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O Quênia anunciou neste sábado que está pronto para liderar uma força multinacional no Haiti e enviar 1.000 policiais àquele país caribenho, assolado pela violência, caso sua oferta seja aceita.

"O Quênia aceitou considerar positivamente liderar uma força multinacional no Haiti. O país se compromete a enviar um contingente de 1.000 policiais para treinar e ajudar a polícia haitiana a restabelecer a normalidade naquele país e proteger as instalações estratégicas", informou a chancelaria.

A proposta necessita de um mandato do Conselho de Segurança da ONU, bem como do consentimento das autoridades locais, ressaltou a pasta.

“Nas próximas semanas, está prevista uma missão de avaliação por parte de uma equipe operacional da polícia queniana”, informou a chancelaria, destacando que isto permitirá obter informações e orientar o mandato em função das necessidades em campo.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, haviam pedido à comunidade internacional que interviesse para ajudar a polícia haitiana a combater as gangues, que controlam 80% da capital daquele país, Porto Príncipe.

O Quênia já enviou forças de apoio à paz a países como República Democrática do Congo e Somália.

O deputado federal Maurício Marcon (Podemos-RS) fez falas apontadas como xenofóbicas após comparar a Bahia ao Haiti e afirmar que a compra de votos é algo comum na política do Nordeste. A declaração foi repreendida pelo ex-ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Antipetista declarado, o parlamentar criticou o Nordeste pela eleição de Lula (PT) e colocou a pobreza na região como estratégia política para perpetuar a continuidade de partidos da esquerda. "Se o Brasil tivesse uma educação melhor, com renda melhor, o Lula não seria presidente. O interesse desses políticos é que continue ruim", apontou. 

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Maurício disse que os nordestinos não cobram seus políticos e, por isso, os eleitos não mantêm o compromisso com o eleitor. Na sua opinião, essa realidade é oposta nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

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Em um ataque direto à Bahia, o deputado comparou o estado com o Haiti. "A gente teve lá na Bahia. É um Haiti, assim, não tem explicação. É uma pobreza. Tudo pichado. É sujo. E era uma área turística, então a gente fica imaginando onde não é", afirmou.

As falas foram condenadas pelo do Supremo Tribunal Federal (STF) ex-ministro Joaquim Barbosa nas redes sociais. O ex-magistrado o aconselhou a reter a "baba ofídico-peçonhenta que emana da boca" e a conhecer o peso histórico da Bahia. Ele ainda questionou as causa da “diáspora gaúcha” para outras regiões.

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O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, falaram sobre a situação do Haiti e a proposta americana de uma missão internacional no país. Como o Estadão revelou, os EUA tentam costurar com aliados uma potencial missão no Haiti e precisam de um país que lidere a proposta. O Brasil costuma ser lembrado pelos americanos por ter liderar o braço militar da missão que ficou 13 anos no Haiti.

Segundo o ex-chanceler Celso Amorim, a proposta sobre a missão no Haiti foi mencionada por Sullivan, sem que o americano sugerisse a participação do Brasil na empreitada. "O tema do Haiti foi mencionado, o próprio presidente Lula lembrou o empenho que o Brasil teve no passado na questão do Haiti, enfrentando às vezes até oposição interna, e a preocupação que ele tem porque a situação hoje é muito pior. Não vou entrar em detalhes, mas ele (Jake Sullivan) revelou também essa preocupação (com o Haiti) mas não fez nenhum pedido específico ao Brasil", disse.

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A proposta dos EUA foi levada a público pelos americanos durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU. Os EUA tentam costurar com aliados a potencial missão, que seria endossada pelo órgão sob o Capítulo 7 da carta da ONU, que trata de "ações relativas aos tratados de paz, rupturas da paz e atos de agressão".

EUA e México disseram que iriam apresentar dentro do Conselho de Segurança uma proposta de resolução para autorizar uma força internacional de paz no Haiti, nos termos que têm sido defendidos por Guterres. A resolução não chegou a ser apresentada, em parte porque nenhum país se mostrou disposto a assumir a liderança do processo. O possível estabelecimento de uma relação mais próxima entre EUA e o Brasil, com a eleição de Lula, alimentou os rumores de que o País poderia ficar com este papel.

O Brasil ocupa uma das cadeiras rotativas do Conselho de Segurança desde o início deste ano e permanecerá com voto no colegiado até o fim de 2023. Pessoas envolvidas na transição veem a participação em força multinacional como inoportuna, principalmente por ser fora da ONU. A proposta americana enfrentaria resistência da Rússia, em razão das relações estremecidas entre os dois países por causa da guerra na Ucrânia.

Segundo Amorim, Lula e Sullivan também falaram sobre questões climáticas, sobre a guerra na Ucrânia, sobre a situação política na Venezuela. Sobre as questões climáticas, o ex-chanceler afirmou que os dois discutiram a necessidade de engajamento de EUA e Brasil no assunto, sem debater medidas específicas.

Já em relação a Ucrânia, Amorim afirmou que o debate ficou em torno de análises sobre a guerra e vontade de trabalhar pela paz, sem discussão sobre temas concretos. "Dentro do contexto dessa análise, Sullivan mencionou a expectativa de que outros países podem ajudar, mencionou o por exemplo a Turquia na questão dos grãos", disse o ex-chanceler.

Lula defendeu uma nova governança global, com revisão do funcionamento do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Além de Amorim, participaram da reunião, pelo lado brasileiro, o petista Fernando Haddad, que deve assumir o Ministério da Fazenda no futuro governo e o senador Jaques Wagner (PT-BA).

Pelo lado americano, estiveram presentes Sullivan, Juan Gonzalez, diretor sênior para assuntos do Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional, e Ricardo Zuñiga, vice-secretário para assuntos do Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional.

O cólera deixou ao menos sete mortos no Haiti, disseram autoridades neste domingo (2), gerando temores de um ressurgimento da epidemia no país caribenho, assolado pela crise.

Quase três anos depois do fim da epidemia que matou 10.000 pessoas neste empobrecido país do Caribe, o Ministério de Saúde Pública disse que foram detectados vários casos suspeitos em Porto Príncipe a capital, assim como no subúrbio costeiro de Cité Soleil.

Laure Adrien, diretor-geral desta pasta, anunciou em coletiva de imprensa a morte de sete ou oito pessoas.

"A maioria das vítimas morreu em suas comunidades e não puderam ir aos hospitais", disse.

Protestos e saques sacodem o país, um dos mais pobres do mundo, desde que o primeiro-ministro Ariel Henry anunciou, em 11 de setembro, um aumento nos preços dos combustíveis.

A pasta da Saúde havia informado mais cedo em nota que foram tomadas medidas para limitar a propagação do vírus, incluindo a investigação de outros possíveis casos positivos, enquanto instou-se o país a aumentar as medidas de higiene.

Introduzida pelo pessoal das Nações Unidas após o terremoto devastador de 2010, o cólera causou a morte de cerca de 10.000 pessoas.

As primeiras infecções foram registradas ao longo do rio Artibonite, onde as forças de paz da ONU jogaram fezes, provocando uma epidemia que se espalhou por todo o país.

Apenas em agosto de 2016 a ONU reconheceu oficialmente seu papel no início da pandemia.

Em 2019, tinha sido detectado o último caso prévio de cólera e em fevereiro de 2022, o ministério da Saúde Pública realizou uma cerimônia para marcar a eliminação oficial desta doença.

Dois jornalistas foram assassinados no Haiti nesta quinta-feira (6) por uma quadrilha que atua na periferia da capital, Porto Príncipe, informou a emissora de rádio onde eles trabalhavam.

Wilguens Louissant e Amady John Wesley foram mortos em um tiroteio e um jornalista que os acompanhava conseguiu escapar, segundo a Radio Ecoute FM.

As mortes ocorrem no momento em que os grupos criminosos ampliam suas ações para além dos bairros marginais de Porto Príncipe. A área de Laboule 12, onde os três jornalistas faziam uma reportagem, é alvo de confrontos intensos entre grupos armados que tentam tomar o controle da região.

Uma estrada que cruza a área é a única alternativa para se chegar à metade sul do país, além da rodovia principal, controlada desde junho por uma das quadrilhas mais poderosas do país.

Há seis meses, o presidente Jovenel Moise foi assassinado em sua residência na capital, mergulhando o Haiti em uma crise política ainda mais profunda e aumentando a insegurança que seus habitantes enfrentam diariamente.

Menos equipada e tendo que enfrentar grupos criminosos fortemente armados, a polícia haitiana não tenta organizar nenhuma operação em larga escala contra as quadrilhas desde março de 2021.

Ao menos 50 pessoas morreram e várias ficaram feridas após a explosão de um caminhão-tanque, nesta terça-feira (14), na cidade haitiana de Cap-Haitien, segundo um balanço provisório feito pelo governo local. De acordo com as autoridades, o caminhão bateu e uma multidão correu para extrair a gasolina no momento em que ele explodiu.

"É a primeira vez desde que sou bombeiro em mais de 17 anos que vivencio uma catástrofe dessas", disse Frandy Jean, 49, chefe dos bombeiros do norte do Haiti ao jornal The New York Times. "Em termos de corpos que contamos e colocamos em sacos contabilizamos, estamos com cerca de 50 no momento e aumentando".

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O primeiro-ministro Ariel Henry, escrevendo no Twitter, confirmou que a explosão e o incêndio resultante mataram e feriram várias pessoas. Ele disse que equipes médicas estavam sendo enviadas para o local e declarou luto oficial por três dias.

Quase 20 residências próximas sofreram incêndios após a explosão, de acordo com Patrick Almonor, vice-prefeito de Cap-Haitien, o que permite prever um balanço maior de vítimas. "Ainda não temos condições de anunciar detalhes sobre o número de vítimas dentro das casas", disse. O hospital Justinien, para onde foram transportadas muitas vítimas da explosão, está lotado com o fluxo de feridos, muitos deles em estado crítico.

Escassez de combustíveis

O Haiti, país mais pobre da América Latina, enfrenta uma escassez de combustíveis porque grupos criminosos dominam parte da rede de abastecimento. Desde julho, quando o presidente Jovenel Moïse foi assassinado, a ilha caribenha sofreu um terremoto devastador e inundações repentinas, desastres que deixaram mais de 2 mil mortos e muitos mais feridos e desabrigados. Os desastres naturais foram agravados pela pobreza, fome e violência crescente.

Nos últimos meses, a grave escassez de combustível empurrou o país ainda mais fundo no colapso, à medida que gangues, e não o governo, assumiram o controle de grandes áreas do país. Muitas pessoas e empresas no Haiti dependem de geradores de energia. As gangues se aproveitaram da necessidade de combustível, sequestrando caminhões-tanque à vontade. Muitos caminhoneiros se recusaram a trabalhar e, em outubro, uma greve nacional paralisou o país. (Com agências internacionais).

Dezesseis americanos e um canadense, ligados a um grupo cristão de ajuda dos EUA, foram sequestrados por uma gangue em Porto Príncipe, capital do Haiti, quando estavam deixando um orfanato. Segundo o grupo Ministério Cristão de Ajuda, com sede em Ohio, os sequestrados são cinco homens, sete mulheres e cinco crianças, uma delas de 2 anos, a base dos missionários e suas famílias fica em Titanyen, cerca de 17 quilômetros ao norte de Porto Príncipe.

A gangue 400 Mawozo, uma das mais perigosas do país, que admitiu ter sequestrado cinco padres e duas freiras em abril, é apontada como a responsável por este sequestro, disse a polícia haitiana ontem. O sequestro do grupo de missionários ocorreu em Ganthier, uma comunidade no leste de Porto Príncipe.

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A gangue, cujo nome pode ser traduzido como "400 homens inexperientes", controla a área de Croix-des-Bouquets, que inclui Ganthier, onde ela costuma realizar sequestros, roubos de carros e extorsão de comerciantes. O Haiti luta contra uma onda de sequestros realizados por gangues. No entanto, mesmo em um país acostumado com a violência, o crime cometido contra um grupo de americanos chocou as autoridades pela ousadia.

A violência vem aumentando na capital haitiana, onde alguns estimam que as gangues atualmente controlem metade da cidade. Ontem, um ônibus foi sequestrado e membros de um grupo criminosos dispararam contra uma escola, ferindo pelo menos cinco pessoas, entre elas estudantes.

As forças de paz da ONU (Minustah) tiveram sucesso em conter a criminalidade em Porto Príncipe e nos subúrbios. No entanto, após o fim da missão, em 2017, as gangues voltaram com força total.

Esses grupos começaram a ampliar suas ações dois anos atrás, quando manifestantes furiosos com a corrupção exigiram a renúncia do presidente Jovenel Moïse e paralisaram o país. Os bloqueios e a violência impediram as pessoas de receberem tratamento nos hospitais, as crianças de frequentarem as escolas e os trabalhadores de comparecerem ao emprego.

O Haiti, um dos países mais pobres do mundo, tem um PIB de US$ 8,6 bilhões (o do Brasil é de US$ 1,8 trilhão) e ocupa a 170ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano, que mede a qualidade de vida dos seus cidadãos.

Partes de Porto Príncipe, incluindo a área onde o sequestro ocorreu, são tão perigosas que muitos residentes deixaram suas casas para viver em abrigos temporários, deixando as ruas praticamente abandonadas.

Membros das gangues vigiam as ruas da capital e poucos pedestres se aventuram a sair, mesmo de dia. Os criminosos têm sequestrado até mesmo ambulantes e, quando a família não tem dinheiro para pagar o resgate, eles exigem que ela venda eletrodomésticos, como geladeiras e televisores.

A insegurança aumentou ainda mais nos últimos meses, em razão do impasse político no país, após o presidente Moïse ser assassinado a tiros em sua residência, em 7 de julho, e um terremoto de magnitude 7,2 que matou mais de 2,2 mil pessoas, em agosto.

Apesar das investigações, a polícia haitiana ainda não identificou os responsáveis pelo assassinato do presidente e os políticos começaram a disputar o controle do governo, acusando uns aos outros de participação na conspiração para matá-lo.

O sequestro dos missionários ocorreu um dia após o Conselho de Segurança da ONU aprovar por unanimidade a extensão de sua missão no Haiti por mais nove meses. Muitos haitianos vêm pedindo que os EUA enviem tropas para ajudar na estabilização do país, mas o governo do presidente Joe Biden está relutante em enviar soldados para o Caribe.

"A segurança e o bem-estar dos cidadãos americanos no exterior são prioridade do Departamento de Estado", disse um porta-voz, em comunicado, sem dar detalhes. Um funcionário americano de alto escalão, que pediu anonimato, disse que os EUA estão em contato com autoridades haitianas para tentar resolver o caso.

O deputado republicano Adam Kinzinger, membro do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, disse ontem à CNN que os EUA precisam localizar os missionários e negociar a libertação deles sem o pagamento de um resgate.

A notícia do sequestro dos missionários veio dias após funcionários de alto escalão do governo americano visitarem o Haiti e prometerem mais recursos para a Polícia Nacional, incluindo US$ 15 milhões para ajudar a reduzir a violência das gangues. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 15 missionários americanos foram sequestrados no sábado (16) por uma gangue criminosa na periferia de Porto Príncipe, disse à AFP uma fonte de segurança haitiana.

Entre 15 e 17 americanos, entre eles crianças, estão nas mãos de um grupo armado que há meses realiza sequestros e roubos na região localizada entre a capital do Haiti e a fronteira com a República Dominicana, afirmou a fonte, que disse não poder confirmar se os sequestradores pediram pagamento de resgate.

"O bem-estar e a segurança dos cidadãos americanos no exterior é uma das nossas principais prioridades no Departamento de Estado. Sabemos desta informação e não temos nada a acrescentar no momento", comentou com a AFP um porta-voz do governo dos EUA.

Na manhã de sábado, a gangue denominada "400 mawozo" desviou vários carros que transitavam por estradas que controla e sequestrou os americanos e cidadãos haitianos.

Os missionários e seus familiares voltavam de uma visita a um orfanato a cerca de 30 km de Porto Príncipe, disse à AFP uma fonte do serviço de segurança.

Para alguns membros dessa organização religiosa sediada em Ohio, EUA, esta era sua primeira viagem ao Haiti.

Em abril, 10 pessoas - incluindo 10 religiosos franceses - foram sequestradas por essa gangue na mesma região.

Libertado após 20 dias de cativeiro, o padre Michel Briand disse então à AFP que o grupo estava "em um lugar ruim, em um momento ruim" e que quem os sequestrou não planejou isso.

As gangues armadas, que durante anos controlaram os distritos mais pobres da capital haitiana, ampliaram seu poder para Porto Príncipe e seus arredores, onde o número de sequestros extorsivos está aumentando.

Mais de 600 crimes deste tipo foram registrados nos primeiros três trimestres de 2021, contra 231 no mesmo período de 2020, segundo o Centro de Análise e Investigação em Direitos Humanos, com sede na capital haitiana.

Uma profunda crise política paralisa o desenvolvimento socioeconômico do Haiti há muitos anos.

O assassinato em 7 de julho do presidente Jovenel Moïse por parte de um comando armado em sua residência privada mergulhou ainda mais o país caribenho na incerteza.

O Haiti denunciou neste sábado (9) as declarações "racistas" do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que garantiu que a entrada de migrantes daquele país nos Estados Unidos coloca os americanos em risco diante da pandemia de Aids.

"O Haiti tem um grande problema com a Aids. Muitas dessas pessoas provavelmente têm Aids, elas vêm para o nosso país e não fazemos nada", disse o ex-presidente à Fox News. "É como um desejo de morte para o nosso país".

De acordo com dados do Banco Mundial, a prevalência de HIV no país caribenho tem diminuído continuamente nos últimos 15 anos e agora é estimada em 1,9% da população de 15 a 49 anos.

A embaixada haitiana em Washington condenou as "declarações racistas e infundadas sobre os migrantes haitianos, em particular, e a população haitiana em geral, do Sr. Donald J. Trump".

“Esses comentários vis tem com objetivo semear ódio e discórdia contra os migrantes”, denunciou a embaixada em um comunicado.

A chegada, em meados de setembro, de mais de 30 mil migrantes - em sua maioria haitianos - à fronteira entre México e Texas gerou fortes críticas ao governo de Joe Biden por parte do Partido Republicano, que acusou o presidente de ter relaxado as políticas de imigração de Trump.

Em menos de três semanas, mais de 7.500 migrantes haitianos, 20% deles crianças, foram expulsos pelos serviços de migração dos Estados Unidos, que fretaram 70 aviões para a capital, Porto Príncipe, e Cap Haitien, a segunda maior cidade do país.

A embaixada haitiana em Washington também considerou que "o povo civilizado (...) não deve ficar indiferente a esta enésima difamação do povo haitiano pelo ex-presidente Trump".

Em uma reunião privada, em janeiro de 2018, o então chefe de estado dos EUA chamou o Haiti e várias nações africanas de "países de merda".

O Haiti ainda está longe de se recuperar do potente terremoto de magnitude 7,2 ocorrido no último dia 14 de agosto (seguido pela passagem do ciclone tropical Grace dois dias depois). O desastre natural deixou mais de 2 mil mortos e outras 137 mil famílias desabrigadas, segundo a direção de proteção civil do Haiti. As autoridades locais contabilizaram que mais de 100 mil casas tiveram suas estruturas comprometidas.

Sensibilizados com a crise humanitária vivida no país mais empobrecido das Américas, o Comitê Pernambucano dos DIreitos das Pessoas em Situação de Refúgio, Migração e Apatridia (Comigrar-PE) inicia nesta sexta-feira uma campanha para arrecadar doações para as famílias atingidas pela catástrofe no Haiti. O Comigrar pede comida não perecível, material de limpeza; barracas; capas de chuva; material escolar (as aulas regressaram, mas as crianças perderam tudo) e brinquedos para crianças.

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As doações serão recebidas em quatro polos principais: o Batalhão de Polícia do Exército do Derby, a Universidade Católica de Pernambuco, a Universidade Federal de Pernambuco e a UNINASSAU. No próximo dia 11 de setembro, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) vai para o Haiti para buscar os integrantes da missão humanitária enviada pelo Brasil no último dia 22 de agosto. O Comigrar aproveitará o voo para, então, enviar as doações.

"A vida no Brasil é difícil, imagine no Haiti. É o país mais empobrecido das Américas e acabou de receber um terremoto e junto ainda veio um furacão. Imagine o tamanho da dor. Outra coisa, ajudar um irmão no Haiti é um problema que estamos evitando aqui em Pernambuco. Dar a oportunidade para resistir no Haiti é a chance dela se restabelecer lá", afirmou o haitiano Jean Baptiste Joseph, que vive no Brasil desde 2010.

E completou: "Tudo no mundo é conectado, o que acontece lá pode refletir aqui daqui a alguns anos. Por isso, e sobretudo por querer bem ao próximo, é importante ser sensível e, aqueles que podem, ajudar as pessoas que estão neste momento morrendo de fome literalmente". 

Necessidades

Comida não perecível;

Material de limpeza;

Barracas;

Capas de chuva;

Material escolar: cadernos; lápis, canetas etc (as aulas regressaram, mas as crianças perderam tudo);

Brinquedos para crianças

Pontos de arrecadação

Batalhão de Polícia do Exército do Derby;

Universidade Católica de Pernambuco;

Universidade Federal de Pernambuco;

UNINASSAU;

Dias e horários de arrecadação

Sexta (3/09/21): 8h-17h;

Sábado (4/09/21): 8h-12h;

Domingo (5/09/21): 08h-12h;

Segunda-feira (6/09/21): 8h-17h;

Terça-feira (7/09/21): 8h-17h;

Quarta-feira (8/09/21): 8h-17h;

Quinta-feira (9/09/21): 8h-17h;

Sexta-feira (10/09/21): 8h-17h

Organizações locais que irão receber os donativos

International Women of H.O.P.E (IWOH);

FEWG;

Cáritas Haiti;

Grupo missionários no Haiti

*Da assessoria

Na última semana, repercutiu no mundo todo os desastres naturais que atingiram o Haiti. Além de um terremoto com 7,2 de magnitude, o país também foi vítima de um ciclone tropical, em pouco menos de uma semana. De acordo com as autoridades locais, o número de mortos já passa dos 2 mil, além de outras 12 mil pessoas que ficaram feridas, e cerca de 300 que estão desaparecidas. Assim, levanta-se a questão sobre o que, de fato, ocasiona os terremotos, e quais regiões podem estar mais suscetíveis a este fenômeno.

De acordo com a bióloga e doutora em geociências e meio ambiente, Marisa Vianna Mesquita, o terremoto, que também pode ser nomeado como sismo, é uma liberação de energia interna acumulada, que é liberada por conta das placas tectônicas. O fenômeno também pode ocorrer em áreas oceânicas, levando o nome de maremoto ou tsunami. Além desses, também é possível que ocorram outros tremores, oriundos de detonação em minerações e, nesse caso, são considerados por causas atectônicas.

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A depender da magnitude do fenômeno, as consequências podem ser catastróficas, assim como nas últimas semanas no Haiti. Segundo a especialista, existem áreas do planeta que possuem mais chances de receber tremores por liberação de energia, como a região norte do continente africano, a zona oeste da América do Sul e Norte, além da região leste da Ásia. “São as áreas de choque ou separação das placas tectônicas”, afirma Marisa.

Existem outros tipos de fenômenos que também afetam o planeta Terra, como o aquecimento global, que acontecem em decorrência da interferência humana, mas a especialista esclarece dizendo que mudanças climáticas e terremotos não se correlacionam, já que sismos e processo vulcânicos são considerados processos naturais do planeta, o qual o homem não consegue provocar, ou ter algum tipo de interferência.

O que fazer para se proteger durante um terremoto?

Existem recomendações que devem ser seguidas para aqueles que vivem ou viajam a regiões suscetíveis a terremotos. De acordo com o Governo da Província de Aichi (Japão), durante um abalo sísmico, é necessário afastar-se de móveis que podem tombar e esconder-se sob uma mesa ou móveis resistentes. Logo após o abalo sísmico, é recomendável fechar os registros de gás, retirar os fios da tomada, e abrir janelas e portas para que sirva de saída de emergência.

 

 

Trinta e dois bombeiros e um representante do Ministério do Desenvolvimento Regional estão a caminho do Haiti, levando cerca de 7 toneladas de materiais e equipamentos de emergência, além de 3,5 toneladas de medicamentos e insumos estratégicos do Ministério da Saúde. A missão tem por objetivo ajudar o Haiti a amenizar os problemas decorrentes de terremotos que atingiram o país desde o dia 14 de agosto, resultando em mais de 2 mil mortes e 10 mil feridos até o momento.

O avião de transporte KC-390 Millennium decolou da Base Aérea de Brasília na manhã de hoje (22) e a previsão é de que, após paradas para abastecimento em Cachimbo (PA) e em Boa Vista (RR), desembarque às 19h25 (horário de Brasília) em Porto Príncipe, a capital haitiana. O retorno a Brasília está previsto para amanhã (23), às 08h20.

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Pouco antes do embarque, em cerimônia na Base Aérea de Brasília, o presidente Jair Bolsonaro lembrou que a solidariedade é uma marca do povo brasileiro. “Recebi o pedido e, com o apoio das Forças Armadas e do corpo diplomático, essa missão foi armada. Esse pequeno contingente terá grande missão e simbolismo”, disse o presidente.

Em meio às 3,5 toneladas de medicamentos e insumos enviados há, segundo o Ministério da Defesa, cinco kits que podem, cada um, atender até 10 mil pessoas em situações de desastre. Também foram enviados materiais de uso hospitalar disponibilizados pela Força Nacional do SUS, como macas, colares cervicais, biombos, além de insulina humana tipo regular, medicamento que tem ação rápida em casos de choque, ocasionado pela diminuição anormal do volume do sangue.

Presente na tradicional simulação da Marinha em Formosa, no estado de Goiás, nessa segunda-feira (16), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reafirmou o compromisso das Forças Armadas com a democracia e sua importância para a 'tranquilidade' entre os Poderes. Ele garantiu que as instituições de Defesa jamais vão motivar qualquer ruptura institucional.

Em discurso aos militares que participaram do treinamento, Bolsonaro afirmou que "jamais nós seremos os motivadores de qualquer ruptura ou medidas que tragam intranquilidade para o povo brasileiro". Apesar de se incluir como integrante das Forças Armadas, o ex-militar acrescentou que elas "são de todos nós. Elas dão suporte aos três Poderes. Qualquer movimento nosso visa exclusivamente a defesa da Pátria".

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O chefe do Executivo destacou que o Brasil é uma potência democrática e ainda comentou que suas poucas horas de sono tranquilo se dão por "saber que em qualquer lugar do Brasil tem um militar atento ao que está acontecendo e pronto para trabalhar pela nossa democracia, pela nossa liberdade, pelas garantias dos Poderes. O Brasil precisa de paz, tranquilidade e harmonia. Precisa que todos, sem exceção, respeite a Constituição".

Apoio ao Haiti

O convite para acompanhar a instrução gerou controvérsia com o desfile de veículos militares em Brasília no dia da votação da PEC do voto impresso na Câmara. Porém, o presidente salientou a importância da operação simulada e disse que o país foi chamado para ajudar na reconstrução do Haiti, que perdeu mais de 1.400 pessoas e soma mais de 2.800 feridos após dois terremotos de 7.2 e 5.9 nesse fim de semana.

"Esse adestramento, feito a mais de 30 anos, passava-se de forma desapercebida. As nossas Forças Armadas têm dado operações práticas no mundo todo, como agora estamos novamente sendo solicitados a uma missão de socorro humanitário no Haiti", comunicou.

Ministros no evento

Além dos correligionários, o presidente foi acompanhado pelos ministros militares da Defesa, Braga Netto, que pressionou divulgou um comunicado para pressionar o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM), e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que nesta segunda (16) asseverou a possibilidade de intervenção militar pelo art. 142 da Constituição Federal.

A comitiva também foi composta pelo novo ministro da Casa Civil e presidente do PP, Ciro Nogueira, e pelos ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, do Turismo, Gilson Machado.

A situação humanitária do Haiti pode ficar ainda mais grave, nesta segunda-feira (16), com a previsão de chegada da tempestade tropical Grace, que se formou na região leste do Caribe e, segundo o National Hurricane Center dos EUA, deverá atingir a ilha ainda neste domingo (15). As chuvas fortes podem causar enchentes e possíveis deslizamentos. A tempestade tropical chega após o Haiti ter sido devastado por um terremoto que atingiu a magnitude 7,2, no sábado (14), matando cerca de 1.300 pessoas e deixando cerca de 2,8 mil desabrigados.

O terremoto, que já é um dos dez mais letais dos últimos 25 anos na América Latina, foi registrado a cerca de 12 quilômetros da cidade de Saint-Louis du Sud, com um hipocentro de 10 quilômetros de profundidade. O tremor também foi sentido na República Dominicana e em Cuba. No início da noite de sábado, o Haiti foi atingido por um segundo terremoto, dessa vez de 5,9 graus. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram centenas de prédios em ruínas.

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Além da infraestrutura, como estradas e plataformas de trens, o terremoto danificou ou destruiu completamente igrejas, hotéis, hospitais e escolas, abrindo também as paredes de uma prisão.

A nação mais pobre das Américas ainda carrega as cicatrizes do terremoto de 2010, com sua infraestrutura e economia enfraquecidas. Prédios icônicos, incluindo a catedral de Nossa Senhora de Assunção, não foram reconstruídos, enquanto dezenas de milhares de pessoas ainda vivem em moradias provisórias.

Fonie Pierre, diretora do Catholic Relief Services na cidade de Les Cayes, disse que o terremoto de sábado foi tão forte que ela não conseguiu se mover e, enquanto estava em sua casa, teve flashbacks de 2010. Fonie havia viajado de Les Cayes para a capital dias depois do tremor e visto cadáveres amontoados na beira da estrada. "Isso me trouxe de volta à mente os cadáveres, a poeira branca das casas em ruínas", disse. "Eu pensei: é isso, é a mesma coisa."

Para piorar a situação do país arrasado pelo terremoto de 2010, em 2016 o furacão Matthew matou mais de 850 pessoas e deixou dezenas de milhares de desabrigados.

Na última década, o país chamou a atenção do mundo para a necessidade de ajuda financeira e humanitária, mas desde 2010 os esforços para reconstruir a nação foram prejudicados por um sistema de ajuda internacional ineficiente, por corrupção e turbulência política, segundo os especialistas.

Agora os desastres naturais acontecem em momento em que o país mal se recuperou do assassinato do presidente Jovenel Moïse, morto a tiros por homens armados que abrirem fogo com fuzis em sua residência particular em julho passado.

Depois de descrever a situação do terremoto como "dramática", o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, que assumiu o cargo há menos de um mês, declarou estado de emergência por 30 dias.

Os Estados Unidos enviaram suprimentos e organizaram uma equipe urbana de busca e resgate de 65 pessoas com equipamento especializado, anunciou Samantha Power, administradora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional. Alguns haitianos afirmaram que passaram a noite de sábado dormindo ao ar livre, traumatizados pelas lembranças do terremoto de 2010, que atingiu mais intensamente a capital, Porto Príncipe.

O acesso às áreas mais afetadas ficou ainda mais complicado por causa da falta de segurança em um país em que as principais estradas de acesso a partes do Haiti estão nas mãos de gangues, embora relatos não confirmados nas redes sociais sugerissem que elas deixariam a ajuda passar.

Os fortes terremotos nesta região são recorrentes - há registros de 1887, 1842, 1770 e 1751. A falha geológica na linha leste-oeste do país se encontra na convergência de duas placas tectônicas. Nessa linha de falha, chamada de zona de falha Enriquillo-Plantain Garden, a placa do Caribe e a placa da América do Norte se movem lateralmente, ou lado a lado, cerca de um quarto de polegada por ano. (Com agências internacionais).

O número de mortos no terremoto de magnitude 7,2 ocorrido neste sábado, 14, no Haiti subiu para 724 neste domingo, 15, com pelo menos 2,8 mil pessoas feridas e centenas de casas destruídas. Os dados atualizados do Gabinete de Defesa Civil seguem uma contagem anterior de 304 mortes. O diretor do escritório, Jerry Chandler, disse que as equipes de resgate continuam procurando por sobreviventes sob os escombros.

Pessoas no país caribenho correram para as ruas em busca de segurança e, em seguida, ajudaram a resgatar aqueles que estavam presos nos escombros de casas, hotéis e outras estruturas que desabaram.

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O terremoto atingiu a parte sudoeste da nação mais pobre do continente, praticamente destruindo algumas cidades e causando deslizamentos de terra que afetaram os esforços de resgate em duas das comunidades mais afetadas. O desastre agravou o que já era uma situação difícil para os haitianos, que lutam contra a pandemia do coronavírus, o assassinato do presidente Jovenel Moïse e uma onda de violência de gangues.

O primeiro-ministro Ariel Henry informou que enviará ajuda para áreas onde cidades foram devastadas e hospitais lotados com o número de pacientes que chegam. Um ex-senador alugou um avião particular para levar os feridos de Les Cayes a Porto Príncipe para assistência médica. Fonte: Associated Press.

As equipes de resgate procuravam, neste domingo (15), sobreviventes no Haiti, um dia após um terremoto de magnitude 7,2 que deixou pelo menos 304 mortos e mais de 1.800 feridos no sudoeste da ilha e reviveu memórias terríveis do grande terremoto de 2010.

O terremoto ocorreu no sábado (14) às 08h29 (9h29 de Brasília) a 12 km da cidade de Saint-Louis-du-Sud, localizada a cerca de 160 km da capital haitiana Porto Príncipe, segundo dados do Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Muitos edifícios desabaram durante o poderoso terremoto, prendendo centenas de moradores sob lajes de concreto.

Os habitantes se mobilizaram para socorrer as vítimas feridas. "As primeiras intervenções, realizadas tanto por socorristas profissionais como por membros da população, permitiram retirar muitas pessoas dos escombros", afirmaram os serviços de Defesa Civil.

Mais de 1.800 pessoas ficaram feridas no terremoto e os poucos hospitais nas regiões afetadas lutam para fornecer atendimento de emergência.

O chefe do governo, Ariel Henry, que sobrevoou as áreas mais afetadas de helicóptero no sábado, anunciou que o estado de emergência foi declarado por um mês nos quatro departamentos afetados pela catástrofe.

Neste domingo, o papa Francisco expressou sua "solidariedade" com a população do Haiti, conclamando a comunidade internacional a vir em seu socorro.

"Dirijo palavras de encorajamento aos sobreviventes, esperando que a comunidade internacional se envolva em seu nome e que a solidariedade de todos possa mitigar as consequências da tragédia", declarou o papa durante o Ângelus na Praça de São Pedro.

- Ameaça de gangues -

Pessoal e medicamentos foram enviados pelo ministério da Saúde para o sudoeste da península, mas a logística de emergência está ameaçada pela insegurança que assola o Haiti há meses.

Em pouco mais de dois quilômetros, a única estrada que liga a capital à metade sul do país atravessa o bairro pobre de Martissant sob o controle de gangues armadas desde o início de junho, impedindo a livre circulação.

"Toda a ajuda deve passar", declarou o primeiro-ministro Ariel Henry na noite de sábado.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ofereceu no sábado assistência "imediata". Ele encarregou a diretora da Agência de Ajuda Internacional dos Estados Unidos (USAID), Samantha Powers, de coordenar esse esforço.

Por sua vez, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, garantiu "acompanhar os últimos desdobramentos da tragédia no Haiti".

"As Nações Unidas estão trabalhando para apoiar as necessidades emergenciais", tuitou.

- Hotel e casas desabadas -

A República Dominicana, vizinha do Haiti na mesma ilha, anunciou o envio de 10.000 rações de emergência e equipamentos médicos.

México, Peru, Argentina, Chile e Venezuela também se ofereceram para ajudar, assim como o Equador, que envia uma equipe de 34 bombeiros para participar das buscas.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, garantiu aos haitianos que eles poderiam "contar com a ajuda da Espanha".

Os 253 médicos cubanos presentes no país para cooperar na luta contra a pandemia de covid-19 estavam adaptando um hospital em Porto Príncipe para receber os feridos.

A tenista japonesa Naomi Osaka, cujo pai é haitiano, oferecerá às vítimas do terremoto todos os prêmios que receberá em um torneio que está por vir.

"Essa devastação realmente dói", escreveu ela no Twitter.

Na costa sul, um hotel de vários andares, chamado Le Manguier, desabou em Les Cayes, a terceira maior cidade do Haiti.

O corpo sem vida do ex-senador haitiano Gabriel Fortuné, proprietário do hotel, foi removido dos escombros. Sua morte foi confirmada pelo primeiro-ministro.

O longo tremor foi sentido em todo o país. Com mais de 200.000 habitantes, a aglomeração de Jérémie, no extremo sudoeste da península, sofreu grandes danos no centro da cidade.

"O telhado da catedral caiu", contou à AFP Job Joseph, morador de Jérémie. "A rua principal está bloqueada".

E os esforços de socorro podem ser atrapalhados pela aproximação da tempestade tropical Grace, com o risco de chuvas torrenciais e enchentes rápidas, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA.

Em vídeos compartilhados online, moradores filmaram vários prédios desabados.

O país mais pobre das Américas ainda se lembra do terremoto de 12 de janeiro de 2010, que devastou a capital e várias cidades do interior. Mais de 200.000 pessoas morreram e mais de 300.000 outras ficaram feridas na catástrofe.

Mais de um milhão e meio de haitianos ficaram desabrigados, colocando as autoridades e a comunidade humanitária internacional diante do desafio colossal da reconstrução de um país sem registro de terras ou regras de planejamento urbano.

Sem conseguir enfrentar o desafio da reconstrução, o Haiti, regularmente atingido por furacões, mergulhou em uma aguda crise sociopolítica.

Um forte terremoto de 7,2 graus de magnitude devastou o sudoeste do Haiti neste sábado, 14, e foi sentido em todo o país, deixando pelo menos 304 mortos, informou o chefe da Defesa Civil do país, Jerry Chandler. Anteriormente, o primeiro-ministro Ariel Henry já havia falado em "várias" vítimas no ocorrido. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram centenas de prédios em ruínas, dando uma ideia da destruição.

"Ofereço as minhas condolências aos pais das vítimas deste violento terremoto que causou várias perdas de vidas humanas e materiais em vários departamentos geográficos do país", escreveu o premiê no Twitter. "Mobilizo todos os recursos da minha administração para ajudar as vítimas." Henry, que assumiu o cargo há menos de um mês, declarou estado de emergência por 30 dias.

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Após o tremor, um alerta de tsunami chegou a ser emitido, mas pouco depois foi suspenso. A magnitude de 7,2 torna este terremoto potencialmente maior, além de ter ocorrido mais próximo à superfície, do que o de magnitude 7 que atingiu o Haiti 11 anos atrás, matando centenas de milhares de pessoas.

O terremoto aconteceu a 12 km da cidade de Saint-Louis du Sud, a mais de 160 km a sudoeste da capital haitiana, Porto Príncipe, a uma profundidade de 10 km, segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).

O terremoto ocorre em um momento em que o Haiti já está atolado em crises políticas, humanitárias e de segurança. O governo está em crise, um mês após o assassinato do presidente Jovenel Moïse. Há poucos dias, o conselho eleitoral provisório do Haiti adiou o primeiro turno das eleições presidenciais, antes previsto para setembro, para 7 de novembro.

O país ainda enfrenta uma fome crescente e os serviços de saúde estão sobrecarregados pela covid-19. O acesso à região sul, onde ocorreu o terremoto, foi restringido pelo controle de gangues em áreas-chave.

"Este país nunca encontra uma pausa! Cada ano de má gestão não doeu, mas os efeitos cumulativos nos tornaram vulneráveis a tudo", disse o empresário haitiano Marc Alain Boucicault no Twitter. "Vai levar anos para consertar as coisas e ainda nem começamos!".

Há o registro de danos materiais em várias cidades, segundo imagens de testemunhas publicadas em redes sociais. Prédios religiosos, escolas e residências foram danificados no terremoto, de acordo com moradores.

"No meu bairro, ouvi pessoas gritando. Elas estavam saltando para fora", disse Sephora Pierre Louis, moradora de Porto Príncipe, acrescentando que ela ainda estava em estado de choque. "Pelo menos eles sabem como sair. Em 2010, não sabiam o que fazer. As pessoas ainda estão na rua."

O tremor também foi sentido no Caribe, onde as pessoas deixaram suas residências com medo de desabamento. "Todos têm muito medo. Há anos que não havia um terremoto tão grande", disse Daniel Ross, residente na cidade de Guantánamo, no Leste de Cuba.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou ajuda "imediata" ao Haiti, disse a Casa Branca. O montante da ajuda não foi divulgado. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse no Twitter que está acompanhando "a mais recente tragédia em curso no Haiti".

Em rede social, o presidente da República Dominicana, Luis Abinader, expressou "consternação" pelo terremoto no país vizinho. "Instruí ao ministro das Relações Exteriores que se comunique com o primeiro-ministro haitiano para facilitar qualquer ajuda dentro das nossas possibilidades", escreveu.

O terremoto deste sábado ocorreu pouco mais de um mês depois que o presidente Jovenel Moise foi assassinado em sua casa por um comando armado, chocando um país que já lutava contra a pobreza, o aumento da violência de gangues e a pandemia.

O juiz de investigação nomeado no dia 2 para liderar a investigação judicial sobre o assassinato de Moise anunciou quatro dias depois que abandonaria o caso. (Com agências internacionais)

Um terremoto de magnitude 7,2 sacudiu o Haiti na manhã deste sábado (14), deixando pelo menos 29 mortos e danos a propriedades neste país caribenho que ainda se recupera do devastador terremoto de 2010 e sofre uma crise social e política em plena pandemia de covid-19.

O terremoto, que fez tremer as casas e obrigou os habitantes a procurar abrigo, ocorreu por volta das 8h30 (9h30 no horário de Brasília), a 12 km da cidade de São Luís do Sul, localizada a 160 km da capital haitiana, Porto Príncipe, segundo dados do Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Até o momento, foram confirmadas 29 mortes, de acordo com o diretor de proteção civil do país, Jerry Chandler.

Do total, 17 mortes foram registradas no departamento de Grand-Anse, nove na cidade de Les Cayes e três no departamento de Nippes, onde ocorreu o epicentro do terremoto, no sudoeste da ilha.

Na cidade de Jeremie, no extremo oriente do Haiti e composta principalmente por residências e edifícios de um andar, foram registrados graves danos.

O Haiti declarou estado de emergência em resposta à catástrofe e o presidente americano, Joe Biden, aprovou uma ajuda "imediata" para o país caribenho, declarou à imprensa um funcionário da Casa Branca.

Os habitantes compartilharam imagens nas redes sociais que mostram os esforços para retirar as pessoas dos escombros dos edifícios que desmoronaram, enquanto várias pessoas gritavam na tentativa de encontrar um lugar segura fora de suas casas.

"Todos os recursos"

"Estou mobilizando todos os recursos de minha administração para ajudar das vítimas", escreveu no Twitter o primeiro-ministro do país, Ariel Henry, ao mesmo tempo em que pediu a união da nação.

O forte terremoto foi sentido em grande parte do Caribe, inclusive em Santiago de Cuba (cerca de 300 km de Saint-Louis-du-Sud), onde muitos residentes deixaram suas casas por precaução, segundo a rádio Rebelde.

O USGS emitiu inicialmente um alerta de tsunami, prevendo possíveis ondas de até três metros ao longo da costa do Haiti, mas logo suspendeu o aviso.

Os danos na cidade de Les Cayes parecem importantes, com o desabamento de um hotel de vários andares.

Em vídeos compartilhados online, os residentes filmaram as ruínas de vários edifícios de concreto, incluindo uma igreja em que uma cerimônia aparentemente estava acontecendo na manhã de sábado na cidade de Les Anglais, 200 km a sudoeste de Porto Príncipe.

"Minha solidariedade e de todo o povo espanhol com o Haiti pelo grave terremoto que sofreu. Podem contar com o apoio da Espanha para seguir em frente após este terrível acontecimento", declarou o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, no Twitter.

Uma tragédia atrás da outra

O país mais pobre das Américas ainda se recorda do terremoto de magnitude 7 de 12 de janeiro de 2010, que devastou a capital e várias cidades do interior. Mais de 200.000 pessoas morreram e mais de 300.000 outras ficaram feridas no desastre.

Mais de um milhão e meio de haitianos ficaram desabrigados, colocando as autoridades e a comunidade humanitária internacional diante do desafio colossal da reconstrução de um país sem registro de terras ou normas para construções seguras.

Sem conseguir enfrentar este desafio de reconstrução, o Haiti, que também é regularmente atingido por furacões, mergulhou em uma crise sociopolítica aguda.

A reconstrução do principal hospital do país continua incompleta e organizações não-governamentais têm feito esforços para suprir as muitas deficiências do Estado.

O terremoto deste sábado ocorreu pouco mais de um mês depois que o presidente Jovenel Moise foi assassinado em sua casa por um comando armado, chocando um país que já lutava contra a pobreza, o aumento da violência de gangues e a pandemia.

O juiz de investigação nomeado na segunda-feira para liderar a investigação judicial sobre o assassinato de Moise anunciou na sexta que abandonaria o caso.

A polícia afirma ter prendido 44 pessoas em conexão com o assassinato, incluindo 12 policiais haitianos, 18 colombianos que supostamente faziam parte do comando e dois americanos de ascendência haitiana.

O chefe da segurança de Moise está entre os presos em conexão com o complô supostamente organizado por um grupo de haitianos com ligações no exterior.

A polícia emitiu notificações de busca para outros indivíduos, incluindo um juiz da Suprema Corte do Haiti, um ex-senador e um empresário.

Um terremoto de magnitude 7,2 sacudiu o Haiti na manhã deste sábado (14), causando mortes e danos a propriedades neste país caribenho que ainda se recupera do devastador terremoto de 2010 e sofre uma crise social e política em plena pandemia de Covid-19.

O terremoto, que fez tremer as casas e obrigou os habitantes a procurar abrigo, ocorreu por volta das 8h30 (9h30 no horário de Brasília), a 12 km da cidade de São Luís do Sul, localizada a 160 km da capital haitiana, Porto Príncipe, segundo dados do Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).

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Um alerta de tsunami foi emitido logo depois pela Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, antes de ser rapidamente levantado.

"Há mortes, eu confirmo, mas ainda não tenho o balanço preciso", declarou à AFP o diretor da Defesa Civil haitiana, Jerry Chandler.

O primeiro-ministro Ariel Henry estava a caminho do centro de operações de emergência nacional em Porto Príncipe e deve falar em uma entrevista coletiva, acrescentou Chandler.

"Muitas casas foram destruídas, há mortes e algumas pessoas nos hospitais", informou, por sua vez, Christella Saint Hilaire, que vive perto do epicentro.

"Todo o mundo está na rua e as réplicas continuam acontecendo".

Casas desabadas

O tremor foi sentido em todo o país e danos materiais já foram registrados em várias cidades, segundo imagens postadas nas redes sociais por testemunhas no sudoeste da ilha.

"Eu estava dentro da minha casa quando tudo começou a tremer, estava perto de uma janela e vi todas as coisas caindo", relatou à AFP Christella, de 21 anos.

"Um pedaço de parede caiu nas minhas costas, mas não me machuquei muito", continuou a jovem.

"Várias casas desabaram completamente", assegurou.

Em vídeos compartilhados online, os residentes filmaram as ruínas de vários edifícios de concreto, incluindo uma igreja em que uma cerimônia aparentemente estava acontecendo na manhã de sábado na cidade de Les Anglais, 200 km a sudoeste de Porto Príncipe.

O país mais pobre das Américas ainda se recorda do terremoto de 12 de janeiro de 2010, que devastou a capital e várias cidades do interior. Mais de 200.000 pessoas morreram e mais de 300.000 outras ficaram feridas no desastre.

Mais de um milhão e meio de haitianos ficaram desabrigados, colocando as autoridades e a comunidade humanitária internacional diante do desafio colossal da reconstrução de um país sem registro de terras ou normas para construções seguras.

Sem conseguir enfrentar este desafio de reconstrução, o Haiti, que também é regularmente atingido por furacões, mergulhou em uma crise sociopolítica aguda.

A reconstrução do principal hospital do país continua incompleta e organizações não-governamentais têm feito esforços para suprir as muitas deficiências do Estado.

O terremoto deste sábado ocorreu pouco mais de um mês depois que o presidente Jovenel Moise foi assassinado em sua casa por um comando armado, chocando um país que já lutava contra a pobreza, o aumento da violência de gangues e a pandemia.

O juiz de investigação nomeado na segunda-feira para liderar a investigação judicial sobre o assassinato de Moise anunciou na sexta que abandonaria o caso.

A polícia afirma ter prendido 44 pessoas em conexão com o assassinato, incluindo 12 policiais haitianos, 18 colombianos que supostamente faziam parte do comando e dois americanos de ascendência haitiana.

O chefe da segurança de Moise está entre os presos em conexão com o complô supostamente organizado por um grupo de haitianos com ligações no exterior.

A polícia emitiu notificações de busca para outros indivíduos, incluindo um juiz da Suprema Corte do Haiti, um ex-senador e um empresário.

Martine Moise, a viúva do presidente haitiano Jovenel Moise, que foi assassinado em sua residência por um comando armado no início de julho, descreveu abertamente o ataque e expressou suas suspeitas sobre o crime em uma entrevista ao New York Times publicada nesta sexta-feira (30).

"A única coisa que vi antes de matarem-lo foram suas botas", declarou Martine Moise, ferida no ataque, ao jornal norte-americano sobre os assassinos.

Despertada naquela noite de 7 de julho por tiros, a primeira-dama explica que escondeu seus dois filhos em um banheiro antes de se deitar no chão, a conselho do marido.

"Eu acho que é onde você estará segura", lhe disse Jovenel Moise.

Depois de ser ferida por uma bala, ela permaneceu deitada, revelou ao jornal.

"Naquele momento, senti que estava sufocando com o sangue na boca e não conseguia respirar", descreveu.

Mais tarde, membros do comando vasculharam o quarto. Martine Moise os ouviu falar em espanhol um com o outro e com alguém ao telefone. “Eles estavam procurando por algo e encontraram”, revelou ao New York Times.

A primeira-dama sobreviveu ao ataque e teve que ser evacuada de avião para tratamento na Flórida, onde falou com o jornal. Ela voltou ao seu país há duas semanas para o funeral do marido.

Martine se pergunta o que aconteceu durante o ataque com a equipe de 30 a 50 agentes encarregados da segurança na residência do presidente. "Não entendo como ninguém foi atingido pelas balas."

Após os primeiros disparos, o presidente chamou os dois homens responsáveis por sua segurança. "E eles me disseram que estão vindo", disse Moise à esposa depois de desligar o telefone.

A polícia haitiana prendeu os dois chefes de segurança do presidente, bem como vários mercenários colombianos, e afirma ter descoberto um complô organizado por um grupo de haitianos com ligações no exterior, mas muitas incógnitas persistem na investigação.

Para Martine Moise, as pessoas detidas durante a investigação são apenas os executores do crime de 7 de julho, que aprofundou a crise política no empobrecido país.

“Só os oligarcas e o sistema poderiam matá-lo”, acusa a primeira-dama.

Martine Moise deu um nome ao New York Times: o de um empresário influente que acabara de entrar na política, Réginald Boulos.

Evitando acusá-lo de ordenar o assassinato, Martine acredita que o empresário tinha algo a ganhar com o a morte do presidente, disse o jornal.

Contatado pelo New York Times, Boulos negou veementemente as alegações veladas da viúva do presidente e expressou seu apoio a uma investigação internacional independente.

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