Tópicos | habitantes

Em uma oficina na sitiada Faixa de Gaza, Ibrahim Shouman conserta pequenos fogões que não eram usados, uma esperança para as pessoas deslocadas e privadas de gás de cozinha.

Com uma pinça, um pavio novo e um pouco de combustível caseiro, Shouman faz uma pequena chama crepitar.

"As pessoas voltaram aos velhos tempos e trazem os seus fogões para serem consertados porque não temos mais gás ou combustível disponível", contou a um jornalista da AFP em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, perto do Egito.

Israel bombardeia o estreito enclave palestino desde 7 de outubro, em resposta ao ataque do Hamas ao seu território, no qual milicianos islamistas mataram quase 1.200 pessoas e sequestraram cerca de 240, segundo as autoridades israelenses.

Paralelamente aos bombardeios, Israel também realiza operações terrestres na Faixa de Gaza, onde faltam água, alimentos, medicamentos e eletricidade devido ao cerco "completo" ordenado por Israel.

O Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo Hamas desde 2007, afirma que a ofensiva já deixou quase 18 mil mortos no território, a maioria civis.

Além disso, centenas de milhares de pessoas fugiram do norte do enclave para se refugiarem no sul. Mas o Exército israelense também ampliou as suas operações a essa parte do território.

- Nem mesmo lenha -

A ONU calcula que cerca de 1,9 milhão dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados.

"As pessoas procuram lenha em todos os lugares, mas não há mais", diz Shouman. "Elas teriam que comprar por um preço mais alto e as pessoas têm pouco dinheiro sobrando", explica.

Na sua oficina, os clientes esperam que ele esfregue, dobre e ajuste algumas peças dos pequenos fogões, que esperam reviver.

"Esses fogões de acampamento foram usados há 100 anos, chegamos até aqui", diz Adnan Abu al Aish, de 55 anos, que procura uma maneira de cozinhar suas escassas porções de sêmola e vegetais.

Devido à escassez de querosene, Shouman abastece esses pequenos fogões com uma mistura de óleo de motor e combustível caseiro.

"Temos diesel disponível, mas é muito difícil de encontrar", afirma. "Um litro custa entre 30 e 35 shekels (entre 7,5 e 8,7 euros, ou 39,6 e 46 reais) e é preciso passar um dia inteiro à procura", acrescenta.

"Não tem nem lenha, as pessoas procuram pedaços de papelão jogados no chão", diz.

Mohammed al Malahi também trouxe o seu antigo fogão, que ele diz ter pertencido ao seu tataravô. "O que podemos fazer? Precisamos disso para criar fogo e cozinhar".

Os fogões "fazem o trabalho" nessas circunstâncias, observa ele.

O Exército israelense ordenou a saída imediata de mais de um milhão de habitantes do norte da Faixa de Gaza para o sul, em meio ao seu intenso bombardeio em represália pelos ataques do Hamas, enquanto a ONU pedia o cancelamento da medida e advertia sobre as consequências "devastadoras" da mesma.

Em um comunicado, o Exército israelense convocou a "retirada de todos os civis da Cidade de Gaza de suas casas, para o sul, para sua própria segurança e proteção, e se transferir para a área ao sul de Wadi Gaza".

Desde o início das hostilidades, em 7 de outubro, na esteira de um sangrento ataque do movimento islâmico palestino Hamas, cerca de 1.200 pessoas morreram em Israel, a maioria civis. Entre os mortos, há pelo menos 258 soldados israelenses, segundo o Exército.

Na Faixa de Gaza, os maciços bombardeios israelenses, lançados em resposta, deixaram 1.537 mortos, incluindo muitos civis, segundo as autoridades locais.

O grupo islâmico também mantém cerca de 150 reféns na Faixa, dos quais 13, "incluindo estrangeiros", morreram em bombardeios israelenses, disse o braço armado do Hamas nesta sexta.

O Exército de Israel convocou "a saída de todos os civis" da Cidade de Gaza, no norte do enclave, para o sul, "para sua própria segurança e proteção", anunciou hoje. Pela manhã, lançou panfletos em árabe dos aviões, instando os moradores a deixarem suas casas "imediatamente".

O exército deu um prazo, em princípio, de 24 horas, mas depois admitiu que essa retirada "levará tempo".

O Hamas rejeitou imediatamente a ordem.

"Nosso povo palestino rejeita a ameaça dos líderes da ocupação (israelense) e seus apelos para que deixem suas casas e fujam para o sul, ou para o Egito", declarou o Hamas em um comunicado.

Informada momentos antes da ordem israelense de "realocação" de 1,1 milhão de habitantes, a ONU fez um apelo pela anulação da medida.

Uma retirada desse tipo é "impossível sem causar consequências devastadoras", alertou Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU.

O Ministério palestino da Saúde também observou que era "impossível retirar pacientes vulneráveis dos hospitais no norte de Gaza".

- "Hamas será esmagado" -

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) transferiu seu centro de operações e seu pessoal para o sul da Faixa.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Betanyahu, prometeu destruir o Hamas, depois de se reunir com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em Tel Aviv, na quinta-feira.

"Assim como o EI [grupo jihadista Estado Islâmico] foi esmagado, o Hamas será esmagado", disse Netanyahu.

- 6.000 bombas -

Na cidade de Sderot, perto da fronteira com Gaza, Yossi Landau, voluntário da organização Zaka, que participa na identificação de corpos, disse não ter visto nada parecido.

"Levamos 11 horas para percorrer um trecho da estrada que deveria levar 15 minutos, porque fomos recolher todos [os corpos] e colocamos em sacos", conta o homem de 55 anos.

Em resposta ao ataque do Hamas, o Exército israelense lançou cerca de 6.000 bombas, ou um total de 4.000 toneladas de explosivos, no enclave palestino.

Na noite de quinta para sexta-feira, 750 "posições militares" foram atacadas, incluindo "residências de terroristas de alto escalão usadas como centros de comando militar", disse o Exército israelense.

Segundo jornalistas da AFP, "bombardeios maciços" atingiram o acampamento de Al Shati, o maior da Faixa de Gaza.

Os milicianos na Faixa de Gaza dispararam centenas de foguetes contra Israel nesta sexta-feira, confirmou um jornalista da AFP. Os projéteis foram lançados durante um período de cerca de 15 minutos.

Mais de 423.000 pessoas se viram forçadas a abandonar as suas casas no território palestino, segundo a agência humanitária das Nações Unidas, OCHA.

Na Faixa de Gaza, um território estreito e empobrecido sob rígido embargo israelense desde 2007, quando o Hamas assumiu o controle total, sua população está ficando sem água, eletricidade e alimentos, na sequência do cerco ordenado por Israel esta semana. Segundo o OCHA, alguns habitantes estão começando a beber água do mar, que é salgada e contaminada por esgoto.

- "Controlar Israel" -

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, reafirmou na quinta-feira seu apoio a Israel, embora tenha apelado que sejam consideradas as "aspirações legítimas" dos palestinos.

"Enquanto os Estados Unidos existirem (…), estaremos sempre ao seu lado", disse ele, após se reunir com Netanyahu.

Blinken mencionou as "possibilidades" de abrir passagens seguras para os civis "que desejam abandonar a área ou buscar refúgio".

Na Jordânia, onde Blinken continua sua viagem para tentar conter esta crise, o rei Abdullah II advertiu contra "qualquer tentativa de deslocar" os palestinos.

A Liga Árabe classificou a ordem de retirada israelense como "um crime além da compreensão", e o presidente russo, Vladimir Putin, disse que uma incursão terrestre israelense na Faixa de Gaza causaria "perdas inaceitáveis entre os civis" palestinos.

Além dos bombardeios em massa, Israel destacou dezenas de milhares de soldados para perto do enclave e na fronteira com o Líbano, no norte, país a partir do qual o Hezbollah pró-Irã, aliado do Hamas, lança foguetes.

O Irã disse que os Estados Unidos "devem controlar Israel", se quiserem evitar uma guerra regional, nas palavras de seu ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian, durante uma visita ao Líbano.

Em vários países da região, milhares de pessoas se manifestaram nas capitais do Iraque, do Irã e da Jordânia em apoio aos palestinos.

Um café para gatos abriu esta semana em Gaza, com a ideia de oferecer uma trégua aos palestinianos que residem neste território sob bloqueio israelense.

No Meow Cat Cafe, na cidade de Gaza, sua dona, Nehma Maabad, acaba de preparar comida para uma multidão de gatinhos.

"Os gatos, para mim, são um refúgio que me alivia do estresse psicológico. Por isso pensei em criar um projeto que misturasse café e algo que levante o ânimo", explica essa mulher de 50 anos.

Uma parte do estabelecimento está equipada com plataformas de madeira cobertas com grama artificial para os gatos escalarem. Nas paredes, também há vários quadros com esses gatos.

O Meow Cat Cafe é um dos muitos cafés para gatos que abriram recentemente em todo o mundo, uma tendência que vem crescendo. Mas a situação em Gaza é bastante especial.

Na Faixa de Gaza, um pequeno território devastado pela pobreza e pelas guerras, vivem 2,3 milhões de pessoas. Israel impôs um bloqueio a este enclave palestino desde que o movimento islâmico Hamas chegou ao poder em 2007.

No Meow, os clientes pagam cerca de 10 shekels (US$ 2,65) por hora para brincar com os gatos, o que, segundo Maabad, cobre alimentação e cuidados veterinários.

Para Manar Abu Samra, uma cliente, os preços são razoáveis.

"Os gatos aqui são lindos e fofos, é uma ideia maravilhosa e fiquei feliz quando soube disso", conta ela.

Animais de estimação são muito raros em Gaza, embora os gatos sejam onipresentes nas ruas, especialmente no porto e perto de peixarias. Maabad explica que trouxe gatos de casa e os outros foram presentes de amigos.

"A ideia deste café é oferecer uma experiência agradável com uma xícara de café", diz ela.

"Um gato com quem você brinca e faz você sorrir, faz você esquecer as pressões da vida", acrescenta.

Divulgado nesta quarta-feira (28), o Censo Demográfico 2022 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou a variação da população de Pernambuco nos últimos 12 anos. Realizado a cada década, o levantamento foi adiado pela pandemia e só saiu do papel após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Fundamental para a promoção de políticas públicas, o estudo mostrou que Pernambuco está no 23º lugar no índice nacional de crescimento populacional, com o acréscimo de 0,24% ao ano a partir de 2011. Pernambuco tem 9.058.155 habitantes, representando 4,46% do total da população brasileira.

##RECOMENDA##

Esse aumento foi encabeçado por duas cidades do Interior, o que confirma o processo de interiorização no estado. O município que mais recebeu moradores nos últimos 12 anos foi Petrolina, no Sertão, com 92.824, equivalente a um aumento de 2,31%, seguida por Caruaru, no Agreste, com 63.140 residentes, o que corresponde a 1,53%. 

Por outro lado, as maiores perdas estão no Centro da Região Metropolitana do Recife. A maior baixa foi na própria capital, que apresentou a retração de 48.784, um declínio de 0,27%. A segunda queda mais significativa foi percebida em Olinda, que perdeu 27.803 habitantes, equivalente a -0,64%.

Cidades com mais habitantes 

Como esperado, as cidades com maior número de moradores continuam na RMR, são elas: Recife, com 1.488.920 residentes, e Jaboatão dos Guararapes, com 643.759. Em terceiro lugar, após o movimento dos últimos 12 anos, aparece Petrolina, com 386.786. 

O arquipélago de Fernando de Noronha continua como a região do estado com menos moradores, com apenas 3.167. Dentro do Continente, esse título é dividido entre duas cidades do Sertão: Itacuruba, com 4.284 habitantes, e Ingazeira, com 4.768. 

Densidade populacional

Em relação à densidade demográfica, que calcula o número de habitantes por quilômetro quadrado, Olinda é a cidade mais povoada de Pernambuco, com 8.474 moradores a cada km². Recife aparece logo depois, com o índice de 6.803,60.

Na outra ponta, as cidades menos povoadas também são no Sertão, dessa vez representado por Parnamirim com 7,13 moradores por km² e Floresta, com 8,36. 

O IBGE também apontou que os municípios de Pernambuco com mais domicílios recenseados foram Recife (644.212) e Jaboatão (293.907). A lista dos menos recenseados começa por Fernando de Noronha (1.137) e segue com Itacuruba (1.950) e Ingazeira (2.358). 

Quase 90% da população da terceira província mais populosa da China foi infectada com a Covid-19 — disse uma autoridade de alto escalão nesta segunda-feira (9), no momento em que o país enfrenta um forte surto de casos.

Em entrevista coletiva, o diretor da Comissão de Saúde da província central de Henan, Kan Quancheng, disse que, "no 6 de janeiro de 2023, a taxa de contágio na província é de 89%".

Com uma população de 99,4 milhões, os números sugerem que 88,5 milhões de pessoas teriam sido infectadas pelo coronavírus.

Kan observou que as visitas às clínicas atingiram seu pico em 19 de dezembro, "depois do que se mostrou uma tendência declinante".

A China enfrenta um aumento no número de casos depois de encerrar anos de confinamentos, quarentenas e testes em massa em dezembro passado, medidas essas que atingiram a economia e provocaram protestos.

No domingo (8), Pequim suspendeu a quarentena obrigatória para quem chega ao país procedente do exterior e reabriu sua fronteira com a cidade semiautônoma de Hong Kong.

Teme-se que o número de casos dispare com o Ano Novo Lunar na China, celebrado no final de janeiro. Milhões de pessoas saem das cidades para visitar seus familiares no interior nesta data.

Na primeira onda de viagens prévia a esse feriado, os números oficiais indicaram que 34,7 milhões de pessoas se deslocaram internamente, um terço a mais do que no ano passado, segundo a imprensa estatal.

Ainda conforme dados oficiais, na semana passada, apenas 120.000 pessoas foram infectadas, e 30 morreram, desde que as restrições foram levantadas no início de dezembro.

Pequim modificou os critérios para definir a morte por covid-19 e pôs fim aos testes obrigatórios, para que seus números não reflitam a magnitude do surto.

Milhares de moradores de Pequim foram colocados à força em quarentena na manhã de sábado (21), após a detecção de 26 casos de Covid-19 em seu complexo residencial, segundo imagens e um comunicado oficial compartilhado nas redes sociais.

Mais de 13 mil moradores do conjunto habitacional de Nanxinyuan, no sudeste da capital, foram levados à noite para hotéis de isolamento, apesar de terem testado negativo para Covid-19.

"Os especialistas decidiram que todos os moradores de Nanxinyuan devem ser submetidos a uma quarentena a partir da meia-noite de 21 de maio, por sete dias", dizia um anúncio das autoridades de saúde do distrito de Chaoyang.

"Por favor, cooperem, caso contrário, terão de assumir as consequências legais", acrescentou.

Em algumas fotos compartilhadas nas redes sociais, viam-se centenas de pessoas fazendo fila com suas bagagens, no meio da escuridão, para embarcar em ônibus em frente à residência.

“Alguns de nós estão presos há 28 dias desde 23 de abril, e todos demos negativo desde então”, reclamou um morador na rede social Weibo.

"Muitos dos meus vizinhos são idosos, ou têm filhos jovens", acrescentou.

Pequim enfrenta sua maior explosão de casos de covid-19 desde o início da pandemia. A variante ômicron infectou mais de 1.300 pessoas desde o fim de abril, causando o fechamento por tempo indeterminado de restaurantes, escolas e lugares turísticos.

A China aplica uma contundente política de "covid zero" que implica o fechamento de fronteiras, testes em massa, confinamentos de cidades inteiras e quarentenas obrigatórias para quem teve contato com pessoas infectadas.

No Weibo, seus usuários expressaram preocupação, neste sábado, de que o governo esteja adotando o mesmo tipo de medida que imposta em Xangai no mês passado, quando milhares de pessoas foram internadas à força em centros de quarentena improvisados.

"É exatamente como foi em Xangai. O primeiro passo é cortar água e luz, depois, exigir as chaves... Depois, desinfetar as casas. Os eletrodomésticos, os móveis de madeira, as roupas, a comida... Tudo estragado", observou um comentário que recebeu mais de 300 "curtidas".

Lucy, uma moradora de Xangai, conta que, no meio da noite, ela e seus vizinhos foram forçados a entrar em um ônibus, e levados para improvisados centros de quarentena, a centenas de quilômetros da confinada megalópole chinesa.

Há semanas, a maioria dos 25 milhões de habitantes de Xangai está confinada em suas casas, enquanto a cidade enfrenta um grande surto de Covid-19.

Centenas de milhares de pessoas que testaram positivo para o coronavírus foram levadas para centros de isolamento improvisados, pois a China não permite que cumpram a quarentena em casa. Até moradores que testaram negativo no teste foram obrigados a deixarem suas casas, e transferidos para instalações fora da cidade, conforme relatos à AFP.

“A polícia nos disse que havia muitos casos positivos no nosso condomínio e que, se continuássemos morando aqui, todos acabaríamos infectados”, disse Lucy, que prefere não dar seu sobrenome, à AFP. "Não tínhamos outra opção", desabafou.

Segundo ela, o grupo de pessoas que testou negativo foi enviado para um centro de quarentena com centenas de quartos individuais pré-fabricados, na província vizinha de Anhui, a cerca de 400 km de distância. Ela não saber quando poderá voltar para casa.

A AFP conversou com outros residentes de Xangai, com boa saúde e negativos para o vírus, que também foram enviados para cumprir quarentena em outras províncias. Um deles diz que seus vizinhos protestaram e se recusaram a sair.

Outro, do distrito de Jing'an, contou que foi levado à noite, junto com dezenas de outras pessoas de seu complexo residencial, para um centro de quarentena também localizado em Anhui.

Em entrevista à AFP, uma mulher disse ter ficado "horrorizada" ao ver o local de sua residência temporária e que "perdeu a confiança no governo de Xangai".

Xangai se encontra, nesta segunda-feira (2), sob uma série de restrições sanitárias, enquanto os novos casos caíram para cerca de 7.000, com 32 mortes. As autoridades desta megalópole não responderam a perguntas sobre a situação na cidade.

Para o pesquisador Yanzhong Huang, do "think tank" Council on Foreign Relations (CFR), de Nova York, o governo deste importante centro econômico está, certamente, sujeito a uma grande pressão para aplicar a política de "covid zero em nível comunitário", ou seja, impedir a transmissão fora dos centros de quarentena.

“Quando estão submetidos a uma forte pressão que vem de cima para implementar as metas da política de ‘covid zero’, é muito mais provável que recorram a medidas muito duras e excessivas”, afirma.

"Afastar quem testou negativo para o vírus pode ser considerado como uma estratégia preventiva (...)", acrescenta Huang.

Segundo a agência oficial de notícias Xinhua, milhares de pessoas que tiveram contato com aquelas infectadas pelo vírus foram colocadas em quarentena nas províncias vizinhas.

A China determinou o confinamento de uma cidade industrial de 9 milhões de habitantes por um um surto de coronavírus, que se propaga pelo país com mais de 4.700 casos registrados nesta terça-feira (22), uma onda de contágios que virou um teste para a estratégia "covid zero" do governo.

Shenyang, um polo industrial que abriga uma fábrica da BMW, registrou 47 contágios na terça-feira. As autoridades ordenaram que os moradores permaneçam em casa e anunciaram que não poderão sair à rua sem um resultado negativo de um teste feito nas 48 horas prévias.

A cidade é a capital da província de Liaoning, no limite com Jilin (norte), epicentro da atual onda epidêmica, devido à variante ômicron.

As autoridades de saúde registraram nesta terça-feira 4.770 novos casos em todo o país, a maioria em Jilin.

O confinamento da cidade de Shenyang, também na região norte, entrou em confinamento na segunda-feira à noite.

A China atuou nas últimas semanas para tentar erradicar os focos de infecção com alguns confinamentos direcionados e testes em larga escala. No sábado, o país registrou duas mortes por covid-19, as primeiras em mais de um ano provocadas pelo coronavírus.

As autoridades alertaram para o risco econômico provocado pelos confinamentos constantes, enquanto o país tenta equilibrar a crise de saúde com as necessidades da segunda maior economia do mundo.

O presidente chinês, Xi Jinping, insistiu na semana passada na necessidade de "minimizar o impacto" da pandemia sobre a economia, mas ao mesmo tempo fez um apelo para que as autoridades prossigam com a a política "covid zero".

A atual onda de contágios representa um teste para a estratégia chinesa, o que obriga as autoridades a liberar leitos de hospital com pacientes que apresentam sintomas moderados.

Algumas cidades como Xangai aplicam confinamentos a edifícios específicos, evitando um bloqueio de toda cidade, apesar do registro de centenas de casos diários.

O centro tecnológico de Shenzhen anunciou na segunda-feira a suspensão do confinamento de uma semana, depois de flexibilizar algumas medidas na sexta-feira para minimizar o impacto do vírus sobre a economia.

A China confinou, nesta terça-feira (11), os cinco milhões de habitantes da cidade de Anyang (centro) para conter um surto da contagiosa variante ômicron da Covid-19 - informou a imprensa estatal.

As autoridades de Anyang anunciaram a medida na noite de segunda-feira, quando ordenaram que os moradores permaneçam em casa e não circulem em veículos particulares, de acordo com a agência oficial de notícias Xinhua.

Todos os estabelecimentos comerciais não essenciais foram fechados, e foi lançada uma campanha de testes em massa "para responder à severa situação de controle epidêmico e evitar, estritamente, a propagação do surto do vírus ômicron", publicou a agência.

Os casos de Anyang estão ligados a um foco contagioso na cidade de Tianjin, no norte, a 400 km de distância.

A rede estatal CCTV relatou 58 novos casos em Anyang na terça-feira, embora não esteja claro quantos deles estão associados à variante ômicron. O número total de infecções na cidade subiu para 84 desde sábado (8).

Localizada na província de Henan, Anyang já havia restringido as viagens fora de seus limites para, segundo as autoridades, "garantir que o surto não se espalhe" para as áreas vizinhas.

A China segue uma política de "covid zero", baseada em fechamentos seletivos, restrições de fronteiras e quarentenas prolongadas.

Sua estratégia se viu pressionada por um surto em Xi'an, o maior desde março de 2020 no país, devido ao surgimento da variante ômicron. Esta cidade enfrenta sua terceira semana de quarentena para erradicar o surto que acumula cerca de 2.000 casos.

As autoridades estão particularmente alertas, com a proximidade dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. O evento acontece de 4 a 20 de fevereiro.

Na região de Henan, próxima a Xi'an, pelo menos três cidades enfrentam surtos do coronavírus.

A capital da província de Zhengzhou fechou escolas e restaurantes, e a cidade de Yuzhou determinou, na semana passada, o confinamento de sua população de 1 milhão de habitantes.

Em outras partes do país, Tianjin, uma cidade portuária a 150 km de Pequim, proibiu a saída de seus moradores sem permissão das autoridades, além de determinar testes de detecção do coronavírus para seus 14 milhões de habitantes.

O Brasil tem 2,24 milhões de habitantes que vivem em terras indígenas ou quilombolas, a maioria deles em estados do Norte e Nordeste. Os dados fazem parte de um estudo realizado pelo IBGE que combinou médias de moradores por domicílio do censo de 2010 e as estimativas de domicílios levantadas junto à Base de Informações sobre os Indígenas e Quilombolas de 2019.

Os números foram tornados públicos nesta sexta-feira, 15. O estudo do IBGE surgiu a partir de um pedido feito pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2020. O objetivo era planejar a logística de vacinação contra a covid-19 nesses grupos específicos.

##RECOMENDA##

Segundo o instituto, no fim do ano passado estimava-se que 1.108.970 pessoas viviam em áreas indígenas, e outras 1.133.106 em localidades quilombolas do País. O IBGE ressalva, contudo, que o estudo tem caráter experimental, e que trata somente da estimativa de pessoas que vivem nessas áreas. Esses números não são o total da população indígena ou quilombola do País.

De acordo com a análise, do total de 1,13 milhão de residentes em localidades quilombolas, 698,1 mil estão na Região Nordeste. Bahia (268,6 mil) e Maranhão (170,9 mil) concentram quase metade da população brasileira em áreas quilombolas. As regiões Sudeste e Norte têm, respectivamente, estimativa de 172 mil e 154,9 mil pessoas em áreas quilombolas. O Sul, com 73 mil, e o Centro-Oeste, com 35 mil, completam o levantamento.

Quando são considerados os moradores de localidades indígenas, o IBGE aponta que mais da metade (560,4 mil) estão na Região Norte.

Os Estados com maior concentração indígena são Amazonas (284,5 mil), Mato Grosso (145,3 mil), Pará (105,3 mil) e Roraima (83,8 mil). Juntos, eles contabilizam 55,8% do total de residentes em áreas indígenas. Pernambuco (80,3 mil) e Mato Grosso do Sul (78,1 mil) também registram grande presença de moradores nesses locais.

A população brasileira chegou a 213,3 milhões de pessoas em 1º de julho de 2021, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano passado, o Brasil tinha 211,7 milhões de habitantes.

O dado foi publicado na edição de hoje (27) do Diário Oficial da União. O crescimento estimado da população de 2020 para 2021 foi de 0,74%, de acordo com o IBGE.

##RECOMENDA##

A estimativa mostra que os estados mais populosos são: São Paulo (46,65 milhões), Minas Gerais (21,41 milhões) e o Rio de Janeiro (17,46 milhões).

O país tem três estados com menos de 1 milhão de habitantes: Roraima (652,7 mil), Amapá (877,6 mil) e Acre (906,9 mil).

A população da China chegou no ano passado a 1,41 bilhão de habitantes, anunciou nesta terça-feira (11) o país mais populoso do mundo, ao apresentar os resultados do seu censo, realizado a cada 10 anos.

Em comparação com a pesquisa de 2010, a população chinesa cresceu em 72 milhões de habitantes, o que equivale a um aumento de 5,38% em 10 anos, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas.

O resultado do censo foi divulgado com um atraso de semanas. A China prevê que a curva de crescimento populacional irá atingir o pico em 2027, quando a Índia deverá ultrapassá-la e se tornar o país mais populoso do mundo. A população chinesa começaria, então, a diminuir, até chegar a 1,32 bilhão de habitantes em 2050.

O censo foi concluído em dezembro passado, com a ajuda de 7 milhões de voluntários. Seus resultados são considerados mais confiáveis do que as pesquisas demográficas anuais, baseadas em estimativas.

Desde 2017, a taxa de natalidade vem caindo no país, apesar da flexibilização, no ano anterior, da política do filho único, que permite o nascimento do segundo filho. A taxa caiu em 2019 a 10,48 a cada mil habitantes, nível mais baixo desde a fundação da China comunista, em 1949.

Os chineses seguem submetidos a um limite de dois filhos por família, e se levantam vozes pedindo o fim dessa barreira.

A população do México aumentou em quase 14 milhões de pessoas na última década para alcançar o total de 126 milhões, segundo os resultados do censo nacional, realizado em março do ano passado.

O dado, publicado nesta segunda-feira (25), compara-se com os pouco mais de 112 milhões de habitantes registrados pelo censo em 2010.

"O México ocupa o 11º lugar na população mundial, abaixo do Japão e acima da Etiópia", disse em um comunicado o instituto de estatísticas, INEGI.

O instituto acrescentou que 51,2% da população total são mulheres e o restante, homens. Também informou que a idade média da população é de 29 anos, enquanto no censo de 2010 era de 26 anos.

O INEGI disse que o estado do México, vizinho à capital, é a entidade federativa mais populosa do país, com quase 17 milhões de habitantes.

Segundo o censo, a população residente no México e nascida em outro país chega a 1,2 milhão de pessoas. Destes, 797.266 são americanos, 56.810 guatemaltecos e 52.948 de origem venezuelana.

Além disso, destacou que a taxa de analfabetismo diminuiu de 6,9% em 2010 a 4,7% em 2020, enquanto a disponibilidade de celulares nos lares mexicanos cresceu de 65,1% para 87,5% no mesmo período.

As principais estradas que levam a Shijiazhuang estavam bloqueadas nesta quarta-feira (6), em uma tentativa das autoridades chinesas de conter um fogo de coronavírus nesta grande cidade de 11 milhões de habitantes, próxima de Pequim.

As autoridades fecharam 10 estradas que levam à cidade situada 300 km ao sul da capital, assim como um terminal rodoviário, para evitar que o contágio se propague para fora de Shijiazhuang. As escolas também foram fechadas.

Shijiazhuang, capital da província de Hebei, próxima de Pequim, registrou 117 contágios, 63 deles anunciados na quarta-feira. Do total, 78 são assintomáticos.

Um de seus distritos, Gaocheng, é considerado de "alto risco" e foi isolado. Este setor de 40.000 habitantes é o único território do país com esta classificação.

Todos os habitantes foram submetidos a testes de detecção, segundo as autoridades de saúde.

A televisão nacional exibiu imagens de controles rodoviários e de enfermeiros com trajes de proteção organizando exames nos residentes. A emissora também mostrou imagens de funcionários municipais limpando as ruas de Shijiazhuang.

A China, onde o novo coronavírus foi detectado há um ano, erradicou em grande medida a pandemia na primavera (hemisfério norte, outono no Brasil), mas durante os últimos dias o balanço oficial de contágios aumentou, embora continue muito inferior aos registrados no exterior.

O aumento preocupa as autoridades com a aproximação da grande migração do Ano Novo chinês, que este ano acontece em 12 de fevereiro.

As festividades provocam a maior migração do mundo, pois centenas de milhões de trabalhadores deixam as grandes cidades para visitar suas famílias.

Além disso, uma equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) deve desembarcar na China em breve para investigar a origem do vírus, mas a organização anunciou na terça-feira que os especialistas não receberam um visto de entrada no país, embora alguns já estejam a caminho.

A estimativa populacional para 2020 aponta que Pernambuco registrou um aumento de habitantes e alcançou a 7ª posição na lista de estados mais populosos da Federação. O levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi divulgado nesta quinta-feira (27), com data de referência de 1º de julho deste ano.

Com 9.616.621 habitantes, Pernambuco comporta 4,5% da população brasileira e assumiu a 2ª posição em relação à Região Nordeste. O estado fica apenas atrás da Bahia, com 14,9 milhões de habitantes.

##RECOMENDA##

A Região Metropolitana do Recife (RMR) representa a 7ª maior em termos populacionais, com 4.103.780 habitantes. Naturalmente, a capital assume a primeira colocação no ranking local e é seguida por Jaboatão dos Guararapes, com 706.867 pessoas.

Jaboatão ganhou destaque no levantamento entre as cidades do Brasil com mais de 500 mil. O município é o 10º mais populoso na categoria sem as capitais, sendo o 1º fora do eixo Rio-São Paulo.

Entre 2019 e 2020, 25 cidades pernambucanas apresentaram crescimento superior a 1%. Toritama registrou o maior aumento do Agreste, com 2,09%, seguida por Bom Jardim, com 2,04%, e Santa Cruz do Capibaribe, que assinalou 1,82%. Enquanto 72,2% do estado, equivalente a 133 cidades, apresentaram o acréscimo de até 1%.

Reconhecida pela fruticultura, Petrolina teve resultado satisfatório e tornou-se o 9º maior município de Pernambuco, com o aumento de 1,48%. Caruaru registrou 1,15%.

Decréscimo no Interior

Segundo a entidade, 26 municípios sofreram uma retração no contingente populacional. Os representam maior queda foram Cumaru, com -6,55%, Sairé, com -1,69% e Palmeirinha, com -1,21%.

A pesquisa do IBGE ainda indica que Fernando de Noronha é a localidade com menos residentes, somando apenas 3.101. Outras cidades que integram a lista com menor contingente são Ingazeira, com 4.534, e Itacuruba, com 4.966, ambos n Sertão.

“As estimativas populacionais municipais são um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios e são referência para vários indicadores sociais, econômicos e demográficos”, informa o IBGE.

Diário Oficial da União publica, nesta quinta-feira (27), portaria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulga as estimativas da população para estados e municípios, com data de 1º de julho de 2020.  

As estimativas mostram que o Brasil já tem uma população de 211.755.692 de pessoas. Em 2019, a população estimada era de 210.147.125 pessoas. De acordo com a projeção, o Brasil ganhou mais 1,6 milhão de habitantes em relação ao ano passado,

##RECOMENDA##

Os estados mais populosos são: São Paulo (46.289.333), Minas Gerais (21.292.666) e Rio de Janeiro (17.366.189).

O Distrito Federal já conta com uma população de 3.055.149 habitantes. Roraima é o estado com a menor estimativa populacional (631.181).

tabela completa, por estado, pode ser conferida no Diário Oficial. 

Desde a metade de junho, o Brasil tem ocupado o segundo lugar em número de mortes absolutas pela Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos. Nesta quarta-feira (26), o País superou os norte-americanos em outro recorte estatístico: o número de mortes causadas pelo novo coronavírus por 100 mil habitantes. De acordo com os números da Johns Hopkins University, referência mundial no estudo da pandemia, o Brasil apresenta 55,05 mortes e os Estados Unidos, 54,18. O Brasil ocupa o 10º lugar no ranking.

No estudo que aponta a relação dos óbitos e a população de cada país, o ranking da universidade norte-americana aponta San Marino na liderança com 124,32 mortes a cada 100 mil habitantes. Em seguida vem a Bélgica (87,51), Peru (86,48), Andorra (68,83) e Reino Unido (62,44). Depois de superar os Estados Unidos, o Brasil está próximo dos números da Suécia (57,08) e Itália (58,65).

##RECOMENDA##

Marcio Bittencourt, médico da Clínica de Epidemiologia do Hospital Universitário da USP, afirma que os números são significativos. "Os dados mostram que estamos progredindo mais rápido que os Estados Unidos no momento, mesmo com o ajuste populacional", opina.

O especialista destaca, no entanto, que a comparação por índice populacional traz maior assertividade quando feita no final da pandemia. "É uma comparação limitada quando feita durante a progressão do surto. O índice por população somente é útil para a comparação de índices estáveis, como mortes por doenças crônicas. No caso de doenças agudas, ele só permite uma comparação adequada após o término da pandemia", avalia.

O epidemiologista da USP Paulo Lotufo explica que a comparação com outros países tem de ser feita com cautela por causa dos momentos diferentes que cada um atravessa no enfrentamento da pandemia. Enquanto na Europa as curvas apontam para uma queda significativa do número de casos e mortes, o Brasil ainda enfrenta uma situação difícil, com média de cerca de mil mortes registradas por dia. "Bélgica, Itália e Suécia já retornaram à normalidade. Por outro lado, Brasil, Índia, EUA e México têm movimento ascendente de mortes", exemplifica. "Por isso, não dá para comparar", conclui.

Na semana passada, a pandemia parecia dar os primeiros indícios de desaceleração no Brasil. De acordo com dados do centro de controle de epidemias do Imperial College London, a taxa de contágio (Rt) no País foi de 0,98, número que indica para quantas pessoas um paciente infectado consegue transmitir o novo coronavírus. O dado significa que 100 pessoas contaminadas contagiam outras 98 que, por sua vez, passam a doença para outras 96 e assim sucessivamente. Nesta semana, no entanto, o índice voltou para 1, o que indica que o momento de desaceleração não se manteve por duas semanas seguidas.

Conforme os dados do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, o Brasil registrou 1.215 mortes pela Covid-19 em 24 horas, chegando ao total de 116.666 óbitos na noite desta terça-feira. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 950 óbitos, uma variação de -3% em relação aos dados registrados em 14 dias.

As autoridades catalãs pediram nesta sexta-feira (17) que os habitantes de Barcelona fiquem em casa e só saiam se for essencial, devido ao aumento de infecções por coronavírus que, se não for contido, pode levar ao confinamento domiciliar.

"Precisam ficar em casa sempre que não for essencial sair", disse a porta-voz do governo para esta região espanhola, Meritxell Budó, em entrevista coletiva.

Embora seja uma recomendação, dado que as autoridades regionais não podem restringir drasticamente a mobilidade, a porta-voz advertiu que é "a última chance" de evitar medidas mais rígidas.

"Somos forçados a dar um passo atrás, para que não tenhamos que retornar nas próximas semanas ao confinamento total da população", disse Budó, que também pediu aos cidadãos que não se locomovam a outras regiões neste fim de semana.

As medidas anunciadas nesta sexta-feira também incluem a proibição de reuniões de mais de dez pessoas, a redução de 50% na capacidade de bares e restaurantes e o fechamento de locais de entretenimento, como teatros, cinemas e instalações esportivas.

Esse pacote de restrições só pode ser aplicado após ratificação por um juiz.

No total, as restrições afetam cerca de 4 milhões de pessoas, incluindo a área metropolitana de Barcelona, a segunda conurbação espanhola e um dos mais importantes destinos turísticos europeus.

Na última semana, de acordo com dados do governo catalão, a cidade registrou 733 casos positivos por teste de diagnóstico PCR, contra 279 na semana anterior. A duração dessas restrições será de duas semanas.

Um mês depois de encerrar completamente o confinamento da população, tendo reduzido bastante os casos de coronavírus, a Espanha passa por uma aceleração de infecções.

Em todo o país, mais de 150 surtos permanecem ativos, mas as duas regiões de maior preocupação são Catalunha e Aragão.

O diretor do centro de emergências sanitárias, Fernando Simón, admitiu na quinta-feira que nessas duas regiões "há uma certa transmissão comunitária".

As autoridades catalãs já haviam decretado esta semana o confinamento de 160.000 pessoas na área da cidade de Lérida, enquanto o governo de Aragão também impôs restrições em várias áreas, incluindo Zaragoza, a quinta cidade mais populosa da Espanha.

A Catalunha e posteriormente todas as regiões espanholas reforçaram a obrigação de usar máscara, sob pena de multa, mesmo quando a distância de segurança pode ser mantida.

Os surtos em Barcelona parecem ter nascido em L'Hospitalet de Llobregat, com 256.000 habitantes, uma das zonas mais densamente povoadas da Europa.

Segundo o pesquisador do grupo BIOCOM da Universidade Politécnica da Catalunha, Daniel López Codina, a multiplicação de surtos nessa área "dificulta o rastreamento de contatos".

Além disso, a densidade populacional e sua interconexão com a Espanha e a Europa aumentam "a velocidade com que o vírus pode se espalhar" e "medidas vigorosas devem ser tomadas", disse ele à AFP.

O governo regional, muito criticado por não ter preparado bem o dispositivo de controle de epidemias, anunciou na quinta-feira a contratação de 500 pessoas para rastrear os contatos dos casos e facilitar o isolamento.

A Espanha é um dos países europeus mais afetados pela pandemia, com mais de 28.400 mortes oficialmente registradas.

A Itália perdeu mais de 500.000 habitantes em cinco anos, situação provocada pela queda de nascimentos e o aumento do número de italianos que se mudara para outros países, anunciou o Instituto Nacional de Estatísticas (Istat).

"Em 31 de dezembro de 2019 a população residente na Itália era de 60.244.639 pessoas, quase 189.000 a menos que no início do ano. Em comparação com a mesma data em 2014, a queda é de 551.000 pessoas, o que confirma o declínio demográfico dos últimos cinco anos", ressalta o Istat.

"É um novo registro negativo de nascimentos e supera o recorde negativo de 2018", afirmou o instituto. Em 2019 foram registrados 420.170 nascimentos no país, quase 19.000 a menos que no ano anterior.

"A tendência negativa continua e mais uma vez foi registrado um déficit significativo entre recém-nascidos e falecidos, que segue a tendência dos últimos anos", explica o Istat, que registrou mais óbitos que nascimentos em 2019.

A população italiana se caracteriza por "um envelhecimento demográfico acentuado", recorda o Istat.

A chegada de estrangeiros e emigrantes não compensa a perda de população e se limita a "atenuar" a tendência, segundo o instituto oficial.

A Itália recebe em seu território cidadãos de 194 nacionalidades diferentes, incluindo 50 com pelo menos 10.000 residentes na península. Os estrangeiros na Itália representam 8,8% da população.

As cinco nacionalidades com mais residentes no país são romenos (1,208 milhão), albaneses (441.000), marroquinos (432.000), chineses (305.000) e ucranianos (240.000), que representam quase metade do número de estrangeiros na Itália.

Vidros quebrados, móveis queimados, pedras espalhadas pelo chão: o hotel onde 57 solicitantes de asilo das ilhas gregas seriam instalados foi destruído por habitantes do povoado de Árnissa, no norte da Grécia.

De acordo com testemunhas, ceca de 250 habitantes queimaram e roubaram o hotel para impedir a transferência dos solicitantes de asilo. Segundo eles, entre os agressores havia militantes de extrema direita.

"Foi espantoso, destruíram o hotel lançando pedras e ateando fogo", descreveu uma jovem que não quis revelar seu nome.

O hotel estava vazio no momento do ataque, mas deveria acolher um grupo de solicitantes de asilo, obrigados a abandonar o povoado para serem finalmente transferidos para um hotel em Salónica, metrópole do norte, a 110 quilômetros.

"Estão bem e serão colocados em quarentena, como é a norma", afirmou à AFP um responsável da Organização Internacional para Migrações, encarregado da transferência com as autoridades gregas.

Iniciadas em janeiro, estas transferências buscam descongestionar os acampamentos em Lesbos, Quíos, Samos, Cos e Leros, com capacidade para apenas 6.200 pessoas e onde se amontoam 38.000.

- Os próprios refugiados -

Dimitris Yannou, prefeito de Edessa, da qual Árnissa depende, considera que os principais autores dos incidentes em Árnissa "eram pessoas de extrema direita, conhecidas na região".

Ele ressalta que a maioria dos habitantes de seu povoado são, eles próprios, "refugiados" de origem grega, vindos da vizinha Turquia.

"Os refugiados expulsam os refugiados, é incrível", lamentou este homem de 60 anos.

Na semana passada, as imagens destes incidentes violentos viralizaram nas redes sociais, mas até agora as autoridades não prenderam ninguém.

"Os autores se esconderam depois que uma investigação policial foi aberta", disse Panayotis, de 36 anos.

A maioria dos habitantes evita falar deste ataque. "Não vimos nada, acabamos de expulsar os clandestinos", lança um transeunte.

Na segunda-feira, Stelios Petsas, porta-voz do governo, atribuiu o ataque à "má informação" e a um medo da população deslocada.

"Alguns habitantes não entenderam que, desde o início da crise de saúde, tomamos medidas concretas para os que estão nos acampamentos", disse.

"O plano governamental para conter a pandemia nos acampamentos tem sido eficaz. Não tivemos muitos casos de coronavírus" entre os migrantes, acrescentou.

Com a exceção de três centros no continente, os acampamentos das ilhas, até o momento, livraram-se da pandemia, mas os testes sistemáticos de detecção dos migrantes não haviam começado até a semana passada.

Dimitris lamentou a decisão do governo de retomar as transferências à Grécia continental, no momento em que "as medidas (de confinamento) acabam ser suspensas".

"Já disse várias vezes que Edessa está saturada de migrantes e refugiados", escreveu em sua página do Facebook.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando