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O Projeto de Lei do programa Future-se foi encaminhado ao Congresso Nacional. O despacho foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (27), mas não dá mais detalhes sobre o texto. A iniciativa ainda cria o dia nacional do estudante empreendedor, que será comemorado no primeiro sábado após o Dia do Trabalhador.

O Programa Future-se é direcionado às instituições federais de ensino superior, universidades públicas e institutos federais e tem por finalidade criar condições e incentivos para que essas instituições expandam as suas fontes adicionais de financiamento, sem prejuízo do investimento público. Além disso, o Instituto Militar de Engenharia (IME), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Colégio Pedro II poderão participar do Programa. 

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“A participação no Programa Future-se fica condicionada à celebração de ‘contrato de resultado’, firmado entre a universidade ou o instituto federal solicitante e a União, por meio do Ministério da Educação (MEC) . No ‘contrato de resultado’ serão fixados indicadores de resultados para a universidade ou instituto contratado, como contrapartida pela concessão de benefícios por resultado”, informa o Governo Federal

Além disso, o Programa será acompanhado e supervisionado por um comitê gestor, garantida a participação de representantes das universidades e dos institutos federais, do MEC e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Ao comitê gestor caberá subsidiar o MEC no aperfeiçoamento e no processo decisório do Programa, zelar pela destinação correta e regular dos recursos, e acompanhar a avaliação dos indicadores de resultado referente ao ‘contrato de resultado’.

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A Casa Civil da Presidência da República pôs em consulta pública projeto de lei que institui o Future-se, programa do Ministério da Educação voltado para universidades e institutos empreendedores e inovadores. O despacho com a abertura da consulta está no Diário Oficial da União (DOU).

Os interessados no tema podem enviar sugestões até o dia 24 de janeiro à Casa Civil pelo correio eletrônico futureseconsulta@mec.gov.br ou pelo site http://www.participa.br/future-se.

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Lançado em julho de 2019, o Future-se tem como objetivo, segundo o MEC, dar maior autonomia financeira a universidades e institutos por meio do fomento à captação de recursos próprios e ao empreendedorismo. O texto do projeto está disponível no Diário Oficial.

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A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) emitiu uma nota, nesta quarta-feira (16), onde ratifica o posicionamento contrário em relação ao programa Future-se, criado pelo Ministério da Educação (MEC), para captação de recursos pelas próprias instituições de ensino federais. Para a UFRPE o programa não garante a autonomia e a qualidade reconhecida das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).

Um dos pontos criticados é a questão da Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, baseada na Lei de Inovação, de 2016, que marca a atuação da iniciativa privada dentro das universidades e institutos federais. Para que ela seja efetiva, a UFRPE pede que as receitas captadas por convênios, parcerias e outras formas de arrecadação não sejam vinculadas ao teto de orçamento da União. “Vale ressaltar que esse é um entrave para as universidades para o qual o Future-se não traz solução”, afirma a nota.

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Ainda de acordo com a publicação o Future-se mostra desconhecer o que já vem sendo feito nas instituições brasileiras, sobretudo em relação ao processo de internacionalização e os planos construídos internamente, com conselhos, fóruns e todas as limitações de orçamento. “Neste sentido, é importante um diálogo sobre as atuais dificuldades enfrentadas pelas IFES, visando maximizar a política de internacionalização”, diz o trecho.

O Future-se foi anunciado em julho deste ano pelo MEC e permite que as universidades e institutos federais façam parcerias com empresas privadas para a criação de um fundo de financiamento e também prevê a atuação de Organizações Sociais na gestão das IFES, ponto que gera maior discordância entre professores, alunos e profissionais da educação.

Confira abaixo a nota completa da Universidade Federal Rural de Pernambuco em relação ao Future-se:

"A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) - Instituição centenária com tradição em ensino, extensão e pesquisa no estado e no País – conta com ampla capacidade de inovação e contribui para a superação dos problemas sociais, ambientais e econômicos, participando diretamente no desenvolvimento socioambiental, tecnológico e político regional e nacional. Frente à proposição de um novo programa pelo Ministério da Educação para o Ensino Superior – o Future-se - e da importância de posicionar a UFRPE pelo legado conquistado em seus 107 anos de história, esta Universidade apresenta uma análise crítica de sua Comunidade, uma instituição baseada em princípios mais fundamentais como o direito à Universidade Pública, Gratuita, de Qualidade, Inclusiva, Socialmente Referenciada e, acima de tudo, AUTÔNOMA.

O Programa Future-se, que declara pretender avançar nas áreas de gestão, empreendedorismo e governança - sem mecanismos claros de controle social e de transparência -, não garante a preservação da autonomia das universidades e manutenção de sua natureza pública, ao incluir novas instituições e formas de financiamento e indicar uma centralização administrativa e de gestão que não será realizada pelas universidades.

O eixo que trata de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação se baseia principalmente na implementação da Lei de Inovação (Lei 13.243/2016). A referida Lei constitui um marco legal da iniciativa privada dentro das IFES. Reconhecemos a importância da ampla implementação dessa Lei, porém para que ela seja explorada economicamente pelas universidades, se faz necessária a não vinculação das receitas próprias (convênios, parcerias e outras forma de arrecadação) ao teto do orçamento geral da união. Vale ressaltar que esse é um entrave para as universidades para o qual o Future-se não traz solução.

O documento do Future-se mostra um amplo desconhecimento do que já é feito nas IFES do país em relação à internacionalização. Muitas universidades trabalham a partir de planos de internacionalização, construídos internamente em fóruns e conselhos, com limitações orçamentárias. O programa não esclarece sobre a disciplina da política de internacionalização da organização e gestão dos processos. Neste sentido, é importante um diálogo sobre as atuais dificuldades enfrentadas pelas IFES, visando maximizar a política de internacionalização.

O Programa Future-se propõe a revogação ou mudança de pelo menos 16 leis constitucionais que tratam de aspectos diversos, como aplicações de crédito (recursos públicos em investimentos de riscos, como os fundos imobiliários), a participação de lucros (partilha de lucros – iniciativa pública/privada), financiamento (questões orçamentárias), incentivos fiscais, plano de carreira (contrato de dedicação exclusiva), conduta do servidor público (conflito de interesse), dentre outros o que indica a amplitude das mudanças propostas que vai da alteração da natureza das IFES à perda de autonomia universitária em diversos aspectos, desde gestão até políticas de internacionalização.

As universidades públicas, consagradamente, já atuam em gestão, inovação, pesquisa, empreendedorismo, internacionalização e governança. Com isso, o programa Future-se não sugere alternativas que conduzam as IFES a um Futuro de desenvolvimento promissor e com garantias estáveis para sua manutenção, através de investimentos essenciais para sua existência que são de obrigação do Estado, de acordo com a nossa Carta Magna.

Dessa forma, a Universidade Federal Rural de Pernambuco se posiciona contrária ao Programa Future-se".

Convocados pela União Nacional dos Estudantes (UNE), as centrais sindicais, movimentos sociais e associações ligadas à educação realizam, nesta quarta (2) e quinta-feira (3), um ato de paralisação nas universidades por todo o Brasil, que tem como objetivo reivindicar o contingenciamento orçamentário realizado pelo Ministério da Educação (MEC).

Em Pernambuco, atividades estão sendo realizadas durante todo o dia desta quarta-feira na Universidade Federal (UFPE), localizada na Zona Oeste do Recife. Além disso, um grande ato público será realizado na Rua da Aurora, no centro da cidade, na quinta-feira. Ambas ações contam com o apoio da Associação dos Docentes (Adufepe) e do Centro de Educação (CE) da instituição.

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“A paralisação que as universidades e a educação de modo geral estão fazendo nestes dias é um marco importante na defesa do Brasil, porque todos nós sabemos que um país só será soberano e desenvolvido se realizar forte investimento em educação, ciência e tecnologia”, declara o diretor da Adufepe, Audisio Costa. 

Para a vice-presidente da UNE em Pernambuco, Débora Silva, a educação não pode ser vista como um gasto, mas como um investimento que precisa ser feito para haja um retorno. “É importante reivindicar porque a universidade conta com três bases na educação que é o ensino, a pesquisa e a extensão. Sem o financiamento necessário, nenhum destes critérios irá progredir”, alega. 

A programação desta quarta-feira é promovida pelos estudantes e conta com palestras sobre a prevenção do câncer de mama, felicidade e mercado de trabalho, além de uma oficina de Libras. Já os professores do CE, que também promovem palestras, oficinas, além de aulas públicas, conversam sobre temas como o Future-se, fascismo, governo Bolsonaro, direitos humanos, entre outros. 

Segundo uma das organizadoras das atividades realizadas no Centro de Educação, Fátima Cruz, a ideia é de que, neste dia em especial, a universidade se torne aberta para a comunidade e sociedade. “Professores estão realizando aulas públicas com conteúdos mais acessíveis para que a população possa compreender a função social da instituição”, explica.

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (30) para anunciar o desbloqueio dos recursos da educação superior, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, citou o projeto Future-se, criado pelo Ministério da Educação (MEC), para as instituições captarem recursos próprios de maneira privada. O principal objetivo é estimular a autonomia nas instituições.

Ao falar de gastos excessivos no MEC, o chefe da pasta disse que não haverá liberação de dinheiro sem a devida prestação de contas e que, as universidades que quiserem solicitar mais recursos, além do valor fornecido pelo MEC, terão que que aderir ao Future-se."Mas eu quero mais recursos, volumes bilionários... Vocês vão ter que sair, bater na porta da iniciativa privada e buscar parcerias", pontuou.

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As instituições que não quiserem recorrer ao projeto não receberão punição. De acordo com o levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, das 63 entidades procuradas pelo periódico, 34 já rejeitaram o Future-se, programa que é alvo de críticas por parte de conselhos universitários.  

Entre as universidades federais que se posicionaram de forma contrária ao projeto estão a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal de Roraima (UFRR), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A maioria das universidades federais já decidiu não aderir ao Future-se ou manifestou críticas ao programa do Ministério da Educação (MEC), lançado em julho. E, até agora, nenhuma instituição declarou publicamente que pretende participar do projeto que prevê gestão por meio de organizações sociais (OSs) no ensino superior público.

O levantamento foi feito pelo jornal O Estado de S. Paulo em consultas às 63 universidades. Entre as que já decidiram em seus conselhos internos pela não adesão estão as maiores e mais tradicionais federais, como a de São Paulo (Unifesp), do Rio de Janeiro (UFRJ), de Minas Gerais (UFMG) e de Brasília (UnB).

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Reitores já dão como certo que o programa não será implementado como foi apresentado. No mês passado, em entrevista ao jornal, o ministro Abraham Weintraub chamou dirigentes que criticavam o Future-se de "pessoal militante politicamente" ligado ao "PSTU, PSOL, PT". Para ele, o programa, de adesão voluntária, contaria com um quarto das federais.

A maior crítica das instituições é sobre possível perda da autonomia acadêmica e financeira porque os contratos de trabalho ou para pesquisas seriam fechados por meio de OSs. "Não sabemos quais serão os objetivos das organizações sociais, os projetos podem passar a estar subjugados ao que dá lucro. Que mercado vai querer financiar doenças negligenciadas, por exemplo?", indaga a reitora da Unifesp, Soraya Smaili.

Segundo ela, a Unifesp não é contrária a diferentes formas de captação de recursos, desde que "garantido o recurso público para o funcionamento das instituições". Documento aprovado pelo Conselho Universitário da instituição, que abriga a Escola Paulista de Medicina, uma das mais conceituadas do País, diz que o Future-se "possui diversas fragilidades e riscos" e, por isso, é "inaceitável".

Desde o lançamento do programa, procuradores das universidades têm analisado as propostas e chegaram à conclusão de que não há sustentação jurídica. Um dos questionamentos é sobre a venda de bens públicos pelas organizações de direito privado. Segundo documento divulgado pela Federal do ABC (UFABC), o Future-se "prevê a alteração de 17 leis" e não deixa claro como isso será feito. O Conselho Universitário da UFABC aprovou uma "moção de repúdio" ao programa.

Proposta

A ideia central do Future-se é a captação de recursos próprios pelas instituições e a gestão por meio de OSs. Também incentiva naming rights (usar o nome de empresas/patrocinadores) e busca de dinheiro pela Lei Rouanet, algo que muitas federais já fazem. Outro ponto que reitores consideram que não está claro é a criação de um fundo para financiar pesquisas e inovação. Há questionamentos sobre a legalidade jurídica e viabilidade fiscal. O programa prevê ainda indicadores de metas e governança.

Nesta semana, Weintraub declarou ao Estado que as instituições que aderirem ao Future-se teriam de contratar professores por regime de CLT (carteira assinada) e não mais por concurso público. Para boa parte dos reitores, a informação se tornou mais uma razão para não participar do programa.

"Nosso trabalho é o oposto, é buscar a dedicação exclusiva do professor para garantir que ele dê aulas e faça pesquisa", diz a reitora da Federal de Alagoas (Ufal), Valeria Correa. A Ufal não divulgou um documento final sobre o assunto elaborado pelo Conselho Universitário, mas tem criticado o programa.

Outro caso é da Universidade Federal do Tocantins (UFT), cujo reitor, Luís Eduardo Bovolato, já declarou publicamente que o projeto é "vago" e aderir ao Future-se seria um "mergulho no escuro". A UFT deve decidir se vai rejeitar ou aderir ao programa só em outubro.

Mapeamento

O levantamento do jornal mostra que 34 das 63 universidades federais (54%) rejeitam o projeto de alguma forma. São 27 que já decidiram em seus Conselhos Universitários por não aderir à proposta e outras sete que ainda vão concluir um documento, mas criticam o Future-se. Outras 27 ainda não tomaram uma decisão ou não pretendem se manifestar até que haja um projeto de lei. Duas não responderam à reportagem e também não publicaram posicionamento a respeito do programa.

O MEC pretende finalizar em outubro projeto de lei para mandar ao Congresso. O programa passou por consulta pública, finalizada em agosto. Questionado pelo jornal sobre as instituições que já teriam aderido ao programa, o secretário da Educação Superior do MEC, Arnaldo Lima, disse que essa informação era confidencial. Depois, afirmou que "formalmente não há quem aderiu ou não ao Future-se, (porque) o projeto precisa primeiro ser aprovado pelo Congresso". Segundo ele, "17 universidades estão contribuindo ativamente para o aperfeiçoamento do programa".

Na semana passada, reitores discutiram o programa no Senado. Eles tiveram a garantia de Lima de que o projeto consideraria as críticas e seria apresentado aos reitores antes de ser enviado ao Congresso. No entanto, foram surpreendidos com a entrevista de Weintraub ao Estado em que falava sobre a contratação de professores por CLT. A primeira minuta foi feita sem participação das universidades, o que também desagradou.

Rui Vicente Oppermann, reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), diz que o MEC não pode apresentar planejamento estratégico único para instituições de perfis tão diferentes. "Há universidades com cem anos, outras jovens. O plano de gestão tem de ser feito com autonomia, cada uma tem de resolver como vai administrar seus recursos."

As universidades enfrentam contingenciamento de 30% de seus orçamentos e cortes em bolsas. Além disso, a relação com Weintraub está estremecida por causa das declarações do ministro. Ele já disse considerar que há "balbúrdia" nas instituições e elas recebem dinheiro demais para fazer pouco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na última segunda-feira (23), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, deu uma declaração polêmica em entrevista ao jornal 'O Estado de S. Paulo'. Na ocasião, ele disse que as universidades que aderirem ao Programa Future-se, uma iniciativa proposta pelo Ministério da Educação (MEC), que segundo o governo, tem o objetivo de aumentar a autonomia administrativa das instituições, vão passar a contratar professores e servidores via CLT (carteira de trabalho assinada), sem a utilização de um concurso público.

De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), Edeson Siqueira, o órgão entende que a intenção do ministro fere o princípio da autonomia universitária. “Nessa perspectiva a universidade passa a ter a gerência de um órgão externo estabelecendo condições para a contratação de servidores”, declara.

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A autonomia citada pelo presidente é referente ao artigo 207 da Constituição de 1988 que informa que as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e devem obedecer ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. O artigo também fala que é facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei.

Para a presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Aduferpe), Érika Suruagy, caso as universidades passem a contratar servidores via CLT, é difícil sustentar o campo de pesquisa, ensino e extensão. “Os professores serão praticamente horistas contratados por um regime de trabalho precário e isso vai ter uma consequência direta na qualidade da pesquisa, extensão e ensino ofertados”, explica.

Érika também conta que, com a medida, os docentes terão que trabalhar em mais de uma instituição para obter um salário garantido. “Isso é a destruição do plano de carreira do docente, na qual ele entra professor auxiliar e termina como professor titular”, desabafa.

Procurados pelo LeiaJá, os reitores da Universidade Federal de Pernambuco e da Universidade Rural de Pernambuco, Anísio Brasileiro e Maria José de Sena, respectivamente, não quiseram se pronunciar sobre o assunto.

O Conselho Universitário (CUn) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) deve decidir, nesta terça-feira (3), em reunião, se vai aderir ao programa Future-se, criado pelo Ministério da Educação (MEC). Na tarde dessa segunda-feira (2), uma assembleia geral formada por professores, alunos e técnicos administrativos da instituição foi realizada para se opor ao projeto.

Durante a mobilização que lotou o auditório Garapuvu da universidade, além da rejeição ao Future-se, foram discutidos os efeitos do bloqueio orçamentário feito pelo MEC e que afetou universidade federais do Brasil, inclusive, a UFSC. Estima-se que cerca que mais de 4 mil pessoas participaram da manifestação, na qual foi aprovada uma greve geral, mas sem a possibilidade de ocupação dos prédios no momento.

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Um dos pontos também abordados durante a assembleia foi o vestibular 2020, cujo votos da maioria dos presentes foram favoráveis ao cancelamento do processo seletivo, em razão de pressionar o governo federal a liberar o orçamento retido. A instituição, no entanto, se prontificou de que o processo seletivo está mantido e que discussão deve ser pautada nas estâncias superiores da entidade.

A reunião do conselho está marcada para às 14hs. A expectativa é de que uma nova movimentação seja organizada pelos estudantes. 

Nesta quarta-feira (28), o Ministério da Educação (MEC) apresentou o programa Future-se para a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. Durante o evento, o comandante da pasta, Abraham Weintraub, disse que o projeto é a forma de recuperar as universidades federais e caracterizou as finanças da instituições como "dramáticas".

"Trata-se de salvar as federais. A situação das contas das federais é dramática", disse ele. Weintraub ainda explicou que a adesão ao Future-de é voluntária. "O Future-se não mexe na autonomia, é voluntária a adesão, aumenta os recursos quase que instantaneamente", comentou, segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa do MEC.

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Autonomia universitária será mantida, segundo MEC

Ainda segundo o ministro da educação, a autonomia das universidades será mantida com o Future-se. A matéria disponibilizada pelo MEC, informa que todos os recursos captados de maneira privada, não sujeitos ao teto de gastos, serão extras e poderão ser destinados para a pesquisa.

“A receita própria, de natureza privada, vai direto para a instituição, fora do orçamento público e não suscetível ao contingenciamento e ao teto de gastos”, ressaltou o secretário de de Educação Superior, Arnaldo Lima. Entre as formas de arrecadação do dinheiro, está previsto um funding - recursos oriundos de várias fontes - de mais de R$ 100 milhões.

Metade da verba será proveniente do patrimônio da União, por meio de imóveis transferidos para a gestão do programa. “É dinheiro a mais. Imóveis da União que hoje estão parados e serão transferidos para esse fundo”, disse Weintraub, segundo nota do MEC. O restante tem como fontes os Fundos Constitucionais (R$ 33 bilhões), as Leis de Incentivos Fiscais, depósitos à vista (R$ 17,7 bilhões) e recursos da Cultura (R$ 1,2 bilhão).

Para a gestão do programa, serão criados fundos. Cada instituição terá o seu, como forma de facilitar a captação de recursos. Poderão ser utilizadas receitas decorrentes da prestação de serviços (estudos, pesquisas, consultorias e projetos), doações, rendimentos oriundos de investimentos realizados com ativos e quantias recebidas em decorrência das leis de incentivo fiscal.

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) anunciou interesse em aderir ao programa Future-se. A declaração foi feita pelo comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez em um almoço com o reitor da instituição, Cláudio Jorge Pinto Alves, nesta segunda-feira (26).

Para o reitor do ITA, o programa abre possibilidades de ampliação de recursos, que podem ser aplicados nos trabalhos, pesquisas e instalações físicas no campus. “O Future-se, eu acredito, vai facilitar e vai viabilizar uma série de intenções que pessoas e empresas têm, de colaborar com o ITA, e de ter seu nome associado à instituição”, disse Cláudio Jorge Pinto Alves na ocasião.

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O instituto, vinculado ao Ministério da Defesa, fica na cidade de São José dos Campos, em São Paulo, e é referência em ensino de engenharia no Brasil e está na lista das dez melhores universidades do país. Foi criado em 1950, formando profissionais com especializações no campo aeroespacial.

O Ministro da Educação, Abraham Weintraub, ficou feliz pelo posicionamento do ITA. “O ITA é uma grande história de sucesso. Junto à Embraer, é responsável por colocar o Brasil no cenário global aeroespacial. Sem dúvida, ter o ITA junto ao Future-se é um marco para nós”, comemorou.

O programa Future-se, lançado pelo governo federal em julho deste ano, tem como objetivo dar autonomia às universidades e institutos federais para que possam captar seus próprios recursos, sobretudo entre a iniciativa privada. Até agora mais de 40 universidades se manifestaram contra a proposta, que é alvo de críticas por parte dos professores e alunos.

 

Em reunião realizada nesta segunda-feira (26), o Conselho Universitário da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) manifestou-se, publicamente, contrário ao Programa Institutos e Universidades Empreendedoras e Inovadoras – Future-se. A proposta, apresentada pelo Ministério da Educação (MEC), pretende dar mais autonomia financeira às instituições de ensino, possibilitando, inclusive, intervenções de empresas privadas.

A Universidade, em sua posição, destaca que valoriza os seus princípios constitucionais, se comprometendo com os interesses democráticos do Brasil. “Dentre os quais se destacam os da autonomia universitária, do caráter público, gratuito e de qualidade do ensino superior, da admissão por concurso público, da diversidade do conhecimento e da pluralidade de ideias”, defendeu a UFPE.

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Segundo a instituição de ensino, o Future-se não mostra de maneira clara e transparente as atividades de gestão que poderão ser repassadas para organizações sociais, assim como as diretrizes da política de internacionalização. Para a UFPE, o programa também não é claro sobre a escolha dos fundos de investimento.

“A UFPE já possui experiência de boas práticas de governança, empreendedorismo, inovação e internacionalização, aliada às várias formas de parcerias com todos os setores da sociedade, sempre norteada pelo interesse público e o debate plural de ideias. Entende a Universidade que, ao remeter pontos relevantes para posterior regulamentação do Ministério da Educação, o projeto enfraquece o debate público sobre o tema e desconsidera a competência privativa do Congresso Nacional de aprovar as diretrizes da educação nacional, conduzindo a um modelo de excessiva centralização de poderes no âmbito do Ministério”, argumentou a Universidade.

O Conselho Universitário diz ainda que o programa visa transferir a gestão dos recursos financeiros das instituições de ensino a uma organização social, escolhida pelo próprio MEC, “permitindo-se entrever que essa entidade atuará, ainda, na gestão de pessoas, bens e serviços das instituições de ensino”. “Essa organização social, inclusive, poderá ser escolhida sem prévia chamada pública, prevendo-se a contratação de entidade que já desenvolva projetos junto ao Ministério da Educação”, acrescentou o Conselho.

O ministro da Educação Abraham Weintraub, por sua vez, defende que o Future-se tem um caráter inovador. “O que a gente está propondo é uma reformulação profunda. O objetivo realmente é colocar o Brasil no patamar que estão os outros países. Estamos trazendo as melhores ideias. Será que dá certo no Brasil? Sim, dá certo! É um marco de uma mudança estrutural que a gente precisa atingir”, disse o ministro durante o lançamento do programa.

Confira, a seguir, a posição na íntegra divulgada pela Universidade Federal de Pernambuco:

Conquanto a Universidade Federal de Pernambuco nunca tenha se furtado ao diálogo interinstitucional, acerca de sua participação em projetos de interesse público e no debate sobre os meios de se aumentar a sua eficiência administrativa, suas decisões permanecem pautadas pelos estritos termos da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988. A UFPE analisará, à luz dos seus princípios, a versão que será enviada ao Congresso Nacional.

 

O art. 207 da Carta Magna é explícito ao assegurar às Universidades “autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial”. Esta prerrogativa não é um fim em si mesmo, mas um meio de se preservar a pluralidade de ideias, o livre pensar, o desenvolvimento científico e tecnológico, sem as amarras que lhes foram impostas no passado recente, nos anos da ditadura.

A autonomia universitária é uma garantia estabelecida em prol de toda a sociedade brasileira e não algo de que as Universidades possam livremente dispor.

Por tais motivos, a Universidade Federal de Pernambuco entende que não lhe cabe, em hipótese alguma, renunciar à sua autonomia, repassando a sua gestão administrativa e orçamentária a uma entidade alheia à comunidade acadêmica.

Repudia a Universidade, inclusive, a possibilidade de escolha de organizações sociais sem prévia chamada pública, além da possibilidade de pagamento de remuneração aos diretores dessas organizações. Essas mudanças seguem na contramão do decidido pelo Supremo Tribunal Federal e desnaturam a própria razão de ser dessas entidades sociais, pensadas como reunião de pessoas que desejam, voluntariamente, trabalhar em prol do interesse da coletividade. Caso aprovadas as alterações, recursos públicos poderão ser destinados ao pagamento desses diretores, escolhidos diretamente pelo Ministério da Educação, sem concurso público, sem prévia licitação, sem qualquer procedimento capaz de preservar a moralidade e a impessoalidade administrativas.

Embora textualmente se diga que a assinatura do contrato de gestão dependerá da anuência da universidade ou instituto, a Universidade Federal de Pernambuco alerta a comunidade, com ênfase aos seus representantes no Congresso Nacional, acerca dos riscos advindos desse projeto. A experiência brasileira demonstra o risco concreto de, caso aprovado o programa, em seguida proceder-se ao tratamento desigual entre as instituições aderentes e não aderentes, inclusive mediante o contingenciamento de seus recursos orçamentários. A proposta de projeto de lei, como está apresentada, contraria os princípios da autonomia universitária e o compromisso de democratização do ensino superior.

A Universidade também se opõe à securitização do seu patrimônio imobiliário, vez que subordiná-lo à lógica e aos riscos do mercado financeiro não condiz com as finalidades constitucionais das instituições de Ensino Superior. Expressa, por fim, a sua perplexidade com a proposta de se permitir aos hospitais universitários a celebração de convênios com operadoras de planos privados de saúde. Esse modelo, adotado no passado, marcou-se pelo tratamento diferenciado concedido aos pacientes dos planos de saúde, em detrimento da população mais necessitada, razão pela qual foi proscrito pelo Sistema Único de Saúde. A aprovação do projeto, neste item, representaria um evidente retrocesso nas políticas de atenção à saúde no país.

Em síntese, a Universidade Federal de Pernambuco permanece aberta ao diálogo, sobretudo no que tange a iniciativas que permitam ampliar o aporte financeiro e aperfeiçoar a gestão administrativa, no âmbito das instituições de ensino superior, e esclarece as razões pelas quais se opõe à atual versão do Programa Institutos e Universidades Empreendedoras e Inovadoras – Future-se.

consulta pública do Future-se registrou 55.764 pessoas cadastradas até a tarde desta terça-feira (20), segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC). O programa foi lançado no dia 17 de julho. A consulta pública terminaria no dia 15 de agosto, mas foi prorrogada até o dia 29 de agosto. 

Segundo o secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Lima, o prazo foi estendido por mais duas semanas para que mais pessoas possam participar. De acordo com o MEC, o Future-se quer promover maior autonomia financeira em universidades e institutos federais, com incentivo à captação de recursos próprios e ao empreendedorismo. As instituições de ensino podem aderir de forma voluntária e o programa vai ajudar a complementar a renda, não diminuindo os repasses da União.

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Conforme o Ministério, a consulta pública serve para especialistas e população opinarem sobre o projeto e as contribuições serão utilizadas na elaboração do projeto final, que será enviado ao Congresso Nacional.

O Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, afirmou, durante entrevista a jornalistas no 3º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação (Jeduca) na segunda-feira (19), que a mudança na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) irá permitir que universidades particulares revalidem diplomas emitidos no exterior em todas as áreas, até mesmo medicina. A mudança na LDB está incluída na proposta do Future-se.

De acordo com o secretário, as regras do MEC sempre são universais, portanto, o projeto do Future-se também é para a área de medicina. Atualmente, apenas universidades públicas podem revalidar diplomas de ensino superior emitidos por instituições de fora do Brasil.

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A validação dos diplomas de medicina só ocorre depois que os médicos formados fora do país são aprovados no Revalida, que consiste em um exame do MEC que avalia, em duas etapas, as competências e habilidades práticas e teóricas dos candidatos. Ainda segundo Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, no atual Revalida, o processo de revalidação atual nas universidades federais é devagar e complexo.

 

 

A Universidade Federal do Ceará (UFC) anunciou, no final da tarde desta quarta-feira (14), que não vai aderir ao programa Future-se, oferecido pelo Governo Federal por meio do Ministério da Educação. A decisão foi tomada pelo Conselho Universitário (Consuni), que teve a maioria dos votos contra o projeto. 

A decisão se deu pela votação de duas propostas, nas quais a primeira propunha o acompanhamento da posição tomada em assembleia realizada, no último dia 8 de agosto, por servidores, docentes, técnicos administrativos e estudantes. Esta proposta foi a escolhida com 21 votos, contra 8 votos da segunda proposta, que sugeria o adiamento da discussão para o dia 6 de setembro.

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Em declaração dos reitores das instituições federais de ensino superior do Estado do Ceará, foram apresentados os motivos da não adesão do Future-se. Um deles, segundo a UFC, é a superficialidade do programa, que não detalha as propostas, oferecendo assim um futuro incerto às instituições federais.

"Parca no detalhamento, a proposta delineia um futuro incerto e perigoso, enquanto esquece um presente de dolorosa crise orçamentária. Hoje, as IFES se encontram em situação de pré-colapso orçamentário, causado pelo bloqueio de aproximadamente 30% de seus orçamentos de custeio e capital. Assim, estão comprometidas importantes obrigações básicas, como despesas de água, luz, limpeza e outros serviços terceirizados, bem como a segurança patrimonial e pessoal", pontuou.

Outra razão questinada na declaração é o fundo orçamentário, que será captado pelas universidades, além de instituições parceiras, incluindo, organizações privadas. "O que se escancara, aos nossos olhos, é que se encontra em marcha uma estratégia para reduzir a presença do Estado na garantia do direito à educação e, ao mesmo tempo, abrir à financeirização do ensino público, transformando a educação em mercadoria que tem o lucro – e não o compartilhamento, a geração e difusão do conhecimento – como objetivo final" completou.

Leia aqui o documento emitido pelos reitores das universidades federais do Ceará.

 

O Conselho Universitário (CUni) da Universidade Federal de Roraima (UFRR) declarou, nesta quarta-feira (14), posição contrária ao Programa Universidade e Institutos Inovadores e Empreendedores (Future-se), do Ministério da Educação (MEC), por meio de nota oficial.

No texto, a universidade explica que rejeita o programa porque ele propõe alterações das atividades de ensino, pesquisa e extensão, subordinando-as aos padrões do mercado. A instituição deixa claro que, desta forma, a liberdade de pesquisa e a produção do conhecimento fica comprometida, já que, no caso da UFRR, o estudo da diversidade local contribui para o desenvolvimento regional e nacional, em particular, da região amazônica.

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“A UFRR, soma-se a outras IFES (Instituições Federais) e associações, que visam conscientizar sobre a necessidade de termos garantidos os princípios constitucionais dos quais não podemos afastar-nos, bem como da função social de mantenedora dos valores que balizam a vida universitária, exercendo a postura de defensora da educação pública, gratuita, inclusiva e de qualidade, por todos os meios legais e necessários”, pontua o trecho da nota.

Outras universidades federais já se posicionaram

No dia 1° de agosto, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) publicou uma nota informando uma moção de repúdio ao programa Future-se. Já na última quinta-feira (8), o Conselho Universitário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), informou, por meio de nota, que não recomenda o Future-se.

O Future-se é um programa criado pelo Ministério da Educação, que, segundo o governo, tem o objetivo de aumentar a autonomia administrativas das instituições. O MEC também pretende, por meio do programa, firmar parcerias entre a União, universidades e organizações sociais. O Future-se pretende ainda que as instituições captem seus próprios recursos que auxiliem em sua manutenção.

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Por meio de nota oficial emitida na última terça-feira (13), a Universidade Federal do Amapá (Unifap) declarou que o Conselho Universitário (Consu), não fará adesão ao Programa Institutos e Universidades Inovadores e Empreendedores (Future-se), lançando pelo Ministério da Educação (MEC) no dia 16 de julho.

No texto, a instituição informou que a reitoria tinha intenção de que se estabelecesse um amplo debate com as unidades pedagógicas e administrativas da universidade sobre o tema, para que, assim, fosse estabelecida uma votação. No entanto, o Consu decidiu, por unanimidade, rejeitar a proposta de forma imediata.

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“Comprometida com a democracia e o fortalecimento das Instituições Federais de Ensino Superior, a gestão da Unifap referenda a decisão do Conselho Universitário e reafirma a disposição de continuar dialogando com a comunidade acadêmica, a sociedade, o MEC e o governo federal buscando sempre a construção de políticas que visem promover o ensino público, gratuito e de qualidade”, diz trecho da nota lançada pela reitoria.

Instituições como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal de Roraima (UFRR) também divulgaram nota oficial rejeitando o programa.

Future-se

O Future-se é uma iniciativa proposta pelo Ministério da Educação (MEC), que tem como objetivo, segundo o governo, de aumentar a autonomia administrativa das universidades federais. O Future-se também estimula que as instituições captem recursos próprios, que auxiliem na sua manutenção. 

 

Segundo o presidente da Associação de Professores da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), Edeson Siqueira, reitores das instituições de ensino superior não terão mais utilidade. "O reitor será apenas um adereço", cravou o docente.

De acordo com Siqueira, isso se dará pelo fato de que organizações sociais poderão administrar as universidades e institutos federais livremente. "Inclusive, elas, além de controlar tudo no modo administrativo, também serão responsáveis pela contratação de pessoal. Será tudo CLT", disse, em entrevista ao LeiaJá, durante protesto contra os cortes na educação e a Reforma da Previdência. 

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Popularmente conhecido como Tsunami da Educação, o ato tem como objetivo promover mobilização social contra o contingenciamento nas educações básica e superior, além de promover debate contra a Reforma da Previdência no Brasil. No Recife, o encontro teve concentração na Rua da Aurora, área central da cidade, e segue em caminhada pelas ruas localizadas no centro do município.

 

O presidente da Associação dos Professores da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), Edeson Siqueira, afirmou, nesta terça-feira (13), que o Future-se será a extinção dos concursos públicos para trabalhadores das universidades federais. "É o fim do concurso público", cravou Siqueira, em entrevista ao LeiaJá, durante o ato popularmente conhecido como Tsunami da Educação.

Segundo Siqueira, o Future-se prevê a administração das instituições de ensino superior por meio de contratos regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas. "Uma administração terceirizada realizará todos os procedimentos administrativos das instituições de ensino, então não serão mais realizados concursos públicos para cargos técnicos-administrativos", disse.

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O encontro tem como objetivo protestar contra o programa Future-se e a Reforma da Previdência em todo o Brasil. No Recife, o ato está sendo realizado na Rua da Aurora, área central da cidade e seguirá em caminhada pelas ruas do centro do município.

 

Popularmente conhecido como Tsunami da Educação, o protesto contra o contingenciamento de verbas para os ensinos básico e superior é realizado nesta terça-feira (13), em todo o Brasil. O evento, realizado na Rua da Aurora, na área central do Recife, reúne estudantes, professores e classes sindicais em todo o país. No encontro, docentes criticaram o projeto Future-se e os cortes nas instituições federais de ensino.

Para a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Jaboatão dos Guararapes, Eugênia Lemos, o Future-se mascara o objetivo do Governo de privatizar o ensino superior. "Quando um governo promove que organizações sociais passem a comandar a administração de uma universidade, isso não tem como ser outra coisa além de privatização. O governo quer sucatear o ensino superior e traz um grande programa para recuperá-la, quando na verdade não é isso", disse, em entrevista ao LeiaJá.

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O presidente da Associação de Professores da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), Edeson Siqueira, salienta os problemas que a instituição tem passado por conta do contingenciamento na pasta da educação. "Só temos verba para funcionarmos até setembro. Após isso, não vamos ter como pagar conta de energia nem contrato dos terceirizados. Como o professor vai dar aula, se não vai ter energia para ligar o computador? Quem vai fazer a limpeza da instituição?", questionou.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambucano, Fernando Melo, acrescentou que o programa de cortes traz problemas para os estudantes que ainda estão no ensino médio. "Eles não vão ter educação, universidade nem aposentadoria", cravou.

Estudantes também se mostram contra Future-se

Para a presidente da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) e gestora de cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirela, o ato marca uma luta que já é realizada há meses pelas categorias. "O Future-se nada mais é do que a privatização do ensino superior da forma mais velada possível. O ministro diz que organizações sociais poderão investir nas universidades e isso é a entrada de capital privado inicial como uma forma de privatizar depois", pontuou.

 

A Universidade Federal do Rio de Janeiro se pronunciou na última sexta-feira (9), sobre o programa Future-se, criado pelo Ministério da Educação (MEC). Por meio de nota, a instituição diz que não pretende aderir ao programa por ele "não se apresentar disposto a promover o fortalecimento da autonomia universitária". A decisão se deu por unanimidade em reunião realizada pelo Conselho Universitário (Consuni), órgão máximo da UFRJ. Contudo, a reitoria reforça que se coloca à disposição do MEC para um diálogo.

O Future-se foi anunciado pela pasta com o objetivo de dar autonomia financeira às universidades e institutos federais do Brasil, através de parcerias com organizações sociais privadas. A iniciativa propõe que as universidades públicas captem recursos para a própria manutenção. Esse ponto específico foi o mais criticado pela UFRJ que se colocou contra a nova forma de financiamento. "O chamado Fundo do Conhecimento, proposto no programa, é também recheado de lacunas. Não há clareza sobre a composição do patrimônio que serviria de aporte inicial, não se discutem o tempo de maturação de um fundo deste tipo e como as Ifes (Instituições Federais de Ensino Superior) seriam financiadas durante esta transição, não há qualquer menção aos critérios de escolha do gestor do referido fundo e de como ele será remunerado, especialmente no período de lançamento e consolidação do fundo. Caso o fundo fracasse, o retorno do patrimônio é previsto ao MEC, sem esclarecer com ficam os aportes eventualmente feitos pelas Ifes", explicou.

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Sobre a ligação da União com as universidades e as organizações sociais, a UFRJ diz que a iniciativa deveria estimular as boas práticas da gestão administrativa e patrimonial das Ifes e proporcionar um aumento de financiamento das instituições públicas e não as direcionar para entidades privadas.

Também foram defendidos no texto a retirada do teto de gastos nas Ifes, bem como a garantia do orçamento sem contingenciamentos “A garantia de financiamento público permite que a Ifes proceda com o adequado planejamento e as melhores práticas de governança e compliance. Certamente, o projeto Future-se deveria propor a retirada das Ifes do teto de gastos, garantir o orçamento sem contingenciamentos e estimular o desenvolvimento para impulsionar a produção científica nacional e a formação de pessoal qualificada” pontuou.

Leia na íntegra a nota emitida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O MEC está promovendo, até esta quinta-feira (15), uma consulta pública sobre o projeto Future-se, para dar mais detalhes sobre as novas diretrizes do programa. Interessados, podem se inscrever no site da pasta.

 

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