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A ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade-PE) deve ser nomeada para a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), estatal vinculada ao Ministério da Saúde, que tem servido de fonte de sustento para políticos aliados ao governo que estão sem mandato. A informação é da coluna Radar, da revista Veja.

Nas eleições de outubro de 2022, a neta do ex-governador Miguel Arraes, disputou o Palácio das Princesas, porém perdeu no segundo turno para a governadora Raquel Lyra (PSDB-PE). A eleição foi sua primeira após a saída do PT em março do ano passado, sigla em que ficou filiada por seis anos.

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Na época, Marília disse que sua saída do Partido dos Trabalhadores foi por causa de uma ''disputa interna'' contra lideranças petistas locais. O partido que Marília se filiou, o Solidaridade, liderado pelo deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), apoiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa contra o ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), porém Lula só apoiou Marília no segundo turno das eleições, já que no primeiro, defendeu a candidatura de Danilo Cabral (PSB-PE).

Créditos: Ricardo Stuckert/Flickr

Desde o início do ano, o nome de Marília era cotado para assumir a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), porém na semana passada, o nome de Danilo foi indicado para comandar a estatal. A nomeação só depende da aprovação do chefe do executivo.

Aliados da ex-deputada dizem que ela queria assumir o comando da Sudene, mas acabou tendo o nome vetado no Planalto por outros aliados da base do governo Lula.

A Hemobrás, inclusive, já teve o pai de Marília, Marcos Arraes, como um dos diretores. Ele chegou a presidir interinamente a empresa em 2016, na reta final do governo da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).

 

Nesta segunda-feira (24), a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado realizou uma visita às instalações da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), que fica localizada em Goiana, Zona da Mata de Pernambuco. O objetivo do encontro foi discutir o futuro da estatal e a questão do sangue no país.

A Hemobrás é uma empresa amplia o acesso da população à saúde, por meio da produção nacional, com qualidade internacional, de medicamentos derivados do plasma e também obtidos por meio de engenharia genética.

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Através das redes sociais, o senador Humberto Costa (PT-PE), que preside a Comissão de Assuntos Sociais, falou sobre a importância da empresa sediada no Estado. "Estamos na Hemobrás e vamos avaliar o andamento das etapas de implementação do parque industrial", escreveu.

A agenda dos parlamentares ocorre em paralelo à tramitação, no Congresso Nacional, da Proposta de Emenda à Constituição nº10, que quer autorizar a comercialização de plasma, componente do sangue, no Brasil. A senadora pelo Rio Grande do Norte, Zenaide Maia (PSD-RN), membro da CAS e que também participou da visita, destacou seu repúdio à PEC.

O Governo Federal tem previsão de que no segundo semestre de 2023, uma nova fase seja inaugurada. Ainda na tarde desta segunda-feira, o grupo realiza uma audiência pública na Câmara de Vereadores do Recife sobre o assunto. Os parlamentares,  representantes da sociedade civil, do Ministério da Saúde e lideranças locais vão debater a importância da estatal para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para Pernambuco.

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) abriu as inscrições para preenchimento de dez vagas para níveis técnico e superior, além de formação de cadastro reserva. Os interessados devem se inscrever por endereço eletrônico até o dia 25 de novembro.

As vagas ofertadas são destinadas a Pernambuco, nos municípios de Recife ou Goiana, podendo sofrer alterações no decorrer do contrato. Os aprovados desempenharão um jornada de 40 horas semanais, com salário que variam de R$ 3.187,10 e R$ 7.457,75, além de benefícios como; auxílio alimentação, auxílio creche, auxílio a filho entre outros.

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Os interessados desembolsarão o valor de R$ 50,00 e R$ 70,00 de taxa de inscrição. Para mais informações, acesse o edital.

Um conflito entre o governo e a direção da estatal Hemobrás pode provocar o desperdício de R$ 40 milhões em bolsas de plasma nos próximos dois anos, conforme estimativa técnica do Tribunal de Contas da União. O impasse teve início em 2017, quando se retirou os poderes da estatal para gerir o processamento do plasma, usado em pessoas com queimaduras, hemorragias, sistema imunológico fragilizado ou com deficiência de coagulação.

Sem poderes para atuar, a estatal limitou-se a armazenar o produto que já havia chegado ao complexo de Goiana (PE). Para evitar gastos com câmaras frias, parte dos hemocentros estaduais passou a incinerar o plasma que não foi usado. Não há estimativas de quanto se perdeu. De acordo com Dimas Tadeu Covas, médico e diretor do Instituto Butantã, cada litro de plasma custa no mercado internacional US$ 70. "Estimamos que a coleta no Brasil seja de aproximadamente 800 mil litros de plasma por ano."

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Pregão

Desde a portaria, o Ministério da Saúde não contratou empresa para fracionar o plasma nem resolveu o impasse sobre a coleta nos hemocentros e o problema se agrava. Estoques dos produtos derivados do plasma se esgotaram em São Paulo, Pernambuco, Rio, Minas e Rio Grande do Sul. Questionado, o ministério informou estar em andamento um pregão internacional para o fracionamento, sem dar detalhes. Disse ainda que uma compra foi feita para abastecimento dos Estados.

Há dez dias, integrantes da Hemobrás e do Ministério Público Federal reuniram-se com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O encontro foi suficiente apenas para o ministro informar que nada seria feito enquanto a diretoria da Hemobrás fosse mantida. A estatal foi alvo de várias denúncias de corrupção, superfaturamento e erros, mas estaria saneada, segundo o MP.

Os armazéns da Hemobrás têm 600 mil bolsas de plasma. Desse total, 20% vencem até o fim do ano. Desde 2016, 83 mil bolsas se perderam, o que provocou prejuízo de R$ 5,8 milhões. Desde que as obras da Hemobrás tiveram início em 2010, R$ 1 bilhão foi desembolsado e nenhum hemoderivado foi produzido. O governo diz ter iniciado um processo para a reestruturação da Hemobrás e um estudo para definir os programas direcionados para a empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco (PE) expediu, nesta sexta-feira (26), quatro recomendações para que não sejam indicados novos membros para os Conselhos de Administração e Fiscal da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) antes do término do mandato dos atuais membros em exercício.

Os documentos, assinados pela procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes, foram encaminhados ao ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, ao procurador da Fazenda Nacional Júlio César Gonçalves, ao Secretário Especial da Fazenda Waldery Rodrigues Júnior e aos conselheiros da Hemobrás. As recomendações decorrem da intenção do Ministério da Saúde (MS) em substituir administradores da Hemobrás, conforme indicação de três nomes ao Comitê de Elegibilidade da empresa pública, sendo dois para o Conselho de Administração e outro para o Conselho Fiscal.

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De acordo com as recomendações, as hipóteses de dispensa de qualquer diretor no curso de seu mandato são o descumprimento de diretrizes do Conselho de Administração ou do MS, insuficiência de desempenho no cargo e justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador na constatação da prática de atos de improbidade, dentre outras.

O MPF reforça que a destituição repentina de três membros do Conselho de Administração da Hemobrás, eleitos em assembleia em 2018 para o mandato de dois anos, sem que haja motivação e justificativa, acarreta abuso de poder de controle. Além disso, conforme destaca a procuradora da República, os currículos dos profissionais indicados evidenciam que as formações anteriores deles não guardam nenhuma relação com o objeto social da Hemobrás. Enquanto a estatal se dedica à produção de medicamentos hemoderivados e biotecnológicos, as indicações feitas pelo MS são de profissionais provenientes dos setores de comunicação e tecnologia voltada para a segurança pública.

O MPF recomenda que o MS revogue a autorização de voto conferida ao procurador da Fazenda Nacional Júlio César Gonçalves para eleição de novos membros dos Conselhos de Administração e Fiscal da Hemobrás e da Diretoria da estatal antes do término do mandato dos integrantes. Recomenda também, dentre outras providências, que o procurador da Fazenda, o ministro da Saúde e o Secretário Especial da Fazenda se abstenham de praticar quaisquer atos no sentido de eleger novos membros nesse período, bem como que não reconheçam indicações ou nomeações para novos membros da Diretoria e dos conselhos.

 O MPF fixou prazo de 24 horas, a partir do recebimento dos documentos, para que seja informado sobre o acatamento das recomendações. Em caso de descumprimento, o órgão poderá adotar as medidas administrativas e judiciais cabíveis.

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Essa até podia ser uma história triste, se o amor dos pais pelo filho não convertesse a angustia em superação. Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Nem uma doença genética rara conseguiu romper a união de uma família. Os pais de Francisco, de 6 anos, descobriram a condição pouco depois do seu nascimento e, nesta quarta-feira (15), comemoram o Dia Mundial da Hemofilia, exaltando a qualidade de vida e o bem-estar do filho. Eles garantem que a liberdade para uma rotina distante das sequelas só foi adquirida com o tratamento feito em casa.

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A banheira com sangue

“Você pode no mais simples dos acidentes, morrer”, explicou o diretor de Produtos Estratégico e Inovação da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) Antônio Lucena. Sem cura, a hemofilia faz com que os pacientes demorem mais a estancar um sangramento, independente da intensidade da lesão. Hemorragias externas e internas - sobretudo nas articulações - são inevitáveis em um organismo com dificuldades na produção do Fator VIII recombinante, umas das proteínas necessárias para a coagulação sanguínea. "Têm dias que ele acorda sem pôr o pé no chão ou sem querer mexer o braço. A gente já sabe que tem um sangramento por ali", contou a advogada Priscila Vidal, mãe do pequeno Francisco. Essencialmente hereditária, a hemofilia tipo A é a mais recorrente e atinge um em cada 10.000 homens; Francisquinho é mais um dos 464 hemofílicos de Pernambuco que consegue vencê-la diariamente como um super-herói, pelos olhos da irmã Clarinha, de três anos.

Durante um banho aos seis meses, o menino deu seu primeiro alerta aos pais. Com as águas da banheira manchadas de sangue após um golfo, a mãe percebeu que o filho estava doente. Com o susto, foi-lhes recomendado uma hematologista e após o complexo exame de Cascata de Coagulação veio o diagnóstico da hemofilia tipo A, ou seja, Francisco tem menos de 1% de fator recombinante no corpo. Porém, a confirmação foi obtida ainda durante a coleta, devido a intensa hemorragia em seu braço. "Já era meio que a prova que ele tinha hemofilia", contou o gerente de projetos Tiago Vidal, pai do garoto.

Mesmo atentos, só depois da análise do resultado foi percebido alguns detalhes diferentes no filho, como o umbigo que demorou a cair e as equimoses que apareciam do nada em seu corpo. "A gente foi ligando as coisas e vendo que fazia sentido. Daí, começamos a pesquisar e mergulhar no universo da hemofilia", relembrou Tiago. Por Francisco, o casal tornou-se pesquisador do assunto com o objetivo de traçar uma terapia que garantisse uma rotina tranquila baseada no amor.

Devidamente protegido, o menino levado é o super-herói da irmã. Júlio Gomes/LeiaJáImagens

A profilaxia e o início de uma vida plena

Há aproximadamente três anos, em dias alternados, Francisquinho recebe o fator recombinante VIII que lhe falta através de um acesso na mão esquerda. O tratamento, também conhecido como profilaxia, faz com que o corpo mantenha pelo menos 30% do nível comum, o que evita sangramentos espontâneos. "Traz segurança para uma vida plena. A gente só pode ter esse dia a dia por conta do tratamento. Ele pula, brinca, corre", afirmou o pai sobre os benefícios da medicação, enquanto a esposa brinca, "se machuca também".

Com o aprimoramento da tecnologia dos remédios à base de sangue ou plasma, "o hemofílico já não precisa ter sequelas para ser tratado. Fazemos um tratamento contínuo, e isso faz com que o paciente tenha uma qualidade de vida comparada a uma pessoa comum", reiterou o diretor da Hemobrás, ao comentar sobre as dificuldades que outrora vinham da desinformação. Desgastado, o casal não aguentava mais figurar o hemocentro, quando Priscila conseguiu uma vaga para o curso de profilaxia domiciliar oferecido pela Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope). "Ela pega ele se mexendo, é craque!", brincou Tiago, ao citar a habilidade da esposa; já que ela comanda a aplicação, enquanto ele fica responsável pela preparação, geralmente auxiliado por Clarinha.

Com um sentimento tão raro quanto sua condição, sempre que Francisco recebe o fator, ouve as explicações dos pais. Tanto que ele tem consciência do que pode ou não fazer e evita atividades de contato físico na escola em dias que não foi medicado. "Quando se machuca, ele já diz: 'mamãe, dá o fator'. Ele tem a consciência de que a gente consegue levar para ele esse benefício. É um desafio para qualquer mãe, mas a gente consegue vencer", relatou.

Os hemoderivados deram liberdade a Francisco

A partir do tratamento preventivo feito pela própria mãe, os pais já classificam Francisco como "virado", enquanto ele curte o prazer de ser criança jogando futebol, brincando de corrida ou até mesmo de bicicleta. "Temos confiança no tratamento. A gente sabe que o que aparecer, vamos driblar", relatou a mãe, que continuou, "às vezes a gente até se emociona quando vê ele descendo de escorrego, correndo e até caindo. Mas continuando e dizendo pra gente que tá tudo bem e quando se machucar, resolve com o fator. Isso é muito gratificante, ver ele ativo".

A rotina do tratamento sem dúvidas reafirma o elo entre a família e permite que Francisquinho planeje um futuro. O que antes era angustiante, com as idas ao hemocentro, foi metamorfoseado em união e afeto. Cada gota de sangue é tão importante quanto cada momento vivido. Assim, a Família Vidal vive dia após dia com a certeza de que uma história de superação começou a ser escrita.

Antônio Lucena acredita em um futuro positivo na cura da hemofilia no Brasil, “temos células para trabalhar pelo menos 100 anos. Daqui há 100 anos, essa tecnologia já foi ultrapassada e a gente vai estar, certamente, corrigindo a hemofilia no feto. Não deixando que ele nasça com esse tipo de problema”, finalizou.

O diretor da Hemobrás exalta o trabalho de parceria realizado com os hemocentros. Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Suporte oferecido pelo Estado

Os hemoderivados chegam aos pacientes através das políticas públicas do Ministério da Saúde, como o Programa Nacional da Hemofilia e a Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre a Hemobrás e um laboratório internacional. Como o medicamento é produzido fora o país, a PDP permite que até 2023 - ano previsto para a inauguração da fábrica própria em Goiana, Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco - a tecnologia do laboratório seja transferida à empresa nacional, para que o produto seja fabricado no Brasil. É estimado que essa parceria tenha economizado R$ 5,2 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Com o fornecimento da Hemobrás, cabe aos hemocentros espalhados pelo país repassar o produto aos pacientes. Só no ano passado, o Hemope - principal hemocentro de Pernambuco - forneceu 40.357 milhões de UIs (Unidades internacionais) do Fator VIII à população. Atualmente, o Brasil tem um padrão de fornecimento de medicamentos hemoderivados comparável ao dos países desenvolvidos.

Nesta quarta-feira (17), unidades de saúde e laboratórios festejam em prol da conscientização e reacendem a luta pelos direitos dos hemofílicos. "Esse dia é um marco, onde é celebrado o reconhecimento de onde chegamos. É quando a gente lembra do passado, para tentar não voltar a ele e continuar na busca por melhorias, garantindo o que a gente tem hoje", explicou o diretor da Hemobrás. No Recife, capital pernambucana, a programação ocorre na sede do Hemope, localizada na Rua Joaquim Nabuco, nº 171, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife. No local, está prevista uma manhã de palestras, lanche e muita diversão com recreação para as crianças.

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) anunciou a realização de seleção composta por oito vagas temporárias. De acordo com a instituição, os profissionais aprovados atuarão durante as obras de implantação da fábrica da companhia na cidade de Goiana, na Região Metropolitana do Recife.

Segundo a Hemobrás, são oferecidos os cargos de engenheiro, planejador e cadista. Também está prevista formação de cadastro de reserva para a função de arquiteto. 

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Durante a seleção, os candidatos passarão por análise curricular, exame de títulos e de experiência profissional. Os salários previstos para os aprovados não foram revelados no edital do processo seletivo. 

As inscrições poderão ser feitas das 10h do dia 30 deste mês até 14h de 12 de setembro, por meio do site da Empresa. Não há cobrança de taxa de participação. A duração inicial das vagas é de 180 dias, porém, pode haver prorrogação por até 90 dias. Mais informações sobre o processo seletivo podem ser obtidas no edital

O Ministério Público Federal em Pernambuco  (MPF-PE)  ofereceu denúncia contra o ex-presidente da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), Rômulo Maciel Filho e mais seis pessoas por envolvimento em fraudes em licitação, ocorridas em 2014, para contratação de serviço de gerenciamento de obras da unidade instalada em Goiana, na Região Metropolitana do Recife. 

O MPF disse ter recebido a notícia da morte do ex-presidente em maio, mas ponderou que aguarda notícia dos órgãos oficiais como o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). 

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Na nova ação, a partir de uma denúncia feita pela procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes, além de Rômulo Maciel, são alvos Jorge Luiz Batista Cavalcante e Marcelo Carrilho Pessoa, ambos atuantes na área de engenharia, bem como Elizeu Alvarez de Lima, Cristiana Couceiro de Freitas Cavalcanti e Arthur Oliveira Costa Souza, representantes da Concremat Engenharia e Tecnologia, empresa favorecida na licitação fraudulenta. 

Também foi denunciado o empresário Alexandre Lacerda Landim, representante da Architectus, empresa que apresentou proposta de preço evidenciando o ajuste que favorecia a Concremat. 

A ação é um dos desdobramentos da Operação Pulso, deflagrada em dezembro de 2015 para apurar a existência de organização criminosa que atuava na Hemobrás por meio de fraudes em licitações e contratos. Na ocasião, agentes da Polícia Federal (PF) cumpriram ordens judiciais em Pernambuco e mais quatro Estados. Durante buscas realizadas na operação, um fato inusitado chamou a atenção. Em um prédio do bairro do Recife, maços de dinheiro foram arremessados pela janela para que não fossem pegos pela PF. A situação foi filmada por agentes.

Em 2016, o MPF expediu recomendação para que a Hemobrás instaurasse processos administrativos disciplinares contra todos os servidores e empregados envolvidos nas investigações da operação. No mesmo ano, também denunciou servidores por desvio de recursos públicos para beneficiar empresários do Consórcio Bomi-Luft-Atlantis.

As apurações indicaram que os então dirigentes da Hemobrás direcionaram o procedimento licitatório, realizado em 2014, para beneficiar a Concremat, em conluio com os representantes da construtora, com o intuito de obter contrato superfaturado e desviar os recursos da empresa pública. 

As investigações apontaram que o projeto aprovado continha sobrepreço de mais de R$ 12 milhões. Conforme destaca a procuradora da República, o desvio dos recursos só não foi concretizado porque o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a anulação da concorrência.

Crimes – Os envolvidos foram denunciados pela prática de crimes previstos na Lei de Licitações e, no caso dos servidores da área de engenharia, que elaboraram o projeto básico, pela tentativa do crime de peculato-desvio. O MPF também requer que a Justiça Federal decrete a perda de eventuais funções ou cargos públicos ocupados pelos envolvidos.

O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE) expediu ofício ao novo ministro da Saúde, Gilberto Occhi (PP), para que os efeitos de três recomendações expedidas em 2017, referentes à Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), também sejam aplicados à nova gestão. Occhi assumiu o cargo no mês passado. O ofício foi assinado pela procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes.

Segundo o MPF, as recomendações foram direcionadas à Presidência da República, à Casa Civil e ao Ministério da Saúde “para impedir a adoção de medidas sem embasamento científico, técnico e legal relativas a mudanças na Hemobrás”. A sede da estatal fica em Goiana, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

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O órgão federal recomendou que não sejam aprovadas e nomeadas para cargos de gestão, no âmbito da Hemobrás ou do Ministério da Saúde, pessoas que tenham vínculos diretos ou indiretos com empresas privadas interessadas na transferência de tecnologia de processamento de material plasmático ou de produção de hemoderivados, especialmente aquelas que já tenham atuado junto a empresas farmacêuticas.

Outra recomendação refere-se a eventual transferência de tecnologia para processamento de plasma, notadamente de Fator VIII recombinante, bem como  produção de hemoderivados para o setor privado. O MPF quer que qualquer iniciativa nesse sentido siga o que estabelece a Lei de Licitações e Contratos ou legislação que regula a Parceria Público-Privada.

Também foi determinado, nos documentos, que seja devidamente justificada qualquer hipótese de transferência de tecnologia para processamento de plasma e hemoderivados para outras empresas além das já incluídas neste processo -  Shire Farmacêutica Brasil/Baxter Hospitalar e a Hemobrás –, mediante a elaboração de estudos técnicos, legais e científicos. 

Em caso de não acatamento das recomendações, o MPF disse que poderá adotar as medidas administrativas e judiciais cabíveis. 

Ainda no ofício enviado ao ministro da Saúde, também encaminhado à Procuradoria-Geral da República, o MPF reforça que a pasta deve respeitar a exclusividade da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) firmada entre a Hemobrás e a Shire para aquisição do Fator VIII recombinante, usado por pacientes com hemofilia. A PDP foi celebrada com o conhecimento e aval do MS, órgão responsável pela recompra e distribuição dos medicamentos. 

No entanto, conforme destaca o MPF, "o próprio Ministério vinha, na antiga gestão, negligenciando os quantitativos mínimos, ou seja, estava realizando compras em volumes muito inferiores aos acordados".

Decisões 

Em março, o MPF conseguiu, na Justiça Federal, o reconhecimento da exclusividade da PDP firmada entre a Hemobrás e a Shire para aquisição do Fator VIII recombinante. A decisão indefere qualquer pedido de compra feito fora da parceria, garantindo o abastecimento do medicamento para 2018. A medida foi tomada a partir da possibilidade de interferência do ex-ministro, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), na produção do recombinante.

Ainda no ano passado, em setembro, o MPF obteve uma decisão obrigando a União a adotar, em até seis meses, as medidas necessárias para a contratação de indústria fracionadora de plasma, para possibilitar a vazão dos estoques acumulados na Hemobrás. Em outubro do mesmo ano, ajuizou ação civil pública contra a União para que fosse mantido contrato firmado com a Hemobrás, impedindo eventual transferência de tecnologia para processamento de plasma para o Paraná.

Ficou marcada a declaração de Michel Temer (PMDB) quando afirmou, certa vez, quer queria ser tido como “o maior presidente nordestino” que o país teve. Não se sabe ao certo se é com essa mesma pretensão que o emedebista desembarca, nesta sexta-feira (23), no município de Goiana, cerca de 60 km de distância da capital pernambucana. 

Nos bastidores, comenta-se que motiva a vinda de Temer ao estado a sinalização dos aliados em relação a que ele possa vir disputar a reeleição em outubro. Em Goiana, Michel Temer vai visitar a planta da Fiat e deve ir à fábrica da Hemobrás. 

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No site do Planalto a viagem está confirmada informando os passos para o credenciamento da imprensa que queira participar da atividade, no entanto, até agora não foi divulgada qual horário no período da tarde será a visita. 

A última vez que ele esteve em Pernambuco foi, no mês passado, na inauguração de entrega da Estação EBI-2 do eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), em Cabrobó. Vindo mais uma vez no reduto petista e considerado o presidente mais impopular do mundo, segundo o grupo de análise política Eurasia, parece estar nada preocupado com a fama indesejada. 

 

 

O Plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou 468 propostas em 2017, de autoria do Executivo e dos deputados estaduais. Além delas, durante as 264 reuniões do ano os parlamentares também apresentaram outras 668 matérias.

Entre os projetos do Legislativo aprovados estão o que institui o Dia do Combate ao Feminicídio; transforma em feriado o dia 6 de março, Data Magna da Revolução Pernambucana de 1817; inclui a cidade de Goiana na Região Metropolitana do Recife e muda o comitê gestor da área; e regulamenta o funcionamento dos food trucks, com o objetivo de fomentar o empreendedorismo, proteger o consumidor e garantir o atendimento a regras ambientais e de trânsito.

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Dos apresentados pelo governo de Paulo Câmara foram aprovados o reajuste salarial da Polícia Militar e a criação do Batalhão de Operações Especiais (Bope), dois textos que causaram grande discussão na Casa. Fora as proposições, outros temas foram discutidos durante 2017 na Casa. A Reforma da Previdência, a privatização da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e o esvaziamento da Hemobrás também foram debatidos.

Já os textos que ainda estão em discussão na Alepe, mas foram protocolados em 2017 está o polêmico Projeto de Lei nº 1774/2017, de autoria do deputado Ricardo Costa (PMDB), que dispõe sobre a proibição de exposições artísticas ou culturais com teor pornográfico em espaços públicos no estado. Outra matéria que chamou a atenção, diante de casos de abusos sexuais nos ônibus, foi o de autoria do deputado Vinicius Labanca (PSB) que obriga as empresas de transporte público a oferecer cursos aos motoristas, cobradores, fiscais e atendentes para que eles prestem assistência às mulheres vítimas de assédio nos coletivos.

Outro ponto que marcou o ano na Alepe foi a inauguração do novo prédio que funciona o Legislativo. O Edifício Governador Miguel Arraes de Alencar foi inaugurado em junho e passou a ser utilizado pelos parlamentares no segundo semestre deste ano. O Plenário da nova Casa, inclusive, recebeu o nome do ex-governador Eduardo Campos.

“Finalizamos um ano de muito trabalho, que resultou em ações importantes para a Assembleia e a população. Ainda temos muito por fazer, 2018 se aproxima com novos projetos e investimentos”, destacou o primeiro-secretário da Alepe, deputado Diogo Moraes (PSB).

Uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE) contra a União está pedindo o afastamento cautelar do ministro da Saúde, Ricardo Barros, de sua função. O documento também solicita que seja mantido o contrato firmado com a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) e impedir eventual transferência de tecnologia para processamento de plasma para o Paraná.

A procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes afirma, entre as justificativas para o afastamento do auxiliar ministerial de Michel Temer (PMDB), que Barros teria assumido publicamente “o interesse político” em levar a Hemobrás para o Paraná de forma a atrair para o seu estado a produção e industrialização de hemoderivados essenciais ao Sistema Único de Saúde (SUS) e que, atualmente, são produzidos pela Hemobrás. "O intento do Ministério da Saúde viola frontalmente os princípios da Administração Pública inscritos na Constituição da República, notadamente o da eficiência e moralidade", frisou. 

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Foi encaminhada representação criminal à Procuradoria-Geral da República, bem como foi instaurado inquérito civil para apurar supostos atos de improbidade administrativa cometidos pelo ministro.

A procuradora também afirma que houve impactos financeiros nocivos à Hemobrás com a contratação, em caráter de urgência, do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). De acordo com ela, foi “fruto da omissão do próprio ministro em dar continuidade a projeto de transferência de tecnologia, que implicou investimentos em torno de R$ 1 bilhão para a viabilização da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP)”.

Ainda de acordo com a ação, o Ministério da Saúde nem teria analisado a proposta encaminhada pela Shire, empresa contratada pela Hemobrás, para viabilizar a continuidade da PDP. "A omissão perdura por quatro meses e implica engavetamento da PDP ao ferir a legislação que rege o processo administrativo, que prevê prazo máximo de 30 dias de resposta à proposta", reiterou. Outro problema estaria relacionado à cisão do mercado de fornecimentos de material plasmático, o que teria comprometido 90% do orçamento da Hemobrás. 

O MPF já expediu, em agosto passado, recomendações destacando que “qualquer transferência da tecnologia de processamento de plasma e produção de hemoderivados deveria seguir o que estabelece a Lei de Licitações e Contratos ou legislação que regula a Parceria Público-Privada”. 

Outra recomendação alertou para que não fosse aprovado e nem tampouco nomeadas para cargos tanto na Hemobrás ou no Ministério da Saúde de pessoas que possuam “vínculos diretos ou indiretos com empresas privadas interessadas na transferência de tecnologia de processamento de material plasmático ou de produção de hemoderivados, especialmente aquelas que já tenham atuado junto a empresas farmacêuticas”. 

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Ministério da Saúde suspendesse a portaria que revogou a parceria do laboratório irlandês Shire com a Hemobrás, em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco, para a produção do fator recombinante. O chamado Fator VIII, insumo de elevado valor agregado e alta densidade tecnológica, é usado na fabricação de coagulante, é essencial no tratamento da hemofilia. 

A decisão do TCU, tomada nessa quarta-feira (4), dá ainda o prazo de dez dias ao Ministério da Saúde para comprovar a suspensão da portaria e para informar o Tribunal como irá atuar para manter a importação do fator recombinante. O TCU justificou sua decisão argumentando que a suspensão da parceria entre a Hemobrás e o Shire, determinada pelo Ministério, “pode implicar desabastecimento do medicamento ao longo de 2018 ou aquisição por preços superiores”.

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A postura do órgão foi comemorada pelos senadores Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT). O petebista classificou a decisão do TCU como justa e oportuna. “A parceria entre a Hemobrás e a Shire, dessa forma, poderá ser retomada e a fabricação do fator recombinante em Goiana, fundamental para tornar a estatal economicamente viável, não sofrerá solução de continuidade”, declarou. 

“É uma vitória do povo de Pernambuco e da região Nordeste. Entre idas e vindas, o ministro e até o presidente Michel Temer, que se envolveu na história, tiveram dificuldades para explicar por que estavam querendo tirar a unidade de Goiana para levá-la ao Paraná, logo o Estado de Barros”, reforçou Humberto. 

Para o senador petista, a decisão do TCU dá conforto e segurança, pelo menos temporariamente, para que a Hemobrás fique onde está. “O tribunal ainda demonstrou preocupação com a falta de medicamentos que eventualmente deixaram de ser produzidos nesse período de imbróglio. O Ministério da Saúde terá de se explicar”, disse.  

Há alguns meses o ministro responsável pela pasta, Ricardo Barros (PP-PR), iniciou uma articulação para que a produção do fator recombinante seja transferida para Maringá, numa associação do grupo suíço Octopharma com a Tecpar, instituto de tecnologia do governo paranaense, retirando sua futura linha de produção de Goiana. 

O Fator VIII é o principal produto que será produzido pela Hemobrás em Pernambuco e já foi alvo de uma mobilização dos políticos locais contra uma investida do ministro. A discussão sobre a possibilidade de esvaziamento empresa iniciou em julho e durou até meados de agosto, quando o ministro desistiu da intervenção.

Até a desistência, senadores e deputados pernambucanos fizeram uma série de encontros e articulações visando derrubar a estratégia do paranaense. Mas no último dia 22 foi publicado no Diário Oficial daquele estado um Acordo de Transferência de Tecnologia para Obtenção de Hemoderivados e Hemocomponentes firmado diretamente entre o Tecpar e a Octopharma retomando a iniciativa.

O governador Paulo Câmara (PSB) condenou a forma com que o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), vem conduzindo as articulações em torno da transferência da produção do Fator Recombinante VIII da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), instalada em Pernambuco, para uma em Maringá, no Paraná. A mudança tinha sido suspensa pelo Governo Federal, mas na última sexta-feira (22), foi publicado no Diário Oficial daquele estado um  Acordo de Transferência de Tecnologia para Obtenção de Hemoderivados e Hemocomponentes firmado diretamente entre o Tecpar e a Octopharma. 

“Estamos trabalhando com uma articulação muito forte com a bancada federal no sentido de evitar estas questões.  Infelizmente, o Ministério da Saúde não tem tido transparência. Não tem tido o diálogo, a sensatez de saber que isso é importante para Pernambuco, é estratégico e que Pernambuco não vai aceitar”, declarou. Mesmo com o considerado “novo ataque” a Hemobrás, o governador acredita que ainda existe espaço para firmar um diálogo sobre o assunto. 

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“Há ainda oportunidade de se avançar em relação a isso para que haja essa compreensão e a bancada federal tem que estar mobilizada para evitar e para gritar que Pernambuco não tenha nenhum prejuízo em relação a essas questões da Hemobrás”, disse.

O Fator VIII é o principal produto que será produzido pela Hemobrás em Pernambuco e já foi alvo de uma mobilização dos políticos locais contra uma investida do ministro. A discussão sobre a possibilidade de esvaziamento empresa iniciou em julho e durou até meados de agosto, quando o ministro desistiu da intervenção. Até a desistência, senadores e deputados pernambucanos fizeram uma série de encontros e articulações visando derrubar a estratégia do paranaense

 

 

Líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT) encaminhou uma nota à imprensa, na tarde desta sexta-feira (22), denunciando o que chamou de "novo ataque a Hemobrás", instalada em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco. No documento, o petista afirma que o recuo do ministro da Saúde, Ricardo Barros, não foi efetivo. De acordo com Humberto, a prova disso foi publicada no Diário Oficial no Panará de hoje com o Acordo de Transferência de Tecnologia para Obtenção de Hemoderivados e Hemocomponentes firmado diretamente entre o Tecpar e a Octopharma.

A publicação, de acordo com o senador, tem como objeto regular um projeto de transferência de tecnologia para o fracionamento e inativação viral do plasma sanguíneo e produção do Fator VIII Recombinante não modificado em células humanas para obtenção de hemoderivados e hemocomponentes. O Fator VIII é o principal produto que será produzido pela Hemobrás em Pernambuco e já foi alvo de uma mobilização dos políticos locais contra uma investida do ministro. 

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"Nesse sentido, quero denunciar mais um ataque violento contra a fábrica da Hemobrás, com o claro propósito político-eleitoral de retaliar Pernambuco e inviabilizar a nossa unidade em Goiana, em benefício do Estado do ministro da Saúde. Estou contatando toda a bancada federal pernambucana para que nos unamos contra essa nova e desleal investida contra a Hemobrás", salienta na nota.

A discussão sobre a possibilidade de esvaziamento da Hemobrás iniciou em julho e durou até meados de agosto, quando o ministro desistiu da intervenção. Até a desistência, senadores e deputados pernambucanos fizeram uma série de encontros e articulações visando derrubar a estratégia do paranaense

Veja a íntegra da nota:

NOVO ATAQUE À HEMOBRÁS

É com absoluta estupefação que assistimos a uma nova investida para esvaziar a fábrica da Hemobrás em Pernambuco. Desta vez, a ação nefasta ocorre com a ajuda do Governo do Paraná, comandado pelo PSDB, para levar ao Estado de origem do ministro da Saúde, Ricardo Barros, uma base de produção do Fator VIII Recombinante.

Como todos devem recordar, Ricardo Barros, em ato recente, tentou levar o Ministério da Saúde a intermediar um acordo de transferência de tecnologia entre o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), vinculado ao governo daquele Estado, e a empresa Octopharma, com a finalidade de instalar uma unidade de produção daquele fator na cidade paranaense de Maringá, sua base eleitoral.

Tal medida foi imediatamente rechaçada pela bancada federal de Pernambuco, tendo em conta que a Hemobrás, localizada em Goiana, na Mata Norte, já recebeu investimentos superiores a R$ 1 bilhão e seria absolutamente inviabilizada por uma concorrência na área do Fator VIII Recombinante, tendo em conta que o mercado brasileiro não comporta duas fábricas dessa natureza.

Naquela ocasião, vencido pela bancada de Pernambuco, Ricardo Barros retrocedeu na decisão pontual, sem, no entanto, deixar claro se havia desistido da ideia de viabilizar uma unidade paranaense. 

Não desistiu. A prova clara é o Acordo de Transferência de Tecnologia para Obtenção de Hemoderivados e Hemocomponentes, publicado no Diário Oficial do Paraná deste 22 de setembro, firmado diretamente entre o Tecpar e a Octopharma, cujo objeto é regular um projeto de transferência de tecnologia para o fracionamento e inativação viral do plasma sanguíneo e produção do Fator VIII Recombinante não modificado em células humanas para obtenção de hemoderivados e hemocomponentes.

Nesse sentido, quero denunciar mais um ataque violento contra a fábrica da Hemobrás, com o claro propósito político-eleitoral de retaliar Pernambuco e inviabilizar a nossa unidade em Goiana, em benefício do Estado do ministro da Saúde.

Estou contatando toda a bancada federal pernambucana para que nos unamos contra essa nova e desleal investida contra a Hemobrás.

Humberto Costa (PT), líder da Oposição no Senado

O deputado estadual Ricardo Costa (PMDB) comemorou, nesta quarta-feira (16), a permanência das atividades da Hemobrás em Goiana. No plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), ele afirmou que foi a ação do Governo do Estado que possibilitou essa "vitória".

"A ação política e bem articulada do Estado, que se uniu para pressionar contra a ameaça do Ministério da Saúde de esvaziar o empreendimento, e a realização de diversas audiências públicas foram fundamentais para a manutenção do projeto no Estado", disse.

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O peemedebista também declarou que recebeu a notícia com entusiasmo. "Pois, como todos sabemos a continuidade dos investimentos e a visibilidade da fábrica vinha sendo ameaçada com a possível construção de outra planta em Maringá, no Paraná. Em uma luta apartidária conseguimos que um investimento milionário não corra mais o risco de ser esvaziada antes mesmo de ser concluída".

 

"Desde o primeiro momento da ameaça, os pernambucos se alinharam na defesa dos interesses do Estado. Esse é o nosso Pernambuco, sempre altivo. Gostaria de enaltecer as forças políticas que não se calaram, pelo contrário, se uniram em um só coro e reverteram um posicionamento ameaçador que traria um prejuízo incalculável a Pernambuco e ao Brasil. Afinal, respeito ao dinheiro público é um dever de todos", discursou. 

A proposta do Ministério da Saúde de transferir parte da produção da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) de Goiana, em Pernambuco, para Maringá, no Paraná, será tema de um encontro entre o ministro Ricardo Barros (PP-PR) e a bancada estadual da Câmara Federal. Durante o encontro, Barros deve tentar conter os ânimos dos parlamentares que defendem sem titubear a manutenção do desenvolvimento da empresa no Estado e classificam como política a decisão da pasta. 

O Ministério da Saúde estuda firmar um consórcio para que a produção do Fator VIII Recombinante, principal renda da fábrica pernambucana, seja levada para Maringá o que esvaziaria a Hemobrás em Goiana. Uma das justificativas da pasta é de que já foi gasto R$ 1 bilhão para a obra da empresa na Mata Norte de Pernambuco, mas até agora ela não foi concluída e para isso seriam necessários mais R$ 600 milhões. Além disso, outro ponto mencionado é o encerramento da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) celebrada entre a Hemobrás e a irlandesa Shire em 2012. O contrato encerra em outubro, mas a empresa já se colocou à disposição para reestabeler a parceria.

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Na reunião, Ricardo Barros deve encontrar uma bancada áspera com a proposta. O assunto, inclusive, já foi tema de audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Na ocasião, os senadores Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro (PTB) refutaram a transferência da produção

“Por que ela [a empresa] não faz a planta de recombinantes em Pernambuco? Por que ela só pode ser feita no Paraná? Esta proposta vai exigir uma decisão de caráter político e estratégico. Não permitiremos o esvaziamento do polo farmacoquímico. Se a Hemobrás não agregar a produção do fator recombinante ele terá a sua economia prejudicada”, argumentou Armando. 

Já sob a ótica do petista, esta discussão está sendo “mal conduzida” pelo ministro Ricardo Barros. “Para terminar esta fábrica são R$ 600 milhões, mas o tanto de recursos que estão indo para outros campos. E nós também podemos apresentar emendas que cheguem a este valor. A não ser que [a instalação no Paraná] seja por um pensamento político mesquinho”, bradou na ocasião.

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) discutiu, na manhã desta segunda-feira (7), um possível esvaziamento da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) instalada em Goiana. Um "novo braço" da Hemobrás deve ser montada em Maringá, no Paraná, segundo o senador Armando Monteiro (PTB), com a expectativa de ser feita pela empresa Shire, responsável pela PDP [Parceria para o Desenvolvimento Produtivo] assinada com a Hemobrás em 2012. No entanto, a assessoria nega que o Ministério da Saúde tenha dito que vai tirar a empresa do Estado. 

Em nota, a empresa que é focada em doenças raras e condições altamente especializadas, declarou que busca junto a Hembobras um plano de reestruturação da PDP. "A continuidade do tratamento para os pacientes permanece sendo a principal preocupação da Shire. Nesse sentido, trabalhamos juntamente a Hemobrás num plano de reestruturação da PDP – proposta esta que foi apresentada ao Ministério da Saúde, no último dia 21 de julho, reiterando nossa intenção de continuar colaborando com a Hemobrás e outras partes interessadas para garantir que a PDP seja sempre uma iniciativa bem sucedida", destaca no texto. 

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A empresa ainda ressalta que cumpriu todos os compromissos contratutais do PDP. "Apesar dos consideráveis débitos em aberto por parte da Hemobrás e dos atrasos na conclusão da fábrica em Goiana. Também tentamos, desde outubro, em quatro ocasiões distintas, iniciar discussões com o Ministério da Saúde sobre uma possível proposta de reestruturação da PDP. Essas solicitações não foram atendidas e não houve nenhuma resposta do Ministério da Saúde". 

Confira a nota completa:

- Gostaríamos de esclarecer que a Baxalta (que é um spin-off da Baxter) foi adquirida pela Shire em 2016 e, desde então, a Shire é responsável pela PDP assinada com a Hemobrás em 2012; 

- A Shire é uma empresa global líder em biotecnologia, focada em doenças raras e condições altamente especializadas, com sede na Irlanda e com ações listadas nas bolsas de NY e UK. A empresa está empenhada em garantir que os pacientes com hemofilia continuem recebendo o tratamento vital de que precisam, em manter a PDP firmada com a Hemobrás em 2012, e em preservar todos os investimentos já realizados pela Hemobrás em Pernambuco para permitir a fabricação futura do fator VIII recombinante no Brasil;

- Os acordos entre a Shire e a Hemobrás para a referida PDP foram formalizados em dois contratos distintos: um Contrato de Transferência de Tecnologia e Licença (LTTA, na sigla em inglês) e um Contrato de Fornecimento de Produção (MSA, na sigla em inglês), ambos celebrados em 31 de outubro de 2012. De acordo com esses contratos, a Shire deve transferir a tecnologia de produção do fator VIII recombinante (rFVIII) e, durante o período de transferência da tecnologia, a Shire forneceria rFVIII à Hemobrás. Posteriormente, a Hemobrás revenderia o rFVIII ao Ministério da Saúde (MS) mediante um Termo de Compromisso. Não há nenhuma obrigação atribuída a Shire para fazer investimentos na construção das instalações da Hemobrás. Esses investimentos devem ser inteiramente suportados pela Hemobrás e/ou pelo Ministério da Saúde; 

 - A Shire sempre cumpriu com todos os seus compromissos contratuais nessa PDP, apesar dos consideráveis débitos em aberto por parte da Hemobrás e dos atrasos na conclusão da fábrica em Goiana/PE. Também tentamos desde outubro, em quatro ocasiões distintas, iniciar discussões com o Ministério da Saúde sobre uma possível proposta de reestruturação da PDP. Essas solicitações não foram atendidas, e não houve nenhuma resposta do Ministério da Saúde.

- A continuidade do tratamento para os pacientes permanece sendo a principal preocupação da Shire. Nesse sentido, trabalhamos juntamente a Hemobras num plano de reestruturação da PDP – proposta esta que foi apresentada ao Ministério da Saúde no último dia 21 de julho, reiterando nossa intenção de continuar colaborando com a Hemobrás e outras partes interessadas para garantir que a PDP seja sempre uma iniciativa bem sucedida. O plano inclui investimentos que podem chegar a até U$ 293 milhões – valor que supera aquele considerado pelo próprio Ministério da Saúde como necessário para a continuidade das atividades da parceria, mencionado em ofício recentemente enviado à Hemobrás.

 

 

 

 

 

 

 

 

O possível esvaziamento da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) instalada em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, foi questionado, nesta segunda-feira (7), pelos senadores Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro (PTB), durante uma audiência pública para discutir o assunto na Assembleia Legislativa (Alepe). 

Após ouvir os argumentos do Ministério da Saúde, representado pelo coordenador de Hemoderivados da pasta Flávio Vormitag, de que a situação financeira da empresa no estado, a falta de conclusão das obras e uma possível redução no fracionamento da produção do fator recombinante VIII seriam os principais motivos para a instalação de um novo braço da Hemobrás em Maringá, no Paraná, os parlamentares apontaram que a decisão do ministro da Saúde, Ricardo Barros, era política e não pensava no desenvolvimento das atividades do país em relação aos produtos do sangue. A transferência da tecnologia para a fábrica do Paraná seria feita pela empresa Baxter Internacional, parceira da Shire. 

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“Como o Ministério da Saúde é o único comprador e tem um peso extraordinário nesta decisão é fundamental que este processo tenha transparência e você defina, antes de vincular empresas na proposta, o modelo, ou seja, que propósitos devem ser atendidos e como a empresa eventualmente interessada pode orientar a proposta dela”, pontuou Armando, lembrando que a instalação de uma nova unidade no Paraná prejudica o principal meio de produção da fábrica pernambucana, que é o recombinante VIII.

“Vamos explicitar essas condições de forma clara e aí aparecerão as propostas. Porque ela [a empresa] não faz a planta de recombinantes em Pernambuco? Porque ela só pode ser feita no Paraná? Esta proposta vai exigir uma decisão de caráter político e estratégico. Não permitiremos o esvaziamento do polo farmacoquímico. Se a Hemobrás não agregar a produção do fator recombinante ele terá a sua economia prejudicada”, acrescentou.

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O senador Humberto Costa, que era ministro da Saúde quando a empresa veio para Pernambuco, disse que é preciso verificar a legislação para averiguar se haverá a necessidade de judicializar o processo. “É preciso saber se pela lei do sangue é permitido que uma empresa multinacional seja gestora de uma empresa que produz produtos do sangue por tecnologia. Pois se há algum problema nos PDP's [ Parceria de Desenvolvimento Produtivo] que foram feitos é necessário que possamos fazer uma revisão sobre eles e não simplesmente ignorá-los. E porque isso exige que a fábrica saia daqui? Até uma nova PDP poderia ser feita aqui em Pernambuco”, frisou.

Sob a ótica do petista, esta discussão está sendo “mal conduzida” pelo ministro Ricardo Barros. “Para terminar esta fábrica são R$ 600 milhões, mas o tanto de recursos que estão indo para outros campos. E nós também podemos apresentar emendas que cheguem a este valor. A não ser que [a instalação no Paraná] seja por um pensamento político mesquinho”, bradou.

A ausência de articulações do governador Paulo Câmara (PSB) e de ministros pernambucanos no combate ao possível esvaziamento da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) instalada em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, foi questionada, nesta segunda-feira (7), pelo deputado federal e vice-líder da oposição da Câmara dos Deputados, Silvio Costa (PTdoB – Avante), e o senador Humberto Costa (PT), durante uma audiência pública sobre o assunto na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). 

Para Humberto, a gestão estadual está agindo muito “timidamente” nesta questão. “O Governo do Estado precisa assumir uma postura mais ativa e liderar este processo. O Governo do Estado é sócio da Hemobrás, tem um diretor indicado. Ele tinha que assumir a liderança nesta luta e nos guiar”, frisou. Indagado se a gestão de Paulo Câmara não estava fazendo nada para manter os investimentos da empresa em Pernambuco, o petista observou: “não digo que não fez nada, mas ainda estamos o governo timidamente”. 

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Mais duro na avaliação da atuação estadual, Silvio Costa disse que Paulo Câmara “para resolver a política ele faz as ações, mas para resolver as questões da Hemobrás ele não faz nada”. 

“Este assunto da Hemobrás é mais uma prova, uma materialidade da falta de liderança do governador Paulo Câmara e dos deputados federais de Pernambuco aliados de Michel Temer. Até agora não ouvi uma palavra do governador sobre a Hemobrás. Nós não vamos aceitar isso. Estou cobrando um posicionamento do governador e dos ministros que são aliados de Temer. Pois veja, o deputado Kaio Maniçoba estava dizendo que ia votar contra Temer, o que ele fez, tirou Kaio e mandou para lá Luciano Bivar, que votou a favor de Temer”, bradou, fazendo referência a votação da admissibilidade da denúncia de corrupção passiva contra o presidente. 

Já quanto os ministros, Humberto disse que na época em que foi aprovada a vinda da Hemobras para o estado, era apenas ele e o ex-governador Eduardo Campos no primeiro escalão federal. "Os nossos quatro ministros vão perder para um é? Não vi até agora nenhum deles se posicionar. Que eles se manifestem", cravou, se referindo aos ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM); das Cidades, Bruno Araújo (PSDB); da Defesa, Raul Jungmann (PPS); e de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB). 

 

O possível esvaziamento da Hemobrás em Pernambuco pode vir a acontecer devido ao projeto de uma nova unidade de hemoderivados em Maringá (PR), que deve põe em xeque a produção da instalação pernambucana, já que o chamado fator VIII recombinante, produto mais rentável a ser produzido em Goiana, poderá não acontecer como projetado desde o início.

 

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