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A decisão da Câmara de adiar para 2022 a votação de um novo programa de parcelamento de dívidas (Refis) para as médias e grandes empresas frustrou os setores que aguardavam a aprovação do projeto, uma demanda que vem desde o ano passado, quando a pandemia da Covid-19 provocou queda abrupta do crescimento do País.

O novo programa abrangeria de tributos como o Imposto de Renda a parcelas atrasadas do eSocial, a plataforma de registro para o cumprimento de obrigações trabalhistas e tributárias.

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A maior reclamação é de que os parlamentares fizeram uma votação relâmpago do Refis das micro e pequenas empresas e deixaram para trás as médias e grandes companhias, que estão em situação delicada, ao mesmo tempo em que derrubaram veto, que abre caminho para um fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões.

O setor empresarial alertou que o atraso no Refis, que daria fôlego de caixa às empresas, vai prejudicar ainda mais a retomada do crescimento. Lideranças empresariais consideram um equívoco o governo ter trabalhado pelo adiamento, que custará mais para a retomada do crescimento que já foi comprometida em 2022 pela política de alta dos juros em curso pelo Banco Central.

Sinais

Os empresários tinham recebido sinalizações de lideranças do comando do Congresso que o Refis seria aprovado e culpam a pressão da equipe do Ministro da Economia, Paulo Guedes, para mudar o parecer do relator no plenário, André Fufuca (PP-MA), pela retirada da votação na noite de quinta-feira.

Guedes, por outro lado, nunca quis o Refis, preferindo o mecanismo de transação tributária, e só aceitou o parcelamento com a vinculação das regras à queda do faturamento das empresas durante a pandemia - justamente o ponto que o relator retirou no plenário com base em quatro emendas de diferentes partidos.

Ao Estadão, o relator disse que o plenário adiou o Refis para 2022 quando viu que o Senado não iria garantir a votação das mudanças em seguida à aprovação da Câmara, como era o acertado. O PT também pediu pelo adiamento. "Entre votar agora e em fevereiro não havia diferença", disse ele, que nega ter havido uma articulação de Guedes para retirar o projeto da pauta.

"Os empresários enxergaram com maus olhos essa decisão. Muitas empresas estavam na expectativa, e volto a dizer que não tem motivo para não acontecer", criticou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe.

A empresária Vivian Suruagy, presidente da Confederação Nacional de Tecnologia da Informação e da Comunicação (Contic), que trabalhou na articulação pela aprovação do Refis, disse que o atraso ameaça investimentos e empregos. "Votaram o Refis para as pequenas empresas, e para as empresas que geram faturamento e emprego não votaram", criticou. Ele atribui o atraso à insistência da equipe de Guedes em manter a vinculação do Refis ao faturamento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As startups ganharam, nos últimos dois anos, mais chances de fornecer para grandes empresas brasileiras e para multinacionais que atuam no País. Hoje, mais de 50 companhias abrem espaço, via concursos próprios ou parceria com aceleradoras, para inovações para seus negócios. O garimpo de ideias originou um concorrido "vestibular". Em programas mais estruturados, destinados a desafios específicos, a concorrência fica, em média, em 30 candidatas por vaga. Para desafios abertos, a cada cem inscritas, apenas uma startup costuma ser selecionada.

A altíssima concorrência reflete tanto o "boom" de startups no País - só neste ano, 5 mil empresas devem entrar no mercado, elevando o total de negócios de tecnologia a 15 mil - quanto a falta de preparo de alguns empreendedores que se aventuram no mundo dos negócios sem uma ideia original ou um plano de ação bem definido. Segundo especialistas ouvidos pelo Estado, os erros mais comuns dos que ficam pelo caminho são ideias sem relação direta com o tema apresentado pelas empresas ou propostas sem chance de ganhar escala.

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Para ajudar as empresas a separar o joio do trigo, a 100 Open Startups desenvolveu um sistema que "filtra" ideias. Em 12 anos de mercado, a companhia já cadastrou 30 mil negócios - a maior parte deles hoje fora do mercado. Na plataforma online da companhia, que fomenta a avaliação constante das ideias, hoje há 8,2 mil empresas consideradas ativas.

No entanto, só as 1,5 mil mais bem avaliadas têm chance de um dia apresentar uma ideia ao rol de parceiros, que também é responsável pela manutenção financeira do sistema - o grupo inclui mais de 40 negócios, como Bosch, Dow, Braskem e Johnson & Johnson.

"Vejo uma onda inicial de apoio a startups. É um movimento que ganhou força nos últimos dois anos", diz Maximiliano Carlomagno, sócio da consultoria de inovação corporativa Innoscience. A empresa, que ajuda gigantes como Klabin, Roche e M. Dias Branco a encontrar startups, diz que as companhias querem estratégias que já tenham alguma prova de aplicação prática. "O maior problema é que, em boa parte dos casos, os resultados são facilmente questionáveis. Não vale apenas ter uma ideia na cabeça."

Na farmacêutica Roche, que está com as inscrições abertas para seu desafio de startups até o dia 23, os concorrentes precisam ter conseguido provar que seu negócio pode atrair interesse no mercado - foi o que fez a Heartcare, dona de um aplicativo de monitoramento de saúde que já tem mais de 26 mil usuários cadastrados e que foi a vencedora do desafio no ano passado (leia mais na pág. B5).

Do grupo inicial de 150 startups que a Roche seleciona por meio da Innoscience, apenas cinco empresas são convidadas a apresentar seus projetos às diferentes áreas e subsidiárias da Roche, de acordo com Lênio Alvarenga, diretor médico da multinacional. A concorrência, portanto, é de 30 candidatos para cada vaga.

Escala

Seguindo uma estratégia diferente, o banco Bradesco faz o garimpo de startups dentro de casa, sem focar um segmento específico. Tudo começa no Inovabra Habitat, em São Paulo, que serve de espaço de incubação para empresas nascentes. É pelo Habitat que o banco começa a observar potenciais alvos de investimento, segundo Fernando Freitas, superintendente de inovação do Bradesco. "Se vemos ali uma necessidade mapeada, a empresa passa para fase dois", explica o executivo.

Nessa etapa adicional, o banco tenta ajudar a montar um plano mais estruturado para a startup - se o negócio superar esse desafio, qualifica-se para receber o investimento do fundo do Bradesco voltado ao setor. Os aportes, diz Freitas, podem variar de R$ 1 milhão a R$ 10 milhões ou de R$ 10 milhões a R$ 30 milhões, conforme o nível de desenvolvimento de cada companhia. O funil, porém, é ainda mais estreito: de acordo com o executivo, de cada cem projetos que passam pelo Inovabra Habitat, só um é escolhido para receber investimento.

Um dos negócios que conseguiram levantar capital com o Bradesco foi a Semantix, de Leonardo Santos. A companhia, que faz análise de dados para grandes clientes, incluindo Cielo, Elo, Rede e Claro, hoje tem 300 funcionários e fatura mais de R$ 100 milhões por ano. Parte da equipe veio de aquisições que a companhia fez a partir de 2016, quando recebeu seu primeiro investimento externo. "Nosso objetivo é nos tornarmos um unicórnio, chegando à avaliação de US$ 1 bilhão, e abrir o nosso capital na Bolsa", afirma Santos.

De olho no mundo real

A filial brasileira da multinacional europeia Roche ainda não utiliza os serviços do aplicativo Heartcare, vencedor da primeira edição do desafio de startups no Brasil, realizado no ano passado. Segundo o publicitário Daniel Santos, fundador da companhia, a matriz, na Suíça, já firmou contrato com o app, que tenta se diferenciar das dezenas de serviços semelhantes ao apostar em uma plataforma que remete a um jogo.

"Criamos um sistema de desafios semanais", explica Daniel, referindo-se a itens como pressão, peso e outros sinais vitais. Entre os clientes da Heartcare estão grandes corporações, como a filial da IBM no Brasil. "Lançamos um desafio e, em um mês, 14% dos funcionários cadastrados perderam peso", diz. Além dos departamentos de recursos humanos, o aplicativo também mira todo o ecossistema do setor de saúde, como hospitais, seguradoras, clínicas e laboratórios.

Por meio da tecnologia, a Heartcare quer ajudar a indústria farmacêutica a impulsionar a efetividade dos tratamentos - e isso sem investir um real no desenvolvimento de novas drogas. "Todo mundo sabe que muitas vezes o médico receita um remédio, mas o paciente não toma como deveria. É um problema sério e difícil de resolver", exemplifica o fundador do app. "Nosso sistema permite o envio de lembretes sobre a hora dos medicamentos." Para facilitar a medição da pressão arterial, o aplicativo vem com tecnologia que permite o usuário monitore o batimento cardíaco só segurando o celular na mão.

Além de ganhar acesso a clientes graças ao aval da Roche, Daniel conta que também corrigiu algumas práticas de negócio para dar mais credibilidade à sua proposição. "Como eu não sou médico, a gente era muito questionado por isso. Hoje, temos um cardiologista com 32 anos de experiência como sócio", frisa. Os próximos passos da empresa são o lançamento de versões em vários idiomas, visando ao ganho rápido de escala. "Queremos chegar ao faturamento de R$ 1 bilhão em sete anos", afirma.

Reciclagem

Enquanto Daniel já tinha um negócio desenvolvido quando foi selecionado Roche, a Green Mining era pouco mais do que um rascunho quando foi escolhida para um dos programas para startups mantidos pela gigante das bebidas Ambev. São duas opções: a voltada a soluções relativas às metas ambientais da companhia permite ideias iniciais, enquanto a dedicada aos negócios de bebidas exige inscrições de empresas estruturadas.

Foi a partir de uma solução de logística reversa para garrafas, que Rodrigo Oliveira e dois sócios se uniram à Ambev para criar a Green Mining. A coleta desse tipo de reciclável, até então feita pelos carrinheiros, passou a ser uma atividade formal, na qual os trabalhadores atuam com carteira assinada. Depois de um período de testes em pontos próximos a bares em Pinheiros e na Vila Olímpia, a Green Mining tem o objetivo de abrir mais dez postos de coleta até o fim do ano. "Devemos contratar mais 25 coletores até dezembro."

Em vez de ganhar com a venda do material reciclável, o modelo desenvolvido pelos empreendedores cobra um valor mensal dos clientes. A empresa que precisa coletar o material paga os custos da operação e mais uma comissão, ressalta Rodrigo. "O nosso objetivo é expandir o nosso serviço para outras indústrias", diz o empreendedor. A meta é reduzir a dependência do negócio da Ambev.

Segurança

Ainda em busca de um grande investimento, a empreendedora Gabryella Corrêa é fundadora do Lady Driver, aplicativo de transporte voltado ao público feminino e que conecta passageiras a motoristas mulheres - visando à segurança de ambas. Incubada no Inovabra Habitat, a empresa de Gabryella já foi citada em reportagem do Financial Times. Para "chegar lá", a empreendedora aposta no propósito: "Sempre tenho de pensar que eu levo segurança às mulheres - essa é nossa missão." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um homem foi preso na manhã desta segunda-feira (16) suspeito de ter causado o incêndio de grandes proporções em um prédio abandonado no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. Leonardo José da Cunha, de 20 anos, foi abordado por um subinspetor da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) quando saía do local do ocorrido.

Segundo informações da CTTU, o suspeito portava uma mochila com ferramentas, fios de cobre e bronze furtados do galpão. O homem foi encaminhado à Central de Flagrantes da Capital (Ceplanc), no bairro de Campo Grande, na Zona Norte do Recife. 

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Por André Cabral

Os escritor John Le Carré e os atores Benedict Cumberbatch e Keira Knightley estão entre 282 grandes nomes das artes e da cultura britânica que defendem, em carta publicada nesta sexta-feira, a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE).

O manifesto foi publicado nos jornais The Daily Telegraph e The Guardian a menos de um mês da votação, em 23 de junho, sobre a permanência britânica no bloco de 28 países.

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"O Reino Unido não é apenas mais forte na Europa, é mais imaginativo e criativo. Nosso êxito artístico mundial se veria seriamente comprometido por uma saída da UE", afirmam os signatários.

"Abandonar a Europa seria um salto no desconhecido para milhões de pessoas que, em todo o Reino Unido, trabalham em campos artísticos e para milhões de outras pessoas que, aqui e no exterior, se beneficiam do crescimento e do dinamismo do setor cultural britânico", completa a carta.

Além dos já citados, entre os signatários também estão os atores Bill Nighy, Chiwetel Ejiofor, Kristin Scott Thomas, Helena Bonham Carter e Derek Jacobi; o grupo Franz Ferdinand e a cantora Paloma Faith, a estilista Vivienne Westwood e os escritores Tom Stoppard e Hilary Mantel.

Uma pesquisa com integrantes da Federação de Indústrias Criativas da Grã-Bretanha mostrou que 96% deles desejam permanecer na UE, por conta do acesso ao mercado europeu, dos subsídios, da livre circulação e da influência que isto representa.

O manifesto foi divulgado no fim de uma semana em que os defensores da continuidade na UE abriram vantagem nas pesquisas, 55% a 45%, segundo a média das sondagens realizada pelo instituto What UK Think.

No setor artístico, o ator Michael Caine é o nome mais famoso que se pronunciou a favor da saída da UE.

A 19ª edição do Janeiro de Grandes Espetáculos apresenta neste sábado (12) o concerto do pianista e cantor Zé Manoel e o Tributo a Tim Maia com o músico Gil Cordas.  O petrolinense Zé Manoel exibirá o show do seu primeiro disco homônimo no Teatro Apolo, às 20h, que traduz suas trajetórias e vivências em poesia e lirismo, embalados por sambas, valsas e chorinhos. Além das canções do CD, o cantor apresentará ainda releituras de compositores como o paulista Kiko Dinucci, e os pernambucanos Luiz Gonzaga, Reginaldo Rossi e Erasto Vasconcelos.

Já músico pernambucano Gil Cordas realiza o Tributo a Tim Maia, no Teatro Boa Vista, a partir das 20h. O show terá participação do Maestro Spok, Edilza Aires, Marrom Brasileiro, Almir Rouche, Ed Carlos, Marcelo Brasileiro, Andre Rio, com regência do Maestro Edson Rodrigues. 

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Serviço

Show Zé Manoel

Sábado (12), às 20h

Teatro Apolo (Rua do Apolo, 121 - Bairro do Recife)

R$ 20 e R$10

3355.3319

 

Tributo a Tim Maia

Teatro Boa Vista (Rua D. Bosco, 551 – Boa Vista)

R$ 20

 3221.9341 ou 8825.4412

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