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Dudu, do Palmeiras, foi vítima de um golpe e teve prejuízo de R$ 18 milhões. Ele acusa funcionários de um banco, de um cartório em São Paulo e do ex-assessor e o ex-assessor e padrinho de seu casamento, Thiago Soubhia Donda, pelo envolvimento na fraude. Dudu não foi o primeiro jogador a sofrer golpes milionários. Relembre outros atletas que também passaram por situações semelhantes.

Gustavo Scarpa e Mayke

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A dupla também foi vítima quando estava no Palmeiras. Scarpa, hoje no Atlético-MG, e Mayke, ainda no clube paulista, acusam o ex-companheiro Willian Bigode, hoje no Santos, de ter os envolvido num suposto golpe financeiro. Os dois atletas alegam terem sofrido prejuízo de R$ 10 milhões, no total, ao investirem em criptomoedas por sugestão de Bigode. O processo movido pela dupla aponta que partiu de Willian Bigode e de sua sócia Camila Moreira de Biasi a sugestão de investimentos na XLand, que ofereceria uma rentabilidade de 2% a 5% sobre o valor investido, valor irreal para a realidade do mercado.

Neymar

Ainda quando estava no Paris Saint-Germain, Neymar foi vítima de um roubo de cerca de R$ 200 mil. Uma das contas bancárias do atleta foi invadida. O prejuízo foi ressarcido, mas pode ser considerado "pequeno", já que, na época, o salário mensal do jogador era US$ 4,5 milhões (cerca de R$ 24 milhões).

Luis Fabiano

O ex-atacante do São Paulo até prefere ajudar na briga, mas o golpe foi duro. Isso porque ele e outras celebridades foram vítimas de um esquema de pirâmide financeira em 2023. Uma empresa oferecia um investimento falso com compra e revenda de automóveis seminovos e posterior revenda a lojistas. Era prometida rentabilidade de 4% a 8%.

Cristiano Ronaldo

O astro português perdeu R$ 1,1 milhão em um golpe que aconteceu ainda durante a primeira passagem pelo Manchester United. Uma agente de viagens enganou Cristiano Ronaldo por três anos e teve acesso a seus cartões de crédito. O prejuízo aconteceu entre 2007 e 2010. A mulher era encarregada de cuidar dos itinerários de jogadores de futebol e suas famílias e realmente gastou o dinheiro com passagens aéreas, mas não para o CR7.

O carnaval está chegando, e com ele, a necessidade de precaução contra golpes financeiros durante as festas. Para evitar que as comemorações acabem em surpresas desagradáveis, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs) e outros especialistas dão orientações para evitar dor de cabeça com golpes.

Entre as opções de pagamento digital, o uso do cartão é destacado como um dos principais aliados dos foliões por ser meio de pagamento que oferece transações rápidas e mais seguras.

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Não perca o cartão de vista: Em compras presenciais, é essencial manter o cartão à vista, evitando oportunidades para golpistas.

Confira o valor antes de pagar: Antes de aproximar o cartão ou digitar a senha, verifique o valor na máquina.

Prefira o pagamento por aproximação: Opte por métodos que ofereçam pagamento por aproximação, geralmente com limites de valor e dispensando a digitação da senha.

Cadastre-se para alertas do banco: Receber mensagens sempre que o cartão for utilizado proporciona maior controle sobre as transações.

Atenção à aglomeração: Criminosos aproveitam a distração na multidão para aplicar golpes, seja trocando cartões ou utilizando a maquininha.

Segundo Adriano Volpini, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban, é "importante que a própria pessoa insira o cartão na maquininha, e confira se o cartão devolvido é realmente o seu".

Além dos golpes aplicados nos cartões de crédito, roubos e furtos de celular podem representar prejuízos financeiros com invasões a aplicativos bancários. Para evitar esse problema, a Febraban sugere precauções como:

Não armazenar senhas em locais vulneráveis no celular, como bloco de notas e WhatsApp;

Utilizar mecanismos de proteção oferecidos pelos smartphones, como senhas e bloqueios de tela;

Não utilizar a mesma senha do banco em outros apps;

Ajustar os limites do Pix antes de sair de casa;

Conferir detalhadamente os dados do pagamento via PIX ao utilizar QR Code.

Em São Paulo, o carnaval de rua terá reforço no policiamento com 15 mil policiais militares e seis mil viaturas atuando durante as festas no Estado. O efetivo contará com mil policiais a mais em comparação ao carnaval de 2023.

Para inibir roubos e furtos de celulares, o governo federal lançou em 2023 o programa Celular Seguro. O aplicativo, desenvolvido em parceria com a Anatel e Febraban, facilita o bloqueio de smartphones perdidos, roubados ou furtados.

O objetivo é aumentar a proteção de dados inibindo ocorrências assim como possíveis invasões e fraudes financeiras. O bloqueio do aparelho acontece a partir do acionamento do sistema pelo usuário, assim, imediatamente operadoras de telefone e bancos são notificados.

Para utilizar a funcionalidade, é preciso baixar o aplicativo, disponível para os sistemas Android e IOS, em seguida, cadastrar dados como marca, modelo, número de série, operadora e IMEI.

Franco Nicoletti, um italiano erradicado em Brasília, acabou na mira da Polícia Civil do Distrito Federal por supostamente ter aplicado golpes milionários em empresários.

De acordo com a acusação, Nicoletti se passava por um representante de um fundo de investimento que estava interessado em injetar dinheiro em empresas brasileiras.

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O inquérito envolve uma empresa que dizia estar interessada em colocar em prática um ambicioso projeto para elaborar uma máquina de processamento de resíduos plásticos.

O italiano entrava na jogada afirmando que representava um fundo chamado BlackRock, um dos maiores do mundo, e iniciava as negociações com os interessados e fazia promessas falsas, como uma inexistente intenção de compra de máquinas do governador de Kinshasa, na República do Congo.

Garantindo que "dinheiro não seria problema", Nicoletti chegou a dizer que havia viajado até a Espanha para obter um financiamento do fundo, já que seu irmão seria diretor do grupo em sua sede do país ibérico, informação nunca confirmada.

Os empresários que caíram no golpe, segundo a acusação, percebiam muito tarde que as promessas do italiano eram falsas.

A empresa era, na verdade, de compra e venda de veículos usados, criada em Marbella, na Espanha, com o nome de Blackrock Assept.

Da Ansa

A Black Friday se tornou um dos eventos de compras aguardados do ano, tanto em lojas físicas quanto online. Com a ascensão do comércio eletrônico, as oportunidades de encontrar bons negócios aumentaram exponencialmente, mas infelizmente, isso também elevou os riscos de golpes e fraudes. Os golpistas costumam aproveitar a euforia dos consumidores e a busca por grandes descontos para criarem armadilhas online. Portanto, é essencial estar atento e adotar práticas seguras ao fazer compras online. 

Para evitar cair em golpes nas compras online durante a Black Friday, é importante seguir algumas práticas, como as listadas abaixo pelo advogado especialista em direito digital e cibersegurança, Walter Calza Neto. Confira a seguir: 

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Verifique a autenticidade do site: Antes de realizar qualquer compra, certifique-se de que o site é legítimo. Confira se o endereço do site começa com "https://" e procure por um ícone de cadeado na barra de endereços. 

Pesquise sobre a loja: Procure avaliações e comentários sobre a loja em sites de reclamações e fóruns de consumidores. Isso pode revelar experiências anteriores de outros clientes. 

Desconfie de ofertas muito atraentes: Preços extremamente baixos podem ser um sinal de golpe. Compare os preços com outras lojas e desconfie de ofertas que parecem boas demais para ser verdade. 

Use métodos de pagamento seguros: Prefira usar cartões de crédito virtuais ou serviços de pagamento online reconhecidos. Evite transferências bancárias diretas ou métodos de pagamento não rastreáveis. 

Mantenha seu computador seguro: Certifique-se de que seu computador tem um antivírus atualizado e evite realizar compras em redes Wi-Fi públicas. 

Leia a política de privacidade e termos de uso: Entender as políticas de privacidade e os termos de uso do site pode fornecer informações importantes sobre como suas informações pessoais serão utilizadas. 

Fique atento a e-mails falsos: Cuidado com e-mails promocionais que parecem vir de lojas conhecidas, mas que levam a sites falsos. Verifique sempre o endereço de e-mail do remetente. 

Confira os detalhes do produto: Leia atentamente a descrição do produto, as especificações e as políticas de devolução antes de finalizar a compra. 

Acompanhe seus extratos bancários: Monitore regularmente seus extratos bancários para detectar qualquer transação não autorizada. 

Use senhas fortes: Tenha senhas fortes, com no mínimo 14 caracteres utilizando minúsculas, maiúsculas e sinais, e que sejam únicas para cada conta de loja online para proteger suas informações pessoais. 

Por fim, enquanto a Black Friday oferece a oportunidade de aproveitar descontos, é crucial permanecer vigilante e informado. Ao seguir estas práticas, os consumidores podem se proteger de golpes e ter uma experiência de compra online segura e satisfatória. Lembre-se de que a precaução e o conhecimento são as melhores ferramentas para garantir que as compras online sejam tão seguras quanto vantajosas.

 

Estudo divulgado ontem mostra que brasileiros sofreram 1,7 milhão de golpes financeiros via Pix em 2022, e que quatro em cada dez foram vítimas de alguma tentativa de fraude ao usar esse meio de pagamento.

De acordo com a pesquisa, conduzida pela fintech de proteção financeira Silverguard, um em cada cinco brasileiros que receberam uma tentativa caiu no golpe. Entre as fraudes com Pix mais frequentes, estão o da falsa central bancária (caracterizado pelo golpista pedindo para reverter um falso Pix, que responde por 38% das ocorrências); do falso parente (pedindo dinheiro, com 20% das ocorrências); do produto ou da loja falsa (a compra nunca é entregue); da rede social hackeada (compra de produto de um conhecido que teve sua conta clonada); e do falso investimento (oportunidade de multiplicar/investir dinheiro).

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O acesso à internet, a popularização das redes sociais e o avanço da tecnologia estão cada vez mais presentes na rotina de crianças e adolescentes, seja durante as férias ou na escola. A segurança desses ambientes digitais é um desafio, em especial, para pais e educadores que querem protegê-las no campo da internet. Veja a seguir maneiras de proteger crianças de golpes de internet com o advogado e especialista em Direito Digital, Proteção de Dados e Cibersegurança, Walter Calza Neto.

Ensinar a criança a nunca compartilhar informações pessoais online sem a permissão de um adulto e sempre verificar a fonte de solicitação de informação. “Os pais devem educar as crianças sobre vários tipos de golpes na internet, incluindo phishing (e-mails ou mensagens fraudulentas que solicitam informações pessoais), golpes de prêmios falsos, links perigosos, falsos perfis em redes sociais, sites fraudulentos de venda, publicações com falsos conteúdos comerciais nas redes e golpes de suporte técnico”, detalha Walter. 

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Educar as crianças sobre os efeitos do crime ajuda a prevenir sua participação, bem como relatar quando elas são vítimas. “A segurança na internet vai além da proteção contra golpes. O cyberbullying e o stalking são problemas cada vez mais comuns. O cyberbullying é um tipo de assédio que ocorre em ambiente digital, enquanto o stalking se refere a um comportamento obsessivo e intrusivo, também online, em que o stalker persegue e invade a privacidade de outra pessoa”, acrescenta. 

Ensinar a criança a verificar a autenticidade das contas nas redes sociais e evitar clicar em links suspeitos. “Também tomar cuidado com promoções, sorteios e links patrocinados É importante instruir as crianças sobre a possibilidade de uso indevido de fotos e vídeos pessoais e a necessidade de consentimento de um adulto confiável para compartilhar detalhes pessoais. Durante os períodos de atividade online, como férias e volta às aulas, é preciso intensificar a vigilância. A educação contínua e a conscientização sobre as armadilhas online são essenciais para proporcionar um ambiente digital seguro”, aconselha o especialista. 

Se a criança cair em um golpe, é importante transformar o incidente em uma lição de aprendizado para prevenir futuros golpes. “Manter a calma e assegurar que eles não estão em apuros - o foco é resolver o problema. Uma ação imediata deve ser tomada para minimizar o dano. Isso pode incluir a mudança de senhas, notificação do banco, empresa de cartão de crédito, ou ainda o bloqueio do chip com o número do IMEI junto à operadora. Em todos os casos, uma vez estancado o golpe, deve ser relatado o incidente à polícia ou a autoridades competentes”, direciona o advogado. 

Pesquisa 

Segundo dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 93% das crianças e adolescentes entre nove e 17 anos acessam a internet no Brasil. Deste percentual, 44% também utiliza a rede mundial de computadores no ambiente escolar, mas 90% do total de entrevistados fica conectado quando está em casa. 

De acordo com a última edição da pesquisa nacional do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NICBR) lançada por um comitê de gestão de internet no país sobre atividades online de crianças e adolescentes, a utilização das redes sociais foi a atividade que cresceu entre crianças e adolescentes de nove a 17 anos no último ano, representando 78% dos usuários de internet dessa faixa etária (em contraste com 68% dois anos antes). Os jogos online interativos também foram destacados no estudo, com 66% do público acessando no último ano, comparado a 57% dois anos antes.

Carnaval é sinônimo de alegria, festividade. O feriado começa neste fim de semana, mas a folia teve início na semana passada com shows e outras atrações. Com isso, é preciso estar atento a possíveis golpes de dados pessoais e financeiros. Se você é do time que vai se jogar na folia, existe uma série de cuidados que se pode tomar. Grandes aglomerações costumam ser chamariz para golpistas. De acordo com o levantamento realizado pela Forbes, com dados do Mercado Pago e da Febraban, o mais importante é se precaver para possíveis problemas. Por isso, confira a seguir dicas de como se proteger do advogado Walter Calza Neto, especialista em direito digital, propriedade intelectual e proteção de dados.  

“A maior preocupação esse ano é em função do avanço tecnológico que levou nossas vidas para dentro dos aparelhos celulares e começou a permitir pagamentos por aproximação com aparelhos e cartões e em função disso temos que redobrar os cuidados”, afirma o advogado. “Ou seja, em posse do nosso celular criminosos e fraudadores tem uma vasta gama de oportunidades de golpes. É muito importante ter cuidado com a guarda dos celulares, bem como ter senhas fortes e com dupla fator de checagem e tomar medidas de segurança antes de sair com o celular para a folia”, complementa.  

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A distração pela folia e a aglomeração de pessoas facilita a aplicação de golpes, principalmente os que utilizam o pagamento por aproximação. Criminosos se aproximam de suas vítimas com máquinas de recebimento por aproximação e tentam chegar próximos a cartões e dispositivos para realizar transferências ilegais. Já em relação aos golpes pelo aplicativo de relacionamento, o maior risco está na possibilidade de sequestro relâmpago. “O carnaval torna a situação mais crítica, pois os criminosos podem se utilizar das aglomerações de carnaval, dificultar a identificação e facilitar a abordagem da vítima, ainda que ele não se pareça nada com a imagem usada nos aplicativos”, aponta Calza. 

As dicas para evitar os golpes durante a folia são: não levar cartões ou aparelhos nos quais estejam ativos os pagamentos por aproximação. Desabilitar o pagamento por aproximação nos celulares e smartwatch é um cuidado que se deve ter. Reduzir o limite para pagamentos por aproximação. Caso leve o celular para a folia, desinstale aplicativos de banco e desconecte aplicativos de redes sociais e acesso a e-mails. Defina senhas fortes e comece a utilizar um e-mail que não possa ser acessado do celular ou biometria. Habilitar as notificações por SMS de compras realizadas por cartão e pagamentos via pix, também é uma outra opção. 

Orientações após receber algum tipo de golpe

Caso você identifique um golpe, o primeiro passo é comunicar às autoridades policiais. Se houve furto ou roubo de cartões ou dispositivos, procure os policiais que estejam perto do evento e não se esqueça de pedir o bloqueio imediato junto ao banco. Se houve transferências ou pagamentos indevidos, faça um boletim de ocorrência online e comunique o banco imediatamente. Se você foi levado a fazer ou identificou um PIX fraudulento, poderá utilizar a ferramenta MED – Mecanismo Especial de Defesa criado pelo Banco Central. 

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informa que há um golpe sendo aplicado em relação a autores de processos relacionados axd ações envolvendo os Poderes Executivos municipal, estadual e federal e o pagamento de precatórios. Estelionatários estão usando o nome de Tribunais de Justiça, advogados, funcionários de Procuradorias para enganar quem tem direito a receber alguma quantia em dinheiro.

O golpe dos precatórios é do tipo conhecido como engenharia social, pois depende da “anuência” da vítima para funcionar. Neste caso, é uma variação do golpe do WhatsApp, em que a pessoa abordada é induzida a fazer um depósito ou Pix para o golpista. O estelionatário se passa, no geral, por alguém que conhece detalhes da ação que foi movida pela vítima, como o nome do advogado e o número do processo, por exemplo.

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Os contatos são feitos por meio de carta, e-mail, mensagem de SMS ou WhatsApp, por diferentes membros das quadrilhas, para simular a existência de uma equipe do escritório ou empresa. O motivo da conversa é sempre uma novidade sobre o pagamento dos valores devidos com o ganho da causa. Na história contada, o dinheiro está para ser liberado, porque houve uma antecipação no pagamento, mas há alguma pendência que o indivíduo precisa resolver com certa urgência. 

É fundamental destacar que para o pagamento de precatórios devidos, o TJPE regulamenta a vinculação de depósitos judiciais e outros recursos financeiros do Judiciário estadual ao Banco do Brasil.Os valores deverão ser recolhidos através da expedição de guia de depósito judicial, no site do Banco do Brasil, pagável em toda rede bancária do país até a data do vencimento, observando-se rigorosamente a ordem cronológica de inscrição do precatório. Os cidadãos são informados de valores de precatórios a receber através da intimação dos advogados das partes, os que têm procuração nos autos.

Da assessoria

Clientes têm usado as redes sociais para denunciar uma nova forma de golpe via Pix. Usando informações resguardadas pelo sigilo bancário, como movimentações da conta corrente, os bandidos fingem ser funcionários das instituições financeiras, conquistam a confiança da vítima e tentam aplicar o golpe, pedindo transferências e depósitos.

A jornalista Marcella Centofanti, de 44 anos, foi alvo dos criminosos na terça-feira. Ela recebeu uma ligação telefônica de um suposto funcionário do Banco Itaú informando que sua conta havia sido invadida por criminosos e, por medida de segurança, bloqueada.

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Marcella acreditou que o contato era verdadeiro por causa das informações citadas. "Ele citou o que saiu e o que entrou na minha conta nos últimos dias, inclusive transações via Pix, com nomes e valores, além de débitos automáticos precisos até nos centavos", conta a moradora de Ilhabela, litoral paulista.

Com a orientação do bandido, Marcella criou uma nova senha pelo aplicativo do banco. O atendimento foi articulado e atencioso, sem que o interlocutor pedisse os dados pessoais. Pelo contrário, orientou que ela não clicasse em nenhum link nem compartilhasse sua senha. Até a música de espera era a mesma usada pelo banco. Desconfiada, ela acionou a gerente de sua agência e seu namorado.

O golpe entrou na fase final quando o criminoso informou que a conta de Marcella havia sido acessada por dois aparelhos iPhone, de Santo André, no ABC paulista, com três depósitos entre R$ 9 mil e R$ 10 mil cada. Ele citou os nomes e os bancos dos endereçados. Já desesperada, Marcela negou as operações. O criminoso pediu que ela refizesse as transferências, com os mesmos valores, para as mesmas contas. Segundo ele, o banco reconheceria a duplicidade e cancelaria a operação. Marcella teve certeza que era um golpe.

Depois que ela desligou, houve nova tentativa de fraude. Uma mulher, usando o nome e sobrenome da gerente de sua agência, disse que estava ligando a pedido do departamento de segurança do banco. "Ainda estou abalada. A gente perde a confiança. Consulto minha conta a todo momento para conferir se está tudo bem. Vou pessoalmente na agência e pretendo registrar um boletim de ocorrência."

Marcella diz que recebeu uma mensagem em que o Itaú afirma que "em regra, informações sobre a conta bancária ou outras operações são resguardadas pelo sigilo bancário e apenas podem ser prestadas ao respectivo titular (ou ao seu representante legal/procurador com poderes específicos ou terceiro mediante autorização expressa)". Em outro trecho, a instituição informa que "acionou os órgãos competentes para análise e avaliação".

APLICATIVO

Gladis Maria de Barcellos Almeida, professora de Linguística e Língua Portuguesa da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), viveu situação semelhante com o Banco do Brasil no mês passado. Ela conta que, durante o golpe, os criminosos pediram que ela instalasse um aplicativo que supostamente corrigiria as tentativas de fraude em sua conta. O aplicativo era, na verdade, o acesso remoto ao seu celular. "Felizmente, eu percebi que aquilo estava errado e desliguei o celular. Escapei por pouco", conta.

A advogada Vanessa Souza, de 45 anos, por sua vez, não conseguiu se safar a tempo. Diante de um contato exatamente com o mesmo modus operandi - atendimento cortês com a descrição dos últimos movimentos do extrato bancário -, a correntista do Itaú fez duas operações de Transferência Eletrônica Disponível (TED) que totalizaram R$ 20 mil.

O episódio ocorreu em agosto do ano passado, mas ela ainda aguarda o ressarcimento bancário. "Ele (o criminoso) leu meu extrato. Eu senti humilhada, pois fui passada para trás", diz.

OUTROS CASOS

O relato de Marcella viralizou nas redes sociais. Até a tarde de ontem foram mais de 1,8 mil comentários e 26 mil curtidas, muitos deles de pessoas que viveram situações parecidas.

"Aconteceu igual comigo, pelo Santander. Ele me ligou, tinha acesso a tudo da minha conta, sabia até o valor do meu salário. O telefone era o mesmo da agência da minha cidade. No fim, ele tentou me dar um golpe de R$ 215 mil. Minha sorte era que eu tinha R$ 100 na conta", relatou o designer gráfico Ivan Soratto.

Desde que o Pix, solução de pagamento instantâneo do Banco Central, foi implementado em novembro de 2020, ele passou a facilitar uma série de transferências bancárias no País. Por outro lado, a nova ferramenta provocou o aumento das ações criminosas.

A maioria "esmagadora" das invasões a contas bancárias são por meio de phishing, técnica de engenharia que consiste no envio de armadilhas - normalmente mensagens com links maliciosos - aos alvos. Isso é o que diz o delegado Luiz Alberto Guerra, titular da 2.ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil.

O phishing, segundo ele, normalmente é uma estratégia adotada antes de as quadrilhas entrarem em contato com as vítimas em potencial para tentar executar o golpe. "Pode ser um link enviado por e-mail ou mesmo um SMS, que vai redirecionar a pessoa para uma página falsa do banco onde são captados de agência, conta e senha pelos criminosos", afirma o delegado.

Outras formas de se obter os dados das vítimas são por meio de ligações telefônicas - em que criminosos normalmente se passam por funcionários de banco e solicitam senhas.

Bancos investem em TI e alertam para fraudes

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirma que os bancos "investem constantemente e de maneira massiva em campanhas e ações de conscientização em seus canais de comunicação com os clientes para orientar a população a se prevenir de fraudes. Além de campanhas, os bancos investem cerca de R$ 3 bilhões por ano em sistemas de tecnologia da informação para segurança".

O Itaú Unibanco afirma que "reforça as orientações para que os clientes se atentem a tentativas de golpes envolvendo abordagens de falsas centrais de segurança ou falsos funcionários da instituição". Neste sentido, "esclarece que ligações recebidas pelos clientes solicitando qualquer documento, senhas, dados cadastrais e financeiros, estornos ou transferências não são práticas da instituição".

Já o Banco do Brasil informa que os bancos podem ligar para o cliente, "mas nunca o orientarão a realizar qualquer procedimento" nem pedem digitação de senhas. E o Banco Central ressalta que operações do Pix são rastreáveis, o que permite identificar contas recebedoras.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O aumento no número de consultas sobre falsas mensagens relativas ao sistema Valores a Receber fez o Banco Central (BC) emitir um alerta. A autoridade monetária recomendou uma série de medidas para evitar cair em golpes.

Segundo o BC, os serviços de atendimento ao cidadão têm recebido volume quatro vezes maior que a média de consultas sobre informações inverídicas. De acordo com a autoridade monetária, grande parte das falsas mensagens passaram a circular na internet nos últimos dias.

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A primeira dica diz respeito a mensagens recebidas pelo WhatsApp para resgatar valores esquecidos no Banco Central imediatamente via PIX. Nesse caso, o órgão orienta o cidadão a ignorar o conteúdo mensagens e a não clicar em links.

Esses links, informou o BC, roubam senhas em redes sociais e pode instalar vírus e programas espiões no celular do usuário. Informações oficiais sobre valores a receber e sobre a consulta ao sistema são divulgadas apenas no site do Banco Central e nas redes oficiais do órgão, jamais por aplicativos de mensagens ou SMS.

O Banco Central esclareceu que a consulta a valores esquecidos está suspensa desde abril. Apesar de as instituições financeiras recomeçarem a enviar dados em janeiro, a reabertura das consultas e dos saques continua sem previsão de retorno. Em dezembro, o BC anunciou que, quando o sistema voltar a funcionar, passará a permitir o saque por herdeiros e representantes legais de falecidos.

O banco Itaú celebrou uma parceria com a empresa Amazon cujo objetivo é divulgar, através da assistente virtual Alexa, alguns conteúdos de segurança e dicas de prevenção contra golpes e fraudes bancárias. Com o uso da inteligência artificial, a ideia é difundir informações capazes de proteger as pessoas dos chamados “crimes de engenharia social”. 

De acordo com a superintendente de Comunicação Corporativa do Itaú Unibanco, Pâmela Vaiano, a engenharia social se refere à manipulação psicológica das vítimas, e responde hoje por 70% dos casos de golpes e fraudes. “O nosso compromisso é estar ao lado das pessoas, convidando-as para que se tornem aliadas no combate a essas práticas”, explicou em um comunicado. Dessa forma, um novo comando estará disponível nas Skills da assistente, tanto para clientes como não clientes da instituição financeira. Basta dizer: “Alexa, dicas contra golpes e fraudes”.  

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O conteúdo do banco Itaú abrangerá sete respostas programadas sobre os principais golpes aplicados por criminosos, como o do Pix, falsa central de atendimento e falso motoboy. Confira a seguir, como fazer para habilitar a Skill no celular através do aplicativo da Alexa: 

Entre no app Alexa em seu smartphone; 

Vá até a opção “Mais”; 

Acesse a opção “skills e jogos”; 

Na lupa do topo da página, pesquise “Dicas de segurança Itaú”; 

Entre na opção e clique no botão Iniciar; 

Finalmente, selecione quais dispositivos poderão ser ativados, e acione o comando “Alexa, dicas contra golpes e fraudes”.  

Os segurados da Previdência Social precisam ficar atentos ao risco de golpes relativos à revisão da vida toda. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) emitiu, nesta quinta-feira (8), alerta sobre golpes após o julgamento do assunto pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O órgão esclareceu que não entra em contato com seus segurados, por telefone, e-mail, redes sociais ou outros canais, para oferecer serviços ou benefícios e tampouco revisão de valores.

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O INSS destacou que a decisão do STF ainda não está valendo porque o acórdão precisa ser publicado. Somente então, os próximos passos a serem adotados serão definidos.

O INSS recomenda que os segurados eventualmente contatados sobre a revisão da vida toda não passem dados pessoais (como CPF, telefone, endereço ou número do benefício), não enviem fotos de documentos ou fotos pessoais e jamais compartilhem a senha de acesso ao Portal Gov.br.

No alerta, o INSS também esclarece que todos os serviços prestados pela autarquia são gratuitos. O segurado, portanto, não deve fazer depósitos, pagamentos ou transferências a pessoas que usem o nome do órgão. Caso suspeite de golpe, o INSS aconselha bloquear o contato e fazer um boletim de ocorrência.

No último dia 1º, o STF reconheceu a revisão da vida toda para aposentadorias do INSS. Por 6 votos a 5, os ministros decidiram que os segurados podem entrar na Justiça para pedir o recálculo do benefício com base em todas as contribuições feitas ao longo da vida.

A decisão exige cuidados porque, em alguns casos, pode resultar na diminuição do valor da aposentadoria, caso contribuições mais baixas sejam incluídas no novo cálculo. Principalmente quem se aposentou antes da Reforma da Previdência de 1998 e da instituição do fator previdenciário, em 1999.

Ser vítima de um golpe pode ser considerado uma das piores sensações para qualquer pessoa, não é mesmo? A sensação de impotência que atinge quem acaba perdendo algum bem e na maioria das vezes dinheiro é quase que total. 

Com o advento da internet, leia-se meios digitais para negociações, parte desses golpes aumentou consideravelmente e não é difícil conhecer ou até mesmo ouvir falar de alguém que acabou sendo vítima desse crime. 

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Porém, segundo a advogada Dra. Lorrana Gomes, referência em cyber crimes, que diz respeito aos golpes no meio digital, estamos tendo avanço na legislação e isso tem sido um facilitador para recuperação dos valores que são perdidos. Para exemplificar, ela citou o caso de golpes por meio de boletos falsos que chegam na casa de clientes de empresas de telefonia. 

Conforme ela, o que acontece é o seguinte: com a chegada da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), muitas empresas começaram a ser responsabilizadas quando as pessoas são vítimas de golpes. 

“Porque para que os dados da vítima cheguem aos golpistas precisa haver um vazamento. Muita gente recebia boletos, por exemplo, fraudulentos que vinham com data de vencimento, valor, nome, endereço, enfim, tudo idêntico ao que realmente é descrito no boleto real”, falou.  Segundo a advogada, também por conta da chegada da LGPD e por temerem punições, as empresas estão mais colaborativas. 

“Então quando ocorre um golpe, se a pessoa agir rapidamente, é mais fácil ela conseguir reaver/recuperar esses valores porque as empresas estão mais ativas em bloquear imediatamente a conta bancária do receptor dos valores (golpista), ou, muitas vezes, se a conta tem um valor muito alto, é necessário uma liberação específica para que o saque daquele valor depositado por meio do pagamento do boleto. Nesse meio tempo, se a pessoa que for vítima agir rapidamente requisitando esse bloqueio de retirada desse valor, fazendo B.O e todo os trâmites necessários, ela pode conseguir recuperar parcialmente ou até integralmente esse valor”, finalizou Dra. Lorrana.

*Da assessoria 

O varejo em todo o país tem se preparado para a aguardada Black Friday, que após semanas de “esquenta” acontece na próxima sexta-feira (25). Só para o e-commerce, é esperada uma movimentação superior a R$ 6 bilhões, além de R$ 1,48 bilhão com as demandas para a Copa do Mundo, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Por outro lado, o período também é marcado por ofertas fraudulentas e golpes ao consumidor. 

De acordo com um levantamento feito pela empresa ClearSale, as tentativas de golpe na Black Friday de 2021 foram 130% maiores que as tentativas de 2020, e a tendência é que o número aumente diante da quantidade de desinformação disposta ao comprador.  

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Para evitar golpes durante e Black Friday e aproveitar o dia de promoções com segurança, confira algumas dicas divulgadas pelo Procon Pernambuco: 

Preço 

Desconfie de preços de produtos muito abaixo da média de mercado, pois podem ser indícios de fraude.  

Pesquise e verifique em mais de uma loja ou site os preços dos produtos e faça a comparação para avaliar se o valor é de fato promocional. 

Pagamento 

Opte sempre por pagamento através de cartão de crédito virtual que a numeração e o código de verificação muda com o tempo evitando ser clonado por terceiros e em virtude de poder ser feita uma contestação em caso de golpes. 

Uma boa opção também é fazer o pagamento que é só liberado quando a empresa recebe a informação de que a mercadoria já chegou no endereço do comprador.  

Cuidado com o pagamento através de boletos, Pix, QR Code, observe se realmente os dados constantes são da loja, empresa ou pessoa física que está realizando a venda. 

Ofertas enviada através de links por e-mail, redes sociais e WhatsApp 

Tome cuidado em ofertas enviadas e anunciadas por e-mail, SMS, redes sociais e WhatsApp, especialmente de lojas que você desconhece ou está comprando pela primeira vez; vários golpes podem ser aplicados quando os criminosos enviam links com ofertas através de mensagens se passando por alguma empresa ou loja. O objetivo é sempre obter uma vantagem financeira ilícita quando conseguem dados pessoais, do cartão e do banco da vítima; além de praticar invasão e sequestro de dados e informações de aparelhos celulares.  

Cuidado com compras às pressas 

Urgência na hora da compra é outro fator usado pelos golpistas para enganar as pessoas na Black Friday. A oferta aparece como urgente, a ser encerrada em apenas uma hora, e o comprador, movido pela oferta imperdível e pela sensação de escassez gerada, compra sem pesquisar com calma. 

Verifique a segurança dos sites 

- É sempre bom comprar em estabelecimentos comerciais que já estão há um bom tempo no mercado e verificar a segurança de um site antes de fazer a compra; 

- O consumidor deve clicar no cadeado que aparece no canto da barra de endereço e verificar se o endereço da loja começa com (https://);  

- O site da loja deve conter o CNPJ da empresa ou o CPF da pessoa responsável, além de informar o endereço físico da loja ou o endereço eletrônico de contato;  

- Também deve ter à disposição um canal de atendimento, o chamado Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC);  

- Para atrair as vítimas, os cibercriminosos utilizam sites falsos com visual e linguagem bem similar aos sites originais, com ofertas bastante atraentes para convencer o comprador a fornecer informações pessoais e dados bancários no cadastro; 

- E por fim, pesquise em sites de reclamação se a loja ou site já foi alvo de denúncias de clientes por mercadorias e encomendas não entregues ou golpes aplicados.  

Onde buscar ajuda 

Na unidade do Procon local e na Delegacia de Polícia Civil Especializada em Crimes contra o Consumidor. 

A Black Friday 2022 está cada vez mais próxima. Marcada para ocorrer oficialmente em 25 de novembro, ela tende a gerar algumas incertezas em algumas pessoas, além de medo por conta de alguns golpes. Para ajudar a fazer suas compras em segurança, confira algumas dicas para evitar os principais golpes durante as ofertas e promoções dos comércios. 

Phishing Scam – Um dos golpes mais executados nos grandes períodos de vendas. Nele, o criminoso tenta enviar um conteúdo que seja atrativo para o cliente por e-mail ou link encurtado e obter ilegalmente dados para realizar compras sem autorização, incluindo número de identidade, senhas bancárias ou o número do cartão de crédito. Por conta disso, vale ficar atento em promoções que parecem falsas na Black Friday 2022, pois a oferta pode ser um risco.  

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Golpes do WhatsApp – Com o avanço da tecnologia, tem se tornado comum ver ofertas variadas de compra chegando pelo WhatsApp. Porém, algumas dessas tentativas podem ter como único intuito induzir você a um golpe. Os produtos oferecidos pelo WhatsApp devem ser analisados detalhadamente, pois os links podem levar a um phishing scam. Veja a lista de lojas seguras que o Procon indica para fazer um planejamento de compra.  

Golpes do Pix – Golpes que envolvem Pix estão se tornando cada vez mais comuns. Por isso, é bom ficar atento a compras seguras feitas por meio de redes sociais, pois existe a chance de ser abordado por um golpista. O indicado é realizar esse meio de pagamento apenas em sites de lojas grandes. Pagamentos com descontos exagerados via Pix podem ser uma cilada. Pesquise também sobre a reputação da loja e confira o link.  

Produtos falsos – Sempre há o risco de acabar levando algo falso para casa no lugar de um original. Então, desconfie de promoções milagrosas. Tome cuidado com produtos com valores muito abaixo de mercado, já que itens falsos podem ser vendidos como autênticos. Vale a pena fazer uma investigação em caso de loja pouco conhecida e consultar novamente o Proncon.  

Sites falsos – Fique de olho em sites falsos que geralmente surgem nesses períodos. Promoções falsas também podem levá-lo a uma loja que não existe realmente, e muitas vezes, altera alguma informação no endereço que pode passar despercebida pelo usuário. Para conseguir escapar dessas ações, confira se a página apresenta o endereço iniciado com HTTPS (o protocolo de segurança da navegação web). Confira também os dados presentes no boleto, como a validação do nome ou CNPJ, para garantir que as informações são da loja certa. 

A Polícia Civil do Estado de São Paulo desencadeou nesta terça-feira (18) uma operação conjunta com as polícias interestaduais para desarticular uma quadrilha responsável por golpes cibernéticos contra milhares de vítimas, incluindo seis prefeituras de cidades paulistas e uma de Minas Gerais. Desde as primeiras horas da manhã estão sendo cumpridos 50 mandados judiciais, entre eles 14 de prisões temporárias nos Estados de São Paulo, Goiás e Piauí. Às 9h, dez suspeitos estavam presos, seis na capital e quatro na Baixada Santista.

Outros 18 mandados de busca e apreensão já foram cumpridos em ação prévia à operação Per Saltum. Os crimes incluem golpes com o uso de sites falsos para retenção de senhas ("phishing"), engenharia social em diversos nichos, desde acesso a aplicativos e redes sociais, como o Instagram, manipulação de dados para fraudes contra o sistema financeiro (seguros e benefícios sociais). Havia uma célula responsável por ataques aos caixas das prefeituras.

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O delegado Everson Aparecido Contelli, titular do Departamento de Polícia Judiciária (Deinter-8) de Presidente Prudente (SP), disse que os criminosos agiam de forma organizada e hierarquizada. "Havia um núcleo que atuava só em redes sociais, outro na lavagem de dinheiro, outro na cooptação dos correntistas e assim por diante, chegando à célula responsável pelos ataques a entes públicos, por isso estamos falando de uma organização criminosa", disse.

Somente da Prefeitura de Pirapozinho, na região de Presidente Prudente, os criminosos desviaram mais de R$ 2,5 milhões. Em São Paulo, foram atacadas ainda as prefeituras de Nova Granada (R$ 491 mil), Anhumas, Pratânia, Pontes Gestal e Teodoro Sampaio - em alguns casos, a quadrilha não conseguiu concluir a fraude. Também foram alvos de hacker as contas da Prefeitura de Entre Folhas, em Minas Gerais, com prejuízo de R$ 111 mil.

Ainda segundo o delegado, o dinheiro era repassado para contas correntes cedidas para o esquema. Os correntistas recebiam de 5% a 15% do valor desviado. "Já identificamos mais de 200 correntistas que participaram das ações criminosas. Eles também são cúmplices, pois possibilitaram a transferência dos recursos em troca de vantagem. Por ora estamos buscando os líderes do esquema, mas em algum momento vamos chegar também nessas pessoas que cederam as contas", disse.

Conforme a Polícia Civil, o nome da operação - Per Saltum - é uma alusão à complexidade financeira e de recuperação de ativos proporcionada à Polícia Civil com a implantação de bancos digitais no país e a utilização do protocolo Pix, cuja fusão do real e do virtual não foi, ainda, acompanhada pelo sistema de Justiça criminal, que mantém inalteradas as denominadas medidas assecuratórias descritas em 1941 - data da entrada em vigor do atual Código de Processo Penal.

O modus operandi dos crimes financeiros corresponde a cada uma das modalidades de fraudes virtuais. No ataque contra a Prefeitura de Pirapozinho, os policiais civis identificaram que o uso combinado de engenharia social, "phishing" e "vishing" (golpe de indução).

Na prática, segundo a polícia, os criminosos combinaram um grande vazamento de dados ocorrido no Brasil no início de 2021, com engenharia social e, se passando como funcionários de uma instituição financeira, direcionaram parte dos acessos das contas municipais para um falso site, o que ensejou a fraude e desvio dos recursos públicos por meio de Pix.

A investigação das fraudes foi iniciada pela Polícia Civil de Presidente Prudente. Participam da operação policiais civis do Departamento de Polícia Judiciária (Deinter-8) de Presidente Prudente e as delegacias seccionais de Adamantina, Assis, Dracena, Presidente Prudente, Presidente Venceslau e da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Presidente Prudente.

Aproveitando-se da fragilidade emocional e do momento delicado, é cada vez mais comum criminosos se passarem por médicos ou funcionários de hospitais na tentativa de conseguirem dinheiro de familiares que têm algum parente internado. Recentemente, o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) alertou todos os hospitais privados sobre o conhecido golpe aplicado por estelionatários envolvendo pacientes internados.

"Golpistas têm adentrado o sistema informativo de estabelecimentos de saúde e emitido cobranças às famílias com pacientes internados sobre a necessidade de cirurgias ou compra de medicamentos", afirmou o SindHosp. "Foram emitidos vários comunicados aos estabelecimentos de saúde, sugerindo que todos os hospitais alertem os familiares dos pacientes no ato da internação para que não deem qualquer valor solicitado em nome do hospital. Solicitações financeiras que anônimos façam a familiares devem ser comunicadas à administração do hospital para a tomada de medidas policiais."

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No comunicado intitulado "Golpe na saúde é alerta para proteção de dados", a entidade pede que, entre as ações, os hospitais revejam os processos de segurança interna para prevenir a invasão e o uso indevido de dados.

O presidente do Sindhosp, Francisco Balestrin, afirma que as informações pessoais ficam protegidas porque existem níveis de acesso diferentes a informações do paciente para a administração, enfermagem, equipes de suporte e médicos. No entanto, vazamentos criminosos podem ocorrer. Ele orienta ainda que os serviços de saúde providenciem a divulgação de informativos para colaboradores, pacientes, visitantes e acompanhantes.

Em abril, a entidade já havia sinalizado que a pandemia da covid-19 influenciou a retomada dessa prática ilegal antiga envolvendo o ecossistema da saúde. De forma ilícita, bandidos conseguem descobrir informações sobre o paciente, desde dados médicos até contato de familiares mais próximos que poderiam transferir valores para quitar procedimentos.

"Nem os hospitais nem as clínicas pedem qualquer tipo de complementação para qualquer procedimento, para qualquer medicação. Isso não existe. Imediatamente deve dispensar essa conversa, entrar em contato com a administração do hospital, do laboratório ou clínica, para que possam ser tomadas todas as medidas, não só administrativas, mas, na maioria parte delas, também policiais e legais em relação à busca desses meliantes que tentam se aproveitar desses momentos das pessoas", afirma Balestrin.

Em depoimento ao Estadão, o filho de uma paciente que esteve internada no Hospital Santa Catarina, na Avenida Paulista, na Bela Vista, relata que recebeu uma ligação durante o momento delicado. "Disseram que era da enfermaria e queriam falar com algum parente", disse ele, que preferiu não se identificar.

Imediatamente, ele ligou para o hospital e soube que ninguém de lá havia telefonado. "Ou seja, continua a ação de quadrilhas junto a pacientes de hospitais. É um golpe antigo. Eles se aproveitam do estado emocional dos familiares em um momento muito delicado. O que me assusta é como sabem que minha mãe está lá e qual o número da minha casa", questionou. No momento da internação, ele recebeu um folder com as informações de alerta sobre o golpe telefônico.

Em nota, o Hospital Santa Catarina - Paulista afirma que não faz ligações para o paciente ou familiares. "Como medida de segurança, no momento da internação, todos os pacientes recebem um informativo sobre possíveis golpes relacionados à instituição. Durante toda a estadia do paciente em nossa rede, a comunicação é feita pela equipe assistencial responsável diretamente para o acompanhante ou a pessoa responsável pelo paciente", afirmou.

Nas redes sociais, também há relatos recentes de familiares que receberam ligação de golpistas pedindo dinheiro referente a tratamento de paciente internado em hospital. Nesta quinta-feira, 11, a influencer digital Bic Müller, que está com o pai na UTI, contou ter sido alvo de golpistas. Em resposta, vários usuários do Twitter contaram suas experiências.

Em abril deste ano, Diogo Mussi, irmão de Rodrigo Mussi, que sofreu um acidente de carro, divulgou nas redes sociais uma mensagem que recebeu enquanto o ex-BBB estava internado. "Tentaram se passar por um médico do Hospital das Clínicas. Me pediu R$ 7 mil para que meu irmão tivesse remédios que não possuem no HC. O pior é se passar por um médico do HC, dando informação sobre a gravidade do estado de saúde do Rod. Meu coração quase parou. Já passei tudo para a polícia", publicou ele.

Na ocasião, a assessoria de imprensa do Hospital das Clínicas esclareceu que é um hospital público e que não solicita depósitos para realização de procedimentos ou para aquisição de medicamentos de pacientes em tratamento no complexo."Se qualquer paciente ou familiar receber uma ligação desta natureza, a orientação, que está disponível no site e nos canais telefônicos do complexo, é não fazer o depósito e reportar imediatamente o caso para a Central de Monitoramento e Segurança do HC pelo número (11) 2661-7050. O HCFMUSP informa ainda que, até o momento, não foi identificado nenhum profissional do seu corpo clínico a partir das informações postadas nas redes sociais da família do paciente", informou, em nota.

O que dizem a polícia e o Procon

Com os dados dos pacientes em mãos, os criminosos procuram ligar para o familiar em um momento em que não está com o doente, afirmando que há custo em aberto para a realização de um procedimento que o convênio médico não cobre. Em seguida, pedem depósitos bancários para que o mesmo seja realizado com urgência.

Para evitar que familiares caiam no golpe, hospitais devem disponibilizar informativos na recepção, assim como entregar folhetos aos pacientes e familiares. Até mesmo no telefone, podem conter avisos. Nas alas de internação, profissionais devem requerer a assinatura do responsável em um termo que contenha a informação que o serviço de saúde não requer nenhum tipo de pagamento extra durante a recuperação do paciente.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) afirma que as forças de segurança paulistas estão empenhadas diuturnamente no combate à todas as modalidades criminosas, incluindo o estelionato - independentemente do meio em que aconteça.

"A Polícia Civil esclarece que é essencial o registro da ocorrência em uma delegacia territorial ou pela Delegacia Eletrônica, para que o crime seja devidamente investigado e os autores punidos", disse, em nota.

A denúncia, no entanto, ainda gera receio na maioria, em razão de ter o familiar internado ou mesmo depender do plano futuramente. Vítimas do golpe procuradas pelo Estadão preferiram não participar da reportagem e disseram ainda ter receio até mesmo de realizar um boletim de ocorrência, ou seja, o número de ocorrências pode ser ainda maior que o registrado oficialmente.

De acordo com Guilherme Farid, diretor executivo do Procon-SP, é importante ainda que os consumidores fiquem muito atentos a qualquer tipo de ligação que não solicitada, principalmente em situações em que se encontram mais vulneráveis. "Todas as tratativas financeiras devem ser feitas presencialmente no hospital. Nada deve ser feito por telefone", afirma ele.

Sobre a prática ilegal, ele reforça que os dados dos consumidores estão disponíveis para venda em ambientes ilícitos da internet. "Por esta razão, o consumidor deve desconfiar de qualquer ligação que receba utilizando seu nome e dados. Geralmente, o criminoso se utiliza disso para dar credibilidade para a ligação", reforçou o especialista.

Conforme Farid, se o familiar foi vítima do golpe, ele pode pedir a devolução dos valores pagos junto ao hospital e ao plano de saúde (se for o caso), principalmente se os criminosos tiverem fornecido informações do paciente que apenas o hospital e a operadora tenham conhecimento como é o caso de dados pessoais e informações sobre a internação do mesmo.

"O hospital e a operadora de plano de saúde têm responsabilidade mesmo que não haja como saber quem foi o responsável pelo vazamento desses dados. O consumidor deve procurar, primeiramente, os fornecedores (hospital e operadora). Se o caso não for resolvido diretamente com as empresas, pode registrar reclamação no Procon. Entendemos que o hospital é responsável solidário por este tipo de problema", afirma Farid. Para reparação de danos morais a questão deve ser levada ao poder judiciário.

Confira algumas dicas preventivas:

- Fique atento ao número que realizou a chamada, se é o mesmo do hospital. Anote-o;

- Anote também a conta bancária beneficiária do correntista falso;

- No dia da internação, procure dar um telefone do familiar menos emocional, que possa perceber rapidamente que se trata de um golpe;

- Entre em contato com a administração do hospital ou tesouraria para ter informações sobre possíveis cobranças, a maioria já informa que não liga para solicitar transferências bancárias;

- O consumidor não deve efetuar o pagamento antes de verificar a veracidade junto ao hospital;

- Além do hospital, também entre em contato com o plano de saúde para saber sobre o procedimento médico;

- Considerado estelionato, se possível, faça um boletim ocorrência para denunciar o crime. Procure a Delegacia de Polícia mais próxima de sua casa ou realize o registro pela Delegacia Eletrônica;

Jamais repasse informações por internet ou telefone sem confirmar se está falando com um canal oficial.

Os criminosos perceberam que o telefone celular é uma "janela" para a vida digital das pessoas: os dispositivos não apenas carregam os apps mais usados, como também são peça fundamental na linha para a confirmação de operações financeiras. É pelo celular que o consumidor recebe mensagens SMS, e-mails e avisos de confirmação que costumam dar acesso a serviços e transações. Fabiana Saenz, da Zetta (associação que reúne os bancos digitais nacionais), afirma que o roubo físico de aparelhos dificulta a ação das instituições financeiras.

Para especialistas ouvidos pelo Estadão, a falta de investimentos em segurança para os aplicativos de celular e a morosidade no registro de ocorrências têm colaborado para o aumento do número de casos e até na organização de novas formas de golpe.

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Para Álvaro Martins, da consultoria IT By Inside, apesar das atualizações feitas pelos bancos, as empresas estão sempre muito atrás do crime organizado. Martins afirma que, na maioria dos casos, os investimentos em segurança dos bancos visam a proteger as aplicações do próprio banco, e não o dinheiro dos correntistas. "O setor financeiro tem ferramentas para evitar esses casos, mas eles não têm foco nisso."

Já na avaliação de Jéferson Campos Nobre, professor do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mesmo com uma divisão de responsabilidades e os cuidados por parte dos correntistas, as instituições precisam assumir o papel de protagonistas em segurança. "Os clientes podem colaborar com o processo de segurança, mas obviamente existe uma expectativa de investimentos em tecnologias que detectem e bloqueiem movimentações inesperadas."

A questão das fraudes tem de ser priorizada, segundo Nobre, com mais opções de atendimento relacionadas a perda e roubo, como já é comum nos call centers de cartão de crédito. "Vão ser necessárias atualizações nesse serviço de atendimento para incluir opções de bloqueio de contas no futuro. Eu acredito que esse tema já está na ordem do dia das empresas do setor financeiro", afirma.

INICIATIVAS. Embora digam que façam investimentos em áreas como biometria, inteligência artificial e análise comportamental, as instituições atribuem a explosão de fraudes a um "problema de segurança pública" e à baixa educação digital das pessoas, o que teria sido agravado com a expansão da base de usuários. "A maioria das fraudes ocorre por meio de engenharia social", diz Bruno Magrani, diretor de relações institucionais do Nubank, sobre o crime de manipulação psicológica do usuário para que ele forneça informações confidenciais.

As iniciativas das instituições são variadas. O banco digital C6 diz que faz uso de reconhecimento facial próprio para validar as operações. O Nubank afirma possuir biometria, para prova de vida, e inteligência artificial para fazer a validação dos riscos das transações, numa tentativa de predizer o comportamento dos usuários. Apesar disso, repercutiu nas redes sociais um caso de um cliente do Nubank que diz ter perdido R$ 140 mil após ter tido o celular roubado. Sobre o caso, a companhia diz: "Este caso foi resolvido e o cliente, ressarcido. Visando a melhoria contínua de serviços e processos, a empresa trabalha desde o dia 1.º no desenvolvimento de tecnologias que garantam a integridade e a segurança de clientes e ativos".

"O setor bancário brasileiro é referência mundial em cibersegurança. Até por isso, frequentemente os fraudadores focam seus esforços sobre os usuários finais, que, por desconhecimento dos riscos, são frequentemente o vetor mais vulnerável. Nesse contexto, a educação e conscientização dos clientes são extremamente importantes para mudar o cenário atual de fraudes", afirma Thiago Garrides, diretor de riscos do banco Inter.

O discurso se repete entre os bancos tradicionais. Em nota, o Santander afirmou que segue as normas de prevenção estabelecidas pelo Banco Central e que "investe constantemente em sistemas de proteção para preservar as transações de seus clientes". O Bradesco informou que conta com um "elevado grau de segurança" e que segue "as melhores práticas nacionais e internacionais".

Em nota, o Banco do Brasil afirmou que utiliza sistemas de inteligência analítica para acompanhar os padrões de comportamento dos correntistas em caso de transações por aplicativo. "A segurança nas transações financeiras é prioridade para o BB."

Já o Itaú declarou que investe continuamente no fortalecimento dos sistemas e processos de segurança no uso do seu aplicativo. "O banco submete todas as operações ao monitoramento de riscos, que analisa as transações para identificar eventuais suspeitas de tentativas de fraudes ou golpes."

Procurada, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) disse que está "atenta aos problemas de segurança pública e seus reflexos nas transações bancárias e na segurança de seus clientes". Segundo a entidade, os bancos têm seguido instrução normativa do Banco Central sobre os limites transacionais de Pix via celular.

"A Febraban incentiva que os clientes utilizem essa funcionalidade em seus aplicativos para ajustar os limites de acordo com suas necessidades e segurança." Levantamento do C6 apontou que 72% dos usuários conhecem a funcionalidade que limita os valores de transações via Pix. Contudo, só 32% do público já configurou essa ferramenta nos serviços bancários.

Veja como proteger celulares e contas de ataques de criminosos

 

Nível básico

1) Use senhas alfanuméricas (incluindo símbolos e combinando letras minúsculas e maiúsculas) diferentes para cada cadastro;

2) Use sequências numéricas aleatórias em instituições

financeiras, como senhas de cartões ou credenciais em aplicativos bancários;

3) Ative a verificação em duas etapas por celular ou e-mail;

4) Coloque senha no chip (SIM) da operadora, o que irá impedir que ladrões insiram o cartão em outro aparelho e tenham acesso ao seu número;

5) Não clique em links duvidosos ou dê informações pessoais, mesmo que o pedido seja de um contato conhecido;

6) Ative todas as biometrias do seu aparelho, como leitores de digitais e de rosto, que criam camadas a mais de segurança.

Nível intermediário

1) Tenha senhas aleatórias, complexas e impossíveis de decorar: use apps específicos (1Password, Last Password) ou ferramentas de navegadores (Google Chrome e Safari) que criam senhas e as colocam em um "cofre" na nuvem;

2) Ative senhas de uso único como outra etapa de verificação. São números aleatórios que funcionam como segundo código. São criadas por apps próprios (Google Authenticator, Microsoft Authenticator, Authy, 1Password);

3) Entre em contato com a instituição financeira e diminua limites diários de transferência (DOC, TED e Pix), saques e empréstimo pré-aprovado;

4) Considere incluir um contato de confiança em sua família iCloud (Apple), permitindo que familiares possam apagar o dispositivo a distância em caso de roubo - Android (Google) não tem o recurso.

Nível avançado

1) Comprar uma chave de segurança física para recuperação de senha e logins, como Titan (do Google), Yubico e OnlyKey - os preços, no entanto, podem ultrapassar a faixa dos R$ 800. Esses objetos são pequenos e podem ser guardados em chaveiros, por exemplo;

2) Gere e imprima códigos de backup alternativos, senhas criadas automaticamente pelo próprio cadastro dos serviços. Devem ser guardados em casa em local seguro;

3) Caso tenha adotado um app gerador de senhas, apague as senhas salvas dos navegadores para evitar brechas;

4) Crie um "e-mail secreto" a que só você tem acesso: essa conta não pode estar salva em nenhum dispositivo do cotidiano, deve ter senhas fortes e autenticação em dois fatores ativada. Por esse e-mail, você fará recuperação das contas mais importantes;

5) Deixe um dispositivo em casa (como um tablet ou celular velho) para ser o local por onde você acessa seu e-mail "secreto", apps próprios de senhas ou até de instituições financeiras menos utilizadas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O volume de golpes no sistema financeiro nacional deverá alcançar a expressiva marca de R$ 2,5 bilhões neste ano. E a estimativa é de que parte considerável desse montante (cerca de R$ 1,8 bilhão, ou mais de 70%) tenha a ver com o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC) que entrou em operação em 2020 e que rapidamente se popularizou. A estimativa dos bancos para o fechamento de 2022, obtida pelo Estadão, leva em conta os dados até junho - período em que as fraudes já somavam R$ 1,7 bilhão, sendo R$ 900 milhões por meio do Pix.

Fontes do sistema financeiro afirmam que esse número, no entanto, pode estar subestimado, uma vez que nem todos os golpes são reportados aos bancos pelos clientes. Oficialmente, não existe um número consolidado, mas, com o aumento da digitalização das operações durante a pandemia, a estimativa é de que as fraudes tenham triplicado em dois anos.

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Um levantamento feito pela Serasa Experian mostrou que, em maio de 2021, um total de 331,2 mil brasileiros foram vítimas de algum tipo de fraude, sendo que mais de 176 mil ocorrências (53,3%) foram realizadas a partir de contas bancárias ou cartões de crédito - dois meses antes, em março, esse número era de 79,9 mil. O estudo analisa números relacionados a crimes como utilização indevida de identidade e abertura de contas e emissão de cartões sem autorização.

Braço antifraude do serviço de monitoramento de crédito Boa Vista, a Konduto também identificou a gravidade do problema: apenas de janeiro a abril deste ano, foram cerca de 9 milhões de tentativas de fraude no comércio relacionadas à clonagem de cartões de crédito e a roubo de dados pessoais. Só em abril foram 2 milhões de ocorrências, alta de 117% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Além do roubo de dados por hackers, outro tipo de crime que tem crescido no País é a fraude classificada como "engenharia social", que consiste na manipulação psicológica do usuário para que ele forneça informações confidenciais, como senhas de cartões e de contas. Levantamento recente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) apontou uma alta de 165% nesse tipo de golpe desde o início da pandemia. Neste ano, 1 em cada 3 brasileiros sofreu uma tentativa de golpe desse tipo, aponta a associação.

As fraudes financeiras são um problema global que parece, comparativamente, mais grave no Brasil. Em um estudo de fevereiro de 2022, a IBM revelou que 31% dos brasileiros afirmaram ter sofrido algum tipo de golpe relacionado a cartões de crédito no ano anterior. Na Alemanha, por exemplo, esse número foi de 7% e, nos EUA, de 18%.

"O Brasil é um mercado hostil e que tem um problema de segurança pública", afirma Fabiana Saenz, especialista de segurança da Zetta, a associação que representa as fintechs (startups do setor financeiro) no Brasil. "Quando apresentamos casos brasileiros em fóruns internacionais de cibersegurança, os estrangeiros ficam bastante impressionados com a maneira de atuação dos criminosos daqui", conta José Luis Santana, líder de cibersegurança do C6 Bank.

GRUPO DE TRABALHO. Diretor de relações institucionais do Nubank, Bruno Magrani conta que foi formado um grupo para discutir melhorias em segurança com o Banco Central. Fazem parte desse grupo Zetta, Febraban, Abipag (Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos), Abranet (Associação Brasileira de Internet) e ABBC (Associação Brasileira de Bancos).

Uma das ideias discutidas hoje é o bloqueio em cascata de contas em ataque. "Uma das características de criminosos é movimentar dinheiro de maneira muito rápida entre várias contas. O processo atual para bloquear uma conta vítima de golpe é muito demorado. A nossa ideia é poder bloquear de uma só vez contas que fazem o caminho do dinheiro por diferentes instituições financeiras", conta Magrani.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já sinalizou preocupação sobre o tema das fraudes. Em audiência na Câmara dos Deputados, ele falou sobre o trabalho de coibir as "contas laranjas", abertas com documentos de outras pessoas, sem autorização. Trata-se de uma tentativa de melhorar o rastreamento do dinheiro roubado.

VÍTIMA. A aposentada Patrícia Leão, de 58 anos, foi vítima de uma série de golpes em questão de dias. No fim do ano passado, ela recebeu uma mensagem no WhatsApp de um homem que se passou por um de seus irmãos - inclusive, com nome e foto de perfil. O golpista dizia que havia adquirido um novo celular, com a justificativa de que o aparelho antigo seria usado apenas para contatos profissionais.

O roteiro não é novo, mas a situação pareceu pertinente naquele momento. "Coincidentemente, meu irmão iria fazer isso mesmo, porque ele tem uma microempresa de produtos mineiros e foi aconselhado a deixar um número só para trabalho", explica.

Em seguida, a aposentada foi perguntada se poderia pagar uma pessoa em nome do irmão. "Fiz o pagamento e criei uma história na minha cabeça. Pensei que era um pagamento de fornecedor, e que ele realmente estava com problema no banco", relembra.

Nos dias seguintes, Patrícia disse que voltou a ser acionada e efetuou, ao todo, cinco transferências. A aposentada conta que não lhe ocorreu mandar uma mensagem para o número que o irmão costumava usar, e que tampouco cogitou ir até a casa dele, a poucos quarteirões de onde ela mora, em Belo Horizonte.

"Parece história de novela, não sei explicar o que aconteceu. A gente cria uma história, passa a fazer parte dela e não raciocina", lamenta Patrícia. A descoberta de que se tratava de um golpe, explicou a aposentada, só veio na quinta-feira, quando ela contou a história para outro irmão, que tentou sem sucesso ligar para o número do golpista. Ao fim, Patrícia teve um prejuízo de R$ 39,7 mil.

A aposentada registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e acionou os dois bancos nos quais era cliente. Ela conta que nenhum suspeito foi localizado até o momento, e que o valor não foi ressarcido. A justificativa dada por uma das instituições financeiras foi de que o golpe precisaria ter sido identificado no mesmo dia das transações.

Patrícia ainda diz ter recebido outras abordagens de golpistas se passando por seu irmão nos meses seguintes. "Meu nome deve ter rodado por aí, alguém deve estar aproveitando os R$ 39 mil até hoje." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou proposta que estabelece punição para quem aplica golpes por meio das redes sociais. A pena será maior quando a vítima é idosa ou parte de uma relação amorosa. 

A proposta aprovada, que segue para o Senado, é o substitutivo do relator, deputado Subtenente Gonzaga (PSD-MG), ao Projeto de Lei 4229/15, do ex-deputado Marcelo Belinati (PR). 

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Gonzaga propôs a alteração do Código Penal para incluir novas hipóteses do crime de estelionato, que é a busca de vantagem por meio de fraudes que induzam a vítima a erro: estelionato emocional, fraude eletrônica, estelionato contra idoso ou vulnerável.  Ele afirmou que o crime de estelionato foi potencializado pela internet e as novas interações por meio de redes sociais e outros aplicativos.

“O criminoso utiliza-se da facilidade do meio virtual para enganar suas vítimas, o que enseja um agravamento da reprimenda a ser imposta nesses casos”, disse o relator. 

Novos crimes

Pelo texto aprovado, o estelionato emocional ocorre se a vítima entregar bens ou valores como parte de uma relação afetiva. O criminoso poderá ser enquadrado como estelionatário e estará sujeito à pena de 1 a 5 anos. 

A pena será de 4 a 8 anos no caso de fraude eletrônica com uso de informações fornecidas pela vítima ou terceiros por meio de contatos nas redes sociais, telefones ou e-mail. Os golpes aplicados por clonagem de aplicativos serão punidos com a mesma pena. A pena será o triplo se a vítima for idosa ou pessoa vulnerável, crime que será incluído ainda no rol dos crimes hediondos (Lei 8.072/90). 

A proposta também cria novos agravantes para o estelionato: a pena será ampliada pela metade se o prejuízo for de grande quantia; e aumentada em até 2/3 se o criminoso se utilizar de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. 

*Da Agência Câmara de Notícias

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