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A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta quinta-feira (21) a proibição imediata da venda de fuzis de assalto e outras armas longas semiautomáticas no país, em resposta ao ataque contra duas mesquitas em Christchurch, que deixaram 50 mortos.

"Anuncio que a Nova Zelândia proibirá todas as armas semiautomáticas de estilo militar. Também proibiremos todos os fuzis de assalto", disse Ardern, que também anunciou medidas provisórias para evitar uma enxurrada de compras antes da entrada em vigor da proibição.

"A consequência será que ninguém poderá comprar estas armas sem uma autorização da polícia e posso garantir que não terá sentido solicitar tal permissão".

Ardern também anunciou a proibição de carregadores de grande capacidade e dos dispositivos que permitem realizar disparos mais rápidos.

"Para resumir, cada arma semiautomática empregada no ataque terrorista de sexta-feira será proibida neste país".

Para as armas já adquiridas, Ardern anunciou um sistema de recompra que exigirá entre 100 e 200 milhões de dólares neozelandeses (entre 69 e 139 milhões de dólares), em função do volume de armas recebidas.

Quem mantiver as armas após o período de anistia enfrentará multas de até 4 mil dólares e três anos de prisão.

Na sexta-feira passada, o supremacista branco australiano Brenton Tarrant utilizou um fuzil de assalto nos ataques contra duas mesquitas de Christchurch, em um massacre transmitido ao vivo pelo agressor no Facebook.

O apoio à proibição à venda fuzis de assalto e ao controle de antecedentes na compra de armas aumentou entre os eleitores americanos, depois dos tiroteios das últimas semanas, segundo uma pesquisa da Universidade de Quinnipiac, publicada nesta quarta-feira (15).

Dos 1.577 entrevistados, 95% disseram respaldar a revisão dos antecedentes de todos os compradores. Apenas 4% se opuseram.

Trata-se do nível mais alto já registrado pela Quinnipiac desde que fez essa pergunta pela primeira vez, em fevereiro de 2013, após o massacre na escola Sandy Hook, em Connecticut, no qual morreram 10 crianças e seis adultos.

Entre os consultados, 65% sinalizaram que apoiam a proibição da venda de fuzis de assalto em esfera nacional, enquanto 31% são contrários. Também é o nível mais alto desde março de 2013.

Por outro lado, 91% defendem a proibição da venda de armas de cidadãos condenados por crimes violentos.

Mesmo assim, 60% apoiam leis mais rigorosas sobre o armamento (em novembro de 2015 eram 52%), contra 30% que se opõem (eram 45% há dois anos).

Dos consultados, 34% consideram que legislação mais dura ajudará a prevenir matanças, mas 62% indicam que os autores de ataques vão encontrar formas de burlar as normas e cometer crimes.

"A cada massacre, há mais apoio dos eleitores para endurecer as medidas sobre o controle de armas", garantiu Tim Malloy, diretor-assistente do Departamento de Pesquisas da Universidade de Quinnipiac.

"Mas o cinismo prevalece", alertou. "Lei mais duras não farão nada em um país onde há mais armas que pessoas".

A consulta, realizada em 15 de novembro e com margem de erro de 3%, foi feita depois de uma série de tiroteios que voltou a abrir o debate sobre o controle de armas nos Estados Unidos.

Em 1 de outubro, um homem matou 58 pessoas em um show de música country em Las Vegas.

Outras 26 morreram em 5 de novembro, quando um ex-membro das forças aéreas americanas atacou uma igreja no Texas.

Quatro pessoas foram mortas nesta terça-feira na Califórnia, em um tiroteio no qual o atirador disparou aleatoriamente.

Os democratas apresentaram no Senado, neste mês, uma atualização da proibição para a venda fuzis de assalto, mas não conseguiram apoio dos republicanos, que têm a maioria.

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