Tópicos | Henrique Meirelles

Comandante do Banco Central nos dois primeiros governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Henrique Meirelles diz que o embate criado pelo petista com a autoridade monetária traz ruídos e incertezas, o que "força o BC a ser um pouco mais duro na sua política monetária".

Na leitura de Meirelles, Lula está numa espécie de volta ao passado. "É importante mencionar que ele foi candidato em 1989, 1994 e 1998, defendendo linhas desse tipo", afirma o economista, que também ocupou o cargo de ministro da Fazenda na gestão de Michel Temer. A seguir os principais trechos da entrevista concedida ao Estadão.

##RECOMENDA##

Como o sr. analisa esse embate entre Lula e BC?

Esses ataques ao Banco Central, do ponto de vista objetivo do que gostaria o presidente (Lula), que é baixar a taxa de juros, têm o efeito contrário. Na medida em que ele ataca o Banco Central, cria ruídos e incertezas no mercado. E o que acontece? As expectativas de inflação sobem, o que força o Banco Central a ser um pouco mais duro na sua política monetária do que seria caso o presidente sinalizasse o contrário.

Essa disputa também coloca mais pressão em relação ao perfil dos próximos diretores que serão indicados para o BC?

Nós temos uma escolha à frente de dois diretores. Tem uma indicação (feita pelo) do BC, mas, de fato, o presidente da República tem a prerrogativa legal de sugerir os nomes para o Senado. Ele pode aceitar ou não essa indicação do BC. Ao Senado, depois cabe aceitar ou não as indicações do presidente. Isso cria uma incerteza grande em todos os agentes econômicos, todos os formadores de preço. Não só nos agentes financeiros, qualquer formador de preço, no pequeno empresário, médio e grande empresário. Na medida em que eles acham que a inflação vai subir, eles sobem mais os preços.

O sr. foi presidente do BC nos dois primeiros governos Lula. Qual sugestão faria para ele?

Deixa o BC trabalhar. É a melhor forma de conseguir que os juros baixem o máximo possível. Quanto mais o BC for visto como capaz de tomar as suas próprias decisões e controlar a inflação, mais caem as expectativas e mais o BC pode cortar a taxa de juros, que é o desejo de todos, inclusive do próprio Banco Central, desde que não cause inflação e seja possível dentro das projeções inflacionárias dos modelos. Em resumo, é um momento de racionalidade. Tem muitas coisas que o presidente pode fazer, áreas em que o Lula pode se dedicar que são muito importantes para o País, tipo a educação, saúde, meio ambiente - e ele está indo bem nesses aspectos.

Como o sr. vê a postura do ministro Fernando Haddad nesse embate?

Eu acho que o Fernando Haddad está fazendo o papel certo de apaziguar e tirar esse assunto de cena. O governo tem muita coisa para discutir, e discutir o BC é improdutivo.

O sr. se surpreende com uma postura do Lula pouco pragmática na área econômica?

Eu vou usar uma expressão antiga: me surpreende, mas não caí da cadeira. O Lula está numa fase diferente. Ele foi presidente duas vezes, depois teve o governo Dilma, que ele acha que foi injustiçado pelo mercado, pelas empresas. Teve uma vida pessoal difícil nesse período. O Lula acha que está num período de fazer aquilo que ele acreditava no passado. É importante mencionar que ele foi candidato em 1989, 1994 e 1998, defendendo linhas desse tipo. O Lula fez uma mudança em 2002, quando lançou a Carta aos Brasileiros, no primeiro mandato. Mas está um pouco numa volta ao passado, às campanhas que ele fez na década de 1990 e, portanto, é algo que é surpreendente considerando que ele fez um governo que deu certo, mas, por outro lado, dá para entender pela história toda o que o está influenciando a essa altura.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em dia de estresse no mercado em reação às críticas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à estabilidade fiscal, uma fala do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles causou mal-estar na equipe de transição. Meirelles, no entanto, disse ao Estadão que foi mal interpretado e que é cedo para saber qual será a política econômica do governo eleito.

As falas do ex-ministro, proferidas em encontro fechado organizado pelo BTG, acabaram repercutindo na forma de frases curtas, disparadas pelos participantes do evento.

##RECOMENDA##

Entre as falas obtidas pelo Estadão, está a avaliação pessimista de que Lula começou a sinalizar uma direção "à Dilma"; que está "fazendo uma opção que é a opção mais fácil, de agradar lá dentro"; e que "suponha que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin chamou o Pérsio (Arida) dizendo que eles teriam condições de influenciar mais à frente".

Ao Estadão, Meirelles disse que "a pessoa que vaza só escreve um dos lados, e não os dois". O ex-ministro declarou que, na reunião, falou de duas "linhas" de políticas. Uma que ele defende, que é a política adotada por Lula principalmente no primeiro mandato, iniciado em 2003. "Acho que é o certo. Acredito que ele deva seguir uma linha como essa, mas existe outra linha do pensamento que defende assim e assado. Vamos aguardar definições porque está muito cedo para saber disso", declarou o ex-ministro.

"Existe um linha que defende um maior investimento público sem muita preocupação porque geraria receitas. Eu descrevi as duas possibilidades. Essa possibilidade que está aí não é que a que eu acredito que vá prevalecer", completou Meirelles, que apoiou Lula no segundo turno.

Para Meirelles, Lula ainda está no "modo campanha". "Vamos aguardar a definição dos nomes e aí teremos uma visão mais clara da política econômica." O ex-ministro, que presidiu o Banco Central no governo Lula, defendeu a PEC da Transição para acomodar uma "excepcionalidade" de gastos só em 2023, mas ponderou que será preciso fazer uma série de cortes, inclusive de empresas estatais que não têm mais razão de continuar ativas. Para ele, é viável aumentar despesas em 2023 desde que se faça depois ajuste nos gastos.

O discurso de Lula, aliado às falas de Meirelles, teve efeito desastroso no mercado, que apelidou a quinta-feira de "Boa sorte day" - uma referência ao que o ex-ministro teria dito no evento do BTG.

O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles afirmou nesta quarta-feira, 19, que "é necessário entender qual linha" o ex-presidente e atual candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai adotar em relação à política econômica caso seja eleito. A declaração foi dada em entrevista à empresa de consultoria de risco político Eurasia Group.

Meirelles, que foi candidato à Presidência em 2018, declarou apoio a Lula em setembro deste ano, antes do primeiro turno. Na época, o gesto foi encarado como um aceno ao empresariado e ao mercado financeiro. Já na entrevista desta quarta ao Eurasia, o ex-ministro fez críticas a algumas ações dos governos Lula e Dilma. Ele disse, por exemplo, que caso a guinada econômica seja feita por meio do atual programa da campanha petista, pode ser uma "má notícia".

##RECOMENDA##

"Nós vimos três diferentes governos de Lula. O primeiro (entre 2003 e 2006), com responsabilidade fiscal, o segundo (entre 2007 e 2010), com um certo afrouxamento no lado fiscal e mais aberto a demandas políticas. No terceiro, sem ser presidente, mas com apoio de Lula, terminamos em uma recessão. A principal questão é qual Lula vai assumir, caso ganhe", disse Meirelles.

O ex-ministro também falou que Dilma Roussef (PT) teria sido eleita pela primeira vez, em 2010, por conta dos altos índices de aprovação do então presidente Lula. "Ele decidiu apoiá-la mesmo com conselheiros afirmando (à época) que ela teria uma abordagem diferente para o lado fiscal. Como resultado, veio a recessão."

Segundo o economista, que também atuou como secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, a situação de um eventual governo Lula "depende". Para ele, caso o atual programa de campanha seja colocado em prática, como o desenho feito para os próximos anos se assemelha ao que foi feito para o período de Dilma no Planalto, o cenário não deve ser favorável. "São economistas que acreditam fortemente no papel do Estado e de estatais para o desenvolvimento."

Meirelles também afirmou que "existe um grupo de economistas mais liberais que está apoiando o candidato do PT, que se importa mais com o lado da responsabilidade fiscal."

Depois da entrevista, ao comentar publicações sobre a entrevista em uma rede social, Meirelles afirmou que teria ocorrido "ruído" em algumas interpretações.

Depois de declarar voto no candidato do PT à Presidência da República, Luz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-presidente do Banco Central, ex-ministro e ex-secretário da Fazenda de São Paulo Henrique Meirelles declarou voto no candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Rodrigo Garcia. "É sério, trabalhador e conhece o Estado", disse ele, durante entrevista concedida ao programa Roda Viva, na noite desta segunda-feira (26), na TV Cultura.

"Tive uma experiência de trabalho com um governo que eu reputo extremamente positivo. Tivemos que tomar medidas difíceis. Fizemos uma reforma administrativa, que desagradou alguns setores empresariais. Também tiramos benefícios de alguns servidores públicos, aquela camada que ganhava mais", disse Meirelles sobre a experiência que teve no governo paulista. Além disso, destacou o programa com oito mil obras e elogiou a conduta do candidato tucano: "a minha experiência de trabalho com o Rodrigo Garcia foi muito boa, foi uma experiência extremamente boa."

##RECOMENDA##

Na entrevista, Meirelles explicou porque vota em Lula para presidente da República e em Rodrigo para governador de São Paulo. "Eu vou ser coerente com o tipo de opção e com as razões que eu segui para apoiar o Lula no âmbito federal. Trabalhei com ele, vi o que ele fez. Aqui em São Paulo, trabalhei com o Rodrigo, vi o que ele fez e vou apoiar o Rodrigo na eleição."

Ministro da Fazenda no governo Michel Temer e presidente do Banco Central nos oito anos do governo Lula, Henrique Meirelles manifestou apoio à candidatura do petista na reta final das eleições.

Ao Estadão, Meirelles diz que Lula já está falando as "coisas certas", como a intenção de fazer as reformas administrativa e tributária, e que a responsabilidade fiscal vai prevalecer com ele novamente na Presidência da República. "Coisas certíssimas. O que precisa é fazer a sintonia fina agora", disse ele, que insiste na necessidade de manutenção do teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação, criada por ele e sua equipe no Ministério da Fazenda.

##RECOMENDA##

Meirelles não descarta integrar a equipe de Lula, se convidado, mas diz que agora não é o momento de discutir isso. "Como eu disse e já dizia desde aquela época, eu não perco tempo decidindo sobre hipóteses. Se ele ganhar a eleição e quiser conversar comigo, aí vamos conversar", afirma.

A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ao Estadão depois da declaração de apoio de Meirelles à campanha de Lula.

Por que o sr. decidiu apoiar o ex-presidente Lula e o que vislumbra pela frente?

Eu me baseei na minha experiência concreta, trabalhando com ele durante os oito anos no primeiro e no segundo mandatos dele. Em primeiro lugar, fizemos um acordo na época de independência e autonomia do Banco Central. Ele cumpriu o acordo. Os resultados foram extremamente positivos. Durante esses oito anos, o Brasil cresceu uma média de 4% ao ano. O País criou quase 11 milhões de empregos. Mais de 40 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza. Quando assumimos, encontrei um acordo com o Fundo Monetário Internacional. O Brasil dependia da aprovação do fundo para adotar uma série de medidas, que o FMI determinava, em última análise, a política fiscal do País. Compreensível, porque o Brasil era devedor. Chegamos a sacar toda a linha (de empréstimo) para pagar compromissos. As reservas internacionais, que eram de US$ 37 bilhões quando assumi, pagando todos os compromissos, chegou a US$ 15 bilhões. E começamos a fazer todo o trabalho. Foi tudo muito bem-sucedido.

Há poucos dias, o sr. alertou que flexibilizar o teto de gastos seria abrir uma porta para o descontrole. O ex-presidente Lula já disse que vai revogar o teto. Não é contraditório?

O que eu disse, e fui muito claro lá, foi que uma das razões era exatamente o fato de que ele (Lula) no primeiro mandato teve austeridade fiscal, entregou superávits primários etc. E a minha suposição é de que essa responsabilidade fiscal vai prevalecer.

Mas o ex-presidente fala abertamente em acabar com o teto, que o sr. criou...

Exatamente. Eu acho que é uma declaração equivocada. Já disse que ele está sendo mal assessorado nesse aspecto.

E o ex-presidente falou o que para o sr.?

Ele não fez comentários. Nós não chegamos a ter uma discussão direta para discutir política econômica. Não é o momento. Inclusive, eu não gosto de ficar muito discutindo hipóteses. Em 2002, eu recebi emissários e tal que me diziam para eu me preservar e não me candidatar na época. Eu tinha saído da presidência mundial do BankBoston e era candidato aqui para deputado federal. Eu disse a mesma coisa, que não trabalho sobre hipóteses. Fiz a minha campanha, me elegi como deputado federal pelo PSDB. Em dezembro de 2002, ele me convidou para ser presidente do BC. Nós acertamos as condições e aceitei. Nós evidentemente vamos conversar no devido tempo. Agora, eu resolvi fazer um movimento em que acredito que a responsabilidade e a realidade vão prevalecer.

O sr. vai participar de um eventual governo Lula?

Como eu disse e já dizia desde aquela época, eu não perco tempo decidindo sobre hipóteses. Se ele ganhar a eleição e quiser conversar comigo, aí vamos conversar. Se não, tudo bem. Ou ele não ganhar ou ele não me convidar. O que eu quero dizer é o seguinte: frente uma coisa concreta eu vou parar para pensar e conversar.

O que é central na política econômica?

Ele (Lula) falou essa questão do teto, mas por outro lado falou coisas muito certas, de fazer a reforma administrativa e de fazer a reforma tributária. Ele está bem assessorado aí. É apenas uma questão de discutir isso com maior profundidade. Com uma reforma administrativa bem-feita, a tributária pode respeitar o teto e fazer programas sociais, investimentos em infraestrutura, e o País crescer muito ao mesmo tempo. Aliás, como fiz aqui em São Paulo.

O sr. vai precisar de um trabalho de convencimento do presidente Lula?

Ele já está falando coisas certas. Da reforma administrativa, da reforma tributária. Coisas certíssimas. O que precisa é fazer a sintonia fina agora.

O sr. sempre enfrentou resistência dos economistas do PT no governo Lula.

É normal. Isso aconteceu quando eu estava no Banco Central. É normal. Como já dizia Nelson Rodrigues, muito expressivo, toda unanimidade é burra.

Como o sr. vê a proposta de waiver (licença para gastar) que o PT e o governo Bolsonaro falam para financiar o Auxílio Brasil?

Eu não sei do que se trata. É uma coisa muito genérica e aberta.

O ex-ministro Henrique Meirelles (PSD) deixou nesta sexta-feira, 1, a Secretaria da Fazenda de São Paulo, e anunciou que desistiu de disputar o Senado em Goiás e abriu caminho para ser candidato a vice na chapa de Rodrigo Garcia (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes.

Pela articulação em curso, Meirelles pode deixar o PSD e migrar para o MDB, partido que fechou com Rodrigo Garcia e tem a prerrogativa de indicar o vice. Mas a inesperada mudança de planos de José Luiz Datena, que deixou o União Brasil para concorrer ao Senado pelo PSC na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos), deixou em aberto por ora o futuro político do ex-ministro da Fazenda.

##RECOMENDA##

O prazo para Meirelles definir seu futuro político termina hoje à meia-noite e as conversas nos bastidores são intensas.

Garcia disse aos aliados que sua preferência seria ter uma vice mulher, caso não vinguem as conversas com o ex-secretário da Fazenda. No MDB, o prefeito Ricardo Nunes indicou a secretaria de Cultura, Aline Torres, que é militante negra e feminista.

O governador, no entanto, tem preferência por Meirelles, considerado por ele um quadro "técnico" confiável e gabaritado. Como não pode disputar a reeleição, Rodrigo Garcia, caso vença, deve passar o cargo para seu vice por pelo menos 8 meses em 2026 para disputar outro mandato.

Se permanecer no PSD, Meirelles pode fazer a ponte com Gilberto Kassab, presidente do partido, que lançou na disputa pelo governo o prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth. Com a vaga do Senado aberta, Ramuth poderia ser a opção.

O secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles, anunciou sua candidatura a senador por Goiás nas eleições de 2022.

"Depois de uma longa estrada, passando pela iniciativa privada, ministério, presidência do Banco Central, é chegado o momento de colocar minha experiência à disposição do povo goiano para geração de recursos e empregos no meu Estado... O que eu pretendo fazer é uma articulação intensa no Senado", declarou em publicação no Twitter.

##RECOMENDA##

"Existe uma vasta possibilidade de entendimentos comuns para projetos de reformas que permitam Goiás e o Brasil crescerem como um todo. Isso que pretendo fazer pelo país. Por isso não existe a possibilidade de eu aceitar cargo no executivo em 2023. Minha meta é trabalhar por Goiás e vou cumprir os oito anos de mandato", emendou Meirelles.

Sob a justificativa de apurar supostas fake news, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), solicitou planilhas contendo informações dos celulares de todos os servidores da Secretaria da Fazenda, para identificar quem produziu e compartilhou os vídeos que falam sobre atos de corrupção na pasta comandada pelo secretário Henrique Meirelles. Os funcionários, por sua vez, chamaram a atitude do Estado de “caça às bruxas”. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

Os vídeos estariam circulando entre os funcionários desde novembro e teriam sido enviados várias vezes por um número, cujo código de área é dos Estados Unidos. 

##RECOMENDA##

De acordo com a publicação, para descobrir o autor, o governo pediu, por meio de um ofício do coordenador administrativo da Secretaria da Fazenda e Planejamento, Gustavo de Magalhães Gaudie Ley, no dia 12 de dezembro, para que fossem verificados os dados dos celulares das pessoas como o número de origem, a data e hora e o nome da pessoa que recebeu o conteúdo. Segundo a reportagem, os fiscais apontaram constrangimento para quem se recusasse a atender ao pedido que foi até o dia 16 de dezembro.

O Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (Sinafresp) que representa a classe dos auditores fiscais da Receita Estadual de São Paulo, divulgou uma nota interna aos seus aliados para alertá-los de que eles não são obrigados a apresentar qualquer informação dos celulares pessoais, a não ser que seja por ordem judicial. 

O secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também foi alvo do hacker Walter Delgatti Neto, que disse à Polícia Federal ter invadido mensagens do aplicativo Telegram de autoridades, entre elas o presidente Jair Bolsonaro.

Meirelles confirmou ter recebido mensagem do Telegram sobre a invasão. "Tomei a providência de desligar todas as sessões que não são do celular que eu estava usando. O episódio não se repetiu", disse o ex-ministro.

##RECOMENDA##

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a uma lista de 60 nomes de políticos, autoridades da área da Justiça e celebridades que estavam organizados em "pastas" na área de trabalho do computador do hacker. Esse material está sendo analisado pela perícia da PF.

A ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana Lóssio também estava na lista. À reportagem, ela disse que ficou surpresa. "Minha vida é um livro aberto." Na lista de possíveis vítimas, também está a youtuber Dora Figueiredo, de 25 anos, que ficou espantada ao ser informada, pela reportagem, que seu nome estava no computador de Delgatti Neto. Ela afirmou que instalou o Telegram no celular, mas nunca o utilizou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Estado de São Paulo prepara um Plano B para ajustar as contas da Previdência de seus servidores, caso o Senado não inclua o funcionalismo estadual e municipal na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) aprovada em primeiro turno na Câmara, semana passada.

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o secretário de Fazenda paulista, Henrique Meirelles, diz que será preciso uma economia de R$ 100 bilhões em 10 anos para ajustar as contas da Previdência do Estado. Se for necessário, o governo poderá elevar a alíquota de contribuição dos servidores dos atuais 11% para 14%. Na entrevista, ele antecipa também que os Estados do Sul e Sudeste vão se reunir para discutir qual proposta de reforma tributária devem apoiar.

##RECOMENDA##

Como o sr. viu a aprovação do texto base da reforma?

Foi positivo. Vamos esperar que o texto seja desidratado o mínimo possível. Também que o Senado possa reintroduzir Estados e municípios nessa reforma para evitar depois que não consigam ou não queiram reformar suas previdências. Não é o caso de São Paulo, mas para o Brasil é importante a inclusão na reforma. Sabemos que quando o Estado tem problemas financeiros, como é o caso de sete deles, a conta chega no governo federal.

O sr. é favorável ao fatiamento da PEC pelo Senado para incluir Estados e municípios?

A pior hipótese é a reforma voltar para a Câmara (caso os senadores modifiquem o teor do que foi aprovado pelos deputados, o texto precisa voltar à Câmara). Existe outra alternativa que os juristas estão discutindo para ver até que ponto é possível reintroduzir a previdência estadual e municipal pelo Senado, para que apenas essa parte volte para a Câmara e não a reforma inteira. É algo que vai ser discutido nos próximos dias.

São Paulo não tem uma situação confortável na Previdência. O que o governo paulista fará se Estados e municípios não forem incluídos?

O plano B de São Paulo será apresentar um projeto de reforma na Assembleia Legislativa. Não tememos enfrentar problemas políticos, pressão e discussão. Temos segurança que faremos um bom projeto e vamos aprová-lo. Evidentemente não é a solução ideal. Alguns Estados vão fazer uma boa reforma, como São Paulo. Leva tempo, mas será feita. Outros não conseguirão fazer, por questão ideológica ou porque não há condições políticas e a situação vai piorar dramaticamente.

São Paulo está debruçado na proposta?

Sim, estamos estudando. Mas temos de aguardar a situação federal. Temos déficit previsto de R$ 22 bilhões para 2019. É um problema que só cresce. Do orçamento de R$ 231 bilhões deste ano, R$ 36 bilhões são para pagar Previdência.

Por que a situação chegou a esse ponto?

Porque não foi feita a reforma antes. Tão simples quanto isso.

Quanto o Estado terá de economizar em 10 anos?

O orçamento está equilibrando. Mas há um custo grande, de diminuição gradual de investimento, de compressão de gastos de saúde, educação e segurança.

Mas quanto a reforma teria de trazer de economia?

Em São Paulo, esperamos que fique um pouco acima de R$ 100 bilhões em 10 anos.

Será preciso colocar alguma contribuição extraordinária?

A alíquota é de 11%. Se for necessário, podemos aumentar para 14%.

Muitos governadores criticam São Paulo porque o Estado teria voltado com a guerra fiscal. Como o sr. vê essas críticas?

São Paulo está acabando com a guerra fiscal no Brasil. Os críticos querem a alíquota de São Paulo lá em cima e do outro Estado lá embaixo para atrair as empresas. Isso gera distorções econômicas gravíssimas.

Há cinco projetos de reforma tributária. Qual delas São Paulo vai apoiar?

 

Não tenho a resposta, porque os Estados do Sul e do Sudeste vão se reunir em São Paulo, dia 18, para analisar as propostas e ter uma consolidação de qual seria a correta e que beneficie o País e o crescimento. É um grupo importante, que reúne 70% da economia nacional.

Qual reforma tributária o Estado de São Paulo quer?

Em primeiro lugar, que simplifique a tributação. Isso tem um ganho enorme e facilita a arrecadação. Vem aqui uma fila de setores empresariais que pagam imposto e reclamam que tem muita gente que não paga, que tem operação fantasma em outro Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Futuro secretário da Fazenda no governo João Doria, o ex-ministro Henrique Meirelles afirmou que São Paulo oferece condições para atrair capital de investidores privados para projetos de concessão e privatização. Questionado sobre a possibilidade de vender o controle da Sabesp, ele disse que o assunto pode ser avaliado. "Mas, se não privatizada em termos de controle, certamente uma entrada de capital maior dentro da estrutura da empresa", afirmou ele, ao jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo ele, entre seus desafios no novo cargo está a administração da dívida pública e da Previdência dos servidores estaduais. Meirelles, que teve 1% dos votos nas eleições presidenciais, elogiou a "sinalização" dada pelo governo Bolsonaro na economia - de abertura da economia e busca de equilíbrio fiscal. "Está seguindo o que lançamos."

##RECOMENDA##

O senhor disse que será secretário para poder continuar servindo ao País. Por que demorou, então, para se decidir?

Para poder conhecer o escopo do trabalho. Tinha de avaliar com cuidado para não tomar nenhuma decisão por impulso.

O senhor já tomou conhecimento da situação financeira do governo paulista?

Dentro do Ministério da Fazenda, já tinha uma certa visão. Fiz lá todo o processo de renegociação das dívidas dos Estados, inclusive de São Paulo. Não se trata de um Estado com situação financeira como alguns de insolvência prática, não, mas a dívida (pública) é elevada e existem desafios grandes, como na Previdência estadual.

Mas há um modelo de Previdência complementar desde 2011. Pode modificá-lo?

Vou avaliar isso, ainda mais diante de uma reforma da Previdência federal. Precisamos gerar recursos aqui para controlar a dívida e investir naquilo que é importante, como segurança, saúde e educação. Isso além das oportunidades muito grandes que temos em investimentos de infraestrutura.

O governo João Doria herdará um pacote de R$ 23 bilhões em possíveis concessões. O senhor pretende implementá-lo?

Acho que esse será o grande momento de São Paulo para atrair recursos da iniciativa privada. Nesse tempo todo que viajei para falar com investidores sobre o Brasil, sempre percebi uma disponibilidade grande para investir em São Paulo em função de sua capacidade de consumo, parque industrial, mão de obra qualificada, canais de distribuição. Não só em concessões, mas privatizações. Principalmente rodovias, portos, alguma coisa na área de energia.

O senhor é favorável à privatização da Sabesp?

Vamos estudar. E ver até que ponto isso pode ser necessário e positivo. Mas, se não privatizada em termos de controle, certamente uma entrada de capital maior dentro da estrutura da empresa. É uma direção, mas vamos aguardar.

O ex-governador Geraldo Alckmin reclamava que o governo Temer não repassava recursos para obras importantes no Estado, como Rodoanel e Metrô. Agora, do outro lado do balcão, como fará para buscar essas verbas?

Evidentemente que existiam razões técnicas para essa não liberação e de diversas ordens, como disponibilidade de recursos da União e enquadramento dos projetos. Não existe essa decisão no Ministério da Fazenda de repassar para cá e não para lá. Há normativas e vamos nos debruçar sobre isso e negociar com o novo governo. Agora, é o que dizíamos lá atrás: no momento em que se aprova a Previdência, se abre espaço para uma série de coisas como novos repasses para os Estados.

Como avalia o superministério da Fazenda criado por Bolsonaro? E Paulo Guedes?

Acho uma boa escolha. A sinalização que tem dado é certa, de abertura da economia, privatização, desestatização e, basicamente, com propostas que já fizemos de equilíbrio fiscal, reformas. Está seguindo o que lançamos.

O senhor vê uma continuidade?

Acredito que sim.

O senhor não conseguiu aprovar a reforma da Previdência mesmo negociando com bancadas e deputados um a um. Acha que a decisão de Bolsonaro de tratar com frentes parlamentares facilita ou dificulta?

O País amadureceu essa discussão. Não se vai começar do zero. Vamos aguardar, ver como vai ser agora. Eu fazia reuniões com partidos, mas também com bancadas, como a ruralista e a da mulher. Mas estivemos muito próximos de aprovar a Previdência, em 2017. Questões políticas e depois a intervenção federal (na área de segurança) no Rio de Janeiro foram supervenientes.

Na campanha, o senhor afirmava que o então candidato Jair Bolsonaro não sabia nada de economia. Agora presidente, Bolsonaro pode não saber de economia?

Sim, desde que ele tenha uma equipe boa e tome as decisões adequadas. Vou lembrar aqui o jogador Didi e sua frase histórica: "treino é treino, jogo é jogo".

O senhor foi chamado para o governo Bolsonaro?

Não. Fui chamado pelo Doria mesmo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Oficializado nesta terça-feira (11) como titular de Fazenda do governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), Henrique Meirelles (MDB) será o único secretário que terá um gabinete no Palácio dos Bandeirantes.

Com o anúncio desta terça, o MDB passa a ser o sexto partido entre o secretariado de Doria, que também contém o PSDB, DEM, PP, PRB e PSD. "Nosso objetivo é gestão, não eleição, com os melhores nomes disponíveis no País. É a dimensão que o Estado de São Paulo tem, agora também na questão da eficiência. Temos as melhores empresas e indústrias de capital nacional e internacional", justificou Doria em coletiva, ao ser questionado de fazer possíveis indicações políticas.

##RECOMENDA##

Em seu discurso, Meirelles afirmou que a economia brasileira deve retomar o ritmo de crescimento alcançado no início do ano e que a atividade deve acelerar a partir de 2019. "São Paulo tem condições enormes de liderar esse processo. É a oportunidade de São Paulo se tornar a grande alternativa de investimento no Brasil", disse.

Questionado sobre o motivo de ter aceitado um cargo estadual, após ter construído carreira internacionalmente e em âmbito federal, Meirelles afirmou ser esta uma "oportunidade única".

"Me preparei para continuar servindo o Brasil nos próximos anos. Fui julgando quais eram as melhores oportunidades de servir o Brasil em cada momento". O ex-ministro também justificou ter aceito o cargo ao afirmar que acredita que "o programa do governador João Doria é exatamente aquilo que o Estado de São Paulo precisa".

O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), vai anunciar, nesta terça-feira (11), Henrique Meirelles (MDB) como secretário de Fazenda do Estado em seu governo. A informação foi antecipada pela coluna Direto da Fonte, do jornal O Estado de S. Paulo.

Presidente do Banco Central na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministro da Fazenda de Michel Temer, Meirelles foi candidato à Presidência neste ano e obteve pouco mais de 1% dos votos válidos na disputa.

##RECOMENDA##

Meirelles é o sexto ministro de Temer indicado para o secretariado de Doria. Além dele, foram indicados Rossieli Soares, na Educação; Gilberto Kassab, na Casa Civil, Sérgio Sá Leitão, na Cultura; Alexandre Baldy, para os Transportes Metropolitanos; e Vinícius Lummertz, para a pasta do Turismo.

Com a indicação de Meirelles, Doria fecha sua equipe de governo. Veja, abaixo, todos os nomes da nova gestão:

Secretários de Estado:

01. Governo - Rodrigo Garcia

02. Segurança Pública - General Campos

03. Energia, Saneamento e Recursos Hídricos - Marcos Penido

04. Justiça - Paulo Dimas Mascaretti

05. Pessoa com Deficiência - Célia Leão

06. Agricultura - Gustavo Diniz Junqueira

07. Saúde - José Henrique Germann

08. Cultura e Economia Criativa - Sérgio Sá Leitão

09. Educação - Rossieli Soares

10. Casa Civil - Gilberto Kassab

11. Transportes Metropolitanos - Alexandre Baldy

12. Logística e Transporte - João Octaviano

13. Desenvolvimento Regional - Marco Vinholi

14. Habitação - Flávio Amary

15. Desenvolvimento Social - Célia Parnes

16. Desenvolvimento Econômico - Patrícia Ellen

17. Turismo - Vinicius Lummertz

18. Administração Penitenciária (SAP) Nivaldo Restivo

19. Esportes - Aildo Ferreira

20. Fazenda e Planejamento - Henrique Meirelles

Secretários Extraordinários (especiais):

01. Comunicação - Cleber Mata

02. Relações Internacionais e Invest SP - Julio Serson

Outros cargos:

01. Procuradora-Geral do Estado - Lia Porto

02. Presidente do Fundo Social - Filipe Sabará

03. Presidente do Conselho do Fundo Social - Bia Doria

04. Chefe de Gabinete - Wilson Pedroso

05. Presidente da Sabesp - Benedito Braga

06. Presidente da Cetesb - Patrícia Iglecias

07. Presidente do Memorial da América Latina - Jorge Damião

08. Presidente da Desenvolve SP - Milton Santos

Segurança (militar):

01. Secretário Executivo da Polícia Militar - Coronel Alvaro Batista Camilo

02. Comandante Geral da Polícia Militar - Coronel Salles

Segurança (Civil):

01. Secretário Executivo da Polícia Civil - Yousseff Abou Chanin

02. Delegado Geral da Polícia Civil - Ruy Ferraz

O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou na manhã desta segunda-feira (10), os nomes de mais dois secretários que irão compor seu primeiro escalão. São eles: Aildo Rodrigues Ferreira, que comandará a pasta de Esportes, e coronel Nivaldo César Restivo, que assumirá a Administração Penitenciária. Com essas escolhas, só falta Doria anunciar o futuro secretário estadual da Fazenda - convidado para assumir a vaga, o ex-ministro Henrique Meirelles (MDB) deve ser apresentado nesta terça-feira (11).

Com a indicação de Aildo, que é presidente municipal do PRB e foi coordenador da campanha do deputado Celso Russomanno à Prefeitura em 2016, Doria contempla mais um partido que o apoiou na eleição. Além do PRB, já foram indicados como secretários representantes do PSD (Gilberto Kassab), DEM (Rodrigo Garcia), PP (Alexandre Baldy) e o próprio PSDB (Célia Leão e Marcos Penido). Advogado e geógrafo, Aildo já foi chefe de gabinete da secretaria que agora vai comandar.

##RECOMENDA##

"Não há partilha política aqui, todos sabem disso. Nenhum partido é dono de rigorosamente nada. Aqui é gestão profissionalizada, gestão focada. Quem não cumprir seus deveres será substituído", disse Doria. O governador eleito também foi questionado a comentar sobre o fato de indicados pelo PRB estarem sendo investigados por firmarem convênios na área de Esportes com entidades suspeitas de não aplicar de forma correta os recursos públicos, por exemplo, a partir de contratos superfaturados.

Após a revelação de possíveis desvios na pasta, Aildo foi demitido pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB) no ano de 2016. "Até onde sei há investigação, não há ainda conclusão e o fato de investigar não significa que aqueles investigados sejam condenados. É preciso ter muito cuidado. No âmbito do Estado é transparência absoluta em todos os processos", afirmou Doria. O tucano ainda ressaltou que a demissão não se deu por nenhum ato de corrupção. "Ele pediu exoneração." Aildo, que estava no anúncio, não comentou.

PCC

A 20 dias de assumir o cargo de secretário de Administração Penitenciária, coronel Nivaldo não quis comentar nesta segunda-feira o pedido feito pelo Ministério Público de São Paulo para o governo paulista transferir alguns dos principais chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que comanda os presídios do Estado, incluindo seu líder máximo, Marcos Willians Camacho, o Marcola, para presídios federais.

"A transferência precisa ser avalizada. Vamos fazer o diagnóstico de tudo, buscar informações nas áreas de Segurança Pública e da Administração Penitenciária para verificar o que é possível e necessário fazer", disse. O coronel, que já chefiou a Rota, disse que um dos focos de sua gestão será aprimorar o sistema, ampliando o número de presídios, de parcerias e reduzindo a população carcerária a partir da oferta aos presos de "direitos e não regalias". O déficit atual de vagas no Estado é de 90 mil.

A campanha de Henrique Meirelles (MDB) para a Presidência da República teria feito disparos de mensagens em massa pelo WhatsApp, durante o primeiro turno, para números de telefone de beneficiários do programa Bolsa Família. Os contatos dos que recebem o benefício são sigilosos e o uso deles para outros fins é ilegal. A informação é do site UOL.

Meirelles era ministro da Fazenda do governo do presidente Michel Temer antes de integrar a disputa pelo Palácio do Planalto. O emedebista contratou a empresa Deep Marketing para cuidar de parte da campanha na internet, incluindo o envio de mensagens, por R$ 2 milhões. Um dos sócios da empresa é Lindolfo Antônio Alves Neto, que também é dono da Yacows, empresa que presta o serviço de envio das mensagens pelo aplicativo e já é investigada pela Polícia Federal no caso da campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) contra o PT.

##RECOMENDA##

Os disparos de mensagens teriam acontecido entre 18 de setembro e 5 de outubro, sendo neste dia para uma lista de 2 milhões de contatos. O conteúdo era de uma imagem com os dizeres: "Programa Bolsa Família ainda melhor. Pró-criança: receba um benefício extra para deixar seu filho numa creche particular". A lista de contatos estava salva como "Base Comprada Bolsa Família".

Responsável pelo programa Bolsa Família, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) negou ter forneceu dados de beneficiários a campanhas eleitorais. Henrique Meirelles, por sua vez, também disse que "não contratou disparos com 'base comprada'. Usou apenas base orgânica e do próprio partido" e que não contratou a empresa Yacows.

O tucano Geraldo Alckmin e o emedebista Henrique Meirelles disputaram somente o primeiro turno da eleição presidencial, mas tiveram movimentação financeira superior a R$ 50 milhões, cada um. Conforme declaração ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha de Meirelles gastou R$ 57.020.312 na eleição presidencial. 

A campanha foi financiada pelo próprio candidato, que destinou R$ 57.030.000 para as eleições. Apesar do investimento alto, Meirelles teve 1.288.950 de votos (1,2%) e ficou em sétimo lugar, atrás do Cabo Daciolo (Patri), que passou parte da campanha isolado rezando. Mais da metade dos gastos da campanha de Meirelles foram com a produção dos programas de rádio e televisão. 

##RECOMENDA##

Segundo dados disponíveis do portal do TSE, a campanha de Alckmin arrecadou R$ 53.905.624 – 92,95% do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). A campanha tucana contratou despesas no valor total de R$ 53.354.253, sendo R$ 15.181.864 (28,45%) para a produção de programas de rádio e televisão. 

Outros R$ 19.393.162 foram destinados a campanhas de candidatos do PSDB a deputado estadual e federal, senador e governador, entre eles Antônio Anastasia (PSDB-MG), derrotado no segundo turno das eleições de governador. No primeiro turno da eleição presidencial, Alckmin ficou em quarto lugar, com 5.096.350 votos (4,76%). 

No caso dos dois candidatos do segundo turno, a campanha de Fernando Haddad declarou, até agora, despesas de R$ 34.400.867. Já Bolsonaro registrou na Justiça Eleitoral gastos de R$ 1.721.537. O petista gastou 20 vezes mais do que Jair Bolsonaro, na campanha eleitoral, segundo dados disponíveis do portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A 18 dias do segundo turno, partidos derrotados na eleição presidencial ainda não decidiram se apoiam Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT). A direção nacional do MDB, que lançou a candidatura de Henrique Meirelles ao Palácio do Planalto, deve se reunir nesta quarta-feira (10) para decidir a postura na reta final do pleito.

Maior partido do país, o MDB vai para a reunião dividido. O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, candidato à reeleição, anunciou o apoio do MDB gaúcho a Bolsonaro, que conquistou 52,3% dos votos válidos no estado.

##RECOMENDA##

O candidato do MDB ao governo de São Paulo, Paulo Skaff, presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesp), que não disputa o segundo turno, também passou para o lado de Bolsonaro.

No entanto, líderes nacionais da agremiação, como o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e o senador reeleito Renan Calheiros (MDB-AL), são aliados de Haddad. Em Alagoas, o PT faz parte da coligação do governador reeleito Renan Filho (MDB).

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, marcou para hoje (10) a reunião de avaliação do desempenho do partido no primeiro turno das eleições e a decisão sobre a eleição presidencial, com a presença do candidato Ciro Gomes, terceiro colocado no pleito, com 13,4 milhões de votos.

Tanto Lupi quanto Ciro sinalizaram que o PDT estará com Haddad, mas mantendo uma postura crítica. Os candidatos eleitos pela legenda para a Câmara e o Senado devem participar do encontro.

O PPS também se reúne hoje para avaliar o seu desempenho no primeiro turno e a posição em relação à disputa presidencial. O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), defendeu que a legenda adote uma postura de neutralidade na disputa e, depois de concluído o processo eleitoral, faça oposição responsável ao vencedor.

A reunião do PSTU está prevista para amanhã (11). O partido anunciou que vai convocar a militância para tomar uma decisão conjunta em relação ao segundo turno. Com críticas a Bolsonaro e a Haddad, o PSTU anunciou que não dará apoio político a nenhum dos dois candidatos. A candidata do PSTU a presidente da República, Vera Lúcia, ficou com 55,7 mil votos.

O PV e a Rede, que se uniram em torno da candidatura de Marina Silva, devem decidir ainda nesta semana como vão se comportar no segundo turno da corrida presidencial. Marina já anunciou que a Rede fará oposição ao eleito, seja Haddad ou Bolsonaro.

O candidato do MDB à Presidência da República, Henrique Meirelles, disse neste domingo, 7, que pretende ficar marcado por respeitar as finanças públicas. "Não existe dinheiro do governo, é dinheiro do povo. O povo brasileiro precisa acreditar nos governantes, não é o momento de tentar simplesmente evitar o pior", afirmou o candidato, pouco antes de votar em uma escola em Higienópolis, na região central de São Paulo.

Após a confirmação de sua derrota no primeiro turno, Meirelles pediu "união" e se colocou à disposição para "ajudar o Brasil". "Contem comigo sempre para trabalhar pelo Brasil. Não para trabalhar por um grupo ou por um projeto específico", disse o ex-ministro da Fazenda, evitando dar seu apoio ou o do partido a algum candidato no segundo turno - que será disputado por Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

##RECOMENDA##

Skaf

Sobre o apoio do candidato do seu partido ao governo de São Paulo, Skaf, a Jair Bolsonaro (Skaf afirmou que "seria bom" que Bolsonaro ganhasse a eleição presidencial ainda no primeiro turno), anunciado na semana passada, Meirelles afirmou, ainda pela manhã, que todos podem especular com hipóteses. "Cada um vai ter de se posicionar no segundo turno. E, caso eu passe para o segundo turno, essa dúvida estará resolvida", comentou.

Sob fina chuva, o presidenciável chegou à escola onde foi instalada sua zona eleitoral acompanhado de um grupo de apoiadores do seu partido e também por Skaf.

"A gente chamou e o senhor veio", brincou uma eleitora que saía de outra seção no mesmo colégio, numa referência ao slogan usado por Meirelles durante a sua campanha no primeiro turno. "Pena que esteja atrás (nas pesquisas de intenção de voto)." Diante da afirmação da eleitora, o candidato sorriu e fez um "V" de vitória.

Com quase 99% das seções eleitorais apuradas, Meirelles aparecia com 1,2% dos votos - atrás de João Amoêdo (Novo), mas à frente da candidata da Rede à Presidência, Marina Silva.

"Como diz a sabedoria mineira, eleição e mineração, só depois da apuração", disse o candidato, após deixar a cabine de votação. Atrás nas pesquisas eleitorais, o ex-ministro da Fazenda afirmou que pode não ganhar o voto, mas vai ganhar o respeito do eleitor.

"Todos me dizem: "mas o senhor é o candidato mais bem preparado, o mais sério e tem o meu respeito". Isso é que é fundamental, isso é o que o Brasil precisa", repetiu Meirelles. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Candidato do MDB à Presidência da República, Henrique Meirelles subiu o tom contra Fernando Haddad e disse que o candidato do PT apenas cumpre ordens do ex-presidente Lula. O ex-ministro classificou ainda a campanha do PT como "radical". A declaração foi dada em entrevista no fórum Amarelas, organizado pela Veja, em São Paulo, nessa quarta-feira (19).

Ao comentar sobre a polarização dos eleitores, Meirelles afirmou que à medida em que se aproxima o dia das eleições, os brasileiros, antes de votar, pensam mais e mostram preocupação com o futuro do país. Sobre o plano econômico de Ciro Gomes, reafirmou que as propostas do candidato do PDT são "irrealistas". 

##RECOMENDA##

Perguntando sobre a última pesquisa Ibope, o ex-ministro defendeu sua candidatura e disse que são reais as chances dele ganhar a eleição. “No momento em que enxergarem uma alternativa de alguém competente, equilibrado que tem condições de administrar bem o país, já mostrou que pode fazer isso, aí a situação pode mudar rapidamente. O que nós estamos vendo é que esse crescimento fortíssimo, que eu tenho de uma base baixa, mas que começou rapidamente a crescer, ele vem de diversos candidatos. Não vem especificamente de um candidato por conta desse quadro”, afirmou.

Meirelles também defendeu a operação Lava Jato, dizendo que ela é de extrema importância para o combate à corrupção. Reiterou, mais uma vez, ser contra a politização do Judiciário.

“Eu defendo a independência do Judiciário. Eu sou contra totalmente a politização da justiça. Sou a favor da independência do Ministério Público e quanto a isso, o Brasil pode ficar tranqüilo, no meu governo o Judiciário vai será prestigiado e terá forças”, completou.

*Da Assessoria de Imprensa

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou hoje (15) nova parcial da prestação de contas dos candidatos à Presidência da República. Entre os candidatos, o com maior arrecadação, até o momento, foi Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano levantou R$ 46,4 milhões. Do montante, R$ 46,26 milhões (97,8%) foram oriundos do Fundo Eleitoral. O financiamento coletivo do candidato representou 0,08% das verbas arrecadadas.

A segunda maior arrecadação foi a do candidato Henrique Meirelles (MDB), que declarou R$ 45 milhões em receitas até o momento. Todo o recurso veio de fontes próprias, ou seja, do próprio candidato.

##RECOMENDA##

A terceira maior declaração foi a do PT, cuja candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva foi substituída por Fernando Haddad. Foram movimentados R$ 20,6 milhões em receitas. A quase totalidade, R$ 20 milhões (97,1%), veio do Fundo Eleitoral. Por meio de financiamento coletivo foram arrecadados R$ 598 mil.

Ciro Gomes (PDT) vem na quarta posição, com R$ 16,1 milhões recebidos, todo do Fundo Eleitoral.

Marina Silva arrecadou R$ 7,2 milhões. Da soma de verbas, R$ 6,1 milhões vieram de doações do Fundo Eleitoral; R$ 260 mil foram de financiamento coletivo e o restante de 21 doadores.

Álvaro Dias (Podemos) declarou ter recebido R$ 5,2 milhões. Deste total, R$ 3,2 milhões (62,5%) foram oriundos do Fundo Eleitoral e 37,9% de doações diversas. A iniciativa de financiamento coletivo do candidato representou apenas 0,63% do total.

Guilherme Boulos (PSOL) recebeu até agora R$ 5,99 milhões, sendo R$ 5,97 milhões provenientes do Fundo Eleitoral. O restante foi arrecadado por meio de financiamento coletivo.

João Amoêdo (Novo) recebeu até o momento R$, 2,6 milhões. Deste total, R$ 1,2 milhão foi recebido do Fundo Eleitoral; R$ 308 mil de financiamento coletivo e o restante de doadores.

José Maria Eymael (PSDC) levantou R$ 849 mil do Fundo Eleitoral.

Jair Bolsonaro (PSL) arrecadou R$ 688,7 mil. Desse total, quase a metade foi proveniente do Fundo Eleitoral (R$ 334,75 mil). Outra parcela de R$ 332,8 mil foi obtida por meio de financiamento coletivo.

Vera Lúcia (PSTU) declarou receitas no valor de R$ 401 mil, praticamente toda oriunda do Fundo Eleitoral. A candidatura levantou apenas R$ 1,8 mil por meio de financiamento coletivo. João Goulart Filho (PPL) levantou R$ 231,8 mil, sendo R$ 230 mil do Fundo Eleitoral e o restante R$ 1,8 mil de financiamento coletivo.

As informações podem ser obtidas por meio do sistema do Tribunal “Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais”.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando