Tópicos | Getúlio Cavalcanti

Seguindo os acordes da Folia de Momo, o projeto "Lirismo no Catamaran" segue a todo vapor pelas águas do Rio Capibaribe. Nesta terça-feira (16), é a vez do bloco "Carnaval Poeta" animar recifenses e turistas com os antigos frevos e marchinhas carnavalescas, que são poesia pura.
E foi graças à junção da poesia e do frevo, duas ricas manifestações culturais, que o grupo lírico ganhou vida em 2018 com o objetivo de agregar poetas, cultura, literatura e o incentivo à leitura. Segundo Rachel Rangel, organizadora e fundadora do bloco, após a criação de um poema inspirado no carnaval, ela foi instigada por amigos a fazer uma música.
"Um amigo musicalizou o poema e ficou muito bonito; ficou bem incrível, e aí eu liguei para a compositora Fátima Castro, e ela disse que deveríamos gravar a música, mas eu nunca gravei, eu nunca compus nesse sentido", diz Rachel. Apesar de nunca ter entrado em um estúdio, Rachel escutou os amigos e resolveu levar a ideia da gravação adiante. A partir daí, surgiu a ideia de criar um CD com outras canções inspiradas pela temática carnavalesca, o que deu vida ao bloco Carnaval Poeta.
Carnaval Poeta no Catamaran - Este ano, o Carnaval Poeta vai homenagear o cantor e compositor Getúlio Cavalcanti, que compôs um frevo de bloco para o grupo lírico e também confirmou presença no passeio do Lirismo.
Outro homenageado é o artista plástico Daniel Lima Santiago, que já ganhou um lugar de imortalidade no cenário brasileiro e internacional. Professor de Artes e de Matemática, jornalista e amante do Carnaval, ele apaixonou-se pelo Carnaval Poeta ao descobrir que o foco deste Bloco era arrebanhar o povo para, aos poucos, atraí-lo para apreciar a poesia de forma leve e brincante.
O ator Adriano Cabral também será homenageado no festejo. O artista, que tem uma extensa trajetória em festivais de teatro, produções no campo do audiovisual e participações em recitais, está presente na história do Carnaval Poeta desde a sua criação.
Outros blocos - Na quarta (17), é a vez do bloco “Flores do Paulista” alegrar os foliões a bordo do Catamaran. No dia seguinte, 18 de janeiro, o grupo “Com Você no Coração” entra em cena. O último final de semana do “Lirismo no Catamaran" será conduzido pelos blocos “Boêmios da Boa Vista”, no dia 19; “Damas e Valetes”, no dia 20; e “Confete e Serpentina”, no dia 21 de janeiro.
Os embarques estão programados sempre às 16h saindo da Catamaran Tours, na bacia do Pina. Os ingressos custam R$ 85 por pessoa. Já os pequenos foliões de 6 a 10 anos pagam R$ 40, enquanto os menores de 5 anos têm gratuidade.
As entradas antecipadas podem ser adquiridas pelo site www.catamarantours.com.br. Outras informações, pelo WhatsApp: (81) 99973-4077 ou Instagram @catamarantours. 

*Da assessoria de imprensa

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O frevo, ritmo pernambucano centenário, é conhecido por fazer fever multidões inteiras durante os dias de Carnaval em sua terra de origem. No entanto, esse gênero musical é muito mais que timbres rasgados e passos frenéticos. Sua história foi - e é - construída por inúmeras mãos, de compositores, músicos, passistas e maestros que, nem sempre, são conhecidos, tampouco, reconhecidos pelo grande público.

Para fazer justiça a alguns desses, e levar às pessoas um maior conhecimento sobre o frevo e seus atores, o jornalista, crítico musical e pesquisador Carlos Eduardo Amaral, criou a série Frevo Memória Viva, editada e publicada pela editora Cepe. O projeto começou após Carlos lançar a biografia do maestro Clóvis Pereira e contemplou outros quatro músicos: Maestro Ademir Araújo, o Formiga; Maestro Duda; Getúlio Cavalcanti e Jota Michiles.

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Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, Carlos Eduardo explica que os livros não se tratam exatamente de biografias, mas sim de "grandes reportagens" nas quais também são abordados o desenvolvimento do fremo em termos estéticos, estilísticos e antropológicos, inclusive com a colaboração dos próprios biografados. Uma oportunidade de conhecer melhor sobre a música que mais representa Pernambuco e sobre aqueles que ajudaram a fazer dela um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Confira a entrevista na íntegra.

LJ  - Como foi o processo de escolha dos biografados?

Carlos Eduardo - O primeiro de todos os biografados foi Clóvis Pereira, devido à sua atuação como maestro e principalmente compositor de música clássica – que é meu campo de pesquisa e atuação, na qualidade de crítico musical. Depois de lançada a biografia de Clóvis, sugeri à Cepe a criação do selo Frevo, Memória Viva. A editora delegou a missão de volta pra mim e então fiz contato com três compositores, para saber se eles topariam: Formiga, que tem uma ligação não apenas com o frevo de rua, mas também com os caboclinhos e maracatus; Duda, pela referência no frevo de rua em si; e Getúlio Cavalcanti, pela unanimidade no universo do frevo de bloco. Quando voltei à Cepe, levando o o.k. dos três, a editora lembrou que faltava um nome do frevo-canção e sugeriu Jota Michiles. Eu não o conhecia, a não ser de nome, mas topei e o deixei por último, para quando eu tivesse adquirido ritmo de escrita e uma melhor compreensão geral da história do frevo. Durante o processo de produção dos livros houve uma recomendação aqui e acolá para biografar Edson Rodrigues, que não depende de minha vontade, mas eu encararia a missão com todo o prazer. E se for com outro pesquisador que venha a se concretizar, perfeito – o que importa é não deixar a memória dos criadores do frevo adormecer.

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LJ  - Alguma passagem, durante o processo de escrita, te chamou atenção ou te tocou de maneira mais significativa?

Carlos Eduardo - Destaco um relato, do livro mais recente, sobre Jota Michiles: o da filha Michelle. Dediquei um capítulo inteiro à fala que ela me concedeu, com poucas observações e intercalações minhas, tamanho foi o impacto dela. Por algumas vezes, tive de exercer um autocontrole enorme, ao longo da conversa, para não chorar, devido à a carga afetiva do relato. E fiquei repensando muitas coisas da minha vida, ao voltar pra casa. Jota também caiu num profundo processo de reflexão, ao ler o livro já pronto. e foi muito humilde em abrir o coração, reconhecer os pontos que porventura tivesse de melhorar e agradecer o apoio da família.

LJ - Essa série mudou em algum aspecto sua visão sobre o frevo?

Carlos Eduardo - Como manifestação musical, rigorosamente falando, não. Quanto mais eu pesquisava, mais confirmava que o frevo – pela sua trajetória e pelo trabalho atualmente desenvolvido por grandes músicos (do passado e do presente) que estão na cena musical pernambucana – sempre trilhou bons caminhos, mesmo tendo passado algumas épocas engessado, quando poderia ter se sintonizado mais com as novas gerações ou buscado novos mercados. O que falta mesmo é união, convergência de esforços e menos lamentações de produtores de visão atrasada e amadora. O frevo tem tudo para ganhar o mundo e Pernambuco deve agradecer àqueles que estão viajando mundo afora, ganhando prêmios e colecionando boas críticas, enquanto outros choram a ausência de algum dinheiro público e de espaço na imprensa, sem aceitar fazer uma autocrítica, sem atualizar-se em termos de produção, divulgação e mercado, e sem oferecer novas ideias musicais e novos formatos de performance e repertório.

LJ - Você acha que o pernambucano conhece pouco de sua própria música, apesar de orgulhar-se tanto dela?

Carlos Eduardo - Sim, mas temos caminhos para reverter isso: inserção das manifestações culturais pernambucanas no currículos das diversas disciplinas escolares e universitárias onde aplicáveis; visitas a instituições de referência (Paço do Frevo e museus diversos, clubes e blocos carnavalescos, centros de artesanato, ateliês etc.); rodas de debates; documentários e reportagens na imprensa; por aí vai.

LJ - Por que você acha que o frevo, apesar de toda sua riqueza e efeito que causa nas pessoas, ainda é relegado apenas ao Carnaval?

Carlos Eduardo - Por não ter investido com suficiente afinco em formatos e discursos extracarnavalescos. O forró está aí, seja o pé-de-serra, seja o eletrônico, com seus nichos garantidos ao longo do ano. A título de exposição sobre como enveredar por essas searas, deixo o convite para uma carta aberta que publiquei ano passado em meu blog.

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LJ - Você tem publicações futuras planejadas?

Carlos Eduardo - Tenho. Chegou a um ponto que não posso parar mais. Durante o processo de produção e lançamento dos cincos livros pela Cepe, que durou de 2013 a 2019, investi também em composições musicais e arranjos, que, aos poucos, estou tendo a oportunidade de ver executados e gravados, mas a partir de agora possuo um novo foco e estou direcionando meu tempo livre a ele: a literatura. Se aparecerem convites para novas biografias, serão bem-vindos e devidamente analisados, porém estou concluindo meu primeiro romance e já tenho mais quatro esquematizados para serem desenvolvidos ao longo do próximo quinquênio. Descobri que na literatura está a minha voz mais verdadeira e é por ela que tentarei me interligar profissionalmente, inclusive, com os que estão à minha volta: família, amigos, colegas de profissão, conhecidos, admiradores etc. A composição musical também é uma realização pessoal que fui capaz de atingir, mas na literatura tenho muito mais possibilidades de expressão, amplitude de fala e criação de diálogo duradouro.

Arte quebrando os limites que o preconceito impõe, este é o tema da nona edição do projeto Show Especial do Recife, realizado pela ONG Integrarte com o objetivo de incluir no mundo das artes pessoas com deficiência. Este ano, o projeto ganhou ares de festival e será apresentado em dois finais de semana, neste sábado (12) e domingo (13) e nos próximos (19 e 20 de setembro), na Caixa Cultural. 

Nos quatro dias de shows, haverá a participação de artistas com deficiência e outros sem esta condição. Participam do evento os grupos Maracaarte (cortejo formado em sua maioria por pesoas com síndrome de Down), Batuqueiros do Silêncio (surdos sob a regência do Mestre batman), Segnos (deficientes visuais), Cervac (do Centro de Reabilitação e Valorização da Criança) e Cia cadências (dança em cadeira de rodas). Também se apresentarão os artistas Getúlio Cavalcanti, Geraldo Maia, Tribo Cordel e Aglaia Costa. 

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A ONG Integrarte, responsável pela produção do festival, encerrará todos os dias da programação com a peça Quatro variações sobre o mesmo tema. A montagem aborda o preconceito a partir de um novo olhar sobre a diferença. A abertura também fica por conta da ONG com apresentações do seu grupo de maracatu, Maracaarte. 

Confira este e muito mais eventos na Agenda LeiaJá.

Programação

Sábado (12) | 16h

Grupo Integrarte – Maracaarte 

Getúlio Cavalcanti 

Segnos (deficientes visuais)

Grupo Integrarte 

 

Domingo (13) | 16h

Grupo Integrarte - Maracaarte 

Geraldo Maia 

Batuqueiros do Silêncio 

Grupo Integrarte 

 

Sábado (19) | 16h

Grupo Integrarte - Maracaarte 

Tribo Cordel

Cia Cadências 

Grupo Integrarte

 

Domingo (20) | 16h

Grupo Integrarte - Maracaarte

Aglaia Costa

Cervac 

Grupo Integrarte 

 

Serviço

IX Show Especial do Recife

Sábado (12) e domingo (13) | 16h

Sábado (19) e domingo (20) | 16h

Caixa Cultural Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505 - Bairro do Recife)

R$ 10 e R$ 5

(81) 3425 1900

 

 

Neste domingo (30), o frevo invade o centro do Recife no Marco Zero. A Orquestra Arruando se apresenta com um dos maiores compositores de frevo, Getúlio Cavalcanti, que realiza show acompanhado da filha Alessandra e da neta Bia, ambas cantoras. Durante o show, frevos como Último regresso, um dos clássicos do Carnaval pernambucano, composto pelo artista há mais de 30 anos farão parte do repertório da Orquesta e dos artistas. A apresentação tem início às 15h.

Ainda no repertório, os músicos homenageam grandes sucessos. O frevo de rua Vassourinhas (Mathias da Rocha e Joana Batista), Último dia (Levino Ferreira), Galo de Ouro (José Menezes)], o frevo-canção Festa do interior (Moraes Moreira e Abel Silva), Frevo mulher (Zé Ramalho) e Morena Tropicana (Alceu Valença e Vicente Barreto) sonorizam a tarde de domingo de quem for ao Marco Zero.

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A Orquestra Arruando é composta por 17 músicos e três cantores e regida pelo maestro Paulo Lima. Além disso, o grupo é composto por dez passistas, que irão promover um aulão aberto em pleno Marco Zero, com distribuição de sombrinhas para o público que queira praticar o frevo.

Serviço

Orquestra Arruando recebe Getúlio Cavalcanti

Domingo (30) | 15h

Marco Zero do Recife

Gratuito

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No programa Opinião Brasil desta segunda-feira (10), o apresentador Alvaro Duarte recebe importantes nomes do Bloco da Saudade que falam sobre as quatro décadas do bloco, comemoradas em 2014. São convidados do programa a presidente Isabel Bezerra, o fundador do bloco Zoca Madureira e o cantor e compositor Getúlio Cavalcanti, nome importante nas composições da agremiação.

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O Bloco da Saudade desfila este ano com novidades. Além de lançar um disco com novas músicas, uma ala de componentes fantasiados será reformada com novas fantasias. “Iremos sair no carnaval deste ano com o tema  Recife, um Carnaval Divinal, inspirado em dois clássicos da Commedia dell'Arte, o Pierrot e o Arlequim”, explica Isabel.

A agremiação foi fundada em 24 de fevereiro de 1974, domingo de Momo, por iniciativa do músico Antônio José Madureira, o Zoca, como é conhecido, e o Jornalista Marcelo Temporal Varella. “Estávamos em minha casa debaixo de um pé de carambola, quando tivemos a ideia de fundar o bloco. O carnaval de rua, principalmente os blocos líricos, estavam em total decadência. Creio que nós demos um grande impulso para a renovação das agremiações de frevo de bloco no Recife”, orgulha-se Zoca.

O músico e compositor Getúlio Cavalcanti participa do bloco desde 1980. Em 34 anos de participação, viu o bloco crescer, principalmente com a chegada dos jovens. “O Bloco da Saudade é um misto da antiga e nova geração, isso é o que faz a beleza dele. Quando as crianças cantam as músicas que fazem parte do nosso repertório, fico arrepiado”, comenta Getúlio. Confira o programa completo no vídeo acima.

O Opinião Brasil é apresentado por Alvaro Duarte e exibido toda segunda-feira aqui, no Portal LeiaJá.

Encerrando as comemorações do aniversário de 20 anos do Movimento Pró-Criança, iniciadas no mês de julho, nesta quarta-feira (6) acontece o show beneficente Pró-Criança Solidário, na Basílica de Nossa Senhora do Carmo, bairro de Santo Antônio. O evento é aberto ao público e começa às 20h.

A noite será repleta de atrações, entre elas a Orquestra Pró-Criança e o Coral Pró-Criança, formados por alunos da instituição, além de Maestro Spok, Geraldo Maia, Getúlio Cavalcanti, Nando Cordel, Frei Damião, Coral Valores do Recife, Rachel Casado, Lena Santos e Arthur Tenório, que vai se apresentar com os convidados Milena Beatrice e Ageu Leite.

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Movimento Pró-Criança - É considerada uma das principais estruturas do país no desenvolvimento sócio-educativo de crianças, adolescentes e jovens em situação de exclusão social. Através de atendimento e orientação médica, jurídica, psicológica e educacional e qualificação profissional, em 2012 beneficiou diretamente mais de 1,3 mil crianças, adolescentes e jovens, além de 880 pais e/ou responsáveis.

Também em 2012, o Pró-Criança foi homenageado pela ONU e pelo Governo Brasileiro como uma das instituições nacionais que mais vêm contribuindo através de seus projetos para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

O Bloco da Saudade, um dos mais tradicionais do carnaval pernambucano, comemora quarenta carnavais, em 2013. A data marca a longevidade da agremiação, mas também deixa claro a sua importância para a maior festa do mundo, em Pernambuco. Neste período, o Bloco da Saudade foi um dos principais responsáveis pela revalorização do carnaval lírico, que passou um tempo quase esquecido pelo folião e ultimamente tem atraído cada vez mais simpatizantes, que criam novos blocos.



"O Bloco da Saudade fez com que as antigas agremiações se revitalizassem, surgindo vários outros", avisa o compositor, Getúlio Cavalcanti, parte importante nesta história. Muitos frevos que viraram clássicos foram composições de Getúlio para o bloco.



Nas últimas décadas, formaram-se várias novas agremiações dedicadas ao frevo de bloco, enriquecendo cada vez mais o lirismo do carnaval recifense. "O frevo de bloco estava morrendo quando a gente começou", lembra a presidente do Bloco da Saudade, Izabel Bezerra. A Orquestra da Saudade, regida pelo maestro Bozó, tocou o frevo Um bloco de Saudade, feito por Getúlio Cavalcanti especialmente para comemorar os quarenta carnavais do Bloco da Saudade.

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A hora da orquestra descansar durante o acerto de marcha do Bloco da Saudade, realizado nesta sexta (11), guarda um dos momentos mais líricos da noite. É quando o compositor Getúlio Cavalcanti realiza sua Serenata Lírica, cantando grandes sucessos do carnaval brasileiro, incluindo algumas das suas canções mais significativas.

Acompanhado, apenas do próprio violão e de um surdo, Getúlio rapidamente conquistou o público, que virou uma só voz. "O coral está lindo demais", elogiou o cantor, deixando as pessoas embaladas pelos versos de frevos de bloco. Getúlio, ainda, executou marchinhas carnavalescas clássicas como Cachaça Não é Água.

O compositor se revelou emocionado: "Essa é uma das grandes alegrias da minha vida. Há exatamente 50 anos eu cantei minha primeira música de carnaval, aqui, no Clube Náutico Capibaribe", disse Getúlio durante sua apresentação. A serenata ainda teve frevos como Cala a Boca Menino e Voltei Recife, de Capiba.

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Getúlio Cavalcanti foi uma das atrações do Recife Antigo na noite desse ultimo sábado (18). O Pólo da Praça do Arsenal foi palco para os grandes sucessos do cantor que alegrou os foliões com “Alegria centenária” onde ofereceu a música para o Recife. 

Acompanhado pelas vozes da sua filha Alessandra, neta Beatriz e o grande coral do público que estava presente em seu show, o cantor interpretou músicas como “Arsenal do Frevo”, “O último regresso”, “Boi Castanho”. Alem de cantor, Getúlio Cavalcanti, é um dos grandes compositores da música pernambucana. “Tenho este palco como o meu retiro espiritual. Espero que as minhas músicas contagiem a todos com muita alegria e um excelente Carnaval”, afirmou.

Mais do que cores e folia. Por trás da alegria e brincadeira carnavalesca estampada no rosto dos cerca de 150 integrantes do Bloco da Saudade e de todo o público que lotou o Clube Náutico na madrugada deste sábado (11), é possível sentir uma força que transcende a efemeridade dos confetes e serpentinas dos quatro dias de carnaval.

Esta força é a resistência que sustenta o frevo – ritmo que fala alto no Estado de Pernambuco, mas sempre com as mesmas palavras. Getúlio Cavalcanti, homenageado na noite do seu 70º aniversário, cantou com alegria sua composição Último Regresso – que já se transformou em um dos hinos do carnaval de Recife e Olinda.

O compositor, mesmo com todo o reconhecimento à sua obra, ressaltou mais uma vez a escassez de frevos inéditos na capital pernambucana. Segundo ele, o CD do Concurso de Músicas Carnavalescas, possibilitado pela Prefeitura do Recife, não é suficiente para que o ritmo seja valorizado. “A prefeitura devia, desde dezembro, divulgar as músicas nas rádios, ela tem o poder para isso. Sofremos o problema da música que paga para ser executada. O frevo é daqui, não temos porque pagar para que ele seja executado”, desabafa Getúlio.

Suas próximas apresentações acontecem em desfiles com o Bloco da Saudade e em palcos dos polos multiculturais do Recife. No seu repertório, nenhuma novidade, ele mesmo afirma: “Tocarei as músicas mais conhecidas como Cantiga de Roda, Boi Castanho, O bom Sebastião e o Último Regresso. São as músicas que o povo canta junto, no show não há espaço para novas canções. Não enquanto não houver divulgação suficiente”, declarou.

Getúlio Cavalcanti, figura do carnaval há mais de 50 anos e membro do Bloco da Saudade há 25, encerrou a noite ditando as seguintes palavras: “Os ensaios do Bloco da Saudade representam o último bastião da música de carnaval pernambucana”.

Na noite desta sexta-feira (13), o clube alvirrubro, na Avenida Rosa e Silva, foi invadido pelas tradicionais cores azul e vermelho do lírico Bloco da Saudade, com o primeiro dos quatro acertos de marcha da temporada pré-carnavalesca do Bloco.

Confira um trecho da grande festa que antecede a grande folia de Momo.

Leia mais em "Noite lírica na cidade do Recife"

Por Karolina Pacheco

O ano de 2012 finalmente chegou, e as cidades de Recife e Olinda já começam a voltar suas atenções para o carnaval, uma das festas mais populares do ano. Aqui no Recife, capital multicultural (como a própria gestão municipal se auto-intitula), muitos estilos musicais têm sido difundidos, sobretudo o frevo, considerado pela maioria dos pernambucanos como o gênero que mais identifica a nossa cultura. Só que há um problema pouco colocado em evidência: o fato de que, em todos os carnavais, os frevos tocados serem sempre os mesmos "de antigamente".

A prefeitura da cidade até que tenta, promovendo, por exemplo, o tradicional Festival de Músicas Carnavalescas do Recife, que em sua proposta premia composições carnavalescas distribuídas em cinco categorias: frevos de rua, frevos de bloco, frevo-canção, caboclinho e maracatu.

As propostas para este ano saíram há exatos dois meses, mas a poucos dias, as canções foram divulgadas na internet, que apesar de ser um ambiente de vasto alcance, não atinge plenamente o público que curte o carnaval. Resultado: os hits do carnaval pernambucano são geralmente músicas trazidas de outros estados, geralmente da Bahia.

Este ano, o grande vencedor do festival, que aconteceu em novembro no Parque Dona Lindu, foi o consagrado compositor pernambucano e grande entusiasta desses festivais, Getúlio Cavalcanti, campeão por dois anos consecutivos na categoria Frevo de Bloco e vencedor dos primeiros lugares nesta categoria e na de Frevo Canção, com as músicas "Quem sou eu pra te esquecer"  (interpretada pelo Coral Edgar Moraes com arranjo do Maestro Duda) e "Contradição", respectivamente.

Em “Contradição”, a interpretação fica por conta da sua filha, Alessandra Cavalcanti. “Ela se dá muito bem com minhas músicas, tem interpretado há bastante tempo, e esse frevo canção é bem carnavalesco, para a massa cantar", comenta.

Sobre a circulação das músicas, Getúlio é um tanto pessimista, e afirma que as novas composições muitas vezes ficam desconhecidas pelo grande público. "Não há divulgação aqui no Recife. Tem rádios que você escuta durante o dia quatro ou cinco vezes músicas de fora, mas para que a música da gente toque, temos muitas vezes que implorar”, protesta o compositor. Segundo ele, as músicas de outros estados, especialmente as baianas, tem divulgação nas rádios porque são pagas para serem executadas.

Premiação - Além do troféu, confeccionado pela artista plástica Ana Santiago, foram entregues prêmios de R$ 10 mil, R$ 7 mil e R$ 3 mil para os primeiros, segundos e terceiros lugares de cada categoria, respectivamente. As músicas estarão presentes no disco do festival, que, pelo segundo ano consecutivo, será lançado pela gravadora carioca Biscoito Fino.

Também foram eleitos o melhor arranjador e melhor intérprete, somando todas as categorias, que receberam R$ 3 mil cada. Mesmo com esse incentivo, Getúlio, que faturou R$ 20 mil esse ano com seus dois prêmios, afirma que ainda deseja ouvir o público entoar os seus novos frevos. “O que a gente tem é muito pouco: temos a rádio Universitária, a rádio Jornal. Mas é pouco para que as pessoas aprendam a música, as rádios já não massificam como antigamente, antes era uma beleza o povo cantar na rua as músicas novas”, declara, saudosamente, um dos mais conceituados compositores da capital do frevo.

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