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O Brasil registrou uma geração de 1,146 milhão de vagas no mercado de trabalho no trimestre até dezembro, o último de 2023, ante os três meses até setembro. Trata-se de um aumento de 1,1% na ocupação ante o trimestre anterior, informou nesta terça-feira, 31, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, a população ocupada somou 101 milhões de pessoas no trimestre encerrado em dezembro. Em um ano, a alta foi de 1,6% e mais 1,6 milhão de pessoas encontraram uma ocupação.

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Já a população desocupada recuou em 234 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,1 milhões de desempregados no trimestre até dezembro. Em um ano houve redução de 5,7% nesse grupo e 490 mil pessoas deixaram o desemprego.

A população inativa ou fora da força de trabalho, por sua vez, somou 66,3 milhões de pessoas no trimestre encerrado em dezembro, 543 mil a menos do que no trimestre anterior (-0,8%). Na comparação com um atrás, informou o IBGE, esse contingente ficou "estável", com uma alta leve de 0,6%.

O nível da ocupação - porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar - ficou em 57,6% no trimestre até dezembro, 0,5 ponto porcentual acima do registrado no trimestre encerrado em setembro, e 0,4 ponto porcentual acima do nível registrado um ano antes, em dezembro de 2022.

O diretor da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou que a gigante da tecnologia está adicionando Inteligência Artificial (IA) aos assistentes digitais e aos novos óculos inteligentes Ray-Ban, em sua busca para recuperar terreno perdido na corrida global de IA.

Zuckerberg fez os anúncios na conferência Connect de desenvolvedores na sede principal do Vale do Silício, o evento de produtos mais importante da empresa.

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"As lentes inteligentes eventualmente nos permitirão reunir tudo em um formato elegante que podemos usar".

Os óculos inteligentes de segunda geração da Meta e da Ray-Ban, em parceria com a EssilorLuxottica, terão um preço base de US$ 299 e chegarão ao mercado em 17 de outubro.

Eles permitirão aos usuários transmitir o que veem e ouvem em tempo real, disse Zuckerberg, além de servir como suporte para assistentes virtuais na vida cotidiana.

A Meta também apresentou 28 assistentes de IA disponíveis para contato via WhatsApp, Messenger e Instagram, com "personalidades" baseadas em celebridades como Snoop Dogg, Paris Hilton e a estrela do YouTube MrBeast.

"Mas entendam, isso está apenas começando e ainda tem muitas limitações, vocês verão quando usarem", alertou.

A Meta tem adotado uma abordagem mais cautelosa para o desenvolvimento de produtos de IA em comparação com seus concorrentes Microsoft, OpenAI e Google. A empresa priorizou dar pequenos passos e construir seus próprios modelos para desenvolvedores e pesquisadores.

A Meta também revelou sua versão mais recente do capacete de realidade virtual Quest, que agora possui gráficos e áudio aprimorados, e a capacidade do usuário de ver seu ambiente sem tirar o dispositivo, como constatou a AFP em uma demonstração.

Este produto de realidade virtual é consideravelmente mais acessível do que o Vision Pro da Apple, que tem um preço inicial de US$ 3.499 (R$ 17.600) e estará disponível no início do próximo ano apenas nos Estados Unidos.

Os óculos inteligentes são uma das muitas abordagens que as grandes empresas de tecnologia têm adotado para ir além dos smartphones e oferecer um dispositivo amigável, até agora com pouco sucesso.

A Connect foi o primeiro evento presencial da Meta desde 2019, antes da pandemia.

O último programa Altas Horas, que foi ao ar no sábado (26) está dando o que falar na web. Uma das falas de Sheron Menezzes está gerando polêmica entre os internautas por soar como uma alfinetada ao casal Virginia Fonseca e Zé Felipe, que também participaram do programa.

A influenciadora e o cantor se apresentaram no palco de Serginho Groisman e durante o bate-papo, Patrícia Poeta, que também estava na roda, falou sobre como a geração do É o Tchan memorizava as danças e coreografias da banda.

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Na sequência, a atriz, que protagonizou a última novela das 19h, Vai na Fé, como cantora e dançarina, também deu a sua opinião no assunto. Relembrou a época da banda de Sheila Mello e Scheila Carvalho, e aproveitou para dar uma alfinetada na atual geração de dancinhas de Tik Tok, que envolvem Virginia e Zé Felipe.

"Mas bota pra dançar o Tchan pra essa galera jovem, não dança, não dança o Tchan como a gente dançava", brincou ela.

Além disso, vários internautas também repercutiram a frase da artista na Internet e dispararam:

"A Virginia parece uma intérprete de libras enquanto o Zé Felipe canta", soltou uma.

Por outro lado, outra saiu em defesa do casal:

"Eu já vejo ela como uma parceira, incentivadora e companheira, fluindo juntos, E MILIONÁRIOS".

A geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis no ano passado alcançou a marca de 92%. O resultado, divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) na última quarta-feira (1°), mostra que a participação das usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa no total de energia gerado pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) foi a maior dos últimos 10 anos. No total, em 2022, foram gerados quase 62 mil megawatts médios por mês de energia.

Segundo a CCEE, o resultado se deu, entre outros fatores, a um cenário hídrico climático mais favorável, que contribuiu para a recuperação dos reservatórios de água e da expansão das usinas movidas pelo vento e pelo sol.

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No ano passado, as usinas hidrelétricas responderam por 73,6% do total gerado (45.613 MW médio). As eólicas por 14,6% (9.066 MW médio). Já as demais fontes, como biomassa, pequenas centrais elétricas (PCH), solar e as centrais geradoras hidrelétricas (CGH) foram responsáveis por 11,8% (7.291 MW médio).

Com relação à geração hidráulica, as chuvas de 2022 contribuíram para um aumento de 17,1% na produção das hidrelétricas, para 48 mil MW médios.

Os estados que apresentaram o maior crescimento na produção de energia hidráulica em 2022 foram: Mato Grosso com aumento de 44 MW médio, São Paulo (219 MW médio), Tocantins (51 MW médio), Pará (599 MW médio), Goiás (194 MW médio ), Sergipe (176 MW médio), Rio Grande do Sul (366 MW médio), Paraná (1.728 MW médio), Minas Gerais (1.178 MW médio), Santa Catarina (545 MW médio) e Alagoas (484 MW médio).

“A reversão do cenário crítico de 2021 deixa o país em uma situação muito mais confortável para 2023. Hoje a capacidade instalada desta fonte é de 116.332 MW”, informou a CCEE

Já a geração solar centralizada foi o maior destaque. Este tipo de fonte teve o maior aumento de geração em 2022, de 64,3% na comparação com o ano anterior. Ao todo foram produzidos mais de 1,4 mil MW médios.

Fazendas solares

De acordo com a CCEE, a chegada de 88 novas fazendas solares ao SIN fez com que o segmento alcançasse 4% de representatividade na matriz nacional.

Os estados do Rio Grande do Norte (178 MW médio), da Bahia (666 MW médio) e do Piauí (340 MW médio) forma os que apresentaram aumento na geração por fonte eólica.

A geração eólica cresceu 12,6% no comparativo anual, fornecendo à rede elétrica mais de 9 mil megawatts médios. Atualmente, o país conta com 891 parques eólicos, que juntos somam mais de 25 mil megawatts de capacidade instalada.

A produção de energia a partir da biomassa, que tem como principal matéria-prima o bagaço da cana-de-açúcar, registrou um leve aumento de 0,3%. Com isso, este tipo de fonte entregou ao sistema quase 3 mil MW médios em 2022. Atualmente existem 321 usinas deste tipo, com capacidade instalada total de 14.927 MW.

Fontes não renováveis

Em relação à geração por fontes não renováveis foi de 5.373 MW médio, a maior participação foi por fonte térmica a gás, com 45,0% (2.419 MW médio), seguidp de fonte nuclear com 28,3% (1.522 MW médio), carvão mineral com 12,8% (690 MW médio) e as demais fontes (térmica, GNL, óleo, gás/óleo, importação e reação exotérmica) com 13,8% (743 MW médio).

Aos 58 anos de idade, a atriz conhecida por interpretar a personagem Juma Marruá na primeira versão de Pantanal, nos anos 1990, lançou a sua biografia, Versões de uma Vida, na Livraria Travessa de Ipanema, no Rio de Janeiro. Além de receber amigos e familiares, Cristiane também conversou com a imprensa e rebateu um comentário feito pela repórter da RedeTV! em que comparava a sua personagem com a nova versão de Alanis Guillen.

"Olha, você é a eterna Juma", disse a jornalista. "Hoje, a Juma é a Alanis Guillen, que está fazendo maravilhosamente e lindamente bem a Juminha dela e pronto. Eu só fui a Juma de 1990", disparou a atriz.

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E ela continuou: "Como fui a primeira, eu até entendo que, na memória emotiva, no carinho e nessa emoção toda que carrega, eu serei sempre a Juma para aquela geração. Agora tem aquela geração que não assistiu a primeira versão de Pantanal e vai se apaixonar pela Juma da Alanis, pois a personagem é apaixonante", finalizou.

A estiagem prolongada já deixou os principais reservatórios de geração elétrica do Rio de Janeiro e de São Paulo com volume útil abaixo de 40%. A falta de chuva prejudica, também, o abastecimento de água em algumas cidades.

Segundo os dados do Sistema de Acompanhamento de Reservatórios da Agência Nacional de Águas (ANA), na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, que abastece o Rio de Janeiro, o reservatório de Paraibuna está em 27,20% do volume útil, Jaguari com 29,32%, Santa Branca com 19,78%, e Funil com 38,83%. Os dois primeiros pertencem à Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e os últimos à à Light, fornecedora do Rio de Janeiro.

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Em 2015, parte do sistema foi desligado por falta de água para funcionar. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou na quinta-feira (26)) que será preciso garantir uma produção adicional de energia a partir de outubro, para atender à demanda que não poderá ser suprida pelas usinas hidrelétricas do país.

Os dados desse sábado (28) do Sistema Interligado Nacional (SNI) da ANA indicava um volume de 44,35% nos reservatórios, valor abaixo do registrado no mesmo período dos últimos 4 anos. Há um ano, o volume estava em 58,27%.

Água

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) informou durante a última semana que a estiagem já prejudica o abastecimento de água em algumas regiões, como na Barragem Beija-Flor, que fornece água para a Granja Guarani, em Teresópolis, na região serrana, e opera com 30% da capacidade.

No distrito de Andrade Costa, em Vassouras, região centro-sul do estado, a produção de água tratada da Cedae opera com 60% da capacidade. O sistema Imunana-Laranjal, que serve São Gonçalo, Niterói, Itaboraí e parte de Maricá, todos na região metropolitana, está com capacidade reduzida para 88%.

No estado de São Paulo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), informa que hoje (29) o manancial da Cantareira está com 37,4% do volume operacional, Alto Tietê com 44,6% e Guarapiranga com 49,2%. Na quantidade de chuva no mês de agosto, os dois últimos chegaram a 56% da média histórica e Cantareira está em 62% do esperado para o mês.

Já em Minas Gerais, o sistema Paraopebas está com o nível dos reservatórios em 76,6% e as chuvas durante o mês de agosto ficaram mais ou menos na média histórica, chegando ao dobro do volume esperado para o mês no sistema produtor de Rio Manso. Os dados são referentes à data de hoje, divulgados pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

Previsão de chuvas isoladas

No Rio de Janeiro, a previsão do tempo é de muitas nuvens com pancadas de chuva isoladas e temperatura em queda, com máxima de 25 graus Celsius (ºC) e mínima de 18ºC, e umidade relativa do ar entre 90% e 40%. Para amanhã, a temperatura pode chegar a 30ºC e há possibilidade de chuva isolada pela manhã.

Em São Paulo, também há previsão de muitas nuvens com pancadas de chuva isoladas hoje, quando a temperatura deve ficar entre 15ºC e 19ºC e a umidade relativa do ar entre 80% e 100%. Amanhã, há possibilidade de chuva isolada, com a temperatura caindo para mínima de 14ºC e a umidade podendo chegar a 60%.

A Eletronic Arts (EA) decidiu manter a decisão usada no FIFA 21, de não introduzir as melhorias da nova geração de consoles na versão de computador. A edição de PC será a mesma disponibilizada nos videogames Xbox One e PS4. Segundo a empresa, a intenção é que os jogadores que tenham PC's mais fracos possam desfrutar do novo título.

O principal anúncio para as versões de nova geração, Xbox Series X/S e PS5, é a nova captura de movimento. A HyperMotion, tecnologia usada pela EA, promete ter animações em tempo real e criar uma atmosfera mais orgânica nas movimentações dos personagens por meio de inteligência artificial.

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A comunidade de jogadores que utilizam os PC's para jogar FIFA é pequena, comparada aos usuários de console. Após o anúncio da EA, a tendência é que diminua ainda mais os players no PC, já que a versão está ficando para trás. O lançamento do novo FIFA está previsto para 1º de outubro de 2021.

Escolas fechadas, pobreza crescente, casamentos forçados e depressão: após um ano de pandemia, todos os indicadores que medem o desenvolvimento infantil e adolescente recuaram, um revés que anuncia um estigma duradouro para toda uma geração, alertou a Unicef nesta quinta-feira (10).

“Aumentou o número de crianças com fome, isoladas, abusadas, ansiosas, que vivem na pobreza e são forçadas a se casar”, revelou Henrietta Fore, diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em nota divulgada no aniversário de um ano da declaração da pandemia de Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“O acesso à educação, socialização e serviços essenciais, incluindo saúde, nutrição e proteção diminuiu. Os sinais de que as crianças carregarão as cicatrizes da pandemia nos próximos anos são inconfundíveis”, continuou Fore na nota.

Diante de tais efeitos "devastadores", o conselho do Unicef instou a colocar as crianças "no centro dos esforços de recuperação", em particular "priorizando escolas nos planos de reabertura".

A Unicef citou uma série de números preocupantes em apoio às observações de Fore.

Embora a pandemia tenha atingido principalmente adultos mais velhos, crianças e adolescentes com menos de 20 anos respondem por 13% dos 71 milhões de casos de coronavírus relatados nos 107 países que forneceram dados específicos de idade.

Nos países em desenvolvimento, as projeções mostram um aumento de 15% na pobreza infantil. Entre seis e sete milhões de crianças a mais podem sofrer de desnutrição em 2020, um aumento de 14% que pode se traduzir em mais de 10.000 mortes adicionais por mês, principalmente na África Subsaariana e no Sul da Ásia.

Para 168 milhões de alunos no mundo, as escolas estão fechadas há quase um ano. Um terço deles não tem acesso a educação online.

Como resultado do fechamento de escolas e da piora da situação econômica, a pandemia também pode levar ao casamento de 10 milhões de crianças até 2030, somando-se às 100 milhões de meninas já consideradas em risco de casamento até então.

Além disso, pelo menos uma em cada sete crianças ou adolescentes passou a maior parte do último ano sob ordens de confinamento, aumentando a ansiedade, a depressão e o isolamento.

O coronavírus também tem causado a suspensão das campanhas de vacinação contra outras doenças, como o sarampo, em 26 países, aumentando as ameaças à saúde dos não imunizados.

"Uma nuvem de calças". Foi assim que o jornalista e tradutor Eduardo Bueno definiu o poeta, historiador e filósofo norte-americano Henry David Thoreau, conhecido por escrever o livro Walden (ou A Vida nos Bosques). Na obra, Thoreau compartilha a experiência de levar uma vida simples, longe dos centros urbanos. 

Encantado com o esplendor da natureza, o filósofo buscou descobrir, aos 28 anos, o que seria o avesso da industrialização. Já no século 19, esperava se libertar do que classificava "uma falsa pele", empreitada que seria possível somente ao se distanciar do consumismo, segundo ele. Ao partir, não quis se explicar a ninguém, pois acreditava que as pessoas ao seu redor não entenderiam suas razões, julgando sua jornada "impertinente".

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Em um trecho do livro, Thoreau afirma que a humanidade trabalha "sob engano" e se dedica a "acumular tesouros que serão roídos pelas traças". Para ele, a maioria das pessoas "não tem tempo de ser nada além de uma máquina".

Viver sem tantas frivolidades e usufruir mais intensamente de cenários naturais é também uma das propostas da Sociedade Brasileira de Pediatria e do Instituto Alana, de defesa dos direitos de crianças e adolescentes. Em maio, as duas instituições divulgaram o manual Benefícios da Natureza no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes. 

No documento, destacam que fatores como o planejamento urbano deficiente, o adensamento populacional, a especulação imobiliária e a "supremacia dos carros em detrimento de pedestres ou ciclistas" têm levado ao desaparecimento de espaços verdes nas cidades. Conforme explica Laís Fleury, coordenadora do projeto Criança e Natureza, do Instituto Alana, o manual tem como principal público crianças e adolescentes da zona urbana, por sofrerem mais fortemente os prejuízos resultantes desse cenário.

Déficit de natureza

Ela diz que a infância nesses locais tem como característica um progressivo "confinamento" e que esse estilo de vida provoca impactos grandes na saúde. O conjunto de efeitos citado pela coordenadora é relacionado ao chamado Transtorno de Déficit de Natureza. O termo foi cunhado por um dos co-fundadores do Children & Nature Network, Richard Louv, que escreveu o livro A Ultima Criança na Natureza (Last child in the woods).

Laís defende que o contato com a natureza promove o desenvolvimento integral das crianças porque "sua linguagem é o brincar". "Principalmente o brincar espontâneo. É através dele que a criança se conhece, compreende o mundo. O brincar passa muito pelo corpo, que é uma linguagem de conhecimento que ela vai desenvolvendo quando está crescendo", acrescenta.

"Quando está em um ambiente aberto, ao ar livre, a forma como [a criança] se comunica é através do corpo. Quando está presente em um ambiente com bastante espaço, numa praia, por exemplo, ela sente, naturalmente, vontade de correr, de pular, e esses são os verbos da infância. Ela se sente convidada, dialoga, é uma criança que, fisicamente, tende a ser mais saudável, tende a não ter problema com sobrepeso, porque está em constante movimento, desenvolvendo a força motora, a coordenação, o equilíbrio", pontua.

Segundo Laís, ao incorporar atividades ao ar livre ao cotidiano dos filhos, os pais geram benefícios adicionais, no âmbito da saúde mental. "A gente sabe, intuitivamente, do poder restaurativo que a natureza tem. Adultos, quando estão cansados, passam tempo na natureza, na floresta, isso nos regenera. E é a mesma coisa para as crianças. Esse bem-estar, esse poder regenerativo que a natureza tem é algo que impacta, de maneira muito positiva, a saúde da criança", frisa Laís.

Transformações: do individual ao coletivo

A especislita cita outros benefícios do contato das crianças com a natureza. "Há várias pesquisas que mostram que tendem a ser crianças mais equilibradas emocionalmente. É um ambiente que favorece muito a integração entre pares, membros da família, favorece vínculos, porque um ajuda o outro e tem brincadeiras acolhedoras. Quando está em meio à natureza, a criança brinca com possibilidades. Ela está, o tempo todo, criando os próprios brinquedos. Na brincadeira com o outro, não há um limitador", afirma a coordenadora.

"Ela [a criança] estabelece uma brincadeira muito criativa com a natureza, onde a gente percebe que ela ressignifica [coisas]. A gente vê um pauzinho, que, uma hora, pode ser uma espada de um príncipe e, outra hora, pode ser um rabinho de um bicho, algo para puxar um barco, uma caneta pra escrever na areia. [Nota-se] Como um mesmo elemento nutre criativamente a criança, a imaginação", complementa.

De quebra, o lúdico na natureza, diz Laís, é capaz de ampliar a resistência diante de dificuldades. "Por exemplo, ao subir em uma árvore, a criança está lidando com o risco, por estar trabalhando com a altura. E o fato de ela estar lidando com essas adversidades faz com que esteja desenvolvendo uma resiliência maior. Está trabalhando a coragem dela, com o imprevisível".

O incentivo a passeios em áreas verde é tema do guia Acampando com Crianças, elaborado pelo Instituto Alana, com o apoio da Coalizão Pró-Unidades de Conservação da Natureza e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Também participam da iniciativa o portal de campismo MaCamp e a organização Outward Bound Brasil. O material tem distribuição gratuita e pode ser baixado por download.

O guia lista oito parques nacionais com áreas reservadas para acampamento. Um deles é o Parque Nacional do Caparaó, que fica na Serra do Caparaó, divisa entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A unidade tem fama de ser um dos destinos mais procurados pelos adeptos do montanhismo no Brasil e abrigar o terceiro ponto mais alto do país, o Pico da Bandeira. 

Laís finaliza ressaltando que especialistas observam que as contribuições não se restringem às esferas espiritual e de saúde, manifestando-se, similarmente, no campo da consciência ambiental. Ela argumenta que uma pessoa, ao crescer com vivências que valorizam a biodiversidade, ano após ano, passa a prezar por uma rotina de hábitos mais sustentáveis. "Além de proporcionar para as crianças uma alegria de poder brincar, é uma experiência relacionada a valores humanos, de desenvolvimento de ética, de respeito ao outro, ao meio ambiente, de contemplação do belo", afirma.

A galeria de jogadores campeões com a camisa da seleção brasileira pode aumentar neste domingo com a presença de nomes jovens, badalados no futebol europeu, com sucesso nas categorias de base do Brasil e ainda em busca de um primeiro título pela equipe pentacampeã do mundo. Titulares como Alisson, Gabriel Jesus, Arthur, Casemiro e Philippe Coutinho têm menos de 28 anos e esperam, às 17h, derrotar o Peru na final da Copa América, no Maracanã, para se estabelecerem como alicerces de uma nova era vitoriosa da seleção.

Em uma caminhada no torneio sem a presença da grande estrela, Neymar, coube aos demais companheiros o papel de conduzir o time do técnico Tite à final e tentar resgatar o Brasil de duras derrotas recentes nos últimos seis anos.

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A seleção principal ganhou pela última vez um título no mesmo Maracanã, ao bater a Espanha na final da Copa dos Confederações, em 2013. Depois disso, o Brasil amargou a decepção na Copa sediada em casa ao levar de 7 a 1 da semifinal da Alemanha e parou ainda mais cedo na campanha do Mundial da Rússia, ao cair diante da Bélgica nas quartas de final.

Em Copas Américas, só foram frustrações nos últimos anos, com direito ao vexame de ser eliminado na fase de grupos na edição mais recente, em 2016, ao ser eliminado pelo próprio Peru, agora rival na final. A chance de passar a limpo toda essa história, portanto, está sob responsabilidade de uma nova e talentosa geração, cujos integrantes tiveram participação em alguns desses tropeços.

EXPERIÊNCIA - O volante Casemiro é um dos principais expoentes desse grupo. O jogador integrou as categorias de base da seleção brasileira, é titular do Real Madrid e, mesmo com vários títulos de Liga dos Campeões, vê a Copa América como fundamental para esse grupo. "É uma competição muito difícil e importante demais para todos aqui, ainda mais jogando no Brasil, dentro do Maracanã. Não só para mim, como para todos os jogadores seria importante essa conquista", disse.

Aos 27 anos, Casemiro é da mesma geração das categorias de base de nomes como Neymar, Coutinho, Alisson, Alex Sandro e Allan. A turma representou o Brasil em Mundiais como o sub-17 e sub-20 e busca, com o possível título da Copa América, ganhar mais peso dentro da própria seleção. Nos respectivos clubes, todos já têm esse respaldo.

Uma geração até mais jovem também integra a seleção em busca do mesmo objetivo. O zagueiro Marquinhos e o atacante Gabriel Jesus foram campeões olímpicos os Jogos do Rio, em 2016, em uma experiência que os impulsionou a ganhar espaço na equipe principal. A inspiração agora é repetir essa mesma trilha e serem novamente promovidos de status dentro da seleção graças a um título.

"Na Olimpíada, a gente teve um começo difícil também e no meio da competição a gente conseguiu crescer, ganhar corpo. Na Copa América também evoluímos e conseguimos chegar à final", analisa o zagueiro Marquinhos, de apenas 25 anos e com sete anos de experiência no futebol europeu.

ESTRANGEIROS - O Brasil deve entrar em campo contra o Peru com dez titulares que atuam na Europa e apenas Éverton, do Grêmio, como representante do futebol nacional. Os "estrangeiros" deixaram o País ainda cedo, com alguns nomes sem mesmo terem experiência na Série A do Brasileiro antes de se transferirem ao exterior, como é o caso do atacante Roberto Firmino, do Liverpool.

Parte do grupo, portanto, passou a ter mais contato com o torcedor depois de ter vestido a camisa da seleção brasileira. Os mais jovens esperam com a Copa América até mesmo criar uma relação mais próxima com o público e estreitar esses laços com a torcida da melhor forma: com uma volta olímpica no Maracanã após enfrentar o Peru.

"Estamos aqui para defender nossa pátria, defender nossa seleção de alguma forma. A gente vai procurar fazer o máximo na final. Temos um grupo forte e consolidado", afirma Marquinhos.

Foram sete meses de licença-maternidade até Monica Yon voltar ao trabalho no fim do ano passado. A empresa era a mesma, mas o ambiente apresentava novos desafios. "Me senti um peixe fora d’água. Em poucos meses, tudo parecia estar diferente. Ouvia expressões, como blockchain, machine learning, e não entendia muito bem o que aquilo significava", afirma a executiva da Bayer, de 42 anos. Foi nesse momento, que ela decidiu se inscrever num novo programa da empresa, que consistia em diminuir o abismo que existe entre as gerações dentro das companhias atualmente.

A ideia - adotada em vários grupos - é unir um executivo sênior com um profissional jovem. Nesses programas, os mais experientes são treinados por "coaches" com idades entre 23 e 30 anos, os chamados millennials (ou geração Y). Normalmente, eles se reúnem uma vez por mês e discutem temas variados. O mais recorrente, porém, é como lidar e melhorar a comunicação com a nova geração no mercado de trabalho.

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No caso de Monica, sua mentora foi Fabiana Sanchez, uma analista de Projetos para Transformação Digital, de 24 anos. As duas se reuniram durante quatro meses em seis sessões de uma hora cada. "Os encontros me fizeram entender como é a mentalidade dessa nova geração, o que eles gostam e o que os motivam", diz Monica, chefe da área de farmacovigilância. Segundo ela, o programa mudou o jeito dela liderar sua equipe.

Do outro lado, Fabiana também conseguiu absorver um pouco da visão que um chefe tem no dia a dia. "Antes tinha a percepção que ninguém me ouvia", diz. "Hoje percebo que essa resistência diminuiu." O objetivo ao entrar no programa, afirma, era aumentar a rede de contatos dentro da empresa, se fazer entender e discutir assuntos sobre tecnologia - tema que também agradava Monica na sua retomada ao trabalho após a licença-maternidade.

Nos últimos tempos, o conflito entre gerações tem sido pauta das grandes companhias no mundo inteiro. No Brasil, esse movimento tem sido provocado especialmente pelo aumento da longevidade da população, que tende a crescer ainda mais nos próximos anos. "Isso faz com que as empresas tenham três gerações trabalhando juntas no mesmo ambiente", afirma Ricardo Basaglia, diretor-geral da PageGroup no Brasil. "Em mais algum tempo, é possível termos até cinco gerações trabalhando juntas."

Para ele, o maior desafio das empresas é tirar proveito de cada geração e conseguir o engajamento dos trabalhadores, com maior retenção. Esses foram alguns pontos que levaram o Citi Brasil a implementar por aqui o programa que já é adotado no exterior.

"Queríamos atacar questões como o nível de turnover (rotatividade) mais alto entre os jovens e também a falta de entendimento entre gerações", afirmou Felipe Cotta, responsável por recursos humanos no Citi. No banco, os mentores têm entre 25 e 30 anos e os executivos seniores, entre 40 e 50 anos. Miguel Queen, de 41 anos, e Mariana Elmais, de 26 anos, participaram dessa experiência exatamente para entender as visões de cada geração.

Pesquisa recente feita pela empresa de recrutamento Randstad, com 130 mil pessoas em vários países, mostra que 80% dos trabalhadores sentem que a principal diferença em trabalhar em um ambiente multigeracional são os estilos de comunicação. "O desafio é unir as duas gerações, pois ideias inovadoras vêm da mistura das diferentes experiências", diz Fabio Battaglia, presidente da Randstad no Brasil.

'Tento uma comunicação mais fluida'

Quando Mariana Elmais, de 26 anos, decidiu entrar no programa de mentoria do Citi Brasil seu principal objetivo era fazer seu parceiro enxergar o mundo dos millennials pelos seus olhos. Analista da área de produtos do Citi, ela entende que sua geração é mais ansiosa e imediatista, mas que também sofre com os rótulos. "Crescemos com o celular nas mãos e bombardeados de informações por todos os lados", diz. "E, às vezes, há dificuldade para colocar as ideias em prática."

Para se preparar para o primeiro encontro com o executivo Miguel Queen, corresponsável pela área de corporate banking do Citi, estudou vários assuntos, de inovação a liderança. Mas o objetivo de Queen, de 41 anos, era aperfeiçoar a comunicação com os mais jovens e conseguir elevar o índice de retenção desses profissionais no banco. "Essa geração é muito impaciente, mas a vida corporativa não é imediata. Paciência é algo que precisa ser desenvolvido por esses jovens", diz ele, que está no banco há 14 anos.

Os dois profissionais estão apenas no segundo encontro, mas já começam a compreender o mundo um do outro. "É uma geração difícil de impor qualquer coisa sem um propósito", diz Queen. A compreensão tem sido mútua: "Temos de aprender a lidar com pessoas diferentes e ver o lado delas", afirma Mariana.

Para Mariana, que cresceu numa família de bancários e sempre quis trabalhar no setor, a experiência com Queen também tem ajudado a compreender a geração mais sênior do banco. "Meu objetivo é criar uma comunicação mais fluida entre as gerações", diz ela, que trabalha no Citi há três anos.

No banco, além de Queen e Mariana, outras 18 duplas têm passado pela mesma troca de experiência. O programa, que começou em fevereiro e terá seis meses de duração, tenta discutir outros pontos importantes dos dias atuais, como inovação e diversidade e não apenas diminuir a distância entre os funcionários de idades diferentes. "Temos de encontrar a forma mais fácil de nos comunicar com os diversos trabalhadores", diz Felipe Cotta, responsável por recursos humanos no Citi.

'Posso trabalhar mesmo com fone de ouvido'

Aos 47 anos, o executivo Luis Hamilton lidera uma equipe diversificada na farmacêutica Sanofi. Diretor de Tecnologia da Informação e Soluções para a América Latina da empresa, ele lida com profissionais de várias gerações, de um funcionário com 42 anos de empresa a jovens de 22 anos de idade. "Com um grupo tão diversificado, comecei a perceber que a comunicação tradicional não estava alcançando os objetivos", afirma. "Foi aí que pensei que uma pessoa de fora, sem viés e com perspectivas diferentes pudesse me ajudar."

Desde o ano passado, ele está sendo "treinado" por Thamyris Campos, de 31 anos. Ela é especialista em assuntos regulatórios da área industrial da Sanofi e fica na unidade de Campinas no interior de São Paulo. Ele fica na capital. Por causa da distância, eles começaram o programa com uma reunião por mês. "Hoje conseguimos falar pelo menos uma vez por semana, seja pessoalmente ou por telefone", afirma Thamyris.

Ela diz que a primeira meta dos dois foi reunir o time de Hamilton para entender como a equipe via a comunicação do departamento. A partir daí, Thamyris começou a passar vários desafios para o executivo e até tarefa de casa. "Não é que estava tudo errado, mas precisava olhar por outros ângulos para melhorar a comunicação", diz Hamilton, que adotou novos canais para conversar com sua equipe, inclusive pelas redes sociais.

Segundo ele, o programa de mentoria de Thamyris, que vai até setembro, ajudou a entender um pouco mais do mundo dos millennials. Para Hamilton, a característica dessa geração é a informalidade e a simplificação - bem diferente do perfil dos profissionais de TI, considerados mais introvertidos. O executivo mudou até o estilo de se vestir no trabalho. "Agora até uso jeans."

Do outro lado, Thamyris também está contente com o retorno do programa e a troca de experiência. Ela acredita que as reuniões ajudaram a diminuir a barreira que existe entre as gerações. "As pessoas precisam entender que a gente consegue usar o fone de ouvido e fazer um trabalho bom", diz ela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Eu era gay, não podia ser trans", lembra a transformista Sharlene Esse. (Julio Gomes/LeiaJá Imagens)

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Rua Imperatriz, Centro do Recife, início dos anos 1980. Era debaixo das escadas de uma pensão antiga que um pequeno grupo de homens gays transgredia, em tons de purpurina e irreverência, o muro acinzentado do fim da ditadura militar. Cabia a Sharlene Esse a missão de entregar uma contrapartida financeira à dona do estabelecimento pelo “favor”. Caso circulassem pelas ruas “montados”, os transformistas corriam o risco de topar com figuras como “Aracati”, um policial bastante temido pela comunidade LGBT da época.

“A gente estava andando na rua à noite e as outras gritavam: ‘lá vem o Aracati!’, eu saia correndo, porque ele virou até lenda, atirou em muitas. Na época, só existia travesti e transformista. Eu era um gay, não podia ser ‘trans’, se não você era apedrejada”, explica Sharlene. Transformista, ela fez parte de uma cena que abalou as estruturas do teatro e da sociedade pernambucana, trazendo o artista LGBT para o centro da ribalta, muito antes de o debate ganhar a força que agora possui.

O pesquisador e professor do curso de teatro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Rodrigo Dourado frisa que o termo transformismo possui uma conotação essencialmente artística. “O transformismo remonta aos rituais primitivos, em que, para fins ritualísticos ou performáticos, uma pessoa se transforma em outra de outro gênero, assumindo vestes, voz e comportamentos típicos dele. Na Grécia antiga, por exemplo, não existiam mulheres em cena, sendo elas interpretadas pelos homens”, explica.

No Brasil, o primeiro gênero teatral a acolher artistas com identidade de gênero não-normativa foi o teatro de revista, que marcou o começo do século vinte. Nele, travestis protagonizavam espetáculos musicais ao lado das famosas vedetes. “Nos anos 1940, o teatro de revista vai ficando bastante marginal, um gênero desprezado pela elite e tido como vulgar. No Rio de Janeiro, o Teatro Rival torna-se uma referência para as transformistas. Lá, foi apresentado, na década de 1970, o espetáculo ‘Les Girls’, que estabelecia a cultura do teatro de revista no Brasil”, comenta.

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Nos anos 1980, o Recife receberia a influência carioca por intermédio do ator e diretor Barreto Júnior, reconhecido pela crítica por sua irreverência e seus papéis cômicos. Ambas, aliás, características centrais do grupo teatral Vivencial Diversiones, por cuja sede Sharlene costumava passar todas as manhãs ao ir para o colégio. Esse itinerário mudaria sua vida completamente. “Nasci em Bom Conselho em 1961 e vim para o Recife em 1975, com o objetivo de estudar. Na escola pública Renato Fonseca, fui aluna de teatro de Paulo de Castro. Passava pelo vivencial e ficava assustada, porque ele era conhecido como o ‘teatro dos frangos’. Eram as pessoas que mais incomodavam na cena cultural de Pernambuco: Perna Longa, Américo Barreto, Henrique Celibi, Guilherme Coelho e companhia”, completa. 

Aos 17 anos, como gosta de dizer, Sharlene começou a dar seus primeiros “pinotes” pela badalada noite do Recife. Misty, Mangueirão, Vogue e Stock eram algumas das numerosas boates ‘friendly’ da época, que empunham uma cartografia diferente à cultura cidade, ainda mais concentrada em uma região central movimentada e efervescente. “Sabe um endeusar? É você ver os sapatos, o batom, a boca, a peruca...Meu primeiro contato contato com o transformismo aconteceu num show que vi em uma das boates da cidade. Logo depois, fiz um teste na Misty, que ainda ficava na Rua do Riachuelo, e passei interpretando Donna Summer”, lembra Sharlene. As casas noturnas costumavam fechar um elenco fixo, no qual a transformista passou 11 anos, arrematando premiações locais, apresentações memoráveis e um dos primeiros Documentos de Registro Técnico (DRT) na categoria artística de Pernambuco.

Sharlene (dir) montada de Gal Costa ao lado de Jeison Wallace, interprete de Cindela. (Shalene Esse/arquivo pessoal)

Para atender melhor à demanda do público, Sharlene passou a estudar as performances de outras divas da cultura pop, como Mireille Mathieu, Liza Minnelli, Whitney Houston até chegar à personagem que lhe rendeu maior reconhecimento: Gal Costa. Em uma arte onde a fidelidade do figurino é quase tão importante quanto captar os movimentos típicos da cantora que se dubla, a transformista se inspirou primeiramente na capa do clássico disco “Gal Tropical” (1979) para montar-se com flores na cabeça e vestido vermelho. Em uma das apresentações, Sharlene foi ao banheiro acompanhada pela colega Vivi Bensasson e acabou esbarrando com um espectador ilustre. “A gente pegou Tim Maia fazendo xixi (risos). A gente nem sabia que ele estava na casa. Depois desse episódio, passamos um bom tempo conhecidas na noite como ‘as menininhas de Tim Maia’”, brinca. Era comum que artistas famosos e pessoas de fora do meio LGBT frequentassem os shows das transformistas.

Parceiro de Sharlene desde os tempos áureos, Odimir Felix Lins, artisticamente conhecido como Odilex, era a outra ‘doce Bárbara’ mais badalada do Recife. “O convite para interpretar Maria Bethânia partiu da Misty, durante o processo seletivo que fiz para poder entrar na casa. Claudete Bardot sugeriu que eu ouvisse o disco dela. Eu já tinha formação em balé”, lembra Odilex. Somados ao estudo da perfomance, o nariz avantajado, a magreza e longos cabelos crespos e negros, transformaram rapidamente o artista em um cover bastante fiel da baiana. Em uma noite de gala na Misty, Caetano Veloso, irmão de Bethânia, foi ao camarim para elogiar a interpretação. “Você tem o brilho do olhar de Bethânia”, resumiu o compositor, para a completa emoção de Odilex.

Odilex foi confundido com Maria Bethânia...Por ela mesma. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

A própria Maria Bethânia chegou a se confundir com Odilex ao se deparar com alguns retratos do transformista em cena. “Sou amigo de Irene Veloso, que é outra irmã de Bethânia; mostrou os registros para ela, que comentou: ‘não me lembro desse show’. Aí Irene explicou, ‘não Bethânia, esse é um rapaz que faz você no Recife’ (risos). Para mim, foi muito gratificante saber disso”, comemora Odilex. Nem só de artistas, intelectuais e LGBT’s, contudo, vivia a noite transformista. “Os grandes governadores do Estado viram nossas apresentações. E a gente fazia piada com político na cara deles, era comum. Também estavam na plateia famílias comuns, os teatros eram lotados. Era um glamour, posso dizer que sou uma diva do transformismo”, orgulha-se Odilex. 

O artista frisa que não é transexual, mas um homem gay. “O transformismo pressupõe que, ao final da performance, do ritual, o indivíduo retorna à sua expressão de gênero do cotidiano. Pode ser algo reversível, diferente da transformismo é algo reversível, diferente da identidade trans”, explica o pesquisador Rodrigo Dourado. Apesar disso, a exemplo do caso de Sharlene Esse, para algumas artistas, o transformismo foi um meio de se aproximar de uma identidade mais confortável, em tempos rígidos. “Acabou sendo uma porta de entrada para uma transição definitiva”, completa Dourado.

Glamour fora do país

Durante 30 anos, Márcia Vogue fez carreira de sucesso no exterior. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Embora Sharlene Esse e Odilex tenham realizado turnês internacionais, suas carreiras eram baseadas no Recife. Era comum, contudo, que transformistas assinassem contratos com produtores europeus para temporadas inteiras no exterior. Após vencer um concurso de beleza aos 16 anos de idade, Márcia Vogue foi contratada por uma agência de artistas da Suíça. “Muitas pessoas tentaram chegar na Europa pela arte da transformação, mas eram homens gays e, ao chegarem lá, era mandados de volta pelo empresário. Eu já tomava hormônio desde os 14 anos de idade. O patrão queria a pessoa pronta, que só precisasse se maquiar e pentear o cabelo, não quem ainda precisasse se montar ou raspar uma barba”, lembra.

Com contrato assinado e passaporte em mãos, Márcia Vogue logo se especializou em dança do ventre, através da qual foi levada a países como Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, França, Espanha, Emirados Árabes Unidos, Tailândia e Irlanda. Estrela em sua arte, a transformista passou trinta anos fora do Brasil, hospedando-se em cabarés e conhecendo as mais diversas culturas. “No ano passado, decidi brincar de vestibular. Fiz a prova para o curso de serviço social da UNINABUCO, passei e voltei a morar no Recife”, conta.

Ao contrário das colegas, Márcia acredita que as estrelas do antigo transformismo foram esquecidas. “Todos os sonhos que quis, já realizei. Se morrer amanhã, morro feliz. Hoje em dia, com essa coisa de redes sociais, todo mundo é diva, porque você não vai pintar sua própria figura de maneira pejorativa. Na minha época, quem dizia que você era boa no palco era a mídia, não o Facebook”, afirma. Márcia também se sente incomoda com a abordagem dos atuais programas de TV sobre o transformismo. “Eu tenho muitas matérias guardadas: Silvio Santos, Globo e jornais impressos, a mídia tinha interesse, não tem mais. Você liga a TV ao meio dia, vê uma transformista chamando os outros de ”bicha”, “viado”, acho horrível, uma falta de respeito. Tem gente que aceita tudo pra aparecer”, lamenta.

Rumos no século XXI

Entre os anos 1986 e 2000, Odilex e Sharlene integraram o elenco do espetáculo “Salve-se quem puder”, uma colagem teatral satírica dos costumes da sociedade brasileira, que contava com grande elenco. “Mais de 25 pessoas em cena, incluindo vedetes e bailarinos. Começamos no Teatro Apollo, que só tinha capacidade para cerca de 300 pessoas e ficou pequeno, o que fez a gente se mudar para o Teatro Santa Isabel. O mais importante foi essa coisa de desmistificar que o gay era a escória, mostrar que éramos artistas levando entretenimento”, ressalta Odilex. De acordo com o transformista, uma das razões do fim das apresentações do projeto foi o encarecimento da pauta nos grandes teatros. “O Santa Isabel foi praticamente privatizado e também já não temos os patrocínios de antes”, completa Odilex.

As doces bárbaras: Odilex e Sharlene Esse contracenando com as personagens Maria Bethânia e Gal Costa. (Reprodução da internet)

Paralelamente às dificuldades financeiras dos nababescos espetáculos transformistas, se solidificava no Brasil a cultura Drag Queen, uma tendência norte-americana que invadira as boates paulistanas no início dos anos 1990. “Transformismo é um guarda-chuva maior, eu diria que a drag queen é uma transformista, no entanto, percebo nelas uma grande influência da cultura punk, no sentido de não buscarem se parecerem com mulheres, é quase uma cultura monstro. Sempre observei que, no Recife, as drags são as estranhas, americanizadas”, coloca o pesquisador Rodrigo Dourado.

Famosa por performar Vanusa e Elba Ramalho nos anos 1980, a transformista Raquel Simpson acredita que, depois dos anos 1990, com exceção a Cinderela, o público da cultura transformista tradicional caiu. “Os donos das casas noturnas foram fechando os espaços, como aconteceu com a MKB recentemente”, afirma. O caminho que Raquel encontrou para seguir na carreira artística foi focar sua atuação no ramo infantil. “Agora trabalho muito pouco como transformista, em saunas. Trabalho em espetáculos como Lelê & Linguiça, que estamos trazendo para as crianças”, acrescenta. Simpson, que ganhou até um documentário sobre sua trajetória artística (“Garota, Bem Garota”, de Marlom Meirelles), agora sonha em deixar o meio, mas garante que não se arrepende do caminho que percorreu. “Foi aquilo que a vida propôs para mim. Quando você vem ao mundo traz um carma, o meu está sendo cumprido, tenho fé em Deus”, resume.

Raquel Simpson ficou famosa por interpretar cantoras como Elba Ramalho e Vanusa. (Julio Gomes/LeiaJáImagens)

Para Odilex, o ocaso de algumas transformistas, contudo, não tem a ver com a ascensão das drags. “Quem é bom não perde espaço, estou há 40 anos na noite. Outros faleceram, não cabem mais dentro do vestido, porque engordaram ou foram procurar outras áreas. E essa invasão dos modismos, de bater cabelo-até hoje não sei como elas aguentam rodar tanto a cabeça...Perderam a essência do artista, de estudar para criar o personagem”, opina. Já Sharlene, que agora vive do trabalho de bartender em eventos particulares, atuando ocasionalmente como transformista, acredita que a vertiginosa queda do número de casas noturnas diminuiu suas possibilidades artísticas. “Hoje em dia é muito fácil você sair de casa montada. Aqui no Recife estava acontecendo um falatório entre as pessoas que estão querendo fazer a noite que as ‘véias’ não tinham mais nada que apresentar. Velhas somos nós, que fizemos a história e elas estão pegando carona”, critica Sharlene.

Se as transformistas pernambucanas já encarnavam divas estrangeiras, as drag queens passaram a trabalhar quase que integralmente com elas. Rodrigo Dourado acredita que, de fato, parte da comunidade drag queen local ignora completamente a história das primeiras transformistas. “Acho que existem duas culturas drag queen no Recife, uma mais periférica, que ainda possui conexão com as transformistas mais velhas, e outra de classe média, a Geração Ru Paul (reality show norte-americano), fluente em inglês e com recursos para se montar. Esses não querem nem saber das transformistas antigas, as referências são pessoas de fora do país. É um movimento colonizado”, explica.

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Diante desse cenário, quem continuou na noite com o transformismo acabou encontrando palco em espaços de socialização de homens gays (geralmente com mais de 40 anos), sobretudo nas saunas locais, algumas delas com estrutura para receber até 300 pessoas. “Quando se fala em sauna, tem que gente que acha que é um lugar para se fazer sexo. Tem quem queira, mas é um ambiente onde os amigos se encontram para confraternizar, ‘tomar uma’ e dar uma relaxada. A maioria das pessoas que estão nas saunas não curte o ambiente da boate”, comenta Odilex.

O polêmico deputado federal Marco Feliciano (PSC) decidiu contar um pouco sobre o seu ingresso na política. O também pastor falou que há 30 anos ministra "a palavra de Deus" por todo o Brasil e pelo mundo afora, mas confessou que antes de se tornar parlamentar acreditava que a política estava relacionado com o "diabo". 

 "Sempre me perguntam o que me levou à política, à vida pública e eu sempre tento explicar da maneira mais rápida possível dizendo que a minha vida parlamentar é uma meia culpa. Meia culpa por um tempo em minha vida em que eu como um cristão neófito dizia que a política era do diabo. Com o tempo eu percebi o que o diabo fez com a política e que a minha falta de cidadania havia influenciado uma geração inteira", revelou.

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Feliciano falou que, por todo esse contexto, decidiu se tornar parlamentar. "Para mostrar às pessoas que era possível sercristão, um pastor cheio do espírito santo e fazer da vida pública um exemplo", ressaltou sem modéstia. 

Ele falou como desenvolveu dentro dele mesmo o pensamento da vida política. "Como eu não tinha condições de alcançar todo mundo tentando me desculpar pelo fiasco de um tempo passado onde eu dizia que a política era do diabo, eu vi que só havia uma maneira de poder curar aquela doença que eu havia criado nas pessoas que era o abandono da vida pública dentro da igreja. Então, só havia uma maneira. Era eu entregar a minha vida para a política e, dentro da política, mostrar que era possívelser um cristão e ajudar na transformação do país". 

O deputado ainda disse que chegou a ter depressão dentro da vida pública por causa da vida muito agitada e que chegou a ir até aos Estados Unidos para um retiro em um momento de reflexão. Segundo ele, nesse retiro teve "a resposta de Deus" de comoseria sua vida parlamentar dali para frente. "Entrei dentro de um lugar que tem 513 parlamentar e é um se esbarrando no outroe quase ninguém consegue uma projeção nacional". 

Marco Feliciano ainda disse, se referindo a ele mesmo, que "Deus levantou um moço que era cortador de cana, que se transformou em pastor".

 

O consumo de energia elétrica no País cresceu 1,8% nos primeiros 20 dias de março, enquanto a geração teve avanço de 2,6%, na comparação com o mesmo período de 2017, segundo informou nesta quinta-feira, 22, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em boletim InfoMercado Semanal Dinâmico. Os dados são preliminares e consideram a medição coletada entre os dias 1º e 20 de março.

Segundo a câmara, o consumo no Sistema Interligado Nacional (SIN) somou 65.441 MW médios, em março, índice 1,8% superior ao consumo de energia no mesmo período de 2017 e impactado pelas temperaturas mais elevadas ao longo do mês.

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No Ambiente de Contratação Regulado (ACR) (cativo), no qual os consumidores são atendidos pelas distribuidoras (onde estão inseridos os consumidores residenciais), o consumo cresceu 0,9% ao passar de 46.136 MW médios para 46.549 MW médios, número que já leva em consideração a migração de consumidores para o mercado livre (ACL). "Caso esse movimento de mercado fosse retirado da análise, o crescimento no consumo seria de 2,6%", observa a CCEE.

Já o consumo no Ambiente de Contratação Livre (ACL), no qual as empresas compram energia diretamente dos fornecedores (onde estão os consumidores de atividade industrial/comercial), subiu 4,1%, número que incorpora o impacto das novas cargas vindas do ACR. Sem a migração na análise, o consumo no ACL ficaria praticamente estável (-0,2%).

Dentre os ramos da indústria avaliados pela CCEE, incluindo dados de autoprodutores, varejistas, consumidores livres e especiais, os setores de veículos (+10,2%), metalurgia e produtos de metal (+4,3%) e saneamento (+2,2%) registraram os maiores índices de aumento no consumo, mesmo sem o impacto da migração na análise. As maiores retrações, no mesmo cenário, pertencem aos segmentos químico (-7,1%), de bebidas (-6,1%) e de telecomunicações (-4,3%).

Geração

Em março, a geração de energia no sistema somou 69.320 MW médios, incremento de 2,6%, em relação ao mesmo período de 2017, montante impulsionado pelo aumento de 5,5% na produção das usinas hidráulicas, incluindo as Pequenas Centrais Hidrelétricas. Houve queda na geração das usinas térmicas (-12,6%) e eólicas (-7,3%) no período.

O InfoMercado Dinâmico também apresenta estimativa da produção das usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), em março, equivalente a 118% de suas garantias físicas, ou 53.820 MW médios em energia elétrica. Para fins de repactuação do risco hidrológico, o porcentual é de 98%.

O Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quinta-feira (8), é uma data simbólica de comemoração, mas reflete principalmente um momento de reflexão pela extensa estrada que ainda deve ser percorrida para que as mulheres obtenham um espaço de mais igualdade em relação aos homens em diversas áreas.   

Para se ter uma ideia, na política, o cenário é desalentador. Em 2016, apenas 31% do total de candidatos eram mulheres mesmo o voto feminino no país sendo maioria equivalente a 52% dos votantes. Se especificarmos para Pernambuco, o cenário é ainda mais alarmante. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, dos 25 parlamentares que compõe a bancada pernambucana, só há uma mulher: a deputada Luciana Santos (PCdoB). 

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Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), dos 49 deputados, cinco são mulheres. Por sua vez, no Recife, dos 39 vereadores eleitos em 2016, apenas há seis mulheres, o que mostra a necessidade do debate acerca do tema. 

Nessa discussão sobre a importância do papel da mulher na sociedade e sobre o empoderamento, uma nova geração na política pede espaço e promete representar e se aprofundar sobre o assunto a iniciar pela vereadora do Recife Marília Arraes (PT). Apesar de não ter galgado outro espaço além da Câmara, ela não pensou duas vezes em alçar um voo mais alto e até hoje não alcançado em Pernambuco: uma mulher ocupando o cargo de governadora do estado. 

A neta de Miguel Arraes, nesta data simbólica, pediu por respeito, oportunidades e salários iguais aos dos homens. “Queremos a mesma liberdade de ir e vir. Hoje, 8 de março, e todos os dias, continuaremos por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres para ser quem queremos ser”, ressaltou a petista. 

Na mesma linha de pensamento, a pré-candidata a governadora Danielle Portela (PSOL) já afirmou que o lugar da mulher é, também, na política. “Foi dito que nós seriamos peças de xadrez nas mãos dos homens do partido, mas estamos aqui para fazer uma verdadeira revolução”, avisou. 

Na eleição deste ano, a chapa majoritária do PSOL será composta por mulheres concorrendo não somente ao Governo do Estado, como também ao Senado. São pré-candidaturas “femininas e feministas”. De acordo com o presidente estadual da legenda, Severino Alves, a decisão foi tomada a partir de que “a opressão de gênero é uma das maiores injustiças que já tivemos”. 

Uma outra nova cara na política é a vereadora do Recife Natália de Menudo (PSB). A parlamentar, em entrevista ao LeiaJá, também destacou a importância do protagonismo da mulher no sentido de reduzir a desigualdade de gênero. “É preciso conscientizar também que as mulheres são aptas ao exercício da política”, ressaltou. 

Menudo também falou que a mulher tem a capacidade de ser o que quiser. “Sabemos que ainda temos uma longa batalha pela frente mostrando a cada dia o nosso real valor. Eu costumo sempre dizer que a mulher pode ser o quiser seja uma dona de casa, uma advogada, uma juíza, uma professora, mas ela pode ser o que ela quiser. Tem capacidade de ser o que quiser, desde que seja um desejo dela, que a faça feliz. A nossa luta não para e vamos continuar buscando mais espaço dentro da sociedade porque a mulher merece”. 

A pré-candidata a presidente Manuela D´ Ávila (PCdoB) também falou sobre a data afirmando que a desigualdade econômica e social no Brasil atinge de forma muito “mais cruel às mulheres”. A presidenciável também pediu que as mulheres se rebelassem contra o machismo. “Não estamos sozinhas na opressão, na vivência cotidiana do machismo. Não precisamos estar sozinhas no enfrentamento radical a ele”, pontuou. 

“O feminismo nos faz ver que todas somos submetidas ao machismo e que apenas juntas teremos forças para enfrentá-lo. O feminismo é o contrário da solidão porque ele nos une, une nossa rebeldia contra as injustiças, nos faz solidárias umas com as outras, nos faz irmãs na luta por nossos direitos e pelos direitos de nossas irmãs”, destacou em seu facebook.

Estudo desenvolvido pelo McDonald’s, que ouviu 1,8 mil jovens em cinco países -  Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru -, aponta para a necessidade de as empresas melhorarem sua comunicação com os jovens e identifica as principais barreiras que eles encontram na hora de procurar emprego. Os problemas mais comuns que a juventude experimenta são a exigência de experiência anterior, falta de oportunidades e falta de confiança na sua geração. 

A Geração Y, também conhecida como Geração do Milênio, segundo o teórico canadense Don Tapscott, é formada pelas pessoas que nasceram entre os anos de 1980 e 1990. Esses indivíduos vivem na era do imediatismo e da velocidade de informações, o que reflete diretamente na forma como constroem suas vidas e carreiras. Os jovens da Geração Y, chamados de millennials, estão intensamente ligados à tecnologia e ao mundo globalizado.

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Segundo a pesquisa, oito em cada dez jovens confiam em seus próprios talentos e habilidades, mas apenas um terço considera que a sociedade acredita nas capacidades e talentos de sua geração. "Os jovens brasileiros esperam que a sociedade confie mais neles neste momento, e não em um futuro distante. Eles querem se sentir inseridos e saber que pertencem a algo maior", disse Ilton Teitelbaum, professor-adjunto da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e coordenador do estudo. "Confiar, para esse jovem, envolve uma via de duas mãos: exige-se alguma coisa, mas, também, se entrega alguma coisa. Ele entrega desempenho, mas quer acreditar na causa que está por trás disso", analisou.

Inovação é a palavra-chave, para a estudante de Jornalismo Laura Lemos. A jovem conta que seu maior desejo após se formar é montar uma empresa de comunicação e fazer a diferença na área. "Eu espero ser muito bem-sucedida na minha área, espero ter uma empresa própria de jornalismo que realmente mude alguns conceitos que já deviam ter mudado, mas ainda persistem. Eu quero fazer a diferença", afirma Laura.

A jovem Raissa Castelo, estudante de Pedagogia, tem esperança em construir um futuro mais próspero. Raissa afirma que deseja crescer no mercado de trabalho e contribuir para a sociedade atuando em sua área. "Eu enxergo como uma oportunidade de atuar na sociedade e poder contribuir com o meu trabalho, além de ser uma forma de manter uma vida boa e poder dar um bom futuro para minha filha", diz.

Uma característica de alguns jovens, segundo a pesquisa, é que eles são imediatistas, acham que as coisas se resolvem rapidamente, e que os resultados também são imediatos. Quando não conseguem, algumas vezes se frustram. É quando se faz necessário o apoio da família e de profissionais. “A questão do preparo psicológico, eu vejo que as escolas e faculdades podem exercer um papel muito importante, disponibilizando psicólogos que, trabalhando junto com o professor e a família, formam um trabalho de conjunto e parceria, que ajuda a sarar essas frustações”, afirma a pedagoga Ana D’arc.

A estudante de enfermagem Nathália Cantuária diz que o futuro do Brasil pode interferir no seu futuro profissional. Para ela, a questão econômica e social interfere diretamente na sua profissão e dificulta o crescimento do país.Questões econômicas e sociais interferem exatamente na valorização da profissão e dificultam o seu crescimento. Questões políticas também causam muitas dissensões entre os profissionais, o que dificulta o processo de luta por direitos e representatividade”, conta Nathália.

Já a estudante de Medicina Evelyn Faustino acredita que o futuro do Brasil depende de um verdadeiro investimento em educação, para que as pessoas tenham mais possibilidades de entrar no mercado de trabalho e alcancem a qualificação necessária. “Infelizmente o país está com uma condição cada vez mais precária de acesso às oportunidades, principalmente quando se diz respeito à educação”, fala Evelyn. Veja vídeo abaixo.

Por Maria Clara Silva e Kalylle Isse.

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No Nordeste, 27% de todas as mulheres com idades entre 15 e 49 anos já foram vítimas de violência doméstica ao longo da vida e 17% das nordestinas foram agredidas fisicamente pelo menos uma vez na vida. Nos últimos 12 meses, 11% das mulheres nordestinas foram vítimas de violência psicológica, enquanto 5% sofreram agressões físicas e 2% violência sexual no contexto doméstico e familiar.

Os dados fazem parte da Pesquisa Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que entrevistou 10 mil delas. As cidades de Salvador, Natal e Fortaleza apresentam o título de cidades mais violentas ao longo da vida das mulheres, em termos de violência doméstica física, com prevalência de 19,76%, 19,37% e 18,97%, respectivamente.

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"O Nordeste é uma das regiões com mais desigualdades no país, com machismo arraigado e concentração de população negra. A pesquisa capta a complexidade da violência de gênero com recorte racial e geracional, que demanda respostas multisetoriais como estabelece a Lei Maria da Penha ao evocar ações integradas da saúde, segurança pública, justiça, educação, psicossocial e autonomia econômica", afirma a representante da Onu Mulheres Brasil Nadine Gasman. 

Um dos apontamentos mais alarmantes trata da transmissão da violência entre gerações. Segundo o estado, 4 a cada 10 mulheres que cresceram em um lar violento sofreram o mesmo tipo de violência na vida adulta. Ou seja, existe uma repetição de padrão em seu próprio lar. A chamada Transmissão Intergeracional de Violência Doméstica (TIVD) é definida como um mecanismo de perpetuação da violência que sugere maior incidência de violência doméstica em lares onde a mulher, seu parceiro ou ambos estiveram expostos à violência na infância. O mesmo percentual de 4 a cada 10 mulheres também aparece em relação ao impacto no comportamento masculino, revelando que parceiros que cresceram em um lar violento também cometeram agressões contra suas parceiras.

Ainda conforme o levantamento, 77% das vítimas de agressões são mulheres negras. Além disso, 24% das negras vivenciaram a ocorrência de violência doméstica contra suas mães, enquanto a mesma situação foi vivenciada por 19% das mulheres brancas.

Mercado de trabalho - Nos últimos 12 meses, 23% das mulheres vítimas de violência doméstica no Nordeste recusaram ou desistiram de alguma oportunidade de emprego no mesmo período porque o parceiro era contra. 

Tais vítimas relatam menor frequência no exercício de sua capacidade de concentração, na capacidade de de dormir bem, tomar decisões, além de se sentir frequentemente estressadas e menos felizes em comparação às não vitimadas pelos parceiros. 

Gravidez - 7% das mulheres agredidas durante a gestação têm entre 15 e 24 anos. As agressões em todas as fases da gravidez foi verificada em 34% das entrevistadas. Segundo a ONU Mulheres, os dados revelam implicações para a saúde das mulheres, incidindo sobre os seus direitos sexuais e direitos reprodutivos. 

Elas se tornam vulneráveis à depressão, estresse, comportamento de risco com uso de drogas lícitas e ilícitas, pré-natal inadequado, sangramento vaginal, ganho de peso, hipertensão, pré-eclâmpsia, entre outras enfermidades. Em relação à criança, estudos da área indicam restrição de crescimento uterino, curta duração, redução de peso da criança, 0,9% a mais de probabilidade de morte ao nascer e até 1,5% a mais de probabilidade de morte até o 5º ano de vida. 

De acordo com a pesquisa, 1 em cada 5 mulheres teve contato com algum tipo de violência doméstica na infância ou adolescência. Ainda 23% afirmaram ter lembranças da mãe sendo agredida e 13% sabem que a mãe do parceiro também sofreu algum tipo de agressão. Destas, 88% presenciaram as agressões físicas sofridas pela genitora.  55% das vítimas de violência doméstica consultadas afirmaram que os filhos presenciaram o episódio ao menos uma vez. 

O estudo foi realizado pela Universidade Federal do Ceará, Institute for Advanced Study in Toulouse e o Instituto Maria da Penha, em cooperação com a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, com apoio do Instituto Avon e parceria de divulgaçlão da ONU Mulheres Brasil.  A pesquisa completa pode ser conferida no link.

O atraso crônico das obras de linhas de transmissão de energia vai começar a afetar a operação da maior hidrelétrica brasileira. A partir de setembro, a usina de Belo Monte, em construção no Pará, ficará tecnicamente impedida de entregar todo o volume de energia que suas turbinas já são capazes de produzir, por causa de linhas de transmissão de energia que deveriam estar prontas, mas que até hoje só existem no papel.

A restrição técnica, conforme apurou o Estado, foi oficialmente comunicada pela concessionária Norte Energia, dona de Belo Monte, ao Ministério de Minas e Energia (MME), ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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Com seis turbinas da casa de força principal já em operação, além de seis máquinas de menor porte da casa de força complementar, a usina atingiu potência de 3.899 megawatts (MW) - o limite que a rede atual de transmissão consegue suportar. Acima disso, essa malha, que foi improvisada para distribuir a energia da usina, não aguentaria. Ocorre que, entre setembro e dezembro, mais duas máquinas de 611 MW cada entrarão em operação, energia adicional suficiente para atender mais de 2,1 milhões de pessoas. Sem linha, essas turbinas terão de ficar desligadas.

O governo alega que, com o período seco na região e a baixa vazão do Rio Xingu nesta época, o acionamento de Belo Monte já seria reduzido, independentemente das máquinas à disposição. Em novembro, porém, com o início do período chuvoso, seria hora de operar a plena carga, o que agora está em xeque.

Não bastasse o prejuízo operacional que a falta de transmissão pode produzir - a geração hidrelétrica reduziria a dependência do uso de usinas térmicas, mais caras e poluentes -, há a possibilidade de que o consumidor brasileiro tenha de pagar por uma geração que não usou, já que Belo Monte tem direito a ser remunerada, porque não tem nada a ver com o atraso das linhas de transmissão.

O plano de distribuição de energia de Belo Monte se apoia na construção de três novas linhas. A primeira, conhecida como "linhão pré-Belo Monte", teve seu contrato assinado com a espanhola Abengoa em fevereiro de 2013. Previa-se que essa rede de 1.854 km de extensão ficasse pronta em fevereiro de 2016. Seria a malha de estreia da hidrelétrica, afinada com o cronograma das 18 máquinas de 611 MW da usina. Essa rede levaria a carga inicial de Belo Monte para o Nordeste; outras duas linhas de 2,1 mil km cada, que seguem para o Sudeste, entrariam em operação em março de 2018 e dezembro de 2019. O projeto da Abengoa, no entanto, naufragou com a crise financeira da empresa. Nada foi feito.

Desde o ano passado, o governo tem improvisado a entrega da energia de Belo Monte com redes locais de transmissão que chegam ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Ao jornal "O Estado de S. Paulo", o diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, disse que o governo está empenhado em adiantar o cronograma da linha que segue até São Paulo. O plano é apertar o passo nas obras da concessionária Belo Monte Transmissora de Energia, para tentar ligar a linha liderada pela chinesa State Grid em dezembro. "Acreditamos que seja viável essa antecipação. Assim, teríamos o aproveitamento de todas as máquinas de Belo Monte sem problemas, já no período chuvoso."

A estratégia foi confirmada pelo MME. "Em função do período seco, até o mês de dezembro, somente haverá disponibilidade hídrica para geração em até seis unidades geradoras", declarou o ministério. "Com a antecipação do sistema de transmissão e com a previsão das afluências à Hidrelétrica de Belo Monte, não se vislumbra, até dezembro de 2017, restrição de escoamento da geração disponível na usina, mesmo com a entrada em operação de unidade geradoras adicionais."

Por nota, a Norte Energia declarou que, "de acordo com a legislação que rege o setor, qualquer unidade geradora conectada ao SIN assegura receita ao empreendedor, independentemente de questões referentes à transmissão da energia".

Os problemas só não são maiores porque a hidrelétrica atrasou seu cronograma. Belo Monte deveria estar com nove turbinas de grande porte em operação, em vez de seis. A conclusão da hidrelétrica, prevista para janeiro de 2019, foi reprogramada para janeiro de 2020.

Apesar das críticas que permeiam a sociedade com relação às famílias nas quais pais políticos influenciam os seus filhos a também seguirem a mesma caminhada, a maioria que segue essa carreira pública garante que apesar de confessar que existe uma facilidade para entrar no meio quando se tem alguém na família, apenas conseguem se consolidar os que possuem competência. Em entrevista ao LeiaJá, o deputado estadual Silvio Costa Filho (PRB) é um dos que defendem que são coisas distintas. 

Ele, que é filho do deputado federal Silvio Costa (PTdoB), contou que se formou em Pedagogia e, desde cedo, trabalhou na área educacional, mas que de tanto acompanhar o pai “nas caminhadas políticas” começou a tomar gosto e disse que “se apaixonou” pela vida pública quando se tornou presidente do Diretório Acadêmico da sua universidade. “Procurei ele para conversar dizendo meu interesse em disputar uma eleição. Ele naturalmente fez uma reflexão comigo para saber se de fato era isso que eu queria para a minha vida. Na hora que eu disse que sim, ele me deu todo o apoio e todo o incentivo para que disputássemos a campanha para vereador em 2004”. 

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O deputado estadual disse que é preciso desmistificar a carreira política. “Meu pai foi um espelho porque admirava a garra que ele sempre teve na política e a coragem de enfrentar os desafios e sua seriedade, mas Dr. Arraes [ex-governador de Pernambuco] dizia que não existe herança na democracia. Para disputar uma eleição você tem que ir para o voto e, graças a Deus, estou no meu terceiro mandato. Cada um tem trabalhado no seu estilho e acho que cada um está conseguindo ter a sua performance eleitoral, cada um com o seu perfil”, frisou. 

O vereador do Recife Eriberto Rafael (PTC), filho do deputado Eriberto Medeiros (PTC), tem a mesma linha de raciocínio de Silvio Costa Filho. “Existe sempre esse preconceito. Eu acho que a ligação familiar, pai, tio, avô, faz com que você tenha um vislumbre, que você seja mordido por essa mosca, quando você vê já está dentro dele e você não consegue mais sair. No entanto, a família pode até levar para o caminho da política, mas você só consegue trilhar uma carreira vitoriosa com a sua marca pessoal”, disse. 

O parlamanetar recifense conta que desde que o pai iniciou sua primeira disputa, em 1996, quando tinha sete anos e já o acompanhava. Ao longo dos anos, começou a participar ativamente. “Mas, eu sempre tive a vontade muito grande de me formar primeiro. Terminei faculdade de Biomedicina e o mestrado, mas sempre com aquela influência presente. As pessoas falavam bem do meu pai e via esse exemplo positivo que ele dava, a gente vai se contagiando. A política é uma coisa que é muito dinâmica, uma coisa que você se contagia tendo um exemplo bom e positivo. Ele é um exemplo vitorioso, que sempre prezou pela verdade e que ajudou a construir o meu caráter”, assegurou. 

Os exemplos de filhos que se inspiraram nos seus pais são muitos. Outro caso é o do chefe do gabinete do governador Paulo Câmara (PSB), João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, que faleceu em tragédia aérea em 2014. De lá para cá, é notório que ele vem construindo uma trajetória em busca de alçar voos maiores na disputa eleitoral de 2018, embora não fale sobre o assunto. 

O herdeiro político do líder socialista vira e mexe toca no nome do pai em eventos e entrevistas. No mês passado, por exemplo, em entrevista ao LeiaJá, pediu que o trabalho iniciado por Eduardo continuasse em Pernambuco. Também disse que ele e aliados podem, juntos, dar continuidade a esse trabalho. “Eles [Eduardo e Miguel Arraes] sempre lutaram para que as desigualdades sociais fossem diminuídas”, disse. 

Em outra conversa, o chefe de gabinete falou que a falta do seu genitor era grande. “Ele era uma pessoa presente, mas a união da nossa família e o amor que temos nos faz superar isso”. Nesta semana, em uma publicação no Instagram, João Campos fez uma homenagem com uma foto no qual aparece pequeno ao lado de Eduardo. “É sobre sentir saudade. Te amo mais do que tudo”. 

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A deputada estadual Priscila Krause (DEM) é mais uma que não nega a influência do seu pai, o ex-governador de Pernambuco Gustavo Krause para ingressar na política. “Ele foi minha maior referência. Não tenho a menor dúvida da influência que o meu pai teve na minha vida inteira, em todas as minhas escolhas. Quando decidi ingressar na política, ele pediu para que eu fizesse uma reflexão sobre o caminho da política e minha vocação. Ele teve essa preocupação como pai, mas quando eu disse que o que realmente era seguir a vida pública, a partir daí ele pediu para me preparar e exigir de mim uma postura muito profissional e madura. Ele respeitou a minha escolha. É uma pessoa única e sua sempre esteve nos momentos mais cruciais”, contou. 

Krause também acredita que exista um preconceito ou pré-conceito sobre essa relação de pais e filhos na mesma carreira quando se trata de políticos. “Por conta disso tudo que estamos passando e que não é de agora, apesar de estarmos no pior momento. Veja que tem filho de médico que é médico, o filho de engenheiro que é engenheiro, jornalistas que é filho de jornalistas e muitas vezes você vê até como um motivo da sociedade achar algo muito bom seguir a tradição do pai. Mas, por conta desse pré-conceito que existe em relação à política, que é uma crescente, existem essas críticas”, lamentou. 

“Eu fico me perguntando como é que alguém que não tem vocação se mantém na política. Te garanto que não aguenta não. A gente vê o lado do glamour ou o lado podre, mas na verdade existe um lado de muita renúncia, de muito sacrifício, talvez fique mais evidente quando tem mulheres fazendo parte da política porque ainda existe uma cobrança maior da mulher em seu papel doméstico, mas homem também tem muita renúncia”, disse. 

Sobre esse contexto, no entanto, a parlamentar disse que é preciso prestar atenção no risco de formação de oligarquias. “É algo real. Então, você tem de fato posturas oligárquicas em qual a questão hereditária está muito forte, mas ela não é exclusiva. Voce poder ter oligarquias que não são da mesma família, mas que fazem parte de uma oligarquia, então isso tem que olhar mesmo prestando mais atenção e, de fato, perceber quem tem e quem não tem vocação”, destacou. 

Dados preliminares apontam que o consumo e a geração de energia recuaram 1,6% no País no mês de maio, na comparação com o mesmo período de 2015, informou nesta quinta-feira, 2, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). "Excluindo o impacto do feriado de Corpus Christi, a redução seria de 1%", destaca a entidade.

Em seu mais recente boletim InfoMercado Semanal, a CCEE revela que o desempenho da geração indica a entrega de 59.844 MW médios de energia ao Sistema Interligado Nacional (SIN) entre os dias 1º e 31 do mês passado. A principal queda de produção foi das térmicas, de 31,1%, devido ao desligamento das usinas de custo mais elevado. Por outro lado, houve aumento de 51% na produção das usinas eólicas. As usinas hidráulicas, incluindo as Pequenas Centrais Hidrelétricas, registraram incremento de 7,4% na produção de energia, o que levou a um salto de 6,3 pontos porcentuais na representatividade da fonte, para 75,6% de toda energia produzida no País.

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O consumo de energia, por sua vez, somou 57.516 MW médios. No mercado cativo, no qual os consumidores são atendidos pelas distribuidoras, houve retração de 2,8% no consumo, enquanto no ambiente de contratação livre (ACL), no qual consumidores compram energia diretamente dos fornecedores, foi registrado aumento de 1,9%.

Dentro do ACL, a CCEE destacou que os autoprodutores tiveram diminuição de 6,2%, enquanto os consumidores livres apresentaram expansão de 1,5% devido à migração de novas cargas.

Desconsiderando a adesão de novos consumidores ao mercado livre, o segmento registraria uma redução de 1,4%. Os consumidores especiais, que podem atuar no mercado livre desde que adquiram energia de fontes incentivadas (eólica, solar, biomassa), tiveram aumento de 17,7%, também influenciados pela migração de novas cargas. Expurgando este efeito, observa-se uma redução de 8,3%.

A entidade também informou o desempenho de consumo dos principais ramos da indústria, incluindo dados de autoprodutores, consumidores livres e especiais. Neste caso, destaque para os setores de comércio (+19,8%), madeira, papel e celulose (+15,9%), bebidas (+13,4%), e alimentício (+13%), que registraram os maiores índices de expansão. Na outra ponta, os setores com queda foram os de extração de minerais metálicos (-19,4%), de veículos (-4,8%) e químico (-0,3%).

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