados"-

O Título 42, usado mais de 1,8 milhão de vezes, contempla a expulsão imediata sem consequências legais, razão pela qual os imigrantes podem tentar atravessar infinitas vezes.

As autoridades americanas interceptaram 1,73 milhão de pessoas no ano fiscal de 2021 (de outubro a setembro), mais da metade pelo Título 42. Esse recorde poderá ser superado em 2022, que já soma 1,2 milhão.

"Muitas das expulsões são de uma mesma pessoa que atravessou várias vezes", esclarece Reichlin-Melnick, que descarta a falta de recursos ou motivos sanitários para manter a medida.

"Mais de 20.000 ucranianos foram admitidos em San Diego e outras fronteiras em dois meses", aponta Reichlin-Melnick.

"Isso mostra que o Título 42 não é sobre saúde. Não há razão para admitir milhares de ucranianos e impedir que nicaraguenses, venezuelanos ou haitianos busquem asilo".

"Parte do problema é que pensamos que soluções simples, como um muro, fariam o problema desaparecer, mas pioraram", diz Doucet, que tratou mulheres grávidas e idosos.

Ele faz uma pausa de alguns segundos quando ouve um helicóptero que, segundo sua experiência, pode estar trazendo outro paciente do muro.

O Dr. Doucet não tem dúvidas de que, se expulsos, muitos tentarão novamente. "As pessoas não entendem o quão eles estão desesperados para entrar nos Estados Unidos em busca de uma vida melhor."

As forças da Rússia bombardearam nesta sexta-feira (18) os arredores do aeroporto civil de Lviv, cidade da parte ocidental da Ucrânia para onde fugiram dezenas de milhares de pessoas desde o início da guerra.

As sirenes antiaéreas começaram a soar por volta de 6h (horário local), acompanhadas de avisos em alto-falantes para as pessoas se refugiarem em abrigos. Pouco depois, foram ouvidas pelo menos três fortes explosões nos arredores do aeroporto, que fica a seis quilômetros do centro.

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"Mas o objetivo do ataque não era o aeroporto", disse o prefeito de Lviv, Andriy Sadovy, segundo a imprensa local. O alvo do bombardeio seria uma fábrica de aviões situada na região. Esse é o primeiro ataque da Rússia contra Lviv, cidade de pouco mais de 700 mil habitantes considerada a capital cultural da Ucrânia.

Localizada a menos de 80 quilômetros da fronteira com a Polônia, que é integrante da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Lviv se tornou destino de dezenas de milhares de ucranianos de outras partes do país e passou a abrigar embaixadas estrangeiras após o início da guerra, em 24 de fevereiro.

Já na capital Kiev, as forças russas atacaram uma zona residencial no distrito de Podolsk, atingindo casas, uma creche e uma escola, segundo as autoridades locais. Pelo menos uma pessoa morreu e 19 ficaram feridas, incluindo quatro crianças.

Em Mariupol, cidade na costa do Mar de Azov sitiada pela Rússia há quase três semanas, foram registrados combates na região central. "As unidades da República Popular de Donetsk, com o apoio das Forças Armadas russas, combatem contra nacionalistas no centro da cidade", disse o Ministério da Defesa da Rússia.

Corredores humanitários

Em seu canal no Telegram, a vice-premiê ucraniana, Iryna Vereshchuk, disse que nove corredores para evacuação de civis ficarão abertos nesta sexta-feira, incluindo um entre Mariupol e Zaporizhzhia.

Até o momento, a guerra já gerou cerca de 3,3 milhões de refugiados, sendo que mais de 2 milhões cruzaram a fronteira com a Polônia, que prepara uma proposta para uma missão de paz da ONU na Ucrânia.

"Ela seria instalada em lugares que não estão atualmente ocupados pela Rússia para enviar um claro sinal de que não concordamos com crimes de guerra", afirmou um porta-voz do governo polonês, Piotr Muller.

Nos últimos dias, tanto Kiev quanto Moscou relataram pequenos progressos nas negociações, mas ambos os lados reconhecem que estão longe de um acordo. A Rússia quer a desmilitarização da Ucrânia, o compromisso de não entrar para a Otan e o reconhecimento da soberania do Donbass e da anexação da Crimeia.

Já a Ucrânia admite que não poderá integrar a aliança atlântica, mas pede garantias de segurança por parte das potências mundiais contra eventuais futuros ataques e não aceita as perdas territoriais.

Da Ansa

Quase 2.500 migrantes irregulares se aglomeraram na cerca alta que separa Marrocos e Espanha através do enclave espanhol de Melilla nesta quarta-feira (2), e 500 conseguiram atravessá-la - informou a delegação do governo (prefeitura) sobre a maior tentativa desse tipo dos últimos anos.

"Houve um salto em massa para a cerca fronteiriça de Melilla por parte de um grupo composto por cerca de 2.500 subsaarianos", informou a delegação em um comunicado, que estabeleceu em 491 os migrantes que conseguiram entrar nesta cidade que constitui, juntamente com Ceuta, a única fronteira terrestre entre a África e a União Europeia.

"Foi a maior tentativa de entrada já registrada", acrescentaram as autoridades. A delegação do governo se referiu à "grande violência praticada pelos migrantes, que usaram ganchos, paus e parafusos nos sapatos e que se dedicaram a jogar pedras".

Dezesseis agentes e 20 migrantes ficaram levemente feridos. A polícia espanhola "neutralizou, em grande parte, o grande grupo de pessoas que tentou acessar nossa cidade" pela área de Villa Pilar, disse a nota.

Cerca tripla

Imagens da emissora local Faro TV mostram centenas de migrantes em sua chegada. A maioria fazia gestos de felicidade - apesar das feridas ensanguentadas em alguns - por terem conseguido entrar na Europa.

A fronteira em Melilla consiste em uma cerca tripla de arame com vários metros de altura e em torno de 12 km de comprimento. Tal como a de Ceuta, está equipada com câmeras de vídeo e torres de vigilância.

Ambos os enclaves são alvo de inúmeras tentativas de entrada de migrantes clandestinos que tentam chegar à Europa, fugindo da guerra, ou da pobreza, depois de terem atravessado parte da África até o Marrocos.

A entrada desta quarta-feira foi, no entanto, a maior registrada nas cercas dos dois enclaves espanhóis desde julho de 2018, quando 600 migrantes conseguiram pular a de Ceuta.

Em 2021, 1.092 migrantes conseguiram entrar em Melilla, o que representa uma queda de 23% em relação a 2020, segundo dados do Ministério do Interior espanhol. O número de 2021 foi 23% menor que o do ano anterior.

Esta entrada massiva em Melilla ocorre menos de um ano após a de mais de 10.000 migrantes, a grande maioria deles do Marrocos, em maio de 2021, em Ceuta. Aproveitando-se da flexibilização dos controles fronteiriços do lado marroquino, a maioria entra por mar, ou através do dique que marca a fronteira.

Essa chegada excepcional ocorreu no contexto de uma grande crise diplomática entre Madri e Rabat, provocada pela recepção na Espanha do líder do movimento de independência saarauí da Frente Polisário, Brahim Ghali, inimigo jurado de Rabat.

Embora as tensões tenham diminuído desde então, a situação não voltou totalmente ao normal entre os dois países.

A Espanha exerce sua soberania sobre Ceuta desde 1580, e sobre Melilla, desde 1496. Marrocos considera ambas, porém, como parte integrante de seu território.

O caos do início se dissipou, mas milhares de ucranianos ainda esperam no frio para entrar na Polônia. Suas histórias misturam medo de uma guerra que não esperavam, mas também emoção pela solidariedade que encontraram.

Apenas 24 quilômetros separam a pequena cidade de Tvirzha, no oeste da Ucrânia, do posto fronteiriço de Shegyni com a Polônia. O congestionamento de veículos cheios de mulheres e crianças que querem deixar o país chegava até ali.

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Pilhas de lixo e alguns carros abandonados eram a única evidência do monumental engarrafamento do final de semana passado.

Foi em Tvirzha, em frente à escola que dirige, que Ivana Shcherbata montou um estande oferecendo bebidas quentes e comida com a ajuda de algumas mulheres do município.

"Nós o levantamos e fizemos tudo com nossas próprias mãos", diz Shcherbata.

À sua frente está tudo o que um passageiro com frio pode querer: chá, café, sanduíches e enormes potes de Borsch, uma popular sopa de beterraba cujas origens são disputadas na Ucrânia e na Rússia, preparada nas cozinhas da escola.

No segundo andar do centro, o berçário acomoda mães e crianças que procuram um espaço aconchegante para passar a noite.

- "Muito comovida" -

"Comecei isso espontaneamente e então essas mulheres vieram oferecer ajuda e trazer comida", explica Shcherbata na cozinha.

Vinda de Kriviy Rih, no centro da Ucrânia, Daria, com o filho nos braços, não encontra palavras para descrever a solidariedade que encontrou em sua jornada.

"Estou muito emocionada. Em todos os lugares nos deram comida, roupas, fizeram de tudo para nos ajudar", diz esta funcionária pública de 32 anos, que esteve na estrada por três dias, um dia inteiro no trânsito.

De acordo com as Nações Unidas, mais de 830 mil pessoas fugiram para países vizinhos, especialmente para a Polônia.

As estradas do país ficaram congestionadas, com engarrafamentos às vezes agravados por postos de controle montados em vários municípios no oeste da Ucrânia por voluntários que temiam "provocações" russas.

"A viagem foi muito difícil. Aqui é mais tranquilo, mas o trajeto foi horrível", diz Katerina Zaporojets, uma trabalhadora de laboratório da cidade de Cherkasy (centro).

No caso dela, levou cerca de 24 horas para chegar ao posto de fronteira de Shegyni, uma viagem de pouco mais de dez horas em condições normais. E agora provavelmente levará mais 48 horas antes de cruzar para a Polônia.

As seis crianças que ela e duas amigas levaram para a Polônia já devem estar cruzando a fronteira em um dos ônibus fretados pelas autoridades para o posto de controle de Shegyni.

Apesar de semanas de conjecturas, esses aspirantes a refugiados não estavam preparados para o que estava por vir.

"Nas últimas duas semanas, suspeitei que algo assim aconteceria. Mas nunca pensei que seria tão terrível", admite Zaporojets, que não tem planos além de abrigar os pequenos.

Vários carros viaja na direção oposta, em direção ao coração do conflito.

Neles estão alguns homens que deixaram suas famílias na fronteira, mas também alguns grupos de homens com rostos sérios, talvez ucranianos que vivem no exterior e decidiram voltar para ajudar seu país.

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