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Yana Lyakh não deixa de sorrir nem mesmo para contar uma história que para muitas mulheres seria traumática. Esta ucraniana de 26 anos está grávida de oito meses, seu marido está lutando no front e sua cidade é incessantemente bombardeada por tropas russas.

Em busca de um lugar seguro, semanas antes de data prevista para o parto ela procurou uma maternidade no município de Pokrovsk, na região de Donetsk, leste da Ucrânia.

"Estou aqui devido ao stress", disse à AFP em um quarto compartilhado com outras gestantes.

É a única maternidade da bacia do Donbass com uma unidade neonatal e incubadoras para bebês prematuros. Apesar dos alertas e bombardeios, não parou de funcionar desde a invasão russa há quase dois anos.

Lyakh vivia em Myrnograd, alguns quilômetros a leste, mais próxima ao front. A Rússia começou a bombardear as duas cidades em 6 de janeiro, o que deixou 11 mortos, incluindo cinco crianças, conta Lyakh.

Assustada com os alertas de ataques aéreos e o risco que seu prédio fosse atingido, "corria do quinto andar até o térreo", explica.

"Por isso vim para cá. Lá, corria risco de um parto prematuro", argumenta.

Em outro leito, Katia Brendyuchkova, aos oito meses de gestação, toma soro. "Estou em risco de parto prematuro", explica.

Seu marido não é soldado, trabalha em uma mina de carvão em Pokrovsk.

- 20% de partos prematuros -

A cidade fica a 30 quilômetros de Avdiivka, uma localidade estratégica que os russos tentam tomar há meses.

A maternidade transformou seu porão em abrigo antibombas e recorre a geradores de energia quando a eletricidade é cortada. Muitos médicos e enfermeiros foram embora e os pacientes também reduziram porque muitos habitantes deixaram a região.

Liubov Datsyk, diretora do departamento neonatal, conta que o número de nascimentos caiu de uma média de mil no ano anterior à guerra para 500 em 2022 e 622 em 2023. Cerca de 20% dos bebês nasceram prematuros em 2023, o dobro dos 10% antes da guerra.

"O parto prematuro é causado por stress, o stress crônico. Nossas pacientes estão em uma espécie de zona cinza e toda a região de Donetsk é uma zona de guerra", explica Ivan Tsyganok, diretor da maternidade.

O stress é agravado pelo fato de que os maridos da metade das gestantes estão no front. "As mulheres estão preocupadas com seus maridos com seus filhos", disse Datsyk.

- Viúvas grávidas -

Há casos de pais mortos na guerra enquanto suas esposas estavam no hospital, contam os profissionais de saúde. Muitas vezes decidiram contar à mãe apenas após o parto, reconhece Datsyk, de 34 anos.

A invasão russa afeta as crianças antes mesmo de nascerem. "Quando temos filhos, queremos que tenham um futuro brilhante. Mas hoje, nascem e há uma guerra, disse Tsyganok à AFP.

Lyakh planeja fazer o parto em Dnipro, uma grande cidade 150 quilômetros a oeste. Depois, ela e sua filha, que se chamará Sofia, se mudarão para a capital Kiev.

Seu marido, de 23 anos, combate atualmente em Avdiivka para conter as forças russas. Uma vez por semana, a visita no hospital. "Deveria ser transferido (para mais perto de Kiev), para que passássemos mais tempo juntos", explica Lyakh.

Brendyuchkova, que já tem uma filha de três anos, está assustada com os constantes bombardeios e quer ir embora. "Quero ir para outro lugar", afirma. "Mas até agora, não há opção. Enquanto meu marido tiver um trabalho estável, ficaremos aqui", conclui.

Na gestação, a temperatura corporal da mulher aumenta aproximadamente meio grau e, em dias mais quentes, isso pode causar grande incômodo para a futura mamãe, pois o calor excessivo provoca inchaço e pode deixá-la mais cansada, principalmente no último trimestre da gravidez. O alerta é da médica Célia Regina Silva, vice-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro.

Em um quadro de temperaturas elevadas, como as que o Brasil vive no momento, Célia Regina disse que é essencial tomar bastante água e manter uma alimentação saudável, incluindo refeições  mais frias, como saladas e frutas.

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“
Geralmente, o inchaço é causado pela compressão do útero sobre os vasos responsáveis pelo retorno do sangue das pernas ao coração. A circulação é ainda mais prejudicada quando esses vasos são dilatados pelo calor. Para prevenir o problema, as gestantes precisam alterar as posições corporais durante o dia. Se as pernas estiverem muito inchadas, é recomendável deixá-las elevadas por um tempo.” Para a mulher que trabalha em pé ou sentada, a médica aconselha não ficar parada mais do que uma hora.

Também vice-presidente da associação, o obstetra Renato Sá ressaltou que, no caso da gestante de risco habitual, que não tem comorbidades, a preocupação é com a hidratação, que tem que ser a adequada, porque as mulheres grávidas têm dificuldade para controlar a pressão. "Todo mundo já viu grávidas desmaiando, especialmente em condições de calor", disse o médico. Por isso, é preciso que elas mantenham uma hidratação melhor.

No momento atual, em que os brasileiros enfrentam temperaturas muito elevadas, existem dois problemas: excesso de calor e baixa umidade do ar. A tendência é a pessoa desidratar bem mais. “E isso é para gestantes e para todo mundo.”

Comorbidades

Tem é preciso ter atenção as gestantes que têm comorbidades, entre as quais, a questão da pressão arterial e pré-eclampsia. “Porque aí não é só a questão da hidratação, mas como ela vai ser feita e qual repercussão que o calor pode ter na pressão arterial da grávida”, destacou Renato Sá. Esta pode ser uma situação em que a grávida precisa consultar o médico do pré-natal para saber se terá que mudar alguma coisa em sua conduta.

Segundo o médico, outro ponto nevrálgico é que mulheres grávidas têm tendência maior à infecção urinária. Ele advertiu que a baixa hidratação aumenta o rico de infecção urinária e que isso pode ser muito grave para uma gestante, levando até a uma infecção generalizada, ou septicemia. “A mulher precisa de um cuidado maior ainda em relação à hidratação, que todo mundo pode ter, mas por esse ponto específico da infecção urinária”, acrescentou.

As mulheres que já tiveram o bebê, as lactantes, precisam de mais hidratação ainda, porque 90% do leite materno é água. “Se ela não beber bastante líquido, não conseguirá produzir leite adequadamente”. No caso do bebê, percebe-se que o controle de temperatura é muito frágil e ele desidrata com muita facilidade. Basicamente, a nutrição e alimentação de um bebê é leite materno. Por isso, a lactante tem que ter uma produção bem adequada para suprir tanto as necessidades nutricionais quanto de hidratação da criança, explicou Renato Sá.

O médico não recomenda que se tome refrigerante em vez de água. “Isso não é interessante, porque, no caso da grávida, por exemplo, ela pode ter diabetes gestacional. E há a situação calórica, às vezes também de sucos. Não é o mais adequado. O mais adequado é água mesmo. A recomendação é hidratar, preferencialmente com água”.

As grávidas e lactantes devem evitar também bebidas com cafeína. “Não estão proibidas, mas devem ser evitadas”. A orientação do obstetra é hidratação, preferencialmente com água. Se ela quiser uma fruta, o ideal é que coma, em vez de fazer suco, que tem mais caloria.”

Crianças

De acordo com a médica Tania Sih, membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o principal problema que as temperaturas elevadas podem provocar nos bebês e crianças é a hipertermia, quando o corpo fica com temperatura mais elevada do que normal.

Quando a família não tem aparelho de ar condicionado, a orientação é manter janelas e portas abertas para que o ar circule, ou ventilador de teto. “Quanto mais o ar circula, melhor”. Em segundo lugar, crianças e adultos têm que se hidratar. Mesmo que o menor não peça, devem ser oferecidos a ele líquidos a cada 15 ou 20 minutos, recomendou a pediatra.

“Se for dar algum alimento à criança, de preferência, não dê nada seco, como galinha assada, por exemplo, porque seca a garganta. A comida deve ser mais molhada”. Segundo Tania, uma boa opção são frutas com bastante líquido, como melancia. “E vá alternando água e sucos com alimentos mais líquidos.”

Creme no corpo

Também é aconselhável hidratar a pele da criança. “Eu deixaria a criança, de preferência, só de fraldinha, de pé descalço, só de camiseta. E não esquecer de passar um creme hidratante. Importante também é a criança não ir para a rua, mas ficar dentro de casa, “com janela aberta, ar-condicionado ou ventilador de teto ligado.”

Para a médica, não há problema em tomar gelados, como sorvetes. Para evitar que o nariz seque muito, pelo menos quatro vezes por dia, os pais devem usar soro fisiológico ou borrifar um spray de higiene nasal sem corticoides no nariz da criança. Os lábios devem receber manteiga de cacau. E não se deve esquecer de quando for aplicar o creme hidratante, aplicar também na orelha, na parte externa que encontra o cabelo, para evitar rachaduras e infecções.

Tania Sih recomendou ainda que as mães passem a mão úmida na cabeça dos filhos, de modo a umedecer o couro cabeludo. “A criança tem que estar com creme hidratante no corpo, sem esquecer a orelha, com manteiga de cacau nos lábios e tomar líquidos para que a boca fique úmida por dentro, e o nariz tem que estar hidratado com qualquer sorinho fisiológico de conta-gotas ou de spray", reforçou.

A médica enfatizou que é bom a criança ficar só com a fralda, pezinhos descalços, correndo dentro de casa à vontade, sem sair lá fora, porque "ali o mormaço é muito mais forte”. Estes seriam os principais cuidados a serem tomados em situações de temperatura muito elevada, além dos alimentos que se transformam em água com facilidade, como melancia e frutas. “E bastante suco e água”. A temperatura dos líquidos pode ser gelada, sem problema nenhum, reiterou.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sancionou nessa quarta-feira (8) a Lei 14.721, que estabelece a oferta de assistência psicológica a gestantes e puérperas, através do Sistema Único de Saúde (SUS). O texto foi publicado na versão desta quinta-feira (9) do Diário Oficial da União e passará a vigorar em 180 dias. A matéria, aprovada no Senado Federal em 17 de outubro, faz duas alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069, de 1990). 

"A assistência psicológica à gestante, à parturiente e à puérpera deve ser indicada após avaliação do profissional de saúde no pré-natal e no puerpério, com encaminhamento de acordo com o prognóstico", diz o texto da sanção. A lei ainda diz que o sistema de saúde deve "desenvolver atividades de educação, de conscientização e de esclarecimentos a respeito da saúde mental da mulher no período da gravidez e do puerpério". 

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Durante a votação no Senado, a relatora da proposta, a senadora Zenaide Maia (PSD-RN), pontuou que existe previsão legal para o atendimento psicológico a mulheres gestantes, em parto e no pós-parto. No entanto, afirmou que a nova lei esclarece ainda mais esse direito e evita o risco de interpretações contrárias. A justificativa da matéria, que foi inicialmente apresentada à Câmara, pontua ainda que muitas gestantes são menores de idade e carecem de infraestrutura para evitar prejuízos à vida e ao futuro.  

"É consabido que, quando uma menor engravida, pode ocorrer uma grande desestruturação em sua vida. Nesse momento é que, muitas das vezes, a menor necessita de orientação e amparo. O Poder Público pode e deve fornecer terapia em graus diferenciados, conforme a necessidade psíquica da parturiente", afirma a justificativa. 

 

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveram o aplicativo gratuito PesoGestBr para que as gestantes brasileiras possam acompanhar seu próprio estado nutricional durante a gravidez.

A ferramenta foi elaborada pela estudante Thais Rangel, quando fazia doutorado no Instituto de Nutrição Josué de Castro da UFRJ. Atualmente, ela faz pós-doutorado no Canadá. Thaís explicou à Agência Brasil que o aplicativo (app) é um produto do projeto que vinha sendo tocado desde 2005 por Gilberto Kac, professor titular do instituto, também coordenador do Observatório de Epidemiologia Nutricional da universidade.

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A ideia era criar um instrumento novo para monitorar o ganho de peso na gestação para ser usado no Sistema Único de Saúde (SUS). No ano passado, o professor conseguiu colocar na caderneta das gestantes as novas curvas de ganho de peso gestacional. “A gente está falando de cinco milhões de gestantes que são avaliadas anualmente”, destacou Gilberto Kac, à Agência Brasil. As curvas foram publicadas em 2011 e substituem os parâmetros anteriores, que eram chilenos e americanos e, portanto, não adaptados para a realidade brasileira.

Os pesquisadores definiram também, dentro do projeto, as novas recomendações de ganho de peso das mulheres brasileiras, a partir de evidências científicas e de discussão com especialistas e representantes do Ministério da Saúde. “Com base nessas duas fases – curvas e recomendações, a gente criou esse instrumento para monitorar o ganho de peso durante a gestação”, disse Thaís. Em um primeiro momento, a ideia era que o aplicativo fosse utilizado apenas por profissionais de saúde. Em seguida, decidiram estender o uso do aplicativo também para as gestantes.

Aplicativo da UFRJ para acompanhamento de peso de gestantes. Foto: PesoGestBR - PesoGestBR

Orientações

O aplicativo permite que a gestante monitore o seu ganho de peso a cada semana, usando a curva para acompanhamento nutricional que ela receba informações se o seu peso está adequado ou não, de acordo com as recomendações, além de algumas orientações básicas sobre alimentação e nutrição, baseadas no Guia Alimentar da População Brasileira.

Thaís Mendes esclareceu que o aplicativo não substitui o acompanhamento pré-natal. “A ideia era que fosse apenas uma ferramenta que permitisse empoderar a gestante, para que conseguisse acompanhar seu peso”. A ferramenta é toda offline, não armazena os dados da gestante em lugar nenhum, pensando na proteção de dados e em ética em pesquisa. “Mas que fosse uma possibilidade de ela ter os seus dados em um celular ou tablet e pudesse se acompanhar”. Quando está fora de peso, ela recebe um aviso para procurar o profissional de saúde que está fazendo o seu acompanhamento pré-natal e conversar com ele sobre isso.

Foram introduzidas várias funcionalidades no aplicativo para facilitar seu uso. Uma delas permite que a gestante possa, por exemplo, acompanhar uma amiga e comparar os dados das duas. “Ela pode acrescentar mais de uma pessoa no aplicativo. Se ela tiver mais de uma gestação, consegue também continuar usando o app”. Thaís mencionou que, ao mesmo tempo, essas funcionalidades permitem que a ferramenta seja utilizada pelo profissional de saúde também. “Aí, passa a ser responsabilidade dele os dados da gestante que ele está guardando no seu celular. A gente não tem jurisdição sobre isso”, destacou a pesquisadora.

O app acaba de ser patenteado pela Inova UFRJ, núcleo de inovação tecnológica que cuida de toda a política de inovação da universidade. “A agência de inovação foi fundamental para que pudéssemos fazer toda a documentação desse aplicativo. A Inova nos deu esse suporte, tanto de registro de patente do código, como da parte jurídica. Graças à Inova, a gente conseguiu fazer uma parte jurídica importante para poder colocar o aplicativo nas lojas da Google e da Apple”, disse Thaís. O app está disponível para sistemas Android e IOS.

Atualizações

Segundo o professor Gilberto Kac, o aplicativo tem impacto na política de saúde porque envolve, sobretudo, novas recomendações de acompanhamento e de ganho de peso e resultou de um longo período de estudo. No entanto, o app precisa sofrer atualizações constantes quando ocorrem mudanças nos sistemas Android e IOS.

“Hoje, a gente não tem como manter o aplicativo atualizado por muito tempo, porque não tem recursos do projeto para isso”. Para ele, se o Ministério da Saúde encampar a ferramenta e passar a gerir o aplicativo, "será muito bom". O endosso da pasta aumentaria muito a disseminação do instrumento, reforçou.

O professor informou que a caderneta da gestante já tem as novas curvas brasileiras desde maio de 2022. De acordo com Thaís Mendes, o Ministério da Saúde está trabalhando para que as curvas entrem no prontuário eletrônico até o final deste ano.

No ano que vem, o órgão deve oferecer uma capacitação para profissionais de saúde da rede “e devemos incluir o aplicativo nessa capacitação”. Segundo Thaís, a ideia é que o app seja mais uma fonte possível, além do prontuário eletrônico, para o profissional de saúde usar as curvas na prática, com as gestantes.

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Sem estrutura para dar conta da demanda de pacientes, o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM) tem exposto recém-nascidos nos corredores e alocado gestantes e mulheres em puerpério no chão. As condições subumanas foram denunciadas pelo Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE). 

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Cadeiras e macas quebradas são disputadas entre pacientes nos últimos momentos da gravidez de alto risco e mães que acabaram de dar à luz. A agressão psicológica causada pela falta de dignidade também afeta os profissionais da unidade, que trabalham com quadro reduzido em uma rotina de extremo cansaço.

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Desde 2015 o Coren-PE denuncia a situação precária e a gravidade da superlotação do CISAM ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) através de relatórios produzidos em inspeções feitas na unidade. A persistência diante falta de soluções das autoridades gestoras culminou na interdição ética do serviço de enfermagem em 2017. 

Sem nenhum indicativo de melhoria na última década, o conselho mobilizou seu corpo jurídico para ingressar com representação de Ação Civil Pública junto à Justiça Federal já nos próximos dias. 

Em nota, o Cisam se defendeu afirmando que por ser um hospital de referência tem alta procura pela população e "quando há superlotação, não é possível deixar de realizar o atendimento aos usuários". Confira a nota na íntegra:

NOTA - CISAM/UPE 

A Gestão Executiva do Centro Universitária Integrado de Saúde Amaury de Medeiros da Universidade de Pernambuco (CISAM/UPE), esclarece que O CISAM, por ser referência para gestação e partos de alto risco no Estado, e no atendimento as mulheres em situação de violência sexual e aborto legal, cumprindo com sua responsabilidade sanitária e atendendo aos princípios básicos do Sistema Único de Saúde de equidade, universalidade e integralidade, recebe pacientes por encaminhamento de Central de Regulação de Leitos do Estado e por demanda espontânea, entretanto, quando há superlotação, não é possível deixar de realizar o atendimento aos usuários, o que ocorre de forma independente da regulação.

Informamos ainda que o CISAM está no processo de construção do Centro de Parto Normal (05 leitos), da Casa da Gestante, Bebê e puérpera (20 leitos), com o objetivo de ampliar leitos, de oferecer mais conforto e segurança às mulheres. Até que se conclua a obra, existem também transtornos decorrentes da construção. É importante ressaltar que, mesmo em estado de superlotação, o CISAM/UPE tem ofertado um serviço de saúde pública especializado, resguardando a vida, saúde e dignidade reprodutiva de todas as pessoas que buscam a instituição. Assim, reafirmamos nosso compromisso com a sociedade pernambucana.

A Câmara dos Deputados aprovou nessa terça-feira (18) projeto de lei que amplia a assistência às gestantes e mães antes, durante e após o parto (puerpério). O projeto segue para o Senado.

A proposta altera o Estatuto da Criança e do Adolescente para garantir assistência psicológica à gestante, à parturiente e à puérpera após avaliação do profissional de saúde no pré-natal e puerpério, com encaminhamento de acordo com prognóstico. O texto prevê que poderá ser fornecido às mulheres inscritas no CadÚnico um kit curativo do coto umbilical e um kit enxoval.

“O estado emocional da mãe não apenas é determinante para o bom andamento do trabalho de parto, como impacta definitivamente o bebê e reflete em seu desenvolvimento. Igualmente, o puerpério é um período em que a mulher, devido ao grande estresse fisiológico e à súbita alteração nos níveis hormonais, encontra-se extremamente vulnerável e mais suscetível a desencadear transtornos psíquicos”, justificou o relator, deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO).

O texto também estabelece que os hospitais públicos e particulares que atendem gestantes deverão desenvolver atividades de educação, conscientização e esclarecimentos a respeito da saúde mental da mulher no período de gravidez e puerpério.

Um casal foi detido nesta sexta-feira (7) acusado de estelionato na venda de kits de enxoval para gestantes. A polícia civil de São Paulo e agentes do 50ª Departamento de Polícia de Itaguaí (RJ) prenderam a dupla com a ajuda de informações de inteligência e monitoramento na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em Jacarepaguá.

De acordo com a polícia, o homem, de 40 anos, e a mulher, de 38, trabalhavam juntos com um perfil nas redes sociais divulgando seus produtos de enxoval para gestantes. A dupla atendia pedidos de entrega em todo Brasil e no exterior, com clientes em mais de 20 países. O perfil com cerca de 420 mil seguidores contava com a divulgação de alguns influenciadores digitais e pessoas famosas para dar credibilidade à loja.

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Apesar dos grandes números, um kit de enxoval resultava em grande dor de cabeça. O casal não entregava os produtos para as pessoas, ou, se entregassem, eles vinham com uma qualidade muito menor comparado com as publicações da conta.

No caso de pedir dinheiro de volta ou tirar satisfação com o perfil, os clientes eram intimidados e ameaçados de importunação, com risco de serem processados com uma ação judicial pelo casal, conta a polícia. Uma das vítimas do exterior é uma brasileira residente dos Estados Unidos, que dupla ameaçou acionar a imigração caso ela insistisse na reclamação pelo golpe sofrido. 

A 1ª Vara Criminal de São Paulo do Rio Preto expediu um mandado de prisão pelo crime de estelionato contra o homem e a mulher envolvidos. Eles também podem responder na Justiça pelo uso abusivo do direito à imagem dos influenciadores, famosos e demais rostos que fizeram propaganda para sua conta nas redes sociais. A dupla está à disposição da Justiça.

Um dos momentos mais especiais na vida de uma mulher pode se tornar um pesadelo se os cuidados devidos não forem tomados. Às vésperas do dia da gestante, comemorado nesta segunda-feira (15), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) alerta para a diabetes mellitus gestacional, que afeta 18% das gestações no Brasil.

Condição temporária gerada pelas mudanças no equilíbrio hormonal durante a gravidez, a diabetes gestacional ocorre porque, em algumas mulheres, o pâncreas não funciona direito na gestação. Normalmente, o órgão produz mais insulina que o habitual nesse período para compensar os hormônios da placenta que reduzem a substância no sangue. No entanto, em algumas gestações, o mecanismo de compensação não funciona, elevando as taxas de glicose.

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O problema pode causar complicações tanto para a mãe como para o bebê. No curto prazo, a doença pode estimular o parto prematuro e até a pré-eclâmpsia. O bebê pode nascer acima do peso e sofrer de hipoglicemia e de desconforto respiratório.

A diabetes gestacional normalmente desaparece após o parto, mas pode deixar sequelas duradouras. As mulheres com o problema têm mais chance de progredirem para a diabetes mellitus tipo 2. As crianças também têm mais chances de desenvolverem a doença e de ficarem obesos.

Recomendações

A doença pode acometer qualquer mulher. Como nem sempre os sintomas são identificáveis, a SBD recomenda que todas as gestantes pesquisem a glicemia de jejum no início da gestação e, a partir da 24ª semana de gravidez (início do 6º mês). Elas também devem fazer o teste oral de tolerância à glicose, que mede a glicemia após estímulo da ingestão de glicose.

As recomendações principais, no entanto, são o pré-natal e a alimentação saudável. Quanto mais cedo o obstetra diagnosticar a doença e iniciar o tratamento, menores as chances de a mãe e o bebê sofrerem alguma complicação no curto e no longo prazo.

Além do controle das glicemias capilares, o tratamento da diabetes gestacional consiste num estilo de vida mais saudável, com atividade física e alimentação regrada. As refeições devem ser fracionadas ao longo do dia. As gorduras devem dar lugar às frutas, verduras, legumes e alimentos integrais. Se não houver contraindicação do obstetra, exercícios físicos moderados também devem fazer parte da rotina.

Na maior parte das vezes, esses cuidados dispensam a aplicação de insulina. Se, ainda assim, os níveis de glicose continuarem altos, o médico pode indicar a substância. A SBD alerta que as mulheres diabéticas tipo 1 ou 2 que engravidam não são consideradas portadoras de diabetes gestacional porque essa doença só aparece após o início da gravidez. As mulheres com altos níveis de glicemia na gestação devem fazer um novo teste de sobrecarga de glicose seis semanas depois de darem à luz.

Perfil

Em todo o mundo, o problema afeta cerca de 15% das gestações, segundo a International Diabetes Federation, o que representa 18 milhões de nascimentos por ano. No entanto, a prevalência varia conforme a região, indo de 9,5% na África para 26,6% no Sudeste Asiático. No Brasil, estima-se que a prevalência é de 18%.

Para prevenir a doença, as mulheres devem prestar atenção a fatores de risco: história familiar de diabetes mellitus; glicose alterada em algum momento antes da gravidez; excesso de peso antes ou durante a gravidez; gravidez anterior com feto nascido com mais de 4 quilos; histórico de aborto espontâneo sem causa esclarecida; hipertensão arterial; pré-eclampsia ou eclampsia em gestações anteriores; síndrome dos ovários policísticos e uso de corticoides.

A deputada estadual Delegada Gleide Ângelo (PSB-PE) apresentou, nesta quinta-feira (26), o Projeto de Lei Nº 3369/2022, que cria a Política de Prevenção à Depressão Pós-parto para Mulheres Gestantes, Parturientes e Puérperas. O PL foi apresentado na Semana Estadual de Prevenção e Combate à Depressão Pós-parto, que é celebrada até o próximo dia 29 de maio.

O objetivo da proposta é conscientizar sobre o cuidado com a saúde mental das mulheres durante o pré e pós-parto e o puerpério, marcados por intensa vulnerabilidade emocional. Segundo o texto da medida, toda e qualquer gestante deve ter direito ao acompanhamento terapêutico desde o início do pré-natal, como também após o parto e durante o puerpério. Aquelas mulheres identificadas com sintomas depressivos devem ter encaminhamento imediato e prioritário para tratamento psicológico e psiquiátrico.

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“A sociedade costuma silenciar o sofrimento das mães e romantizar a maternidade. Precisamos romper esse tabu e encararmos de frente as necessidades e urgências que envolvem a saúde mental das mulheres”, explica a deputada.

A depressão pós-parto é um transtorno de saúde mental que pode ser identificado através de diversos sinais como insônia, perda de apetite, taquicardia, irritabilidade intensa e dificuldade no desenvolvimento de vínculos com o recém-nascido. Os sintomas podem persistir durante os dois primeiros anos de vida da criança.

De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz, a depressão pós-parto atinge até 25% das mães em todo País, ou seja, uma a cada quatro mães desenvolve o problema.

A legislação brasileira agora garante tratamento humanitário à mulher presa gestante ou em puerpério. A Lei 14.326, que nasceu de projeto apresentado pela senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), foi aprovada na última terça-feira (12) e divulgada nesta quarta-feira (13), no Diário Oficial da União (DOU). Com ela, fica assegurada a assistência humanizada antes, durante o trabalho de parto e no período pós-parto, a todas as mulheres em cárcere. O novo direito também garante assistência integral à saúde da mulher e do recém-nascido.

A nova lei altera a Lei de Execução Penal (Lei 7.210, de 1984) e formaliza que a obrigação de prover assistência integral à saúde da presa gestante ou puérpera e de seu bebê é do Poder Público. Ficam assegurados, nestes casos, os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, assim como no período de pós-parto, cabendo ao poder público promover a assistência integral à saúde da detenta e do recém-nascido.

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A relatora do projeto foi Zenaide Maia (Pros-RN), que destacou no dia 16 de março, quando o projeto foi aprovado, o caráter humanitário da proposta (PLS 75/2012). “Precisamos ver a lei cumprida e garantir tratamento humanitário às gestantes, puérperas, lactantes e mães que estão privadas de liberdade. Precisamos garantir saúde integral a elas e a seus filhos”, disse a senadora.

A última vez que o Congresso aprovou uma medida para a população carcerária feminina foi em 2017, quando presas obtiveram o direito de passar pelo trabalho de parto sem a necessidade de algemas, hoje proibidas nestes casos. A Lei Nº 13.434, de 12 de abril de 2017 também proíbe o uso de algemas durante a fase de puerpério imediato.

As novas regras para o retorno de gestantes ao trabalho durante a pandemia já estão em vigor. Sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, a lei prevê a volta ao regime presencial após vacinação.

O afastamento do trabalho presencial só continua mantido para a mulher que ainda não tenha completado o ciclo vacinal.

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A nova norma prevê que a gestante deverá retornar à atividade presencial nas seguintes hipóteses:

- após o encerramento do estado de emergência de saúde pública decorrente do coronavírus;

- após sua vacinação contra o coronavírus, a partir do dia em que o Ministério da Saúde considerar completa a imunização;

- se a gestante optar pela não vacinação, mediante assinatura de termo de responsabilidade, comprometendo-se a cumprir as medidas preventivas adotadas pelo empregador.

Apesar da nova regra, o empregador tem autonomia para optar em manter a funcionária no trabalho remoto com a remuneração integral.

Liberdade para vacinar

A nova lei considera que a opção por não se vacinar é uma “expressão do direito fundamental da liberdade de autodeterminação individual”. Segundo a medida, caso decida por não se imunizar, a gestante deve assinar um termo de responsabilidade e livre consentimento para o exercício do trabalho presencial.

Gravidez de risco

Para os casos em que as atividades presenciais da trabalhadora não possam ser exercidas remotamente, ainda que se altere suas funções, respeitadas suas competências e condições pessoais, a situação deve ser considerada como gravidez de risco até a gestante completar a imunização e poder retornar ao trabalho presencial.

Durante esse período, ela deve receber o salário-maternidade desde o início do afastamento até 120 dias após o parto ou, se a empresa fizer parte do programa Empresa Cidadã de extensão da licença, por 180 dias. Entretanto, não poderá haver pagamento retroativo à data de publicação da lei.

Vetos

O presidente Jair Bolsonaro vetou o trecho que previa, no caso de retorno após aborto espontâneo, o recebimento de salário-maternidade nas duas semanas de afastamento garantidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Também foi vetada a previsão de considerar gravidez de risco no caso de o trabalho ser incompatível com sua realização em domicílio por meio de teletrabalho, trabalho remoto ou outra forma a distância. Nesse caso, o projeto previa a substituição da remuneração pelo salário-maternidade.

Segundo Bolsonaro, a proposição contraria o interesse público, ao instituir concessão de benefício previdenciário destinado à situação de maternidade de forma diversa ao previsto para o auxílio-materninade.

*Com informações da Agência Senado

Na manhã desta sexta-feira (24), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), recebeu a dose de reforço contra a Covid-19 no drive-thru do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife Antigo. Com a redução do intervalo entre vacinas, a aplicação da terceira dose pode ocorre quatro meses após a última.

O governador recebeu o imunizante da Pfizer e convocou os pernambucanos para completar o esquema vacinal, obedecendo o novo calendário.

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“É muito importante que todos os pernambucanos cumpram as etapas da vacinação, iniciativa fundamental para superarmos essa pandemia. Com o avanço, podemos ir retomando a normalidade, tendo a oportunidade de ter um 2022 de muita saúde, paz, alegrias e muitas realizações”, destacou Paulo Câmara.

Redução da terceira dose

A diminuição de cinco meses para quatro para o público geral foi ratificada pelo Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação e pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), com aval dos prefeitos em uma reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) na última segunda (20).

Grávidas e imunossuprimidos

Porém, o intervalo de cinco meses segue mantido para gestantes. Já o esquema para pessoas com alto grau de imunossupressão será feito com quatro doses, como orientado pelo Ministério da Saúde. Nesse caso, a dose de reforço é aplicada quatro meses após a terceira.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), por meio do Programa de Apoio à Gestante (PAG), abriu as inscrições para o programa de apoio à Gestante. As inscrições seguem até o dia 24 de novembro, por meio de formulário eletrônico.

Podem participar alunas matriculadas na UFRPE nos cursos de graduação no primeiro período. Já os homens, podem concorrer ao programa de auxílio-creche, desde que possuam, judicialmente, a guarda unilateral da criança.

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Ao total, são ofertadas 32 vagas, sendo 10 na Sede, 10 na Unidade Acadêmica de Serra Talhada, 8 na Unidade Acadêmica de Cabo de Santo Agostinho e 4 na Unidade Acadêmica de Belo Jardim.

Para mais informações, é recomendável ler atentamente os editais, disponível neste link.

A alteração do regime de teletrabalho para gestantes durante a pandemia dividiu opiniões em Plenário durante a discussão do Projeto de Lei 2058/21. O texto autoriza a volta ao trabalho presencial das gestantes após imunização completa ou se a mulher se recusar a tomar a vacina. A proposta foi objeto de obstrução de partidos oposicionistas.

Autor da proposta, o deputado Tiago Dimas (Solidariedade-TO) afirmou que o projeto atende o desejo de gestantes interessadas em trabalho presencial e atualiza a Lei 14.151/21, aprovada em um contexto diferente da pandemia de Covid-19.

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“É indiscutível que precisamos disciplinar essa lei de modo a permitir às gestantes retornar ao trabalho de uma forma segura, preservando, é claro, a sua saúde, dando o direito ao afastamento naqueles casos em que a trabalhadora precisa ser mantida afastada e assegurando a sua renda, que é um dos princípios do projeto”, disse o deputado.

Para a relatora, deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF), a imunização autoriza a flexibilização do teletrabalho para as gestantes. “Nós temos recebido informação de várias mulheres que querem retornar ao trabalho. Neste momento tão especial da gestação, muitas vezes elas têm uma perda salarial porque ganham comissão, hora extra”, afirmou.

O deputado Darci de Matos (PSD-SC) também defendeu a medida. A manutenção do teletrabalho como regra, segundo ele, poderia dificultar a empregabilidade das gestantes. “Todas as gestantes, praticamente, estão vacinadas; muitas, a grande maioria, querem voltar ao trabalho, até porque poderão ser demitidas mais adiante. E poderá no futuro haver, inclusive, retaliação, dificuldade na contratação, no mercado de trabalho, para as mulheres”, declarou.

Para o deputado José Nelto (Pode-GO), a vacinação mudou o panorama da pandemia no País. “A pandemia agora já está quase no fim. Sabemos da dificuldade que têm os nossos empresários, principalmente o pequeno e o microempresário. Ninguém aqui quer demitir uma gestante”, disse.

Críticas

A líder do Psol, deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), reconheceu que houve avanços na negociação, mas criticou a proposta. “Não dá para colocar em oposição grávidas e puérperas de um lado, e pequenos comerciantes, pequenos empresários de outro. Temos que superar essa falsa polêmica e cobrar do Estado brasileiro”, disse.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que o projeto não deve estabelecer o trabalho presencial como regra e criticou a votação do texto por votação remota. “Esta Casa está votando de forma remota o retorno das grávidas ao trabalho, um retorno pela simples imunização, com critérios que não são definidos. A grávida que disser que não quer se imunizar retorna ao trabalho”, criticou.

Para a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), a proposta pune as grávidas. Ela afirmou que parlamentares chegaram a discutir com o governo um socorro para as micro e pequenas empresas para garantir o pagamento do afastamento das grávidas para pequenas e médias empresas. “Fizemos várias reuniões no Ministério da Economia. A nossa surpresa é que, de repente, aparece um projeto como esse”, afirmou.

*Da Agência Câmara de Notícias

Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que existe uma recomendação para mulheres gestantes: elas não devem ser vacinadas com imunizantes que possuem vetor viral. Esta tecnologia é usada em vacinas como a AstraZeneca/Oxford, desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), além da Janssen e Sputnik V. E assim, a orientação é que gestantes recebam apenas vacinas da Pfizer e Coronavac.

Segundo a Anvisa, a medida se trata apenas de uma precaução, uma vez que ainda não existem dados suficientes para comprovar que os imunizantes que possuem vetor viral sejam prejudiciais às gestantes. Já para a população geral, a recomendação é que o plano de vacinação continue em massa, para evitar a disseminação do vírus e controlar o número de taxas de infecção e óbitos.

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Em resposta à orientação, o Ministério da Saúde do Brasil anunciou também nesta semana que agora mulheres gestantes poderão se vacinar apenas com os imunizantes recomendados: Pfizer e CoronaVac. De acordo com os dados do órgão de saúde brasileiro, dentre todas as 3 milhões de grávidas no Brasil, cerca de 10% delas já estão vacinadas.

Já a vacinação em todo o Brasil continua a acontecer em ritmo lento, desde que teve início,  no dia 17 de janeiro deste ano. Ao todo, o território brasileiro é composto por aproximadamente 213 milhões de pessoas, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 38% delas já receberam a primeira dose, e quase 14% já estão completamente imunizadas.  

 

Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, a ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) Franciele Fantinato afirmou que nenhuma bula de vacinas contra a Covid-19 veda a aplicação em gestantes e defendeu a intercambialidade do uso, ou seja, a primeira dose com a vacina de um fabricante e a segunda com o produto de outro laboratório.

Franciele Fantinato foi convocada à CPI após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, atribuir à ex-coordenadora a responsabilidade pela edição de uma nota técnica recomendando aos Estados a aplicação da segunda dose, com qualquer vacina disponível, em gestantes que tomaram a primeira dose de Astrazeneca, sem nenhuma comprovação de segurança ou eficiência da ação em grávidas. A discussão veio à tona após a morte de uma gestante que havia recebido o imunizante da AstraZeneca no Rio de Janeiro.

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"Não é contraindicação para a gestante, é a precaução, então se faz uma avaliação de risco benefício", afirmou a ex-chefe do plano de imunização. Ela declarou que o órgão recebeu a notificação de um evento adverso grave em gestante no dia 7 de maio. Após isso, o PNI resolveu sugerir a intercambialidade porque o outro caminho seria suspender o uso da vacina em gestantes e só imunizá-las após o parto, comprometendo a proteção desse grupo.

A nota sugerindo a aplicação da segunda dose com outro imunizante foi emitida no dia 14 de maio. Ela revelou que a assessoria de comunicação de Queiroga pediu em seguida que o documento fosse retirado do ar e dos contatos com os Estados. "A intercambialidade é um meio muito promissor, já saíram diversos estudos", declarou Francieli.

Covaxin

Francieli também revelou à CPI que o órgão recomendou ao Ministério da Saúde cobrar os dados de eficácia da Covaxin e as providências caso o imunizante se mostrasse menos eficaz para novas variantes do novo coronavírus.

O alerta foi feito no dia 19 de fevereiro e seguiu parâmetros observados nas negociações de outras vacinas, de acordo com a ex-chefe do programa de imunização. Os técnicos observaram que ainda não havia dados de eficácia suficientes da vacina indiana, mas que "considerando o cenário, entendem que o perfil de risco-benefício é favorável com elevado impacto positivo na saúde da população", conforme Francieli.

A compra da vacina Covaxin é a principal linha de investigação da CPI da Covid no momento. Os senadores suspeitam de um suposto esquema de corrupção no Ministério da Saúde. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), voltou a chamar atenção para a "pressa" do presidente Jair Bolsonaro em comprar as doses da Covaxin enquanto "desdenhava" de outros fabricantes, como a Pfizer.

A vacina da AstraZeneca/Oxford contra a Covid-19 já é utilizada há quase três meses completos em todos os estados do Brasil, após ser aprovada em março. O imunizante  reduz risco de hospitalização, doença grave e morte com alta eficácia, entre 70% e 90%, dependendo do laboratório e do grupo em que é aplicado. Entretanto, após casos de aparição de coágulos em pessoas vacinadas com a AstraZeneca na Europa, entidades de saúde no mundo inteiro ligaram alerta para descobrir se há associação entre a vacina e o desenvolvimento da trombose.

Segundo a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), "nenhuma relação causal foi comprovada, mas é possível", e os benefícios do imunizante contra o coronavírus continuam a superar os riscos. Em todo o continente, foram cerca de 230 casos de reações adversas monitorados, na maioria dos países com baixíssimo ou nenhum risco de letalidade, além de associação incerta à vacina.

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No Brasil, o medo de se vacinar com a AstraZeneca tomou grande proporção após o Ministério da Saúde desaconselhar a administração do produto em gestantes e puérperas. Uma medida preventiva que levou em consideração a morte de uma gestante no Rio de Janeiro, dias depois de ter recebido a vacina da Oxford. O objetivo da suspensão é investigar possíveis eventos adversos nestas mulheres após a aplicação das doses. Apesar da decisão, ainda não há estudos que comprovem a relação da vacina com o óbito da grávida. Além disso, o país não tem registros de casos confirmados de trombose associados ao imunizante britânico.

Então, a vacina AstraZeneca é segura?

A resposta é sim. No Brasil, os dados do e-SUS notificam 0,89 casos a cada 100 mil doses da vacina Oxford/AstraZeneca aplicadas, o que faz o Ministério da Saúde classificar como "raros" eventos do tipo. A pasta reforça que ainda "não há comprovação de associação causal com a vacinação" e que o perfil de risco-benefício da vacina "ainda é favorável".

Colocando as coisas em perspectiva, segundo o Ministério, enquanto a proporção de trombose e AVC pela vacina está em <1 caso a cada 100 mil, o número de óbitos em grávidas pela Covid-19 é de 20 por 100 mil. Já entre os infectados com Covid-19 que precisaram de hospitalização — ou seja, sofrem de quadros mais graves da doença —, a taxa de trombose é de 16,5%, segundo uma pesquisa com 3.342 pacientes.

Para elucidar dúvidas gerais, o LeiaJá convidou um médico especialista em vacinas que comentou aspectos técnicos e comparativos do imunizante da Oxford.

— Eduardo Jorge, representante regional da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e vice-presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco (SBP).

LJ: Quais as reações mais comuns da vacina da AstraZeneca? São comuns?

EJ: A vacina AstraZeneca é de vetor viral (ou seja, utiliza um "vírus vivo", como um adenovírus (que causa o resfriado comum), que não tem capacidade de se replicar no organismo humano ou prejudicar a saúde). Igual à vacina da Janssen, igual à vacina Sputnik. Os estudos de fase três, aqueles com mais de 30 mil pessoas que acompanham a eficácia e acompanham os eventos adversos, mostraram que eram vacinas seguras. Especialmente do laboratório AstraZeneca, que pesquisou junto à Universidade de Oxford, mostrou que, na primeira dose, ela dá eventos adversos considerados leves a moderados. Os principais: febre baixa, dor no corpo, que a gente chama de mialgia, dor de cabeça, ou seja, eventos que respondem bem ao uso de analgésicos.

LJ: Qual a relação entre o imunizante e a coagulação sanguínea?

EJ: Houve associação do uso desta vacina, mas também de outras vacinas da mesma plataforma, como a vacina da Janssen, com um fenômeno extremamente raro, variando de um caso para 250 mil de doses aplicadas até, segundo alguns, de um caso para um milhão de doses aplicadas. São casos de trombose associada a trombocitopenia. Essa é uma reação imunológica que alguns pacientes fazem quadros de trombose em artérias e veias importantes, obrigatoriamente associados a plaquetas baixas. Então não é uma trombose de membros inferiores (TEP), que é um tromboembolismo que vai pro pulmão ou outros tipos de trombose. Esse é um fenômeno extremamente raro, mas que, sim, foi associado às vacinas de plataforma de adenovírus.

LJ: É mais comum ocorrer trombose nos vacinados com AstraZeneca ou nos doentes por Covid?

EJ: O risco de ter esse evento, que eu disse que varia de um para cada 250 mil de doses aplicadas e um a cada um milhão de doses aplicadas, é muito menor do que as tromboses que a doença Covid causa. A Covid-19 é uma doença inflamatória que causa trombose em várias partes do corpo, e em pacientes graves é de mais de 60% a possibilidade de trombose por doença. Então, entre risco e benefício, é muito melhor tomar vacina.

Agora, é importantíssimo que o diagnóstico precoce da trombose seja dado. Os sintomas podem ser falta de ar, inchaço nas pernas, desorientação, crise convulsiva. Que esses pacientes sejam rapidamente diagnosticados, porque hoje também tem o tratamento deste evento adverso: a trombose com trombocitopenia. O tratamento com corticoide que está funcionando muito bem quando esse quadro é diagnosticado.

LJ: Há alguma contraindicação ao público geral?

EJ: Não. Em relação aos eventos adversos leves, a vacina dá febre, dor local, mialgia, que pode durar até dois dias, semelhante à Coronavac e semelhante à vacina da Pfizer. A vacina Coronavac, por ser uma vacina inativada, tem menos eventos adversos do que a Pfizer e a AstraZeneca. Mas o mais importante para a população é saber que esses eventos adversos da vacina da AstraZeneca são eventos leves na imensa maioria dos casos e que desaparecem com analgésico comum.

LJ: Além do grupo de gestantes e puérperas, para o qual a administração da vacina foi suspensa de forma apenas preventiva, a AstraZeneca é contraindicada para mais alguma parcela da população, especificamente?

EJ: Paciente que tem histórico de choque anafilático com qualquer remédio ou com qualquer comida — falo choque anafilático, casos em que é preciso ir ao hospital tomar adrenalina — a orientação, tanto da Pfizer quanto da AstraZeneca, é que seja administrada sob supervisão médica em um ambiente seguro, que tenha adrenalina prontificada para administração. Mas isso vale tanto pra AstraZeneca quanto pra Pfizer. Não é específico da AstraZeneca. E, inclusive, a Pfizer apresentou mais choque anafilático que a AstraZeneca no mundo, dos poucos casos existentes.

LJ: Então a recomendação geral ainda é tomar a vacina?

EJ: Com certeza. No momento que o Brasil caminha ainda com seus 31% de primeira dose, 11,7% de segunda dose, essa é uma das vacinas que a gente tem. Chamamos atenção da população do risco que é desenvolver a trombose pós-Covid, do risco que é morrer de Covid, e do evento extremamente raro que pode ocorrer com a AstraZeneca. A população não precisa de medo, precisa de informação. Não temos possibilidade de escolher vacinas como se fosse um cardápio. A gente precisa acabar com essa pandemia. Não há outra solução a não ser vacinar. A vacina em maior abundância aqui é a da AstraZeneca, que é até a com melhor custo.

Seguindo o calendário de vacinação contra a Covid-19, a cidade do município do Rio de Janeiro vacina hoje (21) as mulheres de 49 anos com a primeira dose do imunizante. Amanhã, será a vez dos homens com esta idade e, na quarta-feira, todas as pessoas de 49 ou mais que tenham perdido o seu dia de tomar a primeira dose. 

Na quinta-feira (24) podem comparecer aos postos de vacinação as mulheres de 48 anos, na sexta-feira é a vez dos homens e no sábado haverá a repescagem para pessoas a partir dessa idade.

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Também esta semana, o calendário prevê a vacinação das grávidas e das mulheres que tiveram filhos há pouco tempo. Independente da idade, elas poderão ser imunizadas em qualquer dia da semana. Esta fase do Programa Nacional de Imunização (PNI) abrange as grávidas e puérperas sem comorbidades para a Covid-19. Elas receberão a vacina da Pfizer ou a CoronaVac, já que o Ministério da Saúde suspendeu a aplicação da AstraZeneca/Fiocruz neste grupo.

Na quarta-feira (23) também ocorre a repescagem para os profissionais da educação que não conseguiram ser imunizados nas semanas anteriores. Na próxima semana, dias 28, 29 e 30 de junho, serão vacinadas pessoas com 47 anos. Em julho, serão contemplados quem tem entre 46 e 38 anos e, em agosto, entre 37 e 18 anos, sempre respeitando o escalonamento por idade e sexo.

Setembro começa com meninas de 17 anos no dia 1º e meninos de 17 anos no dia 2, seguindo até o dia 15, quando ocorre a repescagem para todos os adolescentes a partir de 12 anos. Os adolescentes foram incluídos no calendário após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar a vacina da Pfizer para crianças com 12 anos de idade ou mais.

O calendário de vacinação contra a Covid-19, divulgado pela prefeitura do Rio de Janeiro, foi elaborado de acordo com a previsão de entrega das doses do imunizante pelo Ministério da Saúde.

A cidade do Rio de Janeiro vacina contra a Covid-19 nesta terça-feira (15) e na quinta-feira (17) gestantes e, também, mulheres que tiveram bebês há até dois meses e que tenham comorbidades elegíveis para a imunização. Nestes dias estará disponível para elas nos postos doses da vacina da empresa norte-americana Pfizer, já que o Ministério da Saúde recomendou que esse grupo não receba a vacina da AstraZeneca, fabricada pela Fiocruz e que está com maior disponibilidade no Brasil no momento.

As gestantes e puérperas devem apresentar laudo médico detalhado para justificar a recomendação de tomar a vacina, com avaliação da relação risco e benefício para receber a dose. Também é necessário levar o termo de consentimento assinado. O documento está disponível no site.

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Seguindo o calendário da Secretaria Municipal de Saúde, hoje também podem se vacinar pessoas com 52 anos ou mais. Na quinta-feira é o dia de quem tem 51 anos e a sexta-feira foi reservada para as pessoas com 50 anos ou mais.

Grupos profissionais

Na quarta-feira (16), os postos aplicarão as doses nos trabalhadores da educação superior, profissionalizante e outros, como cursos de línguas. É necessário apresentar contracheque ou declaração da instituição para comprovar o vínculo.

Os trabalhadores do setor de saúde, a partir de 18 anos, que ainda não tenham se vacinado poderão tomar a primeira dose contra a Covid-19 no sábado (19). Esse dia também inclui as pessoas com deficiência permanente, com 18 anos ou mais, e a população em geral a partir de 50 anos.

Gestantes e puérperas das cidades pernambucanas de Moreno, Cabo de Santo Agostinho, Glória do Goitá, Ipojuca e Vitória de Santo Antão já podem tomar as primeiras doses da vacina contra a Covid-19 em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). As aplicações com o imunizante da Pfizer ocorrem no formato drive-thru.

A vacinação do grupo iniciou nesse domingo (16) no Centro Cultural Miguel Arraes, em Prazeres, das 8h30 às 17h. O local foi escolhido pela localização estratégica diante das rotas traçadas pelas cidades vizinhas, por estar próximo à PE-008 e BR-101.

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Para receber a dose, as mulheres devem se cadastrar no município sede, que repassa as informações à Secretaria de Saúde de Jaboatão por meio de um formulário online, o qual o preenchimento é visualizado em tempo real. A expectativa é que 2.670 vacinas da Pfizer sejam aplicadas no público das cinco cidades atendidas em Jaboatão.

Campanha local- Já as gestantes e puérperas do próprio município seguirão sendo imunizadas no Shopping Guararapes e na Faculdade Metropolitana, ambos em Piedade, mediante agendamento no aplicativo de Olho na Consulta ou pelo site deolhonaconsulta.jaboatao.pe.gov.br

A campanha de vacinação contra a Covid-19 no município segue, paralelamente, para idosos a partir de 60 anos, pessoas com comorbidades e cadastrados no Benefício de Prestação Continuada (BPC).

“Jaboatão tem se preparado, desde o início, para uma campanha de vacinação que, logo no começo, se mostrou exitosa, devido ao planejamento e esforço de toda uma equipe que entende a seriedade do momento. Nosso município continua seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde e o que tem sido pactuado entre as secretarias municipais de todo o estado para que possamos garantir, o quanto antes, que toda a população possa ter acesso às doses. O atual momento pede por união e Jaboatão não vai parar de somar esforços”, disse o prefeito Anderson Ferreira.

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